Antonio Sobral e o desenho expandido

12/abr

O dconcept escritório de arte, Vila Flávio de Carvalho – Jardins, São Paulo, SP, abre a mostra “Força Latente” do artista plástico, desenhista e cineasta Antonio Sobral com 25 obras entre desenhos, colagens, pinturas, backlights e fotografias  que se pretendem anti-ilustrativas buscando a liberdade anterior a um conceito formal: “a experiencia do mundo e a da linguagem no devenir”. Antonio Sobral cloca-se na posição de experimentar e ousar constantemente. Sua abordagem em técnicas previamente utilizadas como a colagem e o desenho, mostra-se distinta em trabalhos recentes onde procura atingir metas de intimismo de forma direta. Ao optar pelos pequenos formatos busca uma escala não sublime e sim humana. “Formas simples e símbolos primeiros balizam a espontaneidade num universo frágil e colorido” define o artista.

 

Seus desenhos se desvincularam de temas permitindo a seu instinto, na repetição dos gestos, criar novos padrões estéticos unindo formas e cores. Nas palavras do artista, “trata-se de mimeticamente desenhar como o cérebro pensa: associativamente, contraditoriamente, auto-referencialmente, e relativamente”. Seu pensamento crítico acerca do mundo que habita faz com que seus recentes trabalhos exibam questionamentos face o inconformismo da padronização do ser humano e busque o instinto e a consciência de sua própria vontade.

 

Nesta exposição individual, “Força Latente” Sobral reúne trabalhos nos quais se mostra “à margem de códigos sociais que condicionam a produção de imagens” mas também remete ao expressionismo abstrato dos anos 1980, sempre mantendo sua abordagem intimista.

 

 

De 23 de abril a 24 de maio.

Arte Chinesa

11/abr

Inaugura na Oca, Parque Ibirapuera, São Paulo, SP, a exposição “ChinaArteBrasil”. A mostra apresenta mais de 110 obras distribuídas entre pinturas, esculturas, instalações, fotografias, vídeos, site specifics, todas inéditas em São Paulo, criações de 62 artistas chineses contemporâneos. “ChinaArteBrasil” propõe intensificar o diálogo cultural entre Brasil e China. Assim, duas curadoras, historiadoras de arte, foram convidadas para selecionar o acervo da mostra: a brasileira residente em Berlim Tereza de Arruda e a chinesa Ma Lin, que vive e trabalha em Shangai.

 

Tereza reuniu obras de artistas pertencentes à primeira geração dos grandes expoentes que demarcaram o cenário chinês e internacional a partir da década de 1990. São eles: Ai Weiwei, Cao Fei, Chen Qiulin, Cui Xiuwen, Feng Zhengjie, He Sen, Huang Yan, Jin Jiangbo, Li Dafang, Li Wei, Liu Jin, Lu Song, Luo Brothers, Ma Liuming, Miao Xiaochun, Rong Rong & Inri, Shi Xinning, Wang Chengyun, Wang Qingsong, Wang Shugang, Weng Fen, Xiao Ping, Xiong Yu, Xu Ruotao, Yang Fudong, Yang Qian, Yang Shaobin, Yin Xiuzhen, Yu Hong, Yuan Gong, Zhang Hui e Zhou Tiehai.

 

Em “A Arte Chinesa Intervém na Sociedade”, o foco são as conversas sobre como os artistas apresentam os problemas sociais e como rompem os limites da arte.

No segmento “História, Memória e Futuro”?, Ma Lin mostra artistas que, por meio de diferentes temas e suportes, exploram diferentes problemas que as pessoas alguma vez já imaginaram ou negligenciaram. A terceira e última parte, “Imagem e Forma”, discute o desenvolvimento da pintura no pós-modernismo, que destaca o relacionamento entre imagem e forma.

 

 

Até 18 de maio.

