Jesper Dyrehauge no Brasil

22/jun

O artista dinamarquês Jesper Dyrehauge que ao realizar sua primeira individual no Brasil, onde apresenta obras inéditas  na Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, devido ao sucesso alcançado, ganhou alguns dias a mais para visitação até o próximo dia 25. A curadoria é da também dinamarquesa Aukje Lepoutre Ravn. A exposição terá 22 obras inéditas, das quais 12 pinturas produzidas no Rio de Janeiro em residência de mais de um mês do artista, e dez fotografias.

 

Em um trabalho singular, Jesper Dyrehauge usa cenouras como pincel, que aponta em formas geométricas – círculos, triângulos, quadrados – e usa como carimbos na tela de linho cru. “É um método para escapar das hierarquias e narrativas da pintura tradicional, e que permite imprevistos e sutis padrões que emergem do trabalho”, explica o artista.

 

As pinturas encontram-se no grande espaço térreo da galeria e serão penduradas com espaçamento assimétrico entre si. “O alinhamento será de acordo com o seu centro, criando assim uma topografia rítmica por toda a sala, uma vez que os olhos seguem as linhas horizontais que dividem cada trabalho. As oscilações de cor e intensidade contribuem para esse ritmo”, diz Jesper Dyrehauge. “Eu quero enfatizar os pequenos detalhes e variações dos trabalhos. Todas as telas têm um tamanho diferente, algumas com apenas alguns centímetros de diferença. As obras variam, claro, na composição das cores e na proporção, mas, muitas vezes, essa variação é bem pequena e direciona a atenção para um ritmo talvez mais lento de percepção”, ressalta o artista.

 

O artista vem utilizando cenouras como pincel nos últimos dez anos. Ele iniciou o processo pintando com batatas, mas percebeu que as cenouras davam o efeito que ele queria. “Eu não chamo meus trabalhos de pintura. Prefiro chamar de telas ou trabalhos, pois carimbar com uma cenoura é, de alguma forma, uma maneira de não pintar uma pintura”, afirma.

 

 

 

Esculturas fotográficas

 

No terceiro andar da galeria estará uma série de dez fotografias, medindo 45cm x 60cm cada, produzidas este ano. “As fotos pertencem a uma série contínua de esculturas fotográficas, em que utilizo pedras que encontro em caminhadas por diferentes praias na Dinamarca”, explica. Cada pedra tem um furo natural, formado pelo tempo, único na forma, com tamanhos que chegam a dez centímetros de diâmetro. “Para a foto, cada pedra é posicionada no topo de uma pequena elevação de plástico colorido, sobre uma folha de papelão, em frente a uma outra folha de mesma cor.  Desta forma, a imagem cria um espaço de primeiro plano e plano de fundo, com a pedra no centro. O furo em cada pedra  – quando visto na frente do papelão colorido – aparece como um ponto de cor. A série de fotos torna-se, assim, uma linha de pontos coloridos, mais uma vez evocando uma topografia rítmica, uma vez que o olho segue os pontos, e uma linha horizontal que aparentemente divide cada imagem”, explica o artista.

 

Jesper Dyrehauge esteve no país por seis semanas em 2013 em uma pesquisa com a curadora Lotte Moeller, que dirigia com ele o espaço alternativo Die Raum, em Berlim, a que esteve ligado até meados do ano passado, em uma viagem apoiada pelo Conselho de Arte da Dinamarca. “Desde então quis expor no Brasil…”, conta, “…e a oportunidade surgiu quando conheci o artista Otavio Schipper, que fez a ponte com Anita Schwartz”.

 

O título da exposição é o símbolo “~”, do latim, “que se refere a algo ‘ser similar’ ou ‘de mesma magnitude’ e, em inglês, lê-se como ‘proximidade’, explica a curadora. “Dyrehauge direciona nossa atenção para o poder transformador do ato de repetição”, afirma.

 

 

 

Até 25 de maio.

 

Abaporu no MAR

13/jun

Durante a Olimpíada, “Abaporu” é emprestado ao Rio pela primeira vez
Pouco mais de cinco anos desde a sua última visita ao Brasil, o “Abaporu”, de Tarsila do Amaral (1886-1973), voltará ao país. Desta vez, ficará no Rio de Janeiro durante agosto em uma mostra planejada pelo MAR (Museu de Arte do Rio) para ser uma das atrações da cidade durante a Olimpíada. Será a primeira vez do quadro no Rio de Janeiro e a quinta no país desde que ele foi vendido ao argentino Eduardo Costantini, em 1995.

