Encontro de nacionalidades

06/jul

A exposição “Intersecções” que reúne obras, todas pertencentes ao acervo da Galeria Oscar Cruz, Itaim Bibi, São Paulo, SP, é composta por doze artistas de distintas gerações e nacionalidades, todos com destacadas posições na arte contemporânea nacional e internacional; dentre os quais, cinco brasileiros, quatro argentinos, uma americana, uma espanhola e um alemão, que abordam de modos distintos o emprego da fotografia. São eles: Alejandro Chaskielberg, Ananké Assef,Gustavo Speridião, Julio Grinblat, Lesley Dill, Lina Kim, Luiz Alphonsus, Marcos Chaves, Mauro Restife, Michael Wesely, Nicanor Aráoz e Sara Ramo.
 
Até 02 de setembro.

Carlos Scliar em panorâmica

A Caixa Cultural Rio de Janeiro, Centro, inaugura, no dia 05 de julho, às 19h, a exposição "Carlos Scliar, da reflexão à criação", sob a curadoria de Marcus de Lontra Costa. Será apresentado um panorama da obra de Carlos Scliar, com cerca de 150 trabalhos, entre pinturas, gravuras e desenhos, realizados ao longo de mais de seis décadas. A mostra marca os 15 anos de falecimento do artista e é patrocinada pela Caixa Econômica  Federal e Governo Federal.

 

A curadoria buscou selecionar imagens em consonância com o espírito de Scliar, sintetizando uma vida inteira dedicada à construção de uma iconografia nacional. As obras expostas integram, num mesmo espaço, a participação política e social coletiva em defesa dos verdadeiros ideais democráticos, a pureza das pequenas histórias e a beleza contida nas coisas simples, nos objetos e vivências cotidianas do ser humano: bules, lamparinas, velas, frutos e flores, documentos, bilhetes, lembranças, saudades, desejos, memórias, resíduos, ruídos, sussurros, silêncios.

 

“Em qualquer técnica, em qualquer período de sua vida, Carlos Scliar é o artista do método e da métrica. A linha é o elemento que organiza a sua aventura artística; a partir dela, de seus vetores, ele constrói formas, acrescenta cores, desenvolve a sua poética particular. Para ele, o Brasil é assunto permanente: em busca das névoas do passado, encontrou-as (e se encontrou) entre as montanhas”, comenta o curador Marcus de Lontra Costa.

 

Na mostra serão exibidas desde as primeiras pinturas de Scliar, dos anos 1940, até sua produção dos anos 2000, passando pelas gravuras gaúchas dos anos de 1950, pela série “Território Ocupado” até chegar ao impressionante álbum “Redescoberta do Brasil”, obra final e definitiva de Carlos Scliar.

 

O projeto conta o apoio do Instituto Cultural Carlos Scliar e a produção da exposição está a cargo de Anderson Eleotério e Izabel Ferreira – ADUPLA Produção Cultural, que já realizou importantes publicações e exposições itinerantes pelo Brasil, como Farnese de Andrade, Athos Bulcão, Milton Dacosta, Miguel Angel Rios, Raymundo Colares, Carlos Scliar, Debret, Aluísio Carvão, Henri Matisse, Bruno Miguel, Teresa Serrano, Regina de Paula, Nazareno, entre outros.

 

 

 

Até 21 de agosto.

Volpi no MAM SP

04/jul

Mostrar uma faceta diferente de um artista tão aclamado e reconhecido como grande mestre da pintura brasileira do século XX: esse é um dos objetivos da mostra “Volpi – pequenos formatos”, em cartaz no Museu de Arte Moderna de São Paulo, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP. São exibidas 74 obras de Alfredo Volpi (1896-1988), entre telas e desenhos sobre papel e azulejos feitos em menores dimensões, que serviam como estudo antes que pintasse as telas maiores. Todos os trabalhos pertencem ao colecionador Ladí Biezus, que coleciona pinturas de todas as fases da carreira do artista.

 

Com curadoria de Aracy Amaral e assistência de Paulo Portella Filho, a exposição abrange pinturas realizadas desde os anos 1930 até o final da década de 1970, passando pelo período impressionista inicial, da fase dos casarios, pelo período do abstracionismo geométrico das fachadas até chegar as fases finais como das bandeirinhas e das ogivas. “Toda a riqueza de estudos cromáticos de Volpi aparece na seleção como uma faceta nem sempre acessível ao olhar de interessados das novas gerações, que poderão apreciar um pouco da intimidade do processo de trabalho do grande pintor, ” afirma a curadora.

