Malta exibe 17 pinturas na Pilar

24/jun

Em cartaz na Saatchi Gallery, Antonio Malta exibe dezessete telas na Pilar, Santa Cecília, São Paulo, SP, pinturas nas quais a abstração e a figuração se misturam em inventivas composições. Nesta mostra, Malta reúne sua produção mais recente. O pintor Bruno Dunley assina o texto de apresentação da exposição.

 

Fruto da geração 80, Antonio Malta integrou o grupo Casa 7 em sua formação inicial (com os artistas Rodrigo Andrade, Paulo Monteiro, Carlito Carvalhosa e Fábio Miguez). Malta saiu em 1983 e não chegou a expor com o grupo (Nuno Ramos entrou em seu lugar). Depois da Casa 7, Malta participou de exposições coletivas, se formou em arquitetura pela FAU USP e trabalhou como arquiteto. Retomou sua carreira de pintor em 1998, e a partir de então vem fazendo exposições individuais e participando de coletivas. Atualmente, participa (com quatro grandes telas) da coletiva “Pangaea: New Art from Africa and Latin America”, na Saatchi Gallery em Londres.

 

De acordo com o próprio artista, sua obra se fundamenta no processo de construção artesanal vivenciado no atelier. A feitura de suas pinturas é iniciada com um desenho ou esboço, e depois há a escolha das cores. A descoberta de soluções pictóricas no ato de pintar é parte integrante do processo. É um método onde a experiência, a imprevisibilidade e a subjetividade são fundamentais.

 

Gabriela Salgado, curadora argentina baseada em Londres e autora do texto do catálogo da exposição “Pangaea” na Saatchi Gallery, afirma: “O resultado final das pinturas parece sugerir uma narrativa: personagens solitários numa paisagem mínima, olhando diretamente para o vazio ou para nós, como se fossem heróis perdidos. Há também outras obras, que contém uma repetição ortogonal de elementos individuais, tais como crânios ou figuras enigmáticas, elementos que produzem um efeito de interferência de elementos abstratos e figurativos”.

 

 

Sobre o artista:

 
Antonio Malta Campos nasceu em São Paulo, SP, em 1961. Formado em Arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Inicia a sua carreira como pintor nos anos 1980. Em 1982 forma, com Paulo Monteiro, Rodrigo Andrade, Fábio Miguez e Carlito Carvalhosa, o ateliê Casa 7, de onde sai no início de 1983. Em 1985, realiza com Maína Junqueira a exposição Apto 13 (Centro Cultural São Paulo). Em 1987, participa da coletiva Olho & Óleo (Museu de Arte Moderna de São Paulo). Trabalha, em seguida, como arquiteto. Retoma a carreira de artista plástico em 1998. Realiza individuais na Galeria SESC Paulista (1999) e na Galeria Virgilio (2004 e 2007), em São Paulo. Em 2012 mostra mais de vinte pinturas no CCSP, na exposição Antonio Malta e Erika Verzutti, com curadoria de José Augusto Ribeiro. Em 2013 realiza mostra individual na Galeria Marília Razuk. Em 2014, Malta tem quatro telas incluídas na coletiva Pangaea: New Art from Africa and Latin America, na Saatchi Gallery em Londres. Seus trabalhos estão em coleções públicas e particulares, nacionais e internacionais, dentre as quais a Pinacoteca do Estado de São Paulo e a Saatchi Collection de Londres.

 

 

De 24 de junho a 09 de agosto.

Papel de Seda

22/jun

Idealizada pelo curador Marco Antonio Teobaldo, a Galeria Pretos Novos, Gamboa, Rio de Janeiro, RJ, apresenta parte de uma proposta feita aos artistas convidados para que criassem obras sobre o mesmo suporte (que dá o título da mostra): “Papel de seda”. A ideia inicial era de apresentar as obras coladas diretamente sobre as paredes da galeria, reiterando o caráter frágil e efêmero da matéria. Contudo, surgiram trabalhos que extrapolaram a bidimensionalidade e o emprego deste material.

