Lothar Charoux no IAC

18/set

O IAC – Instituto de Arte Contemporânea, Vila Mariana, São Paulo, SP, com “Lothar Charoux – Razão e Sensibilidade” segue seu programa de exposições que, por meio de seu acervo – arquivo pessoal de artistas entre os quais Amilcar de Castro, Sergio Camargo, Sérvulo Esmeraldo, Willys de Castro -, cria novas proposições acerca de importantes produções.

 

“Lothar Charoux – Razão e Sensibilidade”, com curadoria da historiadora e crítica de arte Maria Alice Milliet, reúne cerca de 75 obras, algumas inéditas. Dos desenhos em nanquim e guache da década de 1950 a pinturas de 1980, passando pelos projetos para painéis de 1960, alguns executados de 1970, bem como as serigrafias e os trabalhos em acrílica sobre papel do mesmo período, a exposição traz ainda esculturas, objetos, azulejos e até cartões de natal que compuseram o pensamento e o processo artístico de Lothar Charoux.

 

Com foco na linha, forma e cor e fiel aos questionamentos concretistas, o artista dedicou-se à exploração dos efeitos visuais, criando espaços nos quais as formas interagiam constantemente com o olhar do público. “Asséptico nos recursos empregados, tudo o que criava vinha da paixão pela exploração das possibilidades da linha sobre o plano”, ressalta Maria Alice Milliet.

 

Integrante do grupo concretista Ruptura – liderado pelo artista Waldemar Cordeiro, que além de estudar o abstracionismo, discutia os novos caminhos da arte, da arquitetura e do design – Charoux fez parte da primeira exposição do movimento no MAM-SP em 1952, quando o grupo lançava o manifesto contra toda e qualquer forma de pintura naturalista, propondo a renovação de valores essenciais da arte visual e em cujo verso vinha escrito em vermelho: “a obra de arte não contém uma ideia, é ela mesma uma ideia.”

 

Segundo a curadora, esse postulado, ao negar a arte-cópia da realidade em favor da arte concreta, produz um corte radical em relação à tradição figurativa. “Na prática, a introdução dos princípios construtivos na arte brasileira constitui uma revolução estética cujos efeitos chegam até nossos dias nos produtos gráficos tais como jornais, revistas, cartazes, livros etc. e no design de móveis, luminárias e objetos em geral.”

 

 

Sobre o artista

 

Iniciando-se nas artes com seu tio, o escultor Siegfried Charoux, Lothar Charoux (Viena, 1923 – São Paulo, 1987) emigrou para o Brasil em 1928. Fixou-se em São Paulo e estudou no Liceu de Artes e Ofícios. Conheceu Waldemar Cordeiro, com quem estudou pintura na década de 1940. Foi professor de desenho no Liceu de Artes e Ofícios e no Senai, realizando sua primeira individual em 1947. Junto com Waldemar Cordeiro, Geraldo de Barros, Anatol Wladyslaw e outros artistas, foi um dos fundadores do Grupo Ruptura, em 1952. Em 1963 criou a Associação de Artes Visuais Novas Tendências, com Fiaminghi e Sacilotto. Foi eleito pela Associação Paulista dos Críticos de Arte o melhor desenhista de 1972. No ano seguinte, integrou a sala especial Arte Construída, na Bienal Internacional de São Paulo.

 

 

Sobre o IAC

 

O Instituto de Arte Contemporânea – IAC, entidade cultural sem fins lucrativos, foi criado com a finalidade principal de preservar documentos e difundir a obra de artistas brasileiros de tendência construtiva. Os arquivos destes artistas, entre eles Willys de Castro, Sérgio Camargo, Amilcar de Castro (em parceria com o Instituto Amilcar de Castro) e mais recentemente o de Sérvulo Esmeraldo, têm na instituição um espaço próprio para a exposição e pesquisa com documentação arquivística, bibliográfica e museológica, armazenada em banco de dados específico. Os acervos têm finalidade de pesquisa e divulgação da obra do artista por meio do trabalho com seus documentos preparatórios (cartas, agendas, esboços etc..). Assim, podem ser usados em exposições internas ou cedidos a outras instituições, em publicações, em estudos acadêmicos e quaisquer outros usos de caráter cultural e/ou acadêmico. O IAC pesquisa, busca, organiza e disponibiliza quaisquer fontes de informação sobre os artistas relacionados em seu acervo e, através de uma interface online, permite que pesquisadores de qualquer parte do mundo acessem seu banco de dados. Promover ações educativas e intercâmbios culturais com museus e instituições com a mesma linguagem em outros países também estão entre os objetivos da instituição. Desde julho de 2011, o IAC funciona no primeiro andar do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, na Vila Mariana.

