Os seis anos da Japan House no Brasil

29/mar

De 02 de março a 23 de abril, a Japan House São Paulo apresenta a exposição “Retrospectiva: 6 anos de Japan House São Paulo” no Pavilhão Japonês, localizado dentro do Parque Ibirapuera. A iniciativa é resultado de uma parceria com a Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – Bunkyo, que administra o Pavilhão Japonês. A mostra apresentará um panorama da história da Japan House São Paulo desde a sua chegada à capital paulista em 2017.

Por meio de fotos e textos, a ação relembrará as 39 exposições que passaram pela instituição nipônica ao longo desses seis anos, assim como outras atividades que narraram a cultura japonesa, envolvendo diferentes perspectivas artísticas, tecnológicas, educacionais, gastronômicas, entre outras.

“Estamos muito felizes com a parceria institucional com o Bunkyo e esta importante ação no Pavilhão Japonês, um lugar lindo e privilegiado em nossa cidade. Com esta exposição oferecemos a milhares de pessoas novas oportunidades de contato com a cultura japonesa e reforçamos nossos laços com diferentes pontos geográficos e comunidades da cidade, além da Liberdade ou da Avenida Paulista”, comenta Eric Klug, Presidente da Japan House São Paulo.

Para Renato Ishikawa, Presidente do Bunkyo, “Esta parceria surge para coroar uma nova etapa do Pavilhão Japonês representada pelas obras de acessibilidade e que oferece uma cafeteria, loja, diversas atividades culturais, além da sua arquitetura bem característica. Agora, com esta exposição, os visitantes terão uma visão da diversidade e riqueza da cultura japonesa, aqui, dentro do Parque Ibirapuera”.

Apesar da parceria formal inédita somente neste ano, o Pavilhão foi peça-chave na construção da Japan House São Paulo. A inspiração para a imponente fachada de 36 metros de largura e 11 de altura que marca a Avenida Paulista surgiu após a visita de Kengo Kuma – responsável pelo projeto arquitetônico da instituição junto com o escritório brasileiro FGMF – ao Pavilhão Japonês em sua primeira visita ao Brasil. Ambos os projetos foram construídos com madeira hinoki e técnicas de encaixe. Desde sua inauguração até janeiro de 2023, a JHSP já recebeu mais de 2,7 milhões de visitantes. Dentre as mostras inesquecíveis que serão relembradas na exposição no Pavilhão Japonês, estão:

Kengo Kuma – Eterno Efêmero, sobre o trabalho do consagrado arquiteto japonês Kengo Kuma;

O fabuloso universo de Tomo Koizumi com as vestidos icônicos do designer de moda Tomo Koizumi;

Parade – um pingo pingando, uma conta, um conto, exposição individual inédita da artista visual Yuko Mohri;

Equilíbrio, instalação que trouxe uma representação do ciclo da água utilizando balões de acabamento holográfico de maneira lúdica; e (ím)pares. que ressaltou o senso estético japonês por meio do trabalho de cinco designers de joias.

Além das exposições, será apresentado também um panorama das mais distintas atuações como Clube de Leitura, Ciclo de Mangá, Podcast JHSP, Caminhos Brasil Japão, entre outras. Desde 2021, a JHSP expandiu seu alcance geográfico com ações digitais e físicas em outros estados como Paraná, Rio Grande do Sul, Pará e Pernambuco e países como Argentina e México, atingindo 50 mil de pessoas presencialmente e dois milhões digitalmente a cada mês.

 

Sobre a Japan House São Paulo (JHSP)

A Japan House é uma iniciativa internacional com a finalidade de ampliar o conhecimento sobre a cultura japonesa da atualidade e divulgar políticas governamentais. Inaugurada em 30 de abril de 2017, a Japan House São Paulo foi a primeira a abrir suas portas, seguida pelas unidades de Londres e Los Angeles. Estabelecida como um dos principais pontos de interesse da celebrada Avenida Paulista, a JHSP destaca em sua fachada proposta pelo arquiteto Kengo Kuma, a arte japonesa do encaixe usando a madeira Hinoki. Desde 2017, a instituição promoveu mais de trinta exposições e cerca de mil eventos em áreas como Arquitetura, Tecnologia, Gastronomia, Moda e Arte, para os quais recebeu mais de dois milhões de visitantes. A oferta digital da instituição foi impulsionada e diversificada durante a Pandemia de Covid-19, atingindo mais de sete milhões de pessoas em 2020. No mesmo ano, expandiu geograficamente suas atividades para outros estados brasileiros e países da América Latina. A JHSP é certificada pelo LEED na categoria Platinum, o mais alto nível de sustentabilidade de edificações; e pelo Bureau Veritas com o selo SafeGuard – certificação de excelência nas medidas de segurança sanitária contra a Pandemia de Covid-19.

