Promoção da Anita Schwartz

03/ago

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, lança o “Projeto GAS 2024 – Chamada Aberta de Verão”, que busca impulsionar a circulação de artistas jovens ou com até 20 anos de carreira, nas diversas linguagens da arte contemporânea. As inscrições vão de 07 a 28 de agosto, em formulário online, de acordo as instruções que estão no site www.anitaschwartz.com.br. Um comitê irá selecionar até 30 artistas – ou coletivos artísticos – brasileiros, ou estrangeiros. O resultado será anunciado até 04 de novembro. Os artistas vencedores participarão de uma exposição coletiva no próximo verão, entre fevereiro e março de 2024, que ocupará toda a galeria. O nome do projeto foi inspirado no fato de que “Gás” é a matéria em estado fluído, tem qualidade expansiva, e pode preencher totalmente um determinado espaço.

O Projeto Verão, inicialmente uma coletiva pensada a partir da própria programação do ano na galeria, foi lançado em 2020.  Após duas edições neste formato, se tornou uma chamada pública, que resultou na exposição “Saravá”, em fevereiro de 2022, com obras de 39 artistas, selecionados dentre os mais de 500 que enviaram inscrições de todo o Brasil. O “Projeto GÁS 2024  -Chamada Aberta de Verão” é a quarta edição da iniciativa.

Fotógrafa portuguesa no IMS Paulista

01/ago

A exposição “Fotografia habitada, antologia de Helena Almeida”, 1969-2018 será a primeira individual da renomada artista portuguesa no Brasil em cartaz até 29 de setembro no IMS Paulista, São Paulo, SP. Com curadoria de Isabel Carlos, curadora de arte contemporânea e historiadora de arte, a mostra apresenta uma seleção de obras que têm como suporte a fotografia e o desenho, realizadas entre 1969 e 2018. Os trabalhos abordam temas recorrentes na produção de Helena Almeida, como a interrogação dos gêneros e dos processos artísticos e a autorrepresentação da artista e da mulher. Em sua produção, mais do que um gênero artístico ou documental, a fotografia é um suporte conceitual das ideias e dos processos de criação. Essa subversão dos limites das definições da obra de arte, além da constante reiteração da sua condição de mulher e artista, confere atualidade ao trabalho de Helena Almeida, confirmando a relevância histórica do seu papel numa geração que abriu novos caminhos e processos nos modos de pensar e articular a relação entre a arte e a vida.

Leonilson e a Geração 80

Há 30 anos morria precocemente um dos principais nomes da arte contemporânea brasileira: José Leonilson Bezerra Dias (1957, Fortaleza – 1993, São Paulo). A Pinakotheke Cultural, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, homenageia o artista, e ao mesmo tempo antecipa a comemoração dos 40 anos da histórica exposição “Como Vai Você, Geração 80?”, realizada em 1984, na Escola de Artes Visuais Parque Lage, reunindo 35 obras emblemáticas – 16 de Leonilson, e 19 de outros artistas que também participaram do emblemático evento como  Adir Sodré de Souza (1962), Alex Vallauri (1949-1987), Beatriz Milhazes (1960), Chico Cunha (1957), Ciro Cozzolino (1959), Daniel Senise (1955), Fernando Barata (1951), Gervane de Paula (1962), Gonçalo Ivo (1958), Hilton Berredo (1954), Jorge Guinle (1947-1987), Leda Catunda (1961), Luiz Zerbini (1959) e Sérgio Romagnolo (1957). Duas obras que serão expostas estiveram na mostra do Parque Lage: “Sonho de Valsa” (1984), de Chico Cunha, pertencente à Coleção Mac Niterói, com 5,20 metros x 3 metros, e a pintura “Metástase” (1981), de Jorge Guinle. Outra obra em grande dimensão é “Sem título (série Pindorama)”, de Hilton Berredo, uma pintura por dispersão sobre o polímero emborrachado EVA, de 3 metros de altura por 4,5 metros de comprimento.

