Dois artistas argentinos em foco

21/dez

O Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, encerra 2023 fortalecendo seus laços com o Malba – Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires, ao trazer para São Paulo “Yente – Del Prete. Vida venturosa”, mostra organizada e apresentada no museu argentino em 2022, mesmo ano em que receberam a retrospectiva de Anna Maria Maiolino, organizada originalmente pela instituição cultural paulistana. Até 18 de fevereiro de 2024. 

Focada no casal de artistas Eugenia Crenovich (Eugenia Crenovich, Buenos Aires, Argentina, 1905-1990), conhecida como Yente, e Juan Del Prete (Vasto, 1897 – Buenos Aires, 1987), a presente exposição, com curadoria da pesquisadora e curadora-chefe do Malba, María Amalia García, ressalta a sinergia criativa do casal e o vínculo amoroso como uma forma de abordar o fazer artístico.

Durante mais de 50 anos, Yente e Juan Del Prete não só compartilharam a vida de casal, mas também trocaram diariamente ideias sobre arte. Realizaram inúmeras exposições individuais e participaram de diferentes coletivas, porém nunca expuseram juntos. Esta exposição reúne-os pela primeira vez com uma seleção de mais de 150 obras, entre pinturas, esculturas, tapeçarias, desenhos e livros de artista, abrangendo a ampla gama de suas carreiras, das décadas de 1930 a 1980. Existem dois elementos constantes na produção do casal: o trânsito entre figuração e abstração, abrangendo diversos estilos e a experimentação marcante de materiais. Na paixão pelo fazer, Yente e Del Prete se apropriaram das múltiplas correntes da arte moderna através de diversas referências, sempre usando os materiais como meios de experimentação.

Nas palavras de Maria Amalia García: “A transição entre figuração e abstração foi uma constante no casal, abrangendo vários estilos (cubismo, surrealismo, abstração, expressionismo, entre outros), bem como uma marcada experimentação, tanto com materiais de arte (suportes diversos, têmperas, tintas, tintas a óleo trabalhadas com pincel e espátula; extensos empastamentos e gotejamentos), bem como com uma vasta gama de elementos de bricolagem e materiais descartados. Yente e Del Prete, na sua paixão irreprimível pelo fazer, apropriaram-se do cânone da arte moderna através de diversas referências, correntes e representações”, destaca a curadora. As peças expostas são provenientes principalmente da Coleção Yente – Del Prete, dirigida por Liliana Crenovich (sobrinha da artista) e de importantes coleções privadas e públicas argentinas, como o Museu de Arte Moderna de Buenos Aires e a Coleção Amalita, entre outros.

 

Embora a abstração tenha sido um caminho de exploração criativa que os uniu de maneira fundamental, a mostra não se limita a esse recorte, percorrendo ambas as trajetórias e abrangendo o arco completo de suas ricas experimentações. “Vida Venturosa” é organizada em dois grandes núcleos: “A união na abstração” e “Voracidade”, que são divididos em subnúcleos, atravessando mais de cinquenta anos de produção. Apesar das diferenças entre si – ele, um imigrante italiano instalado no bairro de La Boca e formado sob tutela dos pintores do bairro; ela, de Buenos Aires, graduada em filosofia e a caçula de uma família judia abastada de origem russa – o casal percorreu um caminho conjunto de pesquisa artística através de diversas linguagens e materiais. Se conheceram no inverno de 1935, quando Del Prete já havia passado três anos na Europa, onde dedicou-se à experimentação com a colagem e à abstração, expondo em companhia da vanguarda construtivista parisiense. De volta a Buenos Aires, realizou duas exposições emblemáticas, onde apresentou fotomontagens, pinturas abstratas, colagens com cordões e chapas metálicas, esculturas em gesso esculpido e projetos de decoração, gerando rejeição e incompreensão na cena artística portenha. Paralelamente a seus estudos de filosofia, Yente realizava retratos familiares e caricaturas e ilustrações para revistas. No início dos anos 1930 ampliou sua formação plástica em passagem pelo Chile. Depois do encontro com Del Prete, começou sua pesquisa na abstração e por volta de 1937 produziu composições biomórficas: núcleos arredondados e coloridos que às vezes apresentam elementos figurativos. Nos anos 1940 seguiu com propostas mais construtivas, escolha que a levou a destruir sua obra anterior, ação em consonância com as sistemáticas destruições de Del Prete, em seu caso justificadas pela falta de espaço. Contudo, a produção aniquilada de Yente não foi documentada como a dele. O casal não escapou aos papéis de gênero vigentes à época, e a carreira de Del Prete foi privilegiada. Nada do entorno do casal parece ter ficado sem exploração em seus trabalhos. Para além de posição crítica diante das modas, Yente e Del Prete tiveram empatia e flexibilidade para se deixarem atrair pelas diversas possibilidades que a visualidade abria. Segundo Maria Amalia García, “Em um constante ir e vir entre figuração e abstração, durante os anos 50 e 60 abraçaram a experimentação pictórica, a colagem, a montagem de objetos e os têxteis. Ainda que de maneiras diferentes, foram vorazes apropriadores de estilos, materiais e técnicas. As anedotas da arte argentina remetem à “gula” de Del Prete para se referir a sua desenfreada produção. Yente, embora mais moderada em seus procedimentos, não foi por isso menos voraz. Sua obra se desdobrou em diversos suportes: não apenas se dedicou ao desenho, à pintura, aos relevos e à escultura, mas também expandiu seu trabalho aos têxteis, aos livros de artista e ao trabalho de arquivo”, completa.

