Barceló no Brasil

23/mai

Um dos mais prestigiados artistas espanhóis, Miquel Barceló, virá ao Brasil, iniciando por São Paulo, para apresentar sua obra recente, além de alguns trabalhos referenciais de sua produção, como o elefante de bronze apoiado pela tromba, que ocupou em 2011 a Union Square, em Nova York.

 

O também pintor da aclamada cúpula da sala de Direitos Humanos da ONU em Genebra, no qual imprimiu o seu fundo do mar (2007), traz para a Pinakotheke São Paulo, que depois seguirá para a do Rio e de Fortaleza, a série de telas brancas (monocromáticas), produzidas em 2013. Somam-se a estas pinturas e ao Elefandret (2007), uma peça em cerâmica de proporções monumental “Animals de Cap Fort’ (2012), com 180 x 110 cm, outros trabalhos em cerâmica e bronze, pinturas da série “Frutas” (2013), além de vídeos e um caderno do artista..

 

Para compreender o processo do artista, montou-se também o seu “Gabinete de curiosidades”, com elementos e objetos pessoais caros à composição de sua obra e que nunca haviam saído de seu ateliê parisiense, portanto, inédito para o público. Na abertura da mostra será lançado ainda um livro da Edições Pinakotheke, que reúne uma entrevista do artista concedida ao crítico Adriano Pedrosa, além de textos do pensador espanhol Enrique Juncosa e imagens da coleção, seguido de cronologia sobre a vida e a obra de Miguel Barceló.

 

Com capacidade de trabalho surpreendente e atuando em múltiplos suportes – pintura, escultura, murais, cerâmica, desenho, ilustrações de livros – Miguel Barceló se divide entre os seus ateliês de Paris, Ivry e o de cerâmica em Palma de Maiorca, sua terra natal. O crítico Enrique Juncosa destaca a capacidade rara de Miguel Barceló em se desdobrar para conceber vários projetos ao mesmo tempo.

 

Dos trabalhos mais recentes e presentes na mostra, o crítico espanhol ressalta a série de pinturas brancas cuja aparência pode aproximá-la da abstração. Juncosa adverte, contudo, que não é o caso, tal como provam os títulos das obras, sempre inspirados nos elementos eleitos pelo artista para a composição da tela. Os círculos remetem a nomes de praças de toros, outras se referem à espuma das ondas do mar, mas que, como em ambos os casos, ilustram o comportamento da matéria e dos pigmentos sedimentados em camadas. “Ação arriscada de um artista solitário, como um toureiro na arena, mas também contemplação hipnótica da natureza e das possibilidades da pintura, o que pouco tem a ver com a abstração monocromática, seja esta formalista ou de exploração do sublime”, completa.

 

Na exposição, os quadros de frutas, sobretudo os tomates partidos contrastam com os brancos pela intensidade cromática. Segundo o crítico, a pintura “Tomate-Mars” (2013), joga com o nome Marte, do planeta vermelho, e a metade do tomate que se vê tem algo de planeta vivo, com um interior que sugere movimento perpétuo, como uma caldeira em ebulição.

 

Se a experiência com a pintura está presente desde o início de sua obra, o interesse pela cerâmica começa em Mali, em 1995, onde também mantinha um ateliê. Desde então, se dedicou a aprender técnicas em Maiorca, França e Itália e a cerâmica tornou-se um dos suportes fundamentais de sua produção, culminando com os espetaculares murais que realizou na Capela de São Pedro no interior da catedral gótica de Palma de Maiorca (2007). Algumas são concebidas a partir de formas de objetos tradicionais, mas em outros casos são verdadeiras esculturas, tanto de formas abstratas como de formas reconhecíveis – alimentos (pão e furtas) e animais. Às vezes há figuras em suas superfícies como é o caso da monumental “Animals de Cap Fort” (2012), que remetem a certas imagens tântricas do budismo tibetano. Algumas cerâmicas, como na obra de Joan Miró, podem servir para realizar as peças em bronze, como “Estatuária equestre” (2014). A presença do bronze na mostra se completa com a famosa escultura “Elefandret” (2007).