A curadoria de “Leonilson e a Geração 80” é de Max Perlingeiro, que destaca: “Uma das grandes revelações foi Leonilson. O artista explorava a figuração, os desenhos e pinturas da primeira fase de sua obra. O humor, a crítica social e as suas narrativas do cotidiano são marcas de seu trabalho”.

Marcus Lontra Costa – curador junto com Paulo Roberto Leal (1946-1991) e Sandra Magger (1956-2018) da icônica mostra de 1984 – foi o consultor de “Leonilson e a Geração 80”.  Ele afirma que “Leonilson foi, e ainda é, a principal referência de uma geração que, saída dos anos de chumbo da ditadura, buscava recuperar a alegria, a coragem, e a ousadia de pintar o que se via, e o Brasil que se sonhava”. “Leonilson foi o porta-voz da diversidade, de uma arte confessional, íntima, que falando de si, de seus problemas e suas questões, alcançava um nível internacional e coletivo. Leonilson foi essa referência principal, e seu reconhecimento é mais do que merecido. Ele foi a síntese da criatividade da arte brasileira dos anos 1980”.

A exposição será acompanhada do catálogo “Leonilson e a Geração 80” (Edições Pinakotheke), com 72 páginas, imagens das obras, e textos de Max Perlingeiro, Marcus Lontra Costa, Sandra Mager, Paulo Roberto Leal e Frederico Morais.

O apoio da EAV Parque Lage, que permitiu pesquisar documentos e informações importantes em seus arquivos, foi decisivo para a realização desta exposição.

A exposição “Leonilson e a Geração 80” estará aberta ao público, com entrada gratuita, na Pinakotheke Cultural Rio de Janeiro, das 10h às 18h, até 23 de setembro. A Pinakotheke fica na Rua São Clemente 300, Botafogo.

Arte em Petrópolis

31/jul

O Centro Cultural Sesc Quitandinha, Petrópolis, Rio de Janeiro, RJ, convida para o dia 29 de julho, de 11h às 13h, para o “Ateliê Aberto – Gira de Cipriano, carta para o futuro ancestral”, com o artista petropolitano, nascido em 1981. A atividade é gratuita, e integra “Um oceano para lavar as mãos”, exposição inaugural do Centro Cultural Sesc Quitandinha que, ficará em cartaz até o dia 17 de setembro. Os interessados devem se inscrever pelo email agendamentoccsq@sescrio.org.br.

“O objetivo é convidar o participante a refletir desde a experiência do desenho, a qualidade sensível, para pensar o futuro ancestral”, explica. “Ateliê Aberto” com o artista Cipriano é um laboratório dinâmico onde se realizam as experiências da oralitura, a prática singular que o artista exerce, de desenhar e cantar. “De suas obras mais expressivas, aquelas que são pontos e cantos revelam ancestralidade e sensibilidade”, afirmam Marcelo Campos e Filipe Graciano, curadores de “Um oceano para lavar as mãos”. O traço de Cipriano é sua assinatura, a tensão única e exclusiva de sua mão de pintor-escritor; visível e sensível em tudo que desenha. Suas obras saúdam e celebram suas origens.

Cada participante poderá experimentar a imersão no mundo deste artista, conhecendo de perto seu processo criativo e experimentando seu método especial de desenhar o invisível no visível.

Artista, escritor, estudioso e pesquisador da africanidade, Cipriano ocupa na exposição “Um oceano para lavar as mãos” uma área de 273 metros quadrados no Salão de Convenções do CCSQ, com um conjunto de 16 trabalhos em técnica mista sobre tecido de algodão ou lençol: “Oração subordinada”, “Pronome reto”, “Ao sabor das correntes”, “Interjeição”, “Gênero neutro”, “Não me deixa à toa”, “Nhá, que da lama veio que da lama fica”, “Carta para Xangô”, “Saravá Yofá”, “É pras almas!”, “Com licença Pai Antônio eu não vim lhe visitá!”, “A fumaça vai, a fumaça vem Pai Joaquim de Angola tem mironga, tem!”, “A fumaça vai, a fumaça vem Pai Joaquim de Angola tem mironga, tem! II”, “Cambinda mostra quem é”, “Corre gira”. Acompanha suas obras um áudio dele cantando pontos de umbanda.

