Exposição:

8 a 17 de dezembro, 11 as 19h

Leilão São Paulo

17 de dezembro às 20h

Registros e lances:

+55 11 3062 2333

+55 11 94348 3506

“quero, na arte, ser a caipirinha de São Bernardo, brincando com bonecas de mato, como no último quadro que estou pintando”

— Trecho de carta de Tarsila do Amaral à familia, enviada de Paris ao Brasil em 1923

Tarsila do Amaral (1886 – 1973)

A Caipirinha, 1923
Óleo sobre tela [Oil on canvas]
Assinada e datada (inferior direito) [Signed and dated (lower right)]
60 x 81 cm [23 1/2 x 31 7/8 in.]

Lance inicial:

R$ 47.613.848,66

Documentário

A Caipirinha, 1923

— Aracy A. Amaral

O esboço mais próximo que possuímos de Caipirinha é, por certo, um singelo desenho feito por Tarsila do Amaral como anotação e enviado em meio a uma carta datada de 19 de abril de 1923 à sua família em São Paulo, à qual escrevia com regularidade dando conta de suas atividades na Europa: “...quero, na arte, ser a caipirinha de São Bernardo, brincando com bonecas de mato, como no último quadro que estou pintando”.

Tais documentos são pistas não apenas para a datação desta obra, mas também para entendermos o desenvolvimento, aos saltos, de Tarsila como pintora nesse ano de 1923. Período em que seu aprendizado se desdobra em estágios com André Lhote, Fernand Léger e Albert Gleizes, sucessivamente. Tarsila passou dos retratos plenos de diagonais e colorido suavemente azulado como os de Oswald de Andrade e Sergio Milliet à vista da Pont Neuf e aos vibrantes Figura em Azul e Manteau Rouge; do cubista Natureza Morta com relógios às academias “legerianas” até chegar a Rio de Janeiro, à Caipirinha e, finalmente, à potência marcante de A Negra.

O ano de 1923 foi, enfim, pleno de experiências, vivências sociais e pictóricas para sua vida pessoal. Ano fundamental em sua estada em Paris com Oswald de Andrade, quando estabeleceu redes de contato com o meio cultural francês que cultivaria por toda essa década. Por meio do poeta suíço-francês Blaise Cendrars, o casal seria introduzido ao “creme do creme” do meio artístico francês.

Tarsila conhece também em Paris nesse mesmo ano a dona Olivia Guedes Penteado, futura patronesse das artes, através de Paulo Prado. A ilustre paulista, no ano seguinte, segundo depoimento de Tarsila dado em 13 de maio de 1971 a um grupo de artistas e historiadores do MIS (Museu da Imagem e do Som de São Paulo), faz uma reforma na cocheira de seu palacete à rua Conselheiro Nébias na capital paulista, transformando-o em um “pavilhão moderno”, por ocasião do início de suas aquisições de artistas modernos, no caso, um Léger. Para esse espaço, Lasar Segall seria convidado a realizar um painel abstrato, marcante para a época.

Tarsila então oferece a Caipirinha como um presente para esse pavilhão prestigioso. Quando do falecimento de dona Olivia, a pintura fica com sua filha Carolina Silva Telles, passando depois para o seu neto Goffredo Silva Telles Junior e sendo vendida para Salim Taufic Schahin na década de 1990. “Na Caipirinha eu aproveitei uma

recordação de criança. Eu costumava brincar quando era pequena com um matinho que crescia perto do muro (na fazenda). Eu cortava aquilo, era muito flexível, e fazia uma boneca. Fazia os braços, depois fazia uma sainha... Lembrei-me de pôr no quadro uma folha parecida” (depoim. cit. MIS 1971 / Folha de S. Paulo, “Saudades Caipirinha”, 16 fev. 1975). Percebe-se na tela a tentativa de uma geometrização bem deliberada dos elementos compositivos, desejando visivelmente conciliar a paisagem rural, que Tarsila afetivamente projeta, com um jogo de figuras geométricas já em curso em seus trabalhos.

Nesta pintura vemos, assim, a sequência de verticais – cerca simbólica, troncos de árvores estilizadas, mão, portas – articulando-se com figuras esféricas, além de diagonais perceptíveis nos telhados das casas, vestido e corpo, em triangulação bem visível em elementos da figura dominante.

A paleta de colorido cálido comparece parcialmente, nesse mesmo ano, em “academias” com modelo por influência de Léger. Mas em Caipirinha a artista prenuncia, a par da síntese pictórica adquirida em Paris em 1923 com os mestres citados, a força da opção por uma postura moderna com fidelidade marcante a seus valores da terra brasileira.

Tarsila do Amaral, de 1923 para a posteridade

Mil novecentos e vinte e três: Tarsila do Amaral retorna a Paris, onde viverá experiências determinantes para o seu trabalho artístico e começará a pintar telas dotadas de uma linguagem própria não desenvolvida até então, com temas, cores e formas que marcarão suas principais obras dali em diante. Tarsila afirma: “o ano de 1923 foi o mais importante na minha carreira artística” e “um mundo novo se revelou” ao seu espírito quando começou a frequentar as aulas de André Lhote, com quem estudou durante três meses no primeiro semestre. Nesse período, pintou o famoso autorretrato Manteau Rouge, em que aplica as lições de Lhote ao reproduzir como se vestia em jantar oferecido pela embaixada brasileira a Santos Dummont: a artista teria chamado a atenção dos convidados com o seu casaco vermelho de grife famosa, seu penteado elegante e seu batom também vermelho. Um pouco depois, Tarsila pintaria a Caipirinha, valendo-se das reminiscências da sua infância na fazenda da família no interior de São Paulo combinadas com os princípios do cubismo aos quais acabara de ser introduzida. Entre setembro e outubro, passou a fazer aulas com Fernand Léger, a quem impressionou com a tela A Negra, gênese de elaborações que mais tarde se desdobrarão na fase antropofágica de Tarsila.