 

A exibição do MAR, batizada de “A Cor do Brasil”, fará uma retrospectiva da história da arte brasileira desde o século 18 até os anos 1970 e terá obras de outros 130 artistas brasileiros, como Adriana Varejão e Alfredo Volpi. Paulo Herkenhoff, diretor do MAR, almoçou na segunda-feira (6), na Argentina, com Costantini, dono do Malba (Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires), quando fechou o empréstimo. A tela, que faz parte do acervo permanente do museu portenho desde sua fundação, em 2001, foi adquirida por Costantini por US$ 1,43 milhão (R$ 4,9 milhões) em um leilão em Nova York.

 

À época, a compra gerou debates por retirar do país um dos ícones do modernismo brasileiro. Houve tentativas -em vão- de tombar a obra.
Na semana passada, em conversa com a Folha, o mecenas e empresário argentino do setor imobiliário voltou a dizer que o quadro poderia retornar ao Brasil caso fosse criado um museu para recebê-lo no Rio ou em São Paulo. A oferta havia sido feita à presidente afastada, Dilma Rousseff, em 2011, quando Costantini esteve em Brasília para a abertura de uma exposição de obras de mulheres brasileiras no Palácio do Planalto -“Abaporu” era uma das telas da mostra.

 
Entre as demandas do empresário para concretizar o empréstimo permanente está o financiamento do novo museu por um grupo de empresários brasileiros.
“A ideia seria fazer a gestão do Malba de Buenos Aires e do Malba do Brasil de forma conjunta. Colocaríamos nosso ‘know-kow’ e faríamos projetos sinérgicos.” Segundo Costantini, outras peças de sua coleção também poderiam ficar no Brasil. O argentino tem trabalhos de Di Cavalcanti, Candido Portinari, Lygia Clark e Hélio Oiticica, entre outros.

 

Desde que a proposta foi apresentada, porém, nenhum brasileiro demonstrou interesse em desenvolvê-la. “O projeto requer fundos para ter o edifício do museu e para sustentá-lo. Nós não temos recursos disponíveis. Por enquanto é uma ideia, uma utopia. Quem sabe algum dia possamos realizá-la”, explicou.

 

Na Argentina, são necessários hoje US$ 5 milhões (cerca de R$ 17 milhões) por ano para manter o Malba -metade desse montante é aportado pela Fundação Costantini, e o restante é levantado com venda de ingressos na bilheteria e doações de empresas. Por enquanto, apenas propostas brasileiras de aquisição da tela apareceram, lembra Costantini. “Mas o Malba não vende ‘Abaporu’. Os museus não vendem obras, eles acumulam obras.”

 
A tela foi a primeira do argentino como colecionador profissional -ele começou a adquirir arte nos 1960, mas de forma mais esporádica.
“Fui decidido a comprá-la pela qualidade da obra como peça de arte. Ela representa o surgimento do modernismo no Brasil. Em geral, procuro obras pelo que elas significam na arte latino-americana”, conta o argentino.

 

“Abaporu” inspirou o Movimento Antropofágico, criado pelo marido de Tarsila, Oswald de Andrade, após ele ser presenteado com o quadro. A ideia do movimento era digerir a cultura estrangeira e incorporar a ela elementos da realidade brasileira. Em tupi, “Abaporu” significa “homem que come gente”.

 

Costantini não gosta de emprestar ‘Abaporu’. “É uma peça central [do Malba] e os brasileiros são grandes visitantes do museu. Não queremos decepcioná-los, que venham visitar ‘Abaporu’ e ele esteja em Londres ou Nova York. Mas, às vezes, permitimos.”
O quadro sairá de Buenos Aires no início de julho e passará a ser exibido no Rio no dia 2 de agosto. Ainda não há uma data exata para o retorno, mas em 21 de setembro ele deve estar no Malba para a celebração do aniversário de 15 anos do museu.
Em 2017, “Abaporu” vai aos Estados Unidos para uma retrospectiva de Tarsila, em outubro, no Art Institute of Chicago; em seguida, passará pelo MoMA, em Nova York.

 

Fonte: LUCIANA DYNIEWICZ/DE BUENOS AIRES/para “Ilustrada”.