Estão previstos mais dois Ateliês abertos com Cipriano, até o término da exposição, em 17 de setembro de 2023.

“Um Oceano Para Lavar as Mãos”

A exposição “Um oceano para lavar as mãos”, que tem curadoria de Marcelo Campos e Filipe Graciano, reúne obras dos artistas negros Aline Motta, Arjan Martins, Ayrson Heráclito, Azizi Cypriano, Cipriano, Juliana dos Santos, Lidia Lisbôa, Moisés Patrício, Nádia Taquary, Rosana Paulino, Thiago Costa e Tiago Sant’ana, que ocupam um espaço monumental de 3.350 metros quadradosdo Centro Cultural Sesc Quitandinha, em Petrópolis.

Sobre o artista

Cipriano nasceu em 1981, em Petrópolis, Rio de Janeiro, RJ. Suas obras nos colocam diante de uma vitalidade e beleza que nos envolve, seja pelo trabalho minucioso da pesquisa, seja pela técnica aprimorada. Artista generoso, cria um diálogo profundo com o público, intensificando a comunicação, em um convite continuo de apreciação da arte e um exercício em nos escutarmos para que a arte seja uma extensão estética em nós. Além de “Um oceano para lavar as mãos”, no Centro Cultural Sesc Quitandinha, Cipriano integra a exposição “Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro”, Sesc Belenzinho, em São Paulo e participou recentemente de “Navegar é preciso – Paisagens fluminenses”, na Casa França-Brasil, realizada entre maio e julho deste ano. Cipriano é membro do Museu da Memória Negra de Petrópolis, graduado em Letras pela Universidade Católica de Petrópolis, com o trabalho “A influência política em Angola no século XX na poesia de Antonio Agostinho Neto”. É mestrando em Educação na Universidade Federal de Juiz de Fora, pós-graduado em Metodologia do Ensino de Artes pelo Centro Universitário Internacional (Uninter), licenciado em Letras pela Universidade Católica de Petrópolis. Participou de exposições coletivas e individuais em várias instituições, como a galeria de arte do SESC, galeria de arte da FASE, galeria de arte do Centro de Cultura Raul de Leoni, projeto Arte Garagem, entre outras. Publicou o artigo “Macumba pictórica”, na Revista Eletrônica Espaço Acadêmico, em nov/dez 2020.

Artista portenha na Pina Luz

27/jul

 

A exposição “Marta Minujín: Ao Vivo”, Pina Luz, Praça da Luz, São Paulo, SP, é a primeira mostra panorâmica no Brasil de uma das artistas latino-americanas mais relevantes da sua geração.

A mostra articula mais de cem obras de Marta, de 1963 até hoje. Nos primeiros dias da exposição o público é recebido pela Escultura de los deseos, um inflável de 17 metros no estacionamento da Pinacoteca, edifício Luz. O público também poderá percorrer a galeria de tramas e colchões multicoloridos – como a Galeria Blanda (Galeria Mole), instalação de 1973 feita com 200 colchões que preenchem, junto com projeções, a 1ª sala expositiva

A exposição também conta com videoinstalações e fotoperformances, como a El pago de la deuda externa argentina con maíz (O pagamento da dívida externa com milho) (1985). Em “Marta Minujín: Ao Vivo”, as intervenções urbanas ganham evidência.

Dos colchões aos Monumentos

“Marta Minujín: Ao Vivo” passa por momentos cruciais da carreira da artista portenha. Sua pesquisa sobre o fenômeno social da comunicação e seu potencial disseminador resultou em diversos trabalhos cuja documentação se concentra na 4ª sala expositiva, em obras como Simultaneidad ensimultaneidad! (Simultaneidade em simultaneidade) (1966) e Leyendo las noticias en el Río da Plata (Lendo notícias no rio da Prata) (1965).

