MASP exibe Moda

26/out

O MASP, Avenida Paulista, São Paulo, SP, inaugurou a exposição “Arte na moda: Coleção MASP Rhodia”, na qual apresenta o conjunto completo da Coleção MASP Rhodia, doada em 1972, e composta por 78 peças produzidas nos anos 1960. Assinam a curadoria da mostra o diretor artístico Adriano Pedrosa, a curadora adjunta Patrícia Carta e o curador Tomás Toledo.

 

A coleção foi doada pela empresa química francesa Rhodia, que lançava seus fios sintéticos no Brasil, e utilizava desfiles e coleções de moda como forma de divulgação de seus produtos. Essa estratégia foi concebida por Lívio Rangan, então gerente publicitário da Rhodia, responsável por coordenar a criação das coleções e organizar os desfiles onde as roupas eram divulgadas. Estes se aproximavam mais de um espetáculo que de uma divulgação comercial, reunindo profissionais do teatro, dança, música e das artes para sua realização.

 

O vestuário exposto tem estampas criadas por artistas brasileiros como Willys de Castro, Aldemir Martins,Hércules Barsotti, Carybé, Ivan Serpa, Nelson Leirner, Manabu Mabe, Alfredo Volpi, Lula Cardoso Ayres e Antonio Maluf, entre outros. As escolhas dos artistas revelavam o interesse em dialogar com a arte contemporânea do momento e refletiam as principais tendências estéticas e programas artísticos do período.

 

A abstração concreta está presente nas peças de Hércules Barsotti, Willys de Castro e Antonio Maluf. Já a abstração informal aparece nos vestidos de Manabu Mabe e Antonio Bandeira, e as referências ao pop, nas peças de Carlos Vergara, e Nelson Leirner.

 

Outra preocupação era trazer para a coleção a temática da cultura popular brasileira, parte importante da história do museu, além de assunto frequente nas pesquisas de Lina Bo Bardi. As estampas criadas por Aldemir Martins, Carybé, Francisco Brennand, Genaro de Carvalho, Lula Cardoso Ayres, Manezinho Araújo, Gilvan Samico e Carmélio Cruz refletem o tema.

 

A moda esteve presente no MASP em eventos e exposições realizadas no passado, como o desfile de vestidos de Christian Dior, em 1951; o desfile de moda brasileira, em 1952; e o Festival de Moda – I Exposição Retrospectiva da Moda Brasileira, de 1971, no qual foram exibidas algumas das peças que estão presentes nesta mostra. A expografia desenvolvida para a exposição é uma combinação monocromática de dois elementos: bases horizontais elevadas do chão para os manequins e cortinas que criam planos verticais de fundo para as peças. Distribuídos pelo espaço expositivo do segundo subsolo, criam um percurso de visitação: se vistos de cima, uma composição gráfica de curvas e retas. A opção pela predominância da cor preta nos elementos expográficos permite destacar as cores vibrantes das peças e, ao mesmo tempo, controlar melhor a intensidade da iluminação, para preservar as peças têxteis, bastante sensíveis.

 

No contexto da exposição, será vendido um catálogo inédito com reprodução das 78 peças. Além do texto curatorial, o catálogo contará com comentário crítico da especialista Patrícia Sant’Anna, cuja tese de doutorado realizado na Universidade Estadual de Campinas, Unicamp, abordou a coleção MASP-Rhodia.

 

Estarão contemplados na publicação e na exposição os artistas Aldemir Martins, Alfredo Volpi, Antonio Bandeira, Antonio Maluf, Carlos Vergara, Carmélio Cruz, Carybé, Danilo Di Prete, Fernando Lemos, Fernando Martins, Francisco Brennand, Genaro de Carvalho, Gilvan Samico, Glauco Rodrigues, Hércules Barsotti, Hermelindo Fiaminghi, Isabel Pons, Ivan Serpa, João Suzuki, José Carlos Marques, Kenishi Kaneko, Licínio de Almeida, Lívio Abramo, Luigi Zanotto, Lula Cardoso Ayres, Manabu Mabe, Manezinho Araújo, Moacyr Rocha, Nelson Leirner, Tikashi Fukushima, Tomoshigue Kusuno, Waldemar Cordeiro e Willys de Castro.

