Dois na Galeria Mezanino

21/set

A Galeria Mezanino, Pinheiros, São Paulo, SP, inaugura as exposições individuais “Meu sertão” de Nilda Neves, com pinturas e “Lágrimas artificiais” de Emídio Contente com fotografias. A apresentação da pintora baiana é da curadora Eugênia Gorini Esmeraldo e a do fotógrafo paraense Emídio Contente traz a assinatura do expert da área, o curador Diógenes Moura.

 

“Não deixar o sertão morrer”. Esta foi a explicação imediata e objetiva que recebi de Nilda
Neves ao perguntar sobre a razão de suas pinturas. Não é para menos, uma vez que ela ilustra suas lembranças e histórias com precisão de detalhes. E foi para fazer a capa de seu primeiro livro – ou seja, ela também escreve – que começou a pintar. Sua marca é o mandacaru. As pintoras sem formação acadêmica são inúmeras no Brasil, afora a infinidades de amadoras que se dedicam à pintura desde sempre. Isso se considerarmos apenas as mulheres que, ao longo do tempo, em fuga da solidão da rotina doméstica, por vezes buscam na potencialidade dos pincéis uma forma de desabafo, alívio, reconhecimento das pessoas mais próximas e, talvez, uma certa alegria interior. Algumas, corajosas e desafiadoras, voam mais alto, conseguem ultrapassar o recinto caseiro e ousam se manifestar com maior intensidade e fantasia. Elas precisam do olhar do público para se sentirem participantes do mundo. O trabalho de Nilda Neves, traz à lembrança três Marias artistas: Maria Auxiliadora da Silva, Maria Florência e Maria de Lourdes Indelicato. A primeira, negra, egressa da Praça da República, foi descoberta pelos colecionadores. Florência já tinha idade e fazia pequenas pinturas, delicadas, em geral de flores. Lourdes era dona de casa, nordestina casada com um italiano, se inspirava nas lembranças de sua região com um certo folclore. Nilda e essas Marias, de quem poucos lembram, o que as leva a tomar esta decisão de pintar? Sobre Nilda, a primeira informação foi de uma ‘cabelereira’ que pintava e expunha suas obras no próprio salão. Renato De Cara mostrou as pinturas, os desenhos e fomos conhecer. Numa rua de poucas centenas de metros, uma insólita cabeceira de cama coberta de pinturas, colocada na calçada, antecipa que é ali. Sobe-se dois degraus e o salão minúsculo abriga uma infinidade de trabalhos que confunde o olhar. A mulher forte, risonha, bonita e decidida que se apresenta foge do estereótipo das que não sabem direito o que estão fazendo. Nilda sabe, e bem, a que vem. Não teve uma vida fácil, como muitos nordestinos que procuram o sul. Mas ela é diferente. Nilda nasceu no interior baiano, em 1961, em Botuporã. Desde menina, curiosa, teve interesse por história e cultura. Quando jovem ajudava o pai em todos os trabalhos, inclusive nas boiadas. Sabe montar e vaquejar. Estudou, casou, teve filhos, lecionou matemática. Em São Paulo desde 1999, trabalhou no comércio. Como as pessoas gostavam de suas histórias, decidiu escrever um livro. A pintura veio da necessidade de ilustrar a capa. Gostou e não parou mais. A leitura de seus dois livros, numa linguagem falada muito pessoal, mistura acontecimentos pessoais com lendas de sua região, com simplicidade em descrições que, muitas vezes, ilustra depois nas pinturas. Nos trabalhos Nilda utiliza o óleo com base em tinta acrílica. A temática é prolixa como ela: vasos de flores, temas do sertão, de suas lembranças e vivências. As cores, sem exagero como as do sertão, são sóbrias e algumas obras lembram grafismos. Cenas do campo, lendas do imaginário popular brasileiro, animais, paisagens, vaqueiros, cactos – palmas, mandacarus, xique-xiques – surgem floridos com ingenuidade; ela também insere flores delicadas nas árvores. Algumas obras mostram o interior de casas, paióis, o cotidiano rural com uma intenso rodeio e mesmo uma comovente cena de igreja. A presença familiar é forte, frequente e ela credita aos pais a formação sólida, que a fez gostar e ter esta consciência de pertencimento àquela região, apesar de viver longe dali. E vem à mente até mesmo algo de Frida Kahlo e suas auto referências corpóreas. Mas o corpo que Nilda foca é a natureza, em constante ameaça.