Galeria Marcelo Guarnieri Rio

Em sua primeira exposição individual na Galeria Marcelo Guarnieri em Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, Masao Yamamoto, artista residente na cidade de Gamagori, Japão, exibirá três séries fotográficas distintas – “A Box of Ku”, “Nakazora” e “Kawa=Flow'”, realizadas entre 1990 e 2015. Junto a essas fotografias, são apresentadas cinco Caixas-Poemascada caixa tem em seu interior uma série de fotografias e um Haikai. Outro formato de exibição presente na mostra se dá através de livros, que são pensados pelo artista como um espaço expositivo dotado de uma dinâmica mais próxima do observador – livros sanfonados confeccionados a mão com imagens em escalas menores que as que comumente o artista realiza. As fotografias de Masao sinalizam a potência de uma poética da delicadeza. O artista possui trabalhos em coleções públicas e particulares nos EUA, no Museu Victoria&Albert, de Londres e na Maison Européenne de la Photographie, em Paris.

 

Em um mundo em que a imanência entre o homem e a natureza parece sinalizar uma ruptura, Masao Yamamoto debruça-se em suas fotografias para um olhar que ainda salvaguarda esta união. Em pequenos formatos, as imagens são tessituras, brechas, espaços de singularidades daquilo que mantém as relações entre os seres humanos e o espaço cíclico do natural: a memória e o tempo. O cotidiano, aspecto que singulariza o humano, torna-se no descuido do tempo algo ordinário. Interessa ao olhar não ocidental de Yamamoto, enxergar nas “pequenas coisas” imagens que se tornaram invisíveis no cotidiano, transformando-a em um profundo belo estético. Nada é pretensioso e desmedido, pois obedece ao tempo natural da vida. Após fotografar as imagens, o artista deixa que o tempo ordene a sua força, carregando consigo, em seu bolso, os momentos capturados. Com esse deslocamento, do homem-artista, as fotografias sofrem alterações: manchas, rasgos e vincos. As imagens têm seu tempo dilatado, um álbum construído com personagens e cenas de uma memória coletiva e em envelhecimento provocado.

 

Após a passagem por “imagens amareladas e em contraste acentuado” em “Box of Ku”, Masao sugere a suspensão do tempo, um intervalo, e que na língua de seu país pode ser traduzido como Nakazora, “um estado onde os pés não tocam o chão, o espaço entre o céu e a terra”. “Kawa=Flow” parte de um princípio budista, recontado pelas palavras do artista: “Buda ensinou que uma pessoa começa a viver para a morte no dia em que nasce, e não há nada mais óbvio que isso”. Série recente de sua obra intui, nesta, a dilação do tempo entre a vida e a morte ou os processos que ocorrem no espaço da natureza: Um rio, fluxos e passagens – nascimento/morte – passado/futuro.

 

obra de Masao Yamamoto é representada no Brasil pela Galeria Marcelo Guarnieri.

 

De 18 de junho a 23 de julho.

SIM galeria, mostra e livro

A SIM Galeria, Curitiba, PR, convida para o bate papo de lançamento do livro de Paolo Ridolfi com a presença do artista e do curador da mostra Agnaldo Farias. HOJE, segunda-feira, 13 de junho de 2016, às 19h30. Ao mesmo tempo a galeria apresenta a exposição “Chafariz” na qual o artista apresenta seus mais recentes trabalhos em pinturas e objetos.

 

A obra pictórica de Paolo Ridolfi, em janelas, ora mais, ora menos figurativas, promove com a exposição “Chafariz”, sobretudo, uma série de encontros fortuitos entre cores incisivas, linhas vigorosas e superfícies diversas. Conservando o que é informal e comunitário, próprios do espaço que ocupa o chafariz, o título da exposição articula a integração em suas obras entre marcas de memórias individuais do artista- como traços de um rabiscar aprendidos na infância- e coletivas – como os índices tipográficos de cartazes urbanos que o cercam.

 

Paolo Ridolfi revela em “Chafariz” um momento de abertura em sua criação para a intervenção do acidental e do acaso revelados tanto na alteridade do seu inconsciente como na cidade ao redor. O movimento que primordialmente ordena e coordena toda a produção aqui cede lugar a graciosas surpresas que escorrem sobre suas telas, cobrem os tridimensionais rígidos, que espontaneamente evocam elementos recorrentes ao mesmo tempo em que convidam a presença de formas inéditas.