No contexto político da década de 1970, a proliferação de ditaduras militares pela América Latina levou Marta Minujín a práticas artísticas voltadas para a conscientização de uma realidade sociopolítica e um projeto de integração entre os países da região. O trabalho mais emblemático da artista nesse sentido foi Comunicando con tierra (1976), remontado para esta exposição, nela há o Nido de hornero (Ninho de joão-de-barro), instalação com a forma de um ninho de joão-de-barro gigante.

A obra El Batacazo, de 1965, foi recriada especialmente para a Pinacoteca. Nela, ícones da mídia conduzem o visitante, que passa por jogadores de futebol do Brasil e Argentina, sobe escadas encontrando playboys e cosmonautas e desce um escorregador para cair em uma boneca inflável que tem o formato do rosto da atriz italiana Virna Lisi.

A mostra termina com uma das videoinstalações mais recentes da artista, Implosión! (Implosão!) (2021). A nova versão da obra promove a imersão em um cubo musical multicolorido.

Sobre a artista

Marta Minujín nasceu em Buenos Aires, 1943. Alcançou grande consagração na Argentina e internacionalmente. Ao longo da carreira, se tornou a embaixadora do movimento pop na Argentina e. embora tenha se identificado com o rótulo, sua produção possui um caráter multidisciplinar, combinando aspectos da arte pop com o happening e a arte conceitual. Marta Minujín produz arte incansavelmente até os dias de hoje, transitando entre diversas linguagens, escalas, circuitos artísticos e sociais. Com seus óculos espelhados e a personalidade extravagante, a artista-personagem é figura em capítulos importantes da História da Arte, passando pelo Novo Realismo, Pop Art, Conceitualismos, Arte pública e multimeios. “Marta Minujín: Ao Vivo” tem curadoria de Ana Maria Maia. A exposição é patrocinada pela Vivo, na cota Platinum, Mattos Filho, na cota Ouro, Ternium, na cota Prata, Iguatemi São Paulo e Ageo, na cota Bronze.

Até 28 de janeiro de 2024.

Mudança

26/jul

 

O artista plástico Anderson Thives não para! Mantendo a proposta de itinerância e inovação, sua Galeria Provisória está de mudança para outro lugar, mantendo o mesmo CEP, em Ipanema. Em breve, ele levará suas obras para um espaço conceitual que agrega saúde, beleza e arte. Este é o primeiro de muitos projetos culturais que Anderson Thives pretende alavancar junto a novos parceiros, com o objetivo de democratizar arte e cultura para  públicos diversos. Antes de encerrar as atividades no endereço atual, promove alguns eventos até o dia 06 de agosto: neste sábado, 29 de julho, haverá um preview da nova mostra “Favela”, com telas que levam nomes como Rocinha, Vidigal e Complexo do Alemão. A série retrata a diversidade de personagens das comunidades locais, que também será lançada, ainda este ano, em Londres. Lá, Anderson Thives ocupará um prédio de três andares, no fresh bairro de Hackney.

Sobre o artista

Anderson Thives, é um dos artistas brasileiros a trabalhar exclusivamente com colagem, em uma técnica que consiste em juntar milhares de quadrados de papel (em torno de cinco mil recortes por metro quadrado) nas mais variadas cores, tons e tamanhos, retirados de revistas e catálogos para formar as imagens com uma grande influência da Pop Art, além de artistas como Pablo Picasso, Andy Warhol, Tom Welsseman e Richard Hamilton. Com seu estilo e gosto pela cultura das imagens, específica, direta e fácil de assimilar, o artista retrata através de suas colagens toda a sensibilidade, expressão e impacto formado por uma técnica pouco convencional. Sempre coloridas e vibrantes, suas obras podem ser vistas em diversos museus e galerias no Brasil e no exterior. Em Paris, onde depois de trabalhar com duas renomadas galerias da cidade luz e fazer a maior art fair na Bastille, em 2015, o artista fixou uma nova galeria que leva seu nome, em Rueil-Malmaison, situada ao lado do Jóquei Clube de Paris. Nos Estados Unidos, fez exibições em San Francisco e Nova York e, desde 2016, faz parte do coletivo GAB Gallery, em Wynwood District. Entre seus célebres clientes, estão o empresário Eike Batista, os escritores de novelas Cristianne Fridman e Rui Vilhena, as atrizes Cláudia Raia, Juliana Paes, Lilia Cabral, Regina Duarte, Deborah Secco, Claudia Abreu, Letícia Spiller, Carol Castro, Emanuelle Araújo, Viviane Pasmanter, Leandra Leal, Paloma Bernardi, a socialite Narcisa Tamborindeguy, o músico Tico Santa Cruz, passando pelas cantoras brasileiras, Ivete Sangalo, Anitta, Vanessa Da Mata, Preta Gil, Ludmilla e Ana Carolina, o cantor sirio-Libanês Mika, a Pop star Madonna, e também, Mark Zuckemberg, criador do Facebook, entre outros.