 

É o caso do artista paulistano Ozi, que buscou em suas memórias de infância recursos para construir um balão inflável, convidando o visitante a percorrer os olhos sobre a sua superfície, enquanto a obra gira em torno do seu próprio eixo, revelando uma coreografia de duas bailarinas em estêncil, sobre o papel. Fábio Carvalho, criou a instalação “Parada Monarca”, composta de bandeirolas carimbadas com tinta acrílica e que também remetem aos festejos juninos. Ele aplica as figuras de soldadinhos alados, que dispostos como em um desfile militar, flamulam a mensagem de que virilidade e sensibilidade podem estar juntas.

 

Colados diretamente sobre as paredes, temos os trabalhos do italiano Omino71, que tem um apurado domínio sobre a técnica de desenho e pintura em tinta acrílica sobre este tipo de papel, formando uma enorme cabeça de super-herói com a inscrição “Eu sei os nomes”. Repetindo a ação que ele tem feito em vários países da Europa, inscrevendo a mesma frase nos idiomas locais por onde a obra é apresentada. Já seu conterrâneo, Mr. Klevra, também de Roma, exibe uma obra em homenagem a extraordinária cantora lírica peruana Yma Sumac (1922-2008), inserindo em seu retrato uma auréola dourada, como se fosse uma imagem sacra em estilo bizantino.

 

Moisés Patrício traz de São Paulo a obra da série “Aceita?”, em que a representação de sua própria mão oferece a cabeça de seu ídolo de infância: Ronaldo, o fenômeno. O artista dá continuidade ao trabalho no qual criou uma foto por dia, durante dois anos, para questionar a fragilidade de suas referências. Eduardo Denne, o mesmo artista que criou para o pátio do IPN o retrato de um africano escravizado, desta vez apresenta uma obra da série “Orixás”, com a figura de uma exuberante mulher negra. Esta mesma imagem e outras da mesma série, têm sido reproduzidas pelos muros da cidade. Partindo para o mundo da fantasia, com uma pegada de História em Quadrinhos, Fábio Birita apresenta mais uma aventura espacial do cachorro Birita, personagem que acompanha o repertório do artista há mais de dez anos.

 

“Papel de Seda” surgiu para que os artistas se divertissem com a ideia de criar algo novo e leve. Da mesma forma que foi idealizada para que os seus visitantes se divirtam! A coordenação geral é de Ana Maria de la Merced Guimarães dos Anjos e a coordenação Núcleo de Cultura de Maria da Penha dos Santos. Uma produção da Quimera Empreendimentos Culturais e realização do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos – IPN.

 

 

De 25 de junho a 30 de agosto.

Intercâmbio cultural

18/jun

À convite de Thelma Innecco e Lorena Coutinho, da Modernistas Hospedagem e Arte, Santa Teresa, Rio de Janeiro, RJ, e da diretora de arte Betty Prado, o curador Renato De Cara, fez uma seleção especial no acervo da Galeria Mezanino, São Paulo, SP, para apresentar seus artistas ao Rio de Janeiro. O objetivo é promover um intercâmbio cultural entre galerias de outros estados. Esta é a segunda exposição entre galerias de fora na Anexo, a primeira foi a Art Cycling, com curadoria de Alessandra Clark. Com um casting de artistas brasileiros contemporâneos, a Galeria Mezanino procura mostrar ousadia, técnica e experimentação no cruzamento das linguagens artísticas.

 

Na Galeria Anexo, na Modernistas, serão apresentadas doze artistas, que trabalham com pintura, fotografias e gravuras. Entre os artistas do acervo estão nomes como o gravurista e pintor Francisco Maringelli; Jaime Prades, um dos pioneiros da urban art em São Paulo; as pinturas de Sergio Niculitcheff, Sergio Lucena e Mauricio Parra; gravuras e pinturas de Ulysses Bôscolo; André Albuquerque; os desenhos homoeróticos de Francisco Hurtz; as fotografias adulteradas de Leo Sombra; as ilustrações de Filipe Jardim; Thelma Vilas Boas e Christiano Whitaker.

 

 

Sobre as galerias

 

O espaço ao lado da Modernistas Hospedagem e Arte, em Santa Teresa,  acolhe outro empreendimento: a Anexo Galeria de Arte. A proposta do novo espaço é trabalhar com artistas brasileiros e estrangeiros, que desenvolvam trabalhos nas mais diversas mídias, como pintura, desenho, escultura, fotografia e arte urbana. Uma mistura de estilos e propostas, que é uma consequência natural da diversidade tão característica do Rio de Janeiro.