 

A data de abertura da exposição marca também o lançamento do livro intitulado “Paolo Ridolfi” com organização da SIM Galeria e curadoria de Agnaldo Farias, assim fazendo da exposição “Chafariz” um marco de dupla importância na trajetória de Paolo Ridolfi e na trajetória da arte contemporânea brasileira.

 

Entreolhares

O Museu Afro Brasil, Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Parque Ibirapuera – Portão 10 (acesso pelo portão 3), instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, abre no dia 18 de junho, a exposição “ Entreolhares – poéticas d’alma brasileira” – um amplo recorte da arte popular brasileira, com curadoria de Fábio Magalhães e Edna Matosinho de Pontes. A arte popular brasileira é um dos destaques do acervo do Museu Afro Brasil em um dos núcleos mais apreciados pelos visitantes, onde eles encontram sua história, suas raízes, e lembranças do dia a dia.

 

Segundo os curadores: “Esta mostra é composta por cerca de 200 obras, pertencentes a instituições públicas e coleções privadas, abarca um longo período da produção artística popular. A partir da década de 40 até a contemporaneidade,  o recorte curatorial reúne um conjunto abrangente e diversificado da expressão autoral de criatividade popular, desde as carrancas do mestre Guarany, das cerâmicas do mestre Vitalino, até os grandes mestres atuais, ativos nas diversas regiões do Brasil. Diversos estados estarão aqui representados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais,  Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo, de onde vem esta rica coleção.

 

Nos anos 40/50, as obras de Vitalino, Louco, Agnaldo dos Santos e Geraldo Teles de Oliveira tiveram grande repercussão no meio artístico e chamaram a atenção da sociedade para o enorme significado da expressão popular. Houve grande valorização da arte popular autoral. Djanira, Heitor dos Prazeres, Jose Antônio da Silva, Agnaldo dos Santos participaram das Bienais de São Paulo.

 

Mário de Andrade e os modernistas já haviam demonstrado grande interesse pela arte popular, desde a década de 1920.  Obras de Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Cícero Dias, Guignard, entre vários outros artistas dão mostras de proximidade poética com a arte popular.

 

Percebe-se também, atualmente, grande confluência entre poéticas de artistas contemporâneos (Efrain Almeida, Marepe, Emmanuel Nassar, Alex Cerveny) e de artistas populares (Véio, José Bezerra, Marinaldo Santos). Nos últimos anos, são muitos os críticos de arte voltados ao estudo da arte e artistas contemporâneos que organizaram exposições abordando a expressão popular.

 

 

 

Dos artistas

 

A mostra reúne um grande número de artistas populares, reconhecidos e consagrados, como Vitalino, Mestre Guarany, Zé Caboclo, Manuel Eudócio, Artur Pereira, Geraldo Teles de Oliveira, Itamar Julião, Nino, José Antônio da Silva, Mestre Molina, Isabel Mendes da Cunha, Alexandre Filho, Louco, Poteiro, Ranchinho, entre outros, além de artistas populares mais jovens que se destacam nas mais diversas regiões do Brasil.

 

A exposição conta com artistas modernos e contemporâneos, sensíveis às expressões e temas populares e pretende estabelecer diálogos entre eles – que se dá no encontro amoroso entre o popular e o erudito. Obras de Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Guignard, Cícero Dias, Cláudio Tozzi, Siron Franco, Beatriz Milhazes, Nelson Leirner, entre outros, estarão ao lado daquelas de Adir Sodré, Heitor dos Prazeres, Paulo Pedro Leal, Cardosinho. Esse encontro de poéticas voltadas para um Brasil profundo diz respeito à nossa identidade e traz à luz as narrativas do que somos ou do que sonhamos que somos.”

 

A exposição recebeu incentivos do projeto PROAC da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo e é patrocinada pela CPFL – Companhia Paulista de Força e Luz.

 

 

De 18 de junho a 07 de agosto.

Rememorando Tunga

10/jun

O artista brasileiro Tunga – o primeiro artista contemporâneo a expor suas obras no Louvre, em Paris – morreu aos 64 anos. Tributos vindos do mundo das artes lamentaram a perda do artista, que trabalhou com escultura, performance e vídeo, nunca se esquivando do caráter muitas vezes surreal de suas obras.