Léger certamente foi o mais relevante entre os professores que teve nesse ano: não relutava contra a inevitável influência do mestre sobre o seu próprio trabalho, dele soube aproveitar a inteligência do método e a síntese pictórica, combinando a esses elementos aspectos da sua identidade brasileira, que aos poucos percebia ser valiosa dentro do cenário estrangeiro. Em carta à família, compartilha essa observação: “Não pensem que essa tendência brasileira na arte é malvista aqui. Pelo contrário. O que se quer aqui é que cada um traga a contribuição de seu próprio país. (...) Paris está farta da arte parisiense.”

Encantadora e símbolo de um universo instigante e desconhecido, Tarsila foi muito bem recebida pela classe artística parisiense. Junto de seu companheiro Oswald de Andrade, conheceu grandes figuras como Brancusi e Jean Cocteau, a eles introduzidos por Blaise Cendrars, poeta francês que conheceram em maio de 1923 e do qual se tornaram grandes amigos. Foi também nessa época que a artista conheceu Pablo Picasso em uma visita marcante ao seu atelier, episódio comentado em crônica que escreve em 1936: “Foi cheia de emoção que subi no ateliê do mestre. Queria ouvir da sua boca a palavra mágica que me desvendasse o mundo hieroglífico do cubismo” e

de lá sai com a seguinte mensagem, após breve discussão sobre a pintura de Le Douanier Rousseau: “Procure contato com as boas obras de arte para senti-las”. Pouco tempo depois, fez aulas com Albert Gleizes, seu último professor de pintura daquele ano e, provavelmente, o mais cerebral de todos. Tarsila não se furta ao aprendizado com Gleizes, mas mantém ressoando a mensagem de Picasso: à técnica refinada que adquire, soma a afetividade e o assunto das suas origens, das suas memias e, com o seu retorno ao Brasil, da sua observação apaixonada da paisagem.

No início de 1924 Tarsila já está de volta à São Paulo e se aplica na produção de suas obras “bem brasileiras”, como o que ela mesma diz sobre A Cuca, que começa a pintar em fevereiro desse ano. Nota-se, assim, os desdobramentos das suas experiências em Paris, e os efeitos de um deslocamento que atuou como o dispositivo revelador de uma identidade que até 1923 Tarsila não tinha reivindicado como sua, mas que é encorajada a reconhecer e através da qual se distingue no meio artístico. A viagem que empreende com Oswald, seu filho Nonê, D. Olívia e seu neto Goffredo,

Mário de Andrade, Blaise Cendrars e René Thiollier para o Rio de Janeiro e pelo interior de Minas Gerais nela dispara um desrecalque temático e perceptivo, o que se evidencia principalmente no seguinte relato, que marca a entrada da artista em sua fase “pau-brasil”: “Encontrei em Minas as cores que adorava em criança. Ensinaram-me depois que eram feias e caipiras. Segui o ramerrão do gosto apurado... Mas depois vinguei-me da opressão passando-as para minhas telas: azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante, tudo em gradações mais ou menos fortes conforme a mistura de branco. Pintura limpa, sobretudo, sem medo de cânones convencionais.”

Desse momento em diante, Tarsila se estabelece como artista com uma linguagem própria e seu reconhecimento não tarda a chegar. Em 1926, realiza sua primeira exposição individual em Paris, com obras que datam de 1923 a 1926. Em 1928, pinta o Abaporu, e a figura que compõe o quadro, espécie de monstro ou entidade mítica desconhecida, muito

impressiona Oswald de Andrade, que nele se inspira para escrever o Manifesto Antropófago e a defender como procedimento primordial para a produção artística brasileira emancipada o gesto de se apropriar da potência dos elementos estrangeiros deglutindo-os, digerindo-os e, dessa forma, deles se nutrindo para produzir algo novo, autêntico. Essa fase antropofágica do modernismo, deslanchada pelas figurações de Tarsila do Amaral, tornou-se um dos momentos mais marcantes da histia da arte brasileira, ecoando em diversos outros movimentos, principalmente no Tropicalismo, ao fim dos anos 1960. O próprio Caetano Veloso, um dos expoentes dessa geração, disse posteriormente em entrevista a Augusto de Campos que “O tropicalismo é um neoantropofagismo.” Antes disso, em 1967, Hélio Oiticica já deixava muito clara a importância e influência desse momento para ilustrar o que compreendia como uma “vontade construtiva geral no Brasil”: “Até mesmo no Movimento de 22 poder-se-ia verificar isto, sendo, a nosso ver, o motivo que levou Oswald de

Andrade à célebre conclusão do que seria nossa cultura antropofágica. (...) Isto não aconteceria não houvesse, latente na nossa maneira de aprender tais influências, algo de especial característico nosso, que seria essa vontade construtiva geral.”

Dessa forma, protagonista de um importante legado da arte para a cultura brasileira, Tarsila do Amaral é uma das nossas artistas mais consagradas. Atualmente, diversas obras de sua autoria encontram-se em museus internacionais, como A Cuca, 1924, que integra a coleção do Musée de Grénoble, na França; o Abaporu, 1928, que reside no Museu de Arte Latino-americana de Buenos Aires – Malba, na Argentina; O Pescador, 1925, localizado no Museu Hermitage, na Rússia, e A Lua, 1928, adquirida pelo MoMa - NY em 2019.

