Mira Schendel no Instituto Tomie Ohtake.

23/out

São mais 250 obras, entre pinturas, monotipias, desenhos, cadernos, objetos gráficos e uma instalação em “Mira Schendel – esperar que a letra se forme”, exposição com curadoria de Galciani Neves e Paulo Miyada. A mostra, em cartaz no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP, explora a presença dos signos gráficos, da letra e da palavra linguagem na produção artística de Mira Schendel (1919-1988).

Reconhecida como uma das artistas mais significativas da arte brasileira do século XX, Mira Schendel nasceu em Zurique, na Suíça, com ascendência judaica, tcheca, alemã e italiana. Devido à perseguição antissemita, fugiu para o Brasil em 1949, onde viveu e produziu grande parte de sua obra, dialogando com a Poesia Concreta, o Neoconcretismo e as experimentações artísticas das décadas de 1960 e 1970.

A mostra é retrospectiva e convida o público a imergir na presença da palavra na produção artística de Mira Schendel e suas interligações. A curadoria pensou a montagem em sete núcleos sustentados de maneira fluida na cronologia da artista. Esta exposição conta com o patrocínio do Nubank, através do Ministério da Cultura, via Lei de Incentivo à Cultura, Programa Nacional de Apoio à Cultura e Governo Federal – Brasil, União e Reconstrução.

No MAC Niterói.

22/out

O lançamento no MAC – Museu de Arte Contemporânea de Niterói, de “Fotografia Expandida: As Marisqueiras”, sobre as mulheres marisqueiras de Boa Viagem, será no dia 31 de outubro, quinta-feira, quando a ação inédita retrata pescadoras de mariscos em diversos formatos do audiovisual, como: exposição com 10 fotos em grande formato na fachada do MAC; catálogo fotográfico digital interativo para celular, com versão acessível (formato solicitado pelas retratadas); e, dois documentários. O evento, que contará com a presença das mulheres marisqueiras e roda de bate papo, acontece no dia que se celebra um ano da lei que considera a pesca artesanal do bairro da Boa Viagem como patrimônio cultural e de natureza imaterial.

A direção de arte do catálogo “Fotografia Expandida: As Marisqueiras”, foi conduzida pela artista visual amazonense Uýra Sodoma, seguida de um ensaio fotográfico registrado pelo fotógrafo Josemias Moreira, filho de marisqueiros, nascido no bairro de Boa Viagem, em Niterói. Idealizado e produzido pela artista e diretora, Júlia Botafogo, que utiliza metodologia de cinema auto referencial, comunitário e de impacto. “O objetivo é dar visibilidade para as marisqueiras como um registro oficial. Busco responder às suas demandas por reconhecimento e visibilidade no território em que vivem e trabalham”, reflete Júlia Botafogo que retrata os cotidianos e convivências das pescadoras, Ana Carolina Anastácia de Morais, Ana Paula de Jesus, Caren da Conceição Caetano, Carol da Conceição Caetano, Cintia de Araujo Teodoro, Cláudia das Neves, Cristina da Conceição, Rayane Jesus Vitória e Salete Feliciano da Silva.

Uma viagem no tempo e no espaço.

“Era uma vez: visões do céu e da terra” é uma exposição coletiva que se organiza como uma viagem no tempo e no espaço para refletir sobre o fim do mundo e a imaginação de outros mundos. A mostra que acontece na Grande Galeria do edifício Pina Contemporânea, Luz, São Paulo, SP, articula perspectivas de 33 artistas de variadas gerações e origens no Brasil e no mundo, cujas produções permitem vislumbrar o confronto entre diferentes lógicas de habitar o planeta e, sobretudo, inventá-lo.

A exposição investiga o pensamento cosmológico das pessoas artistas, desde o período de 1969 – ano que marca os eventos históricos da chegada do homem à Lua e da divulgação do primeiro relatório da ONU sobre “Problemas do meio ambiente urbano” – até os dias de hoje, em que a relação predatória da humanidade com o planeta colocou as questões ambientais como tema central no debate ao redor do globo.