 

A Galeria Mezanino é um espaço idealizado pelo jornalista, fotógrafo e curador Renato De Cara. Voltada ao pensamento e reflexão sobre arte, atua como observatório do que é tendência na produção artística contemporânea brasileira. Desde 2006, realiza exposições regulares e promove conversas e encontros com curadores e profissionais de arte, além de oficinas com pintores, escultores, fotógrafos e gravadores buscando, a partir do diálogo entre várias linguagens, dimensionar e dar visibilidade ao trabalho dos criadores.

 

 

De 25 de junho a 30 de julho.

Ivan Serpa – Diário Visual

 

Em sua segunda exposição após abertura da unidade Jardins, São Paulo, Jardins, SP, a Galeria de Arte Marcelo Guarnieri apresenta “Ivan Serpa – Diário Visual”, individual do pintor, gravador e desenhista Ivan Serpa. A mostra apresenta uma série de 54 obras em nanquim e guache sobre papel, em pequenos formatos,  realizados pelo artista no período de 29 de dezembro de 1961 a 30 de março de 1962. Cada trabalho é individualmente datado em sequências de dias consecutivos, conferindo ao conjunto o caráter de diário visual.

 

A importância da exposição reside em mostrar pela primeira vez em uma galeria de arte o período que compreende a profícua fase de experimentação de Ivan Serpa onde ele desenvolve, através de uma gestualidade própria, a aproximação entre a linguagem construtiva abstrata, desenvolvida até então pelo artista, e uma figuração de inspiração expressionista, inédita em sua obra. São utilizados no processo de produção das obras instrumentos não convencionais, como pequenos pedaços de madeira, ao lado de instrumentos tradicionais, como o pincel. “As imagens são compostas por elementos pouco determinados, manchas e respingos de tinta, que sugerem uma alternância entre gesto e construção, espontaneidade e cálculo, acaso e deliberação, figuração e abstração”, conta o galerista Marcelo Guarnieri sobre a exposição.

 

O momento em que o artista realiza essas obras configura-se como o ápice da carreira de Ivan Serpa quando tornou-se consagrado com o prêmio da Bienal de Zurique e na VI Bienal Internacional de São Paulo, além da participação em importantes mostras como na XXXI Bienal de Veneza, a Bienal de Córdoba, e a exposição individual no Museu de Arte Moderna de São Paulo. A série de experimentações iniciadas neste período, irão culminar posteriormente na realização dos trabalhos da chamada “Fase negra”, a produção mais conhecida do artista.

 

 

Sobre o artista

 

Ivan Serpa nasceu no Rio de Janeiro em 1923. Pintor, gravador, desenhista e professor, criou o Grupo Frente em  1954, integrado por Franz Weissmann, Lygia Clark, Aluísio Carvão, Décio Vieira, Hélio Oiticica e Lygia Pape. Lecionou    no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde formou vários artistas com Hélio Oiticica. Dedicou-se especialmente à educação infantil. Atuou como restaurador da Biblioteca Nacional. Participou das mais importantes exposições ocorridas no final dos anos 50 e ao longo dos anos 60, como: I Exposição Nacional de Arte Concreta em 1957,  I Exposição Nacional de Arte NeoConcreta  em 1959, Opinião 65, Opinião 66, Nova Objetividade Brasileira e das Bienais de Veneza de 1952/1954/1962. Foi premiado na I Bienal de Internacional de São Paulo em 1951, no VI Salão Nacional de Arte Moderna em 1957, na Bienal de Zurique em 1960 e na VI Bienal Internacional de São Paulo em 1961. Realizou exposições retrospectivas de sua obra em 1965 e em 1971, ambas no MAM-RJ. Em 1968 o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque adquiriu duas de suas obras. Morre em 1973 aos 49 anos.