O percurso afetivo de uma obra

Foi no ano decisivo de 1923, em Paris, que Tarsila do Amaral (1886–1973) e Dona Olívia Penteado (1872–1934) se conheceram, dando início a uma amizade duradoura. Tarsila, que acabava de se estabelecer na cidade e circulava entre ateliês de grandes artistas aprendendo suas lições cubistas, foi apresentada à D. Olívia por Paulo Prado e, junto de seu companheiro Oswald de Andrade, a guiou pelas galerias de arte vanguardista de Paris, apresentando-lhe um universo com o qual ainda tinha pouco contato. Tais passeios resultaram na aquisição, por Dona Olívia, de obras importantes que inaugurariam a sua coleção de arte moderna, como a tela Compotier aux Poires, de Fernand Léger, um dos mestres com quem Tarsila estudou. Tomando conhecimento das intenções de sua amiga de criar o que veio a ser chamado de “salão modernista” na até então inutilizada cocheira de sua casa em São Paulo, Tarsila oferece a Olívia aquele que ela julgava ser um dos seus melhores quadros à época, a Caipirinha.

Assim, a obra em questão sela um laço que se fortificará cada vez mais ao longo dos anos. Entre os episódios mais significativos dessa amizade está a viagem que Tarsila, Oswald e seu filho Nonê, D. Olívia e seu neto Goffredo, Mário

de Andrade e René Thiollier empreenderam em 1924 para conhecer e, ao mesmo tempo, mostrar ao poeta francês em visita Blaise Cendrars o carnaval do Rio de Janeiro e as cidades históricas de Minas Gerais. Para a pintora recém-chegada da Europa, a experiência foi deslumbrante e lhe abriu um universo de cores e temas até então pouco visitados em sua obra, desdobrando-se em telas como Carnaval em Madureira e Morro de Favela. Desde então, Olívia e Tarsila jamais deixaram de se admirar e de se frequentar até a morte da patronesse das artes em 1934 – sobre a amiga, Tarsila escreve em crônica de 1936: “Tudo, nessa ilustre paulista, foi distinção, foi elegância, foi compreensão, foi amor pelos ambientes artísticos e bonitos”. Após a sua partida, a Caipirinha passa para Carolina Silva Telles (1895-1997), sua filha, e depois para o seu neto, o professor, advogado e jurista Goffredo Silva Telles Junior (1915-2009).

Goffredo, muito apegado à avó, estava sempre por perto e convivia com os seus amigos distintos, tendo suas próprias histórias para contar sobre cada um. Tarsila era uma das suas artistas preferidas entre todos que conhecera, e com ela estudou desenho por alguns meses quando jovem. Sempre figurada como uma personalidade encantadora, a pintora era francamente admirada

por essa família que exerceu um papel decisivo no desenvolvimento artístico e cultural da cidade de São Paulo. Se D. Olívia, segundo Tarsila, “organizou uma das galerias mais opulentas e interessantes do Brasil, com trabalhos de Picasso, Léger, Brancusi, Lhote e outros nomes consagrados”, sua prima Yolanda Penteado (1903 – 1983), apelidada de “caipirinha de Leme” por Assis Chateaubriand, foi responsável por formar o acervo inicial do Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM-SP e por organizar, junto com seu marido Ciccillo Matarazzo (1898- 1977), a 1a Bienal Internacional de São Paulo, inaugurada em 1951, além de outras edições do grande evento. Trata-se, portanto, de uma família cuja própria história se confunde com a história da institucionalização da arte em São Paulo e da inserção do Brasil no mercado internacional das artes.

Exposições

Tarsila. Palace Hotel: Rio de janeiro, julho de 1929 ;
Edifício Glia: São Paulo, setembro de 1929 ;
Tarsila do Amaral: Retrospectiva. Palace Hotel: Rio de Janeiro, outubro de 1933 ;
Tarsila 1918-1950. Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP: São Paulo, dezembro de 1950 ;
Tarsila: 50 Anos de Pintura. Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ: Rio de Janeiro, abril a maio de 1969 ;
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP: São Paulo, maio a junho de 1969 ;
38a Exposição Geral de Belas Artes (Salão Revolucionário). Escola Nacional de Belas Artes - Enba: Rio de Janeiro, setembro de 1931 ;
7a Bienal Internacional de São Paulo. Fundação Bienal de São Paulo: São Paulo, 28 de setembro a 22 de dezembro de 1963 ;
32a Biennale de Venezia. Pavilhão do Brasil: Venezia, 20 de junho a 18 de outubro de 1964 ;
7o Salão Nacional de Artes Plásticas (Salão de 31). Sala Especial do Salão Nacional de Artes Plásticas: Fortaleza, dezembro de 1984 a janeiro de 1985 ;
24a Bienal Internacional de São Paulo. Fundação Bienal de São Paulo: 3 de outubro a 3 de dezembro de 1998 ;
De la Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950 / Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950; Instituto Valenciano de Arte Moderna: Valencia, 26 de outubro de 2000 a 14 de janeiro de 2001 ;
Museu de Arte Brasileira - MAB-FAAP: São Paulo, 30 de novembro de 2002 a 2 de março de 2003 ;
Art in Brazil (1950-2011) : europalia.brasil. Bozar Centre for Fine Arts: Brussels, 11 de outubro de 2011 a 15 de janeiro de 2012.

