Arte Moderna na Metrópole

01/set

 

 

Entre 14 de setembro e 10 de dezembro, o Museu de Arte Moderna de São Paulo leva obras emblemáticas de seu acervo ao Instituto CPFL, Chácara Primavera, Campinas, SP. Com curadoria de José Armando Pereira da Silva, a mostra intitulada “Arte Moderna na Metrópole: 1947-1951 – Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo” convida o público a conhecer a consolidação da cultura modernista brasileira. Originalmente programada para ter início em abril de 2020, a exposição foi adiada em razão da pandemia da Covid-19.

 

A seleção eleita por José Armando traz 45 obras do acervo do Museu, assinadas por Aldo Bonadei, Alfredo Volpi, Bruno Giorgi, Clóvis Graciano, Emiliano Di Cavalcanti, Emídio de Souza, José Antônio da Silva, Lívio Abramo, Lucia Suané, Mário Zanini, Mick Carnicelli, Oswaldo Goeldi, Paulo Rossi Osir, Raphael Galvez, Rebolo Gonsales, Roger Van Rogger, Sérgio Milliet, Tarsila do Amaral e Victor Brecheret. Trata-se de uma retrospectiva de exposições ocorridas na Galeria Domus, ponto de referência no cenário artístico paulistano da primeira metade do século XX.

 

O Brasil passava pelo processo de redemocratização e nova constituição depois de 15 anos do governo de Getúlio Vargas, e São Paulo se consolidava na condição de metrópole com dois milhões de habitantes – ambiente propício para o surgimento de polos culturais.

 

Um ano antes da inauguração do mam, em 1947, nascia a Galeria Domus, espaço fundado pelo casal de imigrantes italianos Anna Maria Fiocca (1913 – 1994) e Pasquale Fiocca (1914 – 1994) cuja atuação contribuiu para impulsionar o mercado de arte moderna da época.

 

“Durante os cincos anos de funcionamento da galeria, o movimento artístico ganhou novas instâncias com a instalação do Museu de Arte de São Paulo, dos Museus de Arte Moderna no Rio e em São Paulo, da Bienal e dos Salões Paulista e Nacional de Arte Moderna. O panorama se diversificou com novas tendências. Esse dinamismo, que elevava alguns artistas da Domus para um nicho histórico, conduzia outros para o foco de debates”, explica o curador.

 

Gerente executiva do Instituto CPFL, Daniela Pagotto explica: “A arte é uma ferramenta de transformação de realidades, pois resgata a nossa identidade cultural e a nossa história. Vamos receber uma nova exposição, em parceria com o MAM São Paulo, para celebrar o centenário do modernismo no Brasil. Essa é uma importante programação para que a população da região metropolitana de Campinas visite as obras de grandes nomes deste movimento. Também teremos uma agenda de arte e educação voltada para atender escolas e grupos de visitas guiadas”.

 

“O espírito moderno que predominava na década de 1940 foi decisivo para a fundação do MAM e, agora, por meio desta parceria com o Instituto CPFL, lançamos um olhar ao passado para refletir acerca da função dos museus e das instituições artísticas na atualidade. Para ampliar a experiência da exposição, o MAM Educativo realizará diversas atividades abertas ao público, iniciativa que reitera o compromisso pedagógico do Museu também em suas itinerâncias”, afirma Elizabeth Machado, presidente do MAM São Paulo.

 

Exposição Coleção Luiz Carlos Ritter

30/ago

 

 

Tarsila do Amaral, Frans Post, Guignard, Portinari, Morandi, Renoir, Di Cavalcanti, Volpi, Pancetti, Lygia Clark e Helio Oiticica são alguns dos artistas com obras do colecionador gaúcho radicado no Rio de Janeiro, que agora chegam ao público em formato de livro e exposição na  Pinakotheke Cultural, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, sob curadoria de Max Perlingeiro com visitação pública desde 05 a 24 de setembro.

 

A Pinakotheke Cultural, em sua sede do Rio de Janeiro, irá lançar, no próximo dia 05 de setembro de 2022, o livro Coleção Luiz Carlos Ritter (Edições Pinakotheke), bilíngue (português/inglês), com 304 páginas, formato 23cm x 31cm, e textos de Nélida Piñon, Ana Cristina Reis, Vanda Klabin, Clelio Alves, Ricardo Linhares, e uma conversa entre Max Perlingeiro – que organizou e planejou o livro e a exposição – ,e o colecionador Luiz Carlos Ritter.