 

 

O conceito da curadora adjunta

 

Para Patrícia Carta, o acervo único reúne a riqueza de um momento histórico marcado pela ascensão do prêt-à-porter e pela crescente industrialização do país. “A importância desta exposição, além de trazer a estética e a plasticidade da época, é aproximar a arte de outras áreas, como moda e design, e é um bom exemplo de dessacralização do espaço museológico.”

 

 

Sobre Patrícia Carta

 

É curadora adjunta de vestuário e moda do MASP, diretora da Carta Editorial, que publica Harper’s Bazaar e a revista Iguatemi, entre outros títulos. Foi diretora das publicações da Condé Nast, como a Revista Vogue, de 2003 a 2010. Na Folha de S.Paulo, foi editora de moda de 1992 a 1997.

 

 

Curso Arte, Moda e Museu

 

O Museu de Arte de São Paulo – MASP oferece, por meio do MASP Escola, uma grade abrangente se cursos livres voltados para interessados em artes — temas como fotografia, história da arte e moda são destaques. Desde o dia 21 de outubro, o museu oferece o curso “Arte, Moda e Museu”, ministrado por Lorenzo Merlino, que se propõe a localizar e relacionar características cruciais da história da moda, iniciando pela pré-história e as primeiras vestimentas, passando pela diferenciação por gênero da Idade Média, e chegando ao contexto recente da globalização expressa pelo Ready-to-Wear e o Fast Fashion. Os movimentos de vestuário serão apresentados de maneira cronológica com viés crítico e inter-relacional ao longo de oito aulas.

 

Lorenzo Merlino tem 20 anos de experiência no mundo da moda, professor titular da cadeira de Estilo no curso de moda da Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP desde 2010 e Pós-Graduado com nota máxima em História da Arte pela mesma instituição em 2013. Professor colaborador na Escola São Paulo, na Casa do Saber, no Senac e nas Faculdades Rio Branco. Desde abril é o novo figurinista-residente do Theatro Municipal de São Paulo.

 

 

Até 14 de fevereiro de 2016.

Centenário de Milton Dacosta

23/out

O Espaço Cultural Correios, Niterói, RJ, apresenta a exposição “Milton Dacosta, 1915–2015”. A mostra, com curadoria de Luiz Eduardo Meira de Vasconcellos e produção executiva da Artepadilla, traça um panorama sucinto da obra do pintor, com ênfase em inter-relações que podem ser tecidas com base nos diferentes momentos de sua trajetória artística e marca o centenário de nascimento do artista niteroiense.

 

Entre as 100 obras exibidas, destacam-se um pequeno núcleo de paisagens urbanas do Rio de Janeiro dos anos 1930; diversos autorretratos, entre os quais Interior de ateliê, com o qual ganhou o Prêmio de Viagem ao Exterior em1944, pertencente ao acervo do Museu Nacional de Belas Artes/Ibram/MinC; naturezas-mortas; figuras e cabeças; construções dos anos 1950; guaches da série Variações de formas lunares, da mesma década; pinturas e gravuras da série Vênus; e mais de uma dezena de desenhos e estudos inéditos. Completam o conjunto apresentado ao público o curta-metragem “Milton Dacosta: íntimas construções”, de Mário Carneiro, e uma série de pinturas e gravuras que pertenciam ao casal Milton Dacosta e Maria Leontina, entre as quais obras de Alfredo Volpi, José Pancetti, Giorgio Morandi, Maria Helena Vieira da Silva e Jacques Villon.

