Curso de Arte na Sancovsky

30/ago

Da Arte Moderna à Arte Contemporânea Brasileira por Pollyana Quintella

 

O curso tem como finalidade apresentar, através do trabalho de 8 artistas, os caminhos da arte moderna e contemporânea no Brasil, dos anos 1910 aos dias de hoje. Destinado a todos os públicos, serão abordados os contextos histórico e social, textos de críticos e artistas, fotos e documentos que discutam as linguagens e principais movimentos da Arte Brasileira. Os participantes poderão analisar, a cada aula e com o auxílio da professora, as principais obras dos artistas em questão, aprimorando a leitura de imagens e obras de arte através de critérios e metodologias exercitados. Serão estudadas as obras de Tarsila do Amaral, Alfredo Volpi e Alberto Guignard, Hélio Oiticica, Lygia Clark e Lygia Pape, Cildo Meireles e Tunga, reservando um momento para revisão, levantamento de aspectos gerais e apontamentos e conclusões sobre a Arte Brasileira.

 

 

Sobre Pollyana Quintella

 

Pollyana Quintella é curadora e crítica de arte, colunista de artes visuais do jornal Agulha. Atuou como pesquisadora e curadora adjunta da Casa França-Brasil e editora da revista USINA. Passou pelo Museu de Arte do Rio e Museu da Chácara do Céu. Curou exposições na Casa França-Brasil, no CCJF, no Centro Cultural Calouste Gulbenkian, n’A MESA e no espaço SARACURA. É formada em História da Arte pela UFRJ e mestranda em Arte e Cultura contemporânea pela UERJ, onde pesquisa a obra de Mário Pedrosa.

 

 

Datas: Segundas, 25-Set, e 2,9,16-Out, das 20h às 22h.

Local: Galeria Sancovsky, Pça Benedito Calixto,103, Pinheiros – São Paulo – SP

Investimento: R$ 400,00 (Parceláveis)

 

Cícero Dias no CCBB/Rio

28/jul

O Centro Cultural Banco do Brasil, CCBB, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a partir de 02 de agosto, a retrospectiva com cerca de 130 obras do pintor pernambucano Cícero Dias (Escada, Pernambuco, PE, 1907- Paris, França, 2003) provenientes de grandes coleções públicas e privadas brasileiras e algumas de outros países como Austrália, China e França, contextualizando sua história e evidenciando sua relação com poetas e intelectuais e sua participação no circuito de arte europeu.

 

Na edição carioca a exposição foi acrescida da emblemática obra de 12 metros, “Eu vi o mundo… ele começava no Recife”, que causou comoção no Salão Revolucionário de 1931, e do painel Visão carioca, com 8 metros de comprimento. Curadoria de Denise Mattar e Curadoria Honorária de Sylvia Dias, filha do artista.

 

 

Roteiro

Dia 02 de agosto, ás 17h30min – Visita com a curadora Denise Mattar

19hs – Exibição do filme “Cícero Dias, o Compadre de Picasso”, direção de Vladimir Carvalho, duração: 79 min.

Local: 2º andar

O tempo no MARGS

11/jul

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, Porto Alegre, RS, exibe a mostra “A paisagem no tempo – Carlos Petrucci e o acervo do MARGS”, em cartaz na Pinacoteca do MARGS. Organizada pelo Núcleo de Curadoria do MARGS, reúne 38 obras de 33 artistas pertencentes ao museu 8 obras de Carlos Petrucci, que fazem parte da coleção da antiga Pinacoteca Aplub de Arte Rio-Grandense, hoje denominada FUNDACRED.

 

O objetivo dessa mostra é resgatar o exercício da contemplação proporcionado pelo registro do espaço e do tempo, dentro da poética de cada artista  apresentado.  O espectador é convidado a realizar a fruição de uma cena, um ambiente, um lugar, um momento, uma paisagem…

 

O termo paisagem remete à contemplação, ao bucólico, ao nostálgico, a algo que se fixou no tempo. Essa temática na arte pode parecer, inicialmente, um gênero tradicional e demasiado romântico para os dias atuais. Porém, a observação do meio ambiente foi utilizada como inspiração por vários artistas dos séculos XIX e XX, principalmente na pintura. Podemos encontrar a expressão dessa poética em artistas importantes para a história da arte no Sul, como Libindo Ferrás, Ado Malagoli, Ângelo Guido, Francis Pelichek, Maristany de Trias, dentre outros.