 

Desde o início da sua carreira Miguel Barceló produz “cadernos de artista”, referências que recolhe em suas viagens. São dezenas de cadernos muito bem encadernados, com datação precisa, e páginas repletas de elementos naturais: folhas, gravetos, desenhos, terra, pigmentos, pintura, tudo o que reproduz com exatidão a experiência vivida naquele momento. Os primeiros foram organizados por sua mãe e os mais recentes, pela equipe do seu estúdio de Paris. Em 2003, Le Promeneur-Gallimard editou “Carnets d’Afrique”, uma seleção destes cadernos que realizou na África entre 1988 e 2000. Na mostra haverá um exemplar de 42 páginas realizado em maio de 2011 na Ilha La Graciosa, Canárias, Espanha.

 

Complementam a exposição, os filmes: “Mar de Barceló”, especialmente produzido durante a execução da cúpula das nações da ONU, e “Paso Doble”, referência ao processo criativo das cerâmicas.

 

 

Pinakotheke São Paulo / Morumbi

 

Abertura 28 de maio.
De 28 de maio a 12 de julho. de 2014

 

 
Pinakotheke Rio de Janeiro / Botafogo

 

Abertura 23 de setembro.
De 23 de setembro a 30 de outubro.

 

 
Galeria Multiarte / Aldeota / Fortaleza


Abertura 11 de novembro.
De 11 de novembro a 15 de dezembro.

 

Bate papo e arte

21/mai

Nesta sábado, 24 de maio, a artista plástica Celina Portella, receberá a crítica e curadora de arte, Luisa Duarte, e Ana Kiffer, doutora em letras, que estuda temas relacionados ao corpo, para um bate papo, no último dia de sua exposição “Deságua”. Será na Galeria A Gentil Carioca Lá, Lagoa, Rio de Janeiro, RJ. Na exposição “Deságua”, Celina Portella apresenta três situações em vídeo e foto, realizadas entre 2013 e 2014 . Em quadros fixos a artista retrata pessoas em ações incoerentes, ora redundantes, ora contraditórias. O ciclo infinito da água se reproduz no universo das idéias, preciso e repetitivo. A água está sempre presente na série de imagens, tanto como protagonista, meio ou símbolo, e ainda nos loops infinitos dos vídeos e no instante da foto.  Sempre em trânsito, contém, flui e lava. Águas passadas, presentes e futuras.

 

 

Local: A Gentil Carioca Lá

Quando: 24 de maio, sábado, às 17h

Endereço da Galeria: Av. Epitácio Pessoa, 1674 Sala 401 – Lagoa

Sergio Fingermann no MNBA

O artista plástico Sergio Fingermann, nome de projeção internacional, volta a realizar exposição individual no Museu Nacional de Belas Artes, Sala Bernardelli, Cinelândia, Rio de Janeiro, RJ, depois de 7 anos. Exibindo obras que sugerem cenários de sonho por meio de construções espaciais, Sergio Fingermann aborda, – na exposição “Se noite fosse água – Sequências”-, questões da cultura na contemporaneidade.

 

A mostra é composta por dezoito pinturas em grandes formatos e quarenta trabalhos emoldurados sobre papel com intervenções fotográficas, e traz investigações sobre a perspectiva, gravuras, páginas de ilustrações de livros antigos, que se transformam em matéria de trabalho, construindo um pensamento a partir de imagens, oferecendo uma reflexão sobre o fazer artístico e as bases de sua criação, colocando dessa forma uma discussão em torno da própria questão da representação.

 

O resultado desta rica construção visual – na qual o artista se preocupa sempre em  incentivar  a experiência do olhar – poderá ser visto na atual exposição. As obras expostas no MNBA exibe trabalhos rigorosamente inéditos.

 

O nome da exposição, extraído de um verso do poema “Meditações sobre o Tietê” (1945) do escritor Mario de Andrade (um dos principais mentores da Semana de Arte Moderna em 1922), sempre atraiu o artista pelo seu caráter enigmático, pela sua potência sugestiva. Sergio Fingermann o utiliza como um artifício para criar novas relações no jogo das imagens. A leitura cruzada das obras, que fazem referências a diversos momentos culturais, convoca a memória como agente articulador de diferentes momentos da história da representação.

