Arte andina

13/ago

 

 

A exibição de “Nosso Norte é o Sul” tem como ponto de partida peças têxteis produzidas pelas culturas Inca, Huari e Nazca, na região dos Andes – que hoje abrange os territórios do Equador, Peru, Bolívia e Chile – relacionando-as à experimentação de formas geométricas das vanguardas do século XX e por diversos artistas contemporâneos na América Latina. São têxteis andinos, além de cerca de 30 artistas, que exploram a relação entre arte e ofício, apresentando um panorama da arte em nosso continente desde o período pré-colombiano até os dias de hoje. A coletiva apresenta textos críticos de Paul Hughes e Tiago Mesquita, e acontece de 21 de agosto a 23 de outubro de 2021, na galeria Bergamin & Gomide, localizada à Rua Oscar Freire, Jardins, São Paulo.

 

 

Revista Pomares número 5

21/jul

 

 

Seguindo a programação do mês de julho, a Fundação Vera Chaves Barcellos, Viamão, RS, convida para assistir à live de lançamento da revista Pomares, edição número 5.

 

 

O evento acontece nesta quarta-feira, dia 21 de julho, às 19h e contará com a presença de Alexandre Ramos e Neiva Bohns.

 

 

Para assistir, basta acessar os canais da FVCB no YouTube ou no Facebook nohorário:

 

 

youtube.com/fvcbrs | facebook.com/fvcbarcellos

 

 

Projeto executado através do Edital Criação e Formação Diversidade das Culturas realizado com recursos da Lei Aldir Blanc nº 14.017/20.

 

 

#editalfundacaomarcopolo #leialdirblanc #sedacrs #fundacaomarcopolo

 Na Japan House

07/jul

 

A nova exposição da Japan House, Avenida Paulista, São Paulo, SP, apresenta as janelas como elementos fundamentais da   sociedade japonesa, além de ser ponto focal da representação da coletividade em tempos de Pandemia.

 

 

Depois de ser exibida na Japan House Los Angeles, a exposição inédita “WINDOWOLOGY: Estudo de janelas no Japão”, fica em cartaz até 22 de agosto com entrada gratuita. Tendo como ponto de partida o papel das janelas no design, na construção das relações sociais, nas artes, na arquitetura e na literatura, a exposição foi concebida pelo Window Research Institute, instituição japonesa que realiza pesquisas em torno deste elemento que, à primeira vista pode parecer ter um papel simples no cotidiano, mas que se torna imprescindível, principalmente em momentos de reclusão social como o que o mundo vive atualmente. Por meio de nove categorias, a exposição propõe diversas leituras sobre a representação da janela nos processos artesanais, em produções audiovisuais, na construção das casas de chás, na arquitetura contemporânea, nos mangás, nas suas diferentes aplicações nos diversos ambientes japoneses e seus múltiplos formatos, que foram se refinando e se adaptando às necessidades das diferentes culturas ao longo da história.

 

Em cartaz no segundo andar da instituição, a “WINDOWOLOGY: Estudo de janelas no Japão” explora a janela por meio de desenhos técnicos, maquetes, fotos, vídeos, mangás e obras literárias, que buscam mostrar aos visitantes as janelas como um dos componentes mais fascinantes da arquitetura e do dia a dia de todos. Para isso, apresenta seus diferentes tipos e movimentos, sua posição de destaque em ambientes e histórias, assim como revela sua potência, capaz de conectar o externo e o interno, permitir entrada de luz e ar nos ambientes, proteger do frio e da chuva e fazer com que seja possível observar o outro, a natureza e o movimento das cidades e das pessoas.

 

Falando sob o viés arquitetônico, no contexto japonês elas são, em sua maioria, feitas em madeira e compostas por colunas e vigas. Os vãos possuem características peculiares: quando se move um tategu (portas e janelas), o espaço transforma-se em um ambiente inteiramente ventilado. Um exemplo que reflete esse uso são as salas de chá japonesas (chashitsu), um programa arquitetônico especial que reúne diferentes tipos de janelas num espaço pequeno, em especial, o Yōsuitei, denominado também de Jûsansōnoseki (sala de 13 janelas), casa de chá que possui o maior número de janelas e que, nesta mostra, será exibida como uma réplica em tamanho real (escala 1:1) feita de papel artesanal japonês (washi).

