Laura González: Nova Consultora

13/nov

É com grande entusiasmo que a Galatea anuncia que Laura González passa a colaborar como Consultora de Desenvolvimento do Programa Internacional, ajudando a expandir os horizontes de nossos artistas e projetos.

Laura é historiadora da arte, consultora e estrategista cultural baseada em Londres. Ela é co-fundadora da themust.co: uma nova plataforma de e-commerce que vende objetos funcionais criados por artistas, utilizando moda e design como oportunidades para cultivar novas comunidades de colecionadores e apoiadores de arte.

Desde 2015, atua como consultora privada e curadora de coleções de arte moderna e contemporânea na América Latina, Europa e Estados Unidos. De 2011 a 2015, co-fundou e dirigiu o departamento de Arte Latino-Americana na Phillips em Nova York, amplamente reconhecido por expandir no mercado internacional o alcance de artistas conceituais e abstratos da região.

Nascida e criada em San Juan, Porto Rico, Laura possui bacharelado em História da Arte pela Universidade de Yale e mestrado pelo Courtauld Institute. Durante seus estudos em Yale, voltou-se para o modernismo da Europa Ocidental enquanto trabalhava como curadora bolsista na galeria de arte da universidade. No Courtauld Institute, se especializou em práticas experimentais na arte latino-americana e do leste europeu a partir dos anos 1950 até o presente, escrevendo sobre os desafios que essas perspectivas trazem para abordagens críticas tradicionais.

Todas as Rosas

10/nov

O Farol Santander São Paulo, Centro, São Paulo, SP, inaugurou a exposição “Rosas Brasileiras”, exibição coletiva inédita que celebra a trajetória da rosa como inspiração artística e parte viva do cotidiano social.

Ao todo, estarão dispostas ao público, cerca de 130 obras de arte e mais de mil objetos diversos que trazem a rosa como personagem principal. Obedecendo a curadoria de Giancarlo Latorraca e Paulo von Poser, e produção da AYO Cultural, a mostra permanecerá em cartaz até 18 de fevereiro de 2024.

Obras de Carlos Cruz-Diez

09/nov

A Carbono, Jardim Paulistano, São Paulo, SP, apresenta até 22 de dezembro, a exposição “Explorando a cor: uma década de prints e múltiplos de Carlos Cruz-Diez”.

No centro da exposição estão as gravuras de Cruz-Diez, uma seleção de 33 obras que encapsulam de forma brilhante seu fascínio da vida toda pela cor como entidade dinâmica e em constante transformação. Usando técnicas meticulosas como serigrafia, litografia e impressão a laser, Carlos Cruz-Diez transformou o plano bidimensional em um parque de diversões para os sentidos. Cada impressão, como um instrumento afinado, envolve o espectador numa sinfonia visual que dança graciosamente diante de seus olhos, explorando as interações entre as cores de uma forma que desafia e encanta a mente.

Viagens pela Amazônia

01/nov

A Amazônia na visão de Hiromi Nagakura e Ailton Krenak é o cartaz em exposição no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP. A exposição “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”, mostra os registros gerados durante as viagens que o fotojornalista japonês fez com o filósofo indígena nos anos 1990 em algumas das principais terras indígenas do Brasil.

Eliza Otsuka, produtora e intérprete que acompanhou os dois, conta que Nagakura conheceu povos como os Krikati, no Maranhão, Xavante, no Mato Grosso, e Ashaninka, no Acre, cujos “momentos de intimidade e contentamento” aparecem agora nas 110 imagens da exposição que há na mostra de Nagakura e Krenak e qual a história da amizade dos dois e dos povos que os receberam na Amazônia.

A exposição

A mostra do Instituto Tomie Ohtake divide em três salas os registros feitos por Nagakura quando viajou com Krenak entre 1993 e 1998. Duas vezes por ano, o fotojornalista acompanhou o filósofo indígena em visitas a territórios no Acre, Amazonas, Mato Grosso, Roraima e Maranhão, onde conviveu com povos como Ashaninka, Xavante, Krikati, Yawanawá e Yanomami. Imagens do cotidiano, de rituais e da intimidade dos povos indígenas estão entre os destaques da exposição. Krenak, curador da mostra, descreve no texto que a apresenta que andou com o fotojornalista por dezenas de aldeias onde “a vida continua vibrante como nos primórdios da criação” e os seres humanos “brincam na chuva como crianças felizes com a vida”.