 

A exposição tem curadoria de Laura Abreu e Daniel Barretto (da equipe do MNBA-RJ), e é acompanhada do lançamento do livro de mesmo nome da mostra – uma abordagem dos últimos 15 anos do trabalho do artista -, que reúne ensaios de Ana Magalhães (historiadora, curadora e docente do MAC-USP) e de Laura Abreu (historiadora e curadora do MNBA-RJ). “Se noite fosse água”, ed. BEI, 2013, 244 páginas, reproduz 180 trabalhos e conta ainda com fotos de Cristiano Mascaro ilustrando um texto do próprio artista.

 

Preço do livro: R$ 130,00.

 

 

Entrevista com o artista

 

Qual é a sua preocupação, como artista plástico, em escrever um livro?

 

Os meus livros sempre tiveram a preocupação de deixar um testemunho de onde está fundada a minha experiência artística. Meus textos mostram o pensamento ético de ser artista, e uma reflexão do que é ser artista e fazer arte. Ao escrever e explicitar o meu processo artístico, eu crio laços com o público.

 

Em “Se noite fosse água”, há textos meus, mas também de Ana Magalhães e de Laura Abreu. Convidei-as para participar do livro com o intuito de obter críticas externas ao meu trabalho. Elas traçaram minhas referências e situaram minha produção no contexto histórico e na cena artística brasileira.

 

 

Qual é, em sua opinião, o papel do artista no cenário da arte contemporânea?

 

Acho que temos a obrigação de falar ao público em que bases estamos trabalhando. Quanto mais o artista é generoso em oferecer ao público as suas referências e seu processo de trabalho, ele fornece mais acessibilidade à sua própria obra. Meu trabalho, por exemplo, sempre dialoga com a história da arte. Nessa série mais recente, o diálogo é diretamente com o cubismo, e os textos do meu livro verbalizam e explicam o porquê de eu ter escolhido essa vanguarda para ser a minha referência.

 

Além disso, o artista não deve ter como seu principal objetivo o mercado, mas a excelência do fazer artístico. O artista deve ter um compromisso direto com o extraordinário, o incomum. Ele deve produzir para o outro uma nova maneira de ver as coisas, de pensar.

 

 

De 22 de maio até 17 de agosto.

Vik Muniz no Santander Cultural

19/mai

Um dos artistas brasileiros de maior destaque no mercado e nos museus internacionais, Vik Muniz apresenta pela primeira vez em Porto Alegre, RS, no Santander Cultural, Centro Histórico, exposição individual, destacando colagens e fotografias. Também será exibido o documentário “Lixo Extraordinário”, que concorreu ao Oscar em sua categoria em 2011 e acompanha o trabalho que o artista realizou com catadores de lixo reciclável no maior aterro da América Latina, em Jardim Gramacho, no Rio. A curadoria é de Lígia Canongia.

 

A obra de Vik Muniz questiona e tensiona os limites da representação. Apropriando-se de matérias-primas como algodão, açúcar, chocolate, e até lixo, o artista meticulosamente compõe imagens icônicas e lhes repropõe significações. O objeto final de sua produção mais conhecida atualmente é a fotografia, mas sua obra já transitou pelo tridimensional, pelo desenho e até pela escultura.

 

 

A partir de 20 de maio.

Instituto Tomie Ohtake apresenta Yayoi Kusama

A exposição “Obsessão infinita”, de Yayoi Kusama, chega a São Paulo, depois de passar pelo Rio e Brasília, acrescida de duas obras especialmente trazidas para a exposição no Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros. São grandes esculturas das séries “Accumulations”: “Sem título”, 1962-1963 e “Desire for Death”- “Desejo de Morte”, 1975-1976. “Sem título” – que foi destaque na retrospectiva de Kusama na Tate Modern, em 2011/12 – é composta por dez pares de sapatos femininos, de salto alto, repletos de formas fálicas feitas de tecido estofado, que fizeram sua primeira aparição na série de esculturas “Sex Obsession” da década de 1960. Já em “Desejo de Morte”, agrupamentos de apêndices, que nada mais são que formas excêntricas em tecido pintadas de prateado, emergem de panelas comuns e conchas de cozinha. Em ambas, objetos do cotidiano tornam-se palco para a projeção de obsessões particulares da artista, à medida que a repetição compulsiva do elemento tecido assume a aparência de um crescimento incontrolável, similar ao dos vegetais.