Fotografias de Renan Cepeda

09/abr

A Galeria Tempo, Copacabana (ao lado do Copacabana Palace Hotel), Rio de Janeiro, RJ, exibirá paisagens do Rio de Janeiro, através de “Wave”, exposição individual de Renan Cepeda. O artista é considerado um dos grandes nomes da fotografia brasileira contemporânea e apresentará nove imagens em grandes formatos.A exposição traz um extrato da nova experiência de Renan Cepeda com a fotografia infravermelha obtida por câmera digital. Algumas fotografias digitais, mais recentes, em que o autor teve que fazer opção de cores no computador. Como este tipo de luz é invisível obviamente não possui cor. É quando a fotografia digital realizada por uma câmera modificada em laboratório deixa a critério do fotógrafo a escolha da matiz de cada imagem, multiplicando suas possibilidades criativas. O livro “Rio Infravermelho”, lançado pelo artista há quatro meses, pela editora Casa da Palavra foi também um fator motivador para esta exposição que exibirá algumas imagens que não foram publicadas na apurada edição.

 

 

A palavra do artista

 

“Considero o Rio de Janeiro uma cidade feia encravada num dos mais belos sítios do Mundo. As paisagens tomadas de longe, a partir das montanhas, do mar ou da outra margem da baía, contrastam radicalmente com a visão de quem está ao pés de um prédio em Copacabana (que deve ter sido a mais linda praia do planeta até um século atrás), ou no fluxo de algum engarrafamento na Paulo de Frontin.  Nos incomoda nesta cidade a total falta de personalidade arquitetônica e a trágica ausência de planejamento urbano. Desde sua fundação foi porto das riquezas arrastadas do interior profundo do Brasil, e desta maneira o caráter de seu povo foi forjado pela violência e leviandade de oportunistas e aventureiros que não tinham compromisso nenhum com a terra. Este espírito ainda está em voga por aqui, como uma herança maldita de exploradores, colonizadores e desterrados.  E é, por outro lado, tão grande a beleza e a generosidade da natureza que jamais nos forçou para uma postura mais moderada e racional com nosso espaço, ao contrário: é como se ainda houvesse muito a ser explorado e arrancado de suas florestas e rios e os primeiros a chegarem serão os beneficiados, enquanto que aqueles que clamam por preservá-los ficam de ingênuos e sonhadores. É preciso dizer que o carioca está para o Rio, neste sentido, como está o brasileiro para seu riquíssimo e vasto país. Em mais um aspecto o povo da Guanabara é caixa de ressonância da mentalidade dos de Pindorama.  Imaginem se as considerações de D. João VI vigorassem: de Botafogo para oeste, todo o litoral seria um parque protegido… porque não restaurar este sonho?

 

“Decidi separar a cidade de seu panorama natural. Sem manipular as imagens, princípio que mantenho em todos os meus trabalhos como fotógrafo, o filme infravermelho camufla o concreto sobre as bordas das montanhas e pedras. Quando isso não é possível, recorro ao filme infravermelho colorido (que também não se fabrica mais), que interpreta como vermelho as matas luxuriantes das florestas, relegando a uma massa branca a cidade que macula a paisagem. Não poderia haver melhor recurso para isso, sem falar na magia em se registrar algo que não se vê  a olho nú e que o fotógrafo, em sua razão de existir, descortina para seu público. Um pequeno orgulho que tenho de minha profissão”.

 

 

Um recorte do depoimento de Arthur Dapieve

 

“A ideia de viver num paraíso perdido marca o imaginário dos habitantes do Rio mais do que o de qualquer outro brasileiro graças à espetacular paisagem natural de sua cidade. Entre seus habitantes, sobrevive um sentimento que se assemelha a uma imaginária memória coletiva: o de que a cidade era ainda mais bela, e decerto bem mais pura, antes que a ação do homem, ao menos a ação do homem branco, lhe oferecesse a maçã do pecado, que os seres humanos começassem a se reproduzir sem controle, e que construções começassem a ser erguidas sem ordenamento algum. Este, claro, é um sentimento paradoxal: a cidade seria melhor quando ainda não existia cidade. Portanto, os cariocas vivem sobre os escombros desse paraíso, nostálgicos de alguma data antes de 1555, ano da fundação do primeiro forte francês numa ilha da Baía de Guanabara, dez anos antes da fundação oficial da cidade pelo português Estácio de Sá. Assim sendo, além do banho de mar e do jogging no calçadão, há um exercício bastante familiar ao morador do Rio. Consiste em contemplar a paisagem e limpá-la das interferências humanas numa espécie de Photoshop mental. Saem o Cristo Redentor do alto do Corcovado, as antenas de TV do Sumaré, os bondinhos do Pão de Açúcar, o caos arquitetônico do paredão de prédios à beira-mar, as favelas perigosamente encarapitadas nos morros, o trânsito infernal, a massa de gente a vagar pelas ruas. Sobra tão somente a cidade ideal, ou melhor, sobra a natureza exuberante que é o seu traço distintivo entre as metrópoles do mundo. Nenhuma delas – nem sua “gêmea” do outro lado do Atlântico Sul, a Cidade do Cabo – tem aquelas montanhas e toda uma floresta dentro de si. Mesmo a Floresta da Tijuca, porém, faz parte do esforço de recuperar parte daquele paraíso terreal: ela nasceu de um projeto de reflorestamento empreendido à época do imperador D. Pedro II pelo major Manoel Gomes Archer. O desmatamento causado pelas fazendas de café que cobriam quase todas as encostas da região ameaçava o suprimento de água para a então capital do Brasil.”