Bibliografia

Catálogo Raisonné Tarsila do Amaral / Catalogue Raisonné Tarsila do Amaral - 3 volumes. São Paulo: Base 7, 2008, vol. 1 - p. 98;
Tarsila: Sua Obra e Seu Tempo. São Paulo: Edusp/Perspectiva: 1975, vol. 1, p. 72; vol. 2, p. 20 Arte Brasileira: Interfaces para a Contemporaneidade. São Paulo: Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, 2005, p. 179 (citação [quotation]);
Tarsila: Sua Obra e Seu Tempo. São Paulo: Tenege, 1986, p. 97;
Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1998, p. 73;
Correspondência Mário de Andrade & Tarsila do Amaral. São Paulo: Edusp/IEB USP, 2001, p. 77; p. 79 (citação [quotation]);
Tarsila Cronista. São Paulo: Edusp, 2001, p. 27 (citação [quotation]);
Tarsila: Sua Obra e Seu Tempo. São Paulo: Editora 34/Edusp, 2003, prancha [plate] IV;
Textos do Trópico de Capricórnio: Artigos e Ensaios (1980-2005). São Paulo: Editora 34, 2006, p. 27; p. 50 (citação [quotation]);
Tarsila. São Paulo: Grupo Takano/Sesc São Paulo, 2003, p. 40;
Tarsila por Tarsila. São Paulo: Celebris, 2004, p. 40;
Aspectos da Pintura Brasileira. Rio de Janeiro: Spala Editora, 1979, p. XXXVII (citação [quotation]);
Encontro com Tarsila do Amaral. São Paulo: Minden Editora, 199-, p. 13;
Modernidade: Vanguardas Artísticas na América Latina. São Paulo: Fundação Memorial da América Latina/ Editora Unesp, 1990, p. 180 (citação [quotation]);
5 Mestres Brasileiros: Pintores Construtivistas: Tarsila, Volpi, Dacosta, Ferrari, Valentim. Rio de Janeiro: Livraria Kosmos Editora, 1977, p. 11 (citação [quotation]);
A Aventura Brasileira de Blaise Cendrars: Ensaio, Cronologia, Filme, Depoimentos, Antologia. São Paulo: Editora Quirón, 1978, p. 265 (citação [quotation]);
Tarsila do Amaral: a Modernista. São Paulo: Ed. Senac, 2000, p. 85 (citação [quotation]);
O Banquete Canibal: a Modernidade em Tarsila do Amaral. Curitiba: Ed. UFPR, 2002, p. 54, 55;
Tarsila: Obras 1920/1930: 60 anos da Semana de Arte Moderna. Rio de Janeiro: IBM do Brasil, 1982, p. 73;

Tarsila. São Paulo: Art Ed., 1991, p. 43;
Paisagens Brasileiras. São Paulo: Difusão Cultural do Livro, 2003, p. 24, 25, 57;
Aspectos da Arte Brasileira. Rio de Janeiro: Funarte, 1981, p. 114 (citação [quotation]);
Tarsila do Amaral. São Paulo: Callis, 1998, p. 23;
História Geral da Arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles/Fundação Djalma Guimarães, 1983, p. 557 (citação [quotation]);
Salão de 1931: Marco da Revelação da Arte Moderna em Nível Nacional. Rio de Janeiro: Funarte/ INAP, 1984, p. 150;
Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 199?, p. 61 (citação [quotation]);
Coleção Mário de Andrade: Artes Plásticas. São Paulo: IEB USP, 1984, p. XXXIX (citação [quotation]);
Coleção Mário de Andrade: Artes Plásticas. 2a Ed. São Paulo: IEB USP, 1998, p. XXXIX (citação [quotation]);
Tarsila: 1918-1968. Rio de Janeiro: Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP, 1969, p. 57 (ficha técnica [fact sheet]);
Tarsila do Amaral na BM&F: Percurso Afetivo – 120 Anos de Nascimento. São Paulo: BM&F, 2006, p. 9 (citação [quotation]);
Tarsila Viajante = Tarsila Viajera. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 2008, p. 26;
Tarsila do Amaral: Peintre Brésilienne à Paris. Rio de Janeiro: Imago Escritório de Arte, 2005, p. 24, 26, 69, 85, 86, 103 (citação [quotation]);
Tarsila: 1918-1950. São Paulo: Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP, 1950, p. 10 Tarsila: Rio 1929. São Paulo: Typ. Bancária, 1929, p. 3 (ficha técnica [fact sheet]);
Tarsila: S. Paulo 1929. São Paulo: Typ. Bancária, 1929, p. 3 (ficha técnica [fact sheet]);
7a Bienal de São Paulo. São Paulo: Fundação Bienal, 1963, p. 95 (ficha técnica [fact sheet]) 32a Biennale de Venezia. Venezia: s.n., 1964;
Brasil-Brasis: Cousas Notaveis e Espantosas: a Construção do Brasil: 1500-1825. Lisboa: Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 2000, p. 37 (citação [quotation]);
38a Exposição Geral de Belas Artes. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Belas Artes - Enba: Rio de

Janeiro, 1931, s.p. (citação) [n.p. (quotation]);
La dona, metamorfosi de la modernitat. Barcelona: Fondació Joan Miró, 2004, p. 120 (citação [quotation]);
No Tempo dos Modernistas: D. Olívia Penteado, a Senhora das Artes. São Paulo: MAB Faap, 2002, p. 161;
De la Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950. Valencia: Instituto Valenciano de Arte Moderna, 2000, p. 63;
Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950. São Paulo: Cosac & Naify/MAB-FAAP, 2002, p. 63;
Recordações de Paris. São Paulo: Habitat, no 6, 1951, p. 19;
Da Antropofagia a Brasília: Brasil, 1920-1950. São Paulo: Qualimetria, no 136, dezembro de 2002 [December, 2002];
Tarsila em Revista. São Paulo: Capivari, v. 1, junho de 2002 [June, 2002], p. 13, 35;
Lembranças da Grande Festa. Rio de Janeiro: Arte Hoje, ano 1 [year 1], no 5, novembro de 1977 [November, 1977], p. 34 (citação [quotation]);
VII Bienal de São Paulo. São Paulo: Habitat, no 74, dezembro de 1963 [December, 1963], p. 6 (citação [quotation]);
Atualidade e Expressão de Tarsila. Rio de Janeiro: Comentário, julho a setembro de 1968 [July to September, 1968], p. 113 (citação [quotation]);
Uma Caipira que Fez História. São Paulo: Visão, 28 de janeiro de 1966 [January 28th, 1966], p. 45 (citação [quotation]);
Correspondência de Mário para Tarsila. São Paulo: O Estado de S. Paulo, 3 de agosto de 1968 [August 3rd, 1968], p. 3 (citação [quotation]);
Significação de Tarsila. São Paulo: O Estado de S. Paulo, 3 de maio de 1968 [May 3rd, 1969], p. 3 (citação [quotation]);
Roteiro de Tarsila. São Paulo: O Estado de S. Paulo, 12 de abril de 1969 [April 12th, 1969], p. 4 (citação [quotation]);
Encontro de Tarsila com Tarsila. São Paulo: Diário de São Paulo, 5 de junho de 1969 [June 5th, 1969], p. 5 (citação [quotation]);

