Todas as Rosas

10/nov

O Farol Santander São Paulo, Centro, São Paulo, SP, inaugurou a exposição “Rosas Brasileiras”, exibição coletiva inédita que celebra a trajetória da rosa como inspiração artística e parte viva do cotidiano social.

Ao todo, estarão dispostas ao público, cerca de 130 obras de arte e mais de mil objetos diversos que trazem a rosa como personagem principal. Obedecendo a curadoria de Giancarlo Latorraca e Paulo von Poser, e produção da AYO Cultural, a mostra permanecerá em cartaz até 18 de fevereiro de 2024.

A Geometria em Rubem Valentim

09/nov

A Pinakotheke Cultural, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta “Rubem Valentim – Sagrada Geometria”, exposição com curadoria de Max Perlingeiro, e consultoria de Bené Fonteles, artista plástico, poeta e amigo mais próximo de Rubem Valentim, e que o acompanhou por duas décadas, até sua morte.

A exposição celebra este extraordinário artista que fez do sagrado sua vida e obra. São 75 obras, em pinturas e desenhos, e ainda seus “objetos”, com pintura sobre madeira, e um ensaio fotográfico de Christian Cravo, dedicado ao celebrado conjunto com 20 esculturas e 10 relevos brancos chamado “Templo de Oxalá”. Este conjunto, feito por Rubem Valentim em 1974, e pertencente ao Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador, é um dos destaques da 35ª Bienal de São Paulo.

Será exibido, em looping, o vídeo “Rubem Valentim (1922-1991) – Sagrada Geometria”, feito especialmente para a ocasião, com 28’15 de duração, Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador, é um dos destaques da 35ª Bienal de São Paulo.

Até 16 de dezembro.

Obras de Carlos Cruz-Diez

A Carbono, Jardim Paulistano, São Paulo, SP, apresenta até 22 de dezembro, a exposição “Explorando a cor: uma década de prints e múltiplos de Carlos Cruz-Diez”.

No centro da exposição estão as gravuras de Cruz-Diez, uma seleção de 33 obras que encapsulam de forma brilhante seu fascínio da vida toda pela cor como entidade dinâmica e em constante transformação. Usando técnicas meticulosas como serigrafia, litografia e impressão a laser, Carlos Cruz-Diez transformou o plano bidimensional em um parque de diversões para os sentidos. Cada impressão, como um instrumento afinado, envolve o espectador numa sinfonia visual que dança graciosamente diante de seus olhos, explorando as interações entre as cores de uma forma que desafia e encanta a mente.

Renata Cazzani exibe Pulsações Cromáticas

A artista visual Renata Cazzani, apresenta 20 pinturas inéditas com curadoria de Vanda Klabin até 21 de dezembro na Galeria Patricia Costa. A forma como Renata Cazzani decifra a equação entre medida, geometria e cor é uma característica marcante logo percebida em um primeiro contato visual estabelecido com suas telas abstratas, predominantemente de grandes escalas. No entanto, o olhar mais intimista sobre os planos de dimensões generosas, recortados por barras, permite captar detalhes que conduzem a pinceladas que se alternam entre a explosão e a minúcia presente em pequenos pontos de cor. O espectador será convidado a observar essas questões nas pinturas recentes da artista, produzidas entre 2022 e 2023, agora apresentadas na exposição “Renata Cazzani: Pulsações Cromáticas”, que ocupa a Galeria Patricia Costa, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, a partir do dia 21 de novembro. Com uma trajetória artística iniciada aos 16 anos de idade, Renata Cazzani, que já expôs em Nova Iorque e no Toyota Municipal Museum of Art, no Japão, teve como mestres Celeida Tostes e Angelo Venosa, ao ingressar no Parque Lage nos idos dos anos 1980.

“Costumo pensar as cores dos meus trabalhos dividindo os quadros em linhas, sempre com uma forte influência da natureza sobre minhas escolhas e experimentos; busco inspiração nas tonalidades do mar, das plantas e das flores. Nesta nova série, o colorido se faz bastante presente através de uma gama de azuis, verdes e do bordô com suas derivações – algo pouco usado por mim até então -, além de algumas tintas metalizadas. Entre as minhas 20 telas em acrílica desta individual, que vai apresentar também dípticos, as pinceladas estão ainda mais marcantes e perceptíveis, parte de um processo criativo que já vinha acontecendo e ficou mais pronunciado agora”, explica Renata Cazzani.