 

 

Sobre a Galeria Marcelo Guarnieri

 

Reconhecido nome da arte moderna e contemporânea em Ribeirão Preto, SP. o galerista Marcelo Guarnieri pertence à geração dos anos 80 que levou para a cidade no interior de São Paulo, exposições e mostras de nomes como Iberê Camargo, Siron Franco, Carmela Gross, João Rossi, Lívio Abramo, Amílcar de Castro, Thomie Ohtake, Volpi, entre outros. Dominada, até então, pelos artistas locais, em um trabalho de vendas informal, Guarnieri, ao lado de Joao Ferraz (hoje IFF) e colecionadores de artes, cultivou um espaço que hoje pode ser considerado o resultado de um trabalho de consolidação profissional de imagem e de um olhar estético técnico e apurado.
Por um período de dois anos, Marcelo foi diretor do Museu de Arte de Ribeirão Preto – o MARP – em sua fase inicial. No ano de 2006 nascia a Galeria de Arte Marcelo Guarnieri com o desejo de criar um espaço fora do eixo Rio-SP, que dialogasse com nomes das artes moderna e contemporânea. Em oito anos, além das exposições mencionadas acimas, a participação em feiras e eventos nacionais e internacionais, atraíram apreciadores da arte para o endereço. Resultado da experiência e da percepção de Guarnieri e de sua equipe: notaram que além da apresentação de nomes significativos do último período de produção artística, era necessário fortalecer, cultivar e estimular no público o entendimento da obra, do artista e do seu tempo de produção, por meio de visitas e atividades educacionais.
“Penso que criar essa nova mentalidade ainda é um processo em construção, porém, bem melhor que nos primeiros tempos. Hoje temos facilidades conquistadas com a Internet. Acabamos trabalhando, também, com clientes de SP e do Rio. No novo endereço em SP trabalharemos dentro da mesma filosofia da galeria de Ribeirão: Arte moderna e contemporânea num diálogo constante” avisa Marcelo Guarnieri, que garante o mesmo cuidado, qualidade e atenção; sinônimos que refletem o seu trabalho na unidade de Ribeirão. Além do endereço paulistano, a galeria manterá suas atividades paralelas na cidade do interior. As exposições serão pensadas para os dois espaços, podendo exibir projetos simultâneos ou autônomos.

 

 

Até 12 de Julho.

Experimentos em Narrativas

16/jun

Galeria Mamute, Centro Histórico, Porto Alegre, RS, abriu a exposição “Sobre Tempos e Narrativas”, individual de Marcelo Gobatto. A mostra “Sobre tempos e Narrativas” apresenta o produto de investigação do artista visual Marcelo Gobatto sobre o tempo, cujo ponto de partida é o filme-ensaio produzido durante sua pesquisa de doutorado. Ao lado de produções mais recentes, são apresentados fragmentos de narrativas e imagens de algumas produções realizadas entre 2000 e 2008 junto com cenas de filmes emblemáticos dos diretores do cinema moderno como Michelangelo Antonioni, Alain Resnais, Robert  Bresson, Ingmar Bergman e Yazujiro Ozu.

 

Ao explorar o uso de fotografias, relatos e paisagens sonoras, Marcelo Gobatto cria ficções sobre nossas relações com a memória, o afeto e o real. A disposição das obras no espaço da Galeria Mamute e algumas estratégias de difusão utilizadas pretendem que a exibição,  em seu conjunto, proponha um questionamento (talvez político, mas sempre poético e filosófico) sobre nossa percepção do tempo e do espaço.

 

 

Até 05 de julho.

Guillermo Kuitca + Eduardo Berliner

13/jun

Dando sequência à temporada dedicada à pintura na Casa Daros, exposição reúne cerca de cem obras dos dois artistas de gerações e nacionalidades diferentes: o argentino nascido em 1961, e o brasileiro nascido em 1978. Os trabalhos, além de criarem um diálogo entre si, confrontam a mostra “Fabian Marcaccio – Paintant Stories”, também na instituição. A curadoria é de Hans-Michael Herzog. A exposição reúne cerca de cem obras, entre pinturas e desenhos, dos dois artistas. Guillermo Kuitca, nascido em Buenos Aires em 1961, é um nome reconhecido no circuito internacional da arte, e no Brasil participou de várias edições da Bienal de São Paulo: a 24a, em 1998; a 20a, em 1989; e a 18a, em 1985; e ainda da I Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, em 1997. Eduardo Berliner, nascido no Rio em 1978, já ocupa um lugar de destaque na cena artística, tendo participado da 30o Bienal de São Paulo, em 2012, e da Bienal de Curitiba, em 2011, entre outras importantes exposições, como a dos finalistas do Prêmio PIPA, também em 2011, e do Prêmio CNI-SESI Marcantonio Vilaça, no MAM Rio, em 2010.