 

“O fotógrafo Renan Cepeda – carioca nascido em 1966, em um dos bairros mais tradicionais da cidade, Santa Teresa, onde ainda reside – faz mais ou menos o que o heroico major fez na Floresta da Tijuca e o que cada um dos seus conterrâneos faz quase todo dia, andando na rua ou da janela de um carro preso num engarrafamento. Graças a registros feitos em infravermelho, ele “refloresta” áreas para sempre perdidas à cidade, além de fixar imagens que de outro modo se perderiam em devaneios individuais. Nesse sentido, o presente livro é como uma viagem no tempo. Por conta do efeito criado pelo reflexo da luz infravermelha em áreas do Rio hoje ocupadas por prédios ou barracos, as construções surgem como ruínas de uma civilização perdida. Difícil dizer, porém, se Cepeda retrocede ou avança, se ele flagra um Rio arqueológico ou se ele antecipa um Rio apocalíptico, depois que seus despojos forem engolfados pela natureza vigilante. Para o próprio Cepeda, a fotografia infravermelha foi uma tábua de salvação. Tendo feito um registro “normal” e casual de uma manifestação de moradores em Copacabana, no final dos anos 1980, ele foi levado para o Jornal do Brasil – então um dos quatro periódicos mais importantes do país – por Carlos Hungria. Lá, Cepeda se profissionalizou na dureza e na diversidade das pautas diárias e na convivência com colegas experientes, como o próprio Hungria, Orlando Brito, Geraldo Viola, Alberto Ferreira, Evandro Teixeira e Chiquito Chaves. Sua técnica se aprimorou no trabalho como repórter fotográfico, para o qual uma jornada poderia incluir partida de futebol, vítimas de chacina e retrato de artista. No entanto, faltava algo para Cepeda, faltava a possibilidade de se expressar de maneira autoral. Ele não queria ser apenas “mais um” e passou a nutrir uma certa ojeriza pela fotografia que se contenta em reproduzir algo que já está à vista de todos. Não que desejasse manipular imagens, alterando-as após a captação, como hoje também é tão comum. De jeito nenhum. A influência do fotojornalismo persistia. Cepeda queria era revelar aspectos ocultos em seus objetos”.

 