 

Outra perspectiva apresentada na exposição é a relação das janelas com os locais de trabalhos manuais no Japão. Nesses ambientes, elas possuem lugar de destaque, inserindo ou expulsando elementos como a luz, o vento, o calor, a fumaça e o vapor, por exemplo, que alteram características de materiais como argila, madeira, tecido e papel. “As janelas são repletas de simbologias e atribuições poéticas e valorizar algo que está ao nosso lado nem sempre é uma percepção imediata. Mas basta pensar nas consequências da sua ausência, especialmente em tempos de confinamento e isolamento, para entendermos o porquê de elas merecerem tanta deferência”, afirma Natasha Barzaghi Geenen, diretora cultural da Japan House São Paulo.

 

 

Para Igarashi Taro, curador da mostra, além de seu valor histórico e arquitetônico, as janelas desempenham papel sem igual durante uma crise, por permitirem que as pessoas possam compartilhar esperança e gratidão de forma única. “As janelas sempre evocaram comportamentos específicos em pessoas de diferentes regiões e culturas – e essa diversidade pode ser reconhecida ainda hoje, em meio à pandemia”, afirma dando exemplos como “Ir até a varanda cantar ópera para os vizinhos, mandar mensagens de agradecimento aos profissionais de saúde e passar objetos pela janela para garantir o distanciamento social”. Taro é Doutor em engenharia, historiador, crítico de arquitetura e leciona na Universidade de Tohoku, em Sendai, no Japão. Foi curador do Pavilhão japonês na Bienal de Veneza, em 2008 e atuou como diretor artístico da Trienal de Aichi, em 2013.

 

 

“WINDOWOLOGY: Estudo de janelas no Japão” chega como uma leitura sobre o papel das janelas no mundo, como objetos culturais que relatam as diferentes visões e perspectivas sobre o que se vive hoje. A exposição conta com programação paralela online e conteúdos compartilhados por meio das redes sociais da Japan House São Paulo e, depois de passar por São Paulo, segue ainda este ano para a Japan House Londres.

 

 

Sobre o Window Research Institute

 

O projeto de pesquisa WINDOWOLOGY faz parte das atividades do Window Research Institute (Instituto de Pesquisas sobre Janelas) e se baseia na crença de que as janelas refletem a civilização e a cultura ao longo do tempo. Esse instituto dedica-se a contribuir para o desenvolvimento da cultura arquitetônica mediante a coleta e disseminação de uma vasta gama de ideias e conhecimentos sobre janelas e arquitetura, por meio do apoio e organização de iniciativas de pesquisa e projetos culturais. Nos últimos 10 anos, além de diferentes frentes de estudo, o Instituto também vem desenvolvendo projetos internacionais que englobam temas relacionados a arquitetura, cultura e artes, com a colaboração de diferentes instituições de pesquisa, museus e órgãos privados, entre outros.

 

 

Fonte: ARTSOUL

 

 

Mostra inédita e eclética de doações

25/jun

 

 

Entrou em cartaz e permanecendo até 20 de agosto na Pinacoteca Aldo Locatelli, Paço dos Açorianos, Porto Alegre, RS, a exposição “A Arte Pode Ser Eu?”. A mostra exibe o conjunto de obras doadas pelo advogado, executivo, gestor e colecionador Luiz Inácio Franco de Medeiros para a Pinacoteca Aldo Locatelli.

 

 

Destaca-se a variedade de estilos do conjunto, que entre 2015 e 2020, o colecionador generosamente repassou para o acervo da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. A mostra reúne nove gravuras, três desenhos, duas pinturas, duas esculturas e uma tapeçaria. Obras assinadas por artistas brasileiros, argentinos, poloneses, japoneses, franceses e por um húngaro naturalizado americano.

