Duas exposições no Santander Cultural

03/jul

 

Chama-se “Aporia”, a exposição de Ío, em cartaz na Galeria superior do Santander Cultural,

Centro Histórico, Porto Alegre, RS. “Ío” é formada pelos artistas visuais Laura Cattani e Munir

Klamt. O trabalho em conjunto é definido por eles como “um sistema auto-ordenado e ao

mesmo tempo aberto”. O resultado é a diversidade em obras com conceitos antagônicos que

se complementam mais do que se repelem. A curadoria é de Júlia Rebouças, de Sergipe, que

atua no Instituto Inhotim e é cocuradora da 32ª Bienal de São Paulo, a se realizar em 2016.

 

Com a mostra  “Estados Ordinários da Consciência”,  o artista Michel Zózimo, ocupa  a Galeria

superior do Santander Cultural. Natural de Santa Maria, RS, Michel Zózimo utiliza diversos

suportes em suas obras, como bronze, papel, tecido e fotografia. Artista-pesquisador, Michel

Zózimo carrega em seu trabalho referências teóricas da arte e em fenômenos naturais e

científicos. Com curadoria do paulista Marcio Harum, a exposição consta de dezenove obras.

 

 

Até 26 de julho.

 

Registro de exposições fotográficas

02/jul

As exposições fotográficas individuais dos primeiros três anos da Galeria Portfolio, Centro

Cíviico, Curitiba, PR, realizadas entre 2009 e 2012, são o tema do livro “Olhares”. A publicação

é um coletivo de linguagens formado por 14 fotógrafos brasileiros reconhecidos

internacionalmente por sua intensa produção como German Lorca, Walter Firmo, Avani Stein,

Leopoldo Plentz, Luiz Garrido, Marcelo Buainain, Cássio Vasconcellos, Tiago Santana, André

Cypriano, Orlando Azevedo, Zig Koch, Nilo Biazzetto Neto, Daniel Caron e Sergio Vanalli.

 

O lançamento será às 19h do dia 10 de julho, uma sexta-feira, na própria Galeria Portfolio. Na

ocasião, será realizada exposição com uma imagem de cada fotógrafo do livro, embalada ao

som de jazz. Haverá ainda bate-papo com pelo menos metade dos profissionais

homenageados, que terá como tema ‘A Importância do Livro de Fotografia’, incluindo os

processos e dificuldades envolvidos em sua elaboração e publicação.  Entre os participantes,

estarão os fotógrafos de Curitiba, além de Walter Firmo e Avani Stein, que ministrará uma

oficina durante o final de semana como contrapartida social do projeto.

 

Ao todo, o livro “Olhares” destaca até nove imagens de cada profissional, e conta com breves

descritivos sobre os trabalhos contemplados, seguidos de compilação em formato reduzido de

todas as fotografias expostas. Segundo o idealizador Nilo Biazzetto Neto, de alguma maneira o

livro é um documento histórico e uma referência para a capital paranaense.

 

“A intenção é aproximar e presentear os novos fotógrafos da cidade com a produção nacional,

e mostrar nacionalmente que a fotografia curitibana também tem uma produção relevante.

Ainda visa inseri-los no cenário da fotografia brasileira, e resgatar e compartilhar com o

público local uma gama de linguagens e liberdades fotográficas enquanto expressão cultural e

artística”, afirma Nilo Biazzetto Neto.

 

 

Para colecionadores de arte, esta é uma ótima oportunidade de se aproximarem desta

diversidade de linguagens e valores, mostrando que é arte é acessível. O projeto se tornou

possível através da Lei de Incentivo do Mecenato subsidiado pela Fundação Cultural de

Curitiba, e contou com os patrocinadores Divesa, Grupo NB e Grupo Positivo.

 

 

Galeria Portfolio

 

Localizada dentro da Escola Portfolio, na Rua Alberto Folloni, 634, Centro Cívico, hoje a Galeria

Portfolio é o único espaço físico de artes dedicado exclusivamente à fotografia em Curitiba.