 

Sobre o Pavilhão Japonês

Situado dentro do Parque Ibirapuera, o Pavilhão Japonês foi construído conjuntamente pelo governo japonês e pela comunidade nipo-brasileira, sendo doado à cidade de São Paulo, em 1954, nas comemorações do IV Centenário de sua fundação. Desde a inauguração, a gestão do espaço é realizada pela Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social, entidade representativa da comunidade nipo-brasileira, e está aberto ao público de quinta a domingo. Considerado um dos raros pavilhões fora do Japão a preservar as características originais, o local é uma das referências das autoridades japonesas em visita ao Brasil.

 

Gregori Warchavchik, um modernista

14/dez

 

Um novo olhar sobre a trajetória e o legado de Gregori Warchavchik, o pioneiro da arquitetura modernista no Brasil. No dia 15 de dezembro chega às livrarias o livro “Gregori Warchavchik – A chegada do moderno”, da BEĨ Editora. Para o lançamento está marcado um bate papo, às 19 horas, na Biblioteca do Insper em São Paulo, SP, com a presença de Silvia Segall, arquiteta e organizadora da edição, Ivo Giroto, professor do Departamento de História da Arquitetura e Estética do Projeto da FAUUSP, o arquiteto Carlos Warchavchik, neto de Gregori, e Maria Cecília Loschiavo, professora de Design da FAUUSP.

A chegada do moderno apresenta uma seleção dos principais projetos de Warchavchik, da casa da rua Santa Cruz aos projetos de clubes do fim dos anos 1950; reunindo obras construídas, projetos não executados e desenhos de mobiliário. O livro mostra, assim, tanto seu caráter de pioneiro do modernismo como a forma como se adaptou às transformações do tempo e do mercado, atuando também como empreendedor e construtor. A obra traz textos de Ivo Giroto, do arquiteto Carlos Warchavchik, e de Maria Cecília Loschiavo, que discorre sobre o design de mobiliário do arquiteto. O volume traz ainda uma entrevista de Paulo Mendes da Rocha – que recorda com humor a convivência de ambos durante a reforma do Clube Paulistano -, além de uma grande coleção de fotografias, desenhos, plantas e croquis que revelam a inventividade, a inovação e o amadurecimento do trabalho do arquiteto ao longo do tempo.

“Warchavchik foi protagonista no esforço de inserção do Brasil em uma rede internacional de trocas de ideias no campo da arquitetura e do design modernos”, comenta Silvia Segall. Apoiado em ampla pesquisa de imagem e em textos que buscam apreender seu tema de diversos pontos de vista, O chamado do moderno lança um novo olhar sobre a trajetória de Gregori Warchavchik em sua complexa carreira, analisando com objetividade e paixão sua importância e seu legado na arquitetura paulista e brasileira. “Pioneiro foi o papel que lhe coube no panorama histórico da arquitetura moderna brasileira […]; visionária foi sua atuação do início ao fim da carreira, marcada pelo aguçado senso de oportunidade e antecipação que definiu um caminho profissional complexo e aberto às transformações exigidas ao longo de meio século de atividade.”, afirma Ivo Giroto.

 

Sobre  Warchavchik

Nascido na Ucrânia, Warchavchik era um jovem arquiteto em 1923, quando migrou para o Brasil. Ao estabelecer-se em São Paulo, casou-se com Mina Klabin, cunhada de Lasar Segall, e travou contato com o círculo de artistas e intelectuais voltados para a discussão da cultura brasileira no século XX – pessoas como Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Flávio de Carvalho, entre outros. A casa que projetou para sua família, inaugurada em 1928 na rua Santa Cruz e hoje tombada pelo patrimônio histórico, foi a primeira construída no país conforme os postulados arquitetônicos modernistas. Em seus projetos, desenhava também o mobiliário interno, bem como elementos como gradis, portões e luminárias.

 

Lançamento

Gregori Warchavchik – A chegada do moderno

Data: 15/12/2022, às 19h – Local: Biblioteca do Insper – Rua Quatá, 300 – Térreo – Vila Olímpia

Inscreva-se e participe do sorteio que será realizado no evento. Iremos sortear 3 exemplares entre os presentes no debate.

