Brasileiros e portugueses.

24/set

“Ação à Distância”, exposição coletiva na Kubikgallery Lisboa, com curadoria de Luisa Duarte & Bernardo de Souza tem abertura anunciada para o dia 03 de outubro na Calçada Dom Gastão, n. 4, Porta 45. 1900 – 194, Lisboa, Portugal.

A exibição conta com obras dos artistas Alexandre Canonico, Artur Lescher, Dan Coopey, Daniel Frota de Abreu, Emmanuel Nassar, Flávia Vieira, Gonçalo Sena, Leda Catunda, Manoela Medeiros, Paloma Polo, Pedro Vaz, Salomé Lamas, Sara Ramo e Vera Mota.

O cromatismo de Andrea Brazil.

No dia 26 de setembro de 2024, às 19h30, Andrea Brazil inaugura a exposição individual “Pinturas” no SuperUber, Gamboa, Rio de Janeiro, RJ, com curadoria de Shannon Botelho. A mostra apresenta cerca de 55 obras entre monocromáticas e policromáticas, que marcam um novo momento em sua produção artística.

A cor, elemento essencial em seu trabalho, torna-se o ponto de partida para suas criações, fruto de um processo artesanal em que a artista prepara suas próprias tintas e telas. Nascida em Santos e criada em Salvador, a artista vive em São Paulo, mas mantém a Bahia como fonte de inspiração.

A fonte de Amelia Toledo.

Começaram os trabalhos de restauro da escultura-fonte da artista Amelia Toledo na Praça Arcoverde, em Copacabana. A iniciativa é da galeria de arte Nara Roesler, como um presente à cidade, em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima. Criada pela grande artista paulistana Amelia Toledo (1926-2017) e naugurada em 1998, a escultura, um grande bloco de quartzo rosa, com 140 centímetros de altura, foi pensada pela artista pelas qualidades do cristal: transmitir beleza, energia de vida e afeto para as pessoas que passam pelo local.

Descaracterizada pelo tempo e pelo aterramento do espelho d’água original, a obra voltará à beleza de sua época de criação, graças à iniciativa da galeria Nara Roesler, responsável pelo legado da artista. Com este gesto, a instituição de arte, ativa no circuito há quase 50 anos, com sedes em São Paulo e Nova York, quer presentear a cidade, em comemoração aos seus dez anos de atividades no Rio de Janeiro. O restauro está sendo possível devido à parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima, e apoio do Instituto de Arquitetos do Brasil – Rio de Janeiro (IAB-RJ).

“Palácio de Cristal” foi criada por Amelia Toledo para complementar o projeto da Estação Arcoverde do Metrô, a cargo do arquiteto João Batista Martinez Corrêa (1942), que convidou a artista para participar da empreitada. Trabalharam juntos por dois anos, e Amélia Toledo criou para a Estação Arcoverde o “Projeto Cromático”, um revestimento para as paredes com 68 diferentes tons, além de ter indicado os materiais de acabamento e fazer o painel de piso “Embarque na Estação Terra”, e pelo painel de aço inox “Por dentro da Terra”. O IAB premiou o projeto de Amelia Toledo e João Batista Martinez Corrêa – que está com 82 anos, e é irmão do diretor teatral e dramaturgo José Celso Martinez Corrêa (1937-2023), que apresentou a artista ao arquiteto. Merece destaque o apoio imediato de Tainá de Paula – à frente da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima na época em que o projeto de restauro foi apresentado por Nara Roesler – na articulação junto à Prefeitura do Rio e o Metrô Rio, concessionária do governo do Estado.

Sobre a artista

Amelia Toledo viveu no Rio de Janeiro nos anos 1970 e 1980, período em que iniciou uma obra pioneira na história da arte brasileira, em que ultrapassou a linguagem construtiva incorporando elementos da natureza, criando o que se pode chamar de abstração ecológica. Ela era ligada, principalmente aos cristais e às conchas marinhas.

Uma seleção exclusiva.