 

 

De 24 de setembro a 06 de dezembro.

A imaginação de Andrey Rossi

16/set

Quem olha Andrey Rossi, jovem de 26 anos, de fala tranquila e com um leve sotaque interiorano, nem imagina todas as ideias que inspiram seus trabalhos. Ele que tem obras em acervos institucionais como o do MAM-Rio, e em importantes coleções particulares como a coleção Gilberto Chateaubriand, e a coleção Coleccion Gomez Porsche, em Buenos Aires, Argentina, chega à região do ABC com a exposição “Laboratório Clandestino”, na OMA | Galeria, São Bernardo do Campo, São Paulo, SP. “Essa mostra tem uma sequência que vai desde os estudos, a “cobaia”, ao produto final. Quis ressaltar um processo que valorizasse a ação do tempo e o que é o essencial com um ar de ilegal, de algo provisório, de passagem”, conta o artista.

 

A curadoria é assinada por Douglas Negrisolli e conta com 29 obras. Dessas, 24 são inéditas e estão divididas em quatro assemblages (diferentes materiais incorporados em uma peça, criando um novo conjunto sem desconstruir o sentido original), 12 pinturas e 13 desenhos (ambas com técnicas diversas). Para Thomaz Pacheco, galerista da OMA | Galeria, receber as obras de um artista em ascensão reforça o crescimento do espaço dentro do cenário da arte paulista. “Essa mostra é resultado de uma parceria com a Galeria QAZ e estamos muito felizes por fazer um intercâmbio cultural. Promover um artista como ele em nossa região é uma honra”, afirma.

 

 

 A palavra do artista

 

“Cresci em uma família de marceneiros e sempre fui incentivado a explorar esse material e a exercer minha criatividade. Lembro de explorar locais abandonados só para perceber como o tempo age. Acho que essa ação também é um dos temas recorrentes em minhas obras”, conta Andrey Rossi.

 

 

 A palavra do curador

 

“O Andrey é muito criativo e, de certa forma, ele “brinca de ser Deus” quando mistura humanos com animais e ao transparecer um fascínio misturado com estranheza ao executar isso. Essa é uma mostra em que a transformação do Ser e a metamorfose são os temas que instigam os visitantes”, explica Douglas Negrisolli.

 

 

 Sobre o artista

 

Andrey Rossi nasceu e reside em Porto Ferreira, interior de São Paulo. Para ele, a infância na pequena cidade e a profissão do pai (marceneiro) são algumas das principais influências de sua arte. É licenciado em Educação Artística, com Habilitação em Artes Plásticas, pela UNESP, Universidade Estadual Paulista. Seu início profissional foi em 2008, em Bauru, SP, com a produção da obra “Aborto em 2º Grau”. No ano passado, pós graduou-se em Discurso e Leitura de Imagem na UFSCAR, Universidade Federal de São Carlos.

 

 

 Sobre a OMA | Galeria

 

Primeira galeria de Artes Visuais no ABC, também conta com espaço cultural para a realização de encontros, workshops e debates. Localizada no centro de São Bernardo do Campo, uma das principais cidades da Grande São Paulo, a OMA | Galeria, que está sob os cuidados dos galeristas Thomaz Pacheco (artista e executivo) e Gisele Pacheco (premiada arquiteta e designer), se destaca pelo foco no trabalho de arquitetos, designers de interiores e decoradores, oferecendo obras de arte exclusivas para aqueles que buscam agregar valor aos projetos desenvolvidos, e vem se consolidando como referência em artes visuais na região.

 

 

 De 19 de setembro a 25 de outubro.

Programação #31Bienal

Programa no Tempo, ativação de obras, performances, atividades educativas, no Parque Ibirapuera, São Paulo, SP.

 

10 set • 19h • Pavilhão Bienal • área Parque • térreo – no Tempo | Sarau Kambinda

 

O sarau pretende promover a poesia e o encontro de poetas e artistas que fazem parte do movimento cultural periférico e de matriz africana.

 

14 set • 16h • Pavilhão Bienal • área Parque • térreo – no Tempo | O Menor Sarau do Mundo

 

Intervenção poética em que participam o poeta Giovani Baffô e um público de até três pessoas sob um guarda-chuva. Com duração de um minuto e vinte segundos, o poeta
decla­mará três poemas curtos autorais de alto teor de entorpecimento.