 

De uma família de cervejeiros gaúchos – que fundaram em meados do século 19 duas das mais importantes cervejarias do Rio Grande do Sul – Luiz Carlos Ritter, que mora no Rio de Janeiro desde a infância, iniciou em 1983 uma coleção que atualmente soma centenas de obras, de grandes nomes da arte brasileira e internacional, bastante abrangente, do século 17 ao 21. Um dos maiores emprestadores de obras para exposições no Brasil e no exterior, Luiz Carlos Ritter agora torna público um conjunto expressivo de suas peças no livro editado pela Pinakotheke, com imagens e fichas técnicas de pinturas, desenhos, aquarelas e gravuras de grandes artistas, como Tarsila do Amaral, Emiliano Di Cavalcanti Candido Portinari, Alberto da Veiga Guignard, Alfredo Volpi, Candido Portinari, José Pancetti, além de nomes como Frans Post, Giorgio Morandi, Pierre-Auguste Renoir, e ainda de Lygia Clark e Hélio Oiticica.

 

O livro traz textos de amigos próximos e conhecedores de sua coleção, que inclui um jardim de esculturas em uma propriedade da família em Guarapari, Espírito Santo, com grandes nomes da arte.

 

Para marcar o lançamento do livro, a Pinakotheke montou uma exposição com 60 obras da Coleção Luiz Carlos Ritter. Seguindo as paixões do colecionador, a mostra terá flores e naturezas mortas de Tarsila do Amaral, Emiliano Di Cavalcanti, Alberto da Veiga Guignard, Candido Portinari, José Pancetti, Maria Leontina, Milton Dacosta, Victor Meirelles; e paisagens de Frans Post, Eliseu Visconti, Nicolau Antônio Facchinetti, Giovanni Battista Castagneto, João Batista da Costa.

 

O modernismo, outro núcleo importante da Coleção Luiz Ritter, é representado no livro e na exposição por obras de Guignard, Volpi, Portinari, Di Cavalcanti, e Flávio de Carvalho. Na categoria estrangeiros, estarão obras de Giorgio Morandi, Alfred Sisley, Joaquín Torres-García e Pierre-Auguste Renoir. A Coleção Luiz Ritter também tem importantes obras de artistas contemporâneos, como Lygia Clark e Hélio Oiticica, que também integram o livro e a mostra.

 

Gauchismo

 

Um capítulo do livro é dedicado a artistas gaúchos, que também terão obras expostas na Pinakotheke como Iberê Camargo e Pedro Weingärtner.

 

Em meio à Arte

 

Luiz Carlos Ritter cresceu em meio a obras de arte, graças a seus pais – a quem o livro é dedicado – que embora não fossem colecionadores tinham boas obras, adquiridas no pós-guerra. Pancetti, Guignard, o gaúcho Angelo Guido, e até mesmo uma escultura de Aleijadinho, exibido pela primeira vez na exposição “Imagens do Aleijadinho”, no Museu de Arte de São Paulo, em 2018, eram artistas com quem ele “conviveu”.

 

Primeiro quadro

 

O primeiro quadro que marcou o futuro colecionador, e que o “acompanha até hoje”, é “Paisagem de Sete Lagoas”, do pintor mineiro Inimá de Paula. Passando em frente à Galeria Bonino, na Rua Barata Ribeiro, em Copacabana, em 1983, Luiz Carlos Ritter foi atraído pela montagem de uma exposição, e esta pintura estava sendo instalada na vitrine. Ele voltou à noite, para a abertura da exposição, e conversou muito com a proprietária da galeria, Giovana Bonino. Como o quadro era muito caro para ele à época, “ela me financiou”. “É curioso porque da primeira obra o colecionador nunca esquece, nos mínimos detalhes.

 

Flores

 

A convivência com os avós paternos despertou no menino Luiz Carlos o interesse por flores. Após dois anos de tratamento de tuberculose em um sanatório suíço, o avô paterno, na casa dos quarenta anos, comprou uma chácara afastada da capital, onde o neto, já morando com a família no Rio de Janeiro, passava boa parte de suas férias escolares. Fazia parte da rotina acompanhar o avô “diariamente em suas lides jardineiras”. “Vi meu avô plantando e cultivando muitas flores de clima temperado, algumas inexistentes no Rio de Janeiro, além de árvores frutíferas para a alegria dos passarinhos. Eu ficava dez dias grudado nele, autêntica referência. Isso aconteceu dos meus seis aos dez anos, quando ele faleceu. Depois continuei indo lá visitar a avó e conheci ainda mais flores e árvores floríferas e frutíferas. Lembro-me também de um fato curioso anterior. Quando bem menino, ainda em Porto Alegre, acho que entre meus três e quatro anos, adoeci gravemente e recebia a visita desses avós, que invariavelmente me traziam um pequeno vaso de amor-perfeito, que passou a ser minha flor favorita. Bem mais tarde, tive a alegria de poder adquirir um óleo de Guignard com “amores-perfeitos’”, conta Luiz Carlos Ritter. Para Max Perlingeiro, a Coleção Luiz Carlos Ritter é como uma “coleção viva, em constante mutação”.