 

Segundo Paulo Portella Filho, as obras são expostas com orientação cronológica para favorecer a compreensão do desenvolvimento temporal da linguagem do artista. “A produção de Volpi tem referenciais temáticos distintos com a passagem do tempo. Obedecendo a essa sequência natural, primeiro são apresentados os trabalhos da juventude do artista, com cenas do cotidiano urbano do bairro Cambuci, em São Paulo, obras que já sinalizam compromisso com a cor e a organização espacial”, explica o curador. “Também pode-se notar que a figura humana, presente nesse período, aos poucos desaparece da produção”.

 

Na sequência, são exibidas as obras dos anos 40 que se caracterizam pelas paisagens urbanas e marinhas das cidades de Mogi das Cruzes e Itanhaém (locais importantes para o artista), além de crianças e imagens de caráter religioso. Continuando o fluxo do percurso, as décadas de 50, 60 e 70 focam em obras de caráter não figurativo e geometrizante. “É neste segmento que se encontram as famosas pinturas de casarios e fachadas arquitetônicas que sinalizam a redução à essencialidade formal e nada realista, ” complementa Paulo Portela Filho.

 

Concebido pelo arquiteto Vasco Caldeira, o ambiente expográfico da Sala Paulo Figueiredo dá destaque as obras com a proposta de privilegiar o rigor e a simplicidade. Apresentados em pequenos grupos, intercalados com textos da curadoria, há trabalhos em têmpera sobre papel, cartão e tela; óleos sobre madeira e sobre cartão; guouache sobre papel; desenho sobre cartão; pastel sobre cartão, pintura sobre azulejo e óleo sobre tela colado em cartão. As pinturas são acondicionadas em molduras e os desenhos ocupam uma vitrine junto com o conjunto de azulejos. A exposição tem patrocínio do Banco Bradesco.

 

 

Destaques diferenciais

 

Entre as obras apresentadas, destacam-se os oito desenhos a grafite, que, segundo o colecionador Ladí Biezus, serviam inegavelmente como estudos antes de fazer um quadro. “Esse rascunho ficava tão bom que as pessoas imploravam para comprar. Eu mesmo adquiri alguns no mercado, mas como eles foram feitos com lápis a grafite, infelizmente, o desenho se sublima, então eles vão desaparecendo, o que é uma grande pena porque são lindíssimos”, explana o colecionador. Os desenhos exibidos pertencem a décadas distintas, sendo um dos anos 40 – que é um estudo para azulejo-, além de três da década de 50; mais três dos anos 60 e, por fim, dois da década de 70.

 

Outro diferencial da mostra é a exibição de quatro pinturas sobre azulejos que Volpi produziu, nos anos 40, para a Osirarte, empresa de azulejaria de Paulo Rossi Osir, que executava encomendas para arquitetos e artistas. Para dar conta dos pedidos e ampliar o mercado, Osir contou com a colaboração de experientes no trabalho artesanal. Mario Zanini é o primeiro a integrar a equipe, seguido por Alfredo Volpi, que transformou-se numa espécie de “chefe” do ateliê-oficina ao solucionar problemas plásticos e técnicos. Na época, o processo utilizado era a do baixo esmalte, em que a pintura era feita sobre o azulejo não esmaltado. Depois, o desenho era feito sobre a superfície porosa, que absorvia a tinta com extrema rapidez e exigia elevada exatidão do traço. Um fato importante é que Volpi não datava os trabalhos, mas sua produção tem períodos específicos bem distintos. Assim, os especialistas referem-se a eles como oriundos de décadas. “Os estudiosos debruçam-se sobre a obra do mestre para tentar datar, todavia, é muito complexa essa identificação porque Volpi recorria frequentemente a temas já estudados deslocando-os temporalmente. Assim é comum ver as distinções como “produção de início dos anos 60″, ou “meados dos anos 50″ e ainda “fim da década de 70”, declara Paulo Portella Filho.

 

 

Coleção Ladí Biezus

 

O colecionador, engenheiro de formação, iniciou o acervo quando montou um apartamento e optou pela decoração com obras de estilo arquitetônico. Assim, num evento em homenagem a Tarsila do Amaral, conheceu Volpi e começou a frequentar o ateliê do artista. O acervo, então, começou com a aquisição de um quadro de uma marina. Depois, foi uma tela de bandeirinhas em tons de roxo e preto até chegar a grande quantidade de obras que possui hoje, que são de todas as épocas da produção do artista, de pequenas e de grandes dimensões, expostas lado a lado pelas paredes da casa do colecionador.