A palavra da curadora Vanda Klabin

“As obras recentes de Renata Cazzani ganharam autonomia e configuram uma reflexão contínua, um mundo próprio. A tela esticada sobre o seu suporte concentra a ação da utilização de recursos aparentemente tradicionais – telas, tintas e pincéis. Sua gestualidade está diluída nas pinceladas, mas deixa a marca de sua presença, atenuada nos procedimentos que adota para finalizar o seu processo de trabalho e, por vezes, apresenta traços reconhecíveis pela a aplicação da cor em grandes áreas, onde a artista não demonstra receio pelas cores fortes. Podemos observar como a substância cromática ganha espessura no trabalho no seu processo criativo: experimentar é manter viva a capacidade de ser atual e surpreendente, graças a uma espacialidade aberta e uma liberdade oriundas das suas intensidades cromáticas”.

Sobre a artista

Pode-se dizer que Renata Cazzani “debutou” em sua carreira, começando aos 16 anos na arte figurativa, usando tinta a óleo para reproduzir paisagens e regatas, influência da mãe, também pintora. Anos depois, em 1985, iniciou-se na pintura abstrata, usando colagens e materiais diversos, como jornal e areia aplicados sobre a tela. Foi o ponto onde seus pincéis “abstraíram totalmente”, segundo suas próprias palavras. Chegou a produzir esculturas em bronze em um curso com Hélio Rodrigues. Mas foi em 1988, ao ingressar no Parque Lage no Curso de 3D com Celeida Tostes, Avatar de Moraes, João Goldberg e Angelo Venosa, que travou um embate entre a pintura e as instalações que fervilhavam naquela época. Resolveu, então, trabalhar com objetos que buscava no cotidiano: canos de PVC, tecidos em malha, tapetes emborrachados e vassouras, procurando nas lojas de ferragens o que seria transformado em “readymade art” nas suas mãos. Participou, inclusive, de uma coletiva na EAV/Parque Lage com uma instalação em malha. Já nos anos 2000, voltou a pintar e não parou mais, redescobrindo o prazer em manipular tintas e “assumindo” de vez a paixão que nutre pela pintura até hoje. Os principais suportes usados por Renata Cazzani são telas de chassis em madeira com espessuras diferentes e tinta acrílica sobre tela e sobre papel. Sua primeira individual aconteceu na Galeria Contemporanea, em 1990, com quadros mais matéricos. Posteriormente, realizou outras exposições em galerias, museus e centros culturais igualmente conceituados: Museu Nacional de Belas Artes, Galeria Anita Schwartz, Galeria de Arte Ipanema, Centro Cultural Candido Mendes, no Rio de Janeiro; Mônica Filgueiras Galeria de Arte (São Paulo), para citar alguns. Fora do Brasil, participou de coletivas em Nagoya, Nova Iorque e Londres e também de duas individuais (Toyota e NY).

Novas pinturas de Helena Carvalhosa

07/nov

A Galeria Marcelo Guarnieri, Jardins, São Paulo, SP, apresenta, de 18 de novembro a 20 de janeiro de 2024, “Tinha uma saia rodada e um galope na cabeça”, segunda mostra da artista Helena Carvalhosa na unidade de São Paulo. A exposição reúne um conjunto de pinturas, objetos e cerâmicas produzidas pela artista durante os últimos anos que dão conta de evidenciar sua íntima relação com a poesia. “Tinha uma saia rodada/E um galope na cabeça/O galope virou trote/E passo a passo/ caminho”. Helena Carvalhosa dá forma às suas imagens também através da palavra, reanimando memórias afetivas e reconstruindo, dentre outras arquiteturas, espaços domésticos e jardins. Suas pinturas de jarros de flores, galhos, cadeiras e passarinhos se confortam nas pequenas dimensões de suas telas, assim como os objetos com os quais escolhe trabalhar, coisas que podem caber dentro das mãos. A artista se vale do ritmo de seus poemas, por vezes também curtos, para pensar em sínteses: figuras que se resolvem em pinceladas soltas, descrições abertas, assemblages que rimam. “Eu pinto um ar que me habita”, define a artista. A inauguração desta exposição marca também o lançamento de seu livro de poemas “Tinha uma saia rodada e um galope na cabeça”, publicação que conta com texto de apresentação do artista Paulo Pasta e posfácio do curador Marcelo Salles.