 

A exposição é a primeira apresentada no País que expressa uma pesquisa profunda do trabalho de uma das artistas mais originais e inventivas do pós-guerra. Produzida, em sua edição brasileira e latino-america, pelo Instituto Tomie Ohtake, em colaboração com o estúdio da artista, a mostra tem curadoria de Philip Larratt-Smith e de Frances Morris (curadora da retrospectiva da Kusama na Tate Modern de Londres). “Obsessão Infinita” oferece um panorama do trabalho da artista japonesa viva mais proeminente, por meio de aproximadamente 100 obras que cobrem o período de 1949 a 2012, entre as quais pinturas, trabalhos em papel, esculturas, vídeos, apresentação de slides e instalações, entre elas a famosa “Dots Obsession”.

 

“Obsessão infinita” traça a trajetória de Yayoi Kusama do privado ao público, da pintura à performance, do ateliê às ruas. A artista nasceu na cidade de Matsumoto, Japão, em 1929. Começou a realizar seus trabalhos poéticos e semi-abstratos em papel nos anos 1940, antes de iniciar sua celebrada  série “Infinity Net” (Rede Infinita), no final dos anos 1950 e no início dos 1960. Essas pinturas originais são caracterizadas pela repetição obsessiva de pequenos arcos pintados, aglutinados em padrões rítmicos maiores. Sua mudança para New York, em 1957, foi um divisor de águas para a artista. Foi nessa época que entrou em contato com Donald Judd, Andy Warhol, Claes Oldenberg e Joseph Cornell. Sua prática de pintura abriu caminho para esculturas delicadas, conhecidas como “Accumulations” (Acumulações) e, em seguida, para performances e happenings que se tornaram selos da subcultura marginal e renderam, para a artista, notoriedade e a atenção das principais correntes críticas de então.

 

Em 1973 Kusama retornou ao Japão e, desde 1977, vive voluntariamente em uma instituição psiquiátrica. O caráter psicológico singular e pronunciado de seu trabalho sempre foi combinado com uma generosa dose de reinvenção e inovação formal, o que lhe permite dividir sua visão única com um público mais amplo, através do espaço infinitamente espelhado e da repetição obsessiva de pontos que caracteriza sua obra. Em seus trabalhos mais recentes, a artista renovou o contato com seus instintos mais radicais em instalações imersivas e colaborativas – peças que fizeram dela, com justiça, a artista viva mais celebrada do Japão.

 

 

Até 27 de julho.

Sergio Gonçalves Galeria apresenta “TR3S”

A Sergio Gonçalves Galeria apresenta a exposição “TR3S”. A mostra traz os trabalhos dos artistas Raimundo Rodriguez, Felipe Barbosa e Carlos Aires, que através de diferentes linguagens versam sobre uma temática cada vez mais em voga: o reaproveitamento. Três artistas, três vertentes, três maneiras diferentes de encararem aquilo que é facilmente descartável pela maior parte da humanidade. Não para esses três artistas.

 

Raimundo Rodriguez apresenta sua obra baseada em suas pesquisas com latas. Chamada de Latifúndio, essa série do artista é apresentada num grande painel, que a primeira vista parece único, mas que, com um olhar mais atento, nos mostra as subdivisões propostas pelo artista. Atualmente, o trabalho de Raimundo Rodriguez ganhou destaque nacional no cenário da novela “Meu Pedacinho de Chão”, da Rede Globo, onde o artista é o diretor de arte e montou uma cidade cenográfica inteira feita de lata, remetendo ao material utilizado por antigos brinquedos do século XIX.

 

Felipe Barbosa leva seus trabalhos feitos com bolas de futebol, onde desconstrói e resignifica a redonda, criando um diálogo entre o mundo das artes e do esporte. A série, iniciada em 2003, apresenta painéis que dão formatos geométricos as bolas, descosturando os hexágonos de couro sintético e tornando-os planos.