Tarsila do Amaral, A Primeira Dama da Pintura Brasileira. Belo Horizonte: Municípios Mineiros, 24 de setembro de 1986 [September 24th, 1986], p. 7 (citação [quotation]);
Seu Papel e Sua Glória. São Paulo: O Estado de S. Paulo, 12 de abril de 1969 (April 12th, 1969), p. 5 (citação [quotation]);
Tarsila, A Pintora dos Sonhos Brasileiros. São Paulo: O Estado de S. Paulo, 17 de outubro de 1982 [October 17th, 1982], p. 12 (citação [quotation]);
Tarsila: Postais do Modernismo. São Paulo: Folha de S. Paulo, 16 de janeiro de 1983 [January 16th, 1983], p. 8 (citação [quotation]);
Tarsila do Amaral: A Musa Ausente. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 18 de janeiro de 1973 [January 18th, 1973], p. 1 (citação [quotation]);
Tombamentos de Obras Divide o Mercado. São Paulo: Folha de S. Paulo, 3 de fevereiro de 1996 [February 3rd, 1996], p. 7 (citação [quotation]);
Reminiscências da “Caipirinha” Modernista. São Paulo: O Estado de S. Paulo, 13 de julho de 2000 [July 13th, 2000], p. D5 (citação [quotation]);
Saudades, Caipirinha. São Paulo: Folha de S. Paulo, 16 de fevereiro de 1975 [February 16th, 1975], p. 52 (citação [quotation]);
Uma História de Tarsila do Amaral Martins. São Paulo: O Estado de S. Paulo, 7 de julho de 2002 [July 7th, 2002], p. D5 (citação [quotation]);
Tarsila do Amaral. São Paulo: Diário de São Paulo, 28 de agosto de 1955 [August 28th, 1955];
VII Bienal. São Paulo: Diário de S. Paulo, 30 de setembro de 1963 [September 30th, 1963];
Tarsila em Veneza: Uma Pintora em Duas Fases Originais. São Paulo: O Estado de S. Paulo, 22 de maio de 1964 [May 22nd, 1964], p. 6 (citação [quotation]);
Tarsila: A Grande Dama das Artes Plásticas no Brasil. Rio de Janeiro: O Dia, 22 de outubro de 1972 [October 22nd, 1972], p. 15 (citação [quotation]);
Tarsila: Um Capítulo da História. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 20 de junho de 1970 [June 20th, 1970], (citação [quotation]);
Tarsila: Vida e Arte. São Paulo: Pamplonas, fevereiro de 1973 [February, 1973], p. 5 (citação [quotation])].

Retrospectiva de Tarsila do Amaral. São Paulo: Folha de S. Paulo, 21 de fevereiro de 1961 [February 21st, 1961], (citação [quotation]);
Tarsila. Belo Horizonte: Suplemento Literário de Minas Gerais, 16 de agosto de 1969 [August 16th, 1969], p. 4 (citação [quotation]).

Obras relevantes

A Negra, 1923

Óleo sobre tela [Oil on canvas]

100 x 80 cm

Localização [Location]: Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil

Antropofagia, 1929

Óleo sobre tela [Oil on canvas]

126 x 142 cm

Localização [Location]: Fundação José e Paulina Nemirovsky, São Paulo, Brasil

Operários, 1933

Óleo sobre tela [Oil on canvas]

150 x 205 cm

Localização [Location]: Acervo Artístico-cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo, Brasil

Abaporu, 1928

Óleo sobre tela [Oil on canvas]

85 x 73 cm

Localização [Location]: Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires, Buenos Aires, Argentina

A Cuca, 1924

Óleo sobre tela [Oil on canvas]

73 x 100 cm

Localização [Location]: Musée de Grenoble, Grenoble, France

A Lua, 1928

Óleo sobre tela [Oil on canvas]

110 x 110 cm

Localização [Location]: Museum of Modern Art, New York, USA

Linha do tempo

[1886] Tarsila nasce no dia 1 de setembro, em Capivari, estado de São Paulo, filha dos cafeicultores José Estanislau do Amaral e Lydia Dias de Aguiar do Amaral.

Passa a infância nas fazendas São Bernardo (município de Rafard, então distrito de Capivari) e Santa Teresa do Alto (município de Monte Serrat, que deu origem à atual cidade de Itupeva).

[1903-1905] Estuda no internato Sacré-Coeur de Jésus, em Barcelona, na Espanha, onde tem a primeira experiência em pintura – a tela Sagrado Coração de Jesus – , a partir de cópia de imagem européia.

[1906] Em 18 de janeiro, casa-se com o médico André Teixeira Pinto, primo de sua mãe. Passam a lua de mel na Argentina e no Chile, por escolha de Tarsila, em viagem aventurosa. Logo depois, o casal se muda para a fazenda São Bernardo onde, no mesmo ano, nasce sua única filha, Dulce e, mais tarde, para a fazenda Sertão.

[1916-1919] Inicia sua formação artística estudando modelagem com o sueco Wilhelm Zadig e o italiano Oreste Mantovani, em São Paulo.

De 1917 a 1919, estuda desenho com Pedro Alexandrino, que a orienta a montar um ateliê – o primeiro “ateliê de artista” da cidade (na rua Vitória) – , onde o professor passa a dar aulas.

[1920-1921] No início de 1920, tem aulas com Georg Elpons, segundo a artista, o único professor impressionista residente em São Paulo.