 

No início, a preferência de Ladí Biezus era pelos quadros feitos no final dos anos 1940, em que eram retratadas as marinas. Depois, as fachadas foram o ponto alto da coleção, pelo lado metafísico, quase sombrio, e com poucas cores e formas. As bandeirinhas, da década de 60, passaram a ser as favoritas por serem mais coloridas e infantis. Hoje, o colecionador considera-se aficionado pelos pequenos estudos por retratarem a inocência e a livre tentativa de acerto. “Foi uma atração irresistível porque as telas menores comunicam um momento de criação e de total espontaneidade, sem nenhuma solenidade, onde predomina a inocência e um Volpi mais brincalhão” relembra.

 

Ladí Biezus ainda relembra que nunca pressionou Volpi para pintar alguma coisa específica ou sob encomenda. Por isso, a maioria dos quadros que possui não veio diretamente do artista e sim comprados no mercado, inclusive os estudos que são o foco desta exposição.  “O Volpi era extremamente pressionado pelos marchands e colecionadores, mas ele tinha uma autonomia enorme, pintava para quem quisesse e como quisesse, com aquele rigor pessoal e explosão de cores que só ele tinha”, relembra.

 

 

Até 18 de dezembro.

Siron Franco no RS

01/jul

O celebrado pintor Siron Franco retorna ao estado do Rio Grande do Sul – após 17 anos de sua última mostra – com uma individual inédita de pinturas sobre papel realizadas entre os anos de 1996 e 2016. Esta é a segunda exposição nesta técnica na carreira do artista e, pela primeira vez, em Gramado, na serra gaúcha. Com curadoria de Cézar Prestes, que foi pessoalmente ao atelier do artista abrir as gavetas de guardados. As obras – que serão exibidas com exclusividade na Galeria da Villa -, localizada no complexo de arte, decoração e gastronomia na Villa Sergio Bertti. Esta seleção retrata e documenta a trajetória do artista nos últimos 20 anos.

 
Foram selecionadas previamente 36 obras que compõem esse período, nas diversas técnicas dentro da pintura sobre papel, proporcionando a oportunidade de uma aproximação com um dos maiores artistas contemporâneos da arte brasileira, sempre  atento aos problemas sociais e ambientais do país.

 

De 02 de julho a 04 de setembro.

Coleção Maxxi no Rio

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e a Fundação PROA apresentam, a partir de 05 de julho, a exposição “Arte em Cena: Obras da Coleção MAXXI – Museu de Arte do Século XXI”, com cerca de 30 obras do museu italiano, inaugurado em 2010, com projeto arquitetônico de Zaha Hadid (1950-2016). Com curadoria de Anna Mattirolo, a exposição mostra a abrangência e diversidade do acervo italiano, que vai da arte povera ao uso de tecnologia. A exposição reúne fotografias, desenhos, pinturas, gravuras, instalações e vídeos, além de maquetes e projetos arquitetônicos. São ao todo 19 artistas: Mario Airo, Carlo Aymonino, Matthew Barney, Maurizio Cattelan, Gino De Dominicis, Massimiliano e Gianluca De Serio, Gilbert & George, Danilo Guerri, Ilya Kabakov, William Kentridge, Armin Linke, Luigi Ontani, Yan Pei-Ming, Michelangelo Pistoletto, Aldo Rossi, Grazia Toderi e Francesco Vezzoli.

 

O patrocínio é da Enel, que na Itália juntou-se em 2015 à Fundação MAXXI National, tornando-se o primeiro sócio fundador do Museu inaugurado em 2010 em Roma. Esta é a quinta parceria do MAM Rio de Janeiro com a Fundação PROA, prestigiosa instituição de Buenos Aires, que resultou nas exposições “Louise Bourgeois”, “Giacometti”, “América do Sul – A Pop Arte das contradições” e “Ron Mueck”.

 

 

 

Arte em Cena: Espaço Cênico, Quase Teatral

 

A curadora Anna Mattirolo explica que “Arte em cena” configura a coleção do MAXXI National “como um espaço cênico, quase teatral”. “As obras com ícones, símbolos de imagens de uma representação do desejo individual e coletivo que, em seu conjunto representam uma sensibilidade abrangente e uma ideia da cena italiana, envolvendo o imaginário político, ético, social e existencial que os artistas italianos e internacionais mais de uma vez cruzam para refletir e gerar proposições”. Ela observa que o “compromisso público do MAXXI em dedicar à contemporaneidade um projeto arquitetônico de tão grande relevância internacional garante que a comunidade conte com uma estrutura capaz de abrigar um laboratório de atividades que, com vistas ao futuro, abra suas portas a todos os aspectos da contemporaneidade global, mas ao mesmo tempo está bem enraizado em um contexto cultural único no mundo: o italiano”. Diretora do MAXXI National desde sua criação até 2015, Anna Mattirolo agora está à frente da pesquisa científica, documentação e atividades educativas do Museu.