A história dessa aproximação foi contada em 1998 no livro de Nagakura “Assim como os rios, assim como os pássaros: uma viagem com o filósofo da floresta, Ailton Krenak”, que o indígena considera uma biografia. Outras obras e documentários para a emissora japonesa NHK foram produzidos, com audiência relevante no país asiático. Essa é a primeira vez que uma mostra sobre o projeto é feita no Brasil.

Fonte: ponto.futuro

Artista francesa no Brasil

Exposição retrospectiva da carreira da artista francesa ORLAN ocorre no SESC, Paulista, São Paulo, SP. O projeto traça um panorama dos quase sessenta anos de atuação da artista e apresenta um conjunto de obras ilustrativas de sua trajetória, privilegiando obras fotográficas, vídeos e esculturas. Mireille Suzanne Francette Porte, conhecida como Orlan (Saint-Étienne, 30 de maio de 1947), é uma artista francesa. Ela usa o corpo como suporte para suas artes.

Com curadoria de Alain Quemin e Ana Paula C. Simioni a exposição pretende dar a conhecer ao público de São Paulo o considerável e tão variado trabalho artístico de ORLAN, revisitando suas principais criações e mostrando como essas derivam, em grande parte, de obras seminais que ela fez ainda muito jovem, até as mais atuais. Trata-se ainda de mostrar como a criação, tanto de si mesma quanto de suas obras, e o processo de empoderamento, estão intimamente ligados.

ORLAN tem estado continuamente presente no cenário internacional da arte contemporânea, produzindo um conjunto de obras considerável. Quer seja por sua contribuição para a arte feminista, arte corporal, arte relacionada às tecnologias vivas ou para arte relacionada às novas tecnologias, deve-se notar que ORLAN é, sem dúvida, uma das artistas francesas mais reconhecidas internacionalmente. Há três anos, ORLAN é representada por uma nova galeria internacional, a Ceysson & Bénétière Gallery, que, em muito pouco tempo, já dedicou duas exposições em Paris, além de uma em Nova York, trazendo à tona todo o significado histórico de seu trabalho. Em 2021, ORLAN obteve a mais alta distinção atribuída pelo Estado francês, a Legião de Honra (Legion d´Honneur), pelo conjunto de sua obra, e, nesse mesmo ano, publicou a sua autobiografia pela Editora Gallimard.

Até 28 de janeiro de 2024.

Participação na Itália

A Gentil Carioca anuncia sua participação entre os dias 03 e 05 de novembro na Artissima 2023 (Stand PINK A – 19), Oval Lingotto, Via Giacomo Mattè Trucco, Torino, Itália, com uma seleção especial de obras que traduzem a essência poética da galeria a partir da produção dos artistas: Agrade Camíz, Ana Linnemann, Arjan Martins, Denilson Baniwa, Jarbas Lopes, João Modé, José Bento, Laura Lima, Marcela Cantuária, Maria Laet, Novíssimo Edgar, O Bastardo, Renata Lucas, Rodrigo Torres e Vinicius Gerheim.

II ICAE – Art Law

31/out

International Conference Artwork Expertise and Art Law, a ciência de pensar e estudar a arte no dia 04 de novembro, sábado, das 9 às 18h30 no auditório do Museu de Arte Moderna | MAM/SP, Parque Ibirapuera, São Paulo, SP.

Gustavo Perino e Anauene Soares trazem para São Paulo o III ICAE – Art Law – International Conference Artwork Expertise and Art Law (Congresso Internacional de Perícia e Direito da Arte), em sua primeira edição paulistana, um evento que permite o estudo e discussão simultânea de ciência, técnica, proteção do patrimônio cultural e mercado de arte. Sendo uma ação com características próprias e singulares, o ICAE “permite conhecer o ciclo de vida de uma obra de arte desde o seu registro, identificação, comercialização, trâmites legais, e utilização como ativo financeiro”, define Gustavo Perino.