 

Duas pinturas me impactaram pela estranheza e uma fantasia muito própria, agressiva.
Imediatamente lembrei uma experiência pessoal de anos atrás que nunca esqueci: uma
gravação com a grande Tarsila do Amaral, feita por Paulo Portella Filho aos 18 anos, que ele me fez ouvir. Jovem e, como disse ele, ingênuo, ousou perguntar-lhe de onde viera a figura do Abaporu; a artista respondeu-lhe que eram as lembranças que ela tinha da infância, quando as criadas, na fazenda, faziam relatos dos monstros que vinham à noite assustar as crianças que não se comportavam… Perguntei a Nilda sobre as duas obras. Foi direta: “Esta é uma raiz da árvore queimada pelo homem que se revolta e se torna monstro. É a revolta da natureza, como eu chamo”. A outra é sua visão da floresta sendo engolida pelo fogo e retornando como um espectro disforme. Em ambas estão suas angústias pessoais. Nilda é clara: quer mostrar o perigo do desequilíbrio ecológico, da falta de cuidado do homem com seu habitat, com o mundo. Só posso desejar que ela persista, e permaneça. Como ela diz: “o trabalho é a base que me segura perante o mundo…”

Enfim, pintar é realmente a necessidade de mostrar a todos que o sertão é forte, bonito, sua gente é boa e isso não pode ser esquecido.

 

Eugênia Gorini Esmeraldo/agosto 2015

 

 

Sobre a artista

 

Nilda Neves, Botuporã, BA, 1961  – Nasceu em 1961 em Botuporã, no sertão da Bahia. Em Brumado, BA, estudou contabilidade e teve seu segundo filho. Com a família morou em várias cidades do estado e, ao divorciar, voltou para sua cidade natal, onde foi professora particular e de escola pública, ensinando matemática. Chegou a ter restaurante, fazendo muito sucesso. Perdendo parte da família nos anos 1990, resolveu vir para São Paulo em 1999 e, em 2010, escreveu o romance O Lavrador do Sertão em três dias. Logo depois lançou O Belo Sertão, com os seres lendários do Brasil, na Bienal do Livro do mesmo ano. Para produzir a capa do livro resolveu ela mesma pintar e, desde então, não parou mais de produzir, contando suas lembranças e histórias do sertão. Hoje, em seu pequeno ateliê, possui um acervo com mais de 2.000 pinturas, além de músicas e esculturas.

 

 

Uma programação química

 

 
Lágrimas Artificiais é um experimento. Emídio Contente vasculhou um bulário médico-
oftalmológico para chegar diante dos olhos dos outros, que são os seus mesmos olhos e
refletir sobre a existência humana, o corpo líquido, a chama das imagens que derretem
segundos – um após o outro e nos faz perceber a linha tênue que se instala entre o modo ver e o modo enxergar. O artista se importa com a nossa existência. Busca uma saída. Imprime olhossob o efeito de drogas: dilatadores de pupilas, a janela aberta, remédios para gripe, cocaína, o ônibus do outro lado da rua, maconha, a última notícia no telejornal, o lindo sonho delirante, o encontro fortuito no meio da madrugada, Ritalina para concentrar os resquícios do amanhã, o sexo desnudo porque se você falar em amor eu vou embora, a pífia solidão como material de consumo. Imprime lembranças de sua terra natal, Belém, porque guarda na memória a imagem do seu avô em estado de luta diária para vencer o tempo: os olhos de cera (ex-votos) sobre a mesinha ao lado da cama. Uma promessa atrás da outra para que Nossa Senhora de Nazaré não se derreta entre as velas do Círio, quando o que mais todos os santos desejam atualmente é descansar de todos nós. A fotografia empalidece.

 

 
O tempo de Emídio Contente é um tempo em camadas. Sua “arte contemporânea” é barroca: azul sobre o corpo infectado ou em estado puro, impresso sobre folhas de atlas de anatomia. Algo se decompõe/outro algo se renova: o homem derretido, o símbolo das almas. Uma impressão descansa sobre a outra para fazer surgir o terceiro olhar. Cianotipia sobre a droga descrita na página impressa. O artista frequenta o Hospital das Clínicas. Vive nos arredores. Vasculha as esquinas da cidade e os sebos em busca de livros científicos de todos os tempos.Aprisiona um pequeno animal dentro de um vidro/a transparência do vidro (seria uma falsa liberdade?) que rola na beira da praia até ser engolido pelo azul de noturno mar. Antes, pensou assim: onde verdadeiramente estaria a simbologia de uma pomba com seus olhos de cristal bruto, o sentimento petrificado? Mais adiante, ali, pairando sobre o portão de entrada? Ou taxidérmica, em sua solidão impregnada, em seu estado cristão de pureza e simplicidade e mais adiante semeando a paz, a oxoplasmose, a criptococose, a psitacose, a cegueira?

 

Emídio Contente ainda tem esperança. Mesmo que suas lágrimas sejam artificiais.

 

Diógenes Moura/Escritor e Curador de Fotografia

 

 

Sobre o artista

 

 
Emídio Contente, Belém, PA – 1988 – Fotógrafo e artista visual paraense, graduado em comunicação social. Seu trabalho possui uma poética singular, utilizando-se de uma fotografia adulterada, com técnicas fotográficas pouco convencionais, para abordar um universo delicado, denso e algumas vezes melancólico. Na série Cobogó, por exemplo, se utiliza de furos de tijolos como recurso para a construção de uma câmera, criando um plano dividido em seis imagens distintas que remetem ao olhar decupado do cubismo e da película cinematográfica.