Em 3 de junho, embarca para a Europa com a filha, a bordo do Deseado. Antes de partir, aluga seu ateliê para Elpons. Dulce passa a estudar num internato em Londres.

Tarsila fixa-se em Paris, inicialmente em um hotel, depois à Rue du Louvre.

Frequenta a Académie Julian: de início, seu trabalho se restringe a desenhos de estudo de nus. No ano seguinte, faz as primeiras pinturas a partir de modelo vivo.

Passa a frequentar o ateliê de Emile Renard.

[1922] Em abril, a tela Portrait de Femme é admitida no Salon Officiel des Artistes Française. Tarsila divide o ateliê em Neuilly-sur-Seine com a pintora Angelina Agostini. Em junho retorna ao Brasil, a bordo do Massilia.

Em São Paulo, é apresentada aos modernistas por Anita Malfatti. Passa a integrar o “Grupo dos Cinco”, do qual fazem parte também Mário de Andrade, Menotti Del Picchia e Oswald de Andrade, com quem inicia um romance.

Em setembro, apresenta a tela A Espanhola na I Exposição Geral de Belas-Artes no Palácio das Indústrias, organizada pela Sociedade Paulista de Belas-Artes.

Em dezembro, regressa à Europa e instala-se em Paris, à Rue Hégésippe Moreau, próxima à Place de Clichy e à Villa des Artistes. Oswald também embarca para a Europa, ao encontro de Tarsila.

[1923] Entre janeiro e fevereiro, o casal viaja por Portugal e Espanha.

Em abril, Tarsila passa a frequentar o ateliê de André Lhote.

Tarsila e Oswald aproximam-se de Blaise Cendrars. A artista estuda com Albert Gleizes por um curto período. Sob sua orientação, faz vários exercícios de estrutura.

Em outubro, apresenta a Fernand Léger a tela A Negra e passa a frequentar o ateliê do artista, e também recebe em seu ateliê a visita do marchand Léonce Rosenberg, da galeria L’Effort Moderne, e do crítico Maurice Raynal.

Em dezembro, Tarsila regressa ao Brasil, a bordo do Orania.

[1924] Blaise Cendrars chega ao Brasil a convite de Paulo Prado. Tarsila, Oswald, d. Olívia Guedes Penteado e Cendrars passam o Carnaval no Rio de Janeiro.

Em 18 de março, o Correio da Manhã publica o Manifesto da Poesia Pau-Brasil, de Oswald de Andrade, de onde deriva o termo aplicado à série de pinturas de Tarsila desse período.

Forma-se a chamada “caravana modernista”, que excursiona pelas cidades históricas mineiras durante a Semana Santa. Em setembro, Tarsila retorna a Paris, a bordo do SS Almanzora.

Em dezembro, é lançado o livro Feuilles de route – I. Le Formose, de Blaise Cendrars, com ilustrações de Tarsila. A capa traz versão gráfica de A Negra.

[1925] Em janeiro, Tarsila encontra-se instalada no boulevard Berthier: “período de trabalho silencioso”. Em março, volta ao Brasil, a bordo do Lutetia. Em São Paulo, instala-se à alameda Barão de Piracicaba.

Em dezembro, Tarsila e Oswald partem em viagem de “pré-núpcias”, a bordo do Cap Polonio, com destino a Paris. Em sua homenagem, Mário de Andrade escreve o poema “Tarsiwaldo”.

[1926] Em janeiro, o casal parte de Marselha, em cruzeiro pelo Oriente Médio, acompanhado dos filhos e dos casais Cláudio de Souza e Altino Arantes.

Em março, de volta a Paris, iniciam os preparativos para a primeira exposição individual de Tarsila, a se realizar na capital francesa.

A exposição de Tarsila ocorre entre os dias 7 e 23 de junho, na Galerie Percier (rue La Boétie), de André Level. Figuram 17 pinturas, além de desenhos e aquarelas. Por sugestão do marchand, as pinturas são emolduradas por Pierre Legrain. O catálogo traz poemas de Cendrars e, na capa, autorretrato da pintora.

A mostra tem boa repercussão na imprensa. A pintura A Cuca é doada, por sugestão de Maximilian Gauthier, ao Fonds National d’Art Contemporain (depositada, em 1928, no Musée de Grenoble).

[1927] O casal Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade, que havia retornado ao Brasil, nele permanece. Tempos de calmaria: o ritmo de trabalho se atenua.

[1928] Em 11 de janeiro, Tarsila oferece a Oswald, por seu aniversário, a tela que receberia o nome de Abaporu (“homem que come carne humana”, em Tupi-Guarani), obra que desencadeia o movimento antropofágico.

Nesse mês, Tarsila e Oswald retornam a Paris, para preparar uma nova exposição da artista, para a qual levam 12 telas pintadas no Brasil.

A segunda exposição de Tarsila, também na Galerie Percier, ocorre entre os dias 18 de junho e 2 de julho. Mais uma vez, as molduras são de Legrain. Ao término da exposição, o casal retorna ao Brasil, a bordo do Astúrias.

[1929] A primeira exposição individual de Tarsila no Brasil ocorre no Palace Hotel (Rio de Janeiro),

entre os dias 20 e 30 de julho. São apresentados 35 quadros produzidos entre 1923 e 1929. O catálogo é preparado por Geraldo Ferraz, com textos de críticos parisienses para as exposições de 1926 e 1928 e de autores brasileiros. A mostra é apresentada em São Paulo entre os dias 17 e 26 de setembro, no edifício Glória, no centro da cidade.

Por intermédio do governador Júlio Prestes, o estado adquire São Paulo (incorporada ao acervo da Pinacoteca do Estado em 1931).

[1930] Tarsila integra duas importantes coletivas no Brasil: Exposição de uma Casa Modernista, na residência projetada por Gregori Warchavchik (Rua Itápolis, São Paulo), e Arte Moderna da Escola de Paris, organizada por Géo-Charles e Vicente do Rego Monteiro (Rio de Janeiro e São Paulo).