César Bahia no MAR

Percorrer os olhos pelas diversas imagens que atravessam a produção de César Bahia nos faz refletir sobre seus interesses e a sua forte ligação com a cultura afro-brasileira.
Artista baiano, residente de Fazenda Coutos, subúrbio de Salvador, possui tradição artística por ter nascido em uma família de escultores, foi com o pai que ele aprendeu boa parte da técnica do corte, entalhe, o uso do formão e da marreta.
Mais de 200 obras do artista, produzidas entre 2010 e 2023, estarão na exposição “Uma poética do Recomeço”, no Museu de Arte do Rio, MAR, Centro, Rio de Janeiro,  RJ, e conta com a curadoria de Marcelo Campos, Amanda Bonan, Thayná Trindade, Amanda Rezende e Jean Carlos Azuos.
Até 29 de outubro

FestFoto 2023

24/jul

 

No dia 05 de agosto, sábado, a Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, recebe – até 20 de agosto – mais uma edição do Festival Internacional de Fotografia de Porto Alegre – FestFoto 2023. Neste ano, o conselho curatorial optou por trabalhar com uma proposta sem provocação temática como ponto de partida para desenvolver um tema. Essa curadoria sem filtro possibilitou radicalizar a escuta das práticas artísticas recentes e resultou em uma mostra que reúne do documental ao uso de inteligência artificial em trabalhos marcados pela performatividade e ficcionalização da narrativa fotográfica. No dia da abertura, a entrada é gratuita.    

São mais de 200 trabalhos em exposição, entre fotografias e vídeos, divididos em três núcleos. Artistas convidados apresenta mostras individuais de José Diniz, Flávio Edreira e Luciana Brito, cujas trajetórias vêm sendo acompanhadas ao longo de várias edições do FestFoto.

José Diniz ocupará duas salas com a exposição “Pau Brasil”. A mostra reúne 53 obras sobre a pesquisa que o artista vem realizando sobre biomas brasileiros há mais de uma década. Entre fotografias, vídeos, monotipias, colagens e livros artesanais, resgata a história da árvore fundadora do Brasil – curiosamente pouco conhecida por ter sido extirpada da Mata Atlântica entre os séculos 16 e 19. Metaforicamente, seu trabalho reflete sobre aspectos do poder e da opressão ao discutir as sofridas imposições sociais e culturais do período colonial e pós-colonial. Ao mesmo tempo, traz à tona o descaso com as questões ambientais dos dias atuais. O resultado obtido revela o olhar crítico do artista, que revive poeticamente as travessias transatlânticas para promover um entendimento mais profundo de alguns aspectos de nossa sociedade. Seus comentários levam a lugares distintos em temporalidades cruzadas, atualizando temas polêmicos e oficialmente esquecidos. No fluxo e refluxo da imaginação, a tinta virou cor no papel, o papel virou livro, o livro virou poesia espraiada em imagens. A brazilina que tingiu o tecido converteu-se em bandeira, símbolo inequívoco de resistência do autor.

O Fotograma Livre traz os dez finalistas da convocatória internacional realizada pelo FestFoto, e o Ateliê FestFoto apresenta obras desenvolvidas no programa continuado de desenvolvimento de projetos fotográficos.

