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AGENDA CULTURAL

A obra de Agrade Camiz em Madrid.

19/fev

Para a ARCOmadrid 2025, A Gentil Carioca apresenta uma seleção de obras da artista Agrade Camíz. A mostra faz parte do programa PROFILES | Latin American Art of ARCOmadrid 2025, curado por José Esparza Chong Cuy.

Nascida no Rio de Janeiro em 1988, a artista desenvolve desde 2011 sua pesquisa em pintura, iniciada nas ruas e posteriormente expandida para instalações, vídeo arte e fotografia. Seu trabalho disseca o banal e o quase invisível, revelando camadas profundas entre figurações, abstrações e geometrias que confrontam narrativas estabelecidas. Utilizando signos de habitações populares, Agrade redefine espaços e conceitos, criando novos lugares. Sua obra se destaca pela densidade e pelas múltiplas camadas que refletem o caos e as intimidades desses territórios geográficos e corporais.

A solo, intitulada “Onde o vento faz a curva”, fala de movimento, de um trajeto não linear, de algo que se molda ao caminho. Como o Sankofa (símbolo adinkra, que significa “voltar para buscar”), o olhar retorna ao passado para orientar o futuro. Para Agrade Camiz, mais que a memória, importa o atravessamento em sua totalidade. O gesto torna-se mais direto, a cor se impõe antes da forma e a expande, enquanto o desenho se ajusta ao próprio ritmo, criando novos contornos para o encontro entre superfícies e o atrito entre as cores.

Penduradas como bandeiras, como roupas que secam, que respiram e se movem, sem rigidez, a escolha de instalação das obras pela artista reforça o vínculo com a materialidade das ruas e das habitações populares, onde as imagens se moldam ao entorno, absorvendo marcas do tempo e de suas vivências. As obras traduzem sua reflexão. A maioria não se fixa, atravessam, criam caminhos, exigem um olhar que se mova junto.

A palavra da artista.

“Quero que a minha pintura neste solo dialogue com o corpo de quem passa por ela, que o olhar não seja só de quem observa, mas de quem participa. Porque, no fim, meu trabalho sempre foi sobre estar dentro, fora, e o que acontece nesse intervalo, onde o vento faz a curva”.

Primeiro ano de atividades culturais.

18/fev

Um dos projetos mais relevantes, a exposição imersiva  “Café ATRAVÉS DOS SENTIDOS” terá palestra de João Candido Portinari no dia 20 de fevereiro, com finissage. Concluindo um ano desde sua abertura em fevereiro de 2024, o Polo Cultural ItalianoRio se tornou espaço cultural permanente no Centro do Rio, fortalecendo a requalificação urbana no âmbito do projeto municipal “Reviver o Centro”. Como o próprio nome indica, a proposta é divulgar a influência italiana na formação cultural, social e econômica do Rio de Janeiro. Tendo recebido quase 30 mil pessoas, o Polo já abrigou importantes eventos, destacando-se a celebração dos 150 anos da imigração italiana. Quem fecha a agenda de palestras gratuitas no dia 20 de fevereiro, às 18h, é João Candido Portinari, que irá abordar “Portinari e o Café”, esmiuçando a arte que celebra o trabalho e a cultura brasileira e italiana. Seu pai, Candido Portinari, tem um painel reproduzido em uma das paredes do espaço.

Plano anual e nova identidade visual.

Com produção da Artepadilla, o projeto prevê exposições temporárias, eventos, publicações de livros e manutenção do espaço cultural. Contando com aportes de patrocínio da TenerisConfab, do Grupo Autoglass, do Instituto Cultural Vale e da Generali Seguros, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, e incentivos diretos da TIM Brasil, além de recursos próprios, o objetivo é fortalecer as relações culturais entre Brasil e Itália nas áreas de artes, design, literatura e línguas.

Sobre a exposição “Café ATRAVÉS DOS SENTIDOS”.

