Isaque Pinheiro em Lisboa

19/fev

Isaque Pinheiro realiza exposição individual na Galeria Caroline Pagès , Lisboa, Portugal. A exposição  denomina-se “Memória” e nela, Isaque Pinheiro apresenta uma série nova de trabalhos cujo conjunto é, no mínimo, surpreendente. Desde os gigantescos dardos feitos de madeira nobre e metais ricos e de ressonância simbólica, como o latão ou a prata, até aos alvos encontrados, à maneira de Max Ernst nos singulares desenhos que a própria natureza fez no interior escondido das árvores, passando por uma gigantesca colagem cujas sucessivas camadas produzem todo um conceito de escultura bidimensional até a um imaginoso vídeo que retoma a temática desta última e a reconstrói num processo quase alucinatório que lhe multiplica os sentidos, todas estas novas obras convergem juntas numa quase instalação que multiplica o espaço que integram de coordenadas conceptuais surpreendentes, e em que as obras por si mesmas são como que partes de um todo, idealmente impossível de separar, mesmo se funcionam também cada uma delas separada das restantes.

 

 

Até 29 de março.

 

Fonte: Galeria Laura Marsiaj

Uma seleção de Anita Schwartz

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a exposição coletiva “Éter”, com 24 obras de 17 artistas representados pela galeria, sendo três delas – dos artistas Gustavo Speridião e Otávio Schipper – inéditas. As demais obras foram produzidas entre 1999 e 2013, em diferentes técnicas e suportes, como pintura, desenho, escultura, instalação e site specific.

 

“Éter é uma reunião de obras do acervo que preenchem delicadamente o espaço da galeria. Na mostra, encaramos o desafio de selecionar trabalhos que se confundem com o ambiente expositivo, seja por transparências, reflexões ou camuflagens. Por isso, o título da exposição se refere ao éter, no sentido de uma substância hipotética, menos densa que o ar, que já se acreditou ocupar todo universo”, afirma Anita Schwartz.

 

A mostra, que ocupará todo o espaço expositivo da galeria, terá obras dos artistas Abraham Palatnik, Ana Holck, Angelo Venosa, Antonio Manuel, Carla Guagliardi, Carlos Zílio, Claudia Bakker, Daisy Xavier, Estela Sokol, Everardo Miranda, Gustavo Speridião, Ivens Machado, Nuno Ramos, Otavio Schipper, Sabrina Barrios, Waltercio Caldas e Wanda Pimentel.

 

Os trabalhos são muitas vezes tão sutis que exigem do espectador uma atenção, uma entrega do olhar. “A exposição busca encorajar os visitantes a contemplarem as obras, propondo um novo olhar sobre o espaço”, diz a galerista.

 

 

O espaço

 

Ao construir em 2008 seu novo espaço, com projeto do arquiteto Cadas Abranches, Anita Schwartz mudou o patamar das galerias de arte na cidade. Com cerca de 800 metros quadradas, o espaço moderno passou a ser um local privilegiado para as artes visuais no Rio de Janeiro. O projeto arquitetônico foi totalmente pensado para abrigar uma galeria, iniciativa pioneira na cidade. O cuidado com que se cercou essa construção é visível nos mínimos detalhes. Absolutamente tudo foi pensado para deixar o artista confortável em apresentar seu trabalho em qualquer formato ou suporte.  O conceito de “cubo branco”, ou seja, um espaço neutro que não interfira com a obra de arte, é o centro do projeto.  Com mais de sete metros de altura de pé direito, a sala principal tem 140 metros quadrados de área, permitindo a colocação de obras de arte em tamanho monumental.  Ainda no térreo, há uma sala multiuso, que permitirá desde trabalhos em papel a vídeos. No terceiro andar, mais um generoso espaço expositivo, e um terraço com piso de madeira.  Ainda no terraço, um contêiner com 20 pés que abriga videoinstalações.

 

 

Até 12 de abril.