As artistas Luciana Brito e Reisla Oliveira apresentam uma autoperformance para abordar a condição das mulheres negras no Brasil, enquanto Ana Leal usa a inteligência artificial para a construção de imagens e Angela Plas explora o rio Guaíba.

Outro destaque é a ficcionalização no trabalho com performance de Marc Lathuilliere, FR. Mostrando a França como um museu, a série de Marc Lathuilliere expõe um país cujo povo, receoso do futuro, se define, cada vez mais, em termos de patrimônio e memória. O trabalho explora a construção de identidades individuais e nacionais em uma era de turismo global. O Musée National reúne mil retratos contextuais de francesas e franceses que usam uma máscara idêntica, desenvolvida ao longo de quinze anos. Desfigurando e congelando os sujeitos, a máscara lança uma luz estranha sobre o que os rodeia, revelando os estereótipos sobre os quais constroem as suas vidas: vestuário, mobiliário, arquitetura, paisagem, rituais profissionais ou cotidianos. O projeto foi apresentado também em centros de arte contemporânea da Alemanha e Áustria.

Onde você estava no dia 27 de janeiro de 2013?

Passados dez anos do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, RS, ninguém foi condenado criminalmente pela tragédia que matou 242 pessoas e feriu mais de 600. Dos 28 indiciados por envolvimento direto e indireto – entre donos da boate, integrantes da banda, funcionários da prefeitura e até bombeiros -, apenas quatro foram levados a julgamento. Em agosto do ano passado, os desembargadores da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça gaúcho anularam o júri que havia condenado, meses antes, os réus: os sócios da boate Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, o músico Marcelo de Jesus dos Santos e o auxiliar de palco Luciano Bonilha Leão. Enquanto esperam por justiça, a busca pela memória da tragédia da boate Kiss é uma das mais fortes bandeiras de luta de sobreviventes, pais, amigos e familiares de vítimas. Esse é, também, o objetivo do projeto “Fotografar para lembrar”, coordenado por Ricardo Ravanello.

“Meus trabalhos autorais possuem duas linhas temáticas, em uma persigo uma leitura estético-criativa do mundo, das emoções e das subjetividades humanas. Em geral, essas imagens são produzidas com maiores intervenções, produzindo cenas que são estranhas à forma como vemos naturalmente o mundo. Em outra, estão as imagens mais próximas de uma linguagem documental, onde apresento minhas fotografias de caráter crítico-narrativo, resultado e expressão da minha visão política sobre a realidade”, explica.

Neste projeto, ele optou pelo uso colódio úmido, técnica que surgiu nos anos 1850 e exige uma preparação maior para a execução da imagem. A escolha pela técnica teve algumas motivações que, segundo o professor, foram descobertas na medida em que ele pesquisava e estudava sobre processos antigos de fotografia. Uma delas é que fotografar com colódio úmido é um processo lento de execução. Enquanto preparava o equipamento e explicava como seria feito, sobreviventes, pais, familiares e amigos de vítimas e profissionais que trabalharam envolvidos com o incêndio ou com suas consequências contavam suas histórias. Essa lentidão permitiu que as pessoas se revelassem. “Cada fotografia é absolutamente única, como era a vida das pessoas que se foram. Conforme o corte da câmera, às vezes, pega no braço e aí tu não sabes se ali tem uma queimadura da pessoa ou é uma borda do processo. Elas se fundem, se misturam”, explica Ricardo Ravanello. Ele conta, ainda, que, quando as fotografias foram digitalizadas e ampliadas, um outro elemento se tornou visível: “Quando olhamos de perto as imagens ampliadas, o claro e escuro, parecem ser formados por uma fuligem, parece a fuligem que sobra como resto de um incêndio.”