 

 

Conversas entre Coleções

06/dez

Em “Conversas entre Coleções” contamos com seis dos mais importantes acervos particulares. Propusemos-lhes o desafio de estabelecer conexões entre suas obras e aquelas da Coleção Roberto Marinho.

Além da qualidade dos trabalhos apresentados temos a oportunidade de observar seus critérios de reunião: diálogos em duplas; estabelecimento de parentescos e entornos de artistas reconhecidos com outros ainda em pouca evidência; diálogos de tempos diversos, intencionais ou reunidos pelo acaso; a trajetória brasileira de dois artistas judeus com migração provocada pela eclosão de guerras e perseguições na Europa da primeira metade do século XX; paisagens, geografias, mapas, ações afirmativas e questionamentos étnicos.

Uma rara reunião que é um convite ao prazer, à educação visual e à reflexão. Um momento mágico no qual produções de tempos e geografias tão díspares vivem juntas em nossa presença e sensibilidade. Tesouros e incentivos na construção diária de nossas vidas: um hoje composto de pretérito e futuro.

Lauro Cavalcanti

Diretor-Executivo da Casa Roberto Marinho

 

Conjunto ímpar na Art Basel Miami Beach

Para a feira Art Basel Miami Beach 2023, entre 06 – 10 dezembro, no Miami Beach Convention Center 1901, Convention Center Drive Miami Beach, FL, a Simões de Assis reuniu um conjunto ímpar de artistas que se conectam e se aproximam por suas relações com a abstração espiritual ou intuitiva. Ainda que saibamos que as abordagens mais comuns na arte brasileira e latino-americana sejam concretistas, racionalistas, cartesianas ou mesmo matemáticas, a abstração também pode ser igualmente associada ao metafísico, ao etéreo e ao intuitivo. A seleção inclui obras de Abraham Palatnik, Ascânio MMM, Ayrson Heráclito, Carmelo Arden Quin, Emanoel Araujo, Gabriel de la Mora, Gonçalo Ivo, Heitor dos Prazeres, Ione Saldanha, Lygia Clark, Mano Penalva, Mestre Didi, Rodrigo Torres, Rubem Valentim, Serge Attukwei Clottey, Sergio Camargo e Zéh Palito – trabalhos que são articulados por suas naturezas ritualísticas, espirituais, mitológicas, folclóricas e cosmológicas. Mesmo nos tensionamentos entre a abstração informal, geométrica e a figuração, este conjunto enfatiza como diferentes materiais e meios contribuem para a expansão das possibilidades da abstração entre artistas de diferentes origens, gerações e suportes.

Exposição comemorativa no Quitandinha

30/nov

“Da Kutanda ao Quitandinha – 80 anos”, no Centro Cultural Sesc Quitandinha, revela fatos e artistas apagados da história oficial. O Sesc Rio de Janeiro tem o prazer de convidar, no dia 1º de dezembro de 2023, a partir das 10h, para a inauguração da exposição “Da Kutanda ao Quitandinha – 80 anos”, que abre as celebrações dos 80 anos do espaço inaugurado em 1944 como hotel-cassino, e que hoje sedia o Centro Cultural Sesc Quitandinha. A grandiosa exposição tem curadoria geral de Marcelo Campos, e é composta por seis núcleos. O público é recebido por um mapa do século 18, e pelas primeiras referências da presença de negros na Freguesia de Nossa Senhora de Inhomirim, base do povoamento da região, por meio da navegação do rio Piabanha e das fazendas que exploravam o trabalho escravizado, que deu origem à cidade que hoje conhecemos como Petrópolis. A mostra será acompanhada por uma programação cultural gratuita.