 

Sobre a Pinakotheke

 

A Pinakotheke já editou livros sobre as coleções Roberto Marinho, Cultura Inglesa, Aldo Franco, Airton Queiroz, Fundação Edson Queiroz, e ainda este ano publicará um livro dedicado à Coleção Igor Queiroz Barroso.

Livro Coleção Luiz Carlos Ritter – Ficha técnica

Bilíngue (português/inglês), 304 páginas, formato 23cm x 31cm – Edições Pinakotheke, 2022

Autores: Nélida Piñon, Ana Cristina Reis, Vanda Klabin, Clelio Alves, Ricardo Linhares, e uma conversa entre Max Perlingeiro e Luiz Carlos Ritter.

Organização e Planejamento: Max Perlingeiro – Publisher: Camila Perlingeiro

Preço: R$180

 

O livro estará disponível nas lojas da Livraria Travessa e Martins Fontes de todo o país, além da Amazon e das sedes da Pinakotheke, no Rio de Janeiro, São Paulo e Fortaleza (Multiarte).

 

 

 

Inéditos de Di Cavalcanti

 

 

Descobertas em Paris, duas obras-primas de Di Cavalcanti vistas pela última vez em 1936, em Paris, serão exibidas em exposição no Rio de Janeiro, comemorativa aos 125 anos de nascimento do artista

 

As pinturas em óleo sobre tela “Carnaval” (década de 1920) e “Bahia” (1935), exibidas em 1936, na Galeria Rive Gauche, durante o exílio do artista em Paris, serão vistas pelo público após quase 90 anos. Depois da exibição na galeria parisiense, perdeu-se o paradeiro dessas obras, até serem descobertas recentemente em uma coleção francesa. Agora, as duas obras-primas serão mostradas na exposição “Di Cavalcanti – 125 anos”, com curadoria de Denise Mattar, na Danielian Galeria, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, a partir do dia 06 de setembro permanecendo em cartaz até 12 de novembro.

 

A exposição “Di Cavalcanti – 125 anos”, um conjunto de aproximadamente 40 obras raras, entre elas duas obras-primas inéditas, localizadas recentemente em Paris, na casa de uma família francesa – as pinturas em óleo sobre tela “Carnaval” (1928), 126x157cm, e “Bahia” (1935), 142 x106 cm. Após a exibição na Galeria Rive Gauche, em Paris, em 1936, durante o exílio do artista na França, perdeu-se o paradeiro dessas obras.

 

Denise Mattar, curadora da exposição na Danielian Galeria, diz sobre o achado: “É uma emoção indescritível para uma pessoa como eu, que pesquisa Di Cavalcanti desde 1997, deparar com duas obras dessa importância, que nunca haviam sido vistas desde 1936, e estavam em uma coleção privada na França. “Carnaval”, é um painel cujas características o situam entre a produção dos anos 1929 e 1931, quando o artista criou obras-primas como “As moças de Guaratinguetá”, os painéis do Teatro João Caetano e “Samba”, a pintura perdida num trágico incêndio. O parentesco com elas é indiscutível”.

 

“A outra obra inédita, Bahia de 1935…”, continua a curadora, “…era uma obra conhecida dos estudiosos apenas pela descrição feita pelo importante crítico francês Benjamin Crémieux quando da realização da exposição do artista em Paris em 1936. Ver o belíssimo trabalho torna a crítica ainda mais impactante e sensível. Mostrar duas obras dessa qualidade da produção de Di Cavalcanti é uma contribuição inestimável da Danielian Galeria à arte brasileira”.