 

17 set • 15h • Parque do Ibirapuera • portão 5 – Ativação de obra | “… – OHPERA – MUDA – …”, por Alejandra Riera e UEINZZ

 

O encontro acontece ao lado do atual Centro de Convivência e Cooperativa (CECCO), antigo armazém convertido em refúgio provisório das atividades da Cinemateca Brasileira – entre as quais um cineclube – depois do incêndio de 1957.  Ali, grupo monta um cinema provisório para a exibição do filme “… – OHPERA – MUDA…”

 

17 set • 19h • Pavilhão Bienal • área Parque • térreo – Educativo | Encontro Oba Inã + Mcs

Tunga na Mendes Wood

15/set

Com obras compostas de terracota, gesso e cristais,Tunga criou as esculturas que se encontram em cartaz na Galeria Mendes Wood, Jardim Paulista, São Paulo, SP. A mesma mostra agora exibida, “From La Voie Humide”, recebeu boas críticas recentemente em sua primeira inauguração, em Nova York. O artista exibe formas de caldeirões, tripés e partes de corpos relacionados, uma referência diretamente ligada à Alquimia. Também estão expostos desenhos recentes. As esculturas foram concebidas nos últimos anos. Os trabalhos mesclam e sintetizam interesses diversos do artista, como a Poesia, Psicologia, Física e Alquimia.

 

 

Até 04 de outubro.

Duas na Casa da Imagem

Marcia Xavier e Letícia Ramos, na Casa da Imagem, Sé, São Paulo, SP, a partir de um ensaio fotográfico, científico-policial, que pertence ao acervo da Coleção de Fotografias do Museu da Cidade, sobre um ato de vandalismo no prédio da Prefeitura no dia 02 de agosto de 1947, desenvolveram uma instalação sonora e visual, criando um ambiente de mistério e  tensão inspirado nessas imagens.

 

Ao entrar pelo corredor que dá acesso às duas salas expositivas, o visitante é acompanhado pelo áudio da instalação sonora que percorre toda e exposição. Como o som não fica aparente, não se sabe se o que se ouve esta acontecendo ao vivo ou não. O espectador é seguido por passos no corredor que dá acesso à primeira sala, toda iluminada por retroprojetores dispostos no chão aos pares, ora iluminando as três paredes, ora fazendo uma projeção de imagens ou objetos, como num fotograma. As duas janelas dessa sala são vedadas, uma por imagem de duas pessoas como vistas através dela e a outra por madeira com uma lente incrustada no painel, um olho mágico que faz ver uma das imagens do vandalismo impressa em um material transparente, que dá uma sensação de 3D ou de um negativo de vidro. Nas duas paredes há dois ensaios: um sobre a queda de um arquivo e outro sobre a queda de uma folha de papel.

 

São fotografias realizadas com a técnica da estroboscopia, inspiradas nas imagens resultantes de experiências de estudo do movimento. No ambiente há vários áudios soando ao mesmo tempo — passos, bagunças e vidro quebrado. Já na segunda sala, depara-se com um filme e seu projetor 16mm; thriller de suspense realizado com uma colagem de imagens do arquivo e outras captadas pelas artistas nas novas salas do DEOPS, acompanhados pelo áudio de uma respiração.

 

 

Sobre as artistas

 