 

 
Sobre o artista

 

Milton Dacosta nasceu em Niteroi, RJ, em 1915. Após iniciar seus estudos em 1929 e participar da fundação do Grupo Bernardelli em 1931, Milton Dacosta começa a traçar um percurso singular e rigoroso, no qual pouco a pouco mostra seu trabalho em galerias e museus. Passa alguns anos nos Estados Unidos e na Europa, e participa de diversas exposições importantes, entre as quais o Salão Nacional de Belas Artes e a Bienal Internacional de São Paulo. Em 1961, a edição da VI Bienal Internacional de São Paulo dedica-lhe uma Sala Especial. Duas décadas depois, é a vez do Museu de Arte Moderna de São Paulo organizar uma exposição retrospectiva de sua obra. Após a morte de Maria Leontina em 1984, o artista deixa de pintar. Falece em setembro de 1988.

 

 

Até 19 de novembro.

Os incríveis anos 60

09/out

A Pinacoteca Ruben Berta, Centro Histórico, Porto Alegre, RS, exibirá a exposição “OS INCRÍVEIS ANOS 60 – britânicos na Pinacoteca Ruben Berta”, um verdadeiro tesouro escondido. Por ter sido poucas vezes mostrada na sua totalidade, e por não existirem telas com este perfil na maioria dos museus brasileiros, a exposição é uma rara oportunidade de apreciar o trabalho de artistas britânicos vistos como visionários nos anos 60, época culturalmente revolucionária.

 

A exposição apresenta peças criadas por nomes que no calor daqueles “anos incríveis” já haviam conquistado importantes lugares no mundo das artes como Graham Sutherland, John Piper, Kitaj e Alan Davie. Mas também de um artista, como Allen Jones, naquele momento apenas iniciando uma carreira que o tornaria, como os demais, uma referência da Arte Pop no mundo inteiro. Outros tantos, ao longo das décadas seguintes atuariam com trajetórias constantes, seja como professores, ou projetando-se no mercado de arte internacional, como Michael Buhler ou Mario Dubsky.

 

As linguagens destes trabalhos – consoantes com as profundas mudanças da sociedade dos anos 60 – influenciaram sucessivas gerações de brasileiros que miraram nestas expressões atuantes na Inglaterra. Estas obras que aportaram na capital do Rio Grande do Sul são representativas dos desdobramentos lírico, expressionista e informal da pintura e apontam para a consagração dos elementos pictóricos que compuseram a Arte Pop, em especial nos procedimentos gráficos desenvolvidos pela publicidade e pela propaganda.

 

A Pinacoteca Ruben Berta foi doada à Prefeitura de Porto Alegre em 1971 pelos Diários e Emissoras Associados, conglomerado pertencente à Assis Chateubriand. O magnata das comunicações empreendeu entre 1965 e 1967 a criação de cinco museus – entre eles a Pinacoteca Ruben Berta – instalados em diversas regiões do país. Um dos nichos destas coleções era formado por obras de artistas britânicos adquiridas em galerias londrinas obras de Alan Davie, Michael Buhler, Allen Jones, John Johnstone, Neville King, Bill Maynard, John Piper, Patrick Procktor, Graham Sutherland, Mario Dubsky e Peter Behan.

 

 

De 13 de outubro a 30 de novembro.

Brasileiros na Tate Modern

24/set

Obras de sessenta e quatro artistas de vinte e oito países estão representados na exposição “The EY Exhibition: The World Goes Pop”,  na Tate Modern, Londres, Inglaterra, montada para contar a história mundial da Pop Art, abrindo novos caminhos e revelando um lado diferente deste fenômeno artístico e cultural. Da América Latina à Ásia, da Europa ao Oriente Médio, a exposição “The World Goes Pop” liga os pontos entre a arte produzida ao redor do mundo durante as décadas de 1960 e 1970, mostrando como diferentes países e culturas responderam ao movimento. Desde a política, o corpo humano, as revoluções domésticas, os materiais de consumo, protestos e folclore – tudo será exposto e explorado na mostra, em suportes variados que contemplam inclusive capotas de automotivas e máquinas de pinball. Vários artistas brasileiros integram a exposição, nomes como Antonio Dias, Wesley Duke Lee, Glauco Rodrigues, Anna Maria Maiolino, Claudio Tozzi, Romanita Disconzi, Raymundo Colares, Marcelo Nitsche e Teresinha Soares.

