Reabertura da galeria do BNDES

28/ago

A exibição de “Pretagonismos no acervo do Museu Nacional de Belas Artes” reúne 105 obras de 59 artistas, 46 negros e 13 brancos, que retratam pessoas negras, para apresentar o protagonismo do artista negro neste acervo, que é um dos principais depositários do patrimônio artístico do país. O trabalho mais antigo data de 1780-1800 e o mais recente, de 2023. O corpo curatorial da mostra – Amauri Dias, Ana Teles da Silva, Cláudia Rocha e Reginaldo Tobias de Oliveira, todos da equipe permanente do MNBA, quer frisar as trajetórias de luta, resiliência, transgressão e heroísmo desses negros em uma sociedade que ainda hoje é varada pelo racismo. Pretagonismos abre ao público, no dia 29 de agosto, na galeria do Espaço Cultural BNDES, Centro, Rio de Janeiro, RJ, selando o recente acordo de cooperação técnica entre o banco e o museu, que está em reforma física e conceitual desde o segundo semestre de 2019. Marca também a reabertura do espaço expositivo do BNDES, que estava fechado desde 2020. Em exibição até 14 de fevereiro de 2025.

Até chegar à concepção desta exposição, os curadores aprofundaram a pesquisa que começou em 2018, com a mostra Das galés às galerias: representações e protagonismos do negro no acervo do MNBA, em que múltiplas interpretações do negro e do legado afro-brasileiro vão se constituindo na construção desta nação. “- Agora, queremos avançar no protagonismo de artistas negros, muitas vezes invisibilizados pelas instituições. Com Pretagonismos, aprofundamos a pesquisa sobre os  protagonismos negros neste museu de origem acentuadamente eurocentrada, revela a curadoria. As investigações resultaram em exposições virtuais (início das obras do museu, seguidas pela pandemia), que impulsionaram a realização desta exposição, para ampliar o olhar sobre os artistas negros que integram a coleção do museu”. Na primeira mostra, a ênfase foi nas representações de negros. Agora, é o protagonismo negro no campo das artes visuais e na vida, sem esgotar a totalidade de artistas negros no acervo do MNBA. A curadoria organizou o percurso da exposição em núcleos não cronológicos: Mestres negros pioneiros; Nas brechas das representações: imagens e trajetórias de negros no acervo do Museu Nacional de Belas Artes; Entre a cátedra e o cativeiro: professores negros; Estevão Silva: transgressões e prenúncios da modernidade no MNBA e Decolonialidade em perspectiva: um olhar sobre os artistas negros

Artistas negros: Agnaldo dos Santos, Ana das Carrancas (Ana Leopoldina Santos Silva), Antonio Bandeira, Armando Viana, Artur Timóteo da Costa, Brasiliense (Manuel Dias de Oliveira), Chico Tabibuia, Cincinho (Inocêncio Alves dos Santos), Emanuel Araújo, Estevão Silva, Fernando Diniz, Firmino Monteiro, Francisco Manuel Chaves Pinheiro, Grupo Cultural Benin, Guilherme Santos da Silva, Heitor dos Prazeres, Hélio Oliveira, Joaquim José da Natividade, José de Dome (José Antônio dos Santos), Leôncio Vieira, Lídia Vieira, Louco Filho (Celestino Gama da Silva), Manuel da Cunha, Manuel Messias, Marcos Roberto, Maria Auxiliadora Silva, Maria Lidia Magliani, Mestre Cândido, Mestre Valentim, Mestre Vitalino, Michel CENA7, Michel Onguer, Minelvino, Nhô Caboclo, Nice Nascimento, Otávio de Araújo, Panmela Castro, Pinto Bandeira, PV Dias, Rafael Frederico, Raimundo da Costa e Silva, Rubem Valentim, Tomás Santa Rosa, Valdomiro de Deus e Zé Igino (José Igino da Cruz)

Artistas brancos: Pedro Américo, Jorge Campos, Hostílio Dantas, João Batista Ferri, Margarida Lopes de Almeida, Rodolfo Bernardelli, Emil Bauch,  Johann Moritz Rugendas e Victor Adam, Desmons e Paul de Saint-Martin, Emma Mouroux, Rodolfo Amoedo, José Correia de Lima e Modesto Brocos.