Três telas – Morro de Favela, Religião Brasileira e O Sapo figuram na exposição The First Representative Collection of Paintings by Contemporary Brazilian Artists, no Nicholas Roerich Museum, em Nova York.

Tarsila passa a trabalhar como diretora-conservadora da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Trabalha por um curto período, perdendo o cargo com a queda de Júlio Prestes e o advento da Segunda República.

Tarsila se separa definitivamente de Oswald. Aproxima-se paulatinamente do psiquiatra comunista Osório César.

[1931] Em março, Tarsila embarca com Osório César para a Europa, a caminho da então União Soviética. Em 10 de junho, ocorre o vernissage de sua individual no Museu de Artes Ocidentais, em Moscou. O crítico russo Serge Romoff, adido cultural da Embaixada Soviética em Paris e seu amigo, faz discurso de abertura na exposição. Entre as telas apresentadas, figura O Pescador, adquirida pelo museu (hoje conservada no Hermitage, em São Petersburgo). No mesmo museu, Tarsila profere a conferência “A Arte no Brasil”.

Em dezembro, retornam ao Brasil.

[1933] Instala-se na alameda Barão de Limeira, onde pinta Operários e Segunda Classe, apresentados no ano seguinte na primeira edição do Salão Paulista de Belas-Artes.

Por intermédio do governador Júlio Prestes, o estado adquire São Paulo (incorporada ao acervo da Pinacoteca do Estado em 1931).

Em outubro, realiza exposição retrospectiva no Palace Hotel, no Rio de Janeiro, onde apresenta 67 pinturas e 106 desenhos feitos entre 1920 e 1933.

[1936] Realiza individual no Palácio das Arcadas, em São Paulo. A partir desse ano, passa a escrever crônicas para o Diário de S. Paulo, colaboração que se estende até 1956.

[1937-1939] Em 1937, recupera a fazenda Santa Teresa do Alto, onde passa a viver longos períodos. Retoma temas rurais em suas telas.

Entre esse ano e 1939, integra os três Salões de Maio, promovidos pelo CAM. Na última edição, faz a conferência “Crítica e arte moderna”. A Revista Anual do Salão de Maio (Rasm), incorporando o catálogo da exposição, traz o texto “Pintura Pau-Brasil e Antropofagia”, de sua autoria.

[1945] Integra, com duas telas – Vilarejo (1944) e Pueblito (1945) – , a exposição 20 Artistas Brasileños, organizada por Romero Brest e apresentada em Buenos Aires, La Plata, Montevidéu e Santiago. Pueblito (também denominada Morro da Favela II) integra hoje o acervo do Museo Nacional de Bellas Artes, em Neuquén, na Argentina.

[1950-1951] Em dezembro de 1950, realiza-se a exposição Tarsila, 1918-1950, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, em que se apresentam 72 obras. O catálogo tem apresentação de Sérgio Milliet, diretor do museu, e o texto “Confissão Geral”, da artista.

No ano seguinte, é premiada na I Bienal de São Paulo com Estrada de Ferro Central do Brasil (1924), obra incorporada ao Museu de Arte Moderna de São Paulo (hoje no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo).

[1954] Realiza o painel Procissão do Santíssimo, para o Pavilhão de História, a convite da Comissão do IV Centenário de São Paulo.

[1956] Pinta O Batizado de Macunaíma, para a Livraria Martins Editora, a convite de José de Barros Martins. .

[1961] Em fevereiro, faz exposição individual na Casa do Artista Plástico, em São Paulo.

[1966] Com A Negra, integra a exposição Art of Latin America since Independence, apresentada em cinco cidades dos Estados Unidos. No ano seguinte, Antropofagia figura na exposição Precursors of Modernism in Latin America, em Nova York.

[1973] Tarsila falece em 17 de janeiro, em São Paulo. Diversas exposições e publicações foram feitas após a morte da artista, em particular, o estudo seminal de Aracy Amaral sobre a obra de Tarsila ao longo de 50 anos, e a concretização do Catálogo Raisonné Tarsila do Amaral, dando luz a obras até então inéditas, conservadas, na grande maioria, em coleções particulares brasileiras e estrangeiras.

Exposições individuais

Galerie Percier: Paris, 7 de junho a 23 de junho de 1926 [June 7th to June 23th, 1926];
Galerie Percier: Paris, 18 de junho a 7 de julho de 1928 [June 18th to July 7th, 1928];
Palace Hotel: Rio de Janeiro, 20 de julho a 5 de agosto de 1929 [July 20th to August 5th, 1929];
Prédio Glória: São Paulo, 17 de agosto a 24 de agosto de 1929 [August 17th to August 24th, 1929];
Museu de Arte Moderna Ocidental: Moscou, 10 de junho a 30 de junho de 1931 [June 10th to June 30th, 1931];
Palace Hotel: Rio de Janeiro, outubro de 1933 [October, 1933];
Tarsila, 1918 – 1950. Museu de Arte Moderna: São Paulo, dezembro de 1950 a janeiro de 1951 [December, 1950 to January, 1951];
Casa do Artista Plástico: São Paulo, março de 1961 [March, 1961];
Sala Especial. VII Bienal de São Paulo: São Paulo, 28 de setembro a 22 de dezembro de 1963 [September 28th to December 22th, 1963];
Galeria Tema: São Paulo, dezembro de 1967 [December, 1967];
Tarsila: 50 anos de Pintura. Museu de Arte Moderna: Rio de Janeiro, abril a maio de 1969 [April to May, 1969];
Tarsila: 50 anos de Pintura. Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo: São Paulo, maio a junho de 1969 [May to June, 1969];
Museu de Arte da Prefeitura de Belo Horizonte: Belo Horizonte, maio a junho de 1970 [May to June, 1970];
Tarsila do Amaral: Inventing Modern Art in Brazil. Chicago: The Art Institute of Chicago, 8 de outubro de 2017 a 7 de janeiro de 2018 [October 8th, 2017 to January 7th, 2018]; New York: The Museum of Modern Art (MoMA), 11 de fevereiro a 3 de junho de 2018 [Febuary 11th to June 3th, 2018].