Marcia Xavier (Belo Horizonte – MG – 1967). Graduada em 1989 em Comunicação Visual pela Fundação Armando Álvares Penteado em São Paulo. Pesquisa a imagem em movimento e suas distorções. Constrói aparelhos ópticos como lunetas, binóculos e telescópios, um híbrido do cinema com a escultura. Realizou mais de dez individuais em galerias e museus e cinqüenta coletivas, ao longo de 16 anos de carreira. Exposições internacionais: 2012 Eloge du vertige, Maison Européenne de la Photographie, Paris, França; 2007 Institut Valencia d’Art Modern, Espanha; 2005 Gabarito na Galeria 111 em Lisboa, Portugal; 2003 Layers of Brazilian Art, Faulconer Gallery, Iwoa, EUA; 2002 Jogos Excêntricos, Galeria do Museu Botanique Bruxelas, Bélgica; 2000 Museu de las artes de Guadalaraja, México. Esteve na VI Bienal de Havana 1997; III  Bienal do Mercosul 2001 e IV Bienal de Curitiba 2007 e das Paralelas a Bienal de São Paulo I, II, III e IV. Ganhou prêmio nos Salões de Ribeirão Preto e Belo Horizonte. Concebeu uma obra múltipla editada pela Fundação Bienal de São Paulo em 2009. Participou das Feiras de Arte: Frieze Londres, Basel Miami e Arco Madri. Faz parte das seguintes coleções: Société Generale d’art Contemporain, Paris, França; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e Museu de Arte Moderna de São Paulo; Banco Itaú S.A e SESC BELENZINHO. Lançou em 2003 o livro ET EU TU, em parceria com Arnaldo Antunes pela editora Cosac e Naif, ganhador do prêmio Jabuti de 2004 pelo projeto gráfico e produção editorial. Participou das seguintes Performances em parceria com Arnaldo Antunes: 2011 Museu Miró, Barcelona, Espanha; 2010 Festival Brazil, Southbank Center, Londres, Inglaterra; 2009 Multiplicidades, Oi Futuro Rio de Janeiro 2008/2009 e Festival de poesia em Berlim 2008.

 

Letícia Ramos (Santo Antônio da Patrulha – RS, Brasil,1976). Cursou Arquitetura e Urbanismo na UFRGS e Cinema na Fundação Armando Álvares Penteado, FAAP. Seu foco de investigação artística é a criação de aparatos fotográficos próprios para a captação e reconstrução do movimento e sua apresentação em video , instalação e fotografia. Seus trabalhos possuem um forte caráter processual e geralmente se inserem dentro de projetos de investigação mais ampla.  A artista foi ganhadora de importantes prêmios e bolsas para a pesquisa e realização artistica, entre eles, o Prêmio Marc Ferréz de criação fotográfica para o desenvolvimento do projeto Bitácora (2011/2012). Como resultado desta pesquisa, publicou o livro de artista “Cuaderno de Bitácora” e  participou da residência The artic circle (2011) a bordo de um veleiro rumo ao Pólo Norte. O trabalho fotográfico produzido durante a expedição, foi vencedor do Prêmio Brasil Fotografia – pesquisas contemporâneas (2012). Em 2103 foi participante do programa “Islan Session – visitas a ilha, “ da 9º Bienal do Mercosul e desenvolveu o projeto de filme 35mm , livro , web e LP, VOSTOK, uma viagem ficcional a um lago pré-histórico submerso na Antártida. No mesmo ano  foi contemplada pela bolsa  de fotografia do Instituto Moreira Salles e Revista Zum e desenvolveu a pesquisa MICROFILME . Recentemente foi ganhadora do importante prêmio internacional de fotografia, BESPHOTO 2014 . No momento está com duas outras exposições em cartaz: “Nos sempre teremos marte ” – Museu Fundação Berardo, Lisboa e VOSTOK _ screnning # 1 – individual da artista em sua galeria Mendes Wood DM – SP.

 

 

 

 De 20 de setembro a 19 de outubro. 

Nelson Leirner no Projeto Respiração

12/set

O Projeto Respiração, na Fundação Eva Klabin, Lagoa, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, em sua edição de aniversário – a 19ª desde 2004 -, a exposição “Nossa casa, minha vida – Visite apartamento mobiliado no local”, uma intervenção do artista Nelson Leirner, um dos grandes nomes da arte, na casa-museu da Lagoa. O curador Marcio Doctors destaca que convidou Nelson Leirner por ser “um artista que conserva o frescor inventivo da juventude, capaz de encontrar saídas estéticas surpreendentes para as situações mais adversas, da mesma forma que o Projeto Respiração foi uma estratégia curatorial, pioneira no mundo, criada para provocar novas leituras de um acervo fabuloso de arte clássica que estava engessado pelo tempo na Fundação Eva Klabin”.

 

“Leirner mantém-se coerente com a sua linguagem, conservando, com espírito lúdico, uma fina ironia e uma crítica contundente das estruturas políticas do mundo da arte e da sociedade contemporânea”.