 

Ficha técnica

Título: Gregori Warchavchik – A chegada do moderno

Organização: Silvia Segall

Textos: Carlos Warchavchik, Ivo Giroto, Maria Cecilia Loschiavo dos Santos e Silvia Segall Projeto gráfico: Bloco Gráfico

ISBN: 978-65-86205-31-2

Idioma: Português | Inglês Páginas: 256

Formato: 23,4 x 29,5 cm

Acabamento: Brochura com lombo solto, no papel masterblank Ano: 2022

Preço de capa: R$ 120, 00

 

Sobre os autores

Silvia Segall (org.) Arquiteta, dedica-se à curadoria de exposições nas áreas de design e arquitetura, com foco no modernismo brasileiro. Foi cocuradora da Ocupação Gregori Warchavchik (Itaú Cultural, São Paulo, 2019) e organizadora e curadora da exposição A Casa Santa Cruz (Parque Casa Modernista/Museu Lasar Segall, 2019).

Ivo Giroto. Professor do departamento de História da Arquitetura e Estética do Projeto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Desenvolve estudos sobre arquitetura moderna e contemporânea no Brasil e na América Latina em diversos grupos de pesquisa.

Maria Cecilia Loschiavo dos Santos. Professora titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Autora do livro “Móvel moderno no Brasil” (Olhares, 2015), entre outros.

Carlos Eduardo Warchavchik. Arquiteto pela Universidade de São Paulo, com pós-graduação em História e Teoria da Arquitetura na Architectural Association de Londres. Atua na área de projetos de arquitetura e construção civil.

 

Sobre a BEĨ Editora

Ao longo de sua trajetória, a BEĨ consolidou-se como uma editora de excelência na concepção e execução de projetos editoriais, mantendo a mesma qualidade nas plataformas de debate e educação que desenvolveu nos últimos anos. O catálogo da editora é formado por livros de arte, design, fotografia, gastronomia, arquitetura, urbanismo e economia, além de títulos voltados para a educação de jovens desde o Ensino Fundamental até a universidade. A palavra beĩ – “um pouco mais”, em tupi – define o espírito que norteia a editora desde sua fundação. O nome reflete o desejo de superar limites, o que se repete a cada projeto executado. A palavra remete ainda ao envolvimento da editora com o Brasil e a cultura brasileira, num compromisso que se reafirma não apenas nas suas publicações, mas no conjunto de suas ações durante um percurso de quase três décadas, que resultou também em iniciativas como a Coleção BEĨ de bancos indígenas do Brasil e a BEĨ Educação.

 

Premiação para Elizabeth de Portzamparc

12/dez

 

O Prêmio IAB-RJ – “Arquiteta do Ano: Elizabeth de Portzamparc A visão inovadora e comprometida com o meio ambiente” e a inclusão de Elizabeth de Portzamparc, em projetos na França e na China

Elizabeth de Portzamparc, carioca radicada em Paris há muitos anos, tem ganhado muitos prêmios na Europa por sua atividade destacada em arquitetura e urbanismo, principalmente à frente de projetos de grande porte, na França e na China – em que constrói bairros inteiros, centros de ciência, museus, e uma monumental torre de 262 metros de altura em Taiwan, entre muitos outros. Ela estará no Brasil para receber, a convite de Igor de Vetyemy, na segunda-feira dia 12, do IAB-RJ o prêmio de Arquiteto do Ano. No dia 15, às 17h, fará a palestra magna em uma solenidade no MAR (Museu de Arte do Rio) do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, em homenagem ao dia do Arquiteto e Urbanista. Após sua fala, haverá um debate com Sérgio Magalhães e mediação de Nádia Somekh.

O que tem destacado Elizabeth de Portzamparc no cenário atual da arquitetura, e talvez seja a chave do sucesso para vencer tantos concursos internacionais – em que os participantes são identificados por números, e não nomes – é sua ousadia e a profunda conexão com a natureza. No projeto vencedor em 2021 na China, “Living in the leaves”, em Huizhou, uma região de árvores milenares do distrito de Guangdong, para a construção de casas, cabanas, e um SPA, em uma área de 43 mil metros, ela faz um “manifesto contra o desflorestamento”. Além de todo o desenho que se mimetiza com a natureza, serão usados materiais locais como madeira, pedra e terra. “Ao lidar com uma zona virgem, precisamos fazer como os povos indígenas, e em vez de construir coisas que podem agredir, devemos propor um modo de viver completamente integrado, em respeito total à floresta, co-habitando, inserindo um novo elemento no ecossistema, enriquecendo este ecossistema sem agredir. Nós temos que conviver com a natureza, com delicadeza, e fazer parte dela”, afirma.