 

Defensor de causas sociais, Di Cavalcanti (1897-1976) havia sido preso duas vezes: a primeira em 1932, durante a Revolução Paulista, acusado de apoiar Getúlio Vargas, e em 1936 por ser comunista. Após a segunda prisão, ele decidiu ir para Paris, com a mulher Noêmia Mourão. Neste mesmo ano, 1936, ele expõe 16 pinturas e quatro desenhos na Galeria Rive Gauche, e ganha texto do crítico francês Benjamin Cremieux (1888-1944) no catálogo. Di Cavalcanti permanece em Paris até 1940, quando decide retornar ao Brasil por causa guerra. Ele costumava guardar suas obras maiores na Embaixada brasileira, e havia incumbido um amigo a despachar esses trabalhos, em torno de 50, para o Brasil via porto de Marselha. Não se sabe o que aconteceu, mas essas obras se extraviaram, e nunca chegaram ao seu destino. Em 1946, Di Cavalcanti voltou a Paris para tentar reaver seus quadros desaparecidos.

 

O povo brasileiro – Tema favorito de Di Cavalcanti

 

A exposição “Di Cavalcanti – 125 anos de nascimento” reúne um conjunto de aproximadamente 40 obras raras e extraordinárias do artista pertencentes a coleções particulares de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza. “Uma exposição que mostra Di Cavalcanti na sua integridade – o autor de algumas das mais belas obras da arte brasileira”, destaca Denise Mattar.

 

“Os trabalhos traçam um percurso de Di através de seu tema favorito, o povo brasileiro, proporcionando uma oportunidade única de ver algumas de suas obras-primas. Sua produção está inserida na história da arte brasileira, por mais de cinquenta anos, desdobrando-se em muitas facetas: ilustrador, desenhista, caricaturista, pintor e muralista. Seu trabalho não tem par entre os artistas plásticos do Primeiro Modernismo, sendo Di Cavalcanti o único deles a manter uma produção constante e expressiva até sua morte, em 1976”, explica a curadora. Entre as obras apresentadas na exposição estão a pintura a óleo “Serenata” (1925), de 85 x 120cm. “Um trabalho icônico que prenuncia partidos estéticos adotados pelo artista para a criação dos painéis decorativos do Teatro João Caetano”, diz. “A cena tem como pano de fundo uma marinha com barcos a vela, mas se reporta à musicalidade dos morros cariocas, onde o pandeiro e o violão homenageiam uma mulher, cujas formas femininas são destacadas através de uma volumetria com influência da estética art déco. Já está presente a representação de tipos e cenas cariocas que iriam definir toda sua produção posterior”. “Devaneio” (1927), óleo sobre tela, 99,5 x 156 cm, “…também explora o volume das formas através do contraste entre superfícies planas de limites bem definidos e zonas esfumaçadas de onde a cor surge gradativamente a partir do branco, criando relevos espaciais e corporais”. “O título da obra se reafirma pela postura pensativa e um tanto melancólica da figura principal, uma mulher negra, perdida em sonhos, retratada ao lado de um barraco – tempo em que os morros se tornaram o berço do samba”, observa Denise Mattar.

 

Essa descoberta dos tipos brasileiros é vista ainda na obra “Três moças” (c.1925), na qual Di reproduz três mulheres: uma loira, uma morena e uma negra – esta última destacada por sua beleza.

 

O inédito painel “Carnaval” (década de 1920), 126 x 157 cm, “…tem características que o situam na produção realizada entre os anos 1929 e 1931, quando a influência muralista toma ainda mais corpo na obra de Di”, comenta a curadora. “O parentesco com as obras desse momento é absoluto: pela volumetria, composição, características cromáticas e temáticas. O mural apresenta um grupo de homens vestidos como mulheres, preparando-se para o Carnaval. Não são figuras travestidas dentro do entendimento atual, pois os traços masculinos – pelos nas pernas e braços, bigodes e barbas – são evidentes e um tanto caricaturais. O grupo está reunido no alto de um morro, e, atrás das ondulações da paisagem, na linha do horizonte, está o mar. As cores são fortes e vibrantes, construídas em velaturas, criando profundidades e, acentuando a monumentalidade da cena. Di tem como proposta criar um muralismo inteiramente diverso do mexicano, que é marcadamente político, preferindo se debruçar sobre o aspecto humanista. Os sambas, morros, favelas e danças, que ele pinta são verdadeiros, quentes, amorosos e carnais – feitos de dentro. Sua obra tem, de fato, o cheiro, o sabor e a cor do Brasil”.

 

Bahia

 

Em 1936, o artista se autoexilou em Paris, realizando nesse mesmo ano uma exposição na Galerie Rive Gauche, de 17 de junho a 03 de julho, reunindo 20 obras. Entre elas estava “Bahia” (1935), agora apresentada pela primeira vez ao público brasileiro. No prefácio do catálogo da mostra em Paris o crítico francês Benjamin Crémieux assim descrevia a pintura: “E vejam esta árvore amputada, que não renuncia a florir e continua de pé, uma sentinela diante da branca “Bahia de todos os santos”: sua casca é gêmea da pele das mulheres adormecidas. Fraternidade e luta amorosa do homem e do vegetal: todo o Brasil”.