 

A partir de cédula antigas de diversos países, Carlos Aires mostra em seu trabalho que esse papel pelo qual tanta desgraça acontece, pode subitamente perder valor e ficar esquecido pelos cantos, mesmo que impregnados do sofrimento causado a tantos. Inspirado pelos desastres econômicos, Aires reaproveita o papel moeda e transforma em arte.

 

Com curadoria de Sergio Gonçalves, a exposição “TRES” “TR3S” teve sua abertura no dia 17 de maio, na Sergio Gonçalves Galeria. A mostra faz parte do calendário do CIGA 2014 – Circuito Integrado das Galerias de Arte, onde mais de 40 instituições culturais, museus e galerias – espalhados por sete bairros da cidade – abrem suas portas com uma programação especial de vernissages, exposições, visitas a ateliês, performances, palestras e conversas com artistas e curadores.

 

 

Até 31 de maio.

Design e arte contemporânea

15/mai

A Way Design, Subsolo – Shopping Rio Design, Leblon, Rio de Janeiro, RJ, convidou o artista plástico Felipe Barbosa para a oitava edição do Way Cultural. Com curadoria de Sergio Gonçalves, sócio da galeria que leva seu nome, a mostra “Mantenha Distância da Zona de Conforto” entra em cartaz a partir do dia 13 de maio.

 

Felipe vem ao longo dos últimos 15 anos se destacando no cenário artístico por unir certa ironia à sofisticação matemática. Partindo de objetos do cotidiano, reconfigurando sutilmente suas formas, o artista alcança possibilidades e conceitos absolutamente inusitados.

 

No Way Cultural, Felipe apresenta 10 trabalhos e propõe uma discussão sobre a tênue fronteira do que é obra de arte e o que é design. “Quis brincar com a ideia da arte camuflada, seja em objetos ou intervenções, como o dodecaedro formado por cadeiras de escritório, instalação que apresentei na Bienal de Forteleza”, explica.“Não é uma questão de nomenclatura e sim de transformar a natureza do próprio objeto. A definição depende do contexto e de quem está olhando”, completa.

 

O artista tenta se redefinir a cada obra. “Meu objetivo é me manter afastado da zona de conforto”. Uma das alternativas em “Mantenha Distância da Zona de Conforto” é provocar à função latente das coisas, tornando mais elástica a liberdade criativa.

 

 

Sobre o artista

 

Felipe Barbosa nasceu em 1978, no Rio de Janeiro, e graduou-se em Pintura pela UFRJ, e é mestre em Linguagens Visuais pela mesma instituição. Em seus trabalhos, conjuga elementos do cotidiano e faz referências à História da Arte, alterando os significados dos objetos que elege transformar, criando em seu expectador uma sensação simultânea de proximidade e desconforto. O artista expõe regularmente desde 2000, em diversos países ao redor mundo, entre eles México, Estados Unidos, Espanha, Portugal, Croácia, Lituânia, França, Canadá, Holanda, Inglaterra, Argentina e Japão. Dentre suas mostras recentes, destacam-se Campo de las Naciones, na Galería Blanca Soto, em Madrid, na Espanha; The Record : Contemporary Art and Vinyl, no Miami Art Museum, nos Estados Unidos; Futbol Arte y Passion, no MARCO – Museo de Arte Contemporaneo de Monterey, no México; e Consuming Cultures – A Global View, 21C Hotel-Museum, em Kentucky, também nos Estados Unidos. A partir de dezembro de 2013, passou a ser representado pela Sergio Gonçalves Galeria, no Centro do Rio, onde, em junho, fará sua exposição individual “Quadrado Mágico”.