BRICS no Oi Futuro

17/fev

O Oi Futuro, Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, abre ao público “BRICS”, mostra com a produção de vídeo e fotografia de artistas contemporâneos dos cinco países que formam o bloco com as maiores economias emergentes da atualidade: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A mostra tem curadoria de Alberto Saraiva, curador de Artes Visuais do Oi Futuro, e de Alfons Hug, diretor do Instituto Goethe no Rio de Janeiro, e Co-curadoria de Sarat Maharaj (África do Sul), Gao Shiming (China), Joseph Backstein (Rússia), Bose Krishnamachari (Índia).

 

A mostra foi organizada para responder às expectativas geradas pelas conquistas políticas e econômicas desses cinco países, que hoje representam 40% da população mundial, no campo da arte e da cultura. Obras do brasileiro Silvino Santos (“No paiz das Amazonas”, 1921) trazem visões importantes de questões sociais, já consideradas polêmicas quando foram filmadas e que se mantêm atuais – estão ao lado da produção recente de artistas nacionais como Paulo Nazareth e Juliana Stein, que integraram a Bienal de Veneza em 2013, Cao Guimarães e Romy Pocztaruk.

 

Entre os chineses, estão Ip Yuk-Yiu, Chen Chieh-Jen, Cao Fei, Yang Fudong, e Gao Shiqiang, cujas obras refletem uma nova poética a partir das transformações sociais do país. A Rússia é representada por Haim Sokol, Elena Kovylina e Roman Mokrov. Vivek Vilasini, SarnathBanerjee e Navin Rawanchaikul trazem à cena representações de uma nova Índia. “My Fitzcarraldo”, do cineasta e diretor teatral alemão Christoph Schlingensief, documenta filmagens que realizou em Manaus. Obras dos sul-africanos Donna Kukama e Mikhael Subotzky completam a mostra.

 

Mostra é resultado de dois anos de pesquisa

 

Os curadores Alberto Saraiva e Alfons Hug pesquisaram por dois anos e fizeram várias viagens aos países do BRICS, para conhecer de perto a produção contemporânea recente de vídeo e fotografia e selecionar o material da mostra. Para o co-curador Alberto Saraiva, “a mostra no Oi Futuro é uma oportunidade de o público brasileiro conhecer o trabalho de importantes nomes da arte contemporânea internacional sob um recorte inédito e instigante, que mostra por que esses artistas estão hoje na vanguarda mundial”. Depois da estreia no Oi Futuro no Flamengo, Saraiva pretende levar a exposição para os outros países do bloco emergente. “A meta é que seja uma mostra itinerante, que contribua para o intercâmbio de experiências entre artistas de cada local”, afirma.

“Se, há cem anos, Berlim, Paris e Moscou formavam o epicentro da modernidade e, a partir do século XX, Nova York passou a dar o tom, é possível que os países do BRICS passem a ser os novos indicadores dos caminhos da cultura”, diz Hug. “Essas perspectivas em si já são suficientes para justificar um projeto BRICS. Além disso, este grupo de países também goza de destacada prioridade na política cultural internacional”, completa o co-curador.

 

Para Alfons Hug, a contraproposta dos artistas tem início, não raramente, na busca de um material “orgânico, não-espetacular, quase precário”. “Se o marketing das cidades do BRICS revela as reluzentes superfícies das novas metrópoles como o mais amplo panorama da renovação urbana, a arte dedica-se à morfologia da alma e ao destino de cada um”, diz. Na visão de Hug, raramente, no modernismo, e apenas em poucos locais fora deste grupo de países, as pessoas são conduzidas para tão perto dos limites do que se pode suportar física e psiquicamente. “No turbilhão de concreto, vidro, fuligem e barulho que transforma o homem em pequenina peça anônima em meio à massa, a arte é capaz, com sua imperturbável percepção da diferença, de dar forma e voz ao indivíduo.

 

 

De 17 de fevereiro a 06 de abril.