Do Céu para a Terra

A exposição se divide em três momentos. Ao entrar na Grande Galeria visitantes percorrem uma série de obras que olham para o espaço sideral, em uma tentativa de conhecer e imaginar para além da Terra. Podem ser vistas obras como Yauti in Heavens (Saturno, Lua aterrissagem e Lua Chegada) (1988-9), de Regina Vater, My three inches comet (1973), de Iole de Freitas, entre outras, até chegarem no trabalho de Steve McQueen, Era uma vez (2002), que dá título à exposição. Em 1977, a NASA envia uma série de fotos para o espaço, com o objetivo de mandar registros da vida no planeta para extraterrestres. McQueen apresenta 116 dessas imagens, explicitando uma narrativa nostálgica construída por cientistas norte-americanos, que reuniram uma finita seleção de imagens que simulam a vida na Terra, sem considerar questões como a miséria, guerras e conflitos religiosos. No espaço central da galeria, artistas olham do céu para um planeta em disputa, ao mesmo tempo em que pensam sobre formas de se conectarem com a Terra. Em Bovinocultura XXI (1969), de Humberto Espínola, o artista traz um chifre de gado agigantado para tratar das ambivalências do agronegócio, que destrói o meio-ambiente para gerar riqueza de maneira inconsequente. Ainda na mesma sala, a relação das pessoas artistas com o planeta é definida por meio de conexões ancestrais e espirituais. Jota Mombaça, no filme “O nascimento de Urana Remix” (2020), vive a experiência de se enterrar na terra, se tornando parte do todo.

A especulação imaginativa

Com a ascensão do Antropoceno (termo utilizado para designar o impacto global das atividades humanas no planeta) as pessoas artistas nos convidam a conceber novos mundos, a partir de movimentos de resistência e de imaginação radical. Nesta parte da exposição, artistas como Yhuri Cruz se ancoram na especulação imaginativa e nos levam a novos universos, como o de “Revenguê” (2023). A artista colombiana Astrid González apresenta uma sociedade livre em “Drexciya” (2023), obra que integra vídeos, imagens, esculturas e desenhos para criar uma comunidade subaquática descendente de mulheres grávidas que foram jogadas ao mar em travessias de navios que transportavam pessoas escravizadas entre 1525 e 1866.

Artistas participantes

Anna Bella Geiger, Anna Maria Maiolino, Arthur Luiz Piza, Astrid González, Bu’ú Kennedy, Carla Santana, Carlos Zilio, Carolina Caycedo, Castiel Vitorino Brasileiro, Celeida Tostes, Cipriano, Edival Ramosa, Erika Verzutti, Feral Atlas, Humberto Espíndola, Iole de Freitas, Jaider Esbell, Janaina Wagner, Jota Mombaça, Juraci Dórea, Luciana Magno, Luiz Alphonsus, Mariana Rocha, Mayana Redin, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Mira Schendel, Patricia Domínguez, Regina Vater, Steve McQueen, Sueli Maxakali, Tabita Rezaire, Uýra Sodoma, Xadalu Tupã Jekupé e Yhuri Cruz.

Organizada por Ana Maria Maia, Lorraine Mendes e Pollyana Quintella, a exposição “Era uma vez: visões do céu e da terra” conta com catálogo que reúne uma coletânea de 19 textos selecionados, alguns escritos por integrantes da mostra, como Yhuri Cruz e Jota Mombaça. O catálogo abrange ensaio, poesia, manifesto, relato oral transcrito, entre outros, articulando um mosaico de vozes, práticas e epistemologias e pode ser encontrado nas lojas físicas da Pinacoteca ou online. A mostra tem o patrocínio de Itaú Unibanco e Rede, na cota Platinum.

Até abril de 2025.

Visita mediada na Z42 Arte.

No próximo dia 26 de outubro, às 17h, a artista Fernanda Leme, o curador Alexandre Sá e a crítica de arte Marisa Flórido farão uma visita mediada na exposição “Monstros”, que pode ser vista até o dia 31 de outubro, na Z42 Arte, Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ. A mostra, que traz um panorama dos onze anos de trajetória da artista, são apresentadas cerca de 80 pinturas, a maioria delas inéditas, que discutem a pintura e a fotografia na contemporaneidade. Partindo de sua própria vida, a artista debate, através de suas obras, questões que são comuns a todos, como a sociedade líquida em que vivemos, a fugacidade das imagens, o luto, as perdas e a saudade. “A exposição é uma crônica da nossa época, um trabalho de memória e de imagem”, conta a artista.