Desde a sua inauguração, em 2009, tem recebido exposições de nível internacional, de grandes

talentos paranaenses e renomados fotógrafos de todo Brasil.

Rossini Perez no MAR

Entrará em cartaz no térreo do pavilhão de exposições do MAR, Museu de Arte do Rio, Zona

Portuária, Centro, Rio de Janeiro, RJ, a exposição “Rossini Perez, entre o Morro da Saúde e a

África”. Rossini Perez é um dos principais artistas a difundir a prática da gravura na Região

Portuária do Rio de Janeiro, onde vive, e no mundo. Ao longo dos últimos 50 anos, Rossini

também tem utilizado a gravura como disparador fundamental de processos educacionais,

alguns deles coordenados pelo artista no Senegal nos anos 1970.

A exposição percorre sua trajetória por meio de núcleos definidos pelos curadores Maria de

Lourdes Parreiras Horta, Marcelo Campos, Márcia Mello e Paulo Herkenhoff.

 

 

A partir de 28 de julho.

Meton Joffily : street art

O artista Meton Joffily foi convidado para participar do júri oficial do Anima Mundi (Entre 10 e 15 de julho, no Rio de Janeiro). Além disso participa da exposição no Espaço GaleRio, primeira galeria municipal de arte urbana da cidade, em Botafogo, com outros 16 representantes da arte urbana, apresentando suas famosas placas de rua, e nos dias 24 e 26 de julho mostrará suas obras em um espaço reservado à arte urbana, no Jockey, com outros artistas como Marcelo Ment. O artista também está à frente do projeto “Tá ligado no movimento?”, uma série de animação produzida em parceria com o Antônio Sodré Scheiber, que apresenta uma narrativa de temáticas sociais e urbanas complexas, como a pobreza, abandono e violência infantil. Neste trabalho estão refletidas várias questões sociais através do personagem principal e seus coadjuvantes. Eles embarcam em uma jornada de aventuras, questionamentos e transformações que geram material suficiente para o desenvolvimento de mais de uma temporada, vislumbrando um segmento que carece de bons trabalhos de animação: o público adulto.

 

 

Sobre o artista

 

Formado em desenho industrial pela PUC – Rio, Meton, 30 anos, ingressou cedo no cenário da arte urbana carioca e na carreira da animação gráfica. Aos 19 anos, seu curta “Ratos de Rua” foi exibido em mais de 40 países e venceu prêmios de melhor animação em alguns festivais. Conhecido como um reinventor da animação e da arte urbana, por criar novas técnicas como a Monitopia e a Sticker-Animation, e seus traços também são conhecidos nas ruas através dos graffitis dos mesmos personagens que desenvolve no desenho animado, como o moleque de rua Zinho e o Ratones. Em 2014 apresentou sua primeira exposição individual “ATENÇÃO OBRAS”, utilizando placas de trânsito como suporte para a arte.

 

 

A história com o Anima Mundi

 

Quando criança, já animava flip-books nos livros escolares. “Depois eu passei a usar o negatoscópio do meu pai, que era um excelente ortopedista, esse equipamento nada mais é do que é uma mesa de luz usada para para analisar radiografias”, conta. Fez os primeiros experimentos animados quando entrou para a Puc (design) e estagiava na Verdesign (onde foi sócio, hoje a Verdesing se dividiu entre soul filmes e zen filmes), onde ganhou uma mesa de luz para animação e teve ferramentas digitais e o suporte para realizar seus primeiros curtas de animação. Os três primeiros foram exibidos no Anima Mundi e tiveram grande destaque no festival. Em especial o primeiro “Ratos de Rua” que ganhou o prêmio dos melhores filmes do festival do ano de 2003. “Sinal Vermelho” em 2004 chegou a ser exibido no Fantástico. “Monitopia” era impróprio para menores e apresentava uma técnica que inventou combinando a monotipia com a rotoscopia, usando uma TV de segurança. Este ano, 2015, Meton foi escalado para o juri oficial.