Produzida pela Artepadilla através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e com idealização e curadoria de Josefina Durini, “Café ATRAVÉS DOS SENTIDOS” ocupa o andar térreo e o mezanino, contemplando temas abrangentes com a finalidade de proporcionar uma experimentação completa em vários níveis. A escolha do local, na Casa D’Italia, centro da cultura italiana no Rio, não poderia ser mais adequada, dando os devidos créditos à imigração italiana e sua contribuição ao desenvolvimento do café no Brasil, no ano da comemoração dos 150 anos da chegada da primeira leva de imigrantes italianos, recorrência homenageada pelo painel do grafiteiro Bruno Big, presente no espaço, com representações sobre o café. Com sua excelência na arte da inovação, foram empresários italianos os criadores do café expresso. Desde os primórdios, em 1883, até hoje, a tecnologia e design italianos vêm sempre se aprimorando para produzir os melhores maquinários para realizar o “expresso” mundialmente consumido.

“O que se sente não se esquece”, enfatiza a curadora e idealizadora do projeto, Josefina Durini, com a expertise de quem cultiva café especial orgânico certificado em sua fazenda situada no Vale do Café fluminense, em Barra do Piraí. “O Brasil foi, e ainda é, o maior produtor e exportador mundial do grão, por isso quisemos apresentá-lo de maneira nunca antes vista”, completa ela, que também é responsável pela concepção da mostra.

 Sobre João Candido Portinari.

João Candido Portinari é Ph.D. pelo Massachusetts Institute of Technology – MIT. (Antes de ingressar no MIT, cursou o Lycée Louis-Le-Grand e a École Nationale Supérieure des Télécommunications, em Paris, onde se formou como Engenheiro de Telecomunicações). A convite da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio, regressa ao Brasil, em 1967, após dez anos no exterior. Passa a integrar o quadro docente da PUC-Rio, como professor em tempo integral e dedicação exclusiva. Foi um dos fundadores do Departamento de Matemática da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio, do qual foi Diretor de 1968 1970. Em 1979, após 13 anos de atividades de pesquisa, ensino e administração desenvolvidas em tempo integral no Departamento de Matemática da PUC-Rio, o Professor Portinari concebeu e implantou o Projeto Portinari, trabalho universitário de equipe multidisciplinar, empenhado no levantamento, catalogação, pesquisa e democratização de um vasto acervo documental sobre a obra, vida e época do pintor Candido Portinari (1903-62). É também Presidente da Associação Cultural Candido Portinari, sucedendo ao seu primeiro Presidente, o Professor Afonso Arinos de Mello Franco. A ele foram outorgados prêmios e honrarias, como Prêmio Jabuti, concedido pela Câmara Brasileira do Livro; Prêmio Sérgio Milliet, concedido pela Associação Brasileira de Críticos de Arte; Prêmio Rodrigo de Mello Franco, concedida pelo IPHAN; Prêmio CLIO de História, concedido pela Academia Paulistana da História; Personalidade a do Ano (2012), pela Associação Brasileira de Críticos de Arte; Ordem do Mérito Cultural, concedida pelo Governo Federal. Ordem da Defesa, concedida pelo Ministério da Defesa; Medalha Marechal Cordeiro de Farias, concedido pela Escola Superior de Guerra; Ordem da Stella d’Italia, concedida pela Presidência da República da Itália; Medalha da Ordem Nacional do Mérito Científico, Categoria Grã-Cruz (2023), outorgada pela Presidência da República

A poética de Tunga.

17/fev

Segue em cartaz até 08 de março no Instituto Ling, Bairro Três Figueiras, a exposição “A poética de Tunga – uma introdução”.

Com curadoria de Paulo Sergio Duarte, a mostra apresenta uma seleção de mais de 60 obras bidimensionais e esculturas de diferentes fases, grande parte delas inéditas, expondo temas e conceitos que atravessam toda a poética do artista.

Esta é a primeira exposição individual de Tunga na cidade de Porto Alegre, considerado uma das figuras mais emblemáticas da cena artística nacional.

 

Dois artistas no Balneário Camboriú.

A exposição com abertura no dia 20 de fevereiro na Simões de Assis, no Balneário Camboriú. SC, apresenta um diálogo entre as obras de Julia Kater e Deni Lantz, cujas produções se encontram na intenção sobre a figura. Na relação quase tátil que ambos estabelecem com a cor, os ciclos do dia e suas oscilações entre claridade e escuridão tornam-se alegorias mediadas pelas pinceladas e composições selecionadas. Sejam nas colagens e recortes fotográficos de Kater, ou nas pinceladas enceradas de Lantz, o que instiga o recorte curatorial é a proposição imersiva em uma fenomenologia da cor, partilhada na experiência sensível de suas poéticas.