 

O colecionador manteve interesse em diferentes linguagens, estilos, técnicas e temáticas. Seu olhar apurado apreendeu novas informações estéticas e as trouxe à cidade natal, sem nunca descuidar do que era produzido em Porto Alegre, onde permaneceu até o final de sua vida. Datadas do século XIX até 2003, as obras transitam do figurativo de matriz expressionista, como a pintura de Magliani ou o desenho de Babinski, até peças abstratas, como a litogravura de Tadeusz Lapinski ou a tapeçaria de Carla Obino, além  de desenho de Roth e uma pintura de Farnese de Andrade. A escultura, que representa um modelo feminino, de autoria de Nico Rocha coabitou o apartamento de Luiz Inácio Franco de Medeiros com a peça abstrato-geométrica de Ladislas Segy, de modo que não é possível identificar um gosto específico ou predileção formal nas escolhas do colecionador.

 

 

O conjunto aponta o trajeto de um personagem fundamental para a compreensão do sistema de arte em Porto Alegre nas últimas décadas que, informado pelas mais diversas tendências internacionais, não perdeu a conexão com os novos artistas gaúchos, os quais estimulava através de suas múltiplas aquisições.

 

 

O porto-alegrense Luiz Inácio Franco de Medeiros (1943 -2021) foi um homem que imprimiu a sua marca onde atuou, seja no meio empresarial ou cultural. Tornou-se conhecido por gestões decisivas e inovadoras como diretor do Museu de Arte do Rio Grande do Sul e, posteriormente, do Museu Júlio de Castilhos. Sua atuação foi fundamental para a consolidação do campo museológico do Rio Grande do Sul, sendo o primeiro museólogo registrado no Conselho Regional de Museologia e, também, o primeiro presidente. Foi agraciado em 2010 com a Medalha do Mérito Museológico pelo Conselho Federal de Museologia. Como diretor do MARGS (1975 – 1979) foi o responsável pela transferência do museu para a atual sede na Praça da Alfândega; modernizando a sua organização, adaptando tecnicamente o prédio histórico para as novas funções e promovendo projetos que levaram a arte ao público em geral, com o museu indo até às escolas, fábricas, ao Presídio Central e ao Hospital Psiquiátrico São Pedro. No Museu Júlio de Castilhos entre 1983 e 1987, deu início às obras que ampliaram o espaço físico da instituição, levou o museu ao encontro do público através de passeios culturais no centro histórico de Porto Alegre, criou o laboratório de conservação e restauro e criação da Associação de Amigos. Foi um dos grandes doadores de obras para o Museu Júlio de Castilhos e, também, para a Pinacoteca Aldo Locatelli, (chegando a quase 20 obras). Em 2016 participou ativamente da fundação da Associação de Amigos das Pinacotecas de Porto Alegre – AAPIPA, sendo conselheiro da entidade por duas gestões.

 

Janaina Tschäpe e Ursula Reuter Christiansen

23/jun

 

 

 

 

 

“Das unheimliche” é uma exposição dialógica entre Janaina Tschäpe e Ursula Reuter Christiansen. Na exposição, desdobra-se o parentesco artístico existente entre as duas artistas. Um parentesco que pode não ser perceptível à primeira vista, mas que com um olhar mais atento abre novas perspectivas sobre cada uma das respectivas práticas das artistas. Tschäpe e Reuter Christiansen escolheram-se mutuamente porque vivenciam abordagens comuns aos conceitos artísticos, ao ponto de partida da produção do trabalho e à sua relação com o imediato disponível. Isso revela suas abordagens ao processo artístico de criação e, dessa forma, a exposição permite um raro vislumbre do mecanismo de ambas as práticas.

 

 

As artistas Tschäpe e Reuter Christiansen optaram por estruturar a exposição em torno da noção de “Das Unheimliche” (o misterioso) de Sigmud Freud. Freud joga com as palavras e a relação entre “Das Heimliche” (o caseiro) e “Das Unheimliche” (o pouco doméstico) e deriva disso uma conexão entre as duas. “Das Heimliche” é algo bem conhecido que, de uma forma ou de outra, se alienou. O estranho é o retorno do familiar em uma forma estranha.

 

 

Até 05 de setembro no Den Frie Centre of Contemporary Art, Copenhagem, Dinamarca.

 

 

A curadoria é de Júlia Rodrigues e apresenta cerca de 150 obras.

 

Artista venezuelano

11/jun

 

 

A Fortes D’Aloia & Gabriel, Carpintaria, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, comunica: É com grande prazer que apresentamos a primeira exposição individual de Sheroanawe Hakihiiwe no Brasil. Com essa mostra inauguramos o Aquário – espaço frontal da Carpintaria visível a partir do jardim – dedicado a introduzir novas vozes do circuito.