 

Até 24 de janeiro de 2016.

Frida Kahlo em São Paulo

Desde antes de sua abertura, a exposição “Frida Kahlo: conexões entre mulheres surrealistas no México”, já está garantida como o maior e mais provável recorde de público na capital paulista. A mostra entra em exibição no Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP.  Com curadoria de Teresa Arcq, a exposição revela uma intricada rede que se formou no México, tendo como figura central, a pintora Frida Kahlo. A mostra conta com cerca de 100 obras de 16 artistas nascidas ou radicadas no México: Alice Rahon, Bona Tibertelli,  Bridget Tichenor, Cordelia Urueta, Jacqueline Lamba, Kati Horna, Leonora Carrington, Lola Álvarez Bravo, Lucienne Bloch, María Isquierdo, Olga Costa, Remedios Varo, Rosa Rolanda e Sylvia Fein. Entre os trabalhos exibidos, 20 obras são telas de Frida Kahlo, mostradas pela primeira vez no Brasil. Considere-se como altamente importante esse número de peças em exibição pois a artista criou apenas 143 pinturas ao longo de sua carreira. Ainda haverá 13 obras sobre papel de Frida e retratos seus feitos por grandes fotógrafos que foram seus amigos em vida. Depois de passar pela capital paulista, a exposição segue para Rio de Janeiro e Brasília.

 

 

De 27 de setembro a 10 de janeiro de 2016.

Iberê no MAM-Rio

14/set

A mostra “Iberê Camargo: um trágico nos trópicos” abriu as homenagens ao centenário do artista no CCBB/SP em maio de 2014 e, no final do ano, foi reconhecida como melhor exposição retrospectiva pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em sua 59ª edição. A sua reedição no MAM Rio é um marco de encerramento desse ano comemorativo, justamente na cidade onde Iberê morou, de 1942 a 1982, consolidou sua formação artística e consagrou-se como um dos mais importantes artistas modernos brasileiros. As 134 obras que compõem a exposição foram especialmente selecionadas pelo curador, professor e crítico de arte, Luiz Camillo Osorio e incluem pinturas, desenhos, gravuras e matrizes.
Na versão carioca da exposição, o público poderá apreciar desde obras da década de 50 – período em que Iberê retornou da Europa para o Rio após ter estudado com mestres como Carlos Alberto Petrucci, De Chirico e André Lhote – até as grandes e trágicas telas de sua última fase, nos anos 90, que incluem as séries: “Ciclistas”, “As Idiotas” e “Tudo Te é Fácil e Inútil”.

 

“O núcleo da exposição é o processo de amadurecimento da trajetória de Iberê, dos Carretéis até as telas dos anos 1980, quando a figura humana começa a reaparecer. E como não poderia deixar de ser, haverá uma pequena mostra complementar do Iberê gráfico, apresentada como uma exposição de câmara, intimista, em que muitos dos seus temas e obsessões são trabalhados no corte preciso da linha e das várias experimentações realizadas como gravador”, afirma o curador.
Em 1994 foi realizada no CCBB do Rio de Janeiro uma grande exposição retrospectiva de Iberê Camargo. Para o catálogo desta exposição, o curador Ronaldo Brito escreveu um ensaio a que deu o título de “Um Trágico Moderno”. Ao longo da exposição, já doente, o artista veio a falecer. Foi ali que vi pela primeira vez o conjunto de grandes pinturas figurativas de sua última fase, iniciada em 1990. Beirando os oitenta anos Iberê daria naquelas últimas telas um salto trágico, radicalizando a experiência do corpo e da finitude. Tudo ali ganhava uma gravidade exacerbada. As fisionomias são abrutalhadas como na fase negra do Goya, os corpos ganham uma carnalidade aderida à superfície encrespada da tela, a atmosfera, atravessada por uma luminosidade fria, é pós-apocalíptica. Deparar-me com estas telas foi desconcertante. Continua sendo. Quanta força e quanto desencanto.
Esta exposição retrospectiva aqui no MAM, encerrando as comemorações do centenário do artista, tem como premissa uma relação direta entre a presença viva da matéria pictórica e a potência trágica da sua pintura. Não há uma narrativa cronológica, mas um esforço de perceber o modo como ao longo de sua trajetória, ao menos desde o momento em que conquista sua maioridade pictórica com os carretéis, há uma mesma tensão entre pintar um motivo e o próprio motivo da pintura. Uma viva tensão entre algo percebido e a densidade do gesto e das camadas de tinta. Demos ênfase, ao fazer as escolhas curatoriais, à fase madura do artista, mostrando-a como coroamento de sua trajetória, em que a recuperação da figura foi menos um retorno a algo que havia sido abandonado e mais uma explicitação da corporeidade – do homem e da pintura – e sua inscrição como visualidade encarnada.