Janaina Tschäpe na Fortes Vilaça

A Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, apresenta a exposição “The Ghost in Between”, na qual Janaina Tschäpe, artista residente em NY, mostra seu mais recente filme. Produzida na Amazônia e apresentada em forma de dupla projeção, a obra enfoca o olhar romântico sobre um mundo a desbravar das viagens científico-exploratórias do século XVIII e XIX. A prática do vídeo e da fotografia é paralela à pintura e ao desenho no desenvolvimento da poética de Tschäpe. As diferentes mídias se influenciam permanentemente. Dentro destes quatro campos, ao longo dos anos, a artista recorreu diversas vezes à mitologia e à literatura em contraponto às descobertas da ciência para criar seres fantásticos, células e plantas fictícias, em um universo onde o real e o imaginário coabitam. O título do filme alude a um costume brincalhão dos habitantes do alto Amazonas de procurarem fantasmas em fotografias. Segundo eles o fantasma fica no limite entre o começo da vegetação ribeirinha e o seu próprio reflexo no rio. Para os povos indígenas que formam a base da população local, o mundo invisível é tão real quanto o visível e isto informa a rica e híbrida mitologia amazônica.

 

“The Ghost in Between” propõe uma viagem subjetiva ao flertar com a ideia romântica da busca pelo desconhecido. Vemos uma mulher navegando pela paisagem, refletida num Rio Negro imóvel e espelhado. A imagem vai se tornando abstrata, como as manchas simétricas do teste psicológico de Rorschach, e assim o mundo conhecido abre espaço para a existência de seres místicos. A mulher se metamorfoseia em menina e em criatura e volta a ser mulher. Há cenas povoadas por crianças e seres antropomórficos que ora permanecem imóveis, como em documentos etnográficos, e ora interagem com a natureza em cenas justapostas às sequências de paisagem. Em narrativa ambígua, por vezes beirando a exploração do exótico, a artista subverte e questiona precisamente o lugar de quem observa e é observado. O mundo imaginário e fantasioso, embebido de um velado romantismo ingênuo  nos leva a um lugar onde nada pode ser definido de fato, o lugar onde fantasmas habitam.

 

 

Sobre a artista

 

Janaina Tschäpe nasceu em Munich, Alemanha em 1973. Entre suas exposições individuais destacam-se Quimera no IMMA – Irish Museum of Modern Art, 2008; em 2009 a Trienal do Centro Internacional de Fotografia, Nova York e Museu de Arte Kasama Nichido, Japão. Já participou de exposições coletivas no MAC USP, São Paulo; MAM, Rio de Janeiro; LiShui Museum of Photography, China; New Museum, Nova York; Guggenheim Museum, New York entre outras.  Sua obra está em importantes coleções tais como Itaú Cultural, São Paulo, Brasil; Moderna Museet, Stockholm, Suécia; Inhotim Centro de Arte Contemporânea, Minas Gerais, Brasil; Centre Pompidou, Paris, França Museu Nacional Centro de Arte Reina Sophia, Madrid, Espanha.

 

Até 15 de março.

Fernando Zarif: temporada-relâmpago

Treze obras e uma performance compõem a temporada-relâmpago de mostra dedicada a Fernando Zarif (1960-2010). Trata-se de criações do artista que vão ocupar o MAM-RIO, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, de quinta (20) a domingo (23). Morto em 2010, aos 50 anos, Fernando Zarif nunca se preocupou muito em divulgar sua obra. Realizou apenas nove individuais, pouco diante de intensa vida intelectual: sua casa foi ponto de encontro de artistas como Tunga, Lenora de Barros e Jac Leirner, entre muitos outros. Sua rica produção, de cerca de 2 000 obras, nos mais variados suportes e técnicas, está sendo catalogada pela família. Trezentas delas compõem o livro “Fernando Zarif – Uma Obra a Contrapelo”, organizado pelo artista José Resende, que será lançado na abertura, quinta (20), no Museu de Arte Moderna. No mesmo dia, a instituição inaugura a temporada-­relâmpago de uma mostra com treze criações de Zarif, entre desenhos, telas, colagens e objetos, no foyer. Na abertura, entre 18h e 21h, e no sábado (22), das 16h às 18h, o espaço será ocupado por uma reconstituição da última performance do artista, realizada no Rio há cinco anos – agora conduzida pela atriz e diretora Bia Lessa, sua filha, Maria Borba, e amigos de Zarif. Nela, os espectadores são convidados a folhear os cadernos que o artista recheou de textos, ilustrações e colagens.