“Filmes em infravermelho deixados por seu pai – um fotógrafo amador que tinha um laboratório em casa – serviram para dar vazão a esse desejo de imprimir uma marca distinta ao próprio trabalho. Cepeda utilizou as horas vagas, que em um jornal nunca são muitas, para começar a registrar uma das cidades mais fotografadas do mundo sob uma outra luz. Literalmente. A infravermelha. Nunca mais parou, embora, a princípio, ainda não soubesse direito qual o propósito. A crise vocacional se agravou no decorrer dos anos 1990. O jornalismo já não lhe dizia nada, e por pouco Cepeda não desistiu da fotografia em prol do cinema depois de ser correspondente da agência francesa Sipa-Presse na cidade. Então, em 2002, quando a galerista Anita Schwartz convidou-o a montar a primeira exposição individual, Cepeda lançou mão das fotos infravermelhas. O sucesso da mostra Invisíveis provou-lhe que o seu lado B poderia se transformar no seu lado A. A partir dali, ele percebeu que conseguiria viver da fotografia de arte. Embora paralelamente tenha desenvolvido outras linhas de trabalho, como o light painting, na qual a iluminação manual e/ou o movimento de câmera criam desenhos de luz, Cepeda desde então transformou as fotografias infravermelhas em sua marca registrada. A fotografia infravermelha permite a Cepeda revelar, mesmo ao mais observador dos cariocas, aspectos desconhecidos de sua cidade, além de materializar aquela visão paradisíaca. Não se trata, porém, apenas de uma questão físico-química. O que realmente valoriza o seu trabalho é como escolhe os ângulos que, aliados à luz tornada visível pela fotografia infravermelha, criam estranheza onde antes havia apenas uma familiaridadeblasée. Pegue-se uma fotografia da pista de atletismo na altura de um dos extremos do Parque do Flamengo, próximo de onde fica o pequeno obelisco em memória de Estácio de Sá, fundador da cidade. O monumento não aparece na foto, encoberto que está pelos ipês-rosas (que fazem pensar na temporada de floração das cerejeiras no Japão). A coloração e a ausência de gente transmite uma sensação de paz cada vez menos compatível com o Rio. A “assinatura” da cidade está em segundo plano e é, nada mais, nada menos, que metade do Morro do Pão do Açúcar, com estação de bondinho e tudo, destituído da majestade quase onipresente nos registros turísticos e publicitários. Ali, com Cepeda, o Pão de Açúcar se torna quase incongruente.”

 

 

Sobre o artista

 

Carioca praticante, de família portuguesa, Renan Cepeda é formado em Mecânica Industrial pelo CEFET-RJ. Começou a fotografar em preto e branco com 11 anos de idade, influenciado por seu pai, um fotógrafo amador. Escolado na experiência do fotojornalismo no Jornal do Brasil dos anos 1980, colaborou também para as maiores publicações do país, e foi correspondente da agência francesa SIPA-Presse no Rio. Dedicando-se hoje integralmente à fotografia de arte, Renan Cepeda é reconhecido pelas pesquisas sobre técnicas fotográficas incomuns, como a fotografia infravermelha e o light painting, tendo sido contemplado por vários prêmios no Brasil e exterior. Em 2010 fundou o Ateliê Oriente com os fotógrafos Kitty Paranaguá e Thiago Barros, seu local de trabalho no bairro de Santa Teresa.

 

 

De 16 de abril a 07 de julho.

Nazareno apresenta obras inéditas

07/abr

O Oi Futuro, Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, exibe a exposição “Somos Iguais” do artista Nazareno, sob a curadoria de Tainá Azeredo. No primeiro nível, o artista apresentará instalação composta por 18 instrumentos musicais infantis restaurados, acompanhados de fotografias em grandes formatos registrando o estado em que foram encontrados. Uma trilha sonora criada pelo músico Paulo Beto a partir dos próprios instrumentos de brinquedo, especialmente para a mostra, completa a ambientação. O arranjo parte da tentativa de reprodução de músicas infantis e melodias harmônicas, mas acaba por criar sons inusitados produzidos pelos instrumentos defeituosos. Os pequenos instrumentos exibidos foram pinçados da coleção particular de Nazareno, formada desde o final dos anos 1990. O artista começou a restaurá-los no ano 2000 e enfrenta dificuldades em conseguir peças para completar os reparos. Para exibir sua visão sobre homens e instrumentos, as obras serão expostas com suas particularidades moldadas pelo tempo. Alguns foram completamente restaurados, outros apresentam mazelas e os danos causados pelo uso e o passar dos anos.

 

“Alguns foram fabricados há mais de 60 anos e as peças já não são mais produzidas”, conta Nazareno. “Este trabalho tem relação direta com os sentimentos humanos. A impossibilidade de consertar os danos se mostrou como uma metáfora: assim como os brinquedos, alguns sentimentos, depois de danificados, não podem ser reparados. Nesse ponto, acredito que nós ‘Somos Iguais’ aos instrumentos”, conclui.

 

No nível térreo, serão exibidas fotos autobiográficas inéditas da série de “De Onde (eu) Venho”, que ilustram o processo criativo do artista, registrando seu local de trabalho. Completam a mostra três vídeos do artista feitos especialmente para a ocasião. Munido de uma câmera, Nazareno foi a casas de amigos registrar particularidades de seus ambientes. Os vídeos foram designados pelos nomes dos proprietários das residências. A produção está a cargo de Anderson Eleotério e Izabel Ferreira – ADUPLA Produção Cultural.