 

Di permaneceu em Paris de 1936 a 1940, e durante esse período “o lirismo e a sensualidade langorosa tomaram conta das suas telas”. “É o momento no qual pintou mulheres olímpicas, quase clássicas, com toques picassianos, aos quais adicionou uma sensualidade tropical, mestiça, calorosa e maliciosa. São representantes desse momento as excepcionais obras “Vênus” (1938) e “Três Mulheres” (1938), que integram a exposição”, explica Denise Mattar.

 

Di pintou mulheres negras, brancas, ricas e pobres; morenas, loiras e ruivas, num clima lírico e sensual, ao qual sempre acrescentava um perfume de melancolia. Esse tema, da vida inteira, pode ser visto na exposição em telas que vão da década de 1940 à década de 1970, permitindo ao visitante acompanhar o percurso pictórico do artista, suas pesquisas estéticas, opções construtivas e afinidades eletivas.

 

A exposição apresenta ainda “Fantoches da Meia Noite”, álbum realizado por Di Cavalcanti em 1921. O conjunto de 16 gravuras, acompanhado de texto do poeta Ribeiro Couto, foi editado por Monteiro Lobato num álbum extremamente moderno para a época e de grande impacto até hoje. O lançamento foi realizado com uma exposição, na livraria O Livro, em São Paulo, um ponto de encontro da elite pensante da época, com a qual Di já articulava a ideia da Semana de Arte Moderna de 22, na qual ele teve um protagonismo frequentemente subavaliado pelos estudiosos.

 

 

Coletiva da Galatea na SP-Arte

23/ago

 

 

A Galatea anuncia sua participação na SP-Arte Rotas Brasileiras, que acontecerá na Arca, entre os dias 24 e 28 de agosto. O projeto apresentado será “Tramas brasileiras”, que consiste em uma coletiva de artistas brasileiros que lidam em suas obras com composições geométricas construídas a partir da trama, da grade, do grafismo e do monocromo.

 

A arte produzida no Brasil na segunda metade do século 20 foi marcada pelo protagonismo da abstração geométrica e do construtivismo, algo que moldou o rumo da história da arte brasileira de forma definitiva, com reflexos até os dias de hoje. Sendo o construtivismo brasileiro da década de 1950 ainda fortemente vinculado às vanguardas europeias que propiciaram seu surgimento, apenas na virada para a década de 1960 que passou a acolher experimentações para além das geometrias, incorporando questões da vida cotidiana, da cultura e da realidade brasileira. Ainda assim, toda a rica e complexa produção artística indígena de base geométrica passou à margem dos interesses de grande parte dos artistas concretos e da crítica da época, sendo os artistas Aluísio Carvão e Ivan Serpa duas das poucas exceções.

 

Partindo da possibilidade de diálogo e fricção entre a tradição geométrica de povos indígenas brasileiros e o concretismo que marcou a arte brasileira dos anos 1950, o projeto pretende apresentar trabalhos que lidam com abstrações, geometrias, tramas, grafismos e monocromos em suas composições, justapondo e relacionando formalmente artistas da segunda metade do século 20 com contemporâneos, passando também por artefatos indígenas dos povos Asurini, Baniwa, Juruna, Kadiweu, Kaiapó, Tukano e Waujá. Em exibição obras de nomes como: Abraham Palatnik, Aislan Pankararu, Alfredo Volpi, Aluísio Carvão, Bruno Baptistelli, Bu’ú Kennedy, Carol Cordeiro, Celso Renato, Décio Vieira, Frans Krajcberg, Ione Saldanha, Ivan Serpa, Jaider Esbell, Joaquim Tenreiro, Judith Lauand, Luiz Hermano, Lygia Clark, Marcos Coelho Benjamin, Mestre Didi, Mira Schendel, Montez Magno, Raymundo Collares, Rubem Ludolf, Rubem Valentim, Sergio Camargo, Tunga, Ubi Bava, entre outros.

 

Calder + Miró na Casa Roberto Marinho

22/ago

 

 

Através da exibição da mostra “Calder + Miró”, dois artistas fundamentais da arte internacional e da História da Arte entram em cartaz na Casa Roberto Marinho,  Rio de Janeiro, RJ. Visitações até 20 de novembro de terça-feira a domingo das12h às 18h.