Em “Tinha uma saia rodada e um galope na cabeça”, um centenar de pinturas compõem o espaço como uma espécie de álbum de recordações, cenas banais que adquirem valor pelo equilíbrio entre a simplicidade da abordagem temática e manejo sofisticado do uso da cor. Como observa Paulo Pasta em seu texto de apresentação “Para isso ela se vale desse lugar indefinido entre a figuração e abstração, entre ser e parecer, como também do emprego de relações cromáticas, vivas e sutis, destacando suas possíveis harmonias, e – com coragem, também suas notas dissonantes. Suas pinturas fazem uso igualmente de um claro sentido planar, matisseano, que, a exemplo do ensinamento do mestre, buscam um olhar novo e fresco sobre as coisas.” Complementado essa extensa coleção de imagens, incorporam-se os seus objetos, arranjos entre elementos aparentemente díspares que, ao serem combinados, ressignificam, convidam a leituras múltiplas enquanto poemas tridimensionais. “E, penso mais, que depois de um tempo o poema de Helena é ainda mais potente. A imagem mental que se constrói é tão poderosa e menos literal que sentimos pena das belas e frágeis contas negras, envoltas numa transparência gelatinosa, emolduradas por tons alaranjados que cumprem uma efêmera existência.”, conclui Marcelo Salles.

Desde o final da década de 1970 Helena Carvalhosa explora o campo tridimensional por meio de uma investigação sobre as formas e os significados gerados a partir de associações improváveis entre objetos encontrados, tais como potes de vidro, pedaços de madeira, peças de ferro retorcido e molas. O interesse da artista por tais objetos passa não somente pela particularidade de sua composição material e visual, seus significados e usos, mas também pelo vínculo afetivo que possui com cada um deles e com a possibilidade de conservarem histórias. A partir da segunda metade dos anos 1980, Helena Carvalhosa desenvolve, em paralelo, um trabalho em pintura, onde explora a ambiguidade das formas a partir da observação do mundo ao seu redor, desde paisagens até cenas interiores.

Sobre a artista

Helena Carvalhosa nasceu em 1938 em São Paulo, onde vive e trabalha. Iniciou seus estudos em artes na Escola Brasil em 1970 e em 1977 formou-se em Artes Plásticas pela FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado). Ainda no final da década de 1970 estudou na New School of Arts, em Nova York e desde os anos 1980 vem fazendo cursos e sendo orientada por artistas como Hélio Cabral, Nelson Nóbrega, Paulo Pasta e Sara Carone. Sua produção transita entre a pintura, a escultura, o desenho e o objeto. O início de sua carreira foi marcado pela participação na “Mostra de Escultura Lúdica” em 1979 no MASP, que contou com artistas como Palatnik, Tomie Ohtake, Leon Ferrari e Guto Lacaz. Na ocasião, a artista expôs “Estruturas Mutantes”, duas peças formadas por tecido, ferro e isopor que remetiam à forma de um casulo e que podiam ser vestidas e transformadas pelo público. A escolha por materiais acessíveis, de uso cotidiano, é ampliada em “O objeto reinventado”, exposição que ocorreu no SESC Pompeia em 1992 e que reuniu assemblages formadas por objetos descartados, já gastos por outros usos. Sobre aquela produção de Carvalhosa, o crítico Pietro Maria Bardi escreveu: “Com o máximo de simplicidade, Helena demonstra, através da combinação de formas, que aquilo que está ao nosso redor pode ser motivo de fruição estética”. No ano seguinte participou da coletiva “Objeto. Objeto-Livro. Fotografia” na Pinacoteca de São Paulo. Segundo a crítica Maria Alice Milliet, em texto de 1993: “Os objetos de Helena pertencem ao universo feminino da sedução, do jogo de aproximações que transforma o banal em inédito, do encantamento surpreendido no arranjo das coisas inúteis cuja gratuidade retém um frescor derivado da fantasia. Atestam a possibilidade de criar a partir do encontrável, do desprezível, de restos e sobras.” Em 1998, Carvalhosa retorna à Pinacoteca para ocupar um dos “vãos livres” do edifício com “O Caminho: Instalação com Flores”, composta por móveis antigos, fotos de família, vasos, quadros e peças em porcelana, propondo uma reflexão sobre as fases da vida e a passagem do tempo. Em paralelo ao seu trabalho com o campo tridimensional, Helena Carvalhosa desenvolve, desde a segunda metade dos anos 1980, uma produção em pintura. Em seus primeiros anos, centrou-se em paisagens e retratos através do uso mais despojado da pincelada, e a partir de 2005 dá início à transição de sua pintura para uma abordagem mais sintética da composição. Segundo o jornalista Antonio Gonçalves Filho, essas pinturas são “quase um diário íntimo sem compromisso com o tempo, como nas composições intimistas de Morandi, feitas de cores sóbrias e perfeito equilíbrio tonal”. Nelas, a artista ainda mantém o seu interesse pelos objetos, agora amalgamando-os, no campo bidimensional, aos outros elementos do quadro, operação que se dá pelo uso da tinta em diferentes cores e texturas. Em texto para o catálogo da exposição “Pulo do Gato”, apresentada no Museu Afro Brasil em 2016, o curador Marcelo Salles escreve: “a artista lida com um fazer que não é orientado por premissas políticas, sociais, mercadológicas; seu interesse reside numa necessidade ancestral, aquela que existia antes de nomearmos todas as coisas e aprisionarmos não somente coisas, mas nós mesmos”. Em mais de quatro décadas de carreira, participou de inúmeras mostras individuais e coletivas, em instituições como: MASP, SESC Pompeia, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu Afro Brasil, SESC Belenzinho e Centro de Arte Dragão do Mar, em Fortaleza. Desenvolveu curadorias para o SESC São Carlos, SESC Santana e Museu da Casa Brasileira. Possui três livros publicados: Fazenda Pinhal; Ócio: obras de Helena e poesia de Manoel de Barros; e Pulo do Gato.