“Da Kutanda ao Quitandinha – 80 anos” irá destacar inicialmente as tecnologias trazidas pelos africanos, suas lideranças, e a quitanda-assentada no local onde está o Quitandinha – operada por mulheres pretas, e responsável por parte expressiva da economia do século 19. A palavra é derivada de kitanda, “feira”, e kutanda,”ir para longe”, no idioma quimbundo, falado em Angola, origem de muitos africanos que formam a grande população afro-brasileira.Vários artistas contemporâneos participam deste núcleo. Em outro segmento, Anna Bella Geiger (1933) ocupa um lugar central, com um documentário sobre ela feito especialmente para a exposição, e com obras que participaram da 1ª Exposição de Arte Abstrata, em 1953. Para se ter uma ideia do ambiente glamuroso do local em sua época de cassino, de 1944 a 1946, vários itens do mobiliário e da decoração foram recriados, além de uma galeria com reproduções de fotografias de época, pertencentes ao Instituto Moreira Salles. Bailes Black, de carnaval, funk, jambetes, Furacão 2000, nos anos 1970, também terão registros na exposição.

Dois importantes artistas negros, que tiveram forte presença no antigo hotel-cassino, ganham visibilidade e são homenageados. Tomás Santa Rosa (1909-1956), pintor, ilustrador, responsável pela inovação no design de capas de livros – “Cacau” (1934), de Jorge Amado, e “Caetés” (1933), de Graciliano Ramos, são exemplos – e importante cenógrafo – a peça “Vestido de Noiva” (1943), de Nelson Rodrigues, em 1943, marco no teatro brasileiro – e autor dos murais da piscina e do café-concerto, e da pintura decorativa de biombos do Quitandinha. Em outros dois espaços do CCSQ serão reproduzidas as decorações de carnaval do Rio, feitas por ele em 1954. Ativista dos movimentos étnico-raciais, trabalhou de 1947 a 1949 no Teatro Experimental do Negro, fundado por Abdias Nascimento (1914-2011). Já o gaúcho Wilson Tibério (1920-2005) fez nos salões do Quitandinha, em 1946, uma exposição com cerca de 130 obras. Militante político e antirracista, foi viver na França, fez constantes viagens à África, onde pesquisou o cotidiano das populações e ritos afro-brasileiros, criando várias pinturas, e participando de eventos sobre artes negras, como o 1º Congresso de escritores e artistas negros na Universidade de Sorbonne, Paris, em 1951, e do 1º Festival Mundial de Artes Negra, em Dacar, em 1966, hoje em dia um evento emblemático.

“Pensar e celebrar os 80 anos do Quitandinha, focando em arte e cultura, é rever uma história, sublinhar fatos, em sua maioria, desconhecidos, e cuidar para que uma sociedade desigual não permaneça”, afirma Marcelo Campos. “O Quitandinha foi protagonista nas relações da paz mundial, com a assinatura, em 1947, do tratado que se tornaria, anos depois, na Organização dos Estados Americanos, a OEA. Dois importantes artistas brasileiros, Tomás Santa Rosa e Wilson Tibério, realizaram murais e exposições neste local. A primeira mostra de arte abstrata do Brasil aconteceu lá. Portanto, a exposição “Da Kutanda ao Quitandinha” atravessará parte dessa história sob um olhar atual. Levantamos imagens de imprensa importantes e raras. Entrevistamos Anna Bella Geiger, uma das participantes da exposição de Arte abstrata”, assinala. “Realizar esta exposição é evidenciar a centralidade do Quitandinha, hoje, Centro Cultural Sesc, na realização de ações culturais”.

Até 25 de fevereiro de 2024.

Laura González: Nova Consultora

13/nov

É com grande entusiasmo que a Galatea anuncia que Laura González passa a colaborar como Consultora de Desenvolvimento do Programa Internacional, ajudando a expandir os horizontes de nossos artistas e projetos.

Laura é historiadora da arte, consultora e estrategista cultural baseada em Londres. Ela é co-fundadora da themust.co: uma nova plataforma de e-commerce que vende objetos funcionais criados por artistas, utilizando moda e design como oportunidades para cultivar novas comunidades de colecionadores e apoiadores de arte.

Desde 2015, atua como consultora privada e curadora de coleções de arte moderna e contemporânea na América Latina, Europa e Estados Unidos. De 2011 a 2015, co-fundou e dirigiu o departamento de Arte Latino-Americana na Phillips em Nova York, amplamente reconhecido por expandir no mercado internacional o alcance de artistas conceituais e abstratos da região.

Nascida e criada em San Juan, Porto Rico, Laura possui bacharelado em História da Arte pela Universidade de Yale e mestrado pelo Courtauld Institute. Durante seus estudos em Yale, voltou-se para o modernismo da Europa Ocidental enquanto trabalhava como curadora bolsista na galeria de arte da universidade. No Courtauld Institute, se especializou em práticas experimentais na arte latino-americana e do leste europeu a partir dos anos 1950 até o presente, escrevendo sobre os desafios que essas perspectivas trazem para abordagens críticas tradicionais.