Artistas participantes do 16º FestFoto

Alessandro Celante (Jundiaí, Brasil) – FURYO Utopias Possíveis; Ana Sabiá (Florianópolis, Brasil) – Caligrafias; Andrea Bernardelli (São Paulo, Brasil) – ENTANGLEMENT; Caio Clímaco (Rio de Janeiro) – Ara’puka peró – Armadilha de branco; Creusa Muñoz (Argentina) – La piel de la terra; Daniela Pinheiro (Brasília, Brasil); Flávio Edreira (Goiania, Brasil) – I Forget to remember; José Diniz (Rio de Janeiro, Brasil) – O Pau-Brasil; Luciana Brito (Salvador) – Interrogação; Marc Lathuilliere (França) – Musée national (National Museum); Marisi Bilini (Frederico Westphalen) – A mãe morta; Reisla Oliveira (Belo Horizonte, Brasil) – Embrenhar-se no incolor; Ricardo Ravanello (Santa Maria, Brasil) – Retratos da tragédia; Virna Santolia (Rio de Janeiro, Brasil) – Capilaridade; Alexandre Berner (Petrópolis); Ana Leal (São Paulo); Angela Plas (Porto Alegre); Juliana Freitas (Santana do Livramento); Mari Gemma (Cuiabá, Brasil).

A Fundação Iberê tem o patrocínio do Grupo Gerdau, Itaú, Grupo Savar, Renner Coatings, Grupo GPS, Grupo IESA, CMPC, Savarauto Perto, Ventos do Sul, DLL Group, Lojas Pompéia e DLL Financial Solutions Partner; apoio da Renner, Dell Technologies, Laghetto Hotéis, Coasa Auditoria, Syscom e Isend, e realização do Ministério da Cultura/ Governo Federal

No dia da abertura, a entrada é gratuita, Fundação Iberê Camargo. rio Guaíba, patrocínio do Grupo Gerdau, Itaú, Grupo Savar, Renner Coatings, Grupo GPS, Grupo IESA, CMPC, Savarauto Perto, Ventos do Sul, DLL Group, Lojas Pompéia e DLL Financial Solutions Partner, apoio da Renner, Dell Technologies, Laghetto Hotéis, Coasa Auditoria, Syscom e Isend, e realização do Ministério da Cultura/ Governo Federal, mais uma edição do Festival Internacional de Fotografia de Porto Alegre, boate Kiss, 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça gaúcho anularam o júri que havia condenado, os sócios da boate Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, o músico Marcelo de Jesus dos Santos, o auxiliar de palco Luciano Bonilha Leão, Artistas participantes do 16º FestFoto, Alessandro Celante, FURYO Utopias Possíveis, Ana Sabiá, Andrea Bernardelli, Caio Clímaco, Ara’puka peró, Creusa Muñoz, Argentina, La piel de la terra, Daniela Pinheiro, Flávio Edreira, José Diniz, Luciana Brito, Marc Lathuilliere, França, Musée national, National Museum, Marisi Bilini, Reisla Oliveira, Ricardo Ravanello, Virna Santolia, Alexandre Berner, Ana Leal, Angela Plas, Juliana Freitas, Mari Gemma.

Territórios, encontros e narrativas

19/jul

A mostra “Chão da praça: obras do acervo da Pinacoteca” inaugurou a sala expositiva da Pinacoteca Contemporânea, a Grande Galeria, Luz, São Paulo, SP. Com coordenação curatorial de Ana Maria Maia, curadora chefe da Pinacoteca, e Yuri Quevedo, a mostra reúne cerca de 60 trabalhos do acervo de arte contemporânea, em montagem pautada pelo desejo de falar sobre territórios, encontros e narrativas de atravessamento. Desenhos, pinturas, fotografias, vídeos e performances compõem a narrativa que é orientada por três grandes ideias: travessias, vizinhanças e transcendências. Em exibição até 30 de julho.

Travessias, Vizinhanças e Transcendências

A ideia de travessia e seu espectro é contemplada nas obras Irruptivo Series (Série irrompimento) (2010), de Regina Silveira (Porto Alegre – RS, 1939), e Galinha d´Angola (2017), de Paulo Nazareth (Governador Valadares – MG, 1977) e na performance Modificação e apropriação de uma identidade autônoma (1980), de Gretta Sarfaty (Atenas – Grécia, 1954).