Ana Durães – Diálogos da Paisagem

Completando 40 anos de carreira, artista apresenta pinturas e gravuras inéditas na Casa de Petrópolis, na serra fluminense, onde mantém ateliê. Quem conhece a artista Ana Durães sabe que a delicadeza rege sua vida e sua arte intrinsicamente, assim como sua conexão com a natureza. Isso está perceptível, pulsando, na exposição “Ana Durães – Diálogos da Paisagem”, que abre para visitação a partir do dia 11 de novembro, na lendária Casa de Petrópolis, sob curadoria de Monica Xexéo. A individual que permanecerá em cartaz até 25 de fevereiro de 2024, é realizada pela Galeria Patricia Costa, que a representa, e reúne trabalhos desenvolvidos nos últimos três anos em seu ateliê no Vale das Videiras, cidade serrana fluminense, a partir do jardim projetado pelo botânico e paisagista francês Auguste François Marie Glaziou (Lannion, França, 1828-Bordeaux, França, 1906), para a residência do empresário José Tavares Guerra (1861-1907), bisavô de Luiz Aquila, um dos herdeiros do icônico casarão do século XIX. Atualmente, abriga a Casa de Petrópolis – Instituto de Cultura, reconhecida por seus inovadores projetos de inclusão e acessibilidade da arte contemporânea brasileira. Com esta exposição, Luiz Aquila encerra sua gestão “com chave de ouro”, como ele mesmo frisa, no espaço cultural. No ano que vem, em fevereiro, está programada uma roda de conversa finalizando esta etapa.

“A obra de Ana Durães é um dos mais belos exemplos contemporâneos da pintura de paisagem, gênero cultivado ao longo da história da arte por artistas brasileiros e estrangeiros. Com sólida e erudita formação, retrata com escrita própria, em muitos dos seus trabalhos, as suas investigações de botânica e sua preocupação com a preservação da natureza”, afirma a curadora Monica Xexéo.