 

Exibiu suas obras em coletivas e salões de arte como IV Prêmio Diário de Fotografia (2013); Salão Arte Pará (2012); XIX Salão Unama de Pequenos Formatos (2014); Muestra Internacional de la Fotografia Estenopeica (México / 2012); Muestra Internacional de la Fotografia Estenopeica (Equador / 2013); Ruídos e Silêncios: Corpos Flutuantes (2013); 100menos10 (2012) e Indicial: Fotografia Contemporânea Paraense (2010) Em 2012 recebeu o Grande Prêmio da Mostra Primeiros Passos (MABEU), em 2013 foi premiado no IV Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia e também em 2013 foi o vencedor da categoria fotografia do Movimento Hotspot. Possui obras nos acervos do Museu de Artes Brasil Estados Unidos/MABEU, Associação Fotoativa e Museu de Arte Contemporânea Casa das Onze Janelas.

 

 

De 22 de setembro a 10 de novembro.

Equilíbrio e atração

17/set

José Carlos Machado é um “hábil designer do impossível”. Desde a década de 80 tem se dedicado à pesquisa na escultura sobre as formas geométricas e suas relações com a lei da gravidade. Conhecido pelo uso do ímã, matéria-prima que confere às suas criações a liberdade do movimento, José Carlos Machado apresenta sua recente e inédita produção na unidade dos Jardins, São Paulo, SP, da Galeria Marcelo Guarnieri.

 

São doze obras, com dimensões variadas, que se configuram como um “ensaio em suspensão”, relacionando as formas com o espaço. Os materiais, que vão desde a madeira, o ferro, o ímã e a fita de aço desafiam às leis da percepção sensorial, como nas obras inspiradas em móbiles, ou que necessitam da força do ar para o movimento ou a flutuação.

 

Intitulando-se como um “equilibrista”, o artista – ao contrário da sua formação em Arquitetura – não projeta a obra no desenho, tudo nasce, ou melhor, é “descoberto”, por meio da experiência dos materiais e as suas sugestões de formas, e possibilidades de relações com o ato do movimento. Neste exercício de “tentativa e erro”, e percepção da potência do mover-se na matéria bruta, interessa a naturalidade das cores dos materiais, em detrimento da aplicação de outra que não pertence – originalmente – aquela matéria-prima.

 

Os trabalhos de José Carlos Machado não desafiam somente às leis naturais da percepção, num diálogo com a física, mas abrem uma senda no espaço. Como se fosse uma folha de papel em branco, o artista desenha, traça, coloca em fuga, como numa dança, as linhas geométricas de suas esculturas. Os movimentos que daí derivam contam com o acaso: o encontro de “atração” da força da natureza (a matéria-prima e o ar), e as formas sugeridas pelo artista.

 

 

Sobre o artista

 

José Carlos Machado (Zé Bico) não inventa: descobre. Descobriu que o tempo altera a química das coisas, que o uso de ímãs cria zonas de tensão, que agrupar as peças em duplos/pares propicia contrastes conceituais. E assim, vai dobrando, cortando e enroscando suas peças (sem soldas) em busca de um equilíbrio cada vez mais precário onde o mínimo é o máximo – um achado que confere à sua obra uma insustentável leveza. Amilcar de Castro deu as melhores lições de esculturas ancoradas no chão; José Carlos é um aprendiz aviador, prestes a ocupar o ar enquanto espaço.” – Lisette Lagnado In: Poéticas Atraentes (1989).

 

 

De 19 de setembro a 17 de outubro.

Paralelos Urbanos: 10 fotógrafos

A exposição “30 / 34º S – Paralelos Urbanos” tem início no Centro Cultural CEEE Erico
Verissimo, Centro Histórico, Porto Alegre, RS. Trata-se de um projeto com dez fotógrafos de três cidades, Buenos Aires, Montevidéu e Porto Alegre que promoverá quatro exposições até maio de 2017, que buscam descobrir que cidades são essas que, entre os paralelos 30 e 34, pulsam no sul da América do Sul.

 

O olhar de Alfredo Srur, Andrés Cribari, Carlos Contrera, Fábio Rebelo, Fabrício Barreto,Francisco Landro, Gabriel García Martínez, Gilberto Perin, Lena Szankay e Lorena Marchetti traduz a cidade onde vivem ou como sentem a ação dela sobre o seu cotidiano. Suas fotografias exigem um olhar atento, pois provocam reflexões ou um convite à poesia urbana de Buenos Aires, Montevidéu e Porto Alegre.

 

 

Esta é a primeira etapa do projeto. Em 2016, os artistas realizarão mostras em Buenos Aires

(previsão de lançamento em maio) e Montevidéu (setembro de 2016). Durante as estadas em

cada município, o grupo produzirá novas imagens que serão apresentadas no encerramento,

em exposição prevista para maio de 2017 em Porto Alegre.

 

 

De 17 de setembro a 24 de outubro.