Marcelo Greco, livro e mostra

Marcelo Greco promove o lançamento do livro “Sombras Secas”, e inaugura exposição individual homônima no MIS – Museu da Imagem e do Som, Jardim Europa, São Paulo, SP, com curadoria de Diógenes Moura. Composta por 35 fotografias em preto e branco – um recorte do livro -, a exposição apresenta paisagens escuras e pouco definidas, no intuito de estabelecer uma experiência sensorial e emocional com a cidade onde o fotógrafo vive, apresentando sua visão avassaladora sobre as relações humanas.

 

O projeto “Sombras Secas” propõe uma imersão na geografia interna da vida, oferece cenas de um centro urbano dissecado entre dor e prazer. As imagens de Marcelo Greco estabelecem uma forma de diálogo com o inconsciente, nos levando a um imaginário mais próximo dos sonhos, como em uma a cidade fantasiosa criada pelo espectador. O fotógrafo paulistano não pretende retratar a urbe em si, mas utiliza as imagens como agentes de provocação. “Aqui é assim: ou você entende que a cidade tem alma ou ela te engolirá nos próximos 30 segundos.”, comenta sobre a capital paulistana, onde reside. Neste contexto, o trabalho nos sugere uma reflexão sobre as relações com a metrópole, com a existência em uma sociedade ao mesmo tempo caótica e em busca de uma quase impossível harmonia. Nas fotografias, Marcelo Greco utiliza elementos visuais como reflexos, desfoque, enquadramentos assimétricos, grafismos, o que resulta em uma abordagem pessoal e única sobre o tema.

 

Uma criação artística é fruto sempre das interlocuções do criador com o universo que o cerca. De acordo com Diógenes Moura, “Sombras Secas” trata do desaparecimento do homem no ambiente construído a sua volta. “(…): às vezes a partir de uma abstração, outras vezes São Paulo sendo desvendada aos poucos, como o anúncio de uma matéria que urge em se impor e, ao mesmo tempo, desaparecer.”. O livro ganhou a chancela da Schoeler Editions.

 

Lançamento e abertura: 02 de julho, quinta-feira, às 19h.

 

 

Exposição: de 02 de julho a 23 de agosto.

Três pontos de vista

01/jul

Apresentando diferentes e complementares linguagens fotográficas, em três pontos de vista igualmente distintos, a exposição “A3″,  Galeria Crivo, Altos de Pinheiros, São Paulo, SP, traz obras dos artistas Choque, Julieta Bacchin e Vivi Bacco.

 

Para o curador responsável, Hélio Moreira Filho, a mostra foi pensada para promover uma discussão acerca do corpo como agente interventor na contemporaneidade. “A escolha dos três artistas passa pela relação de corpo e espaço. Choque traz a questão da intervenção no ambiente urbano, Julieta Bacchin provoca a discussão da poética com a performance, enquanto Vivi Bacco nos revela suas apropriações de ocasiões e lugares vivenciados por ela”, adianta o curador.

 

 

Sobre os artistas

 

Choque é Bacharel em Fotografia pelo Senac-SP. Ganhou evidência internacional com a série Pixação SP (2006-2010), exposta em 13 países, com destaque para a 29ª Bienal Internacional de Artes de São Paulo, o Festival Internacional de Literatura e Cinema Étonnants Voyageurs e o festival Les Recontres d’Arles Photographie, os dois últimos na França. Choque assinou também os stills do aclamado documentário “Pixo”. Ao surgir na década de 80, o fenômeno da arte urbana paulistana veio a se tornar uma das mais polêmicas e agressivas do país, em que Choque atua tanto como testemunha legítima quanto intérprete iconoclasta. Na Galeria Crivo, Choque apresenta um recorte sobre esta série, além de duas obras inéditas que retratam a apropriação do espaço urbano como forma de expressão. As fotos ganham impactantes ampliações de 115cm x 77cm (em sua maioria). Segundo o fotógrafo, seus registros ajudam a desvendar esse codificado universo. “Há muita discussão sobre esse tema. Na mostra, e em todo o meu trabalho, as pessoas podem perceber o quanto tudo isso é onipresente no nosso cotidiano”.