Filha da jornalista Lúcia Leme (1938-2021), a artista cresceu em uma família de mulheres fortes e empoderadas e seu trabalho reflete isso. O nome da exposição, “Monstros”, foi retirado da pintura homônima de 2013, que integra a exposição. Nela, uma pessoa aparece capturada por dois homens encapuzados e cercada por anjos e diabos. “O título da exposição, consideravelmente irônico, nos pergunta em que medida a monstruosidade angustiada de captura do presente nos sufoca e enjaula em uma fantasia de liberdade, nos questionando inclusive, sobre a monstruosidade do próprio legado da pintura na História da Arte”, ressalta o curador.

Almeida & Dale abre mostra coletiva.

Abrirá no sábado, dia 26 de outubro, a exposição “Paisagens Temporais: Perspectivas em Evolução” na galeria Almeida & Dale, Jardins, São Paulo, SP. A mostra propõe um olhar atento às paisagens em constante transformação, involução e desaparecimento na produção de artistas brasileiros de diferentes gerações. Atenta às suas produções, a curadora María Inés Rodríguez investiga as ecologias materiais e simbólicas propostas para imaginar futuros alternativos.

Para compor esta mostra, uma seleção de obras transcende seu papel de testemunha da deterioração causada pelos séculos de extrativismo e joga luz ao colapso ambiental e a urgente necessidade de uma transição energética. “Muito além de indicar uma problemática, as obras erguem-se como plataformas, a partir das quais são propostas formas alternativas de imaginar e habitar o mundo”, aponta María Inés Rodríguez.

Obras de Djanira, Eleonore Koch, Farnese de Andrade, Filipe Berndt, Ione Saldanha, Leonilson, Julia Thompson, Joseca Mokahesi Yanomami, Marlene Almeida, Tomie Ohtake e Vivian Caccuri.

“Partindo da prática de Marlene Almeida, profundamente comprometida com o uso de recursos sustentáveis, materiais locais e técnicas que respeitam o ambiente, construímos um espaço físico e mental que convida à reflexão”, conta a curadora.

Sobre a curadoria

María Inés Rodríguez tem uma prática curatorial e institucional centrada no estabelecimento do museu como uma plataforma de conhecimento através de exposições, programas culturais e educativos. Atualmente, é diretora da Fundação Walter Leblanc em Bruxelas, Maria Inés Rodríguez é também a fundadora do Tropical Papers, um fórum cultural inclusivo criado em 2005, dedicado a promover a reflexão crítica sobre Arte, Arquitetura, Design e Investigação científica, com enfoque nos profissionais da cultura dos trópicos. Suas funções anteriores incluem a de diretora do CAPC Musée d’art Contemporain em Bordeaux, França; curadora chefe do MUAC (Museo Universitário Arte Contemporâneo) na Cidade do México; curadora chefe do Museo de Arte Contemporáneo de Castilla y León (MUSAC) na Espanha; curadora do MASP; e curadora convidada do Jeu de Paume, em Paris.

A arte sofisticada de Rodrigo de Haro.

18/out

O Instituto Collaço Paulo preparou mais uma das suas surpreendentes exposições. Trata-se da mostra “Máscara Humana”, com obras do artista plástico, pintor e muralista Rodrigo de Haro (1939-2021), na sede do Instituto, Bairro Coqueiros, Florianópolis, SC. Um artista sofisticado cuja curadoria traz a assinatura de Francine Goudel.

“Máscara Humana” é o título da exposição que dá visibilidade a um expressivo núcleo da Coleção Collaço Paulo. São 80 pinturas e desenhos e 25 objetos que pertenceram ao artista, um erudito, célebre, autor de uma produção extensa em artes visuais, além de inúmeros livros que o consagraram como poeta.

A mostra propõe uma incursão na produção de Rodrigo de Haro criada entre meados da década de 1960 e o começo dos 1980. A máscara humana conduz as ideias de Rodrigo de Haro e resulta como uma metáfora para o palco dos humanos, uma produção que, entende a curadora, aponta “um tecido social mítico e fantasioso”, com figuras andrógenas, femininas, ambíguas, desenhos e pinturas em que transparecem sexualidade, liberdade, instinto, espiritualidade.