 

Em texto que acompanha a exposição, o próprio artista escreve sobre seu trabalho “Nossa casa minha vida – Visite apartamento mobiliado no local”: “Convidado por Marcio Doctors – curador da Fundação Eva Klabin e do Projeto Respiração – a participar com uma intervenção comemorando os Dez anos do bem-sucedido evento, me vi sentado em um dos luxuosos quartos da mansão situada na Lagoa, discutindo com Marcio como seria minha ação. A suntuosidade da casa e o nobre lugar onde estava edificada me faziam pensar em como utilizar o espaço oferecido sem nem uma intervenção em seu interior.  Minha primeira intenção foi colocar o palacete à venda. Hipoteticamente vendido serviria para a construção de um edifício  usufruído por uma classe A, o que politicamente me desagradava como conceito. Foi a partir deste pensamento que me ocorreu inverter o seu uso: faria uma intervenção sem entrar no mérito destes programas sociais, e sim apontar todos os desmandos praticados em seu uso pelo nosso governo. Resolvi usar o programa ‘Minha Casa Minha Vida’ construindo dentro de uma das salas um apartamento totalmente mobiliado em 24 metros quadrados para ser habitado por uma família composta de um casal e dois filhos. Fiz questão de não dar minha opinião, mas sim recolher o material vindo de nossa imprensa. O recolhido daria para escrever um livro, e vou abaixo anexar algumas linhas que corroboram o projeto:

 

‘(…) Habitar não é apenas morar, mas sim ter necessariamente acesso a transporte, infraestrutura urbana…escola, postos de saúde, enfim um conceito que implica convivência, funcionalidade e mobilidade social…

(…) Enquanto não controla com responsabilidade e comando firme, as obras do Minha Casa Minha Vida servem somente para dar oportunidade a seus auxiliares  de fazerem um ‘pé de meia’, como ‘Minha Casa Minha oportunidade’.

(…) Mobilidade…Falta de Planejamento …as pessoas querem morar perto de onde existe trabalho.

(…) Quadrilha que explorava 5 mil pessoas em seis condomínios do Minha Casa Minha Vida…

(…) Dilma utiliza telão com transmissão ao vivo para entregar casas em sete Estados.

(…) Dilma só pode entregar obras até sexta feira: um dia antes, ela e dez ministros vão participar de solenidade em sete Estados para inaugurações simultâneas do Minha Casa.

(…) residencial do Minha Casa Minha Vida apresentam riscos… rachaduras, forro cedendo, e casas inclinadas são problemas encontrados.

(…) Famílias ocupam casas interminadas… Residências estão sem teto, portas, janelas…

(…) Após cinco anos de espera, grupo invade conjunto do Minha Casa Minha Vida’.

…e muito mais…”.

 

 

Sobre a Coleção Eva Klabin

 

A Fundação Eva Klabin possui um acervo com obras que remontam do Egito Antigo ao Impressionismo. As obras de arte, espalhadas pelas diferentes salas da casa, em meio ao mobiliário e objetos de arte decorativas, refletem a paixão da colecionadora Eva Klabin (São Paulo,1903-Rio de Janeiro,1991) pela arte. A colecionadora reuniu um dos mais importantes acervos de arte clássica dos museus brasileiros, com mais de duas mil peças, procedentes de quatro continentes e cobrindo um arco de tempo de quase cinquenta séculos. Um dos grandes destaques do acervo é a coleção dos mestres da Renascença e do Maneirismo, onde podem ser vistas pinturas, esculturas e relevos de artistas como Tintoretto, Botticelli, Bernardo Strozzi, Guiberti, Luca e Andrea della Robbia, entre outros. É possível também deparar-se com gravuras de Rembrandt ou uma paisagem do impressionista Camille Pissarro, assim como pinturas inglesas dos sec. XVIII de Reynolds e Gainsborough ou pinturas flamengas e holandesas do sec. XV ao XVII de artistas como Isenbrandt, Jan Provost, Govaert Flinck ou Gerard Ter Borch. Outras atrações são as coleções de objetos de arte chinesa de diferentes dinastias e as cerâmicas pré-colombianas, dos diferentes povos que habitaram as Américas.

 

 

Até 16 de novembro.

Tapetes Voadores na ArtRio

 

Luste Editores promove o lançamento do livro “Os Tapetes Voadores da Mata Atlântica”, da artista plástica Cristina Schleder, na edição 2014 da ArtRio, Pier Mauá, Centro, Rio de Janeiro, RJ. A obra conta com fotografias autorais que registram texturas, tramas e detalhes de sua inspiração maior – a Natureza, sendo que as imagens e espelhamentos de alguns fragmentos possibilitam novos significados à importância e beleza deste ecossistema. O patrocínio é do Banco Pine.