 

O grande destaque da exposição é o artista gaúcho Carlos Petrucci, que se dedicou à pintura de paisagem ao longo de sua trajetória. Petrucci iniciou seus estudos artísticos com Adail Costa em Pelotas, e seguiu em 1938 para Porto Alegre, onde trabalhou de forma autodidata. Realizou sua primeira individual, em 1947, no auditório do jornal Correio do Povo, iniciando seu percurso em mostras coletivas e individuais, além de realizar cenários para o teatro gaúcho e ter criado murais com técnicas diversas em locais, como o Edifício Santa Cruz, na capital gaúcha.

 

“Quem se dispõe a contemplar com atenção verdadeira a pintura de Petrucci logo se dá conta de que o prazer de acompanhar o artista através das minúcias do objeto, se transforma aos poucos num esforço apaixonado e nostálgico de fixar algo que não está nos objetos. É talvez essa dura luz do meio dia, que imobiliza as coisas na sua sombra projetada quase geométrica… é talvez a falta de qualquer presença humana, quase se poderia dizer viva, não fosse a vegetação… é talvez ainda o silêncio indiferente que situa cada coisa no seu espaço, dando esse caráter de presença imperturbável, o que, de repente, se torna dominante. A gratificadora imagem de eternidade das coisas e da ordem muda, então, numa presentificação do tempo e a memória estremece. (…) Tanto faz, portanto, que os temas das pinturas de Petrucci refiram realidades históricas ou cotidianas. Sua importância, de uma ou de outra forma, se banaliza diante da reflexão profunda e sintetizadora sobre a temporalidade que faz seu cerne. O tempo é, com efeito, o ´personagem´ central da atual pintura desse artista”; Carlos Scarinci.

 

A partir da obra de Carlos Petrucci  –  um pintor da realidade e da “presentificação do tempo”, – a mostra discute a representação da paisagem e da passagem do tempo, a partir de obras do acervo do MARGS e da FUNDACRED – antiga Pinacoteca Aplub de Arte Rio Grandense, liderada por Rolf Zelmanowicz, o criador do acervo e grande incentivador das artes visuais no estado.

 

 

Até 24 de setembro.

Coleção Fundação MAPFRE

Desde seus inícios, as coleções de desenhos da Fundação MAPFRE estiveram marcadas por grande interesse em revelar o nascimento da modernidade. A seleção que o Museu Lasar Segall, Vila Mariana, São Paulo, SP,  apresenta, abrange o período compreendido entre finais do século XIX e meados do XX, precisamente o momento em que o desenho ainda vive sua dupla condição. Se, por um lado, é um meio criativo para a execução final de outras obras, ao mesmo tempo mostra sua independência, como arte plena e suficiente em si mesma.

 

Assim sucedia já nos desenhos de Rodin e Klimt, que os próprios artistas incluíam em suas exposições, nas do primeiro Picasso e nas de Henri Matisse; na ironia de George Grosz, em que a mulher se converte em protagonista e nos fala dos diversos caminhos da crítica e da sátira no seio da pintura europeia. Mas também naqueles que, co0m um espírito plenamente vanguardista, nos introduzem nas tendências mais avançadas da arte contemporânea: o próprio Picasso, Juan Gris, Alexander Achipenko ou Moholy Nagy, presentes nesta exposição. Também o dadaísmo de Charchoune, Picabia ou Schwitters, que chega ao surrealismo através da obra de Joan Miró, Salvador Dalí ou Óscar Domínguez. Um surrealismo que, a partir do círculo parisiense de André Breton, permanece na cultura espanhola durante muitos anos, tal como vemos nas formas puras e primitivas de Julio González ou de Alberto (Sánchez), nas primeiras obras de Tàpies.

 

Na segunda metade do século XX, o limite entre os gêneros artísticos parece diluir-se em um universo criativo que mescla o desenho com a pintura, a escultura com a ação e a arquitetura. Um exemplo dessa atitude encontra-se no desenho de Eduardo Chillida incluído na exposição, que combina a qualidade do desenho propriamente dito com as qualidades escultóricas do ferro e da madeira. O caminho para a Coleção nos conduziu a uma perspectiva diferente: não o desenho tradicional, agora uma obra da qual o desenho participa.