Leda Catunda em Fortaleza

15/set

Leda Catunda realiza curso e exposição individual com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti. A mostra “Leda Catunda Seleção de obras de 1985 a 2015”, entra em exibição no Centro Cultural Banco do Nordeste, Fortaleza, CE. A mostra consiste na exposição de várias obras de grandes formatos realizadas nos últimos dez anos, algumas inclusive que se estendem para o piso numa mistura de pintura-objeto com instalação.

 

 

O curso de “Pintura Contemporânea” será realizado entre os dias 16, 17, 18 e 19 e tem como objetivo introduzir e discutir conceitos da história da arte moderna e contemporânea através de exercícios de pintura. Serão propostos diversos procedimentos de pintura, procurando-se com isso colocar em discussão as diferentes atitudes presentes na arte contemporânea com relação a essa técnica. O workshop está dividido em 4 dias para a realização de exercícios que serão propostos aos alunos, um exercício por aula e no último dia serão discutidos os trabalhos individuais de cada participante. Na introdução de cada exercício serão apresentados os conceitos relacionados com cada tema proposto e serão rapidamente analisadas as obras de artistas que inauguraram procedimentos, introduzindo assim, novas questões no universo da pintura. Abordando manifestações desde o início da modernidade no século XIX até artistas que vem trabalhando e reformulando ações na pintura, sob ponto de vista semelhante nos dias de hoje. Inscrições: pelo e-mail cultura@bnb.gov.br ou na recepção do CCBNB. Vagas: 20 vagas.

 

 

A exposição estende-se até 24 de outubro.

“Opinião 65 – 50 anos depois”, no MAM Rio

14/set

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Parque do Flamengo,  inaugura, no próximo dia 19 de setembro de 2015, a exposição “Opinião 65 – 50 anos depois”, com 57 obras de artistas brasileiros que participaram da emblemática exposição em 1965, organizada por Ceres Franco e Jean Boghici (1928-2015), no MAM Rio. Dessas obras, três participaram da exposição original: as pinturas “Miss Brasil” (1965), de Rubens Gerchman, e “O artista chorando assina…” (1964), de Wesley Duke Lee, e um “Parangolé” de Hélio Oiticica, que apresentou seus Parangolés pela primeira vez ao público na exposição de 1965.

 
Com curadoria de Luiz Camillo Osorio, a mostra terá ainda uma série de cartazes de filmes que estavam em exibição no período da exposição em agosto/setembro de 1965, documentos de época, críticas de jornal, uma série de fotografias dos artistas e da exposição em 1965, um vídeo de 1967, intitulado “Arte Pública”, e um novo feito para a exposição. A ideia é reconstituir a atmosfera do período e mostrar o quanto a exposição foi um momento importante de resistir ao golpe militar, juntando artistas de uma mesma geração que atualizavam o vocabulário plástico da arte brasileira pondo-a em contato com a energia da visualidade popular. A mostra é uma parceria com a Pinakotheke Cultural, que irá inaugurar na mesma data, em seu espaço em Botafogo, uma exposição com cerca de 70 obras, em que todos os trinta artistas participantes da montagem original estarão representados. Destas, todas foram produzidas na época, e várias integraram a mostra no MAM.

 
Os artistas que terão obras na exposição do MAM são: Adriano de Aquino,  Angelo de Aquino, Antonio Berni, Antonio Dias, Carlos Vergara, Flávio Império, Gastão Manoel Henrique, Hélio Oiticica, Ivan Freitas, Ivan Serpa, José Roberto Aguilar, Pedro Geraldo Escosteguy, Roberto Magalhães, Rubens Gerchman, Tomoshige Kusuno, Vilma Pasqualini e Wesley Duke Lee.

 

 

A palavra do curador

 

“A exposição Opinião 65 está no inconsciente coletivo da história cultural recente. Tentando recontar este capítulo de nossa história para as gerações mais novas, ao mesmo tempo em que homenageamos os curadores e artistas que fizeram parte daquele momento, o MAM Rio – palco dos acontecimentos – e a Pinakotheke Cultural resolveram juntar seus esforços nesta empreitada. Aqui no MAM, daremos foco aos artistas brasileiros que participaram da exposição, além de mostrar material de arquivo referente à mostra – críticas, iconografia, filmes e entrevistas”, afirma o curador Luiz Camillo Osorio.

 

 

De  19 de setembro a 28 de fevereiro de 2016.