 

 

 

Até 01 de novembro.

“Opinião 65 – 50 anos depois”, no MAM Rio

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Parque do Flamengo,  inaugura, no próximo dia 19 de setembro de 2015, a exposição “Opinião 65 – 50 anos depois”, com 57 obras de artistas brasileiros que participaram da emblemática exposição em 1965, organizada por Ceres Franco e Jean Boghici (1928-2015), no MAM Rio. Dessas obras, três participaram da exposição original: as pinturas “Miss Brasil” (1965), de Rubens Gerchman, e “O artista chorando assina…” (1964), de Wesley Duke Lee, e um “Parangolé” de Hélio Oiticica, que apresentou seus Parangolés pela primeira vez ao público na exposição de 1965.

 
Com curadoria de Luiz Camillo Osorio, a mostra terá ainda uma série de cartazes de filmes que estavam em exibição no período da exposição em agosto/setembro de 1965, documentos de época, críticas de jornal, uma série de fotografias dos artistas e da exposição em 1965, um vídeo de 1967, intitulado “Arte Pública”, e um novo feito para a exposição. A ideia é reconstituir a atmosfera do período e mostrar o quanto a exposição foi um momento importante de resistir ao golpe militar, juntando artistas de uma mesma geração que atualizavam o vocabulário plástico da arte brasileira pondo-a em contato com a energia da visualidade popular. A mostra é uma parceria com a Pinakotheke Cultural, que irá inaugurar na mesma data, em seu espaço em Botafogo, uma exposição com cerca de 70 obras, em que todos os trinta artistas participantes da montagem original estarão representados. Destas, todas foram produzidas na época, e várias integraram a mostra no MAM.

 
Os artistas que terão obras na exposição do MAM são: Adriano de Aquino,  Angelo de Aquino, Antonio Berni, Antonio Dias, Carlos Vergara, Flávio Império, Gastão Manoel Henrique, Hélio Oiticica, Ivan Freitas, Ivan Serpa, José Roberto Aguilar, Pedro Geraldo Escosteguy, Roberto Magalhães, Rubens Gerchman, Tomoshige Kusuno, Vilma Pasqualini e Wesley Duke Lee.

 

 

A palavra do curador

 

“A exposição Opinião 65 está no inconsciente coletivo da história cultural recente. Tentando recontar este capítulo de nossa história para as gerações mais novas, ao mesmo tempo em que homenageamos os curadores e artistas que fizeram parte daquele momento, o MAM Rio – palco dos acontecimentos – e a Pinakotheke Cultural resolveram juntar seus esforços nesta empreitada. Aqui no MAM, daremos foco aos artistas brasileiros que participaram da exposição, além de mostrar material de arquivo referente à mostra – críticas, iconografia, filmes e entrevistas”, afirma o curador Luiz Camillo Osorio.

 

 

De  19 de setembro a 28 de fevereiro de 2016.

Paternosto na Dan galeria

11/set

A Dan Galeria, Jardim América, São Paulo, SP, exibe a exposição individual do artista argentino César Paternosto.  A mostra reúne 16 obras e duas esculturas, criadas especialmente para esta ocasião. César Paternosto iniciou a carreira artística como pintor abstrato geométrico no início dos anos 1960, após uma trajetória como pintor figurativo e informalista, escola europeia iniciada durante a Segunda Guerra, em paralelo ao abstracionismo americano. Em 1967, ao mudar-se para Nova York, já com uma carreira consolidada, Paternosto expande as fronteiras formais e teóricas da pintura, convertendo suas criações em objetos, deixando de lado a apreciação frontal da obra.