 

 

Percurso da exposição

 

“Arte em Cena: Obras da Coleção MAXXI” vai ocupar mais de mil metros quadrados no terceiro andar do MAM, e será dividida em quatro espaços. Na sala 1, estarão o desenho, o projeto e a fotografia “Teatro del Mondo a Venezia: 1979-1981”, do arquiteto italiano Aldo Rossi (1931-1997), criado para a Bienal de Veneza, em que sobre o Gran Canal flutua um teatro construído sobre uma embarcação de madeira, como um teatro-gôndola, efêmero, em alusão ao carnaval da cidade. Na mesma sala estará a videoprojeção “Random” (2001), de Grazia Toderi (Pádua, Itália, 1963), em que se vê, do ponto de vista do palco, o público do Teatro Massimo, em Palermo, colocando o espectador no lugar do ator que vê os flashes dos registros feitos pelas câmeras fotográficas.

 

A Sala 2 reúne trabalhos de Matthew Barney, Maurizio Cattelan, Gino De Dominicis, Luigi Ontani e Yan Pei-Ming. “Cremaster 5” (1997), litografia e serigrafia em relevo e intervenção de Matthew Barney (São Francisco, EUA, 1967), integra o famoso “Ciclo Cremaster”,  uma sequência de cinco filmes que o artista produziu entre 1994 e 2002. “Mother, 2000” (1999), fotografia em preto e branco de Maurizio Cattelan (Pádua, Itália,1960), registra a performance em que um faquir indiano, soterrado na areia até o pescoço, só tem à mostra suas mãos em súplica.

 

A instalação “Statua (figura estendida)”, 1979, de Gino De Dominicis (Ancona, Itália, 1947 – Roma, 1998), traz um chapéu e um par de chinelos sobre uma base de madeira, que sugere a presença de uma pessoa, embora invisível. O artista lembra a frase de Fernando Pessoa: “morrer é apenas deixar de ser visto”.

 

“As Horas” (1975), de Luigi Ontani (Bologna, Itália, 1943), é uma série de 24 fotografias em grande formato que retratam o artista em tamanho real, em poses que remetem a emblemáticos personagens da história da arte. Entre outros, podem ser reconhecidos Narciso, Leda e o cisne, Dante e São Sebastião. A performance foi feita na Galeria L’Attico, em Roma, em 1975, por uma semana em cada hora do dia, mostrada em um relógio.

 

O artista Yan Pei-Ming (Xanghai, 1960) está presente em duas pinturas em óleo sobre tela, cada uma com 3 metros de lado, de 2005: “Mao” e “Papa”. Na primeira, vê-se Mao Tse-Tung, principal líder político da China, presença constante na produção do artista, e na segunda o Papa João Paulo II, líder carismático da igreja católica entre 1978 e 2005. Feitos com pinceladas enérgicas, os dois retratos comentam o mundo do espetáculo, a partir de imagens massivamente reproduzidas.

 

Na Sala 3 serão vistos trabalhos dos artistas Carlo Aymonino, Gilbert & George, Danilo Guerri, William Kentridge, Armin Linke, Michelangelo Pistoletto, Aldo Rossi e Francesco Vezzoli.

 

Do artista Carlo Aymonino (Roma, 1926 – 2010), estará a agua-forte “Il teatro di Avellino” (2009). A dupla de artistas Gilbert & George – Gilbert Proesch (Dolomitas, Itália, 1943), e George Passmore (Plymouth, Inglaterra, 1942) – está representada na exposição com quatro desenhos em grande formato feitos com carvão sobre papel entelado, da serie “The General Jungle or Carrying on  Sculpting” (1971). Os desenhos retratam os dois artistas em meio a uma selva, e se inserem em um amplo ciclo de trabalhos sobre papel, “The Charcoal on Paper Sculptures”, que por sua vez remetem a uma série fotográfica anterior chamada “Nature Photo-Pieces”.

 

A precisão e o rigor técnico dos desenhos do arquiteto Danilo Guerri (Ancona, Itália, 1939), podem ser vistos no trabalho “Teatro comunale delle Muse, Ancona” (1978), projeto de restauro do edifício do século 19, que manteve a fachada original em diálogo com o interior moderno. Feita com marcadores coloridos e giz de cera, a obra foi inserida na exposição para reforçar a ideia do espaço arquitetônico como espaço cênico.

 

A videoprojeção “Zeno Writing” (“A consciência de Zeno”, de 2002), de William Kentridge (Johannesburgo, África do Sul, 1955), com 11’12”, integra a produção do artista baseada no romance “A consciência de Zeno”, de Italo Svevo, um clássico da literatura italiana, publicado em 1923. Desenhos a carvão, imagens documentais da Primeira Guerra Mundial, teatro de sombras e música de ópera,  frases escritas e apagadas em nuvens de fumaça, formam o pano de fundo para a reflexão sobre conflitos pessoais em meio a situações de violência.