Principais exposicoes coletivas

Salon de La Société des Artistes Français. Grand Palais des Champs Elysées: Paris, 1922
I Exposição Geral de Belas-Artes. Palácio das Indústrias: São Paulo, 1922
Maison de L’Amérique Latine: Paris, 1923
Salon des Indépendants: Paris, 1926
Salon des Vrais Indépendants: Paris, 1928
Salon des Surindépendants: Paris, 1929
Exposição de uma Casa Modernista: São Paulo, 1930
Exposition de L’École de Paris: Recife / Rio de Janeiro / São Paulo, 1930
First Representative Collection of Paintings by Brazilians Artists. The Roerich Museum: New York, 1930
Salon des Surindépendants: Paris, 1931
I Exposição de Arte Moderna da SPAM. Sociedade Pró-Arte Moderna: São Paulo, 1933
I Salão Paulista de Belas-Artes: São Paulo, 1934
I Salão de Maio: São Paulo, 1937
II Salão de Maio: São Paulo, 1938
III Salão de Maio: São Paulo, 1939
Exposição Latino-Americana de Artes Plásticas. Riverside Museum: New York, 1939
I Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias: São Paulo, 1941
Exposição de Pintura Moderna Brasileira e Norte-Americana: São Paulo, 1944
Exhibition of Modern Brazilian Paintings. Royal Academy of Arts: Londres, 1944
Exposição de Pintores Norte-Americanos e Brasileiros. Museu Nacional de Belas-Artes:
Rio de Janeiro, 1944

20 Artistas Brasileños. Museo Provincial de Bellas Artes: La Plata / Museo Nacional de Bellas Artes:
Buenos Aires, 1945
Exposición de Pintura Contemporánea Brasileña. Instituto de Extensión de Artes Plásticas: Santiago,
novembro de 1946 [November, 1946]
Galeria Domus: São Paulo, 1946
I Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Museu de Arte Moderna: São Paulo, 20 de
outubro a 23 de dezembro de 1951 [October 20th to December 23rd, 1951]

Exposición Pintura, Dibujos y Grabados Contemporáneos del Brasil. Museo de
Arte Contemporáneo
de la Universidad de Chile: Santiago, 1952
II Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Museu de Arte Moderna: São Paulo, 13 de
dezembro de 1953 a 26 de fevereiro de 1954 [December 13th, 1953 to February 26th, 1954]
The 1955 Pittsburgh International Exhibition of Contemporary Painting.
Department of Fine Arts of
Carnegie Institute: Pittsburgh, 1955
Arte Moderno en Brasil. Museo Nacional de Bellas Artes: Buenos Aires, 1957
XXXII Esposizione Biennale Internazionale d’Arte: Veneza, 20 de junho a 18
de outubro de 1964 [June 20th to October 18th, 1964]
Art of Latin America Since Independence. The Yale University Art Gallery:
New Haven / The University
of Texas Art Museum: Texas, 1966
Art of the Fantastic: Latin America, 1920-1987. The Queens Museum: New
York, 10 de outubro a 6 de
dezembro de 1987 [October 10th to December 6th, 1987]
Modernidade: Art Brésilien du 20ème Siècle. Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris: Paris, 10 de
dezembro de 1987 a 14 de fevereiro de 1988 [December 10th, 1987 to February 14th, 1988]
Art in Latin America: The Modern Era, 1829-1980. The Hayward Gallery: London, 1989
Brasilien Entdeckung und Selbstentdeckung. Junifestwochen Zürich: Zürich, 1992

Latin American Artists of the Twentieth Century. The Museum of Modern Art - MoMA: New York, 6 de
junho a 7 de setembro de 1993 [June 6th to September 7th, 1993]
Arte Brasileira na Coleção Fadel. Centro Cultural Banco do Brasil: Rio de Janeiro, 26 de fevereiro a
28 de abril de 2002 [February 26th to April 28th, 2002] / Centro Cultural Banco do Brasil: São Paulo,
23 de novembro de 2002 a 12 de janeiro de 2003 [November 23th, 2002 to January 12th, 2003]
Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti: Mito e Realidade no Modernismo
Brasileiro. Museu de Arte
Moderna de São Paulo: São Paulo, 25 de outubro a 15 de dezembro de 2002 [October 25th to
December 15th, 2002]
Ao Mesmo Tempo o Nosso Tempo. Museu de Arte Moderna de São Paulo: São Paulo, 5 de abril a 30
de abril de 2006 [April 5th to April 30th, 2006]
Fernand Léger: relações e amizades brasileiras. Pinacoteca do Estado de São Paulo: São Paulo, 4 de
abril a 7 de junho de 2009 [April 4th to June 7th, 2009]
Tarsila da Amaral. Fundación Juan March: Madrid, 6 de fevereiro a 26 de maio de 2009 [February 6th
to May 26th, 2009]
Modernismo no Brasil. Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo: São Paulo, 7
de outubro de 2011 a 29 de janeiro de 2012 [October 7th, 2011 to January 29th, 2012]
Tarsila e Mulheres Modernas no Rio. Museu de Arte do Rio (MAR): Rio de Janeiro, 12 de maio a 20 de
setembro de 2015 [May 12th to September 20th, 2015]
Arte no Brasil: Uma história na Pinacoteca de São Paulo. Pinacoteca do Estado de São Paulo: São
Paulo: 22 de outubro de 2016 a 26 de agosto de 2019 [October 22th, 2016 to August 26th, 2019]
Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 Anos. Oca: São Paulo, 25 de maio a 13 de agosto de 2017
[May 25th to August 13th, 2017]