 

Fonte: Rafael Teixeira-VEJA-Rio

Nuno Ramos na Caixa Cultural/Rio

As obras de Nuno Ramos costumam provocar reações variadas, mas nunca indiferença. Assim aconteceu com “Bandeira Branca”, na 29ª Bienal de São Paulo, trazia três urubus em um enorme viveiro e despertou a fúria de defensores de animais. Ainda em 2010, o artista levou ao MAM-Rio “Fruto Estranho”, instalação de 10 toneladas na qual restos de árvores sustentavam dois aviões revestidos de sabão. Na individual em cartaz na Caixa Cultural, Galeria 4, Centro, Rio de Janeiro, RJ, a surpresa da vez é “Hora da Razão”, resultado de doze horas de árduo expediente repetido por treze dias. O trabalho reúne três estruturas de vidro cobertas por cerca de 300 quilos de breu derretido. Sob as formas geométricas vazadas, além da massa de aspecto orgânico, vivo, que escorre, monitores de vídeo exibem o músico Rômulo Fróes, o artista plástico Eduardo Climachauska e a cantora Nina Becker interpretando o samba “Hora da Razão”, do baiano Batatinha (1924-1997). Completam a mostra 78 belos desenhos inéditos da série Munch. Criados com folhas de ouro, prata e bronze, tinta a óleo e carvão sobre papel, inspirados na produção do pintor norueguês Edvard Munch, os quadros homenageiam a mãe do autor, a historiadora Dulce Helena Pessoa Ramos, falecida em 2011.

 

 

Até 09 de março.

 

Fonte: VEJA-Rio

IWAJLA KLINKE EM SÃO PAULO

14/fev

Coerente em sua proposta de apostar em projetos de artistas residentes, que desafiam pelas temáticas e limites da representação, além de iluminar a questão do gênero, o Transarte, São Paulo, SP, realiza sua segunda exposição com obras de Iwajla Klinke.

 

A artista alemã, que nasceu em 1976 e mora em Berlim, reúne nesta mostra alguns trabalhos de suas expedições pela Europa, Canadá e Brasil realizados em 2013. O núcleo brasileiro – inédito – apresenta séries de retratos e composições de elementos da natureza que a surpreenderam. Usando a fotografia pura, sem luz artificial e sem manipulação digital, ela evidencia a sua lente Cult. “Iwajla negocia, com o delírio e a fantasia, sua maneira realista e despudorada de transgredir”, afirma Maria Helena Peres, idealizadora e diretora do espaço Transarte.

 

Sua obra, tão particular quanto a sua figura, já que Klinke é andrógina, estabelece relações do humano e da natureza com o sagrado. Sua forma de retratar pessoas, como a realizada no Brasil, conforme escreve Jorge Colli, “faz com que as imagens cheguem ate nós como vindas de um sonho embebido em espiritualidade”. Já nas chamadas “naturezas mortas” que produziu também por aqui, ela lança mão de pedaços de frutos, alimentos e plantas ao redor, para ali mesmo retirar toda a exuberância destas formas orgânicas que a provocaram. “Elas se organizam como as de Eckhout, um Eckhout convertido, católico, e tomado pela mística de Zurbarán”, escreve o crítico.

 

Com fundo neutro, preto ou marron, Klinke usa luz natural para criar efeito sépia remetendo a uma pintura de Vermeer, conforme ressaltou o crítico e colaborador da Art News e do Wall Street International, David Galloway, sobre a mostra da artista em cartaz até março, na galeria Voss, em Dusseldorf. “O que também parece irradiar em suas sobras é uma luz interior, espécie de epifania profundamente enraizada nos rituais cujas origens podem ter sido esquecidas, mas cuja energia espiritual persiste”, destaca Galloway.