 

Armin Linke (Milão, Itália, 1966) está na exposição com duas fotografias de 1,5m x 3m, “Janela dentro do Ski Dome” e “Janela fora do Ski Dome”. Na primeira, vemos milhares de pessoas esquiando dentro do imponente estádio de Tóquio, e na segunda, em meio à metrópole, pode ser vista sua gigantesca estrutura. Seu trabalho discute as mudanças urbanísticas, antropológicas e culturais nas cidades.  “MICA” (1966), de Michelangelo Pistoletto (Biella, Itália, 1933), é uma pintura de acrílico e cristal de mica sobre tela, de 2,3m x 2m, pertencente à série “Objetos de menos”, em que o artista usa materiais cotidianos para criar o que definiu como “objetos” em lugar de “obras”, um conjunto de coisas díspares, ligadas exclusivamente por sua origem comum no pensamento criativo do autor. Mica é usado em uma série de aparelhos eletrodomésticos. Esta série é considerada chave para o desenvolvimento da arte povera.

 

O arquiteto Aldo Rossi está presente também nesta sala, com a maquete do Teatro “Carlo Felice”, de Gênova (1982-1984), correspondente ao projeto de restauro do edifício do século 19, destruído pelos bombardeios da Segunda Guerra Mundial. A relevância desta obra está na capacidade de dialogar entre arte e arquitetura.

 

“The kiss (let’s play DINASTY!)”, de 2000, de Francesco Vezzoli (Brescia, Itália, 1971), é um vídeo de 6’, com referências a filmes como “Violência e paixão” (1974), de Luchino Visconti, e à famosa série americana “Dinastia”, exibida na televisão nos anos 1990.

 

A Sala 4 é dedicada à instalação “Where is our place?” (“Onde é nosso lugar?”, 2003) do casal de artistas Ilya Kabakov (Ucrânia, 1933) e Emilia Kabakov (Ucrânia, 1945), que trabalha em conjunto desde 1989, em uma produção marcada pelas dimensões monumentais, que criam para o espectador jogos de mudanças de escalas e outras ficções teatrais. “Onde é nosso lugar?” combina três escalas. Acima do público, os pés de dois personagens gigantescos observam quadros emblemáticos da pintura tradicional. Na altura média do olhar do espectador, aparecem quadros menores, cada foto flanqueada por um texto; e sob o piso estará uma fotografia plotada no chão, com paisagens. “Ilya e Emilia Kabakov propõem uma inusitada viagem no tempo e no espaço para induzir uma reflexão crítica coletiva sobre o valor da arte contemporânea e do seu desfrute, em que todo é relativo e, ao mesmo tempo, o passado desacreditado sobrevive no presente, com a expectativa das novas gerações”, explica a curadora. Nesta mesma sala estará a obra “Aurora” (2003), de Mario Airò (Pavia, Itália, 1961), que recria, com uma tecnologia caseira, uma paisagem ao amanhecer.

 

 

Sobre a ENEL

 

A Enel é uma das empresas multinacionais de energia mais atuantes nos mercados globais de energia e gás, com foco na Europa e na América Latina. A Enel opera em mais de 30 países em quatro continentes, com capacidade de geração instalada de cerca de 90 GW e uma rede de distribuição de energia e gás que totaliza, aproximadamente, 1,9 milhão de quilômetros de extensão. No Brasil, a Enel tem uma capacidade instalada de cerca de 1.530,0 MW e atua em diversos segmentos do setor de energia, como geração, transmissão, distribuição e microgeração de energia solar. O grupo também atua no país com geração de energias renováveis por meio da Enel Green Power, que já detém a maior capacidade instalada em energia solar no Brasil.

 

 

Até 11 de setembro.

Instalação, registro

Montagem da instalação “Invasão Monarca”, do artista visual Fábio Carvalho. A abertura e encontro com o artista acontece dia 02 de julho, sábado, às 11h, na Galeria Quirino Campofiorito, Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, Niterói, RJ. O artista dá prosseguimento a série de instalações já realizadas – com boa repercussão – em Lisboa, Portugal, e no Rio de Janeiro.

 

Até 30 de julho.