 

A palavra do diretor da Casa Roberto Marinho

 

Calder + Miró assinala um momento muito especial da Casa Roberto Marinho, Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ, ao reunir dois fraternos gigantes do século XX, interlocutores numa extensa conversa lúdica envolvendo invenção, humor, sínteses e afinidades.

 

É também a primeira mostra alavancada pelo acervo de um dos filhos do nosso patrono: a coleção Karin e Roberto Irineu Marinho. Às suas obras juntam-se, no espaço do Cosme Velho, sob a batuta de Max Perlingeiro, trabalhos de 6 instituições e de 32 particulares. A eles o nosso agradecimento.

 

O Rio de Janeiro é assim agraciado com uma exposição que já nasce inscrita como uma das mais importantes na cidade. Com alegria convidamos cada pessoa a nela mergulhar.

 

Lauro Cavalcanti / Diretor Casa Roberto Marinho

 

Chico da Silva

11/ago

 

 

Brazilian Mythologies (MitologiasBrasileiras)

 

A Galatea, Jardins, São Paulo, SP, anuncia sua participação na Independent 20th Century, no Battery Maritime Building, NY, dos dias 08 a 11 de setembro. O projeto “Chico da Silva: mitologias brasileiras” é uma exposição monográfica das obras de Chico da Silva (1910, Alto Tejo, Acre – 1985, Fortaleza, Ceará). Francisco Domingos da Silva é um artista brasileiro autodidata e de ascendência indígena, que lida com elementos, imagens e referências das culturas, cosmologias e mitologias indígenas e populares brasileiras.

 

Chico da Silva nasceu cercado pela floresta amazônica na região do Alto Tejo, mas ainda criança mudou-se para o Ceará, no Nordeste do Brasil, passando por algumas cidades do interior até se instalar em Fortaleza em 1935, onde viveu até sua morte. Foi pintando os muros caiados das casas de pescadores da Praia Formosa que começou sua produção artística. Da Silva dava forma e cor a seus desenhos com pedaços de carvão, tijolos, folhas e outros elementos encontrados ao seu redor.

 

Jean-Pierre Chabloz (1910, Lausanne, Suíça – 1984, Fortaleza, Ceará, Brasil), crítico e artista suíço que se mudou para o Brasil em 1940 devido à Segunda Guerra Mundial, viajou para Fortaleza a trabalho em 1943, onde conheceu os desenhos de Chico da Silva em uma visita à praia. Admirado, Chabloz incentivou-o e forneceu-lhe materiais para que se aprofundasse em sua pesquisa artística. Tal encontro teve grande relevância na consolidação e difusão do trabalho de Chico da Silva, abrindo portas para que circulasse nos principais centros urbanos do Brasil, como Rio de Janeiro e São Paulo, e pela Europa, em cidades como Genebra, Neuchâtel, Lausanne e Paris.

 

Em seus guaches e pinturas, Chico da Silva representou sobretudo os seres da floresta, como os pássaros e peixes amazônicos, além de figuras fantasiosas, como dragões. Suas obras dão forma a histórias e mitologias da tradição oral da cultura do Norte do Brasil, em composições marcadas por uma rica policromia e pelo grafismo detalhado do desenho, composto por tramas e linhas coloridas. Acerca do seu universo e de seus procedimentos, Jean-Pierre Chabloz faz as seguintes considerações no texto “Un indien brésilien ré-invente la peinture” (Um indígena* brasileiro reinventa a pintura), originalmente publicado na revista francesa Cahier d’Art, em 1952:

 

“Por toda parte em que os guaches visionários do Pintor da Praia foram expostos, em Fortaleza mesmo, no Rio, em Genebra, em Lausanne, em Lisboa, encontraram-se destes bem-aventurados que souberam ver no maravilhoso universo de Francisco Silva, o índio, o que eu próprio tinha visto. Pois cada um de seus guaches contém e propõe um universo que ultrapassa muito o tema tratado. Lendas amazônicas, lembranças da infância, ritos e práticas mágicas, espetáculos naturais transpostos pela assunção poética, complexos psíquicos individuais e raciais exteriorizados através do símbolo, voluptuosidade (…) de linhas, de movimentos, de cores, formam o fundo extraordinariamente rico e sutil desse universo. Como se podia prever, ele atraiu as atenções mais diversas. Artistas e poetas, críticos de arte e jornalistas, etnógrafos e psicanalistas se entusiasmaram e se entusiasmarão ainda diante destas surpreendentes condensações coloridas em diversos planos, que revelam, em cada um, horizontes novos (…).”