 

Hans-Michael Herzog observa que o trabalho de Guillermo Kuitca e Eduardo Berliner “tem muito em comum”, mas que buscou fazer uma seleção de obras que não colocasse esta analogia de forma tão evidente. Ambos trabalham um universo onírico – “às vezes de pesadelos” –, com elementos infantis, do mundo assombroso das crianças. Ele destaca ainda que o trabalho de ambos contém certo aspecto mórbido, “mais sublimado em Kuitca”.

 

De Guillermo Kuitca estarão pinturas sobre madeira e desenhos, que mostram ao público a iconografia do artista, abrange cubismo e casas, e ainda sua pesquisa recente, em fase ainda experimental. As obras vêm de seu ateliê, em Buenos Aires, e da Coleção Daros Latinamerica, sediada em Zurique, Suíça. O curador ressalta que os dois artistas são pintores no sentido preciso da palavra, que sabem “exatamente a cor, a forma, o que significa uma tela branca a ser trabalhada”. As obras de Eduardo Berliner são pinturas a óleo sobre tela e desenhos sobre papel com vários materiais, como nanquim, aquarela e grafite. Hans-Michael Herzog chama a atenção para o “domínio total da técnica, tanto na pintura quanto na obra gráfica” do artista.

 

Guillermo Kuitca afirma que “a pausa diante da pintura é um modo temporal”. “Estar diante de uma pintura, por mais curto que for o tempo, é uma expressão do tempo”, diz. “Eu gosto de pensar a pintura como um meio muito, mas muito, resistente ao tempo; às mudanças importantíssimas que aconteceram nos últimos séculos, pois, de algum modo, pictoricamente, nós, os pintores, quase que continuamos a trabalhar com meio e modos que atravessam épocas completamente diferentes umas das outras”.

 

 

Programa Meridianos

 

No dia de abertura da exposição, os artistas Guillermo Kuica e Eduardo Berliner realizaram um encontro aberto com o público e com a participação do curador Hans-Michael Herzog. O evento aconteceu no auditório da instituição com entrada gratuita.

 

 

Até 29 de junho.

Ernesto Neto: Parquinho

A OS Oca Lage (que administra a Casa França-Brasil e a Escola de Artes Visuais do Parque Lage), Jardim Botânico, Rio de janeiro, RJ, lançou o projeto “Parquinho Lage”, que vai trazer ao Parque Lage instalações de artistas que também se comunicam com o universo infantil. Os trabalhos ficarão um largo período no local, acompanhando as quatro estações do ano.  A obra inaugural foi “Caminhando no Caminho”, de Ernesto Neto, criada em 2010, e inédita no Brasil. Consiste em um meio-fio de cimento que circunda as árvores, para as crianças caminharem por cima, de modo a ser um espaço orgânico onde o visitante entra na escultura, tornando-se parte ativa da obra.

Uma curadoria de Luisa Duarte

A inauguração da exposição “Matriz e Desconstrução”, na Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, conta com a curadoria da crítica de arte Luisa Duarte. A mostra ocupará todo o espaço expositivo da galeria, com trabalhos dos artistas Adriano Costa, Ana Holck, Angelo Venosa, Carla Guagliardi, Daisy Xavier, Érika Verzutti, Gustavo Speridião, Iran do Espírito Santo, José Bento, Luiz Zerbini, Matheus Rocha Pitta, Nuno Ramos, Wagner Morales e Waltercio Caldas.

 

A curadoria da mostra tece diálogos entre obras cuja matriz construtiva é nítida, ou seja, trabalhos cuja visualidade é seca e depurada, de natureza geométrica, e outros nos quais uma narrativa vem à tona, sinalizando uma conversa entre pólos que não são opostos, mas diversos e que fazem parte de uma mesma história da arte brasileira dos últimos cinqüenta anos. Com artistas de diferentes gerações e  obras que variam desde uma de Waltercio Caldas de 1967, espécie de desenho escultórico na parede que já sinaliza procedimentos fundamentais que virão reger o processo dos artistas, até outras datadas de 2013 e 2014. Sem ter como ponto de partida um conceito completamente fechado, a curadora foi alinhavando a ideia da mostra a partir de visitas aos ateliês dos artistas, no contato com os trabalhos e nos diálogos que manteve com os mesmos.