Arte Naïf no MIAN

28/jun

O Museu Internacional de Arte Naïf, MIAN, Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ, terá o espaço expositivo todo reformulado, pela primeira vez desde a inauguração em 1995, para inaugurar a exposição “Jogando com as Cores Naïf”, no dia 6 de julho. A mostra será composta por cerca de 160 obras que abordam as diferentes modalidades esportivas dos Jogos Olímpicos, e também países que já sediaram o evento em edições anteriores. Unindo arte e esporte, a exposição apresenta trinta artistas naïfs brasileiros de vários estados. Enquanto algumas já estiveram expostas no Museu Olímpico de Lausanne, MOL, na Suíça, outras foram especialmente produzidas para a ocasião, sempre com o mesmo mote – os Jogos Olímpicos e Paralímpicos -, brindando os cariocas e também os visitantes que estiverem na cidade para os Jogos Rio2016. As telas abordam as diferentes modalidades esportivas,  e também países que já sediaram o evento em edições anteriores, a partir de uma seleção feita pela curadora Jacqueline Finkelstein com artistas de peso como Alba Cavalcanti, Helena Coelho, Fábio Sombra, Bebeth, Dalvane Telmo.

 

“Pretendemos promover o encontro entre cultura, esporte e educação, reforçando o ideal olímpico de equilíbrio entre corpo, mente e vontade”, afirma Jacqueline Finkelstein.

 

“Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos são uma ótima oportunidade para reunir manifestações e representações culturais das mais diversas, entendendo esporte e arte como atividades humanas propulsoras do movimento, da criatividade e das conquistas sociais.” afirma Ricardo Ribenboim, diretor da Base7. O evento tem a realização do Museu Internacional de Arte Naïf, da Base7 Projetos Culturais, Scult Consultoria e Planejamento e Governo Federal e conta com o patrocínio do Banco Itaú por meio da Lei Rouanet.

 

As obras estarão agrupadas em seis núcleos temáticos: “Esportes Brasileiros”, “Esportes ao Ar Livre”, “Esportes Aquáticos”, “Esportes de Salão”, “Esportes de Inverno” e “Diversos”, apresentando ao público as cores e formas da arte naïf nacional. Entre os esportes nacionais retratados destacam-se alguns bem cariocas, como o vôlei de praia, incluído em 1996, e outros que nunca participaram dos Jogos Olímpicos, como peteca, futevôlei e a capoeira. Outro ponto alto deverá ser o painel que foi encomendado à artista Mabel, que conta, como numa história em quadrinhos, desde a 1ª Edição dos jogos modernos, na Grécia, em 1896, até os anos 2000. Os Jogos Paralímpicos serão representados por uma tela inédita da artista naïf Helena Rodrigues, chamada “Basquete Paralímpico”. Outra obra apresentada pela primeira vez será “A Corrida”, de Ermelinda. Mas o maior destaque fica por conta da tela “Largada da Maratona”, do artista carioca Fábio Sombra, que foi a identidade visual e cartaz da exposição no MOL e esquentou o inverno de Lausanne com suas cores e traços em 2002. Os visitantes terão a oportunidade de se retratarem praticando seu esporte preferido num gigantesco quadro negro com o relevo da cidade maravilhosa. As escolas que visitarem o museu durante a exposição poderão participar da atividade “Desenhando nos Aros” utilizando as formas e cores dos Aros Olímpicos, símbolo dos jogos como ponto de partida de uma oficina de criação artística.

 

“As ações educativas propostas no MIAN abrem caminho para a compreensão das obras, de suas formas e necessidades de expressão e também, para a maneira como são percebidas, sentidas e interpretadas pelos bebês/crianças/adolescentes. A espontaneidade e figuratividade, características da arte naïf, tornam esse processo simples e natural”, explica Tatiana Levy, gerente socioeducativa do MIAN.

 

Inspirados nos jogos e na exposição em cartaz, os programas de família oferecidos pelo  museu vão incorporar elementos esportivos nas visitas sensoriais para bebês e a já tradicional caça ao tesouro do Atelier da Família, que vai localizar as formas geométricas escondidas nas obras de arte da mostra!

 

O MIAN cobrará meia entrada para quem tiver o Passaporte Cultural Rio e, durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, não haverá cobrança de ingresso para visitas mediadas de alunos da rede pública de ensino. As visitas guiadas custarão R$ 20,00 por pessoa (mínimo de cinco pessoas por grupo)

Legendas: Fábio Sombra

Berenice

Mostra de André Bergamin

“Entre o Êxtase e a Demência”, é o título da exposição individual de André Bergamin, que a Galeria Recorte, Consolação, SP, apresenta ao público. Trata-se de uma série inédita de trabalhos do jovem artista natural de Porto Alegre, RS. Em sua produção atual, André Bergamin mostra-se consciente de que o vínculo entre o homem e mundo se perdeu, e opta justamente por não retratar mais o mundo, mas sim o vínculo desfeito, e o faz a partir de retalhos.