Opinião 65: 50 anos depois

11/set

A Pinakotheke Cultural, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a partir de 17 de setembro a

exposição “Opinião 65: 50 anos depois”, com curadoria de Max Perlingeiro. É a comemoração

de meio século da histórica exposição realizada no MAM-Rio. Todos os trinta artistas

participantes da montagem original estarão representados, e das setenta obras que estarão

expostas, todas foram produzidas na época, e várias integraram a mostra do MAM.  Os artistas

são os brasileiros Antonio Dias, Ivan Serpa, Hélio Oiticica, Rubens Gerchaman, Ângelo de

Aquino, Adriano de Aquino, Pedro Geraldo Escosteguy, Gastão Manoel Henrique, Ivan Freitas,

Roberto Magalhães, Carlos Vergara, Vilma Pasqualini, Waldemar Cordeiro, Flávio Império, José

Roberto Aguilar, Tomoshige Kusuno e Wesley Duke Lee, e os estrangeiros Antonio Berni, Juan

Genovés, Roy Adzak, John Christoforou, Yannis Gaïtis,  José Vañarsky, Peter Foldès, José

Paredes Jardiel, Manuel Calvo, Alain Jacquet, Michel Macréau, Gerard Tisserant e Gianni

Bertini.

 

Para chegar ao resultado que idealizou, o de reproduzir “ao máximo possível” a montagem

original, o curador Max Perlingeiro fez uma longa e detalhada pesquisa durante um ano – que

lhe tomou “24 horas por dia”. Recorreu aos amigos Antonio Dias, Roberto Magalhães e Carlos

Vergara, e a uma edição de outubro de 1965 da revista “Manchete”, que trazia fotos da mostra

no MAM, para mapear as obras. As famílias dos artistas participantes aderiram de imediato ao

projeto, e um fator decisivo foi localizar a lendária colecionadora e crítica de arte Ceres Franco,

residente em Paris desde 1951, que organizou em 1965 a exposição idealizada pelo marchand

Jean Boghici (1928- 2015). Ambos serão homenageados na mostra. Residente em Carcassonne,

e com uma coleção de 1.500 obras em um espaço público em Montelieu, França, Ceres Franco

escreveu à mão um depoimento emocionado, que estará no livro que acompanhará na

exposição, tanto em fac-símile como transcrito.

 

Dentre as obras da montagem original estarão “Parangolé Bandeira – P2 Bandeira 1” (1964),

de Hélio Oiticica, que apresentou seus “Parangolés” pela primeira vez no MAM junto com a

Escola de Samba da Mangueira, todos seguidos  por uma multidão aos pilotis do Museu após

terem sido expulsos do salão. Outras obras que estiveram na exposição “Opinião 65” e serão

vistas na Pinakotheke são a aquarela “Estados Desunidos do Brasil” (1965), de Roberto

Magalhães; a pintura “Diálogo” (1965), de José Roberto Aguillar; a colagem de papel e metal

sobre chapa de ferro “Campanha do ouro para o Bem do Brasil” (1964), de Wesley Duke Lee; a

impressão sobre papel “Dejeneur sur l’herbe”(1965), de Alain Jacquet; a obra “Vencedor”

(1964), de Antonio Dias, um cabide de pé com construção em madeira pintada, tecido

acolchoado e capacete militar; “Sin título (Ramona levantando pesas)”, de Antonio Berni; a

pintura “Crianças e pássaros”, de Yannis Gaitis; “Negative Objects” (1963), de Roy Adzak;

“Diálogo” (1965), de Jose Roberto Aguilar; “Fuga” (1965), de Juan Genovés; o guache sobre

papel “Sem título” (1965), de Gerard Tisserand; “Personnages” (1964), de Jack Vanarsky; “La

barbecue de Justine” (1962), de Gianni Bertini; a pintura “Sorcellerie” (1964), de John

Crhristophorou; “Na cidade do extermínio (Segundo poema de Bialik)”, de José Jardiel; “La

vierge et as mère” (1964), de Michel Macréau; “Dejeneur sur l’herbe” (1965), de Alain Jacquet;

“UDN (Respeitosamente) – o extinto era muito distinto…” (1965), de Flavio Império, e “Estória

(O fim da idade do chumbo)”, 1965, de Pedro Geraldo Escosteguy.

 

“Opinião 65: 50 anos depois” não obedecerá a uma ordem cronológica. “Como na montagem

original, será tudo junto e misturado”, avisa Max Perlingeiro. “Era uma mostra ultrassaturada,

com um fator muito forte: estavam todos contra o regime militar”, observa. As obras

pertencem a coleções públicas e privadas, como a de João Sattamini, Gilberto

Chateaubriand/MAM Rio, Jean Boghici, entre outras

 

 

Marco na História da Arte

 

“Opinião 65” foi um marco na história da arte. A polêmica exposição idealizada por Jean

Boghici e organizada por Ceres Franco mudou por completo o cenário das artes plásticas no

Brasil. A ideia era reunir no Rio os artistas internacionais que trabalhavam no Novo Realismo

europeu e os brasileiros que assumiram a Nova Figuração (e um pouco da Pop Art americana)

em oposição à exaurida Abstração. Para o artista Roberto Magalhães, “Opinião 65 foi o início

de tudo o que existe hoje na arte brasileira. Foi uma mudança radical”.