 

 

De 16 de maio a 05 de julho.

Livro: As Donas da Bola

A editora Sýn Criativa lança o livro “As Donas da Bola”, com curadoria e edição de Diógenes Moura, reunindo 11 dos mais representativos nomes da fotografia brasileira: Ana Araújo, Ana Carolina Fernandes, Bel Pedrosa, Eliária Andrade, Evelyn Ruman, Luciana Whitaker, Luludi Melo, Marcia Zoet, Marlene Bergamo, Mônica Zarattini e Nair Benedicto. O livro acompanha a exposição homônima inaugurada em maio deste ano, no Centro Cultural São Paulo, e traz um conjunto de 110 imagens, cor/ preto e branco, as quais retratam a presença da mulher e suas relações com a cultura do futebol, esporte tão característico do universo masculino.

 

Especialmente neste momento em que tudo parece girar em torno da bola, é preciso desconcentrar o futebol do mundo masculino e intensificar a participação da mulher neste espaço, exibindo a diversidade das suas experiências e realidades. Superados os preconceitos e desigualdades de gêneros, a atenção se volta ao olhar feminino, aos detalhes que sua sensibilidade aguçada lhe permite captar. Para este projeto, as imagens foram feitas em diversos locais do país – como São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Amapá e Bahia, entre outros -, mostrando, além das peculiaridades de cada região, que o fanatismo e o amor pelo time também pertencem ao universo feminino.

 

As Donas da Bola reúne fotógrafas profissionais com grande experiência no fotojornalismo, seja em trabalhos autorais ou em ensaios, e mostra o lado delas acerca desta tradição, por meio de um modo de ver especial, sensível, de um ponto de vista interior – sem a pretensão de considerá-lo material de consumo. “Essa iniciativa pretende preencher uma lacuna importante ao aplicar a percepção e a consciência social sobre a importância da mulher no futebol enquanto esporte, dentro de uma cultura nacional ainda em formação.”, comenta Diógenes Moura.

 

Evento: Lançamento do livro As Donas da Bola

Data: 14 de junho de 2014, sábado, às 16h

Local: Centro Cultural São Paulo

Endereço: Rua Vergueiro, 1.000 – São Paulo, SP

 

* Na ocasião, haverá uma conversa aberta com o curador e as fotógrafas do projeto.

 

 

LIVRO: As Donas da Bola

 

Fotógrafas: Ana Araújo, Ana Carolina Fernandes, Bel Pedrosa, Eliária Andrade, Evelyn Ruman, Luciana Whitaker, Luludi Melo, Marcia Zoet, Marlene Bergamo, Mônica Zarattini e Nair Benedicto

Curadoria e edição: Diógenes Moura

Editora: Sýn Criativa

Patrocínio: Petrobrás e Caixa Econômica Federal

Número de páginas: 192

Dimensão: 28 x 28 cm

Preço de venda: R$ 60,00

O futebol de Eduardo Coimbra

09/jun

O Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, inaugura a exposição “Futebol no Campo Ampliado”, individual de Eduardo Coimbra. Às vésperas do início da Copa do Mundo no Brasil, a mostra, reúne oito maquetes de estádios de futebol fictícios, onde se realizam jogos inventados pelo artista. A Copa, diz Coimbra, foi determinante para a realização desta exposição agora, mas não para a criação de suas obras. A primeira desta série é de 2001, outras três são de 2010 e os outros quatro estádios presentes na mostra foram realizados este ano.