 

Julieta Bacchin apresenta um recorte de seis imagens da série “Photo Poema”, autorretratos fotográficos desenvolvidos a partir da obra literária de Hilda Hilst. Durante uma residência na Casa do Sol (antiga morada da escritora), a artista criou, por meio de fotoperformances, imagens em que a natureza e a figura feminina são protagonistas, remetendo também à pintura pré-rafaelita. Neste trabalho, a artista investiga a possibilidade de transição do universo poético abstrato para a linguagem fotográfica a partir de símbolos e metáforas que cercam a ideia do Corpo na literatura de Hilda. “Uso meu próprio corpo como veículo para a construção das imagens, que são performances capturadas na fotografia. No caso da série Photo Poema, tive controle total da produção. E, além do corpo, existe também meu próprio olhar na composição e edição das imagens”. Referenciando a obra da autora paulista, principalmente sua poesia, Julieta criou uma série de imagens que fazem uma releitura do universo poético de Hilda Hilst, no qual a perda, o desejo e a morte são eixos que atravessam essas seis fotos, uma escrita visual. Todo o material exposto na Galeria Crivo foi produzido entre 2012 e 2014.

 

Vivi Bacco mostra a série inédita “Bento Box”, produzida durante sua recente estada de um mês no Japão. A diversidade das imagens da artista visual paulistana faz alusão às caixas compartimentadas com refeições e diferentes alimentos, parte do cotidiano dos orientais. “Porém, não se trata de um registro de viagem”, salienta Vivi, que é Bacharel em Fotografia pelo Senac, com habilitação em Arte e Cultura. “As fotos prescindem da relação tempo/espaço. São recortes, excertos do meu olhar sobre o que vivenciei nesse período”, diz. Emergem, na estética da fotógrafa, de forma espontânea e aparentemente informal, elementos da natureza, em leituras ora sensuais, ora brutas. Trabalhando com os formatos digital e analógico, ela pesquisou e utilizou papeis japoneses na impressão, como o artesanal Washi. A maior parte do trabalho foi finalizada num dos principais ateliês de impressão de Tóquio.

 

 

De 02 a 30 de julho.

Eduardo Kac em Mallorca

30/jun

“Lagoogleglyph” consiste em um formato gráfico pixelado, fazendo referência a uma cabeça de coelho, inscrito no telhado do Es Baluard Museo de Arte Moderno y Contemporáneo de Palma de Mallorca, Espanha. Foi feita especificamente por Eduardo Kac para o olho de um satélite usado pelo Google. Nesta série, o artista contrata o mesmo satélite usado pelo Google e produz uma fotografia idêntica ao tipo usado pelo Google Earth. “Lagoogleglyph” é visível para qualquer pessoa no planeta via mecanismo de busca geográfica do Google. Este é o segundo “Lagoogleglyph” produzido por Eduardo Kac. A primeira, agora na coleção permanente do MAR-Museu de Arte do Rio, foi apresentado pelo Oi Futuro em 2009. O artista é representado pela Marsiaj Tempo Galeria, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ.

Suzana Queiroga em Portugal

19/jun

A inauguração da exposição “ÁguaAr”, mostra individual da artista brasileira Suzana Queiroga, no Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura (CAAA), em Guimarães, Portugal, abrange diversas áreas como desenho, vídeo, instalação e documentação. A curadoria é de Paulo Aureliano da Mata e Tales Frey. O texto crítico recebeu assinatura de Jacqueline Siano e conta com o apoio de DGArtes/Direcção-Geral das Artes (Portugal), uma realização da eRevista Performatus.