 

 

Esta exposição foi possível graças à nossa colaboração com a galeria de Sheroanawe Hakihiiwe na Venezula, ABRA. Um agradecimento especial aos seus fundadores Melina Fernández Temes e Luis Romero.

 

 

Sobre o artista

 

Nascido em 1971, no Amazonas, na Venezuela, Sheroanawe Hakihiiwe é um artista indígena residente em Pori Pori, comunidade Yanomami em El Alto Orinoco. Hakihiiwe desenvolve um corpo de trabalho que incorpora desenho e cor à tradição oral de seu povo – a natureza das crenças espirituais e as práticas culturais e sociais.

 

 

Até 07 de agosto.

 

 

Latinidade no MALBA

07/jun

 

 

A mostra “Fuora de serie” no MALBA, Buenos Aires, Argentina, propõe um diálogo entre duas artistas latino-americanas unidas no mesmo ponto criativo: o trabalho e a redefinição dos limites da pintura. Por meio de procedimentos e conhecimentos sobre pintura – e também sobre cultura urbana, arte moderna, design e natureza -, Leda Catunda (São Paulo, 1961) e Alejandra Seeber (Buenos Aires, 1968) produzem obras que absorvem tudo ao seu redor.

 

 

Exibem imagens de uma beleza estranha que aparecem entre camadas de tecidos, pinceladas e espaços alterados. Atendendo a este fio condutor que conecta cenas culturais e épocas distintas, a exposição reúne obras, estudos, esquetes e documentos históricos e recentes que permitem enfocar os seus percursos iniciados entre as décadas de oitenta e noventa no caso de Catunda e no final dos anos noventa para Seeber. Da mesma forma, no âmbito da exposição, será desenvolvido um programa público de palestras, workshops e ativações para pensar os modelos e discursos artísticos que foram determinantes nesta genealogia da arte contemporânea.

 

 

Curador: Francisco Lemus.

 

 

Até 09 de agosto.

 

 

Reabertura do MAM Rio

06/maio

 

 

O MAM Rio, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, será reaberto ao público no dia 06 de maio (quinta-feira), com a maior exposição de esculturas do acervo já montada pela instituição. “Estado Bruto” transforma a totalidade do Salão Monumental e algumas áreas do terceiro andar numa espécie de jardim de esculturas. Reunindo 125 obras tridimensionais de 106 artistas de diferentes épocas, geografias e linguagens, a mostra revela a abrangência e a diversidade das coleções do museu.

 

 

Curadoria de Beatriz Lemos, Keyna Eleison e Pablo Lafuente.

 

 

O MAM Rio segue adotando protocolos sanitários responsáveis para receber a todos que sintam-se em condições de visitar os espaços expositivos.

 

 

Agendamento online: www.mam.rio.

 

 

Mostra do Estilista Tomo Koizumi

30/abr

 

 

A Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, em uma parceria inédita com a Japan House São Paulo, inaugurou a exposição “O fabuloso universo de Tomo Koizumi”. A mostra propõe uma perspectiva da moda contemporânea sob o olhar de um artista que foge das tendências tradicionais e ousa com suas peças marcantes. Serão apresentadas treze surpreendentes criações do jovem estilista Tomo Koizumi, revelação na semana de moda de Nova Iorque de 2019 e que vem conquistando respeito e admiração no mundo fashion. O designer se destaca por criações famosas pelo encantamento, em produções únicas feitas com 50m a 200m de organza japonesa cada uma, de cores e volumes extravagantes, que representam o seu universo recheado de referências nas artes tradicionais e na cultura pop japonesa. Com o apoio do Consulado Geral do Japão em Porto Alegre, a iniciativa de apresentar os trabalhos de Tomo Koizumi na capital gaúcha acontece em função do projeto de itinerância da instituição nipônica, iniciado este ano por meio de colaborações com as principais organizações culturais do país.