ICAE é um congresso especializado em autenticação, direito e colecionismo que envolve as maiores autoridades internacionais do ramo de Perícia, do Direito e Colecionismo de Arte. Entre suas metas estão as de promover a atualização e a integração dos peritos de arte, advogados em Direito da Arte e profissionais relacionados; fomentar a discussão da Due Diligence internacional e a sua aplicação no país; desenvolver novas capacitações, parametrizações e normativas a serem aplicadas no exercício profissional com obras de arte e bens culturais, além de fomentar o colecionismo e a transparência do mercado da arte.

Dedicado exclusivamente à perícia de obras de arte nos últimos sete anos, Gustavo Perino conceitua e cria o ICAE em 2016, com sua primeira edição em Buenos Aires, Argentina. Em 2017 a Givoa Art Consulting, de Gustavo Perino, inicia suas atividades no Brasil e organiza a segunda edição do Congresso em 2018, na cidade do Rio de Janeiro. O III ICAE agora conta com a estratégica parceria com Anauene Art Law, cuja diretora Anauene Dias Soares, com grande experiência na área, vem acrescentar as informações pertinentes sobre aspectos legais atribuídos às negociações com arte. Na edição paulistana, em um dia de encontros múltiplos, nascem as oportunidades de interação com profissionais e especialistas das diversas áreas que participam do sistema de arte e permite possibilidades de se pensar inovações e procedimentos através de influências bilaterais. Abordando temas relevantes no segmento artístico, o ICAE proporciona acesso a conceitos e práticas às vezes pouco conhecidos aos não profissionais com explanações e exemplos de “cases” que corroboram alguns conceitos. Por livre definição, a Perícia em se falando de obras de arte, constitui um conjunto de métodos e habilidades que permitem definir se uma obra é autêntica ou não. Um segundo objetivo é a determinação do seu valor de mercado. Para tanto, utilizam-se de várias técnicas e procedimentos científicos que determinam a sua correspondência com a obra do artista. Já a Autenticidade, na arte, é um princípio amparado na noção do autêntico, tanto no sentido etimológico da palavra, no que se refere a qualidade daquilo que é de fonte reconhecível, confiável, quanto no subjetivo, como representação individual, e se expressar nas mais diferentes formas, sejam elas materiais ou humanas.

Duas outras vertentes, mais praticadas do que conceituadas, são o colecionismo e o mercado de arte. O Mercado de Arte é onde compradores e vendedores que comercializam mercadorias, serviços e obras de arte. A princípio, funciona como qualquer outro: há o artista, as mercadorias (que são as obras), vendedores e compradores. Mas existem detalhes e particularidades que o tornam um pouco diferente e mais complexo, com características próprias. Nem sempre vinculado à ações mercadológicas, ou de investimento, mas não obrigatoriamente avesso a elas, o Colecionismo é definido como um processo de adquirir e possuir coisas de forma ativa, seletiva e apaixonada, que fazem parte de um conjunto de objetos não idênticos e que não são utilizadas na sua forma usual. Colecionar obras de arte pode também representar uma forma de investimento que fomenta a criação e preservação cultural. E, como regramento, ou uma tentativa de orientação para assegurar as garantias das transações, tem-se o Direito da Arte (Art Law), área de prática multidisciplinar que abrange várias questões legais, incluindo direitos autorais, marcas registradas, contratos, vendas, impostos e museus; ou seja, normas relativas a artes e assuntos culturais; indivíduos que criam, compram, vendem, roubam ou destroem arte e propriedade cultural, além de instituições, organizações, prestadores de serviços correlatos bem como todos os outros profissionais que, de alguma forma fazem parte do processo, que não é único. Há mais na arte do que apenas a criação e a venda.

Com uma agenda propositiva, o ICAE versa sobre todo o ciclo de vida de uma obra de arte, desde o seu registro e identificação até a formação de coleções. Os temas são desenvolvidos nos painéis “Autenticação de Arte”, formado por peritos e cientistas da Espanha, Argentina e Brasil; “Direito da Arte (Art Law)”, onde outros especialistas dos países acima citados, e também França, discorrem sobre os aspectos jurídicos relativos às obras de arte, abordando temas como valor de bens públicos, tráfico ilícito, comodato, contratos,  uso de imagem entre outros e o painel sobre  “Mercado da Arte e Colecionismo”, com debates sobre desafios do setor e como a due diligence pode nortear positivamente os negócios com obras de arte por meio da colaboração de representantes dos mercados primário (ABACT) e secundário da arte (AGAB), bem como das feiras de arte, além de abordar temas como serviços de vanguarda na administração de bens e investimentos em obras de arte.