Até 12 de abril.

 

Fotografias de Claudia Andujar.

14/fev

A Casa Seva, em parceria com a Galeria Vermelho e com curadoria de Ana Carolina Ralston apresenta exposição individual de fotografias de Claudia Andujar. A mostra reúne uma série de imagens que exaltam a beleza e a complexidade ambiental da Natureza, permitindo um mergulho sensorial na visão da renomada fotógrafa suíça radicada no Brasil.

A exposição apresenta registros inéditos da floresta amazônica, capturados por Claudia Andujar nos anos 1970. As ampliações dessas fotografias possibilitam ao espectador uma experiência imersiva, dividida em dois núcleos expositivos dentro da Casa Seva, espaço independente voltado à Arte, Natureza e Sustentabilidade.

No primeiro, as imagens impressas em papel algodão ressaltam a maestria da artista no uso da luz e sua composição poética. Já no segundo núcleo, a projeção de três fotografias sobre tecidos cria uma atmosfera envolvente, permitindo que os visitantes interajam diretamente com a obra.

Além do impacto estético, “Claudia Andujar: Flora” resgata a mensagem essencial da artista: a importância da preservação da Amazônia. Publicadas originalmente na revista Realidade em uma edição especial sobre a região, essas imagens servem como um alerta para a devastação ambiental e a necessidade de proteger esse ecossistema vital. Como a própria Claudia Andujar afirma, “sem a natureza não dá para continuar a viver”.

Em cartaz até 12 de abril.

Artista emblemático do Modernismo Brasileiro.

12/fev

O Farol Santander São Paulo, centro de cultura, lazer, turismo e gastronomia, exibe a exposição Cícero Dias – com açúcar, com afeto. Com 42 obras, a mostra, que tem curadoria de Denise Mattar, produção de MG Produções e consultoria de Sylvia Dias (filha do artista), faz parte da programação comemorativa pelos sete anos do Farol Santander São Paulo. O público poderá visitar a exposição que ocupa toda a galeria do 22º andar, até 27 de abril.

“O Farol Santander tem orgulho em apresentar ao público a obra de Cícero Dias, artista emblemático do Modernismo Brasileiro, cujo trabalho transcende fronteiras e dialoga com as vanguardas internacionais. Sua arte, marcada por uma paleta de cores vibrante, reflete as paisagens e a cultura nordestina, evocando a essência lírica do Estado de Pernambuco”, comenta Maitê Leite, Vice-presidente Executiva Institucional Santander.

A exposição sustenta como proposta realçar a trajetória do artista, contextualizando sua história e evidenciando sua profunda relação às origens pernambucanas. Embora tenha vivido a maior parte de sua vida em Paris, onde foi amigo de Pablo Picasso, Paul Éluard, Alexander Calder entre outros, Cícero Dias nunca deixou de fato o Engenho Jundiá, onde nasceu.

O percurso circular da mostra apresenta as aquarelas oníricas da década de 1920. Exibe também as pinturas memorialistas dos anos 1930, atravessa o surrealismo dos anos 1940, aponta a abstração da década de 1950, e traz sua produção dos anos 1960 a 1990, quando ele retorna à figuração, incorporando toques nostálgicos dos anos 1930, acentos surrealistas da década de 1920 e as conquistas estruturais da abstração.

“Lírico, agressivo, caótico, sensual, poético e emocionante, o trabalho de Cícero Dias, no final dos anos 1920, era muito diverso de tudo o que se produzia na época. Ele sacudiu os nossos incipientes modernistas, estonteados pela força, a estranheza e a espontaneidade de sua obra”, diz Denise Mattar curadora da mostra.

Um dos destaques da exposição é a obra inédita Cabaré, década de1920, uma aquarela sobre papel. Este trabalho foi adquirido por um colecionador francês nos anos 1930, após uma exposição de Cícero Dias em Paris, permanecendo na Europa desde então. Recentemente, a obra foi adquirida pelos colecionadores brasileiros que a cederam para esta mostra.