 

 

Artistas presentes na exposição Tesouros da coleção da Fundação MAPFRE – obras sobre papel:

 

Albert Gleizes | Alberto Sánchez | Alexander Archipenko | André Lhote | Antoni Tàpies | Auguste Rodin | Daniel Vázquez Díaz | Darío de Regoyos | Edgar Degas | Eduardo Chillida | Sir Edward Coley Burne-Jones | Egon Schiele | Fernand Khnopff | Francis Picabia | Francisco Bores | George Grosz | Gustav Klimt | Henri Matisse | Isidre Nonell | Joaquim Sunyer | Joaquín Torres García | Joan Miró | José Caballero | Juan Gris | Juan Ponç | Julio González | Kurt Schwitters | László Moholy-Nagy | Luis Fernández | Lyonel Feininger | Maruja Mallo | Óscar Domínguez | Pablo Picasso | Paul Klee | Rafael Barradas | Remedios Varo | Salvador Dalí | Serge Charchoune | Sonia Delaunay.

 

 

 Até 28 de agosto.

No Instituto Tomie Ohtake

21/jun

A mostra inédita, organizada e realizada pelo Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, sob a curadoria de Paulo Herkenhoff, coloca em destaque a produção e a trajetória de diversas mulheres que desafiaram convenções e limites de suas épocas, nos séculos XIX e XX no Brasil, seja no campo estético ou social. “Invenções da Mulher Moderna, Para Além de Anita e Tarsila” é o resultado de uma extensa pesquisa que o curador Paulo Herkenhoff desenvolve há décadas, alimentada pela contínua reflexão sobre a obra de diversas mulheres artistas brasileiras. Esta mostra, portanto, desdobra o já conhecido comprometimento de Herkenhoff com o registro histórico da produção feminina e com a reflexão teórica sobre suas invenções.

 

Para a exposição, com cerca de 300 obras, além de fotos e documentos, o curador toma como referência dois pilares do modernismo no Brasil, Anita Malfatti e Tarsila do Amaral, e apresenta novos apontamentos sobre suas obras e histórias. Em torno dessas referências, a maior parte das obras e das narrativas presentes na exposição vai mais longe, e apresenta mulheres que são em sua maioria desconhecidas do grande público.

 

Entre mostra e catálogo, o curador não pretende organizar um dicionário/glossário de nomes e imagens, muito menos construir uma grande narrativa completa e acabada, mas situar de maneira historiográfica e crítica diversas personagens que complementam e transformam a história da cultura e da arte no país.

 

Assim, ao invés de uma narrativa linear, a mostra elege diversos núcleos, que se distribuem como uma rede ou uma constelação. Núcleos heterogêneos são estabelecidos e dão visibilidade a questões e temas relevantes, que abrangem tanto dados históricos e factuais quanto tentam evidenciar a subjetividade das artistas escolhidas. As invenções, como sugere o título, dizem respeito às criações dessas mulheres e também à construção da imagem da mulher que foi sendo aberta e lapidada ao longo dos séculos XIX e XX. Além de seu pioneirismo, essas personagens têm em comum o enfrentamento de tensões e conflitos de diversas ordens.

 

Em “Mulheres de Vassouras” – trocadilho entre as mulheres e a cidade carioca que foi polo do café do século XIX e de revoltas de escravos – estão: retratada em pintura anônima, Eufrásia Teixeira Leite (1850 – 1930), intelectual que se relacionava com Joaquim Nabuco e se notabilizou por libertar seus escravos e por seus atos de filantropia; registros da prisão, oriundos do Arquivo Nacional, de Mariana Crioula, negra, casada com o quilombola Manoel Congo e que, ao seu lado, participou da maior fuga de escravos ocorrida em 1838; e obra de Abigail de Andrade (1864 – 1890, França) que, segundo o curador, foi uma das primeiras a executar no Brasil as chamadas pinturas de gênero, pautadas nas cenas cotidiana de interiores doméstico.