Com patrocínio de Kura Arte, W.Advisors, Hurst Capital, FineArt e Tokenizart o III ICAE – Art Law conta com as parcerias estratégicas do MAM/SP, Clé Reserva, Art Quality e da Essencis Technologies (representante da BRUKER no Brasil), e apoio institucional de mais de 50 entidades culturais como Instituto Guimarães Rosa, IPHAN, IBRAM, ICOM, Embaixada do Brasil (Argentina), Instituto Nacional de Tecnologia Industrial (Argentina), IPEN, IEPHA; além de instituições e associações como ASNPPAC, ANTECIPA, NEPAC, ABGC, IBDCult, SIPDO, Fondo Antiguo, ABACT, AGAB, CAMES, OAB, IODA, IMS, Biblioteca Nacional, Museu Nacional de Belas Artes, Museu de Arte Sacra de São Paulo, Museu Castro Maia, Museu Ema Klabin, Museu Eva Klabin; as Universidades Nebrija (Espanha) e Santa Úrsula (RJ) e muitas empresas do setor jurídico, pericial, pesquisa e educação.

“Em um mundo onde, aproximadamente, 50% do que circula é falso ou tem problemas de identificação, é mais do que necessário reforçar o diálogo entre instituições e empresas relacionadas à área, sobretudo respeitando os aspectos legais atinentes às transações de obras de arte, para aí sim, colaborar com esse mercado sem risco e obter maior transparência nas negociações. O ICAE vem oferecer esse ponto de encontro em uma tentativa de democratizar o acesso à perícia e às questões jurídicas do mundo da arte como um todo”.  Gustavo Perino

Instituto Cervantes apresenta Pablo Sycet

30/out

Concebida como uma aventura emocional, a exposição “Sala de Mapas”, exibição individual de Pablo Sycet que apresenta obras usando técnica mista sobre papel, explora suas memórias afetivas resgatando lembranças de suas primeiras visitas a algumas cidades do Brasil, há duas décadas. Tomando o avião como ponto de partida e suporte da trama, o artista acabou expandindo sua experiência de viagem para outras cidades que foram fundamentais (e sentimentais) para o futuro do pintor. Na mostra que será apresentada, a partir do dia 07 de novembro, no Instituto Cervantes, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, Pablo utiliza fragmentos aleatórios da cartografia de São Paulo, Havana, Istambul, Lisboa, Nova Iorque, Madri e Granada. Por ocasião da primeira exibição desta exposição, foi publicado “Map Room”, poema homônimo de Juan Manuel Bonet, acompanhado de algumas pinturas desta série. A mostra itinerante, que já foi exibida no Instituto Cervantes de São Paulo, conta com a colaboração da Fundação Olontia.

“Procurei recuperar e recriar no papel, aquelas sensações vivenciadas em primeiras incursões àquelas cidades. Vários anos se passaram até que eu pudesse projetá-las nesta ficção pictórica representada. São os traços mais íntimos de uma outra educação sentimental”, explica.

Sobre Pablo Sycet

Quando os mapas ainda não eram instrumentos de uso diário, exceto para profissionais do turismo e disciplinas acadêmicas ligadas à geografia, Pablo Sycet Torres nascia, em 1953, em Huelva, pequena cidade portuária ao sul de Espanha, sem qualquer tradição familiar no mundo da arte. Pablo Sycet Torres é um artista visual espanhol de muitas facetas. Embora a pintura seja a sua principal manifestação artística, também atua como curador de exposições, editor, designer gráfico, letrista de inúmeras canções e produções musicais, além de ser um dos arquitetos em atividade artística na capital desde os anos da Movida Madrileña (movimento disruptivo cultural importantíssimo na Espanha, tendo Almodóvar como um dos personagens de destaque). Desenvolveu sua carreira profissional em Madri, realizando a primeira exposição individual “Gestos”, em 1978, na Galeria Antonio Machado. Em 1982, obteve uma bolsa do Ministério da Cultura espanhol; três anos depois obteve outra bolsa, desta vez do Comitê Misto Hispânico Norte-Americano para Cooperação Cultural e Educacional para residir em Nova York. Sycet é um dos pintores andaluzes mais representativos da geração dos anos 1980. Sua atividade principal há mais de 40 anos, a pintura se agrega a um amplo leque de áreas complementares como a edição, a tipografia, o design gráfico, a fundação de galerias de arte, a organização de exposições, letras de músicas, produção musical e a criação e programação da Galeria Sandunga em conjunto com o artista Julio Juste. Manteve durante muitos anos uma estreita colaboração com o crítico e curador de arte Quico Rivas, participando em alguns dos seus projetos.