 

 

 

De Suzana Queiroga

 

 

Das fronteiras geográficas que incorporam a presença da água e do ar, Suzana Queiroga depara-se com ambos elementos a partir da observação de diferentes cartografias, presenciadas através dos voos/performances em seu balão de ar quente Velofluxo ou através de outras formas de pesquisar o fluxo, o tempo e a continuidade presentes na paisagem como algo em constante movimento. De cima, vemos camadas complexas sobrepostas que se interconectam. Vemos os sistemas de águas como rios, seus afluentes, os oceanos e mares, as correntes e as marés, os sistemas e mapas de ventos, os mapas de voo, as correntes do ar, as nuvens e ainda os códigos gráficos das cidades e das paisagens em geral. Igualmente, podemos contemplar a relação das cartografias com o próprio corpo, com o sistema sanguíneo e com os demais sistemas de circulação, bem como com os nossos corpos em determinadas localidades, habitando e fluindo em diferentes paisagens. A partir de ÁguaAr de Suzana Queiroga, a paisagem renuncia unicamente a sua colocação como um conceito geográfico para tornar-se uma alegoria complexa e inexaurível da existência humana, relacionando a memória e a materialização da mesma em variáveis suportes artísticos que remetem a ambientes vistos e imaginados.

 

 

 

Apresentação de Suzana Queiroga

 

 

A artista plástica carioca Suzana Queiroga despontou nos anos 80, época em que a exposição “Como vai você, Geração 80?”, apresentada no Rio de Janeiro, em 1984, apresentou a produção de cerca de 100 jovens artistas que modificou significativamente os rumos da arte no Brasil. Queiroga é um dos nomes deste núcleo de artistas juntamente com Daniel Senise, Leda Catunda, Beatriz Milhazes, Delson Uchoa, Nuno Ramos, Cristina Canale, entre tantos outros, que alcançaram representatividade e notoriedade nacional e internacional. Pinturas, desenhos, esculturas, instalações, vídeos, infláveis e intervenções urbanas são as várias expressões as quais Suzana Queiroga se dedica. Artista inquieta e pesquisadora, seu trabalho se destaca pela inteligência com que articula operações improváveis e radicais e no que se desprende das tradições para se lançar em um campo amplo de possibilidades que permite infinitas configurações. Sua obra, como numa verdadeira rede, articula diferentes meios que se entrecruzam formando um todo poético e contemporâneo. No universo complexo de pluralidades da arte contemporânea, Suzana Queiroga nos propõe vislumbrar o próprio pensamento. A artista se interessa por vários campos do conhecimento no que se dedica a pesquisas filosóficas e cientificas e aciona diversos elementos e domínios da cultura ao mesmo tempo. Sua obra posiciona-se diante do mundo não para produzir simples contemplação, mas para possibilitar ao espectador a imersão em um campo sensorial profundo e num espaço mental no qual a obra se relaciona com o ser, o tempo e os reverbera. Sua obra se vincula ao pensamento seminal de Hélio Oiticica e Ligia Clark, artistas brasileiros fundamentais para a expansão dos espaços plásticos em direção a realidade, por acrescentarem as vivencias sensoriais à experiência artística.

 

 

 

Sobre a artista

 

 