No recentemente concluído Palácio da Ciência em Pudong, Xangai – Science Hall of Zhangjiang – com área de 120 mil metros quadrados, o parque urbano se integra à construção ascendendo suavemente, em um plano inclinado até o teto, onde além da área verde estão barzinhos e espaços para exposições e eventos.

Elizabeth de Portzamparc é casada com o prêmio Pritzker Christian de Portzamparc, com quem tem dois filhos e três netos, e não perde sua ligação com o Brasil.

 

Tarsila, pioneira em Paris

10/mar

 

Pionnieres - Musee - du - Luxembourg

 

O Musée du Luxembourg, Paris, França, apresenta o trabalho de 45 artistas , 45 pintoras, escultoras, diretoras de cinema, cantoras, designers. De Suzanne Valadon a Tamara de Lempicka, a Mela Muter, Anton Prinner e Gerda Wegener, a Paris dos loucos anos 20 volta à vida em toda sua exuberância e riqueza, em formas tão múltiplas quanto fascinantes. E entre elas, a brasileira Tarsila do Amaral.

A exposição oferece uma visão global sobre o empoderamento das mulheres dos loucos anos 20. Das operárias fabris às lutas políticas pelos  direitos das mulheres, ao  empoderamento das artistas femininas e ações identitárias, todas as lutas que movimentaram as  classes feminista e feminina são exibidas, e essas mesmas lutas ainda são atuais, um século depois.

Fauvismo, abstração, cubismo ou surrealismo, dança, arquitetura, design, literatura e até ciências: essas mulheres pioneiras tomaram conta de todos os gêneros, sem colocar limites à sua arte.

Em Paris, na década de 1920, os códigos existenciais estão desmoronando com as festas noturnas . O Quartier Latin, Montparnasse e Montmartre são lugares de exuberância e liberdade: um terreno fértil para essas mulheres que querem conquistar o mundo das artes.

Esses artistas promovidos pelo Musée du Luxembourg lideraram grandes movimentos de arte moderna, embora seus papéis tenham sido esquecidos ou deixados de lado. O museu parisiense acolhe 100 anos depois esta exposição para dar-lhes o seu lugar de direito na história da arte.

Esses trabalhos feitos por mulheres pintoras, escultoras ou fotógrafas mostram a luta dessas mulheres por seu empoderamento. Tinham ateliês, galerias, editoras, retratavam descaradamente corpos nus, reivindicavam o direito de vestir, casar ou amar quem quisessem, sem ter que se prender às algemas que explodiam com um pincel.

O Musée du Luxembourg continua sua programação cultural com foco em artistas femininas, e estamos muito felizes com isso. Com sua nova exposição, chamada “Pionnières. Artistes d’un nouveau gênero dans le Paris des années folles” – Pioneiras. Artistas de um novo tipo na Paris dos loucos anos 20 – o museu nos leva a um mundo ainda desconhecido, mas infinitamente rico. Para descobrir de 2 de março a 10 de julho de 2022.

O Musée du Luxembourg ilumina os artistas dos loucos anos 20 com sua nova exposição. Pinturas, esculturas, fotografias, filmes, obras de arte têxteis e literárias: nenhum gênero artístico foi deixado de lado por essas mulheres multitalentosas que não pensaram duas vezes em abrir mão dos padrões de seu tempo para inovar.

Até o dia 10 de julho, corra e descubra “Pionnières. Artistes d’un nouveau genre dans le Paris des années folles ” – Pioneiras. Artistas de um novo tipo na Paris dos loucos anos 20. Esta exposição mostra mulheres que, pela primeira vez no início do século XX, puderam frequentar uma grande escola de arte e desfrutar de um ensino de arte que até então era apenas para homens.

Exposição de Burle Marx

04/nov

 

Burle Marx: clássicos e inéditos

A Casa Roberto Marinho, Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ, se associa ao Instituto Burle Marx na primeira exposição de seu inestimável acervo.

Data de 1938 a primeira relação profissional entre os dois Robertos, por ocasião da feitura do jardim da residência do jornalista no Cosme Velho. Foi um dos primeiros trabalhos residenciais de Burle Marx que, naquele exato momento, concebia o paisagismo do Ministério da Educação e Saúde, atual Palácio Gustavo Capanema. Indiscutível obra-prima que assinala a adaptação aos trópicos do projeto internacionalista de Le Corbusier. Com as curvas dos jardins, as sinuosidades das divisórias internas e a solução volumétrica de entrecruzamento de seus blocos, Burle Marx, Lucio Costa e Oscar Niemeyer evitaram que o edifício fosse apenas mais uma de tantas importações europeias entre nós. Ali começou, em grande escala, o Modernismo carioca e brasileiro.