 

 

O projeto

 

O projeto Way Cultural tem o objetivo de promover o encontro entre a arte e decoração, através de exposições de artistas e designers consagrados, no espaço da loja do Rio Design Leblon. A primeira edição aconteceu em 2007, com a mostra Alumbramentos, da artista plástica Analu Prestes. O evento foi um sucesso e inseriu a Way no calendário de exposições, além de ter movimentado a loja e o restante do shopping com artistas e nomes importantes do design nacional. No ano seguinte, a marca resolveu dar continuidade ao projeto, que não parou mais. Com curadoria de Herbert Henn, o Way Cultural já apresentou mostras da dupla Guilherme Secchin e Carlos França, Ana Durães e Alberto Nicolau. Em 2011 os móveis de design foram elevados ao status de obra de arte. Na edição de 2012, foi a vez do fotógrafo Pedro Duque Estrada Meyer apresentar uma série de imagens inéditas. E, em 2013, Pedro Moog e Leonardo Lattavo fizeram uma homenagem ao pôr do sol carioca, com uma instalação de mais de vinte Poltronas Leblon personalizadas. O Way Cultural busca sempre a participação de artistas e designers talentosos, que têm a oportunidade de expor as suas obras em um local alternativo ao circuito museu, galeria, centro cultural.

 

 

A partir de 13 de maio e até junho.

Olhar das mulheres

13/mai

O Centro Cultural São Paulo, Paraíso, São Paulo, SP, abre a exposição “As Donas da Bola”, com curadoria de Diógenes Moura, reunindo 11 dos mais representativos nomes da fotografia brasileira: Ana Araújo, Ana Carolina Fernandes, Bel Pedrosa, Eliária Andrade, Evelyn Ruman, Luciana Whitaker, Luludi Melo, Marcia Zoet, Marlene Bergamo, Mônica Zarattini e Nair Benedicto. A exposição tem um conjunto com 121 imagens, cor/preto e branco, as quais retratam a presença da mulher e suas relações com a cultura do futebol, esporte tão característico do universo masculino.

 

“As Donas da Bola” reúne fotógrafas profissionais com grande experiência no fotojornalismo, seja em trabalhos autorais ou em ensaios, e mostra o lado delas acerca desta tradição, por meio de um modo de ver especial, sensível, de um ponto de vista interior – sem a pretensão de considerá-lo material de consumo. “Essa iniciativa pretende preencher uma lacuna importante ao aplicar a percepção e a consciência social sobre a importância da mulher no futebol enquanto esporte, dentro de uma cultura nacional ainda em formação.”, comenta Diógenes Moura.

 

Neste sentido, o material produzido e apresentado nesta mostra resulta em um documento fundamental para o entendimento e a compreensão da fotografia, a partir de um olhar feminino sobre o maior fenômeno cultural do Brasil.

 

 

De 17 de maio a 13 de julho.

Três do Sul

Percevejo, mostra de Jailton Moreira

 

O Museu do Trabalho, Centro Histórico, Porto Alegre, RS, apresenta “Percevejo”, exposição individual de Jailton Moreira que reúne uma série de trabalhos recentes e outros realizados na última década. O conjunto de vinte e três obras inclui fotos, vídeos e desenhos. As montagens com fotografias utilizam-se de imagens obtidas pelo artista em viagens pelo mundo que, ao rever este material de arquivo, escolheu-as considerando mais as possibilidades críticas da maneira de expor cada uma delas do que as qualidades formais ou mesmo textuais das mesmas. O grupo de fotografias testa as relações da imagem com o quadro, a moldura e suas potências estruturais. Já os três desenhos exibidos apontam para uma dimensão mental do ato gráfico onde as linhas e as formas são apenas índices para a reconstituição de pensamentos. Os vídeos, por sua vez, indicam direções diversas abrangendo o aspecto conceitual da edição, os limites do discurso artístico e as dimensões temporais da imagem em movimento.

 

 

De 17 de maio a 29 de junho.

Conversa com o artista: dia 31 de maio, sábado, às 16 horas.

 

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Anotações de Eduardo Haesbaert

 

A mostra “Anotações de uma obra depois das cinco”, na Galeria de Arte da Fundação Ecarta, Redenção, Porto Alegre, RS, é composta por uma série de fotografias dos vestígios de uma reforma no atelier do artista: formas, linhas e texturas, que, a partir da visão de Eduardo Haesbaert, adquirem uma surpreendente dimensão pictórica. E, para dialogar com a arquitetura do próprio espaço expositivo, ele faz, também, um desenho nas paredes da galeria.

 

 

De 22 de maio a 13 de julho.