Até 15 de dezembro.

Direitos autorais em debate na FIC

25/out

Os limites da liberdade artística e da apropriação de obras anteriores a partir do Caso Andy Wharhol é tema de debate da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS.

No dia 31 de outubro, terça-feira, das 19h às 21h, a Fundação Iberê Camargo sedirá um debate inédito sobre a decisão da Suprema Corte norte-americana, com potencial de impactar a criação na arte contemporânea. O evento, coordenado pela representação no Rio Grande do Sul da ABPI – Associação Brasileira da Propriedade Intelectual, terá ainda o apoio do Museu de Arte do Rio Grande do Sul – MARGS e da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Os interessados poderão assistir às palestras presencialmente, no auditório da Fundação Iberê Camargo, ou através da plataforma Zoom. As inscrições são gratuitas.

Com o tema “Liberdade Artística e o Caso Andy Wharhol”, a ABPI vai debater os limites da liberdade artística e da apropriação de obras anteriores na arte contemporânea, após a recente decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos no caso entre a Fundação Andy Warhol para Artes Visuais e a fotógrafa Lynn Goldsmith, envolvendo um retrato do cantor Prince. Os juízes – 7 a 2 votos – decidiram que a Fundação Andy Warhol, voltada à promoção da obra do pai da Pop Art americana, desrespeitou a lei de direitos autorais quando licenciou a reprodução de obra baseada em fotografia do astro musical Prince, de autoria de Lynn Goldsmith. O caso vinha sendo observado de perto no mundo da arte e na indústria do entretenimento.

A partir dessa polêmica decisão, o evento abordará as várias perspectivas sobre a liberdade artística nas artes visuais na atualidade: a do artista, a do curador, a do colecionador e a das instituições, bem como o ponto de vista da legislação sobre direitos de autor.

Emilio Kalil, diretor-superintendente da Fundação Iberê Camargo, abrirá o evento ao lado de Claudia Lima Marques, diretora da Faculdade de Direito da UFRGS. Com mediação de Rodrigo Azevedo, representante Seccional da ABPI no Rio Grande do Sul, o debate contará com a participação do curador islandês Gunnar Kvaran, Francisco Dalcol, diretor-curador do Museu de Arte do Rio Grande do Sul – MARGS e o artista Guilherme Dable.

Para entender o caso

Andy Warhol (1928-1987) se tornou um dos ilustradores mais bem sucedidos da década de 1950. Mas foi a partir dos anos de 1960 que as características de suas obras ganharam maior notoriedade e o tornaram um ícone para a História da Arte e ajudaria a consolidar a Pop Art como movimento artístico de vanguarda. Explorando técnicas de reprodução mecânica como meios de produção e criação artística, criou pinturas serigráficas e outras obras reverenciadas – e financeiramente valiosas – inspiradas em fotos de celebridades, como Marilyn Monroe, Elvis Presley, Rainha Elizabeth 2ª, Elizabeth Taylor, Pelé, Mao Tse Tung, Muhammad Ali e a litigiosa série “Orange Prince”.