A exposição permanecerá em cartaz até abril de 2025.

Fonte: Marcos Espíndola.

Destaque na Ricardo Camargo Galeria.

A Ricardo Camargo Galeria apresenta a exposição “Alcides: arte naif, art brut, arte espontânea, arte contemporânea, todas inclusive”, do artista baiano Alcides Pereira dos Santos (1932-2007). A mostra reúne 16 obras inéditas da coleção do marchand Roberto Rugiero (1942-2020), adquiridas no início dos anos 2000. As obras abordam temas centrais da produção de Alcides, como a natureza e a espiritualidade, e transitam entre a arte naif e a art brut, posicionando-o como um nome singular na arte contemporânea brasileira.

Nascido em Rui Barbosa, na Bahia, migrou para Mato Grosso, onde se estabeleceu em Rondonópolis. Sua carreira artística ganhou força na década de 1970, quando ingressou no Atelier Livre de Cuiabá, coordenado por Aline Figueiredo e Humberto Espíndola. Sob a orientação de Dalva de Barros, o artista desenvolveu um estilo próprio, utilizando materiais inusitados como fragmentos de vidro e tapetes, aproximando-se da estética da art brut.

Roberto Rugiero, importante defensor da obra de Alcides Pereira dos Santos, destacou a originalidade do artista, observando que sua pintura ultrapassa os limites da arte popular tradicional, com uma abordagem minimalista e contemporânea. Roberto Rugiero ressaltava que sua arte oferece uma visão profunda da cultura e da espiritualidade brasileiras, em diálogo com correntes diversas, como a art brut e a arte espontânea. Em 2007, Alcides Pereira dos Santos participou de sua única exposição individual na Galeria Estação, em São Paulo. Compareceu em cadeira de rodas à abertura, falecendo três dias depois. Sua trajetória, marcada por uma vida simples e distante do mercado convencional, conquistou críticos renomados como Frederico Morais e Aracy Amaral. A parceria entre Ricardo Camargo e Roberto Rugiero, iniciada nos anos 1970, foi fundamental para a promoção de artistas espontâneos no Brasil. Após o falecimento de Roberto Rugiero, sua filha Fedra deu continuidade à seleção das obras de Alcides Pereira dos Santos que compõem esta exposição, consolidando o legado do artista e reafirmando sua relevância no cenário da arte contemporânea nacional.

Duração da exibição: de 22 de outubro a 14 de novembro.

Exposição coletiva no Museu Histórico.

O Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro, Parque da Cidade, Gávea, apresenta a exposição coletiva “O mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres” com curadoria de Fabricio Faccio. A exposição explora a relação entre Arte e Natureza, propondo uma reflexão sobre as conexões entre o humano e o não-humano, e como as práticas artísticas podem ser usadas para repensar o futuro do planeta. Participam da mostra 36 artistas contemporâneos: Aiyon Chung, Alexandre Pinheiro, Aline Mac Cord, Ana Holck, Ana Miguel, Athos Bulcão, Bernardo Liu, Carlos Zilio, Carolina Kasting, Cela Luz, Diogo Bessa, Duda Moraes, FOGO, Galvão, Jade Marra, Jeane Terra, Jorge Cupim, Lourdes Barreto, Luis Moquenco, Luiz Eduardo Rayol, Luiza Donner, Marcelo Jou, Maria Gabriela Rodrigues, Matheus Mestiço, Matheus Ribs, Mirela Cabral, Nuno Ramos, Paulo Agi, Pedro Varela, Rena Machado, Ruan D’Ornellas, Thales Pomb, Vera Schueler, Vinícius Carvas, Willy Chung e Zilah Garcia. Na abertura, a artista Carolina Kasting fará a performance “Amar-u: corpo-expandido ciborgue”.

A exposição tem o seu título extraído do poema “Tabacaria” de Fernando Pessoa. Através de uma seleção cuidadosa de obras entre desenhos, esculturas, pinturas, instalação, performance e objetos, a exposição instiga o público a repensar suas relações com o ambiente, ressaltando a arte como uma ferramenta poderosa para imaginar novas possibilidades e caminhos para um futuro mais sustentável e harmonioso.

Até 05 de janeiro de 2025.

Mulheres na Arquitetura.