 

Para pensar as “Mulheres do Século XIX”, Paulo Herkenhoff se vale da ideia do “muxarabi”. O elemento da arquitetura que lembra uma grade de madeira, de origem árabe, permite entrada da luz, se pode ver de dentro para fora, mas não de fora para dentro. Essa posição representa o lugar protegido e reservado que era designado à mulher e foi, gradualmente, superado conforme mulheres decidiam abandonar tal “mediação” ao pintar e registrar a cidade, encarando e sendo encaradas de volta. No século XIX houve cerca de 50 mulheres conhecidas como pintoras e a exposição reunirá cerca de 15 delas.

 

Já o núcleo “Modernas antes do Modernismo” elenca nomes de artistas que marcaram a época e o local em que viveram, por estarem desvinculadas dos princípios da arte acadêmica, porém não integrando o modernismo organizado como vanguarda no país no começo do século XX. É o caso da espanhola, que chegou ao Brasil nos anos de 1890, Maria Pardos em Juiz de Fora, Minas Gerais, uma pintora da intimidade e do mundo privado e que ganhou diversos prêmios em salões. Outra artista pertencente a este grupo é Nair de Teffé (1886 – 1981, RJ) que, segundo o curador, foi a primeira caricaturista mulher de quem se tem notícia em escala mundial.

 

O segmento dedicado à “Fotografia” evoca a atuação da mulher no século XIX, como a chegada, em 1842, de cinco daguerreotipistas no Rio de Janeiro, dentre eles, uma mulher. A mostra traz a figura que modificou os parâmetros da fotografia no século XIX, Fanny Volk, alemã radicada em Curitiba no ano de 1881. Com interesse voltado ao social, uma de suas pesquisas constava de fotografar o trabalho masculino ao ar livre. Já entre as presenças no início do século XX o curador ressalta as fotografias de Hermínia Nogueira Borges (1894, RJ – 1989, RJ), fundadora do Foto Clube Brasileiro, no Rio de Janeiro, e as cerca de 10 mulheres que dirigiram estúdios, a primeira em 1908, no Estado de São Paulo, e em 1910, na capital. As lentes estrangeiras que chegam ao Brasil no século XIX também são investigadas pelo curador que, no caso, envolve mulheres e homens com olhares não modernista, pois se afastavam de questões nacionalistas e preocupavam-se com a subjetividade e os registros sociais.

 

Um dos pilares da mostra, Anita Malfatti (1889 – 1964, SP), além de pinturas, comparece acompanhada de uma análise crítica do texto “Paranoia ou mistificação?” (1917), de Monteiro Lobato. Para dissecar o texto de Lobato, que ficou célebre pelo impacto que teve na percepção da trajetória da artista, Paulo Herkenhoff   baseia-se no código civil da época. Lobato era Procurador do Estado e os termos de seu artigo refletiam o pensamento retrógrado que tratava a mulher como cidadão minoritário, parcialmente incapaz de tomar decisões. Já sobre Tarsila do Amaral (1886 – 1973, SP), além de uma série de pinturas, a exposição apresenta desenho/estudo do Abaporu (obra de 1928).

 

Em “Escultoras” há obras a partir da primeira metade do século XX, concebidas por artistas como: Nicolina Vaz de Assis (1874, SP- 1941, RJ), que na cidade de São Paulo tem uma de suas mais conhecidas esculturas, a Fonte Monumental na Praça Julio de Mesquita (1927), participa com algumas de suas peças em bronze e um retrato seu pintado por Eliseu Visconti; Zelia Salgado (1904, SP – 2009, RJ), que foi professora da Lygia Pape, ganhará destaque a partir de alguns momentos de sua obra, como o que faz referência à “Unidade tripartida”, de Max Bill; e Adriana Janacopoulos (1897, RJ), reconhecida por conceber monumentos, cabeças e bustos, tem um de seus trabalhos representado.

 

Maria Martins (1894, MG – 1973, RJ) é um núcleo em si. A curadoria evidencia a ousadia de sua produção ao abordar diretamente o desejo como centro poético de sua obra e a cópula como tema direto de algumas. A abordagem do trabalho enfatiza o contraste dessa atitude com o pudor vigente no Brasil naquele período.