Para a ArtRio 2024, A Gentil Carioca (Stand A7) destacou uma seleção exclusiva de obras de artistas de diferentes gerações. Nesta edição, a poética singular da galeria será expressa através de trabalhos dos seguintes artistas: Agrade Camíz, Aleta Valente, Ana Linnemann, Ana Silva, Arjan Martins, Cabelo, Denilson Baniwa, Jarbas Lopes, João Modé, José Bento, Kelton Campos Fausto, Laura Lima, Marcela Cantuária, Maria Laet, Maria Nepomuceno, Miguel Afa, Misheck Masamvu, Novíssimo Edgar, O Bastardo, OPAVIVARÁ!, Renata Lucas, Rodrigo Torres, Rose Afefé, Sallisa Rosa, Vinicius Gerheim, Vivian Caccuri e Yanaki Herrera.

Seres fantasiosos de Bruno Novelli.

23/set

A Galatea abre no dia 03 de outubro, no seu espaço localizado na rua Oscar Freire, São Paulo, SP, a exposição “Bruno Novelli: tudo se transforma na terra”, a maior exibição individual já apresentada pelo artista Bruno Novelli (Fortaleza, 1980). A mostra traz um conjunto de 10 pinturas em grande formato produzidas especialmente para a ocasião. Com uma trajetória que soma quase duas décadas, o artista apresenta telas povoadas por seres fantasiosos, elaborados em densas composições, cores e grafismos. Além disso, entre as obras apresentadas está a maior pintura que já produziu: Jardim dos daimons (2024) atinge dois metros e setenta de altura por quatro metros de largura. O texto crítico da mostra é assinado pelo curador Thierry Freitas.

Fortemente inspirado pela exuberância do mundo amazônico e nutrindo interlocução de longa data com os artistas indígenas Huni Kuin que compõem o coletivo MAKHU, Novelli traz em suas pinturas composições ricas em cor e complexas padronagens figurando animais fantásticos e visões oníricas da natureza. Também lhe interessa colocar em tensão o olhar europeu na representação da paisagem tropical e o embate entre a natureza e a sua dominação pelo homem. Outra importante influência para Bruno Novelli é o pintor de ascendência indígena Chico da Silva (Alto Tejo, 1910 – 1985, Fortaleza), de quem absorveu o imaginário fantátisco ao conviver com suas obras ao longo da primeira infância vivida na cidade de Fortaleza, onde o legado de da Silva é pujante.

Bruno Novelli consegue mobilizar em seu trabalho uma imagem pulsante da natureza, ou, melhor dizendo, dos mundos vivos, parafraseando o título em inglês da exposição organizada em 2022 pela Fondation Cartier pour l’art contemporain da qual participou: Les vivants (Living Worlds).

Nit de l’Art 2024.

Por ocasião do La Nit de l’Art 2024, a Baró Galeria apresentou duas exposições destacando obras de grandes artistas latino-americanos: “Oublier le corps…”, a primeira exposição individual de Lygia Clark em Maiorca, Espanha; e a mostra coletiva Lucidus Disorder, ambas com curadoria de Rolando J. Carmona.

“Oublier le corps” marca a primeira exposição individual em Maiorca da renomada artista brasileira Lygia Clark (1920-1988). A exposição, com curadoria de Rolando J. Carmona, explora como o trabalho de Lygia Clark se envolveu ao longo de sua carreira com o conceito de dissolução do corpo. Desde os seus primeiros esboços desconstruídos, que prenunciam as formas geométricas dos seus “Bichos”, até aos seus objetos relacionais, a mostra investiga como a sua prática ativou métodos estéticos e psicológicos radicais, reimaginando os papéis tradicionais entre a obra de arte, o artista e o espectador, envolvendo até mesmo o inconsciente. e transcender a experiência sensorial física tipicamente associada à arte.

Lucidus Disorder

Diego Barboza, Artur Barrio, Sérgio Camargo, Yoan Capote, Eugenio Espinoza, Magdalena Fernández, Gego, Jac Leirner, Hélio Oiticica, Federico Ovalles, Mano Penalva, Wilfredo Prieto, Luis Salazar e Antonieta Sosa.