 

 

A exposição individual revela a essência do olhar de Tomo Koizumi, por meio de dez peças icônicas das coleções de 2019 e 2020 do estilista. Para a mostra no Brasil, foram criadas também três peças exclusivas, mesclando referências do nosso Carnaval e dos quimonos tradicionais japoneses. Além disso, a exposição conta com um vídeo do último desfile, realizado na Tokyo Fashion Week, permitindo ao visitante vislumbrar a força e a dramaticidade que é vestir uma peça do estilista. Por fim, recortes íntimos da sua carreira e do seu processo criativo estão presentes no espaço expositivo em um mural, que contém desde imagens de referência que serviram de inspiração para as suas coleções, até fotos pessoais feitas pelo artista nos últimos anos. Tomo Koizumi é extravagante, surpreendente, criativo, vibrante. Suas peças são o perfeito encontro da intimidade do trabalho manual ao glamour, sofisticação e teatralidade. Para cria-las, bebe e mescla fontes tradicionais e populares do Japão como os mangás, robôs e o estilo Lolita”, comenta Natasha Barzaghi Geenen, Diretora Cultural da Japan House São Paulo e curadora da mostra, que conta com projeto expográfico do escritório Metro Arquitetos. Sediada na Avenida Paulista, a Japan House São Paulo é uma instituição que apresenta e difunde a cultura japonesa em suas diversas vertentes e, nesta nova fase institucional, ressalta como um dos objetivos a expansão geográfica como uma plataforma de integração para o Brasil e toda América Latina.

 

 

Destinada para todas as idades e com recursos de acessibilidade como libras e audiodescrição, a exposição “O fabuloso universo de Tomo Koizumi” promete cativar tanto os amantes da moda como o público em geral, atraídos pelo olhar de um jovem artista que foge das tendências tradicionais e ousa em cada corte de tecido. Finalista do prêmio LVMH em fevereiro de 2020, Tomo é considerado hoje um dos principais jovens designers do Japão e do mundo, não só por criar vestidos disputados por celebridades internacionais para eventos de gala e red carpet, mas também por ousar em peças que são verdadeiras obras de arte.

 

 

Sobre o artista

 

 

Nascido na província de Chiba, há 32 anos, Tomo foi descoberto pelo dono de uma loja de varejo, que ficou encantado pelas roupas produzidas por ele, ainda quando era estudante universitário. Fundou, então, a sua marca “Tomo Koizumi” e, antes da ascensão ao mundo da alta costura internacional, trabalhou como figurinista para diversos designers japoneses. Em 2016, teve uma de suas peças usada por Lady Gaga durante uma visita ao Japão. No final de 2018, sua carreira decolou quando seu perfil no Instagram foi descoberto por Katie Grand (na época, editora-chefe da revista inglesa LOVE), que ficou fascinada por seu trabalho, orquestrando um desfile na semana de moda de Nova Iorque (2019) com apoio de Marc Jacobs e de um grande time de peso. Tomo Koizumi levou à passarela seus vestidos volumosos e coloridos, surpreendendo o público e tornando-se destaque nos principais veículos de imprensa e nas redes sociais de todo o mundo.

 

José Figueroa no MAC Niterói

09/abr

 

O MAC Niterói, RJ, apresenta até o dia 02 de abril a mostra “José A. Figueroa Um Autorretrato”, primeira exposição virtual do Mac Niterói. Sucesso em São Paulo e na capital federal, a exposição chega a Niterói em formato inédito para temporada online e gratuita, traz o olhar sensível do fotógrafo cubano, considerado um dos precursores da fotografia conceitual.

 

 

“O mundo virtual e os eventos online trouxeram consigo um grande benefício e permitiram um maior alcance da arte”, comenta Cristina Figueroa, curadora do evento, crítica de arte (Estudio Figueroa – Vives, Havana) e filha de José.

 

 

Conhecido por registros que ilustram questões sociais e políticas de Cuba, Figueroa apresenta, por meio de suas fotografias, um olhar para o povo cubano e para as transformações sociais que mobilizaram o país durante as últimas cinco décadas. “Cuba vive atualmente uma situação política e econômica complexa. Meu trabalho de tantos anos, talvez nos ajude a refletir sobre nossa história e aproximar um público internacional da realidade cubana”, comenta o fotógrafo, que completa 75 anos de idade e carrega mais de 50 anos de carreira.