A Casa de Stella e Roberto Marinho situa-se na última franja da Floresta da Tijuca; a adaptação ao local envolveu o transplante e uso de espécimes locais numa transição entre o bosque e o jardim. Destaca-se a presença da água e de seu rumor na fonte e no próprio curso do rio Carioca. Não se trata de uma obra para rápida contemplação visual e, sim, um espaço amistoso para permanência, deslocamento e fruição dos sentidos.

A presente exposição assinala o registro de quase nove décadas de trabalho do paisagista e de seus colaboradores. Materializa, ainda, a exemplar transformação dos arquivos particulares em acervo do Instituto, permitindo o seu compartilhamento com a sociedade. A existência organizada dessa coleção muito se deve ao próprio Roberto Burle Marx, mas, em igual medida, ao zelo de Haruyoshi Ono, José Tabacow, Fátima Gomes, Julio Ono, Gustavo Leivas e, agora, de Isabela Ono, minha parceira na curadoria e diretora executiva da recém-criada instituição. Em tempos sombrios o registro da persistência da criação e do posicionamento contra a destruição de nossas riquezas naturais é um grande alento e incentivo para todos.

“O Tempo Completa”, dizia nosso homenageado sobre a participação orgânica das espécies na criação da beleza. Mas, também, nos alertava que os lentos processos da milenar natureza podem ser destruídos em simples horas pela ignorância e ação mecânica violenta.

O acervo exibido deve ser tomado como uma oração ao tempo, de modo que dele sejamos parceiros em nossa passagem no planeta. E o Instituto consolida, junto com o Sítio Burle Marx e o conjunto de obras espalhadas por vários continentes, o legado que esse extraordinário brasileiro nos deixa.

Lauro Cavalcanti

 

Até 06 de fevereiro de 2022.

No Museu da Casa Brasileira

14/jul

 

 

“Bernardo Figueiredo: designer e arquiteto brasileiro” está chegando ao Museu da Casa Brasileira, São Paulo, SP. A partir deste sábado, 17 de julho, o público poderá conferir a nova exposição do Museu da Casa Brasileira que apresenta a trajetória de um dos profissionais icônicos para a arquitetura e o design brasileiro.

 

Bernardo Figueiredo (1934 – 2012) começou a consolidar sua carreira entre as décadas de 60-70 no Rio de Janeiro e ganhou relevância nacional por meio de edifícios como shoppings e estabelecimentos comerciais, design de móveis, arquitetura de interiores e urbanismo.

 

 

Entre as obras mais representativas do arquiteto está o Palácio do Itamaraty – que abriga o Ministério das Relações Exteriores, em Brasília – além de móveis originais como a Cadeira dos Arcos, a Poltrona Rio, a Cadeira Bahia e a Poltrona Leve, peças que estarão em exposição.

 

 

VISITAÇÃO

Funcionamento: de terça-feira a domingo, das 10h às 18h.

Entrada: R$7,50 (meia) / R$15 (inteira) / Gratuito às terças-feiras.

 

 

Exposições em cartaz

 

Remanescentes da Mata Atlântica & Acervo MCB | Vitrine – Utensílios da Cozinha Brasileira | Jean Gillon: Artista-designer

 

 

Obrigatório o uso de máscara durante toda a visita.

 

O Museu da Casa Brasileira vem seguindo todas as medidas de segurança e saúde preconizadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde), Centro de Contingência do Estado de São Paulo, ICOM (International Council of Museums) e IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus). Todos os protocolos adotados pelo MCB podem ser encontrados em nosso site, no link “Planeje sua visita”.

 

 Na Japan House

07/jul

 

A nova exposição da Japan House, Avenida Paulista, São Paulo, SP, apresenta as janelas como elementos fundamentais da   sociedade japonesa, além de ser ponto focal da representação da coletividade em tempos de Pandemia.