 

Os artistas eram todos muito jovens na época, como ressaltou Wilson Coutinho em 1995, na

exposição comemorativa que realizou junto com Cristina Aragão no CCBB Rio: “Para avaliar o

clima da exposição é preciso conferir a certidão de nascimento de alguns participantes. Aguilar

tinha 24 anos, Angelo de Aquino 20, Gerchman 23, Vergara 24, Roberto Magalhães 25 e

Antonio Dias apenas 21. Para se ter uma ideia deste ‘boom’ de jovens basta comparar com a

Semana de Arte Moderna de 22, quando Oswald de Andrade ao participar tinha 32 anos,

Mario de Andrade 29 e Tarsila do Amaral 36”.

 

O título “Opinião 65” fazia uma alusão direta ao espetáculo “Opinião”, com Zé Keti, João do

Vale e Nara Leão – depois substituída pela estreante Maria Bethânia – , dirigido por Augusto

Boal, e encenado no Teatro Opinião, em Copacabana.

 

Em 1966, o crítico de arte Mário Pedrosa escreveu no extinto jornal “Correio da Manhã”: “Em

1965, o calor comunicativo social da mostra, sobretudo da jovem equipe brasileira, era muito

mais efetivo. Havia ali uma resultante viva de graves acontecimentos que nos tocaram a todos,

artistas e não-artistas da coletividade consumidora cultural brasileira. Personagens sociais

foram, por exemplo, elevadas à categoria de representações coletivas míticas como o General,

a Miss etc., sem falar nas puras manifestações coletivas da comunidade urbana, como o

samba, o carnaval. Antes de o ser pelo conteúdo plástico das obras (muitas delas de alto valor)

ou pelo seu estilo ou proposições técnicas, eram elas por mais diferentes que fossem

individualmente, esteticamente, identificadas pela marca muito significativa de emergirem

todos os seus autores de um meio social comum, por igual convulsionado, por igual motivado.

Daí vermos a arte altamente interiorizada de símbolos (corações, falos, sexos) e que se

distribuem, rigorosamente, num esquema formal simétrico que lembra o da arte bizantina; de

cores, (vermelhos, pretos etc.) que obedecem antes de tudo a representações litúrgicas de um

Antônio Dias, ao lado da arte essencialmente dinâmica de um Roberto Magalhães, cuja

irresistível força expressiva do desenho é assim vencida ou dominada pela extraordinária

clareza predicativa do seu esquema formal”, escreveu.

 

 

Catálogo

 

A exposição será acompanhada de uma bem-cuidada publicação, com 160 páginas, bilíngue

(português/inglês), formato 22cm X 27cm, texto de Frederico Morais e excertos de Ferreira

Gullar, Ceres Franco e Mario Pedrosa.

 

 

De 17 de setembro a 31 de outubro.

Paternosto na Dan galeria

A Dan Galeria, Jardim América, São Paulo, SP, exibe a exposição individual do artista argentino César Paternosto.  A mostra reúne 16 obras e duas esculturas, criadas especialmente para esta ocasião. César Paternosto iniciou a carreira artística como pintor abstrato geométrico no início dos anos 1960, após uma trajetória como pintor figurativo e informalista, escola europeia iniciada durante a Segunda Guerra, em paralelo ao abstracionismo americano. Em 1967, ao mudar-se para Nova York, já com uma carreira consolidada, Paternosto expande as fronteiras formais e teóricas da pintura, convertendo suas criações em objetos, deixando de lado a apreciação frontal da obra.

 

 

Até 12 de outubro.

Duas individuais na LUME

A Galeria Lume, Jardim Europa, São Paulo, SP, inaugura, simultaneamente, as mostras “Verso Transitivo”, de Claudio Alvarez, e “Transe”, de Fábio Cardoso, ambas com curadoria de Paulo Kassab Jr. Exibindo 8 esculturas, Claudio Alvarez explora os efeitos visuais característicos de sua obra, seja através do movimento físico ou da ilusão de ótica. Por sua vez, Fábio Cardoso mostra 16 aquarelas que fazem referência a corpos humanos em situações de intimidade, inseridos num momento de existência do impensado e do impulsivo.

 

Sob influência do cinetismo, movimento artístico iniciado em Paris na década de 1950, Claudio Alvarez utiliza metal para construir suas esculturas, abordando sempre o movimento e a percepção, temas de sua constante pesquisa. Em “Verso Transitivo”, as obras são elaboradas com ilusões de ótica, jogos de espelho e iluminação, objetos móveis e formas dinâmicas, resultando em mecanismos nos quais aquilo que vemos entra em contradição com aquilo que sabemos. Desta maneira, o artista ativa no espectador reações de análise e fascínio, raciocínio e ilusão – modos essenciais na relação do homem com o universo.

 

Em sua primeira exposição na Galeria Lume, Fábio Cardoso apresenta “Transe”, série em que sujeito, objeto e suporte se entrelaçam. A partir das margens, o artista cria imagens que levam o espectador a uma espécie de frenesi ao tentar decifrar as formas, revelando, ao olhar mais atento, silhuetas que se assemelham a corpos humanos em cenas sexuais. “Arte e paixão como necessidades e impulsos do homem.”, comenta Paulo Kassab Jr.