 

Para a criação da série, Cristina Schleder adentrou a área da Mata Atlântica munida de olhos treinados em busca do inusitado, do oculto, e não de uma mera imagem. Em seus momentos preferidos, os “pós-chuva” ou os dias nublados de luz prateada, quando a vegetação atinge seu pico de beleza, a artista vislumbrava detalhes de cores que surgiam em troncos e musgos, criando uma inédita fábula visual formada por fotografias marcantes. Sua imersão era tamanha que encontrava novos personagens, os quais a acolhiam e descortinavam um novo cenário, levando-a a lembrar das estórias em que os seres viajavam em tapetes voadores. Desenhos, formatos, cores e padronagens surgiam diante da artista, leves e harmônicos, que possibilitavam a imaginação de Cristina alçar vôo.

 

Nas palavras da própria artista, travestida em uma personagem de contos: “(…) a verdade deste pensamento mágico conseguia levá-la para todos os lugares imaginados, sentada em seu próprio tapete voador que a mata, com seus fios, tramas e bordados, teceu especialmente para ela.”

 

 

 Quando: 13 de setembro, às 15h

Leilão

10/set

O jantar beneficente da abertura da ArtRio 2014 será realizado no dia 10 de setembro às 20h no Museu de Arte Moderna (MAM), seguido de um Leilão de Arte. Os recursos arrecadados com a venda dos convites e das obras de arte serão destinados ao Hospital Pro Criança – Jutta Batista. idealizado pela Dra. Rosa Celia e integralmente construído com a generosidade da sociedade e com apoio Governamental.

 

O Hospital está localizado na Rua Dona Mariana 220 em Botafogo, tem equipamentos de última geração, uma equipe altamente qualificada, 3 centros cirúrgicos e conta com 70 leitos para atender a todas as especialidades médicas pediátricas, dos quais 21 serão dedicados a crianças cardíacas carentes.

 

Obras de Adriana Varejão, Albano Afonso, Afonso Tostes, Alexandre Mazza, Ana Holck, Angelo Venoza, Antonio Dias, Beth Jobim, Bonadei, Bruno Miguel, Cabelo, Carlito Carvalhosa, Carlos Vergara, Daniel Senise, Ding Musa, Eduardo Coimbra, Enrica Bernardelli, Ernesto Neto,  Fernando de La Rocque, Gabriela Machado, Galvão, Gonçalo Ivo, José Bechara, Luisa Baldan, Marcelo Solá, Marcos Chaves, Maria Carmen Perlingeiro, Maria Klabin, Maria Laet, Nazareno, Nina Pandolfo, Nunca, Otávio Schipper, Raul Mourão, Rubens Gerchman, Sandra Cinto, Tatiana Grinberg, Vicente de Mello, Walmor Corrêa, Vik Muniz e Volpi.

 

Você pode ajudar o Hospital Pro Criança adquirindo convites a R$ 500 (individual) e obras de artistas brasileiros consagrados durante o leilão. Caso seja de seu interesse adquirir convites, pedimos que encaminhe seu nome, endereço e CPF para o e-mail:
leilaoprocrianca@gmail.com

Data: 10/09/14 às 20h

 

Local: Museu de Arte Moderna – MAM – RJ – Av. Infante Dom Henrique 85 – Parque do Flamengo – Rio de Janeiro – RJ

Preço do convite individual: R$ 500,00

 

Dados para depósito:
Pro Criança Cardíaca
Banco Bradesco – 237
Agência 0227-5
cc 115.500-8
CNPJ 10.489.487/0001-71

 

Agradecemos antecipadamente o seu inestimável apoio.

 

Exposições:

 

De 03 a 05 de setembro – Das 11:00 às 19:00  na Bolsa de Arte do Rio de Janeiro
Rua Prudente de Moraes, 326 – Ipanema – f: (21) 25221544

 

 

De 10 a 14  de Setembro – ArtRio
Leiloeiro: Walter Rezende

Sete artistas e projeto “Solo”

A Galeria Emma Thomas chega à quarta edição da ArtRio, Pier Mauá, Centro, Rio de Janeiro, RJ,  com a mostra “Arquipélago” e também apresenta obra do artista Lucas Simões no projeto “Solo”. Nesta edição do evento, a Emma Thomas promove duas ações distintas. Em seu estande V11, a Galeria apresenta a mostra “Arquipélago” com curadoria de Daniela Name e a participação de sete artistas representados pela galeria. Já o artista Lucas Simões foi selecionado para desenvolver um projeto no “Solo Project da Art Rio”, escolhido pelos curadores Pablo Leon de la Barra e Julieta Gonzalez. Este programa existe desde a primeira edição da ArtRio, em 2011, e traz a cada ano uma temática diferente. Em 2014, os curadores selecionaram obras históricas e contemporâneas que exploram a materialidade do concreto.