O neologismo “pretagonismo” foi apropriado de Rodrigo França e Jonathan Raymundo.

De 29 de agosto de 2024 a 14 de fevereiro de 2025

Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira

21/dez

Com patrocínio do Banco do Brasil e BB Asset Management, “Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira”, foi aberta ao público em 16 de dezembro e permanecerá em cartaz até 18 de março de 2024. A mostra reúne obras produzidas por 61 artistas negros, de diferentes regiões, nos últimos dois séculos no Brasil. São cerca de 150 pinturas, fotografias, esculturas, instalações, vídeos e documentos abordando uma variedade de temáticas, técnicas e descritivos, distribuídos pelos cinco andares do CCBB, São Paulo.

“O propósito da mostra é um diálogo transversal e abrangente da produção artística afro-brasileira no país”, explica o curador Deri Andrade, pesquisador, jornalista, curador assistente no Instituto Inhotim e criador da plataforma Projeto Afro de mapeamento e difusão de artistas negros/as/es da cultura afro-brasileira. A exposição é um desdobramento do Projeto Afro, em desenvolvimento desde 2016 e lançado em 2020, que hoje reúne cerca de 300 artistas catalogados na plataforma. São nomes que abarcam um vasto período da produção artística no Brasil, do século 19 até os contemporâneos nascidos nos anos 2000. “A exposição traz outra referência e um novo olhar da arte nacional aos visitantes”, afirma o curador. “A história da arte do Brasil apaga a presença negra e o artista negro do seu referencial”, completa.

Cinco eixos, cinco artistas. Assim foi desenhada a exposição que, a partir de cinco nomes centrais, revela diferentes épocas e discussões, contextos, gerações e regiões. De grande abrangência, a mostra percorre do período pré-moderno à contemporaneidade e discute eixos temáticos em torno de artistas negros emblemáticos: Arthur Timótheo da Costa (Rio de Janeiro, RJ,1882-1922), Lita Cerqueira (Salvador, BA, 1952), Maria Auxiliadora (Campo Belo, MG, 1935-São Paulo, SP,1974), Mestre Didi (Salvador, BA,1917-2013) e Rubem Valentim (Salvador, BA,1922-São Paulo, SP, 1991). 

Cada um dos nomes acima lidera, respectivamente, um eixo: Tornar-se, Linguagens, Cosmovisão (sobre engajamento político e direitos), Orum (sobre as relações espirituais entre o céu e a terra, a partir do fluxo entre Brasil e África) e Cotidianos (discussão sobre representatividade).

 