A coloração das sapucaias com suas variações do bordô ao rosa, misturadas ao verde, impressionou Ana Durães ao chegar um dia na cidade. Estarão expostas obras inéditas em tinta a óleo de grandes formatos, além de outras impressas em fine art  em papel de bambu e hemp – resultado, segundo ela, de uma pesquisa em que fotografa a natureza reproduzindo como uma “paisagem inventada” de sua janela no período em que permaneceu reclusa na serra.  “Desde que o Aquila me convidou para fazer essa exposição fiquei muito feliz e honrada; Petrópolis tem uma representação muito importante na minha vida, principalmente nos últimos tempos. A ideia do ateliê no Vale das Videiras, que mantenho há mais de 10 anos, foi justamente a de ter um lugar onde eu pudesse pintar dentro da paisagem”. Fui muito bem acolhida pela cidade e posso dizer que a delicadeza das pessoas do lugar foi o fator primordial para mim”, diz Ana Durães. “Se eu puder levar para alguma pessoa um sopro de beleza, um respiro, é o que me proponho a fazer”, resume.

Sobre a artista

Natural de Diamantina, Minas Gerais, Ana Durães iniciou a sua formação artística na tradicional Escola Guignard, em Belo Horizonte, criada em 1943 e, hoje, vinculada a Universidade do Estado de Minas Gerais. Na década de 1980, mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro, onde cursou a Escola de Belas Artes, na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Hoje, a artista se divide entre Petrópolis e Lisboa, onde mantém outra residência e contatos profissionais e afetivos.

Mostra individual de Vera Chaves Barcellos

06/nov

A Superfície, Jardins, São Paulo, SP, apresenta “Película”, exibição individual da artista Vera Chaves Barcellos. Através de uma seleção de doze trabalhos, a mostra traça um panorama de sua carreira artística, reunindo obras conhecidas e outras menos vistas pelo público. Com texto de Veronica Stigger, o título faz referência à série “De Película”, que discute metonimicamente fotografia e cinema, em conversa franca com a arte conceitual.

Película também diz respeito à pele: película é uma camada de pele muito fina, mas também é uma pele pequena, apontando para o corpo, tão central na obra de Vera Chaves Barcellos. Película é ainda a camada por meio da qual a artista faz com o que o corpo (a pele) não seja percebida em sua totalidade. Há sempre um véu que encobre a imagem, como em L’Intervallo Perduto (Homenagem a Gillo Dorfles) (1977-1995); ou esta é desfocada, como em A filha de Godiva (1994); ou se confunde com seu reflexo no vidro, como em Manequins de Dusseldorf (1978). Quando não há esse véu, há outro expediente que faz com que o corpo não seja visto por completo: o retrato tirado das costas (e não do rosto), como em Retratos (1992-93); ou, outro exemplo, o corpo visto em fragmentos, como na série Epidermic Scapes (1977).

A exposição ocupa os dois andares da galeria e traz, principalmente, a produção fotográfica da artista, seja na forma de engajamento político ou com o desenvolvimento de uma ideia experimental. Flertando constantemente com a arte conceitual, “Película” é um recorte curatorial da produção da artista, em que obras centrais de sua carreira se reunem às que não foram devidamente apreciadas pelo público. A mostra tem abertura prevista para o dia 11 de novembro e permanecerá em cartaz até o dia 03 de fevereiro de 2024.

A mistura poética de Clara Veiga

A Galeria Artur Fidalgo, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, apresenta “De-va-nei-os”, série de obras monocromáticas de Clara Veiga.

Sobre a artista

Clara Veiga nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, 1987, cria composições que resultam em desenhos monocromáticos, quase sempre usando canetas esferográficas. Atualmente, busca um aprofundamento na pintura. Sua investigação nesta técnica caminha em direção ao inconsciente e ao vasto território que é o universo dos sonhos. “Poças, águas, imagens refletidas, piscinas e muitos reflexos. Possibilidades que a água permite ver algumas vezes em seu reflexo e dimensões profundas que nos arriscamos a cada mergulho. Uma mistura poética de Psicologia e Arte. Fusões lacanianas”.

Exposições Individuais

Graduada em Desenho Industrial, pela Universidade PUC-Rio, 2011; Técnicas de pintura em tela, pela Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage, 2012; Das formas de navegação: a experiência pintura e além, com a artista e mestre Suzana Queiroga, 2017.