 

 

Sobre o artista

 

Nazareno nasceu em São Paulo e passou sua infância e adolescência em Fortaleza. Em 1987, mudou-se para o Distrito Federal, onde concluiu bacharelado em Artes Visuais pela Universidade de Brasília em 1998. A partir do ano seguinte, participou de diversas exposições de destaque pelo Brasil e exterior e foi premiado no Salão de Artes Visuais de Brasília de 2001. Em 2004, lançou o livro “São as Coisas que Você Não Vê que nos Separam” e em 2013 o livro “Num lugar não longe de você”. Possui obras em diversas coleções públicas e privadas. Nazareno é reconhecido por explorar aspectos relativos a memórias, perdas e superações. Também trabalha questões como a impossibilidade de transformação do sujeito frente ao mundo contemporâneo. “Entrar no trabalho de Nazareno é como abrir um álbum de família, em que cada página e cada imagem vem acompanhada de uma narrativa pessoal, transformada pelo tempo e pela memória. Buscando nas raízes profundas de sua própria história e escavando um passado familiar, o artista fala sobre a impossibilidade da recuperação de emoções que pertencem a um tempo antigo”, explica a curadora, Tainá Azeredo.

 

 

Sobre o Oi Futuro

 

O Oi Futuro é o instituto de responsabilidade social da Oi, que desenvolve e apoia programas e projetos nas áreas de educação, cultura e sustentabilidade. O Oi Futuro tem um compromisso com a transformação e com a inclusão social, tendo como missão promover o desenvolvimento humano por meio das tecnologias da informação e da comunicação. Desde 2001, suas ações visam democratizar o acesso ao conhecimento e reduzir distâncias geográficas e sociais, com especial atenção à população jovem.

 

Na educação, os programas NAVE e Oi Kabum! usam as tecnologias da informação e da comunicação, capacitando jovens para profissões na área digital e criativa, fornecendo conteúdo pedagógico para a formação de educadores da rede pública e fomentando o desenvolvimento de modelos inovadores. Já na área cultural, o Oi Futuro mantém dois espaços culturais no Rio de Janeiro (RJ) e um em Belo Horizonte (MG), com programação nacional e internacional de qualidade reconhecida e a preços acessíveis, e o Museu das Telecomunicações nas duas cidades, além de apoiar festivais e projetos em todas as regiões Brasil por meio do Programa Oi de Patrocínios Culturais Incentivados.

 

O programa Oi Novos Brasis reafirma o compromisso do Instituto no campo da sustentabilidade, com o apoio e o desenvolvimento de parcerias com organizações sem fins lucrativos para a viabilização de ideias inovadoras que utilizem a tecnologia da informação e comunicação para acelerar o desenvolvimento humano. O esporte completa o seu escopo de atuação apoiando projetos aprovados pelas Leis de Incentivo ao Esporte, tendo sido a Oi a primeira companhia de telecomunicações a apostar nos projetos socioeducativos inseridos na Lei Federal.

 

 

De 14 de abril até 1º de junho.

Isabel Ramil no Santander Cultural

Espaço que contribui há mais de década para a divulgação da arte contemporânea no circuito de Porto Alegre, RS, o Santander Cultural iniciou sua programação de exposições para 2014. Com a primeira das quatro mostras do “Projeto RS Contemporâneo”, que destaca a produção de jovens artistas, a instituição abre um calendário que ainda contará com Vik Muniz e uma homenagem à memória do escritor Moacyr Scliar.

 

A exposição “A Dimensão Lírica das Coisas” apresenta a produção recente de Isabel Ramil. O curador Gilberto Habib selecionou trabalhos que, ao mesmo tempo em que demonstram a diversidade de linguagens de uma artista em formação (fotografia, vídeo, gravura, desenho e áudio), têm em comum referências de infância e família. É o caso de “Implacável”, instalação composta por áudio e 25 fotos que a artista registrou nas ruas de Rosário do Sul, RS, cidade de seus avós. Nesse trabalho, Isabel Ramil compõe cenas a partir de uma série de lugares que são igualmente identificados por placas de sinalização, criando uma espécie de jogos de metalinguagem. O folder da exposição traz uma foto de Isabel Ramil em performance na qual representa o escritor Marcel Proust na pose que foi pintado por Jacques-Emile Blanche.