DA VINCI E O HOMEM VITRUVIANO

28/out

Convidamos a todos para a próxima palestra online do Centro de História da Ciência, “Da Vinci e o Homem Vitruviano” tendo como palestrante
Walter Miranda (artista plástico, crítico de arte e professor de história da arte) e Gildo Magalhães dos Santos (FFLCH e IEA/USP) como o moderador. Dia 29 de Outubro, das 11 às 12h30min.
RESUMO
O mais famoso desenho da história das artes foi criado por Leonardo da Vinci. Conhecido como Homem Vitruviano, o desenho já faz parte do inconsciente coletivo mundial, porém poucos conhecem sua fascinante história. Ela passa por diversas etapas, relacionadas com as proporções da figura humana, porém sempre atreladas a interpretações cosmológicas e sagradas.
Baseados no Tratado de Arquitetura escrito pelo arquiteto romano do século I a.C. Marco Vitrúvio Polião, muitos estudiosos anteriores e contemporâneos a Leonardo tentaram infrutiferamente comprovar as teses anatômicas de Vitrúvio. Muitos tentaram essa façanha, alguns inclusive em conjunto com Leonardo, mas somente a genialidade dele conseguiu concretizar esse sonho em um desenho de extrema qualidade técnica e artística. Prova maior é a inegável aceitação e admiração que o desenho provoca em todos nós.
O desenho do Homem Vitruviano é a culminação de um conceito filosófico que se originou entre os primeiros filósofos gregos e foi incorporado por Vitrúvio. Com o tempo, ele foi ganhando forma e corpo devido à teologia e filosofia Medieval que repercutiu no pensamento Renascentista.
Em suma, o Leit Motif da palestra será a incorporação de um conceito que ganhou vida própria e foi transformando a filosofia e teologia ocidental sobre o entendimento que o ser humano tem de si mesmo. A necessidade de representar o homem como criação de Deus à sua imagem e semelhança, influenciou filósofos, teólogos, artistas, arquitetos etc. a associarem o microcosmo com a criação e o macrocosmo com o criador. Assim, as proporções harmônicas do corpo humano seriam a materialização da harmonia universal.
Para assistir basta acessar o link abaixo e pedir para participar.

No Museu Afro Brasil, catálogo

21/fev

Depois de ficar em cartaz por aproximadamente sete meses e reunir um público de cerca de 100 mil visitantes, encerra, no dia 04 de março, a exposição “Barroco Ardente e Sincrético – Luso-Afro-Brasileiro”, no Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, Parque do Ibirapuera, Portão 10, São Paulo, SP. Essa foi a maior exposição sobre Barroco realizada no país desde a “BRASIL + 500 Mostra do Redescobrimento”, no ano 2000.

 

Um dia antes do encerramento oficial da exposição, na manhã do dia 03 de março, sábado, às 11h00, será lançado o catálogo da exposição “Barroco Ardente e Sincrético – Luso-Afro-Brasileiro”, no museu. Com 400 páginas e imagens das principais obras expostas na mostra, o catálogo conta com textos de Emanoel Araújo, Myryam Andrade Ribeiro de Oliveira, Fernando da Rocha Peres, Clarival do Padro Valladares, Percival Tirapeli, João Marino, Dom Clemente, Maria da Silva-Nigra, João Carlos Teixeira Gomes, entre outros pesquisadores do movimento artístico. No dia do lançamento, o catálogo da exposição “Barroco Ardente e Sincrético – Luso-Afro-Brasileiro” será vendido a preço promocional. Após a data, o catálogo poderá ser adquirido na lojinha do Museu Afro Brasil.

 

 

Sobre a exposição

 

Com curadoria de Emanoel Araújo, a exposição – que também presta uma homenagem ao Jubileu de 300 anos de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil – introduz o visitante ao espírito do barroco, passando pelas suas referências na cultura erudita e popular entre os séculos XVII e XIX, abordando as contribuições dos dois mais expressivos artistas do barroco brasileiro: Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, em Ouro Preto e Mestre Valentim, no Rio de Janeiro. Focada nas variadas manifestações do estilo artístico em Portugal e no Brasil com ênfase em suas expressões em um país miscigenado, a mostra reúne ainda pinturas, esculturas, mobiliários, oratórios, talhas, esculturas, azulejarias, pratarias e porcelanatos de artistas fundamentais para a compreensão do movimento barroco como José Joaquim da Rocha, Joaquim José da Natividade, Leandro Joaquim, José Patrício da Silva Manso, Frei Jesuíno do Monte Carmelo, José Teófilo de Jesus e Antônio Joaquim Franco Velasco.

 

Para a realização do projeto “Barroco Ardente e Sincrético. Luso-afro-brasileiro” o Museu Afro Brasil contou com o patrocínio da EDP Brasil (via ProAC ICMS) e com apoio do Instituto EDP, que coordena as ações socioambientais da empresa, além do apoio do Itaú Cultural, Rainer Blickle, Ladi Biezus, Orandi Momesso, Ruy Souza e Silva, e a parceria cultural com o Sesc SP.