“Esses artistas anunciaram um novo modelo de desobediência de cunho tropical, alicerçado na lógica do caos. Longe de serem reacionários, esses gestos simbólicos e físicos operando por meio da desconstrução formaram uma dinâmica quase estereoscópica entre artistas venezuelanos e brasileiros, que deixaram para trás a arte concreta no Brasil e a arte cinética na Venezuela configuraram uma resposta política à razão cartesiana e eurocêntrica que definia a estética oficial, criando obras que transcendiam a grade em crise e sorriam para a vida cotidiana.”

Rolando J. Carmona.

Cildo Meireles desenhos 1964-1977.

A Galatea, anuncia a exposição “Cildo Meireles: desenhos, 1964-1977”, que ocupará o espaço da rua Padre João Manuel, Jardins, em São Paulo. Com abertura no dia 03 de outubro, a mostra ocorre em colaboração com a Galeria Luisa Strina, que abrirá no mesmo dia a individual com obras inéditas de Cildo Meireles no Brasil, intitulada “Uma e algumas cadeiras/Camuflagens”. Após um hiato de cinco anos sem uma exposição robusta do artista no país, as mostras oferecem, juntas, uma visão ampla e complementar do trabalho de Cildo Meireles, para quem o desenho muitas vezes é a gênese da sua prática no campo tridimensional.

A Galatea traz uma seleção de desenhos produzidos desde 1964, quando o artista tinha apenas 17 anos, até 1977, colocando em destaque o Cildo Meireles desenhista, faceta menos explorada em comparação a outras vertentes do seu trabalho. Por outro lado, é essa a sua prática mais constante e longeva. O curador Diego Matos, que assina o texto crítico da exposição, comenta a esse respeito que:

“Trazer ao público uma seleção generosa de desenhos de Cildo Meireles é tornar visível e acessível a prática mais onipresente na trajetória de mais de 60 anos do artista. Prática, aliás, indissociável de sua produção objetual e instalativa. Feitos em um quarto de hotel, na calada da noite; na calmaria caseira da manhã; ou em ateliê, num momento intervalar de trabalho – seus desenhos nos contam muito de um repertório poético e conceitual que ele encadeou desde o início da sua produção.”

A mostra permanecerá em cartaz até o dia 01 de novembro.

O legado de Frans Krajcberg.

19/set

A Paris Design Week deste ano ganha um toque especial com a presença vibrante de artistas e designers brasileiros que, inspirados pelo legado de Frans Krajcberg, levam à capital francesa uma discussão urgente: a ecologia na produção artística contemporânea. Em Montparnasse, no coração da antiga Paris, o Espace Frans Krajcberg se torna o epicentro de uma exposição que celebra a união entre design, arte e sustentabilidade. Com curadoria de Pat Monteiro Leclercq, a mostra reúne nomes de destaque do cenário artístico e do design brasileiro, incluindo Ângela Maria Ateliê, Atelier Cléophée, Bianca Da Costa, Clarisse Taulewali, Cris Bertolucci, DECARVALHO ATELIER, e muitos outros. Cada um deles apresenta criações exclusivas que não só encantam pelo seu apelo estético, mas também despertam uma reflexão profunda sobre nossa relação com o meio ambiente.