 

 

Depois de ser exibida na Japan House Los Angeles, a exposição inédita “WINDOWOLOGY: Estudo de janelas no Japão”, fica em cartaz até 22 de agosto com entrada gratuita. Tendo como ponto de partida o papel das janelas no design, na construção das relações sociais, nas artes, na arquitetura e na literatura, a exposição foi concebida pelo Window Research Institute, instituição japonesa que realiza pesquisas em torno deste elemento que, à primeira vista pode parecer ter um papel simples no cotidiano, mas que se torna imprescindível, principalmente em momentos de reclusão social como o que o mundo vive atualmente. Por meio de nove categorias, a exposição propõe diversas leituras sobre a representação da janela nos processos artesanais, em produções audiovisuais, na construção das casas de chás, na arquitetura contemporânea, nos mangás, nas suas diferentes aplicações nos diversos ambientes japoneses e seus múltiplos formatos, que foram se refinando e se adaptando às necessidades das diferentes culturas ao longo da história.

 

Em cartaz no segundo andar da instituição, a “WINDOWOLOGY: Estudo de janelas no Japão” explora a janela por meio de desenhos técnicos, maquetes, fotos, vídeos, mangás e obras literárias, que buscam mostrar aos visitantes as janelas como um dos componentes mais fascinantes da arquitetura e do dia a dia de todos. Para isso, apresenta seus diferentes tipos e movimentos, sua posição de destaque em ambientes e histórias, assim como revela sua potência, capaz de conectar o externo e o interno, permitir entrada de luz e ar nos ambientes, proteger do frio e da chuva e fazer com que seja possível observar o outro, a natureza e o movimento das cidades e das pessoas.

 

Falando sob o viés arquitetônico, no contexto japonês elas são, em sua maioria, feitas em madeira e compostas por colunas e vigas. Os vãos possuem características peculiares: quando se move um tategu (portas e janelas), o espaço transforma-se em um ambiente inteiramente ventilado. Um exemplo que reflete esse uso são as salas de chá japonesas (chashitsu), um programa arquitetônico especial que reúne diferentes tipos de janelas num espaço pequeno, em especial, o Yōsuitei, denominado também de Jûsansōnoseki (sala de 13 janelas), casa de chá que possui o maior número de janelas e que, nesta mostra, será exibida como uma réplica em tamanho real (escala 1:1) feita de papel artesanal japonês (washi).

 

Outra perspectiva apresentada na exposição é a relação das janelas com os locais de trabalhos manuais no Japão. Nesses ambientes, elas possuem lugar de destaque, inserindo ou expulsando elementos como a luz, o vento, o calor, a fumaça e o vapor, por exemplo, que alteram características de materiais como argila, madeira, tecido e papel. “As janelas são repletas de simbologias e atribuições poéticas e valorizar algo que está ao nosso lado nem sempre é uma percepção imediata. Mas basta pensar nas consequências da sua ausência, especialmente em tempos de confinamento e isolamento, para entendermos o porquê de elas merecerem tanta deferência”, afirma Natasha Barzaghi Geenen, diretora cultural da Japan House São Paulo.

 

 

Para Igarashi Taro, curador da mostra, além de seu valor histórico e arquitetônico, as janelas desempenham papel sem igual durante uma crise, por permitirem que as pessoas possam compartilhar esperança e gratidão de forma única. “As janelas sempre evocaram comportamentos específicos em pessoas de diferentes regiões e culturas – e essa diversidade pode ser reconhecida ainda hoje, em meio à pandemia”, afirma dando exemplos como “Ir até a varanda cantar ópera para os vizinhos, mandar mensagens de agradecimento aos profissionais de saúde e passar objetos pela janela para garantir o distanciamento social”. Taro é Doutor em engenharia, historiador, crítico de arquitetura e leciona na Universidade de Tohoku, em Sendai, no Japão. Foi curador do Pavilhão japonês na Bienal de Veneza, em 2008 e atuou como diretor artístico da Trienal de Aichi, em 2013.

 

 

“WINDOWOLOGY: Estudo de janelas no Japão” chega como uma leitura sobre o papel das janelas no mundo, como objetos culturais que relatam as diferentes visões e perspectivas sobre o que se vive hoje. A exposição conta com programação paralela online e conteúdos compartilhados por meio das redes sociais da Japan House São Paulo e, depois de passar por São Paulo, segue ainda este ano para a Japan House Londres.

 

 

Sobre o Window Research Institute

 

O projeto de pesquisa WINDOWOLOGY faz parte das atividades do Window Research Institute (Instituto de Pesquisas sobre Janelas) e se baseia na crença de que as janelas refletem a civilização e a cultura ao longo do tempo. Esse instituto dedica-se a contribuir para o desenvolvimento da cultura arquitetônica mediante a coleta e disseminação de uma vasta gama de ideias e conhecimentos sobre janelas e arquitetura, por meio do apoio e organização de iniciativas de pesquisa e projetos culturais. Nos últimos 10 anos, além de diferentes frentes de estudo, o Instituto também vem desenvolvendo projetos internacionais que englobam temas relacionados a arquitetura, cultura e artes, com a colaboração de diferentes instituições de pesquisa, museus e órgãos privados, entre outros.

