VICENTE DO REGO MONTEIRO (1899, Recife, PE - 1970, Recife, PE)

BIOGRAFIA:

Pintor, desenhista, muralista, escultor e poeta. Primeiros estudos de arte com sua irmã, Fédora, também pintora. De 1911 a 1914, residiu em Paris, onde freqüentou a Academia Julian. Em 1914 retornou ao Brasil, fixando-se no Rio de Janeiro. Em 1920 expôs aquarelas em São Paulo e ligou-se aos modernistas Anita Malfatti, Brecheret e Di Cavalcanti. Em São Paulo, conheceu também Pedro Alexandrino. Em 1921 viajou novamente a Paris, deixando aos cuidados do poeta Ronald de Carvalho oito obras que viriam a figurar na Semana de Arte Moderna, em 1922. A partir dos anos 20 ligou-se cada vez mais ao movimento artístico parisiense. Em 1930, veio ao Brasil em companhia de Géo-Charles, trazendo a exposição da Escola de Paris, apresentando-a no Recife, no Teatro Santa Isabel, no Rio de Janeiro, no Palace Hotel, e em São Paulo, no Palacete Glória. Fixou-se novamente em Pernambuco por volta de 1932. Até os anos 50, alternou residência entre Paris e o Brasil. Em 1957 foi contratado como professor da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco. Publicou diversos livros de poesia no Brasil e na França, e sua obra integra importantes acervos de museus brasileiros e europeus. Em 1971, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo montou uma retrospectiva de seu trabalho. Nova retrospectiva foi inaugurada em 1986 na Villa Géo-Charles, em Échirolles (França). Em 1987 e 1994, Jean Boghici organizou duas exposições do artista em sua galeria, no Rio de Janeiro. Em 1997 o Museu de Arte Contemporânea da USP inaugurou nova mostra, sob a curadoria de Walter Zanini. Sobre Vicente, escreveu o poeta Lêdo Ivo: "No arquipélago cultural do universo, no grande portulano das tradições e experiências acumuladas pelos séculos, nos acertos e erros empilhados nas bibliotecas e nos museus, só interessavam a Vicente do Rego Monteiro as ilhas da transgressão. O novo deveria estar sempre dentro do ovo. (...) Vicente do Rego Monteiro nos ensinava que o artista deve ser um inventor."  

REFERÊNCIA:

A criação plástica em questão (Vozes, 1970), O Brasil por seus artistas (MEC, 1979), Vicente, inventor (Record, 1980) e Arte brasileira (Colorama, 1985), de Walmir Ayala; História geral da arte no Brasil (Instituto Walther Moreira Salles/Fundação Djalma Guimarães, 1983), coordenação de Walter Zanini; Nordeste histórico e monumental (Odebrecht, v. 3, 1983), de Clarival do Prado Valladares; Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand (JB, 1987), de Roberto Pontual; Modos de homem e modas de mulher (Record, 1987), de Gilberto Freyre; 150 anos de pintura no Brasil: 1820/1970 (Ilustrado pela coleção Sergio Fadel, Colorama, 1989), de Donato Mello Júnior, Ferreira Gullar e outros; Vicente do Rego Monteiro: pintor e poeta (5.ª Cor, 1994), textos de Gilberto Freyre, Antonio Bento, Lêdo Ivo, Pietro Maria Bardi, Fernando Barreto, Walmir Ayala e Jean Boghici; A república da desilusão (Topbooks, 1994), de Lêdo Ivo; Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: 1816-1994 (Topbooks, 1995), de Frederico Morais; Vicente do Rego Monteiro: artista e poeta (Empresa das Artes/Marigo, 1997), de Walter Zanini; Arte na América Latina (Cosac & Naify, 1997), de Dawn Ades; Pintura brasileira do século XX: trajetórias relevantes (4 Estações, 1998), de Olívio Tavares de Araújo; Pintura latinoamericana (Fundação Finambrás, 1999), textos de Aracy Amaral, Roberto Amigo e outros; O olho da consciência: juízos críticos e obras desajuizadas (Edusp, 2000), de Arnaldo Pedroso d'Horta, organização de Vera d'Horta; 22 por 22: a Semana de Arte Moderna vista pelos seus contemporâneos (Edusp, 2000), organização de Maria Eugenia Boaventura; Arte brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem (A. Jakobsson, 2002), de Paulo Herkenhoff; O Recife revisitado (Edufrn, 2002), de Edson Nery da Fonseca.

Texto: Bolsa de Arte/André Seffrin