Outro significativo trabalho de Cícero Dias exibido nesta exposição é a tela aquarelada Casa grande do Engenho Noruega (1933). Esta obra é uma das principais da carreira do artista e ilustrou a capa de diversas edições do livro Casa-Grande e Senzala, de Gilberto Freyre, um marco na literatura brasileira.

O ambiente também conta com duas obras táteis, com recurso de acessibilidade, incluindo Baile no Campo (1937), da Coleção Santander Brasil, e Sem Título (s.d.), da Coleção Marcos Ribeiro Simon, São Paulo, SP.

Entre as telas que integram o espaço, há peças provenientes de algumas das principais instituições, como o Santander Brasil, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (RJ), Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte Brasileira da FAAP (SP), Instituto São Fernando (RJ), além de colecionadores particulares, como Gilberto Chateaubriand (RJ), Waldir Simões de Assis (PR), Marta e Paulo Kuczynski (SP), Leonel Kaz (RJ), Marcos Simon (SP), entre outros.

Evento inédito na Casa Museu Carlos Scliar

Com o objetivo de promover e dar visibilidade ao movimento LGBTQIAPN+, será realizado nos dias 20, 21 e 22 de fevereiro de 2025, o festival “Scliarizando – todos temos nome e sobrenome”, na Casa Museu Carlos Scliar, em Cabo Frio, RJ. O evento oferece ao público a oportunidade de assistir obras que tratam da cultura e da arte do movimento LGBTQIAPN+, tendo como pauta um mundo menos discriminatório e preconceituoso. A programação contará com exposição de trabalhos inéditos de Carlos Scliar (1920 – 2001), apresentações musicais, exibição de filmes e mesas de conversa com psicólogos, médicos, historiadores, etc. O evento é uma realização Governo Federal, Ministério da Cultura, Prefeitura de Cabo Frio, Secretaria Municipal de Cultura através da Lei Paulo Gustavo e toda a programação é gratuita.

“O evento transforma a Casa Museu Carlos Scliar em palco da arte LGBTQIAPN+, conferindo ao espaço museal responsabilidade na atuação por um mundo menos discriminatório”, diz a curadora do evento e coordenadora da Casa Museu Cristina Ventura.

Desenhos e estudos inéditos de Scliar, produzidos entre 1940 e 1960, estarão na exposição “Nus”. Artista plástico de personalidade multifacetada, humanista, Carlos Scliar participou ativamente de importantes manifestações sociais e acontecimentos culturais e políticos ocorridos ao longo do século XX. “A trajetória de Scliar nos permite afirmar que sua obra é decorrente do trabalho ininterrupto, compreendido pelo comprometimento com que tratava questões sociais de liberdade e respeito”, afirma Cristina Ventura, que completa: “Atento às relações humanas, onde há disciplina e provocação, liberdade e luta, beleza e cotidiano, valores raros encontrados no respeito ao homem, Scliar foi artista de trajetória singular, a ser revisitado”.

Também como parte do evento, será realizada uma oficina de gravura, utilizando frases presentes em obras de Scliar do período da ditadura militar, tais como: “Pergunte quem”, “Pergunte onde”, “Pergunte ainda” e “Pão e rosas para todos”, que serão impressas em tecido com as cores do arco-íris.

A programação também será animada com shows de Raisa Alves, Zarinho Mureb e das drag queens Rodrigo Rodrigues como Monayra Manon, Lenival Dantas como Susan Marx e Hugo Belford como PVC. Hugo Belford também será responsável pela oficina de Vogue, que, mais do que um estilo de dança, é um movimento de reafirmação de identidade de gêneros e sexualidade.

Haverá, ainda, a mesa de conversa “Instabilidade política e social”, com a participação da psicóloga autista Claridad Geraldel, que faz um trabalho clínico voltado à população queer e neurodivergente, e do médico psiquiatra David M. Achaval, especialista em ansiedade, depressão e deteriorações cognitivas. Também será realizada palestra com a doutora em história Eliza Toledo, que tem pesquisas voltadas para gênero, violência, história das mulheres, histórias das ciências e da saúde com ênfase na história da psiquiatria.