 

As obras dessa exposição são compostas por fragmentos com formas que sugerem ritmo e movimento – nada parece estar parado. Cada imagem é como um retrato instantâneo de um universo sem sentido e em expansão. O caráter ilógico desses universos retratados é resultado do processo de criação do artista, que combina imagens previamente recortadas de forma aleatória e livre de narrativas – para que da interação entre as partes surja algo complexo de forma instantânea –, com camadas de significado possíveis que emancipam a percepção individual e permitem diversas leituras.

 

O nome da exposição – que também é título de uma das obras em cartaz – sugere um estado de incerteza da condição humana e revela a natureza ocasional de sua produção artística. A identificação das obras também é feita de forma casual: após cada trabalho estar finalizado, o artista elege frases randômicas de livros que estão ao seu alcance para nomear suas criações. Esse método reforça a ideia de desconexão entre cada parte dos elementos que ele usa para compor as obras de arte.

 

André Bergamin é artista visual autodidata, dono de humor tão afiado quanto a lâmina do seu estilete. Para ele, a colagem está em toda parte, pois acredita que vivemos experiências fragmentadas que são justapostas em nossas mentes. Radicado em Porto Alegre, André tem participado de exposições em cidades como Toronto, Nova Iorque, Barcelona. Ainda este ano suas obras devem integrar uma exposição coletiva em Trondheim, Noruega.

 

A curadoria da exposição é de Francisco Ribeiro. Curador independente e produtor cultural, Francis colabora desde 2009 com a Galeria Fita Tape, além de integrar a equipe de programação artística do Theatro São Pedro, Porto Alegre, RS.

 

 

De 06 de julho a 10 de setembro.

Coleção Fundação Edson Queiroz na FIC

23/jun

A Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, apresenta uma seleção de 76 das mais expressivas obras criadas por artistas brasileiros entre as décadas de 1920 e 1960. A exposição “Arte Moderna na Coleção da Fundação Edson Queiroz” ocupa o terceiro e o quarto andar da instituição com 19 obras a mais do que foi apresentado em São Paulo e Belo Horizonte. Da capital gaúcha, a mostra encerrará a sua itinerância no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, onde permanecerá de 27 de outubro a 26 de fevereiro de 2017.

 

Ao longo dos últimos 30 anos, a Fundação Edson Queiroz, FEQ, sediada em Fortaleza, CE, constituiu uma das mais sólidas coleções de arte brasileira, que percorre cerca de quatrocentos anos de produção artística com obras significativas de todos os períodos. Na Fundação Iberê Camargo – nesta etapa com curadoria da historiadora de arte Regina Teixeira de Barros -, o percurso inicia com “Duas Amigas”, pintura referencial de Lasar Segall, e exibe o modernismo brasileiro através de obras de Anita Malfatti, Antônio Gomide, Cícero Dias, Di Cavalcanti, Ismael Nery, Vicente do Rego Monteiro e Victor Brecheret.

 

A segunda geração modernista, que desponta na década de 1930, está representada por Alberto da Veiga Guignard, Cândido Portinari, Ernesto De Fiori e Flávio de Carvalho. Deste período, destacam-se as obras de Volpi e Pancetti que, além de comparecerem com um número significativo de obras na Coleção da FEQ, estabelecem uma transição entre a pintura figurativa e a abstração, apresentada na sequência.

 

O núcleo da exposição dedicado à abstração geométrica – tendência que desponta nos últimos anos da década de 1940 e se consolida na década de 1950 – abrange pintores do grupo “Ruptura”, de São Paulo, e artistas dos grupos “Frente” e “Neoconcreto”, ambos do Rio de Janeiro. Alguns dos nomes presentes nesse segmento são: Amilcar de Castro, Franz Weissmann, Hélio Oiticica, Hércules Barsotti, Luiz Sacilotto, Lygia Clark e Willys de Castro, entre outros. Dois pioneiros da arte cinética participam deste segmento: Abraham Palatnik, com um objeto, e Sérvulo Esmeraldo, com um “Excitável”. A exposição reúne ainda uma seleção de artistas que não aderiram a nenhum grupo, mas que adotaram uma linguagem abstrato-geométrica singular. Destacam-se, nessa seção, os pintores Antonio Bandeira, Maria Helena Vieira da Silva e Maria Leontina.

 

A última sala da mostra é consagrada à abstração informal e encerra a exposição com a pintura “Vermelho e Preto”, assinada por Iberê Camargo em 1968, criando um vínculo entre “Arte moderna na Coleção da Fundação Edson Queiroz” e a Fundação Iberê Camargo.