Todas as Rosas

10/nov

O Farol Santander São Paulo, Centro, São Paulo, SP, inaugurou a exposição “Rosas Brasileiras”, exibição coletiva inédita que celebra a trajetória da rosa como inspiração artística e parte viva do cotidiano social.

Ao todo, estarão dispostas ao público, cerca de 130 obras de arte e mais de mil objetos diversos que trazem a rosa como personagem principal. Obedecendo a curadoria de Giancarlo Latorraca e Paulo von Poser, e produção da AYO Cultural, a mostra permanecerá em cartaz até 18 de fevereiro de 2024.

II ICAE – Art Law

31/out

International Conference Artwork Expertise and Art Law, a ciência de pensar e estudar a arte no dia 04 de novembro, sábado, das 9 às 18h30 no auditório do Museu de Arte Moderna | MAM/SP, Parque Ibirapuera, São Paulo, SP.

Gustavo Perino e Anauene Soares trazem para São Paulo o III ICAE – Art Law – International Conference Artwork Expertise and Art Law (Congresso Internacional de Perícia e Direito da Arte), em sua primeira edição paulistana, um evento que permite o estudo e discussão simultânea de ciência, técnica, proteção do patrimônio cultural e mercado de arte. Sendo uma ação com características próprias e singulares, o ICAE “permite conhecer o ciclo de vida de uma obra de arte desde o seu registro, identificação, comercialização, trâmites legais, e utilização como ativo financeiro”, define Gustavo Perino.

ICAE é um congresso especializado em autenticação, direito e colecionismo que envolve as maiores autoridades internacionais do ramo de Perícia, do Direito e Colecionismo de Arte. Entre suas metas estão as de promover a atualização e a integração dos peritos de arte, advogados em Direito da Arte e profissionais relacionados; fomentar a discussão da Due Diligence internacional e a sua aplicação no país; desenvolver novas capacitações, parametrizações e normativas a serem aplicadas no exercício profissional com obras de arte e bens culturais, além de fomentar o colecionismo e a transparência do mercado da arte.

Dedicado exclusivamente à perícia de obras de arte nos últimos sete anos, Gustavo Perino conceitua e cria o ICAE em 2016, com sua primeira edição em Buenos Aires, Argentina. Em 2017 a Givoa Art Consulting, de Gustavo Perino, inicia suas atividades no Brasil e organiza a segunda edição do Congresso em 2018, na cidade do Rio de Janeiro. O III ICAE agora conta com a estratégica parceria com Anauene Art Law, cuja diretora Anauene Dias Soares, com grande experiência na área, vem acrescentar as informações pertinentes sobre aspectos legais atribuídos às negociações com arte. Na edição paulistana, em um dia de encontros múltiplos, nascem as oportunidades de interação com profissionais e especialistas das diversas áreas que participam do sistema de arte e permite possibilidades de se pensar inovações e procedimentos através de influências bilaterais. Abordando temas relevantes no segmento artístico, o ICAE proporciona acesso a conceitos e práticas às vezes pouco conhecidos aos não profissionais com explanações e exemplos de “cases” que corroboram alguns conceitos. Por livre definição, a Perícia em se falando de obras de arte, constitui um conjunto de métodos e habilidades que permitem definir se uma obra é autêntica ou não. Um segundo objetivo é a determinação do seu valor de mercado. Para tanto, utilizam-se de várias técnicas e procedimentos científicos que determinam a sua correspondência com a obra do artista. Já a Autenticidade, na arte, é um princípio amparado na noção do autêntico, tanto no sentido etimológico da palavra, no que se refere a qualidade daquilo que é de fonte reconhecível, confiável, quanto no subjetivo, como representação individual, e se expressar nas mais diferentes formas, sejam elas materiais ou humanas.

Duas outras vertentes, mais praticadas do que conceituadas, são o colecionismo e o mercado de arte. O Mercado de Arte é onde compradores e vendedores que comercializam mercadorias, serviços e obras de arte. A princípio, funciona como qualquer outro: há o artista, as mercadorias (que são as obras), vendedores e compradores. Mas existem detalhes e particularidades que o tornam um pouco diferente e mais complexo, com características próprias. Nem sempre vinculado à ações mercadológicas, ou de investimento, mas não obrigatoriamente avesso a elas, o Colecionismo é definido como um processo de adquirir e possuir coisas de forma ativa, seletiva e apaixonada, que fazem parte de um conjunto de objetos não idênticos e que não são utilizadas na sua forma usual. Colecionar obras de arte pode também representar uma forma de investimento que fomenta a criação e preservação cultural. E, como regramento, ou uma tentativa de orientação para assegurar as garantias das transações, tem-se o Direito da Arte (Art Law), área de prática multidisciplinar que abrange várias questões legais, incluindo direitos autorais, marcas registradas, contratos, vendas, impostos e museus; ou seja, normas relativas a artes e assuntos culturais; indivíduos que criam, compram, vendem, roubam ou destroem arte e propriedade cultural, além de instituições, organizações, prestadores de serviços correlatos bem como todos os outros profissionais que, de alguma forma fazem parte do processo, que não é único. Há mais na arte do que apenas a criação e a venda.