Entre as peças em exibição, destaca-se a icônica Poltrona Esfera, em uma versão especial confeccionada em couro de pirarucu, assinada por Ricardo Fasanello (1930-1993). Esta obra, assim como as demais presentes na exposição, carrega em si a essência do pensamento de Krajcberg: o compromisso com a sustentabilidade e o respeito pela natureza. A relação entre arte e natureza foi uma constante na vida de Frans Krajcberg, e essa simbiose é simbolizada pela casa na árvore criada por Zanine Caldas para o amigo. Este espaço, que hoje é o Espace Frans Krajcberg, é mais do que um atelier de trabalho – é um santuário que celebra a harmonia entre o homem e o meio ambiente. A exposição também contou com um leilão de obras selecionadas conduzido pelo leiloeiro François Epin. Parte da renda foi revertida para o Espace Frans Krajcberg, garantindo que o legado deste visionário continue a inspirar novas gerações. Em um mundo cada vez mais consciente dos desafios ambientais, a arte e o design emergem como ferramentas poderosas para instigar mudanças. Os artistas e designers envolvidos neste projeto estão na vanguarda dessa transformação, utilizando suas criações para promover uma conscientização ecológica que transcende as barreiras culturais.

Frans Krajcberg sempre acreditou na necessidade de práticas sustentáveis e, através desta exposição, seu apelo à ação ecoa fortemente. É um lembrete de que todos temos um papel a desempenhar na preservação do planeta, e que a arte, o design e a arquitetura podem ser agentes cruciais de mudança. Enquanto celebramos o legado de Krajcberg, também nos inspiramos nas obras dos artistas contemporâneos que, através de suas criações, nos convidam a repensar nossa relação com o meio ambiente e a abraçar um futuro mais sustentável.

Fonte: Elaine Leme

Galatea na ArtRio 2024.

O estande da Galatea na ArtRio 2024, Rio de Janeiro, RJ, – entre os dias 25 – 29 de setembro | Marina da Glória, Stand B7 – apresenta uma seleção de obras que reflete o seu programa. Trazendo desde jovens artistas que emergem na cena atual, passando por artistas representados pela galeria, além de nome fundamentais da arte moderna e contemporânea brasileira, o estande coloca em contato trabalhos relacionados a diferentes vertentes de destaque na arte do século XX, como o construtivismo geométrico, a abstração informal, a arte têxtil e artistas da chamada arte popular. A partir de correspondências intergeracionais que se estabelecem ora através de recursos formais, ora através dos temas abordados nas obras, o estande se organiza em quatro núcleos: paisagens e vegetações; abstrações orgânicas; abstrações geométricas; e volumes e tramas.

Os artistas apresentados são: Adriana Varejão, Allan Weber, Athos Bulcão, Bruno Novelli, Camila Leite, Carolina Cordeiro, Danielle Cavalier, Décio Vieira, Ernesto Neto, Frans Krajcberg, Gabriela Melzer, Gabriella Marinho, Galeno, Genaro de Carvalho, Grauben do Monte Lima, Heloísa Juaçaba, Hércules Barsotti, Israel Pedrosa, Jaider Esbell, José Antônio da Silva, Katie van Scherpenberg, Lygia Pape, Marilia Kranz, Mira Schendel, Mucki Botkay, Norberto Nicola, Paulo Roberto Leal, Rivane Neuenschwander, Rubem Ludolf, Sergio Camargo, Tunga e Ubi Bava.

Mestres Modernos em exposição.

A Galeria de Arte Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, inaugura duas exposições com curadoria de Paulo Venancio Filho durante a semana da ArtRio. A exibição de “3 Mestres Modernos: Camargo, Tomasello, Cruz-Diez” será na galeria e, “Cinéticos-Construtivos”, no Stand do evento na Marina da Glória

A partir do dia 24 de setembro, na semana em que a cidade recebe a Feira ArtRio, um dos mais relevantes eventos de arte, Luiz Sève e sua filha, Luciana Sève, à frente da Galeria de Arte Ipanema, inauguram duas importantes exposições.

“A ArtRio já faz parte do calendário carioca e é um excelente veículo de vendas e de divulgação. Participamos com artistas do nosso acervo desde a sua primeira edição, em 2011”, afirma Luiz Sève.

“Sempre procuramos prestigiar a Feira com a inauguração de novas mostras com peças do nosso acervo. É um período fervilhante, quando a cidade recebe muitas pessoas de fora, o que nos impulsiona a abrir uma exposição inédita. Mais do que nunca, nessa época o Rio se torna uma enorme vitrine que reverbera talentos, dos consagrados aos novos e promissores nomes do mercado. Há também os eventos paralelos que integram a programação do evento, atraindo desde os que produzem arte quanto colecionadores ou mesmo aqueles que apenas buscam aprofundar conhecimento na área”, complementa Luciana Sève.