 

 

Até 12 de outubro.

ArtRio no Pier Mauá

31/ago

Reconhecida como um dos principais eventos de arte no cenário

internacional, pelo quinto ano a ArtRio vai reunir, entre os dias 10 e 13

de setembro, no Píer Mauá, as mais importantes galerias do país e do

mundo, além de trazer para a cidade colecionadores, curadores,

críticos e artistas. Nesta edição, além de galerias brasileiras, estarão

representantes de 11 países – Argentina, Espanha, Estados Unidos,

França, Itália, Japão, Luxemburgo, Portugal, Reino Unido, Suíça e

Uruguai.

 

A feira está dividida em três programas: PANORAMA (Galerias

nacionais e estrangeiras com atuação estabelecida no mercado de

arte moderna e contemporânea), VISTA (programa dedicado às

galerias jovens, com projeto de curadoria experimental desenvolvido

especialmente para e evento), e o PRISMA (programa curatorial

inédito, assinado por Carolyn H. Drake e Bernardo José de Souza,

com obras de artistas brasileiros e estrangeiros).

 

A ArtRio faz parte do calendário oficial de eventos da cidade do Rio de

Janeiro. Realizada pelos sócios Brenda Valansi, Elisangela Valadares,

Luiz Calainho e Alexandre Accioly, a ArtRio pode ser considerada uma

grande plataforma de arte contemplando, além da feira internacional,

ações diferenciadas e diversificadas com foco em difundir o conceito

de arte no país, solidificar o mercado, estimular e possibilitar o

crescimento de um novo público oferecendo acesso à cultura.

 

“Entre nossos objetivos para este ano está ser a melhor feira para a

realização de negócios, unindo no mesmo ambiente os mais

relevantes players do mercado – galeristas, colecionadores e

curadores, e artistas. Nosso foco está em fomentar o mercado, dando

grande visibilidade para a arte brasileira e também trazendo para o

país os grandes destaques do cenário mundial.”, conta Brenda

Valansi.

 

Pelo quarto ano consecutivo, o Bradesco é o patrocinador máster da

ArtRio, através da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura.

A feira de arte tem também patrocínio da Secretaria de Cultura,

através da Lei de Incentivo à Cultura da Cidade do Rio de Janeiro, e

do Rock in Rio, apoio da Heineken, Sky, Minalba, Nescafé Dolce

Gusto e Pirelli, apoio institucional da Klabin, Body Tech e Estácio e

apoio cultural da H. Stern.

Galeria Ipanema : 50 anos

27/ago

A Galeria de Arte Ipanema, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, comemora 50 anos de atividades, e irá

celebrar a data com as exposições “50 anos de arte: Parte I” e “50 anos de arte: Parte II”. Para

a exposição “50 anos de arte: Parte I”, a galeria irá homenagear os artistas Tomie Ohtake e

Hélio Oiticica, com uma seleção de dez obras de cada um, feitas nas décadas de 1950 e 1960,

pertencentes a acervos particulares e ao Projeto Hélio Oiticica. Os dois artistas, de grande

importância na história da arte brasileira, integraram exposições ao longo da trajetória da

Galeria.

O estande da Galeria Ipanemana ArtRio também comemorará os 50 anos de atividade,e  terá

trabalhos do venezuelano Carlos Cruz-Diez, um dos grandes nomes da arte cinética, artista

representado pela Galeria, além de obras de Jesús Rafael Soto, Victor Vasarely, Sérgio

Camargo, Lygia Pape, Maria Leontina, Milton Dacosta, Portinari,  José Panceti e Tomie Ohtake.