 

O RS Contemporâneo ainda apresentará a produção dos artistas Daniel Escobar, Romy Pocztaruk e Ismael Monticelli.  Seguindo com sua programação, em 21 de maio o Santander trará uma exposição que já se candidata a figurar entre as principais do ano em Porto Alegre: Vik Muniz, um dos nomes brasileiros mais requisitados no exterior, apresentará 45 trabalhos produzidos desde os anos 1980. O artista é conhecido por usar materiais e imagens de todo tipo, de lixo reciclável a recortes de revistas. Destacando colagens e fotografias, será a primeira individual de Vik em Porto Alegre.

 

 

Até 04 de maio.

José Guedes na Galeria Lume

04/abr

Galeria Lume, Itaim Bibi, São Paulo, SP, abriu a exposição “Amarcord”, individual de José Guedes, com curadoria de Paulo Kassab Jr. Composta por 10 obras entre esculturas, vídeos e uma intervenção, o artista mostra trabalhos de diferentes períodos de sua carreira, expondo uma história quase autobiográfica.

 

A obra de José Guedes se comunica pelo não dizer, no qual os acontecimentos persistem pela insinuação, e não a especificidade. Entre algumas obras expostas: balões de diálogos pintados em têmpera (sobre PVC) – onde a pintura oculta a linguagem e nos conta uma história diversa, no intuito de falar sentimentos ou expressar a imaginação do espectador -, um relógio – que marca as horas em uma ordem nunca vista, trazendo ao público o universo de Guedes, no qual as coisas seguem padrões distintos daqueles aos quais nos acostumamos -, um livro – que não se deixa abrir, encerrando-se em si mesmo e fazendo referência aos livros soltos em nossas prateleiras, à espera por serem lidos -, além da obra “Fábula de um Arquiteto” – por meio de uma estrutura de quadros, espaços geométricos pintados com tinta acrílica vermelha escondem frases do poema homônimo de João Cabral de Melo Neto.

 

“Amarcord” revela e reconstrói a realidade do artista, ajustando-a a seus critérios estéticos e criando novos significados, os quais são, comumente, críticas à nossa sociedade. Em toda sua obra, José Guedes nos propõe uma infinidade de possibilidades, em um mundo onde o tempo no relógio é outro, as formas de enxergar são diferentes, e as cores versam – sincronia entre a tinta e o verso. “Foram-se os sons, restaram as cores e as formas, das letras ficaram as referências, o tempo mudou de lugar. Mesmo onde não há a palavra, pode haver poesia.”, conceitua Paulo Kassab Jr. A coordenação é de Felipe Hegg.

 

Até 1º de junho.

Afinidades – Raquel Arnaud 40 anos

03/abr

Presente na arte nos últimos 40 anos, período em que o circuito foi se profissionalizando, a marchand Raquel Arnaud foi uma das pioneiras na descoberta e promoção de nomes e movimentos hoje icônicos na cena artística. Ela soube usar sua atuação no então tradicional mercado de arte para construir as transições da arte moderna, passando pelos seus descendentes, até vigorosa atividade com os contemporâneos. A exposição retrospectiva, no Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, que comemora os 40 anos de trabalho de Raquel Arnaud, conta com 116 obras de 45 artistas diferentes que estiveram com a marchand nesses anos. Paralelamente, Raquel Arnaud abriu exposição “Trajetória” em sua galeria.

 

A mostra busca apresentar o seu percurso, por meio de obras provenientes de várias coleções capturadas por seu olhar afinado ao longo deste período, que se constituem hoje em trabalhos históricos e referências da produção atual. Muitas histórias estão contidas nestas obras, como a de Lygia Clarck, que até a sua morte trabalhou com Raquel. Em uma exposição da artista realizada em 1982 na galeria então situada na Av.9 de julho, Lygia apesar de elogiar a montagem, disse a Raquel que não se considerava mais artista, mas psicoterapeuta e, portanto, não iria nem à abertura. “Eu insisti, ela veio, entusiasmou-se e se esqueceu de que “não era mais artista”, lembra com humor a marchand.