 

 

Arquipélago

 

Para esta mostra, a curadora Daniela Name partiu do poema “Os Ilhéus”, de Antônio Cícero (“Em arquipélagos, os ilhéus/ pisarão ruínas ao lume/ do mar, maravilhados e incréus…”), para se debruçar sobre o trabalho de sete artistas da Emma Thomas  -Bruno Miguel, Carlos Contente, Erica Ferrari, Lucas Simões, Pontogor, Rodrigo Bueno e Rodrigo Zamora – unindo-os a partir da relação destas obras com a arquitetura e das relações que estabelecem com o espaço físico. Nas estereografias da série “Palácios”, Erica Ferrari reinventa lugares estratégicos para a vida política, mergulhando-os em novos contextos: a arquitetura ganha fluidez aquosa de um delírio, escorre, se duplica. Os palácios reais e irreais de Erica dialogam com a série “Estado Laico”, de Rodrigo Bueno, em que os palácios de Brasília – que parecem já ter nascido como ruínas do futuro – são cotejados com tudo aquilo que o sonho da capital federal pareceu esconder. São imagens de “Não ditos” – nome, aliás, da série de esculturas de Lucas Simões selecionadas para a mostra. Nestas peças, o artista reinventa arquiteturas e insinua discursos. Quantas páginas em branco uma construção pode recalcar? Rodrigo Zamora cria sua obra justamente a partir daquilo que é recalcado, enquanto Bruno Miguel e Contente mergulham na criação de uma malha discursiva e midiática, muitas vezes fabulosa. Já a escultura de Pontogor, insinua que toda a construção – inclusive a desta mostra – tem um pouco de gambiarra, de adaptação.

 

Como ilhas de um mesmo arquiteto, os artistas reunidos nesta exposição são banhados pelo mesmo mar, mas têm naturezas distintas. Seus trabalhos também falam de um tempo em que a rede ininterrupta oferece uma conexão a tudo e a todo mundo, mas também é cúpula de solidão, espelho selfie. Estas cidades cheias de náufragos estão à deriva nas águas que banham este “Arquipélago”. O projeto especial da galeria inclui a realização de um sarau com poemas de Antonio Cicero na sexta-feira, dia 12, no estande da Emma Thomas (V11 – Pavilhao 2). Os artistas participantes de Arquipélago e convidados recebem o publico a partir das 18h.

 

 

Lucas Simões apresenta “Engessado”, na mostra “Solo”

 

Selecionado para “Solo Project da Art Rio”, Lucas mostra a nova série de esculturas que são uma reação crítica à fetichização e engessamento da obra “Bichos” propostos pela artista Lygia Clark a partir de 1960. Essas esculturas, formadas por placas metálicas conectadas por dobradiças, sem forma pré definida, acontecem na ativação do público através da manipulação. A ascensão dos movimentos concreto e neo concreto transformaram esses objetos em desejo de consumo e em algumas instituições são apresentados subvertendo seu conceito, expostas como objetos estáticos, em redomas de acrílico. Os “Engessados” são esculturas baseadas em algumas destas obras, como se estas estivessem encravadas num volume escultórico maior. Eles são expostos em superfície abrasiva e estão livres para a manipulação do público. O atrito entre a superfície e o gesso levará a um contínuo desgaste das peças e, por último, seu completo desaparecimento.

 

 

De 10 a 14 de setembro.

Ricardo Basbaum na Laura Alvim

09/set

A Galeria Laura Alvim, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a individual “nbp-etc: escolher linhas de repetição”, de Ricardo Basbaum, sob curadoria de Glória Ferreira, com trabalhos inéditos ou nunca apresentados no Rio de Janeiro.

 

“nbp-etc: escolher linhas de repetição” é mais uma etapa da prática artística de Ricardo Basbaum, que por mais de duas décadas tem desenvolvido projetos em diversas linguagens. Com foco na relação com o visitante, na produção de som a partir da escrita, na postura investigativa e auto-reflexiva do artista e na construção de plataformas colaborativas e de performances, o artista, atuante desde os anos 80, pesquisa a arte como mecanismo para articular experiência sensorial, sociabilidade e linguagem.