 

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Teresa Poester, o traço das paisagens

 

Em mais de 35 anos de produção, seja no desenho, na pintura, no vídeo, na fotografia ou na gravura, a representação da paisagem – ou pelo menos uma sugestão dela – se faz constante, persistente, no trabalho de Teresa Poester. Em meio a figurações de jardins, pedras, janelas ou mesmo entre abstrações, entre gestos largos ou miúdos, entre linhas e manchas, entre a cor e o preto-e-branco, de repente irrompe uma paisagem. Daí o recorte desta exposição individual de Teresa Poester denominada “Território da Folha – paisagens de Teresa Poester” em cartaz no Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul, MAC-RS, Galeria Sotero Cosme/Casa de Cultura Mario Quintana, Centro Histórico, Porto Alegre, RS.

 

 

Até 15 de junho.

José Damasceno na Fortes Vilaça

A Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta a exposição “Sobre o Objeto de 8º Grau”, individual de José Damasceno. O artista apresenta sua mais recente instalação, homônima ao título da mostra, além de um conjunto de serigrafias e uma pintura na parede do espaço expositivo. Sobre o “Objeto de 8º Grau” é um conjunto de pequenas esculturas de obsidiana distribuídas sobre duas mantas retangulares de feltro no chão, como recentes descobertas de um sítio arqueológico. Damasceno, que frequentemente emprega em suas esculturas diversos tipos de rochas, dessa vez elegeu a obsidiana que lhe despertou interesse durante suas viagens a Guadalajara. Trata-se de uma espécie de vidro vulcânico, criada a partir da rápida solidificação do magma; amplamente difundida na Mesoamérica pré-colombiana, era usada como espelho e também como ferramenta bélica, e frequentemente associada ao ocultismo e a rituais astecas.

 

Contrastando com a opacidade do feltro, a superfície negra e reflexiva de cada peça de obsidiana reflete em si a imagem de cada uma das outras peças da exposição, criando um jogo de espelhos que, por sua vez, evoca o pequeno texto “La imagen de séptimo grado”, do escritor argentino Macedonio Fernández. Nele, o autor descreve a viagem de uma imagem através de diferentes reflexos (a memória e a representação pictórica entre eles) e defende que em cada qual a imagem deixa sua própria inscrição.

 

De maneira semelhante se colocam os “Estudos Paragráficos II”, um conjunto de doze serigrafias dispostas linearmente na parede contígua à instalação. Nesses trabalhos, a palavra paragráfico revela uma mediação entre a inscrição gráfica e suas possibilidades de materialização, salientando a tensão entre as dimensões bi e tridimensional, o virtual e o real. A obra de Damasceno coloca-se na zona limítrofe onde o imaginário multiplica-se nos diversos reflexos da linguagem, e a experiência do real se dilui nesses reflexos. A proposta de Damasceno não é, portanto, apresentar um objeto de oitavo grau, mas um convite a procurá-lo.

 

 

Sobre o artista

 

José Damasceno nasceu no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. Entre suas exposições individuais, destacam-se Coordenadas y Apariciones, Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid, Espanha (2008); Espace Topographie de l’Art, 37 Festival d’ Automne à Paris, France, 2008; Viagem à Lua, 52. Biennale di Venezia, Pavilhão Brasileiro, Venice, Italy, 2007; Observation Plan, Museum of Contemporary Art, Chicago, USA, 2004. Em exposições coletivas, destacam-se: Cruzamentos: Contemporary Art in Brazil, Wexner Center for the Arts, Ohio, USA, 2014; Biennale of Sydney, Australia, 2006; XXV Bienal de São Paulo, Brasil, 2002. Sua obra está presente em diversas coleções públicas, entre as quais: Cisneros Fontanals Art Foundation – CIFO, Miami, USA; Colección Jumex, DF, Mexico; Daros-Latinamerica AG, Zurich, Switzerland; Inhotim Centro de Arte Contemporânea, Brumadinho, Brasil; MACBA – Museu d´Art Contemporania de Barcelona, Barcelona, Spain; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Brasil; Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil; MoMA, New York, USA.

 

 

De 17 de maio a 14 de junho.