Suzana Queiroga reside e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil. Mestre em Linguagens Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, leciona Pintura e Desenho na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, Brasil. A artista já recebeu cerca de 11 premiações nacionais entre elas, o 5º Prêmio Marcantônio Vilaça /Funarte para aquisição de acervos, em 2012; Prêmio Nacional de Arte Contemporânea/ Funarte, em 2005; a Bolsa RIO ARTE, em 1999; e os X e IX Salões Nacional de Artes Plásticas, entre outros. Participou de inúmeras coletivas nacionais e internacionais entre elas: “Matérias do Mundo”, projeto “Arte e Indústria”, com curadoria de Marcus de Lontra Costa, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, MAC /USP, São Paulo, Brasil; exposição “Diálogos da Diversidade”, na galeria Matias Brotas Arte Contemporânea, Vitória, Brasil; participação com vídeos no XXX Fuorifestival, Pesaro, Itália; “Bola na Rede”, curadoria de Fernando Cocchiarale, Funarte/Brasília, Brasília, Brasil; “Nova Escultura Brasileira”, Caixa Cultural, Rio de Janeiro, Brasil; “Mapas Invisíveis”, Caixa Cultural, Rio de Janeiro, Brasil; “Innensichten-Aussensichten” na Alpha Nova-Kulturwerkstatt & Galerie Futura, Berlim, Alemanha; “Plasticidades”, Palais de Glace, Buenos Aires, Argentina; “Como está você, Geração 80?”, CCBB/RJ, Rio de Janeiro, Brasil; “Ares & Pensares” Esculturas Infláveis, Sesc Belenzinho, São Paulo, Brasil; entre outras. Participou de inúmeras exposições individuais entre elas: “Livro do AR”, projeto “O Grande Campo”, Oi Futuro, curadoria de Alberto Saraiva, Rio de Janeiro, Brasil, 2014; “Prelúdio”, Galeria Siniscalco, Nápolis, Itália, 2014; “Olhos d’Água”, MAC/Niterói, projeto contemplado pelo 5º Prêmio Marcantônio Vilaça/Funarte, com curadoria de Luiz Guilherme Vergara, Niterói, Brasil, em 2013; “Sobre Ilhas e Nuvens”, Artur Fidalgo Galeria, Rio de Janeiro, Brasil, 2013; “Semeadura de Nuvens”, Artur Fidalgo Galeria, Rio de Janeiro, Brasil, 2013; “O Grande Azul”, Casa França-Brasil, Rio de Janeiro Brasil, com curadoria de Fernando Cocchiarale, 2012; “Open Studio-Suzana Queiroga”, Akademie der Bildenden Künste Wien, Viena, Áustria, 2012; “Flutuo por Ti”, Anita Schwartz Galeria, Rio de Janeiro, Brasil, 2011; “Velofluxo”, Museu da Chácara do Céu, Rio de Janeiro, Brasil, 2009; “Velofluxo”, CCBB/Brasília (Brasil), com curadoria de Fernando Cocchiarale, 2008; “Pintura em Campo Ativado”, curadoria de Viviane Matesco, SESC Teresópolis, Brasil, 2005; “Velatura”, Instalação Inflável, Galeria 90, Rio de Janeiro, Brasil, 2005; “In Between”, Cavalariças do Parque Lage, Rio de Janeiro, 2004; “Tropeços em Paradoxos”, LGC Arte Hoje, Rio de Janeiro, Brasil, 2003; entre outras. E da Bienais 2015, XVIII Bienal de Cerveira, Vila Nova de Cerveira, Portugal; 2014, 4ª Bienal del Fin del Mundo, com curadoria de Massimo Scaringela, Mar del Plata, Argentina. Além de residências artísticas como 2014, artista residente da 4ª Bienal del Fin del Mundo, Espacio Unzué, Mar del Plata, Argentina; 2013, artista residente no Instituto Hilda Hilst, Campinas, Brasil; 2012, artista residente na Akademie der Bildenden Künste Wien, Viena, Áustria. E nas publicações 2013, foi publicado Olhos D’Água/Suzana Queiroga, de Luiz Guilherme Vergara, Rafael Raddi e Paulo Aureliano da Mata, pela Coletiva Projetos Culturais; 2008, foi publicado Velofluxo/Suzana Queiroga, de Fernando Cocchiaralle, pela Editora Metrópolis Produções Culturais; 2008, foi publicado Suzana Queiroga, de Paulo Sérgio Duarte, com entrevistas a Glória Ferreira, pela Editora Contracapa; 2005, foi publicado o livro Suzana Queiroga, de Viviane Matesco, pela Artviva Editora.

 

 

 

De 20 de junho a 09 de agosto.

Na Galeria Roberto Alban

18/jun

Um dos mais importantes artistas de poemas visuais do Brasil, o baiano Almandrade abre exposição na Roberto Alban Galeria, Ondina, Salvador, Bahia, com parte representativa da produção do artista, selecionada pelo curador francês Marc Pottier, integrando a mostra “Entre a Palavra e o Conceito”.