Com uma agenda propositiva, o ICAE versa sobre todo o ciclo de vida de uma obra de arte, desde o seu registro e identificação até a formação de coleções. Os temas são desenvolvidos nos painéis “Autenticação de Arte”, formado por peritos e cientistas da Espanha, Argentina e Brasil; “Direito da Arte (Art Law)”, onde outros especialistas dos países acima citados, e também França, discorrem sobre os aspectos jurídicos relativos às obras de arte, abordando temas como valor de bens públicos, tráfico ilícito, comodato, contratos,  uso de imagem entre outros e o painel sobre  “Mercado da Arte e Colecionismo”, com debates sobre desafios do setor e como a due diligence pode nortear positivamente os negócios com obras de arte por meio da colaboração de representantes dos mercados primário (ABACT) e secundário da arte (AGAB), bem como das feiras de arte, além de abordar temas como serviços de vanguarda na administração de bens e investimentos em obras de arte.

Com patrocínio de Kura Arte, W.Advisors, Hurst Capital, FineArt e Tokenizart o III ICAE – Art Law conta com as parcerias estratégicas do MAM/SP, Clé Reserva, Art Quality e da Essencis Technologies (representante da BRUKER no Brasil), e apoio institucional de mais de 50 entidades culturais como Instituto Guimarães Rosa, IPHAN, IBRAM, ICOM, Embaixada do Brasil (Argentina), Instituto Nacional de Tecnologia Industrial (Argentina), IPEN, IEPHA; além de instituições e associações como ASNPPAC, ANTECIPA, NEPAC, ABGC, IBDCult, SIPDO, Fondo Antiguo, ABACT, AGAB, CAMES, OAB, IODA, IMS, Biblioteca Nacional, Museu Nacional de Belas Artes, Museu de Arte Sacra de São Paulo, Museu Castro Maia, Museu Ema Klabin, Museu Eva Klabin; as Universidades Nebrija (Espanha) e Santa Úrsula (RJ) e muitas empresas do setor jurídico, pericial, pesquisa e educação.

“Em um mundo onde, aproximadamente, 50% do que circula é falso ou tem problemas de identificação, é mais do que necessário reforçar o diálogo entre instituições e empresas relacionadas à área, sobretudo respeitando os aspectos legais atinentes às transações de obras de arte, para aí sim, colaborar com esse mercado sem risco e obter maior transparência nas negociações. O ICAE vem oferecer esse ponto de encontro em uma tentativa de democratizar o acesso à perícia e às questões jurídicas do mundo da arte como um todo”.  Gustavo Perino

Duas referências culturais

24/out

A Simões de Assis convidar para a abertura da mais nova exposição em sua sede de Curitiba, PR. “Vai Saudade: Heitor dos Prazeres & Zéh Palito” reúne obras inéditas do pintor paulista, inspiradas por trabalhos históricos do artista carioca.

A mostra conta com texto crítico de Ademar Britto, que aproxima a produção de Zéh Palito e Heitor dos Prazeres por meio da celebração da cultura negra no Brasil. Seja pela lendária contribuição para o surgimento do samba, seja pela elegância e atuação no campo da moda, seja pelas pinturas nas quais retratava favelas, rituais religiosos, bailes de carnaval, rodas de choro e outras festas populares, Heitor dos Prazeres foi um grande protagonista e também promotor das vivências típicas dos subúrbios do Rio de Janeiro. Zéh Palito, por sua vez, nascido quase 100 anos depois de Heitor, começou sua carreira na pintura de rua, realizando murais e grafites no interior paulista. Seu interesse pelo viés público da pintura o levou a expandir sua pesquisa a outros países e, em seguida, para as telas. Na contramão das correntes do embranquecimento cultural do país, Zéh Palito retrata personagens com dignidade, plenitude e, sobretudo, elegância, de forma semelhante a de Heitor dos Prazeres, vestidos à risca para os bailes de Carnaval, rodeados pelos elementos típicos dos botecos ou ainda rodeados por referências da música, da cultura pop e da sociedade de consumo.

A abertura da exposição contará com uma roda de samba cantando os sucessos do conjunto “Heitor dos Prazeres e Sua Gente”, além de composições clássicas e icônicas de nomes como Cartola, Noel Rosa e Pixinguinha.

Até 16 de dezembro.

Di Cavalcanti no Farol Santander

23/out

O Farol Santander São Paulo, centro de cultura, lazer, turismo e gastronomia, inaugurou a exposição inédita “Di Cavalcanti – 125 anos”. A mostra apresenta um conjunto de obras raras e extraordinárias pertencentes a coleções particulares de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza. Com curadoria de Denise Mattar, a exposição “Di Cavalcanti – 125 anos” permanecerá em exibição até 07 de janeiro de 2024.