 

Em entrevista à Folha de S. Paulo, Adriana Varejão o classificou como “um artista visceral, um alquimista”, enquanto Waltercio Caldas afirmou que o Brasil perdeu um de seus maiores artistas. O curador Hans-Ulrich Obrist postou uma imagem de tributo no Instagram, enquanto a diretora da Frieze, Victoria Siddall, escreveu no Twitter: “Triste ao saber da morte de Tunga, artista brasileiro que tinha apenas 64 anos e continuava fazendo um grande trabalho”.

 

Tunga, nascido Antonio José de Barros Carvalho e Mello Mourão em Palmares, PE, é um dos artistas contemporâneos mais conhecidos do Brasil. Ele representou o país na Documenta 10, em 1997, e estava entre os quatro artistas que representaram o Brasil na Bienal de Veneza de 2001. Sua instalação “A La Lumière des Deux Mondes”, de 2005, foi a primeira exibição de um artista contemporâneo no Louvre.

 

Sua instalação “Eu, Você e a Lua” será um dos destaques da Unlimited, na Art Basel 2016, que acontece agora, entre 13 e 19 de junho.

Fonte: Touchearte

 

Exposição Futurama 2

09/jun

A Secretaria do Estado da Cultura e o Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul, MACRS, inauguram dia 14 de junho a exposição coletiva “Futurama 2″ com curadoria de Ana Zavadil, curadora-chefe, e Letícia Lau, curadora assistente, nas galerias Xico Stockinger e Sotero Cosme da Casa de Cultura Mário Quintana, Centro Histórico, Porto Alegre, RS. Na ocasião a Secretaria também fará o lançamento do FAC setorial das Artes Visuais.

 

A exposição apresenta jovens produções artísticas com uma pluralidade de linguagens, suportes e mídias, dando continuidade da exposição “Futurama”, realizada em 2014, com o objetivo de mapear a produção recente e dar continuidade a pesquisa da curadora Ana Zavadil, autora do livro “Entre: curadoria A-Z”, de 2013, no qual foi registrada a produção artística gaúcha dos anos 2000 a 2010.

 

Os expositores, oriundos de algumas universidades do estado como a Universidade de Caxias do Sul, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Feevale, Universidade do Extremo Sul Catarinense, e artistas com produções independentes. São eles: Adriani Araujo, Alan Cichela, Beatriz Harger, Cássio Campos, Chana de Moura, Camila Piovesan, Carine Krummenauer, Carolina Luchese,Cristine Losekann Marcon, Daiane Ferrari, Daniel Eizirik, Diane Sbardelotto, Eduardo  Andrejew, Gelson Soares, Gabriela Picancio, Gustavo Souza, Helena Alíbio, João Alberto Rodrigues, Juliana Veloso, Lidiane Fernandes, Lívia dos Santos, Lizandra Caon, Louise Kanefuku, Manoela Furtado, Mariana Riera, Nilton Santolin, Maria Luciana Firpo, Priscila Kisiolar, Rafael Terra, Sandro Bellorini, Tânia Oliveira, Thiago Quadros, Tom Ferrero e Vanessi Reis.

 
De 14 de junho a 24 de julho.

Livro de Adriana Fontes

A artista Adriana Fontes lança seu fotolivro “Vestes Vestígios Rastros do Tempo”, no dia 09 de junho, das 19h às 22h, na Livraria Argumento, Leblon, Rio de Janeiro, RJ. A edição bilíngue (português e inglês) é um desdobramento da instalação audiovisual de mesmo nome, realizada na Galeria do Lago, entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2015. Com 100 páginas, o livro reúne 98 fotografias selecionadas da exposição. A direção de arte é de Roberto Caldas – Garagem Design Integrado, com selo da Editora Philae.

 

A Instalação “Vestes Vestígios Rastros do Tempo” que gerou o livro foi um site specific (trabalho de arte criado exclusivamente para a galeria),  desenvolvido a partir de estímulos sensoriais e poéticos do Palácio do Catete (atual Museu da República), com curadoria de Isabel Portella. Ao longo de 12 meses, Adriana capturou imagens e sons do museu numa “conversa” imaginária com o espaço, palco de tantos acontecimentos sociais, articulações políticas e momentos de comoção nacional. A pesquisa transformou-se em dois vídeos projetados em tecidos fluidos que pendiam do teto. As imagens e a trilha sonora remetiam ao palácio como um local imaginário, transportando o espectador a outros espaços. O livro reúne uma série de fotografias feitas para essa instalação, na Galeria do Lago.