 

Já para Lygia Clark (1920, MG – 1988, RJ), a mostra constrói um percurso pelas noções poéticas fundamentais de sua obra, com leitura e análise de conceitos como o de “espaço modulado”, enquanto Lygia Pape (1927 – 2004, RJ) é apresentada por meio de alguns de seus vídeos, como “Eat me” (1975) e “Divisor” (1967). Tomie Ohtake (1913, Kioto, Japão – 2015, SP) é aproximada da pintura de Alina Okinaka (1920, Hokkaido Japão – 1991, SP), formando o núcleo “Mulheres Japonesas”, que traz questões sobre o silêncio, a fala e a escrita, análogas à obra de Mira Schendel que acrescenta, ao silêncio e à fonética, o indivisível.

 

Por fim, produções pouco conhecidas pelo grande público, por partirem de personagens que não vêm do eixo Rio-São Paulo compõem “As Amazonas”, com Julieta de França (1872 – 1951, PA) e Antonieta Santos Feio (1897 – 1980, PA), ambas de Belém e com estudos em arte na França e Itália.  Julieta de França aproximou-se do Art Nouveau e expôs junto de Rodin, na França. Foi uma das primeiras mulheres a enfrentar o regime acadêmico e disputar os espaços com os homens artistas, sendo duramente criticada por isso. Antonieta Santos Feio usou seu olhar atento para representar figuras e personagens locais e seus costumes. Em um primeiro momento suas obras dedicam-se à figura da mulher engajada no trabalho e na religião e depois passa a mostrar a extração da borracha, universo majoritariamente masculino.

 

 

Até 20 de agosto.

Ernani, celebra 111 anos

20/jun

Para celebrar os 111 anos da Ernani Leiloeiro – uma das mais tradicionais casas de leilão do Brasil – Horácio Ernani Rodrigues de Mello (quinta geração da família de leiloeiros) criou um evento especial. Obras de parte dos acervos do Comendador Osvaldo Riso, da Sulamérica Seguros, do Acervo da Galeria TAC e de outros comitentes serão expostas entre até 23 de junho,  na Vila Riso, São Conrado, Rio de Janeiro, RJ. Este formato permitirá apreciar obras de artistas renomados como – entre os destaques -, as “Bandeirinhas”, de Alfredo Volpi, um dos artistas mais importantes da segunda geração do modernismo brasileiro.

 

No conjunto apresentado, o “Buraco para jogar políticos desonestos”, de Cildo Meireles, é uma das obras mais impactantes. Nela, o artista propõe uma solução inusitada para a corrupção endêmica na política brasileira.  A obra criada em 2011 serviu de inspiração para a confecção de um grande painel que participou da Bienal de Istambul.

 

Os demais destaques são: as cores vibrantes da pintura “Alegria”, de Jorge Guinle, com seus traços intensos; “Pão de Açúcar”, pintura de Glauco Rodrigues; “Gibi”, de Raymundo Colares, confeccionado nos anos 1960 em papel colorido; “Retrato de Maria Portugal Milward”, peça rara de Alberto da Veiga Guignard.  No total, a exposição e o leilão vão apresentar aproximadamente 1000 peças, entre objetos de arte e antiguidades, do século XVIII ao XXI.

 

 

5ª geração

 

À frente da tradicional casa de leilões desde 2001, Horácio Ernani de Rodrigues de Mello, 43 anos, estreou em grande estilo no leilão da famosa “Coleção Noronha Santos”, com manuscritos de Olavo Bilac, Machado de Assis, Manuel Bandeira e até os originais de uma pauta musical assinada por Richard Wagner. Ernani representa a 5ª geração da família, que desde 1906 atua no mercado leiloeiro carioca. A sede da Ernani Leiloeiro está localizada no Palácio dos Leilões – mansão na Rua São Clemente, em Botafogo.

Para ver o Brasil

14/jun

A Oca, Parque do Ibirapuera, Portão 3, São Paulo, SP, exibe a exposição “Modos de ver o Brasil: Itaú Cultural 30 anos”. O evento celebra os 30 anos de atividades do Itaú Cultural e exibe cerca de oitocentas peças de um acervo de 15 mil obras do Banco Itaú. A mostra tem curadoria de Paulo Herkenhoff, em colaboração com Thais Rivitti e Leno Veras, e ocupa os 10 mil metros quadrados do espaço.