 

 

Fonte: ARTSOUL

 

 

Live da Fundação Iberê Camargo

07/abr

 

Nesta quarta-feira (7), a Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, promove mais uma live da série Iberê Renova, sobre arquitetura de museus, acervo e manutenção. O arquiteto responsável pela conservação e manutenção da instituição, Lucas Volpatto, conversa com Renata Galbinski Horowitz. O bate-papo inicia às 19h, pelo instagram @fundacaoibere.

 

 

Arquiteta e especialista em Gestão e Prática de Obras de Restauração do Patrimônio Cultural, Renata foi diretora do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado – IPHAE e superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN no Rio Grande do Sul.

 

 

O projeto Iberê Renova foi contemplado pela Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc nº 14.017/2020, Edital Sedac nº 10/2020 – Aquisição de Bens e Serviços, para execução do Plano de Gerenciamento de Riscos: aquisição de equipamentos e materiais para modernização do acervo, a fim de atender aos padrões internacionais para salvaguarda, catalogação e exposição de bens museológicos.

 

 

A Fundação Iberê tem o patrocínio de OleoPlan, Itaú, Grupo Gerdau, CMPC – Celulose Riograndense, Vero Banrisul, Lojas Renner, Sulgás, Renner Coatings, Dufrio e Instituto Unimed Rio Grande do Sul, apoio de Unifertil, Dell Tecnologies, DLL Group, Viação Ouro e Prata, Laguetto Hoteis, Nardoni Nasi e Isend, com realização e financiamento da Secretaria Estadual de Cultura/ Pró-Cultura RS e da Secretaria Especial da Cultura – Ministério da Cidadania / Governo Federal. A exposição “Pardo é Papel” é realizada pelo Instituto Inclusartiz com patrocínio do Grupo PetraGold.

 

Bienal de Veneza

10/mar

 

A arquiteta Lina Bo Bardi será reconhecida com o Leão de Ouro pelo conjunto da obra na 17ª Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza, que começa no dia 22 de maio. O anúncio foi feito em uma publicação no site do evento.

Hashim Sarkis, curador da edição, afirmou que “se há uma arquiteta que representa adequadamente o tema da Bienal deste ano, é Lina Bo Bardi”.
“Sua carreira como designer, editora, curadora e ativista nos lembra o papel do arquiteto como organizador e, principalmente, como construtor de visões coletivas. Lina Bo Bardi também exemplifica a perseverança da arquiteta em tempos difíceis, sejam guerras, conflitos políticos ou imigração, e sua capacidade de permanecer criativa, generosa e otimista o tempo inteiro”, afirmou Sarkis.

Aos 32 anos, a italiana Lina Bo Bardi se mudou para São Paulo, onde ficou conhecida por projetos como o icônico cartão-postal paulistano Masp, o Museu de Arte de São Paulo, e a modernista Casa de Vidro. A arquiteta é um dos maiores nomes da arquitetura brasileira do século passado. As obras de Lina Bo Bardi têm traços que são lidos tanto como arte erudita quanto arte popular. Além de grandes edifícios, a arquiteta produziu desenhos e objetos famosos. Muitas de suas obras foram criadas a partir de itens que ela encontrava no lixo. Para ela, estas peças eram o ponto de partida para a construção de uma cultura autenticamente brasileira.

Segundo Sarkis, os projetos da arquiteta se destacam pela união entre arquitetura, natureza, vida e comunidade, através de seus desenhos e formas. “Em suas mãos, a arquitetura se torna verdadeiramente uma arte social”, disse.

Em nota enviada à organização da Bienal, o Instituto Bardi de São Paulo, que reúne o acervo artístico e biográfico do casal Bardi – ela foi casada com Pietro Maria Bardi, figura central na fundação do Masp -, disse estar profundamente honrado e grato pelo prêmio. “Esperamos que em vez de aumentar a popularidade de Lina Bo Bardi como um ícone da arquitetura, a Bienal ajude a contextualizar e comunicar a profundidade de sua visão de mundo crítica, sempre cuidando daqueles que são subrepresentados, sempre ciente da importância da diversidade e sempre comprometida com uma abordagem multidisciplinar de uma arquitetura que reúne pessoas de todas as esferas da vida”, diz o texto.