A programação também inclui a exibição dos filmes “Cabaré Eldorado: O Alvo dos Nazistas”, de Benjamin Cantu, “Retrato de uma Jovem em Chamas”, de Celine Sciamma, e do curta-metragem “Point 44”, de Marcio Paixão.

Sobre a Cas Museu Carlos Scliar.

O Instituto Cultural Carlos Scliar (ICCS) foi criado em 2001, mesmo ano da morte de seu patrono. O processo para criação da instituição foi acompanhado pelo artista, um acordo que fez com o filho Francisco Scliar para manter sua memória. Fundada por Francisco Scliar junto com os amigos: Cildo Meireles, Thereza Miranda, Anna Letycia, Regina Lamenza, Eunice Scliar, entre outros conselheiros, a instituição, aberta ao público em 2004, está sediada na casa/ateliê do pintor, em Cabo Frio, Rio de Janeiro. Trata-se de um sobrado oitocentista, com cerca de 1000m², adquirido em ruínas por Scliar, reformado em 1965 para abrigar seu ateliê e ampliado na década de 1970, com projeto de Zanine Caldas. A casa mantém a ambientação dos espaços deixada por Scliar, com seus objetos pessoais, acervo documental, bibliográfico, gravuras, desenhos e obras. A coleção resulta da produção do próprio artista ao longo de sua vida, somado a uma expressiva e representativa coleção de obras originais dos mais importantes artistas do cenário brasileiro do século XX, os amigos José Pancetti, Djanira, Cildo Meireles, Di Cavalcanti, Aldo Bonadei, entre outros, além de cerca de 10 mil documentos datados desde a década de 1930. Reforçando seu compromisso sociocultural, ao longo dos últimos três anos foram atendidos mais de 1000 estudantes do estado do Rio de Janeiro,em projetos educativos. Em 2023, a instituição foi agraciada com o Prêmio Darcy Ribeiro de Educação Museal, promovido pelo IBRAM.

 

Antonio Manoel em livro.

Incontornáveis é o nome da série de trabalhos inéditos que Antonio Manuel produziu durante o confinamento imposto pela pandemia de covid-19. É, também, o título do livro que será lançado pela BEĨ Editora no dia 20 de fevereiro de 2025, na Livraria da Travessa, Ipanema, Rio de Janeiro, com uma conversa entre o artista e o curador Paulo Venancio Filho. O livro também será lançado em São Paulo durante a SP-Arte.

Com 208 páginas, o livro, de grande apuro visual e gráfico, traz imagens dos trabalhos da série inédita Incontornáveis, incluindo dois fac-símiles. Completam a publicação textos inéditos dos curadores Ana Maria Maia e Paulo Venancio Filho, além do ensaio “O galo dos ovos de ouro”, escrito por Décio Pignatari, em 1973, para a Exposição de Antonio Manuel (de 0 às 24 horas nas bancas de jornais).

“A base deste livro são esses novos trabalhos, inéditos, produzidos durante o recolhimento a que fomos submetidos em 2020. Considero que são aberturas que se realizam e se revelam na ação precisa das mãos, como linhas contínuas de luz e energia. Um exercício de liberdade que se move em acontecimentos e revelações.”, afirma Antonio Manuel.

Os Incontornáveis são composições resultantes de camadas de folhas de jornal, rasgadas e pintadas. Fragmentos de notícias, palavras recobertas de tinta – ou reveladas pelas cores e pelos recortes do papel – comentam, profundam e se associam a registros da trajetória percorrida por Antonio Manuel ao longo de mais de cinco décadas de atuação – uma trajetória pautada tanto pela inquietação e pela resistência aos autoritarismos de toda ordem, quanto pela surpresa e pelo humor. “Prestem bem atenção ao rasgo; ele não vai desapontar, sua minúcia deliberadamente calculada, a praticamente infalível maestria dos dedos e a inaudita operação cirúrgica estética expõem a beleza e o desenho límpido da incisão.”, diz o curador Paulo Venancio Filho no texto do livro.