 

Dada a originalidade do seu estilo e de suas composições, destacou-se no contexto da chamada arte popular brasileira e, além de experimentar bastante sucesso comercial em vida, atraiu grande interesse da crítica. Entre as principais exposições que participou, estão: Francisco da Silva, Galerie Pour L’Art, Lausanne, Suíça, em 1950; Exposition d‘Art Primitif et Moderne, Musée d‘Ethnographie, Neuchâtel, Suíça, em 1956; 8 Peintres Naïfs Brésiliens, Galerie Jacques Massol, Paris, France, em 1965; 9ª Bienal Internacional de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil, em 1967; Tradição e Ruptura: Síntese de Arte e Cultura Brasileiras, Fundação Bienal de São Paulo, Brasil, em 1984. Além disso, recebeu, em 1966, o prêmio de Menção Honrosa por sua participação na 33ª Bienal de Veneza.

 

Convencido quanto à relevância da obra de Chico da Silva e o quanto ela agrega à arte brasileira, Chabloz projeta, ainda, a recepção que estaria à sua altura: “Agrada-me, às vezes, imaginar Francisco Silva decorando ministérios e palácios do governo, correios e telégrafos, bancos, escolas e ricas casas particulares. Uma vida inteira não seria suficiente. Mas, consagrando a sua vida a esta tarefa, o humilde pintor paradisíaco da praia cearense, através da radiosa proclamação de uma arte (…) autenticamente brasileira, redimiria sozinho seu País da desagradável e involuntária sabotagem que, outrora, privara-o de sua primavera pictórica.”

 

Embora tenha caído em certo esquecimento, por conta dos rumos que tomou ao fim de sua carreira, hoje o trabalho de Chico da Silva vem sendo retomado e atualizado com novas leituras e abordagens. Esse dado acompanha um crescente interesse contemporâneo pela arte produzida por artistas autodidatas, atuantes fora do sistema tradicional das artes, que criaram visões próprias e originais sobre suas culturas e sobre a sociedade em que viveram. Atualmente, seus trabalhos fazem parte de inúmeras coleções públicas, entre elas: Museo del Barrio, Nova York; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM Rio; Museu de Arte do Rio de Janeiro – MAR; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC USP; e Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP.

 

Apresentar, discutir e difundir a obra de Chico da Silva sob uma perspectiva contemporânea coloca em debate as diversas matrizes de conhecimento que constituem a cultura e a arte brasileira, escapando das perspectivas tradicionais e eurocêntricas que, por muito tempo, dominaram as narrativas da nossa produção artística e cultural.

 

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* Alguns termos usados no período em que Jean Pierre Chabloz escreveu seu texto caíram em desuso, de modo que os atualizamos para o contexto atual.

Chico da Silva: Brazilian Mythologies [Mitologias brasileiras]

Convidados [Preview]

Quinta-feira, 8 de Setembro | 10h às 20h – horário local

[Thursday, September 8 | 10AM-8PM – local time]

 

Introdução à Arte Contemporânea com Julia Lima

10/ago

 

 

A história da arte é uma disciplina que vem sendo constantemente revisada e reescrita. No entanto, a produção contemporânea – por seu volume, pela velocidade de mudança, pela proximidade do tempo – é o recorte talvez de mais difícil acesso pelo público.

 

Em discussão nesse curso introdutório de três aulas a produção artística atual a partir de perguntas que buscam ajudar a entender o que é arte contemporânea, o que a diferencia da arte moderna, e como chegamos até ela, passando pelos principais nomes que marcam a virada contemporânea, como Marcel Duchamp, Jackson Pollock, Yayoi Kusama e Louise Bourgeois.

 

A partir desta introdução, o participante terá um breve panorama dos momentos e movimentos que desenharam a história da arte no século 20, pavimentando um caminho pera melhor ler, interpretar e compartilhar a arte contemporânea.

 

Julia Lima é curadora independente, pesquisadora e tradutora especializada em ensaios na área de artes visuais. Também atua como crítica de arte, professora de história da arte e no acompanhamento de artistas.

 

As aulas acontecem presencialmente na Simões de Assis, Rua Sarandi, 113 A, Jardins, São Paulo, SP, nos dias 15, 22 e 29 de agosto.