O grande destaque fica por conta da excepcional obra Carnaval (1929/30), que foi adquirida na década de 1930 por um colecionador em Paris, lá permanecendo até o ano passado, quando retornou ao Brasil. Trata-se de um trabalho impactante, relativamente desconhecido pelo público e que será exibido pela primeira vez em uma grande exposição.

A criação de Carnaval (1929/30) tem características que o situam na produção realizada entre os anos 1929 e 1931, quando a influência muralista toma corpo na obra de Di Cavalcanti. O artista tinha como proposta criar um muralismo diverso do mexicano, que é marcadamente político, preferindo se debruçar sobre o aspecto humanista. Os sambas, morros, favelas e danças que ele pintou são verdadeiros, quentes, amorosos e carnais – feitos de dentro.

“Partindo de um olhar marcante e afetivo, Emiliano Di Cavalcanti retratou o Brasil utilizando cores vibrantes e formas sinuosas. Sua obra é um registro do cotidiano do povo brasileiro em seus momentos de alegria e tristeza, lazer e trabalho, amores e dores”, comenta Maitê Leite, vice-presidente institucional do Santander Brasil.

A mostra ocupa toda a galeria do 22º andar do Farol Santander São Paulo. São ao todo quarenta e cinco trabalhos, incluindo um álbum com dezesseis gravuras, que traçam um percurso do artista de 1920 a 1970 por meio de seu tema favorito: o povo brasileiro, com suas festas, sambas e carnavais. O conjunto proporciona uma oportunidade única de ver algumas de suas obras-primas e de acompanhar sua trajetória pictórica, pesquisas estéticas, opções construtivas e afinidades eletivas.

Terminando pelo início, a exposição apresenta Fantoches da meia-noite, álbum realizado por Di Cavalcanti em 1921. O conjunto de 16 gravuras, acompanhado de texto do poeta Ribeiro Couto, foi editado por Monteiro Lobato num álbum extremamente moderno para a época e de grande impacto até hoje. Seu lançamento foi um dos pontos de partida da Semana de Arte Moderna de 22, na qual Di Cavalcanti teve um protagonismo às vezes subavaliado pelos estudiosos.

“Di Cavalcanti – 125 anos” vem assim apresentar o artista na sua integridade, um intelectual apaixonado, boêmio, sensual e romântico – autor de algumas das mais belas obras da nossa arte. Obras que têm o cheiro, o sabor e a cor do Brasil”, relata Denise Mattar, curadora da mostra.

Di Cavalcanti – 125 anos no Metrô SP

O Farol Santander São Paulo, em parceria com o Metrô SP, apresenta nas vitrines da estação Trianon-Masp (linha 2 – verde) reproduções das obras Seresta (1925) e Carnaval (1929/30). Assim, os paulistanos e turistas que circulam diariamente por um dos pontos mais tradicionais da cidade, na Avenida Paulista, poderão conferir durante o mesmo período expositivo réplicas de dois dos principais trabalhos exibidos na mostra do Farol Santander São Paulo.

A exposição “Di Cavalcanti – 125 anos” conta com o patrocínio do Santander Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura.

Destaques das obras

“Seresta”, de 1925 foi criada logo após seu retorno ao Brasil, já exibia elementos característicos da vida carioca que dominariam sua obra posterior. Este trabalho antecipou as escolhas estéticas que ele aplicaria nos painéis decorativos do Teatro João Caetano (SP) em 1929.

A obra “Devaneio”, de 1927, busca pela expressão autêntica da cultura brasileira, Di Cavalcanti escolheu como seu tema as bordas da cidade, as pessoas comuns, os “suburbanos” retratados nas favelas, nos botecos, nas docas e nos bordéis. O título “Devaneio” ganha reforço na postura pensativa e um tanto melancólica da figura principal, uma mulher negra, perdida em sonhos, retratada ao lado de um barraco – um cenário que remete à época em que os morros se tornaram o “berço do samba”.

Seguindo para a obra “Nascimento de Vênus”, de 1940, Di Cavalcanti continuou a produzir no Brasil, mulheres olímpicas, quase clássicas, com toques picassianos, às quais adicionaram uma sensualidade tropical, mestiça e calor. Nessa obra, o artista compõe três mulheres com diversos tipos físicos que unem um olhar cúmplice diante da nudez e da beleza pura da protagonista.

Na criação, “Abigail”, de 1940, o lirismo e uma sensualidade vigorosa tomam conta das telas de Di Cavalcanti. É um período romântico, de retratos imaginados, no qual as mulheres têm olhos doces e os ambientes são cuidadosamente ornamentados. “Abigail” é um registro excepcional dessa fase.