Já a ideia de vizinhança ganha força pela localização do edifício Pinacoteca Contemporânea, que amplia o perímetro urbano com o qual o museu dialoga diretamente. Além disso, situações de encontro e afeto dão a tônica de uma longa parede, ocupada em uma montagem de obras de Lúcia Laguna (Campos de Goytacazes – RJ, 1941), Bené Fonteles (Bragança – PA, 1953), Matheus Rocha Pitta (Tiradentes – MG, 1982), Yuli Yamagata (São Paulo – SP, 1989), entre outros.

Por fim a ideia de transcendências é apresentada com Parede da memória (1994-2005), de Rosana Paulino (São Paulo – SP, 1967), que elabora uma identidade coletiva entremeando exercícios de lembrar e imaginar. Além de obras como Quebranto (2021), de Jonas Van (Fortaleza – CE, 1989) e Juno B. (Fortaleza – CE, 1982), e Yiki Mahsã Pâti (Mundo dos espíritos da floresta) (2020), de Daiara Tukano (São Paulo – SP, 1982).

Os Artistas

Analívia Cordeiro (SP), Antonio Poteiro (Portugal), Bené Fonteles (BA), Brígida Baltar (RJ), Carmela Gross (SP), Carmézia Emiliano (RO), Castiel Vitorino Brasileiro (ES), Claudia Andujar (Suíça), Claudio Tozzi (SP), Cristiano Mascaro (SP), Daiara Tukano (SP), Delson Uchôa (AL), Djanira (SP), Duhigó (AM), Emanoel Araújo (BA), Emmanuel Nassar (PA), Ernesto Neto (RJ), Gisela Motta e Leandro Lima (SP), Gretta Sarfaty (Grécia), Hudinilson Jr (SP), Ilê Sartuzi (SP), Jonas Van e Juno B (CE), Laura Lima (MG), Lucia Laguna (RJ), Lygia Pape (RJ), Lygia Reinach (SP), Marepe (BA), Maria Bonomi (Itália), Martinho Patrício (PB), Matheus Rocha Pitta (MG), No Martins (SP), Paula Garcia (SP), Paulo D’Alessandro (SP), Paulo Nazareth (MG), Paulo Pjota (SP), Regina Silveira (RS), Renina Katz (RJ), Rommulo Vieira Conceição (BA), Rosana Paulino (SP), Sandra Cinto (SP), Sara Ramo (Espanha), Sidney Amaral (SP), Tiago Sant’Ana (BA), Vera Chaves Barcellos (RS), Yuli Yamagata (SP) e Zica Bérgami (SP).

A exposição “Chão da praça: obras do acervo da Pinacoteca” tem patrocínio do Bradesco, na cota Apresenta, e da Bloomberg, na cota Prata.

Curadoria: Ana Maria Maia e Yuri Quevedo, com colaboração de Ana Paula Lopes, Horrana de Kassia Santoz, Pollyana Quintella, Renato Menezes, Thierry Freitas e Weslei Chagas.

Um prêmio internacional

Cildo Meireles ganhou o maior prêmio de arte da Europa. O escultor foi vencedor do Prêmio Roswitha Haftmann, com um valor de 150 mil euros. A premiação será feita em 22 de setembro deste ano.

O artista brasileiro foi consagrado com o Prêmio Roswitha Haftmann – o mais conceituado da Europa -, sendo, em 22 anos, o primeiro latino-americano a recebê-lo. Com um valor de 150 mil euros (cerca de R$ 800.000,00), a premiação é apresentada desde 2001 por um júri presidido pelo diretor do Kunsthaus Zürich.

Sobre o artista

Nascido no Rio de Janeiro, Cildo Meireles, de 75 anos, é conhecido por suas obras que questionam a censura e a violência ao longo da História Brasileira. Com uma variedade de expressões artísticas, que vão de esculturas até performance, o artista surpreende com suas instalações altamente sensoriais e imersivas, trazendo um trabalho com grande valor poético, conceitual e social.