 

 

O projeto foi contemplado pela Lei Aldir Blanc na chamada “Retomada Cultural” e ainda contará com uma série de lives relacionadas à exposição. As datas ainda serão divulgadas.

 

 

A mostra, que reúne 69 fotografias, que vão desde a década de 60 até os dias atuais, procura dar visibilidade aos 115 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Cuba, restabelecidas em 1906, “Figueroa sempre esteve intimamente ligado à história da fotografia brasileira. Do ponto de vista histórico e documental, seu trabalho tem muitos pontos de contato com outros fotógrafos brasileiros contemporâneos como Walter Firmo, Nair Benedito, Juca Martins, entre outros”, comenta a curadora, que vê a exposição como uma oportunidade de mostrar ao público pela primeira vez a visão sem preconceitos do artista – testemunha ocular, por mais de 50 anos, da realidade e da vida de seu país.

 

“O Museu de Arte Contemporânea de Niterói busca se reinventar neste momento em que vivemos. Trazer para o museu um grande fotógrafo internacional, mesmo que de forma virtual, é nossa contribuição com o processo de difusão da arte e da cultura mundial”, afirma Victor De Wolf, diretor do MAC Niterói.

 

 

A palavra da curadoria

 

 

José Figueiroa é um dos personagens mais singulares da história fotográfica cubana atual. Sua experiência de vida e as circunstâncias vividas foram o motor de arranque para uma fotografia que fica na memória de todos pela sua capacidade de representar o que não se vê, ou ainda o que não aparece imortalizado em termos de fotografia. A obra de Figueroa vai além do objetivo documental primordial, ela nos sugere um estado de ânimo, um sentimento compartilhado, um fragmento da história pessoal ou coletiva contada, porém, de uma maneira diferente. E é precisamente através das fotografias de Figueroa que pode-se traçar um mapa político, social e cultural de Cuba dos últimos cinquenta anos, sem deixar nada de fora.

 

 

Na década de sessenta, após o triunfo da Revolução cubana ele era muito jovem para participar ativamente da euforia coletiva, mas suficientemente consciente para reconhecer o que estava vivendo um momento histórico e documentá-lo dentro do estrato social ao qual pertencia. Sua experiência acumulada nos Studios Korda, onde trabalhou como assistente, no início da sua vida profissional, lhe permitiu enfrentar este fenômeno com frescor e liberdade. Mais tarde, sua maturidade profissional o levou a trabalhar com cinema e com a imprensa, o que permitiu cobrir numerosos aspectos da realidade nacional e internacional. Suas escolhas pessoais lhe fizeram fincar o pé em Havana e não emigrar (como fizeram muitos fotógrafos de sua geração) motivo pelo qual sua visão da realidade cubana não é fragmentada, mas comprometida, progressiva e crítica.

 

 

Os anos oitenta corresponderam à guerra em Angola. O final desta década foi marcado pela queda do muro de Berlim e pelo início do colapso do sistema socialista europeu que, com a fragmentação da União Soviética, punha fim a uma estrutura política e econômica da qual Cuba dependia. De um dia para outro, o pais entra em uma depressão conhecida como o “Período Especial” e seus efeitos devastadores foram notados tanto na decadência das cidades, em especial Havana, como no desmoronamento moral de seus habitantes. No ano de 2001, a vida o levou para Nova Iorque durante o ataque às torres gêmeas. Cada um destes conflitos testemunhados por ele, tornaram-se imortalizados através da sua câmera e da sua ótica de cubano.

 

 

José A. Figueroa Um Autorretrato Cubano é, sem pretensão, uma breve antologia de sua obra e uma crônica dedicada a todos que desejam entender nossa história complexa e excepcional. Esperamos que esta exposição possa trazer alguma luz desta realidade, longe de lugares comuns e evitando a visão espetacularizada da cidade, tão atrativa aos olhos dos visitantes. Agradecemos ao MAC Niterói por receber a mostra e a LP Arte por permitir mostrar a obra de Figueroa no Brasil. Esperamos que, com esta exposição, mais caminhos possam se abrir para a fotografia cubana e que o público brasileiro possa entender um pouco mais a história de um país através da visão sem preconceito de um dos testemunhos mais sinceros.

 

 

Cristina Figueroa Vives