“A espera”, de 1960, o artista é convidado a criar painéis e murais para a nova arquitetura de linhas simples e arrojadas que começava a se implantar no Brasil, encarnando o sonho da modernidade. A obra ilustra bem essa fase na qual os espaços vazios vão desaparecendo até que toda a tela é ocupada por elementos ornamentais, balcões, portas, janelas e vestidos que se mesclam a elementos florais e até animais.

A obra “Colombina, pierrô e arlequim”, de 1960, traz o universo carnavalesco que esteve presente ao longo da produção de Di Cavalcanti, tanto em seu aspecto sensual e debochado, quanto na lembrança das comemorações mais ingênuas dos carnavais antigos. Na obra, o artista empodera “Colombina”, retratada como uma bela mulher, coroada e presenteada com flores.

“Mulata na cadeira”, de 1970 (Coleção Santander Brasil), destaca o reconhecimento do artista. Na década de 1950, ele foi rotulado como o “pintor das mulatas”, o que, na verdade, simplifica muito seu talento. Di Cavalcanti retratou uma variedade de mulheres, independentemente de sua origem étnica, status social ou características físicas, em um contexto lírico e sensual. No entanto, suas obras sempre exalavam um toque de melancolia no ar. A representação das figuras femininas ao longo de sua vida artística acompanha sua evolução como pintor, suas explorações estéticas e suas decisões construtivas. Mesmo enfrentando problemas de saúde nos últimos anos de sua vida, Di Cavalcanti perseverou na criação de obras notáveis, como “Mulata na cadeira”. Esta pintura é um exemplo vívido de sua estética vibrante e colorida, permeada por elementos surrealistas.

Por fim, a obra “Fantoches da meia-noite”, de 1921. Di Cavalcanti era muito amigo de Paulo Barreto, o João do Rio, cronista famoso, tradutor de Oscar Wilde e autor de “A alma encantadora das ruas”. O escritor apresentou o submundo carioca ao artista, o que o levou a produzir a série “Fantoches da meia-noite”. O conjunto de 16 gravuras, acompanhado de um texto do poeta Ribeiro Couto, foi editado por Monteiro Lobato num álbum extremamente moderno para a época e de grande impacto até hoje.

Di Cavalcanti no Farol Santander

19/out

O Farol Santander São Paulo, centro de cultura, lazer, turismo e gastronomia, inaugurou a exposição inédita “Di Cavalcanti – 125 anos”. A mostra apresenta um conjunto de obras raras e extraordinárias pertencentes a coleções particulares de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza. Com curadoria de Denise Mattar, a exposição “Di Cavalcanti – 125 anos” permanecerá em exibição até 07 de janeiro de 2024.

O grande destaque fica por conta da excepcional obra Carnaval (1929/30), que foi adquirida na década de 1930 por um colecionador em Paris, lá permanecendo até o ano passado, quando retornou ao Brasil. Trata-se de um trabalho impactante, relativamente desconhecido pelo público e que será exibido pela primeira vez em uma grande exposição.

A criação de Carnaval (1929/30) tem características que o situam na produção realizada entre os anos 1929 e 1931, quando a influência muralista toma corpo na obra de Di Cavalcanti. O artista tinha como proposta criar um muralismo diverso do mexicano, que é marcadamente político, preferindo se debruçar sobre o aspecto humanista. Os sambas, morros, favelas e danças que ele pintou são verdadeiros, quentes, amorosos e carnais – feitos de dentro.

“Partindo de um olhar marcante e afetivo, Emiliano Di Cavalcanti retratou o Brasil utilizando cores vibrantes e formas sinuosas. Sua obra é um registro do cotidiano do povo brasileiro em seus momentos de alegria e tristeza, lazer e trabalho, amores e dores”, comenta Maitê Leite, vice-presidente institucional do Santander Brasil.

A mostra ocupa toda a galeria do 22º andar do Farol Santander São Paulo. São ao todo quarenta e cinco trabalhos, incluindo um álbum com dezesseis gravuras, que traçam um percurso do artista de 1920 a 1970 por meio de seu tema favorito: o povo brasileiro, com suas festas, sambas e carnavais. O conjunto proporciona uma oportunidade única de ver algumas de suas obras-primas e de acompanhar sua trajetória pictórica, pesquisas estéticas, opções construtivas e afinidades eletivas.

Terminando pelo início, a exposição apresenta Fantoches da meia-noite, álbum realizado por Di Cavalcanti em 1921. O conjunto de 16 gravuras, acompanhado de texto do poeta Ribeiro Couto, foi editado por Monteiro Lobato num álbum extremamente moderno para a época e de grande impacto até hoje. Seu lançamento foi um dos pontos de partida da Semana de Arte Moderna de 22, na qual Di Cavalcanti teve um protagonismo às vezes subavaliado pelos estudiosos.