O artista tem uma forte ligação com os jornais, já tendo produzido diversos trabalhos com este suporte ao longo de sua trajetória. Em 1973, ele realizou a “Exposição de Antonio Manuel (de 0 às 24 horas nas bancas de jornais)”, uma mostra no caderno de cultura do extinto periódico O Jornal, no qual buscava discutir o papel dos meios de comunicação de massa em tempos de censura. Agora, ele amplia as 24 horas do jornal para refletir sobre a transitoriedade da informação e a relevância da palavra impressa hoje. “Entre pedaços de notícias do dia e seu cancelamento enquanto forma pictórica […], a obra documentou um percurso possível da intimidade do ateliê até o que se recordava ou almejava de uma esfera pública esvaziada.”, afirma a curadora Ana Maria Maia no texto escrito para o livro.

Sobre os autores

Antonio Manuel é um dos mais relevantes nomes vinculados à arte experimental brasileira. Sua obra, que compreende pintura, performance, instalação e filmes, entre outros suportes, tem como tema central o contexto social e político brasileiro e o sistema das artes. Dessa perspectiva, executou, desde os anos 1960, as “Urnas quentes”, trabalhos com jornais e flans, “O corpo é a obra” “Fantasma” e  “Ocupações/descobrimentos” , entre outros.  Dentre suas principais exposições individuais estão Bienal de Veneza (2015);  panorâmica no MAM Rio (2014); “I want to act, not represent”, na Americas Society, em Nova York (2011); “Fatos”, no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo ( 2007); mostra no Pharos Centre of Contemporary Art, em Chipre (2005); no Museu da Chácara do Céu (2002); na Fundação Serralves, em Portugal ( 2000); no Jeu de Paume, em Paris (1999); no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, em (1998); no Centro de Arte Hélio Oiticica (1997).  Tem obras em importantes coleções públicas do Brasil e do exterior, como Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Fundação Serralves, em Portugal, MoMA, em Nova York e Tate Modern, em Londres.

Ana Maria Maia é pesquisadora, curadora e professora de arte contemporânea. Tem doutorado em artes pela Universidade de São Paulo (USP). É organizadora do livro Flávio de Carvalho (Azougue, 2014) e autora de Arte-veículo: intervenções na mídia de massa brasileira (Circuito e Aplicação, 2015), resultado da Bolsa Funarte de Estímulo à Produção Artística. Desde 2019, atua como curadora da Pinacoteca de São Paulo, onde tornou-se curadora chefe em 2022.

Paulo Venancio Filho é curador, crítico de arte e professor na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Publicou textos sobre vários artistas brasileiros, entre os quais Antonio Manuel, Hélio Oiticica, Cildo Meireles, Lygia Pape, Waltércio Caldas, Mira Schendel, Franz Weissmann, Iole de Freitas, Carlos Zilio, Anna Maria Maiolino, Eleonore Koch e Nuno Ramos. Foi curador das seguintes exposições: Century City: Art and Culture in the Modern Metropolis (Tate Modern, Londres, 2001), Soto: A construção da imaterialidade (CCBB, Rio de Janeiro,2005/Instituto Tomie Othake,2006/MON, Curitiba, 2006), Anna Maria Maiolino: Entre Muitos (Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2005/Miami Art Central, 2006), Fatos/Antonio Manuel (CCBB, São Paulo, 2007), Time and Place: Rio de Janeiro 1956-1964 (Moderna Museet, Estocolmo, 2008), Nova Arte Nova (CCBB, Rio de Janeiro, 2008), Hot Spots (Kunsthaus Zürich, 2009), Cruzamentos (Wexner Center for the Arts, Columbus,  2014),  Possibilities of the Object: Experiments in Brazilian Modern and Contenporary Art (The Fruitmarket Gallery, Edinburgh, 2015) e Piero Manzoni (MAM-SP, 2015) e Angelo Venosa:Escultor (Casa Roberto Marinho, 2023).