Participou de exposições coletivas como Congresso II SILID/ I SIMAR (exposição organizada pelos departamentos de Artes & Design e de Letras) / RJ, 2011; Centro de Movimento Deborah Colker / RJ, 2013; Palazzina Azzura / Itália, 2014; Escola em Transe, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, 2017; Impressão das coisas, Casavoa, 2018; Sala Anexa, Artur Fidalgo galeria, 2019; O que emana da água, Carbono galeria, Fixo só o prego, Espaço Cultural Sérgio Porto, 2020 Ainda fazemos as coisas em grupos, Hélio Oiticica, Casa de Colecionador – Artur Fidalgo galeria, SP Arte Viewing Room, Artur Fidalgo galeria.

Viagens pela Amazônia

01/nov

A Amazônia na visão de Hiromi Nagakura e Ailton Krenak é o cartaz em exposição no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP. A exposição “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”, mostra os registros gerados durante as viagens que o fotojornalista japonês fez com o filósofo indígena nos anos 1990 em algumas das principais terras indígenas do Brasil.

Eliza Otsuka, produtora e intérprete que acompanhou os dois, conta que Nagakura conheceu povos como os Krikati, no Maranhão, Xavante, no Mato Grosso, e Ashaninka, no Acre, cujos “momentos de intimidade e contentamento” aparecem agora nas 110 imagens da exposição que há na mostra de Nagakura e Krenak e qual a história da amizade dos dois e dos povos que os receberam na Amazônia.

A exposição

A mostra do Instituto Tomie Ohtake divide em três salas os registros feitos por Nagakura quando viajou com Krenak entre 1993 e 1998. Duas vezes por ano, o fotojornalista acompanhou o filósofo indígena em visitas a territórios no Acre, Amazonas, Mato Grosso, Roraima e Maranhão, onde conviveu com povos como Ashaninka, Xavante, Krikati, Yawanawá e Yanomami. Imagens do cotidiano, de rituais e da intimidade dos povos indígenas estão entre os destaques da exposição. Krenak, curador da mostra, descreve no texto que a apresenta que andou com o fotojornalista por dezenas de aldeias onde “a vida continua vibrante como nos primórdios da criação” e os seres humanos “brincam na chuva como crianças felizes com a vida”.

A história dessa aproximação foi contada em 1998 no livro de Nagakura “Assim como os rios, assim como os pássaros: uma viagem com o filósofo da floresta, Ailton Krenak”, que o indígena considera uma biografia. Outras obras e documentários para a emissora japonesa NHK foram produzidos, com audiência relevante no país asiático. Essa é a primeira vez que uma mostra sobre o projeto é feita no Brasil.

Fonte: ponto.futuro

Artista francesa no Brasil

Exposição retrospectiva da carreira da artista francesa ORLAN ocorre no SESC, Paulista, São Paulo, SP. O projeto traça um panorama dos quase sessenta anos de atuação da artista e apresenta um conjunto de obras ilustrativas de sua trajetória, privilegiando obras fotográficas, vídeos e esculturas. Mireille Suzanne Francette Porte, conhecida como Orlan (Saint-Étienne, 30 de maio de 1947), é uma artista francesa. Ela usa o corpo como suporte para suas artes.

Com curadoria de Alain Quemin e Ana Paula C. Simioni a exposição pretende dar a conhecer ao público de São Paulo o considerável e tão variado trabalho artístico de ORLAN, revisitando suas principais criações e mostrando como essas derivam, em grande parte, de obras seminais que ela fez ainda muito jovem, até as mais atuais. Trata-se ainda de mostrar como a criação, tanto de si mesma quanto de suas obras, e o processo de empoderamento, estão intimamente ligados.

ORLAN tem estado continuamente presente no cenário internacional da arte contemporânea, produzindo um conjunto de obras considerável. Quer seja por sua contribuição para a arte feminista, arte corporal, arte relacionada às tecnologias vivas ou para arte relacionada às novas tecnologias, deve-se notar que ORLAN é, sem dúvida, uma das artistas francesas mais reconhecidas internacionalmente. Há três anos, ORLAN é representada por uma nova galeria internacional, a Ceysson & Bénétière Gallery, que, em muito pouco tempo, já dedicou duas exposições em Paris, além de uma em Nova York, trazendo à tona todo o significado histórico de seu trabalho. Em 2021, ORLAN obteve a mais alta distinção atribuída pelo Estado francês, a Legião de Honra (Legion d´Honneur), pelo conjunto de sua obra, e, nesse mesmo ano, publicou a sua autobiografia pela Editora Gallimard.

Até 28 de janeiro de 2024.