 

Entre as obras expostas, estão a tela “Povoado numa planície arborizada”, do pintor holandês Frans Post, e raridades como os mapas do século XVII: “Jodocus Hondius: AmericaSeptentrionalis”, “Henricus Hondius: Accuratissima Brasiliae Tabula”.

 

As peças foram organizadas em vinte núcleos espalhados pelos quatro andares do edifício, projetado por  Oscar Niemeyer. Cada piso tem uma organização temática por período: no térreo estão “São Paulo” e “De memória e matéria”; no subsolo “Da numismática à cibernética”; no primeiro andar, “Expressão e racionalidade”; e no segundo andar, “Uma invenção simbólica do Brasil: África e barroco”.

 

Entre as atrações está uma escultura de mais de cinco metros de altura, de Ascânio MMM, reconstruída para a ocasião. Obras antigas estão lado a lado com peças modernistas e contemporâneos, de artistas como Brecheret, Maria Martins, Hélio Oiticica, Portinari, Adriana Varejão, Gilvan Samico, Beatriz Milhazes, Vik Muniz, Vera Chaves Barcellos, Berna Reale, Siron Franco, Emanoel Araújo, Jaime Lauriano, Paulo Bruscky, Montez Magno, Ayrson Heráclito e Eder Oliveira dentre outros.

 

 

Até 13 de agosto.

MARIA LEONTINA 

09/jun

A galeria Bergamin & Gomide, Jardins, São Paulo, SP, apresenta “Maria Leontina”, exposição individual da artista (São Paulo, 1917 – Rio de Janeiro, 1984) reunindo obras de diversas fases ao longo de sua trajetória de mais de 40 anos de produção.

 

Artista fundamental do período pós-guerra da arte brasileira, Leontina inicia sua produção na década de 1940 com uma estética modernista em trabalhos feitos em tela e papel. Seus desenhos e suas pinturas apresentam uma linguagem figurativa que rapidamente se desenvolve direcionada a uma abordagem expressionista. Ao longo dos anos 1950, a iconografia da sua obra aos poucos perpassa temas tradicionais como naturezas-mortas e retratos e assim surgem paisagens urbanas e construções geométricas. Nesse período a artista flerta com o construtivismo, no momento proeminente nas artes plásticas do país, porém sua obra não adere aos dogmas do movimento e dessa forma sua relação com as formas e cores acontece de forma leve e translúcida, a chamada “geometria sensível”. A partir dos anos 1960 e nas últimas décadas de sua produção, os trabalhos tendem a transitar entre o abstrato e o figurativo, em ambos porém é notável a presença de uma atmosfera taciturna que permeia toda sua obra. Independente do período ou da técnica adotada pela artista, seu trabalho é continuamente refinado, aguçado, indica camadas e nuances variadas a serem absorvidas pelo espectador, tanto pictóricamente quanto no campo transcendental.

 

Leontina é muitas vezes lembrada na história como esposa de Milton Dacosta. Essa exposição busca fazer uma revisão dessa perspectiva; além de mostrar ao público um apanhado geral da obra dessa artista essencial à arte nacional, a mostra pretende dar luz a uma produção que visualmente e conceitualmente foi pioneira no seu tempo ao mesclar geometria, figuração e abstração de forma coesa e singular, sendo assim possivelmente um dos pontos de intersecção da arte moderna com a arte contemporânea brasileira.

 

 

De 01 de junho a 15 de julho.

Brecheret na DAN galeria

07/jun

Com curadoria de Daisy Peccinini, especialista na obra do artista, a mostra traz uma série de desenhos e esculturas daquele que é considerado um dos escultores mais importantes do país e criador de um dos monumentos mais icônicos e significativos da cidade de São Paulo, o “Monumento às Bandeiras”. A mostra inclui criações do escultor de um período que vai de 1916 a 1955, apresentando ao público um panorama bastante abrangente de sua carreira artística. São 46 obras, entre esculturas e desenhos, que se dividem em núcleos e subnúcleos. Entre elas, há um desenho inédito, produzido no início de sua carreira. “Brecheret: Encantamento e Força”, com curadoria de Daisy Peccinini, é o cartaz atual da Dan Galeria, Jardim América, São Paulo, SP.