 

Sobre a artista

 

Fotógrafa e cineasta baseada em Berlin, Iwajla Klinke estudou Ciência Política, Estudos Judaicos e Estudos Islâmicos na Universidade Livre de Berlim e trabalhou como jornalista durante muitos anos antes de dirigir seu primeiro filme, “Moskobiye”, em 2004. Seu segundo filme, “The Raging Grannies Anti Occupation Club” (o clube anti-ocupação das vovós enfurecidas), foi lançado para aclamação da crítica em 2007. Com obras no acervo da Saatchi Gallery, em Londres, Klinke, graças a seu interesse pela internet, tem um grande número de seguidores em suas redes sociais.

 

 

De 20 de fevereiro a 11 de junho.

Larry Bell na White Cube/SP

Importante nome da arte contemporânea norte-americana, o artista Larry Bell terá pela primeira vez uma mostra dedicada exclusivamente ao seu trabalho no Brasil na White Cube, Vila Mariana, São Paulo, SP. A mostra, denominada “The Carnival Series”, apresenta séries de  pinturas e esculturas inéditas, além de outros trabalhos produzidos nas décadas de 80 e 90.

 

Bell iniciou sua carreira no começo dos anos 60, quando a cena de artes plásticas americana fazia a transição do Expressionismo Abstrato e o Pop Art para o Minimalismo, e fez parte do movimento “Light and Space” (Luz e Movimento), formado por um grupo seleto de artistas renomados, como Robert Irwing – com quem chegou a ter aulas de pintura em aquarela -, James Turrell, Peter Alexander, Craig Kauffman, John McCracken, Doug Wheeler e Maria Nordman, entre outros. O artista deu os primeiros passos na pintura, mas logo passou a criar colagens usando vidro e espelho, materiais que obtinha em seu trabalho diurno numa loja de molduras. Essas assemblages foram o embrião das chamadas “caixas de sombra”, pequenas instalações que, por sua vez, evoluíram para as “Esculturas em Cubo”, talvez a sua série mais icônica. Durante o processo de produção das faces parcialmente refletivas destes cubos, Bell descobriu uma técnica de revestimento industrial metálica, com a qual conseguia cobrir uniformemente uma superfície de vidro, um tipo de acabamento que subvertia visualmente o volume espacial e a translucidez da escultura. O artista aprimorou ainda mais o método que inventara ao adquirir o seu próprio tanque a vácuo, uma máquina de grandes proporções que possibilitou novas explorações e diferentes maneiras de manipular esse procedimento.

 

Dez obras da famosa série de Bell conhecida como “Mirage Paintings” (Pinturas de Miragem), que consiste em trabalhos compostos por camadas de papéis de origens diversas, películas e tinta acrílica aplicada, integram a mostra em São Paulo. Concebidas a partir do final dos anos 80, as colagens continuam a brincar com temas de ambiguidade espacial e ilusão ótica. As obras ganham suas formas não apenas através da interferência do alumínio na superfície dos materiais, mas também na compressão, absorção e aderência das películas à tela, por meio de um processo de laminação aquecida. A exposição inclui “Spider Web”, a primeira “Mirage Painting” criada por Bell, “Second Chance” e “Leon”, todas de 1988, além de trabalhos mais recentes da série, como “Chequered Demon #193” (1990) e “The Vertical Landscape #192” (1990), nas quais aprofundou a sua experimentação com materiais, a pintura gestual e passou a usar uma palheta de cores mais clara, fatores que elevaram o nível de complexidade das obras.