 

 

 

A palavra da curadora

 

“Ao longo dos últimos 30 anos, a Fundação Edson Queiroz, sediada em Fortaleza, vem constituindo uma das mais sólidas coleções de arte brasileira do País. Das alegorias dos quatro continentes, pintadas no século XVII, à arte contemporânea, a coleção reunida pelo chanceler Airton Queiroz percorre cerca de quatrocentos anos de produção artística com obras significativas de todos os períodos.
A exposição “Arte moderna na Coleção da Fundação Edson Queiroz” traz um recorte circunscrito no tempo desse precioso acervo, destacando um conjunto de obras produzidas entre 1920 e 1960 tanto por artistas brasileiros quanto por estrangeiros residentes no País. A mostra abre com Duas amigas, pintura referencial da fase expressionista de Lasar Segall e, em seguida, apresenta trabalhos dos chamados anos heroicos do modernismo brasileiro, em que as tentativas de renovação formal estão em pauta.
Paralelamente à modernização da linguagem, alguns artistas dessa geração também se interessaram pela busca de imagens que refletissem uma identidade do e para o Brasil. No século XX, o debate nacionalista girava em torno da recuperação de elementos nativos, anteriores à colonização europeia, somados à miscigenação racial, fator que passa a ser considerado decisivo na formação do povo brasileiro.
As décadas de 1930 e 1940 foram marcadas por uma acomodação das linguagens modernistas. As experimentações cedem lugar a um olhar para a arte do passado e, nesse momento, surgem “artistas-professores”, como Ernesto de Fiori, Alberto da Veiga Guignard e Alfredo Volpi, que se tornariam referenciais para seus contemporâneos e para gerações vindouras. Desse período, merecem destaque trabalhos de Alfredo Volpi e José Pancetti que, além de comparecerem com um número significativo de obras na Coleção da Fundação Edson Queiroz, estabelecem uma transição entre a pintura figurativa e a abstração, apresentada na sequência.
O núcleo da exposição dedicado à abstração geométrica – tendência que desponta nos últimos anos da década de 1940 e se consolida na década de 1950 – abrange pintores do Grupo Ruptura, de São Paulo, e artistas dos Grupos Frente e Neoconcreto, ambos do Rio de Janeiro. A exposição reúne ainda uma seleção de artistas que não que aderiram a nenhum grupo, mas que adotaram uma linguagem abstrato-geométrica singular, mesclando-a com certo lirismo.
A última sala é consagrada à abstração informal, e a exposição se encerra com uma pintura de Iberê Camargo, criando mais um vínculo entre “Arte moderna na Coleção da Fundação Edson Queiroz” e a instituição que a abriga”.

Regina Teixeira de Barros

 

De 24 de junho a 16 de outubro.

OMA| Galeria três anos

Entre junho e julho, as cinco obras do artista espanhol Javier Vazquez marcam o tom de celebração vivido pelo espaço. Música, diversão e gente feliz tem tudo a ver com festa de aniversário. Justamente estas três inspirações, e outras, são os temas da exposição inédita de Javier Vazquez, na OMA | Galeria, São Bernardo do Campo, SP. Com abertura marcada para o dia 24 de junho e encerramento para o dia 30 de julho, a mostra retrata uma celebração dos bons momentos vividos por jovens que participam de festas em que o autor costuma frequentar. “Em junho a galeria completa três anos. Nada mais justo que trazer um artista que possui obras carregadas de sensações positivas para iniciarmos um novo ciclo de trabalho”, comenta o galerista do espaço, Thomaz Pacheco.

 

Entre traços e pinceladas que de perto mostram-se grosseiros- em algumas obras há inscrições em inglês como “dane-se essa pintura” ou “eu não dou a mínima para essa pintura”-, em poucos passos de distância é possível enxergar toda a poesia que Vazquez deseja passar. A sensação universal dos momentos vividos no Festival Coachella (Bélgica), Festival Ultra (Estados Unidos), Circuit Festival Barcelona (Espanha) e Holly Collor Party (Londres) ficam evidentes, por exemplo. “A essência do projeto dele é a observação. Ele mesmo fala que a emoção e a canalização por meio da criação final que é a obra. Ele quer dar um ponto de vista dele de um tempo que o tocou. O projeto, segundo ele, nasceu a partir da observação de como crescem os jovens, que estão sempre rodeados de imagens estereotipadas e impostas”, explica Pacheco.

 

Esta é a primeira mostra de Javier Vazquez no Brasil. A entrada é gratuita, com classificação indicativa livre.Lembrando que, Thomaz Pacheco, galerista do espaço e curador da Pinacoteca de São Bernardo do Campo, é o grande animador do evento.

 

De 24 de junho a 30 de julho.