 

A exposição começa impedindo a entrada direta do visitante na galeria. Ele se depara com estruturas arquitetônico-escultóricas que o obrigam a desviar e buscar outro percurso de acesso, construindo uma relação evidente com o corpo. “É uma performance ‘compulsória’”, propõe o artista. Nas paredes da mesma sala, há jogos de palavras, com refrões, citações e repetições, para vocalização aberta. Na noite de abertura, os cantores Lucila Tragtenberg e Licio Bruno realizam experimentos de livre vocalização dos textos.

 

Na sala seguinte, Basbaum usa diagramas em que se pode visualizar processos de pensamento conceitual de sua produção. Dois grandes diagramas desenhados sobre a parede contêm comentários sobre o ambiente da arte dos anos 80 no Rio de Janeiro e sobre o vocabulário com o qual o artista vem construindo o projeto NBP – Novas Bases para a Personalidade, em desdobramento desde os anos 1990.

 

No terceiro diagrama, na próxima sala, os comentários se referem diretamente à construção da mitologia do artista. Este diagrama se desdobra também em peça sonora, construída pela superposição de textos falados por Basbaum, editados e mixados, disponíveis através de fones de ouvido e mobiliário para o público se acomodar. Aqui, Basbaum promove a ativação de textos como elementos visuais e sonoros.

 

Os três diagramas e os módulos de escuta contribuem para a visualização e espacialização da fala do artista – enquanto obra – no local da exposição.

 

A última sala da galeria tem uma retrospectiva de 11 vídeos da série eu-você: coreografias, jogos e exercícios, realizados entre 1999 e 2014, e apresentados juntos pela primeira vez nesta mostra. Os vídeos registram ações com pessoas vestindo camisas com os pronomes ‘eu’ [vermelho] e ‘você’ [amarela], explorando situações performativas de dinâmica de grupo. A partir de instruções preliminares do artista, coreografias variadas são desenvolvidas em grupo, muitas vezes tendo como referência as linhas arquitetônicas dos locais onde a ação acontece, que podem ser uma praça no interior do Brasil, uma quadra de escola ou espaços do Museu de Arte Moderna de Nova York. Há camisetas ‘eu’ e ‘você’ em português, inglês, mandarim, árabe e bengali. Realizados em contextos diversos, como residências, oficinas e exposições, os vídeos apresentam eu-você: coreografias, jogos e exercícios no Brasil, País de Gales, na Inglaterra, Espanha, China e nos Estados Unidos.

 

Basbaum avalia que “todas estas formas de ação – estruturas, textos, desenhos, diagramas, vídeos – próprias da arte contemporânea, convergem nesta exposição em torno de um problema que se tornou cada vez mais presente em minha prática: como alguém se produz como artista? que tipo de artista se quer e se pode ser?”

 

“Ricardo denomina de artista-etc. (como também se autodefine) esse artista que se desloca por diversos papéis e politiza as relações com o circuito de arte, e que entende a produção poética como construção, fabricação de problemas”, diz a curadora Glória Ferreira.

 

 

Sobre o artista

 

Ricardo Basbaum, São Paulo, 1961, é artista e escritor. Vive e trabalha Rio de Janeiro. Investiga a arte como dispositivo e plataforma para articulação da experiência sensorial, sociabilidade e linguagem. Desde os anos 1980 desenvolve um vocabulário específico, aplicado de modo particular a cada novo projeto. Projetos individuais recentes incluem re-projecting (london) (The Showroom, Londres, 2013), diagramas (exposição antológica, Centro Galego de Arte Contemporánea, Santiago de Compostela 2013) e conjs., re-bancos*: exercícios&conversas (Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte, 2011). Sua última exposição individual no Rio de Janeiro foi vibrosidade&vibrolução (A Gentil Carioca, 2011).

 

Seu trabalho foi recentemente incluído em A Singular form (Secession, Viena, 2014), Garden of Learning (Busan, 2012) e Counter-Production (Generali, Viena, 2012), entre outros eventos. Participou da documenta 12 (2007) e da 25ª e 30ª Bienais de São Paulo (2002, 2012). É autor de Manual do artista-etc (Azougue, 2013), Ouvido de corpo, ouvido de grupo (Universidade Nacional de Córdoba, 2010) e Além da pureza visual (Zouk, 2007). Contribuiu com Materialität der Diagramme – Kunst und Theorie (Ed. Susanne Leeb, b_books, 2012). É professor do Instituto de Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Trabalhou como Professor Visitante da University of Chicago entre outubro e dezembro de 2013.

 

 

 

Até 16 de novembro.