 

 

Situado entre a geometria e o conceito, entre a forma e a palavra, entre o rigor espacial e a poesia, assim caminha a obra do artista plástico Antonio Luiz Morais de Andrade, o Almandrade, expoente baiano da arte conceitual e, hoje, um dos grandes nomes das artes visuais brasileiras, com uma produção respeitada nacional e intencionalmente. Com cerca de 40 anos de atividade artística, Almandrade dispensa apresentações. Seu trabalho, iniciado em meio ao vigor criativo que marcou a produção artística da década de 1970, tem um traço muito particular: representa a própria universalidade da arte, alternando-se entre a estética construtivista européia e a arte concreta e experimental (também conhecida como neoconcretismo) que explodiu no Brasil na década de 1950, sustentada por nomes como Amilcar de Castro, Lygia Clark, Ferreira Gullar e Helio Oiticica, entre outros.

 

 

Almandrade teve o mérito reconhecido pelos próprios expoentes do movimento no Rio de Janeiro e São Paulo – Lygia Clark e Helio Oiticica, por exemplo – e conquistou o respeito crítico. Suas obras, alvo de pelo menos 30 exposições individuais, já participaram de quatro edições da Bienal de São Paulo e hoje integram importantes coleções particulares do Brasil e do exterior, além de museus como Museu de Arte Moderna da Bahia, Museu Nacional de Belas Artes (RJ),Pinacoteca Municipal de São Paulo, Museu Afro (SP) e Museu Nacional (DF), Museu de Arte do Rio Grande do Sul, entre outros.

 

 

 

Entre a Palavra e o Conceito

 

 

A mostra “Entre a Palavra e o Conceito ”ocupará as três salas expositivas da Roberto Alban Galeria ,onde poderão ser vistos os diversos suportes e linguagens utilizados pelo artista. Poemas visuais, desenhos, pinturas , projetos de instalações ,esculturas, objetos. Alguns desses trabalhos de época são documentos de uma década situada entre o AI-5, de 1968, e a abertura no início dos anos 1980. Na trajetória do artista existe a marca forte de uma produção que se reinventa,flertando com o contemporâneo, com o pensamento e com a estética universal.

 

 

 

De 18 de junho a 18 de julho.

Geração 80 em Curitiba

Entra em exibição na Simões de Assis Galeria de Arte, Curitiba, PR, a exposição “Geração 80: Ousadia & Afirmação”, com curadoria de Marcus Lontra. Artistas de uma geração cuja marca foi a busca da associação do pensar com o fazer serão apresentados na mostra, que traz obras de Barrão, Beatriz Milhazes, Cristina Canale, Daniel Senise, Delson Uchôa, Gonçalo Ivo, Jorge Guinle, Leda Catunda, Leonilson e Luiz Zerbini.

 

 

Em julho de 1984 e 123 artistas de várias partes do país se reuniriam num grande site-specific no prédio do Parque Lage, no Rio de Janeiro. A abertura da exposição foi uma festa que reuniu toda uma geração crescida à sombra de 20 anos de ditadura militar. Na mostra, diversas propostas reunidas pela jovem curadoria de Marcus Lontra, Paulo Roberto Leal e Sandra Mager tendo, como um de seus nortes, a importância da imagem. Intitulada “Como Vai Você, Geração 80?”, a mostra completou 30 anos em 2014 e é, a partir do dia 18 de junho, revisitada por meio de seus principais nomes. Em vez de trazer trabalhos da época da exposição histórica desses artistas, Lontra empreende uma visita à produção mais recente desses que são nomes integrantes da história da arte brasileira. “A mostra reúne obras de décadas variadas e funciona como um caleidoscópio: imagens que se sobrepõem, se movimentam e se alternam na construção de um conjunto íntegro e orgulhoso”, diz o curador.