 

Nos estádios imaginários, o que se vê são competições que ressaltam propriedades intrínsecas ao futebol tradicional: o drible, o equilíbrio, o toque de bola, a precisão dos chutes etc. Coimbra pensa as novas propostas como desvios do futebol original, com desenhos diferentes de linhas demarcatórias do campo e novas regras para o jogo. As regras mudam, mas o objetivo continua sendo o mesmo: marcar um gol no adversário. Cada estádio foi projetado levando em conta as características formais e dinâmicas das pelejas. A arquitetura assume o papel principal dos jogos, uma vez que sua forma transfere para a audiência as situações espaciais vividas pelos jogadores no campo. Em “Futebol no Campo Ampliado”, as maquetes estão instaladas verticalmente nas paredes para a visão frontal do espectador, tornando explícitos o desenho do campo, as arquibancadas e o volume do objeto. Junto  cada maquete, um texto explica as regras do jogo, evidenciando a relação das arquiteturas com os jogos propostos.

 

O artista convidou também oito pessoas de áreas profissionais variadas, que têm em comum a paixão pelo futebol, para escreverem comentários sobre cada um dos estádios e jogos: Aldir Blanc, Adolfo Montejo Navas, Cássio Loredano, Hilário Franco Jr, Luis Fernando Veríssimo, Luiz Antonio Simas, Paulo Bruscky e o jornalista Sérgio Cabral.

– Achei que seria curioso ouvir o que diversas pessoas, para as quais o futebol desperta profundo interesse, pensariam dessas situações. Seriam pareceres sobre o futebol, não sobre arte. Incluir os textos na exposição constrói mais uma camada de leitura para aquelas proposições espaciais, diz Eduardo Coimbra.

 

 

 

Eduardo Coimbra aponta que, diferente dos estádios comuns, onde o lugar da torcida é a arquibancada ao redor do campo, assistindo à partida “do lado de fora”, nas maquetes apresentadas no Paço Imperial, não há neutralidade da audiência. Em Estádio III (2010), por exemplo, há dois tipos de arquibancada: um mais próximo do tradicional, acompanhando o contorno do campo (que, nesse caso, não tem o formato convencional de retângulo), e outro, localizado em dois pontos no meio do campo, permitindo ao espectador um ponto de vista “de dentro” da partida e, ao mesmo tempo, obrigando que o jogo incopore a presença desse elemento arquitetônico no meio da área.

 

Como em outros trabalhos do artista, essas maquetes não são etapas de projetos a serem realizados na escala real. São ideias espaciais que finalizam em si mesmas a proposta de pensar de uma maneira extrema a relação entre um objeto arquitetônico e sua função. Nelas a relação “palco x plateia” é atravessada por uma noção de espaço onde o movimento de jogo e a solidez da arquitetura são protagonistas de uma narrativa sem hierarquia, num cenário sem figura e sem fundo. Completam a exposição textos inéditos do professor e crítico de arte Agnaldo Farias e da crítica de arte Daniela Name.

 

 

Sobre o artista

 

Eduardo Coimbra nasceu no Rio de Janeiro em 1955, cidade onde vive e trabalha. Iniciou sua carreira no começo dos anos 1990. O foco da ação do artista tem se deslocado gradualmente para trabalhos em grande escala, culminando com a realização de instalações públicas, como  a realizada na Praça XV, no Rio, em 2008, e na Praça Charles Muller, em São Paulo, em 2012; e a do Espaço de Instalações Permanentes do Museu do Açude, no Rio, em 2008. Em paralelo a essa produção em grande escala, Coimbra mantém práticas artísticas mais intimista, como a da grande série de maquetes realizadas a partir de 1999 ou as fotografias/colagens em que ilhas aparecem flutuando no céu, num cenário quase onírico (série Asteroides). Seus desenhos, pinturas, maquetes e objetos têm referência recorrente na paisagem, nas questões de percepção espacial e nos desdobramentos que essa reflexão pressupõe.

 

Coimbra participou da 29ª Bienal de São Paulo (2010) e da 3ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (2001). Exposições coletivas recentes incluem: Coleção Itaú de fotografia brasileira no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, 2013; Palácio das Artes, Belo Horizonte, 2013; Bola na rede, Funarte, Brasília, 2013; Espelho refletido, Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Rio de Janeiro, 2012; Höhenrausch 2, Offenes Kulturhaus Oberösterreich, Linz, Áustria, 2011; Lugar algum, SESC Pinheiros, São Paulo, 2010; e After utopia, Centro per l’Arte Contemporanea Luigi Pecci, Prato, Itália, 2009.

 

 

Até 10 de agosto.