Lina Bo Bardi, Norma Merrick Sklarek, Zaha Hadid. Entre nomes mais conhecidos e outros menos populares, no curso Mulheres na Arquitetura, no Instituto Ling, Porto Alegre, RS, será apresentado o trabalho de diferentes profissionais da área, no contexto contemporâneo, a produção de mulheres cujas trajetórias demonstram o forte protagonismo e força criativa, embora por vezes não tenham recebido a devida visibilidade e importância. O curso oferece espaço para a reflexão em torno do gênero no fazer arquitetônico, como fonte de inspiração, olhar apurado e exemplos de realização.

Agenda do Curso:

22/10 Do Fazer ao Ser: Ray Eames, Lina Bo Bardi e Norma Merrick Sklarek

29/10 Do ser ao parecer: Zaha Hadid, Charlotte Perriand e Farshid Moussavi

Sobre a Ministrante

Clarice Castro Debiagi é arquiteta e urbanista com 30 anos de experiência, atuando no Brasil e no Uruguai, tanto no setor de projetos públicos como privados. Sua empresa, Clarice Debiagi Arquitetura e Urbanismo, desenvolve projetos em diversas áreas. É especialista em Design Estratégico pela Unisinos/ Conzórcio Politecnico di Milano e mestre em Design pela UFRGS. Foi Coordenadora do Design Center da Escola de Design da Unisinos até 2007/2009 e lecionou no ateliê de projetos da instituição até 2013. Na representação institucional, Clarice Castro Debiagi foi presidente da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (AsBEA-RS) durante a gestão 2012-2014 e vice-presidente da ASBEA BR na gestão 2015-2017. Conselheira Federal do CAU/BR no período 2021-2023.

Arquitetura: Modos de pensar

A arquitetura transforma e é também transformada. Como todo fazer, é influenciada pelo contexto do seu tempo. Para refletir sobre o horizonte da Arquitetura na perspectiva do mundo contemporâneo, foi organizada uma programação especial para arquitetos e público geral interessados por esse universo. Organizada em três momentos diferentes sobre cidades, história, memória e sustentabilidade, oferecendo novas perspectivas sobre formas de viver, conviver e morar.

Formas e cores de Mucki Botkay.

A Galatea tem o prazer de anunciar a exposição Mucki Botkay: janelas imaginárias, com abertura no dia 17 de outubro, quinta-feira, das 18h às 21h, em Salvador.

A artista carioca Mucki Botkay apresenta pela primeira vez as suas pinturas com miçangas em uma grande exposição individual. Inspirada pela exuberância das paisagens naturais do litoral do Rio de Janeiro e da Bahia, Mucki cria peças que aguçam não só a visão, mas também o tato, pelo movimento e textura alcançados através dos bordados com as contas de vidro. Em uma espécie de zoom in, a artista vai ao detalhe da paisagem, depurando-a até de repente tornar o real abstrato. Essa decomposição da natureza em formas e cores é um convite à contemplação e à imaginação de um universo vivo e abundante. Por isso as obras de Mucki são como janelas imaginárias, título da sua individual apresentada pela Galatea.

A exposição conta com texto crítico assinado pelo curador Leonel Kaz, que tem acompanhado a produção da artista nos últimos anos. Ele diz: “Há anos, visitei no Centre Pompidou, em Paris, uma exposição de Ghada Amer, artista egípcia renomada que foi uma das pioneiras da arte contemporânea com bordados, fibras tingidas, incrustações têxteis. Era uma pintura e não era. Era uma escultura na parede e não era. Era, apenas, o que deveria ser: um bordado que superava o artesanato contido em si mesmo e ganhava foros de grande arte. O mesmo ocorre no caso de Mucki. Há décadas, ela se debruça sobre panos. Nos panos, criou cores. Sobre as cores, refez caminhos, trajetórias, pontos e pespontos. Agora, com miçangas, cria uma forma nova, singular. Afinal, a função do artista não é a de criar algo fora do banal para acrescentar ao mundo o que ainda não foi visto? É o que ela consegue fazer com as telas bordadas, em que os fios invisíveis sustentam miçangas que fazem brotar uma paleta de cores diante de nossos olhos. A obra de Mucki reverbera o que a mata tem a dizer.”

Até 16 de janeiro de 2025.