 

“O olhar de Adriana Fontes recai sobre detalhes que a cercam e coloca sobre eles novas luzes. As fotos vão revelando a delicadeza captada por Adriana em fragmentos de um tempo que antes parecia estagnado. São rastros do passado, vestígios que deixam pistas do que ocorreu nos salões centenários do Palácio da República”, comenta Isabel Portella. “O fotolivro é mais do que uma reprodução das imagens da exposição. Aqui, o discurso toma uma forma bidimensional, num tempo linear e sequencial, determinado pelo próprio objeto. As imagens são trabalhadas em duplas, criando novas frases visuais e novas sequências poéticas. A impressão traz uma nova dimensão perceptiva, revelando estilos que passam do abstrato à fotografia clássica”, explica Roberto Caldas.

 

 
Sobre a artista

 

Adriana Fontes especializou-se em Figurino Histórico Teatral e Cinematográfico, na Escola Arte Moda, em Florença (Itália); e em Pintura na Escola de Belas Artes Massana, em Barcelona (Espanha). Graduou-se em Licenciatura em Artes pela Bennett, RJ, fez pós-graduação em História da Arte e da Arquitetura no Brasil na PUC-RJ, e mestrado em História Social da Cultura também pela PUC-RJ. Fez diversos cursos de pintura, desenho e escultura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, RJ. Foi Professora de Artes (e Figurino) em projetos culturais e em cursos no Rio de Janeiro, como na Universidade Estácio de Sá. Foi Cenógrafa e Figurinista em diversas produções teatrais e cinematográficas, como no grupo O Tal. Atuou no Atelier de Cerâmica, desenvolvendo peças escultóricas e utilitárias. No campo de Arte e Educação, trabalhou em importantes projetos, como o Núcleo de teatro da Escola de Artes Visuais do Parque Lage; Programa Educativo do CCBB – RJ; Núcleo de crianças e jovens da Escola de Artes Visuais do Parque Lage; MAM Educação, RJ.; e Centro Cultural Telemar, RJ. Fez pesquisa histórica de arte para a novela “Paixões proibidas”. No Museu Histórico Nacional, RJ, realizou a pesquisa e curadoria pedagógica da exposição “Caminhos de Santiago”; “Arte no Período Românico em Castela e Leão”. Fez a coordenação pedagógica do programa educativo do Museu das telecomunicações/Centro Cultural Oi Futuro, RJ. Participou da exposição “Campo de Livros II” no Centro Cultural da Justiça Federal, RJ, com o livro de fotografias “Desalinho” com curadoria de Marcos Bonisson. Seus trabalhos em vídeo já foram apresentados em mostras no Parque Lage, RJ. e no Centro Cultural do Castelinho, RJ, com curadoria de Analu Cunha. Recentemente, no Centro Cultural Getúlio Vargas RJ, participou do “AVID”, mostra de vídeos experimentais com curadoria de Marcos Bonisson.

 

 
Sobre a Editora Philae

 

A Editora Philae foi fundada em 2011 pelos sócios Gabriela Weeks e Marcus Telles. Seus primeiros lançamentos foram romances de novos autores em língua portuguesa. Em sua estreia, foi contemplada com o Edital de Apoio a Novos Autores Fluminenses da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, com o romance “A escolha de Sócrates”, de Claudio Telles. Em 2014, iniciou seus lançamentos na área de artes, com o livro “Cabeça”, de Milton Machado, com apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro. Em setembro de 2015, lançou o aplicativo Casa da Marquesa de Santos, em convênio com a Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro e patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro. Junto com a Secretaria de Cultura do Município do Rio de Janeiro, a editora está produzindo a exposição virtual e o livro com o acervo do Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro. Outro recente lançamento foi o livro comemorativo dos 20 anos de carreira do artista Walter Goldfarb, com patrocínio dos Correios.