O questionamento “Como Viveremos Juntos?” é o tema da Mostra deste ano. A edição havia sido marcada para ocorrer no primeiro semestre do ano passado, mas devido à pandemia do novo coronavírus, foi adiada -duas vezes – e, agora, deve acontecer a partir do dia 22 de maio. A mudança de datas trouxe também uma importante mudança no calendário da Bienal de Veneza – agora, as mostras de arquitetura ocorrem em anos de numeração ímpar, enquanto as de arte acontecerão em anos pares, assim como a Bienal de São Paulo.

Lina Bo Bardi morreu em 20 de março de 1992, aos 78 anos, devido a uma embolia pulmonar.

Elizabeth de Portzamparc no Rio

05/fev

A arquiteta e urbanista Elizabeth de Portzamparc fala no IAB, Beco do Pinheiro, 10, Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, à 18h30, nesta quinta-feira, sobre “Nova Arquitetura, Nova Visão de Mundo”. Autora de projetos de grande porte na França e na China, a carioca radicada em Paris desde 1969 defende uma compreensão cosmológica, em que se considere as inter-relações humanas e as do homem com a natureza. Ela é membro do Comitê de Honra, e uma das porta-vozes, do 27° Congresso Internacional de Arquitetura (UIA 2020), que será realizado em julho no Rio de Janeiro.

 

Com projetos de vanguarda como uma torre-bairro de quase 300 metros de altura em Taiwan, uma Cidade da Ciência em Zhangjiang, coração do Vale do Silício chinês, e o maior centro de documentação europeu em Ciências Humanas e Sociais, na Grande Paris, ela defende novos parâmetros para a arquitetura, de modo a que se considere a cosmovisão, existente tanto nos povos indígenas como nos orientais, de que tudo está interligado, desde os seres humanos entre si como com a natureza e o universo. Ela cita Philippe Descola que sustenta a ideia de que “a separação entre o ser humano e a natureza introduzida pelo racionalismo cartesiano, justifica, há séculos, a destruição feita pelo homem”. Para ela, a arquitetura, “assim como outras áreas criativas, como artes visuais e ciências, começa a dar sinais nítidos de começar a estar afinada com a importância de se considerar o todo, todas as inter-relações”. “Já reconhecemos claramente na física quântica, na história e na antropologia esta visão de mundo, que devemos afirmar mais na arquitetura”, enfatiza.

 

A entrada é gratuita, mas está sujeita à capacidade do auditório.

 

Sobre a palestrante

 

Elizabeth de Portzamparc – Jardim Neves, em solteira – nasceu no Rio de Janeiro, de família mineira ligada a intelectuais e com forte tradição humanista. Em 1969, quando cursava o primeiro ano de sociologia na PUC Rio, foi para Paris, onde continuou seus estudos, em Economia e Sociologia, com pós-graduações em prestigiosas instituições, como seu mestrado em Antropologia e Sociologia Urbana na EHSS (École dês Hautes Étudesen Sciences Sociales – Université Paris V) e pós-graduação em urbanismo no IEDES (Institut d’Études Economiques pour Le Développement Social – Université Paris I). Nos anos 1980, Elizabeth teve enorme destaque no design e na arquitetura de interiores, com repercussão internacional. Sua escrivaninha 24 Heures (1986) foi exposta na Fundação Cartier e por toda a Europa, nos Estados Unidos e no Japão. Para a produção desta escrivaninha, ela conseguiu uma inovação da indústria na época, que produziu lâminas mais finas de MDF (Medium Density Fiberboard) do que então se fabricava. Uma década mais tarde, em 1997, ela criou uma linha de luminárias urbanas e cadeiras que foram todas bastante reconhecidas pela sua eficiência funcional, ergonomia e conforto. A maior parte dos objetos desenhados por ela foram criados dentro do contexto de seus grandes projetos de arquitetura, sendo pensados especificamente para a relação com os espaços que iriam ocupar e animar. Em 1987 ela abriu a Galeria Mostra em Paris, em que organizou exposições temáticas, convidando arquitetos, designers e artistas a criar objetos de acordo com os temas escolhidos para as exposições. Grandes nomes passaram por lá, como Bernard Venet, Arata Isosaki e Jean Nouvel, entre outros. Com os dois filhos já criados, ela passou a se dedicar fundamentalmente a projetos de grande porte, em que tem vencido importantes concursos internacionais, que têm a participação de famosos escritórios de arquitetura. Assim, ela pertence a uma elite mundial da arquitetura de grandes projetos, em que se destaca ainda por ser mulher, em um meio eminentemente masculino.