 

 

 

Geração 80: ousadia & afirmação

“A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”

“Comida” – Titãs, hit dos anos 80

 

 

Há pouco mais de trinta anos, cento e vinte e três jovens artistas se reuniram na Escola de Artes Visuais do Parque Lage no Rio de Janeiro, na emblemática data de 14 de julho, para invadir e ampliar as fronteiras da arte brasileira, na hoje célebre mostra “Como vai você geração 80?”. Eram outros os tempos, repletos de otimismo, e a juventude de então estava certa da necessidade premente de sair às ruas, de ocupar as avenidas e os becos da cidade comemorando a democracia que renascia no Brasil depois de um longo período de trevas. Assim éramos todos, jovens românticos e corajosos, querendo falar de afeto e liberdade, dispostos a construir um novo país e a alimentar uma produção artística que refletisse a pluralidade cultural e étnica do país.

 

 

O Brasil – e em especial o Rio de Janeiro – vivia um momento de ebulição política e cultural. Brizola e Darcy construíam CIEPs, concretizando sonhos de Anísio Teixeira e Paulo Freire. A piscina do parque Lage era a metáfora perfeita para o banho de criatividade que ocupava o casarão de Gabriela Bezanzoni e seus jardins. A curadoria (Paulo Roberto Leal, Sandra Mager e eu) era também jovem e não buscava excessos teóricos que acabam por transformar os artistas em meros ilustradores das geniais teses acadêmicas do teórico de plantão. No texto explicativo da mostra os critérios eram assim explicados: “… durante todo o processo de realização, nós, os curadores, jamais tentamos impor caminhos, forçar a existência de movimentos, de grupos, enfim, comportamentos superados nos quais somente alguns poucos `espertos` se beneficiam. A nós interessa menos o que eles fazem, e mais a liberdade desse fazer. Esse foi o princípio que norteou as nossas funções na coordenadoria da mostra.”

 

 

A total liberdade que permitiu aos artistas a escolha dos lugares onde expor e a correta função da curadoria, colaboraram para o estrondoso sucesso do evento. Em meio a tantos nomes surgiam obras e carreiras que hoje se afirmam na história recente da produção artística do Brasil. A mostra definiu a vocação plural e madura da arte brasileira; permitiu o aparecimento de uma crítica mais comprometida com a inserção da arte no panorama cultural brasileiro, oxigenou o mercado e reavaliou aspectos institucionais. Em sua essência democrática, a geração 80 foi, é e sempre será uma voz a serviço da diversidade. “Gostem ou não, queiram ou não, está tudo aí, todas as cores, todas as formas, quadrados, transparências, matéria, massa pintada, massa humana, suor, aviãozinho, geração serrote, radicais e liberais, transvanguarda, punks e panquecas, pós-modernos e pré-modernos, neo-expressionistas e neocaretas, velhos conhecidos, tímidos, agressivos, apaixonados, despreparados e ejaculadores precoces. Todos, enfim, iguais a qualquer um de vocês. Talvez um pouco mais alegres e corajosos, um pouco mais… Afinal, trata-se de uma nova geração, novas cabeças.”

 

 

Hoje, já na segunda década de um novo milênio, é gratificante constatar que a ousadia desses sempre jovens artistas está presente no cenário da arte contemporânea. Alguns com carreiras internacionais estabelecidas, outros com a certeza de que o tempo caminha ao seu lado, eterno cúmplice da qualidade das obras realmente significativas. A mostra aqui apresentada reafirma a importância de uma história já vivida e de um futuro no qual a liberdade caminhará de mãos dadas com a maturidade e o amplo domínio de seus meios expressivos. Reunir no mesmo espaço físico esse grupo de amigos, permite a curadoria – e ao público principalmente – o reencontro com obras que fazem parte do nosso saber e do nosso sentir. A mostra reúne obras de décadas variadas e funciona como um caleidoscópio: imagens que se sobrepõem, se movimentam e se alternam na construção de um conjunto íntegro e orgulhoso de uma geração que acredita no que faz e que ajuda a compor, cotidianamente, o retrato de sua época, de seu país, de nossos sentimentos e de nossas idéias.

 

Marcus de Lontra Costa – Maio de 2015

 

 

 

Até 01 de agosto.