 

Ainda neste mesmo endereço, Raquel fez, em 1981, a primeira exposição de jóias da “Marquesa de Sade “do Tunga e, em 1985, a “Xifópagas Capilares”, com as marcantes “tranças”, esculturas em cobre e latão que imitam cabelos. A localização da galeria permitia que as tranças conectadas, saíssem do espaço da exposição pela Avenida 9 de Julho, passassem pela Rua João Cachoeira e voltassem pela Joaquim Floriano. Foi um acontecimento tanto para os visitantes como para os transeuntes.

 

Assim muitas histórias saborosas se passaram desde quando Raquel começou, ao dirigir a Galeria Global, na década de 70, depois de trabalhar no MASP junto ao Professor Bardi. Nesta época, a marchand já celebrava a geração seguinte ao modernismo. Assim nomes como Mira Schendel, Ligia Pape e Amilcar de Castro, além de Lygia Clark, formavam o universo das exposições por ela aí organizadas, ou em seu Gabinete de Artes Gráficas, fundado em parceria com Mônica Filgueiras. Nesta época também obras como as de Sergio Camargo, Franz Weissmann, Tomie Ohtake, Willys de Castro, Hercules Barsotti, Arthur Luz Piza, Anna Maria Maiolino, Carmela Gross, Julio Le Parc e Leon Ferrari figuravam na programação dos dois espaços.

 

Já no final dos 70 e começo dos 1980 as suas apostas em jovens como Tunga, Waltercio Caldas, José Resende e tantos outros são bons exemplos de sua sensibilidade em vislumbrar novas potências na arte. Uma resposta de Raquel a Rodrigo Naves em seu livro editado pela Cosacnaify já demonstra este seu olhar para o futuro: “O que conta para mim, é poder defender amanhã aquilo que vendi ontem”. A declarada admiração de Raquel pela marchand Denise René, fez com que ela estivesse muito ligada a esta última, precursora da difusão da arte cinética. Ao envolver artistas europeus e latino-americanos, este movimento fortificou a afinidade entre as duas, até a morte de René em 2012, trazendo para a galeria brasileira alguns nomes referenciais do cinetismo, como Cruz-Diez e Jesus Soto.

 

Raquel tinha a obstinação pela qualidade da arte, e na forma de atuação de um galerista – influir nas coleções e difundir os artistas. Foi com esta prática que colaborou para ampliar a gama de colecionadores brasileiros, inclusive se orgulha de ter colaborado com a formação de muitas coleções nacionais e internacionais.

 

A exposição será acompanhada de um catálogo bilíngue editado pela Cosacnaify. Com textos e imagens, tem tiragem de 3.000 exemplares.

 

 

Exposição: “Afinidades – Raquel Arnaud 40 anos”.

Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP.

Até 04 de maio.

 

Exposição: “Trajetória”

Galeria Raquel Arnaud, Vila Madalena, São Paulo, SP.

Até 03 de maio.

Sala Permanente Tomie Ohtake

01/abr

O Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, passará a contar com uma sala constantemente dedicada a recortes da produção da artista que o empresta o nome. A série de exposições buscará renovadas análises, interpretações e possíveis arranjos expositivos das obras desses 60 anos de produção de Tomie Ohtake.

 

Para dar início a esse projeto, “Tomie Ohtake – Litogravuras”, curada por Agnaldo Farias e Paulo Miyada (Núcleo de Pesquisa e Curadoria), destaca o trabalho da artista na técnica que ela explorou durante poucos anos de sua carreira, no início da década de 1970, intercalando com a experimentação em serigrafia.

 

Ainda que na trajetória de Tomie a pintura tenha lugar de destaque por sua grande produção e constante renovação, a gravura tem sido uma constante na pesquisa da artista, que, com litogravuras, participou de duas importantes mostras que discutiram a técnica e seus métodos de impressão. Grafica D’Oggi, 1972, na ocasião da 36ª Bienal de Veneza e Bienal de Gravura de Tóquio, 1974/1978 contaram com conjuntos de gravura notáveis pela riqueza gráfica, pelo emprego inusual das cores e pela combinação de formas e texturas idiossincráticas.