Sobre a Galeria Raquel Arnaud

Fundada em 1974, a Galeria Raquel Arnaud é referência no cenário da arte contemporânea brasileira e internacional. Com foco em arte construtiva, cinética e contemporânea, a galeria destaca-se por promover artistas cuja produção explora a relação entre espaço, forma e luz. Para isso, contribuíram artistas como Amilcar de Castro, Willys de Castro, Lygia Clark, Mira Schendel, Sergio Camargo, Hércules Barsotti e Arthur Luiz Piza, entre muitos outros. Além de seu papel no campo da abstração geométrica, a galeria tem se dedicado a promover artistas que exploram novas possibilidades de linguagem no contexto da arte contemporânea, representando nomes como Waltercio Caldas, Carlos Cruz-Díez, Arthur Luiz Piza, Sérvulo Esmeraldo, Antonio Manuel, Iole de Freitas, Maria Carmen Perlingeiro, Carlos Zilio, Tuneu, Frida Baranek, Geórgia Kyriakakis, Julio Villani, Célia Euvaldo, Wolfram Ullrich, Elizabeth Jobim, Guto Lacaz, Carla Chaim, Carlos Nunes e Ding Musa. Localizada em São Paulo, tornou-se um espaço de vanguarda ao apresentar exposições que dialogam com a arquitetura e o design, além de fomentar a reflexão sobre questões estéticas e conceituais. Sob a liderança visionária de Raquel Arnaud, a galeria consolidou seu papel como um dos principais pontos de encontro para colecionadores, críticos e amantes da arte. Atualmente, sob direção de Raquel Arnaud e Myra Arnaud Babenco, o espaço entra em um novo momento, em conexão com o mercado e com a arte contemporânea.

Sobre a BEĨ Editora

Ao longo de sua trajetória, a BEĨ consolidou-se como uma editora de excelência na concepção e execução de projetos editoriais, mantendo a mesma qualidade nas plataformas de debate e educação que desenvolveu nos últimos anos. O catálogo da editora é formado por livros de arte, design, fotografia, gastronomia, arquitetura, urbanismo e economia, além de títulos voltados para a educação de jovens desde o Ensino Fundamental até a universidade. A palavra beĩ – “um pouco mais”, em tupi – define o espírito que norteia a editora desde sua fundação. O nome reflete o desejo de superar limites, o que se repete a cada projeto executado. A palavra remete ainda ao envolvimento da editora com o Brasil e a cultura brasileira, num compromisso que se reafirma não apenas nas suas publicações, mas no conjunto de suas ações durante um percurso de quase três décadas, que resultou também em iniciativas como a Coleção BEĨ de bancos indígenas do Brasil e a BEĨ Educação.

Adiar a ordem

11/fev

 

A Galatea inicia o calendário expositivo de 2025 da sua unidade na Rua Oscar Freire, em São Paulo, com a mostra coletiva “Adiar a ordem”, que apresenta obras de Bianca Madruga (Rio de Janeiro, 1984), Carolina Cordeiro (Belo Horizonte, 1983), Cinthia Marcelle (Belo Horizonte, 1974), Isadora Soares Belletti (Belo Horizonte, 1995), Leila Danziger (Rio de Janeiro, 1962) e Maíra Dietrich (Florianópolis, 1988). Com curadoria de Fernanda Morse, a exposição abre no dia 11 de fevereiro,  das 18h às 21h, e reúne artistas mulheres de diferentes gerações que estão produzindo, hoje, sob o vasto guarda-chuva do que se entende como arte conceitual.

Baseando suas práticas em intenso experimentalismo, as artistas transitam entre variadas linguagens, como o desenho, a colagem, a instalação e a escultura. O título da exposição se relaciona, justamente, com o caráter não-convencional dos métodos e recursos simbólicos por elas mobilizados. É como se, nesses trabalhos, houvesse uma busca por desafiar a ordem das coisas; é como se, através deles, a ordem das coisas fosse desfeita.

 

Em exposição na Central.

10/fev

Mariana Manhães apresenta a exposição individual “O lado de fora dos olhos fechados”a partir do dia 15 de fevereiro, sábado, na Central Galeria.

A mostra marca a mudança na prática da artista, que, após um período de silêncio, experimenta novos materiais e soluções formais para as obras apresentadas.

“Meu interesse é entrar em algo que não tenha nome, que não seja nem instalação, nem escultura, e sim, todas as coisas juntas” conta Mariana Manhães.

 A artista foca, nesta exposição, na invenção de organismos e seus espaços próprios.

“Seres organizados em círculo nesta sala, como num alinhamento megalítico, evocam a distribuição de elementos numa floresta, onde habitam entes que vemos e que não vemos. Ronda o mistério; sinto que há um ritual em curso, embora não seja capaz de nomeá-lo.”

Escreve Ana Avelar, que assina o texto crítico da mostra.

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