“Di Cavalcanti – 125 anos” vem assim apresentar o artista na sua integridade, um intelectual apaixonado, boêmio, sensual e romântico – autor de algumas das mais belas obras da nossa arte. Obras que têm o cheiro, o sabor e a cor do Brasil”, relata Denise Mattar, curadora da mostra.

Di Cavalcanti – 125 anos no Metrô SP

O Farol Santander São Paulo, em parceria com o Metrô SP, apresenta nas vitrines da estação Trianon-Masp (linha 2 – verde) reproduções das obras Seresta (1925) e Carnaval (1929/30). Assim, os paulistanos e turistas que circulam diariamente por um dos pontos mais tradicionais da cidade, na Avenida Paulista, poderão conferir durante o mesmo período expositivo réplicas de dois dos principais trabalhos exibidos na mostra do Farol Santander São Paulo.

A exposição “Di Cavalcanti – 125 anos” conta com o patrocínio do Santander Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura.

Destaques das obras

“Seresta”, de 1925 foi criada logo após seu retorno ao Brasil, já exibia elementos característicos da vida carioca que dominariam sua obra posterior. Este trabalho antecipou as escolhas estéticas que ele aplicaria nos painéis decorativos do Teatro João Caetano (SP) em 1929.

A obra “Devaneio”, de 1927, busca pela expressão autêntica da cultura brasileira, Di Cavalcanti escolheu como seu tema as bordas da cidade, as pessoas comuns, os “suburbanos” retratados nas favelas, nos botecos, nas docas e nos bordéis. O título “Devaneio” ganha reforço na postura pensativa e um tanto melancólica da figura principal, uma mulher negra, perdida em sonhos, retratada ao lado de um barraco – um cenário que remete à época em que os morros se tornaram o “berço do samba”.

Seguindo para a obra “Nascimento de Vênus”, de 1940, Di Cavalcanti continuou a produzir no Brasil, mulheres olímpicas, quase clássicas, com toques picassianos, às quais adicionaram uma sensualidade tropical, mestiça e calor. Nessa obra, o artista compõe três mulheres com diversos tipos físicos que unem um olhar cúmplice diante da nudez e da beleza pura da protagonista.

Na criação, “Abigail”, de 1940, o lirismo e uma sensualidade vigorosa tomam conta das telas de Di Cavalcanti. É um período romântico, de retratos imaginados, no qual as mulheres têm olhos doces e os ambientes são cuidadosamente ornamentados. “Abigail” é um registro excepcional dessa fase.

“A espera”, de 1960, o artista é convidado a criar painéis e murais para a nova arquitetura de linhas simples e arrojadas que começava a se implantar no Brasil, encarnando o sonho da modernidade. A obra ilustra bem essa fase na qual os espaços vazios vão desaparecendo até que toda a tela é ocupada por elementos ornamentais, balcões, portas, janelas e vestidos que se mesclam a elementos florais e até animais.

A obra “Colombina, pierrô e arlequim”, de 1960, traz o universo carnavalesco que esteve presente ao longo da produção de Di Cavalcanti, tanto em seu aspecto sensual e debochado, quanto na lembrança das comemorações mais ingênuas dos carnavais antigos. Na obra, o artista empodera “Colombina”, retratada como uma bela mulher, coroada e presenteada com flores.

“Mulata na cadeira”, de 1970 (Coleção Santander Brasil), destaca o reconhecimento do artista. Na década de 1950, ele foi rotulado como o “pintor das mulatas”, o que, na verdade, simplifica muito seu talento. Di Cavalcanti retratou uma variedade de mulheres, independentemente de sua origem étnica, status social ou características físicas, em um contexto lírico e sensual. No entanto, suas obras sempre exalavam um toque de melancolia no ar. A representação das figuras femininas ao longo de sua vida artística acompanha sua evolução como pintor, suas explorações estéticas e suas decisões construtivas. Mesmo enfrentando problemas de saúde nos últimos anos de sua vida, Di Cavalcanti perseverou na criação de obras notáveis, como “Mulata na cadeira”. Esta pintura é um exemplo vívido de sua estética vibrante e colorida, permeada por elementos surrealistas.

Por fim, a obra “Fantoches da meia-noite”, de 1921. Di Cavalcanti era muito amigo de Paulo Barreto, o João do Rio, cronista famoso, tradutor de Oscar Wilde e autor de “A alma encantadora das ruas”. O escritor apresentou o submundo carioca ao artista, o que o levou a produzir a série “Fantoches da meia-noite”. O conjunto de 16 gravuras, acompanhado de um texto do poeta Ribeiro Couto, foi editado por Monteiro Lobato num álbum extremamente moderno para a época e de grande impacto até hoje.