 

Brennand por Emanoel Araújo

07/jun

A exposição “Francisco Brennand – Senhor da Várzea, da Argila e do Fogo”, no Santander Cultural, Centro Histórico, Porto Alegre, com curadoria de Emanoel Araújo, nas palavras de Sérgio Rial, presidente da entidade,  servirá de “…motivo de dupla comemoração para o Santander por reunir e trazer para Porto Alegre dois nomes consagrados nos meios cultural e artístico brasileiro. O olhar apurado do curador evidencia a grandiosidade das obras do artista pernambucano e enfrenta com maestria o desafio de colocar um trabalho tão cheio de significados e mitologia, em um espaço com arquitetura eclética e rico em detalhes como o Santander Cultural. Os visitantes poderão viver por alguns momentos o universo mágico criado por Francisco Brennand, a partir de 1971, data em que transforma em ateliê as antigas ruínas da abandonada Cerâmica São João, de propriedade do seu pai. Num terreno de 14 mil metros quadrados, duas mil esculturas se espalham por jardins, pátios e lagos deixando o lugar “prenhe de uma atmosfera profana e ao mesmo tempo quase sagrada”, na sensível visão de Emanoel Araujo. Pela busca de recriar, ou pelo menos se aproximar, desse ambiente tão rico de sentimentos, histórias e mistérios, a exposição foi dividida em quatro vertentes: o teatro das representações mitológicas; o corpo em transmutação interior; os frutos da terra e as vítimas históricas”. Em exibição, esculturas, pinturas e vídeos distribuídos pelas galerias do Santander Cultural. Paralela à mostra, serão apresentados na sala de cinema quatro filmes com o artista como tema central.

 

 

De 07 de junho a 04 de setembro.

Linguagens do corpo carioca

01/jun

O Museu de Arte do Rio inaugura “Linguagens do corpo carioca (a vertigem do Rio)”. Resultado de uma vasta pesquisa realizada sob a curadoria de Paulo Herkenhoff e cocuradoria de Milton Guran. A exposição reúne 800 obras de artistas consagrados – como Evandro Teixeira, Pierre Verger, Mario Testino, Bruno Veiga, Ana Stewart, Ricardo Chaves, Ricardo Beliel, Ana Kahn, Benoit Fournier, Marcia Zoet, Marcelo Correa, Daniel Martins, Alexandre Mazza, Gustavo Malheiros, – e nomes menos conhecidos, mas que igualmente captaram a essência da alma carioca por meio de seus trabalhos. A mostra integra a programação do “FotoRio 2016” e tem o apoio do banco J.P. Morgan.

 

“Linguagens do corpo carioca (a vertigem do Rio)” será inaugurada em 07 de junho, ocupando a galeria A do Pavilhão de Exposições. Para marcar a ocasião, às 11h, acontece uma Conversa de Galeria aberta ao público e com entrada gratuita. Participam do bate-papo os curadores e alguns dos artistas cujas obras integram a mostra.

 

Em cartaz durante os Jogos Olímpicos, a exposição toma como ponto de partida o corpo de quem vive na cidade para pôr em discussão a identidade social como uma espécie de gíria gestual. A abordagem transversal, característica comum às mais diversas mostras do MAR, se repete em “Linguagens do corpo carioca”, que é dividida em núcleos e traz à tona as mais diversas faces da vida na cidade.

 

Entre as tendências lançadas por aqui estão o highline (exercício de equilíbrio sobre uma fita elástica esticada entre dois pontos fixo no alto) e o surfe no trem. A camaradagem e a aproximação entre as classes, possível devido à segregação social marcante, estarão presentes em imagens do antigo Píer de Ipanema e dos cotidianos do samba e das comunidades. Também serão representadas as multidões nos jogos no Maracanã, manifestações políticas e até as filas do INSS. A famosa ginga das capas de discos da bossa nova, a cultura afro, a relação com o mar e personagens do imaginário do Rio também integram a mostra.

 

Na contramão das belezas de ser carioca, o visitante é confrontado com um Rio melancólico e marcado pela violência, por uma oposição ao prazer. Nesse contexto, três séries merecem destaque: a primeira, da artista Ana Khan, mostra o vazio deixado no exato local onde pessoas foram vítimas de balas perdidas; seguindo a mesma poética, fotos do coletivo Mão na Lata, feitas com uma câmera pinhole – que por ter uma fixação lenta da imagem não capta movimentos- mostram locais onde há somente construções, sem qualquer tipo de vida; fechando o núcleo, a série “Universidade Federal”, de Walter Carvalho, reflete sobre os lugares do crime na cidade.