 

Na presente exposição, essas gravuras foram reunidas e apresentadas junto aos estudos feitos pela artista para desenvolvê-las. Assim, alarga-se o campo de reflexão aberto na exposição “Influxos da Forma”, de 2013, primeira mostra pública dos processos criativos da artista. Entre estudos, projetos e resultados, estão a materialidade bruta da pedra de gravação e a contribuição do técnico gravador. Além desses resultados, estão os aprendizados e provocações que Tomie Ohtake leva da prática com a gravura para suas pinturas. Fica claro o compromisso com o projeto, a apropriação sutil de texturas e cores selecionadas em revistas e papéis coloridos e a delicadeza necessária para transpor para o papel da gravura as composições encontradas nas colagens de forma fluida e orgânica.

 

O público notará que a litogravura de Tomie Ohtake aproveita-se de todo o repertório gráfico disponível nessa técnica, que durante décadas foi vastamente explorada como método de reprodução em larga escala – criando soluções para abrandar as marcas das pedras, afinar acertos de registro e preparações cromáticas.

 

 

Até 11 de maio.

Iberê: anos 80

Entrou em cartaz a mostra “Iberê Camargo: as horas [o tempo como motivo]”, na Fundação Iberê camargo, Porto Alegre, RS. Com curadoria do filósofo e crítico de arte Lorenzo Mammì, a exposição joga luz sobre a produção do artista durante a década de 1980, em um ponto de virada de sua produção, quando Iberê insere as primeiras figuras humanas em sua obra. Esses elementos passam a estabelecer novas dinâmicas em seus quadros, configurando o espaço pictórico como um lugar fora do tempo, de simultaneidade entre memórias e presente. Entre os carretéis e a produção tardia das idiotas e dos ciclistas, desponta um Iberê de cores fortes e de figuras abundantes, que reflete sobre o seu lugar no tempo e sobre o lugar do tempo na obra.

 

As figuras de Iberê, frequentemente autorretratos, olham ora para os objetos, ora para fora do quadro, estabelecendo novas tensões internas às telas. O gesto não está só na marca deixada na tinta, mas está ele também representado. Agora, o artista não pinta somente meras lembranças, pinta a si mesmo junto a elas, colocando-se também em cena. Essa é uma presença angustiada, como fica evidente nos nomes de algumas obras, como Grito (1984) e Medo (1985).
É nessa década que se dá também a consagração de Iberê Camargo como um dos grandes artistas brasileiros – ele alcança grande valorização no mercado e serve de referência para a geração de artistas responsáveis pela “volta à pintura”.  Por isso, a exposição também traz notícias de jornais pertencentes ao acervo documental da Fundação, mostrando como o artista era retratado pela mídia da época e contextualizando o recorte de obras apresentado.

 

Cabe ressaltar, ainda, o novo fôlego de produção literária que acompanha essa mudança na pintura de Iberê: o artista trabalha nas prosas autobiográficas reunidas posteriormente em Gaveta dos Guardados e publica, em 1988, No andar do tempo, em que resgata contos antigos e apresenta novos, colocados lado a lado como as figuras nos quadros, em uma revisão e atualização do passado em sincronia com o presente. O curador chama a atenção para o conto O relógio, de 1959, em que o personagem vasculha obsessivamente uma latrina, fascinado pelos objetos do passado que encontra e com a própria matéria em decomposição. Uma analogia aos quadros da época: os elementos do passado e do presente mesclados, sobrepostos, em uma massa de memória e de tempo.
A exposição acontece no 2º andar da Fundação Iberê Camargo.

 

 

Até 09 de novembro.

Krajcberg

Às vésperas de completar 93  anos de idade, Krajcberg continua criando e inovando sempre.  Tendência nas feiras de arte internacionais de levar apenas um artista para as feiras, ou seja, fazer uma individual, a Galeria Marcia Barrozo do Amaral levará para a SP Arte, obras impactantes de Frans Krajcberg, artista que a galerista representa com exclusividade. Entre eles, os relevos de parede da série “Sombra”, e esculturas que foram produzidas recentemente, entre os anos de 2012 e 2013. Marcia também apresentará papéis de diversas épocas, inclusive dos trabalhos produzidos em  Ibiza, nos anos 70, que receberam o Prêmio de pintura da Bienal de São Paulo, e, no ano seguinte, o grande prêmio da Bienal de Veneza.

 

 

De 03 a 06 de abril.