Em 1984, Andy Warhol foi convidado pela revista Vanity Fair para criar uma obra que ilustrasse um artigo sobre o cantor Prince. Ele se baseou numa fotografia em preto e branco do cantor tirada em 1981 pela fotógrafa Lynn Goldsmith. Na época, a revista pagou a Lynn 400 dólares em taxas de licenciamento e prometeu usar a imagem apenas naquela edição. Em 2016, quando Prince morreu, a Fundação Andy Warhol para Artes Visuais licenciou outra obra retratando o astro da música a partir daquela mesma foto, agora para a editora Condé Nast, grupo dono da Vanity Fair, que pagou à instituição 10 mil dólares. Lynn Goldsmith não recebeu nada e alegou que seus direitos autorais foram desrespeitados. O caso passou por tribunais inferiores e distritais antes de chegar na Suprema Corte, cuja decisão se concentrou especificamente na obra licenciada por Andy Warhol para a Condé Nast e considerou sua finalidade comercial – o que foge do pressuposto de que haveria caráter “transformador”, do ponto de vista artístico, na nova obra.

A Fundação Iberê tem o patrocínio do Grupo Gerdau, Itaú, Grupo Savar, Renner Coatings, Grupo GPS, Grupo IESA, CMPC, Savarauto Perto, Ventos do Sul, DLL Group, Lojas Pompéia e DLL Financial Solutions Partner; apoio da Renner, Dell Technologies, Pontal Shopping, Laghetto Hotéis, Coasa Auditoria, Syscom e Isend, e realização do Ministério da Cultura/ Governo Federal.

A África nunca antes vista

17/out

Começa no Instituto Ling, Bairro Três Figueiras, Porto Alehre, RS, o curso Pensamento Africano Moderno. Nele, a África será vista a partir da perspectiva de importantes escritores e pensadores africanos como Cheikh Anta Diop, Frantz Fanon, Valentin-Yves Mudimbe, e muitos outros. Ao longo das aulas, haverá a oportunidade de examinar suas obras, compreender suas ideias e conhecer as complexidades do pensamento africano. Quem ministra os encontros é o professor e pesquisador José Rivair Macedo, especialista no assunto.   O domínio europeu sobre o continente africano, especialmente entre 1880-1960, produziu alterações estruturais significativas, impondo aos povos e sociedades africanas padrões políticos e socioculturais identificados com a modernidade ocidental. No decorrer do século XX, durante os períodos da colonização, descolonização e criação das nações africanas modernas, ativistas, intelectuais e artistas desenvolveram ideias e propostas políticas para expressar a condição de subalternidade de seus coetâneos no mundo e, com isso, o desejo de transformá-la. Desse contexto surgem questões-chave para pensarmos o processo de descolonização e a oportunidade de uma reavaliação crítica das influências e legados culturais deixados pelos colonizadores. O objetivo do curso é ampliar as perspectivas recorrentes em torno do pensamento africano contemporâneo, examinando obras e autores como Cheikh Anta Diop, Frantz Fanon e Valentin-Yves Mudimbe, entre outros.

Sobre o ministrante:

José Rivair Macedo é doutor em História Social pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo – FFLCH-USP, com estágio de pós-doutorado na Universidade Nova de Lisboa (2001) e Universidade de Lisboa (2011). É professor no Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, na área de História da África e dos Afro-Brasileiros, e no Programa de Pós-Graduação em História da mesma instituição. Pesquisador, coordena a Rede Multidisciplinar de Estudos Africanos do Instituto Latino-Americano de Estudos Avançados – ILEA-UFRGS e integra o Núcleo de Estudos Africanos, Afro-brasileiros e Indígenas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – NEABI-UFRGS. É autor, entre outros, dos livros História da África (Editora Contexto, 2013); O pensamento africano no século XX (Outras Expressões, 2016); Dicionário de História da África (Edições Autêntica, 2017; 2021) e Antigas Sociedades da África Negra (Contexto, 2021).

Programa do curso:

18.10 – Aula 1: 1900 a 1950 – Introdução ao pensamento africano moderno e pensamento social africano: tendências e movimentos da “personalidade africana”, “pan-africanismo” e “negritude” (Blyden, Du Bois, Garvey, Césaire, Senghor)

25.10 – Aula 2: 1950 a 1980 – Contextualização e estudo de obras e autores essenciais vinculados aos movimentos anti-coloniais e às lutas de libertação nacional na África ( Diop, Fanon, Nkrumah, Cabral)

1.11 – Aula 3: 1980 a 2020 – Pensamento africano pós-colonial (Mudimbe, Hountondji, Mbembe, Amina Mama, Oyèwúmí)