 

A série de colagens “The Mardi Gras” ou “The Carnival Series”, modo como Bell se refere a elas, são suas mais coloridas e festivas montagens até o momento. Nestes trabalhos, o artista revisita a forma feminina clássica, apresentando a figura sentada de maneira audaciosamente Pop, que ele descreve como carnaval, daí o nome da mostra. Em suas colagens mais recentes, ele apoia-se na linguagem do Cubismo com montagens de bordas sinuosas cortadas que se assemelham à figura feminina ou, talvez, o formato curvado de um violão. Bell repetiu estas formas em três esculturas, suspensas por fios de nylon, feitas com Mylar, uma película de poliéster, revestidas em ambos os lados para criar uma superfície espelhada. Em seguida, ele faz uma espécie de nó com o próprio filme, criando um objeto cinético multidimensional que constantemente reflete e refrata a sempre variável luz natural do espaço que o cerca.

 

 

Sobre o artista

 

Larry Bell nasceu em Chicago, em 1939, e hoje vive e trabalha entre Los Angeles e a cidade de Taos, no Novo México. Suas obras já percorreram diversos museus dos EUA, em mostras individuais, que incluem o Pasadena Art Museum, Califórnia (1972); Oakland Museum of Art, Califórnia, 1973; Fort Worth Art Museum, Dallas, 1975 e 1977; Washington University, Missouri, 1976; Detroit Institute of Arts, Michigan, 1982; Museum of Contemporary Art, Los Angeles, 1986; Denver Art Museum, Colorado, 1995 e o Albuquerque Museum, Novo México, 1997. Mais recentemente, o artista realizou exposições solo no Kunstmuseum Bergen, Noruega, 1998, e no Reykjavik Municipal Art Museum, Islândia, 1998, além de uma retrospectiva no Carré d’Art Musée d’art Contemporain de Nimes, France, (2011. Em 2012, Bell participou da grande mostra coletiva ‘Pacific Standard Time: Art in LA 1945-1980’, sediada no Getty Center, em Los Angeles, que celebrou a arte contemporânea da Costa Oeste americana daquele período. Em outubro de 2014, o Chinati Foundation, em Marfa, Texas, inaugura uma exposição dedicada exclusivamente às grandes instalações de vidro de Larry Bell.

 

 

De 18 de fevereiro a  22 de março.

Krajcberg em Paris

12/fev

Uma escultura de Frans Krajcberg, denominada “Fragmento Ecológico nº5”, datada 1973/1974, faz parte da Coleção Permanente do Centre National d´Art et de Culture George Pompidou, em Paris, desde o final da década de 70. O acervo tem um sistema de rodízio e, atualmente, a escultura encontra-se em exposição. A imagem do espaço expositivo do Centro Pompidou, que ilustra esta nota, é de autoria do próprio Krajcberg. O artista é representado no Brasil pela Galeria Márcia Barrozo do Amaral, Copacabana, Shopping Cassino Atlântico, Rio de Janeiro, RJ.

 

Registro: Lúmen na Casa Daros

11/fev

A Casa Daros, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, apresentou a performance “Lúmen”, do artista João Penoni, dentro da exposição “Le Parc Lumière – Obras cinéticas de Julio Le Parc”. O artista convidou o público a percorrer o circuito da exposição, e na última grande sala escura, onde está suspensa no teto a obra cinética e luminosa “Continuel-lumière au plafond”, realizou a performance “Lúmen”, na qual movimentava-se com o corpo inteiramente coberto por lâmpadas de LED. Há nove anos João Penoni investiga o corpo, e sua relação com o espaço e a luz, e para isso utiliza sua experiência em acrobacia aérea, atividade que pratica desde antes de seus estudos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e de design na PUC Rio, onde se graduou. Em 2012 fez residências e exposições em Londres, e participou do festival Rio Occupation, também na capital inglesa.  No Brasil, tem feito exposições individuais e participado de coletivas.

 

Em “Lúmen” o corpo incorpora a luz e passa a ser “um corpo iluminante”, em um desenvolvimento da pesquisa do artista que antes usava, ao contrário, a claridade externa. Dessa maneira, a “presença viva do artista fica registrada no espaço escurecido da performance”, desenhando e esculpindo em movimento, na penumbra, com a luz de seu próprio corpo, em um diálogo com a obra de Julio Le Parc, que usa a luz, também em movimento. O corpo do artista passa a “iluminar o olhar do espectador”.