 

Com uma programação cada vez mais intensa e diversificada, a Lume pretende contribuir para uma melhor formação cultural do brasileiro, ao disseminar conhecimento e cultura ao maior número de pessoas possível. Com esta ação, o espaço da galeria resta preenchido com duas importantes exposições, unindo estilos, técnicas e conceitos variados. Coordenação: Felipe Hegg e Victoria Zuffo.

 

 

De 15 de setembro a 10 de outubro.

A Gentil Carioca | 12 Anos

10/set

A programação festiva dos 12 anos da galeria A Gentil Carioca, Centro, Rio de Janeiro, RJ, é

bastante eclética. A saber: abertura da Exposição | Chão de Estrelas, de José Bento com

curadoria do Ricardo Sardenberg; Módulo de Escuta|com Ricardo Basbaum e o compositor

convidado Paulo Dantas; Parede Gentil nº 25 | com Renato Pera com Gentil Apoio de Juan

Carlos Verme e Joel Yoss; Lançamento Camisa Educação nº 63 | com Maíra Senise; Festa |

Celebração 12 anos A Gentil Carioca com Desfile de Drags | parceria Drag-se + Drag Attack;

Bolo comemorativo | Edmilson Nunes e Música |  ”Verônica decide morrer”.

 

A exposição “Chão de estrelas” do artista José Bento, é um mote poético inspirado, é claro,

pela canção homônima de 1935 de Orestes Barbosa e Silvio Caldas. A instalação que dá nome

a mostra é composta de milhares de pedaços de madeira (Vinhático ou popularmente

conhecida como gema de ovo), entremeados por cabos de aço (ou como os assistentes do

artista nomearam “fios de ouro”) tencionados de um lado ao outro da sala expositiva no limite

do rompimento. Assim estamos diante de um plano, monocromático, que flutua na altura do

umbigo do artista, que remete a um horizonte que tenciona a relação entre o monocromo que

é em si uma paisagem dourada onde se encontra o dia e a noite.

 

Minha vida era um palco iluminado

Eu vivia vestido de dourado

Palhaço das perdidas ilusões

Cheio dos guizos falsos da alegria

Andei cantando a minha fantasia

Entre as palmas febris dos corações

 

Meu barracão no morro do Salgueiro

Tinha o cantar alegre de um viveiro

Foste a sonoridade que acabou

E hoje, quando do sol, a claridade

Forra o meu barracão, sinto saudade

Da mulher pomba-rola que voou

 

Nossas roupas comuns dependuradas

Na corda, qual bandeiras agitadas

Pareciam um estranho festival

Festa dos nossos trapos coloridos

A mostrar que nos morros mal vestidos

É sempre feriado nacional

 

A porta do barraco era sem trinco

Mas a lua, furando o nosso zinco

Salpicava de estrelas nosso chão

Tu pisavas nos astros, distraída

Sem saber que a ventura desta vida

É a cabrocha, o luar e o violão

 

O conjunto de obras expostas em “Chão de estrelas”  reúne diversas estratégias utilizadas ao

longo da carreira de José Bento. Notavelmente, a obra Xadrez para Max e Marcel se utiliza da

recriação de objetos do cotidiano em madeira numa aproximação do discurso hiper-realista,

como feito pelo artista em anos anteriores em obras como Cobogó, Telefone e de forma

espetacular em Banheiro Bento quando recriou sabonetes, tampões de ralo etc,  porém aqui

ele acena para o que já foi chamado de “surrealismo mitigado” em seu trabalho. Em Xadrez

para Max e Marcel,  José Bento brinda a famosa foto em que Marcel Duchamp aparece

brindando Max Ernst por meio do jogo de xadrez originalmente desenhado pelo terceiro

artista para a exposição The imagery of Chess, na Julien Levy Gallery, em 1944. Num jogo de

espelhos e auto-referências, aqui José Bento estabelece suas credencias como um artista que

goza com prazer das artimanhas neo-dadas e surrealistas contemporâneas.

 

Já em outra sala, em direto contraponto à mensagem Duchamp-ernestiana, um conjunto de

monocromos que variam entre o amarelo e o vermelho acompanhados de um tapete de

madeira virado para Meca, como uma bússola, que nos relembra de tradições atlânticas que

nos conecta à África e à Europa por meio de uma reticência a paisagem, ao ilustrativo e ao

figurativo, neste caso um “misticismo mitigado”. O surrealismo, embora mais conhecido por

sua ênfase no inconsciente, também sempre enfatizou um aspecto místico de comunicação

com o além.

 

Entre as duas pontas do modernismo ocidental, ou dito de outra forma, entre o abstrato

formal da arte construtiva e a representação discursiva típica do surrealismo, a exposição Chão

de estrelas por meio da poesia substantiva de Orestes Barbosa – barraco, trinco, zinco, chão,

astros etc – estica o seu olhar contemporâneo resgatando a simples poesia dos jogos das coisas

simples. Como comentou o artista certa vez: esse Orestes Barbosa é um gênio porque trouxe

os astros lá de cima e pôs no chão para os humildes pisarem.