“3 Mestres Modernos: Camargo, Tomasello, Cruz-Diez” apresenta uma seleção de trabalhos dos artistas Sergio Camargo, Cruz-Diez e, Luis Tomasello. Até outubro, a Galeria Ipanema, uma das precursoras do Modernismo, será ocupada pelos cinéticos de Cruz-Diez, pelos relevos em madeira de Tomasello, por uma escultura em mármore e dois relevos de Camargo, entre outras obras bastante representativas selecionadas pelo curador.

A partir do dia 26, no Stand da ArtRio (dia 25 para convidados, no Preview), o público visitante verá uma seleção dos artistas Antonio Maluf, Aluísio Carvão, Cruz-Diez, Dionísio Del Santo, Jesus Rafael Soto, Julio Le Parc, Lygia Clark, Paulo Roberto Leal, Franz Weissmann, Raymundo Collares, em “Cinéticos-Construtivos”, também curada por Paulo Venancio Filho.

Texto curatorial

“Um brasileiro, um argentino, um venezuelano. Este triângulo da geografia artística moderna sul-americana teria ainda um quarto vértice comum na cidade que tão fundamental foi para o desenvolvimento de suas trajetórias artísticas: Paris. Na mítica Galerie Denise René, espaço que congregou várias gerações artísticas construtivas e cinéticas em décadas de exposições, encontraram um ambiente de convivência com as tendências ainda vivas e atuantes do modernismo europeu. Lá, em Paris, mais precisamente na década de 1960, viveram todos os três em períodos variados e coincidentes. É bem possível imaginar um encontro dos três artistas em uma exposição, ateliê ou em um café. Naquela época a Europa atravessava o difícil período do pós-guerra e procurava se regenerar artisticamente; em especial através dos movimentos abstratos geométricos e sua derivação subsequente; a arte cinética. Sergio Camargo (1930-1990), Luis Tomasello (1915-2014) e Carlos Cruz-Diez (1923-2019) vão consolidar sua formação nesse ambiente de contatos, influências, diálogos que caracterizam esses momentos históricos raros de élan intelectual e artístico. Onde mais era possível um jovem artista não só encontrar e conhecer – Brancusi, como foi o caso de Camargo –  e também expor junto com Arp, Vantongerloo, Albers, Van Doesburg, entre outros? E participar de exposições, hoje históricas, como Art Abstrait Constructive International Structures), na Galerie Denise René, em 1961/62, que apresentou tanto os construtivos como os cinéticos, relacionando-os? Na tênue fronteira ou superposição entre o construtivo e o cinético é possível localizar e compreender os trabalhos desses três artistas. A vibração da luz que é provocada em seus trabalhos; o modo como a superfície, principalmente de seus relevos, reage e se modifica, calculada ou aleatoriamente, atua e desestabiliza as nossas certezas visuais. Será que tal aspecto mutável e transformativo era o que atraia esses artistas de culturas em difícil processo de modernização? Acima de tudo é a superfície incerta do relevo, entre a planaridade e a tridimensionalidade, receptiva a elementos circunstanciais que mais se prestam a excitabilidade tanto visual quanto mental empreendida por esses três artistas. A luz é o fenômeno fundamental, e aquele momento único que os impressionistas procuravam captar é por eles “produzido”, alongado e renovado no tempo. Tal empreendimento não foi um evento ocasional, simplesmente explicado pelo contágio parisiense, mas uma determinação artística que se estendeu ao longo de toda a obra dos três. Vistos hoje, há mais de seis décadas após aquele período de efetiva participação na consolidação de uma das tendências artísticas centrais do século XX, não há como não se referir a Camargo, Tomasello e Cruz-Diez senão como mestres modernos.”.