 

 

A exposição

por Daisy Peccinini

 

A exposição apresenta obras que definem as linhas de força da produção de Victor Brecheret (1894-1955). No espaço, vibram formas e volumes que testemunham os temas de sua predileção; que persistem, tomados e retomados no correr das quatro décadas de sua importante produção. É evidente que o tema do feminino prepondera apresentando-se como um grupo marcante, com um número maior de obras, em contraponto com as poucas exceções de esculturas que representam o masculino e, mais ainda, a rara abordagem do tema do idílio, entre o masculino e feminino. Um segundo também importante tema é o da arte indígena, considerando-se Brecheret um pioneiro, entre os escultores modernos, na pesquisa dos modelados e entalhes praticados pelos povos originais de nossa terra, que ele translada para as esculturas de modelagem da argila, com uma profunda sensibilidade das formas orgânicas.

 

A arte sacra, desde o início de seu percurso artístico, tem um lugar especial e suas pequenas e douradas virgens são exaltadas nos anos 1920 por críticos de arte da Escola de Paris. O tema sacro é recorrente em vários momentos das décadas seguintes, lembrando na década de 1940 o conjunto significativo da Via Sacra e das monumentais esculturas de Cristo Crucificado e de São Paulo, na Capela do Hospital das Clínicas, e outros temas usuais religiosos foram abordados, como Anunciação, Cristo, Maria, São Jerônimo e São Francisco, este último de sua predileção, representado de variadas formas, com animais e com instrumento musical.

 

Finalmente nesta apresentação de esculturas, destaca-se o tema dos cavalos aos quais Brecheret sempre teve uma grande paixão e deles fez presença importante, desde o primeiro projeto do Monumento às Bandeiras (1920) até o projeto realizado (1933-1954), está presente também no Monumento a Caxias, quer na escultura monumental equestre, quer nos relevos da elevada base em granito. Marcam fortemente as fachadas do Jockey Club de São Paulo, em painéis de mármore travertino nos quais Brecheret realiza uma saga de vida e de vitórias nas corridas.

 

Nessa variabilidade de temas e códigos de formas de diferentes próprios de fases do percurso artístico de Brecheret, duas qualidades se impõem como marcas estilísticas permanentes do grande escultor: o encantamento e a força. De fato, essas obras, que pertencem a diferentes momentos de sua copiosa produção, têm em si mesmas essas duas qualidades. Encantamento, uma especial sedução pela impecável fatura, fazendo os olhares deslizarem pelos volumes flexuosos, interagindo com a sensibilidade e prazer de cada um que os contempla.

 

Se de um lado existem encantamentos, por outro lado há conjuntamente a força, um élan que integra as partes numa pulsão centrífuga de modo que os volumes sedutores possuem força e tensão que os aglutina e geram uma aura monumental. A apresentação das esculturas e desenhos de Brecheret na Dan Galeria seguem os eixos de força da produção do escultor.os, Exposição, São Paulo.

 

Quando? Abertura: 8 de junho, das 19h às 22h; Período expositivo: de 8 de junho a 10 de julho de 2017

 

O feminino na escultura

02/jun

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou a exposição “Molde – Conversas em torno da escultura e do corpo feminino”, uma coletiva composta por artistas mulheres. A mostra reúne esculturas de treze artistas, de várias gerações: Ana Hortides, Carla Guagliardi, Celeida Tostes, Daisy Xavier, Daniela Antonelli, Estela Sokol, Gabriela Mureb, Lais Myrrha, Regina Vater, Wanda Pimentel, Maíra Senise, Maura Barros e Tatiana Chalhou.

 

A mostra terá 30 esculturas em diferentes materiais, como barro, madeira, cerâmica, bronze, vidro, minerais, osso, mármore entre outros, de treze artistas, em uma seleção que une trajetórias consagradas a jovens nomes da arte contemporânea brasileira.

 

Anita Schwartz, uma das mais destacadas, antigas e respeitadas galeristas brasileiras, nascida em Recife e radicada no Rio, atua no mercado da arte há mais de trinta anos. Desde 2008 a sede de sua galeria fica em um belo edifício de três andares, de quase mil metros quadrados, projetado por Cadas Abranches, no Baixo Gávea, construído especialmente para abrigar exposições e sua reserva técnica.

 

 
Até 1º de julho.