 

E é com humildade que a exposição vai se espalhar pelo SAARA – a Sociedade de Amigos e

Adjacências da Rua da Alfândega. Espalhado em suas famosas lojas/ tendas e por suas ruas

apertadas e barulhentas, aproximadamente oito trabalhos estarão camuflados na paisagem

comercial. Tanto um comentário ao aspecto comercial da exposição, mas principalmente ao

estatuto variável do que é um ready-made hoje em dia, também desafia o espectador a

considerar a paisagem do SAARA como um espaço expositivo, local de troca e de recorrentes

experiências estéticas e sociais.

 

Toda a exposição será “amarrada” por meio de um jornal em formato tablóide que será

repositório dos enigmas das possíveis fontes do trabalho escultórico expansivo do José Bento.

O jornal de certa forma é onde o inconsciente, o místico, e o pedestre artista estão amarrados.

Lá as referências vêm à tona e submergem no meio do palavrório dos outros curadores,

artistas e paisagens.

 

 

Sobre o artista

 

José Bento, nasceu em Salvador, BA, em 1962, vive e trabalha em Belo Horizonte.  Desde a

década de 1980 realiza, sobretudo, esculturas, instalações, além de trabalhos em vídeo,

desenho e fotografia. Expondo em museus, instituições culturais e galerias dentro e fora do

Brasil, seus primeiros trabalhos se desenvolvem a partir da discussão entre o plano e a

tridimensionalidade, como as maquetes e objetos construídos com palitos de picolé. Já em

Árvores, uma de suas obras mais conhecidas, o artista aborda questões materiais: o material

que serve à sua própria representação. A relação entre a arquitetura dos espaços expositivos e

os trabalhos de arte também se mostrou uma fonte de proposições artísticas em sua carreira,

algumas delas site-specific. Seus trabalhos mais recentes lidam com o estatuto da linguagem

escultórica na contemporaneidade e discussões acerca da representação do valor financeiro e

economia no circuito de arte. Participou de inúmeras exposições coletivas e individuais, entre

elas se destacam: On Another Scale, Galeria Continua, San Gimignano, e Tara por Livros,

Galeria Bergamin 2014; Eletric Blue Night, Galeria Mendes Wood, São Paulo;

Correspondências, Galeria Bergamin, São Paulo, ambas coletivas em 2013; participou com a

Floresta Invisível na 2o Bienal do Benim, Porto Novo, Cotonou e Uidá,  e realizou uma

individual na A Gentil Carioca, Rio de Janeiro em 2012; em 2011, 1901-2011, Arte Brasileira e

Depois, na Coleção Itaú, São Paulo; individual, Galeria Celma Albuquerque, Belo Horizonte em

2010 e no mesmo ano, Zum Zum Zum, na A Gentil Carioca, Rio de Janeiro; Poética da

Percepção no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008; Acervo do MAP

no Espaço de Arte Pitágoras. Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte; e Chão na Galeria

Bergamin, São Paulo, 2005. Em 2004 realiza individual no Museu de Arte da Pampulha – MAP,

em Belo Horizonte. Integrou o 29º Panorama da Arte Brasileira, MAM/SP, 2005, entre outras.

Recentemente seu trabalho foi publicada na edição da ABC – Arte Contemporânea Brasileira

organizado por Adriano Pedrosa e Luisa Duarte, Cosac Naify, 2014.

 

 

De 11 de setembro a 31 de outubro.

Alê Jordão na Bolsa de Arte/Rio

A Bolsa de Arte do Rio de Janeiro, em sua sede de Ipanema, e os curadores Marcelo Vasconcellos e Walton Hoffmann convidam para a exposição “LIGHT MY FIRE”, mostra individual de Alê Jordão.

Dia: 08 de setembro – Durante o vernissage, – das 17 às 22hs -, haverá uma performance do artista.

Local: Rua Prudente de Morais, 326.

 

 

Sobre o artista
Alê Jordão nasceu e vive em São Paulo, SP. Estudou na FAAP na segunda metade dos anos 90, com Sandra Cinto, Dora Longo Bahia, Paulo Pasta, Felipe Chaimovich, Edu Brandão, Carmela Gross, Regina Silveira e Nelson Leirner – principal referência para o artista. Estudou também na Domus em Milão, escola originária da experiência do design e arquitetura pós-modernos italianos dos anos 70 e 80. Jordão inicia a vida artística profissional em 2001 e ao longo da carreira vem definindo um corpo de trabalho potente e complexo, material e conceitualmente.
Para Jordão, o objeto-obra não é apenas aquilo que sobra de um processo construtivo, mas algo que se forja e retém os significados dos modos de construir, deixando-os explícitos, comunicativos, vivos no objeto. A tecnologia e o design dizem muito sobre o resultado material e imaterial que o artista deseja produzir. Os objetos-obras de Jordão são conjuntos de elaboradas produções que podem envolver tecnologias completamente distintas.

 

Até 25 de setembro.