 

 

A fundação da galeria Ipanema

 

Fundada por Luiz Sève, a mais longeva galeria brasileira iniciou sua bem-sucedida trajetória em

novembro de 1965, em um espaço do Hotel Copacabana Palace, com uma exposição com

obras de Tomie Ohtake e Manabu Mabe, entre outros. Até chegar à casa da Rua Aníbal de

Mendonça, em Ipanema, passou ainda por outros endereços, como o Hotel Leme Palace, no

Leme, e a Rua Farme de Amoedo, já em Ipanema. Paralelamente a sua ação no Rio, manteve

entre 1972 e 1987 um espaço na Rua Oscar Freire, em São Paulo, projetado por Ruy Ohtake. A

Galeria Ipanema foi uma das precursoras a dar visibilidade ao modernismo, e representou por

muitos anos, com uma estreita relação, os artistas Volpi e Di Cavalcanti, e realizou as primeiras

exposições de Paulo Roberto Leal e Raymundo Colares.

 

 

Arte Moderna e Contemporânea

 

Sua história se mistura à da arte moderna e sua passagem para a arte contemporânea, e um

dos mais importantes artistas cinéticos, o venezuelano Cruz-Diez, é representado pela galeria,

que mantém um precioso acervo, fruto de seu conhecimento privilegiado de grandes nomes

como Hélio Oiticica, Ivan Serpa, Lygia Clark, Sérgio Camargo, Jesús Soto, Mira Schendel,

Guignard, Pancetti, Portinari, Di Cavalcanti, Cícero Dias, Iberê Camargo, Tomie Ohtake, Lygia

Pape, Amelia Toledo, Milton Dacosta, Maria Leontina, Dionísio del Santo, Antônio Bandeira,

Heitor dos Prazeres, Vasarely, Rubens Gerchmann, Nelson Leirner, Waltercio Caldas, Franz

Weissmann, Ângelo de Aquino, Geraldo de Barros,  Heitor dos Prazeres, Joaquim Tenreiro e

Frans Krajcberg. Dos artistas trabalhados pela galeria, apenas Portinari e Guignard já haviam

falecido antes de sua inauguração.

 

 

A palavra do fundador: Fonte de prazer

 

Nascido em uma família amante da arte, Luiz Sève aos 24 anos, cursando o último ano de

engenharia na PUC, decidiu em 1965 se associar à tia Maria Luiza (Marilu) de Paula Ribeiro na

criação de uma galeria de arte. Outro tio, o pneumologista Aloysio de Paula (1907-1990),

médico de Guignard, havia sido diretor do MAM, no final da década de 1950. Com a ajuda de

Luiz Eduardo Guinle e de sua mãe, dona Mariazinha, a Galeria de Arte Ipanema instalou-se em

1965 em um dos salões do Hotel Copacabana Palace, passando depois para o térreo, na

Avenida Atlântica, onde permaneceu até 1973. Ainda jovem, passou a trabalhar no mercado

financeiro, mas é na galeria que encontra sua “fonte de prazer”. Uma característica de sua

atuação no espaço de arte é “jamais ter discriminado ou julgado ninguém pela aparência”. São

várias as histórias de pessoas que pedem para entrar e apreciar o acervo, e estão vestidos de

maneira simples ou até desleixadas, e acabam “comprando muita coisa”. “Há o componente

sorte também”, ele ressalta, dizendo que já teve acesso a obras preciosas por puro acaso.

Dentre seus clientes, passaram pela galeria também figuras poderosas como o banqueiro e

mecenas da arte David Rockefeller, e Robert McNamara, secretário de defesa do governo

Kennedy.

 

Atualmente Luiz Sève dirige a galeria ao lado de sua filha Luciana, no número 173 da Rua

Aníbal de Mendonça, até finalizar a construção do espaço que tem projeto arquitetônico

assinado por Miguel Pinto Guimarães, previsto para 2016, no endereço original que ocupou

desde 1972, na quadra da praia da mesma rua.

 

Abertura: 02 de setembro, às 19h

Exposição: 03 de setembro a 17 de outubro.

Na ArtRio

 

 

De 09 a 13 de setembro.