 

 

Vida e obra de Lorenzato em livro

05/ago

 

 

A vida e a obra do artista mineiro Lorenzato estarão no centro do encontro que acontece na livraria Megafauna, Edifício Copan, Avenida Ipiranga, 200, loja 53, República, São Paulo, SP, no dia 06 de agosto (sábado), às 11h, por ocasião do lançamento de “Lorenzato”. Organizador do livro, o curador Rodrigo Moura conversa com o crítico Tiago Mesquita e a artista Patricia Leite, e na sequência autografa os exemplares.

 

Durante muitos anos limitada a um círculo pequeno de admiradores, a obra de Lorenzato vem conquistando novos públicos e consolidando seu lugar entre os artistas modernos brasileiros. As pinturas de Lorenzato remontam a sua origem na classe trabalhadora, condição que o levou a conjugar as ambições artísticas à necessidade de sustentar a família com o trabalho na construção civil, podendo se dedicar inteiramente à arte somente com mais de 50 anos.

 

LORENZATO – Rodrigo Moura – Ubu Editora

 

Obra bilíngue que reúne os principais trabalhos do pintor mineiro Amadeo Luciano Lorenzato que produziu um corpo de obra estimado entre 3 mil e 5 mil pinturas com temas e iconografias os mais diversos, que refletem sua biografia e sua relação com a paisagem de Belo Horizonte, MG, seu entorno e sua urbanização. Suas obras conhecidas datam dos anos 1940, quando ele volta ao Brasil depois de ter passado quase trinta anos

 

a Europa, a 1995, ano de sua morte. O artista só pôde se dedicar inteiramente à arte com mais de cinquenta anos, quando se aposenta devido a um acidente de trabalho. Seu ofício como pintor-decorador lhe inspirou a criação de uma técnica pictórica original, que se valia de instrumentos adaptados da decoração de paredes. Com o auxílio de um pente, ele raspava a tinta sobre a superfície repetidas vezes, criando uma fusão de cores com texturas e promovendo uma sensação de movimento. Costumava manipular as tintas a partir de pigmentos minerais encontrados no mercado, e frequentemente as aplicava sobre uma camada de alvaiade que contribuía para intensificar a vibração das cores. A fabricação dos suportes pictóricos, parte importante de sua economia de meios, o levava a reaproveitar pedaços de chapas de madeira e embalagens, às vezes recobertas com tecido ou papel, costurados ou colados à mão. Os formatos eram quase sempre pequenos ou médios – no máximo um metro no lado maior -, denotando certo sentido de domesticidade. Seus quadros têm aspecto áspero: são opacos, táteis e sensoriais. Durante muitos anos limitada a um círculo pequeno de admiradores, sobretudo de artistas e marchands de sua cidade natal, a obra de Lorenzato vem conquistando novas audiências nos últimos vinte anos por meio de exposições, sobretudo em galerias profissionais, que culminaram numa série de apresentações internacionais em 2019. Essa reapreciação consolidou seu lugar entre os artistas modernos brasileiros, contribuindo para a ampliação do cânone. Assim como outros artistas chamados preconceituosamente de primitivos ou ingênuos, Lorenzato recorreu a fontes populares, reprocessando-as com referências eruditas dentro de uma perspectiva não hierárquica. Sua obra deve, pois, ser compreendida como parte da modernidade tardia brasileira.

 

“Lorenzato” é uma publicação da Ubu e está disponível nas principais livrarias.

320 Páginas – Formato 17.5 × 25 × 2.8 cm – R$179,00

 

Sobre o autor e palestrantes

 

Rodrigo Moura é curador, editor e crítico de arte. Trabalhou em instituições brasileiras, como o Museu de Arte da Pampulha, o Instituto Inhotim e o MASP. Desde 2019, é curador-chefe no Museo del Barrio, em Nova York.

 

Tiago Mesquita é crítico de arte e professor de história da arte. Doutor em filosofia pela Universidade de São Paulo, é autor de livros como Imagem útil, imagem inútil e Cassio Michalany: como anda a cor.

 

Patricia Leite é artista, com bacharelado em Desenho e Gravura pela UFMG. Participou do Núcleo Experimental de Arte, dirigido por Amilcar de Castro, e foi professora de pintura no Curso Livre da Escola Guignard. Tem obras nas coleções de instituições como o Museu de Arte da Pampulha e a Pinacoteca do Estado de São Paulo.

 

*Diante do aumento dos casos de Covid, a Megafauna recomenda aos frequentadores da loja o uso de máscara.

 

 

Miniarte Magia

25/jul

 

 

A primeira edição do Projeto Miniarte Internacional ocorreu em 2003 na Usina do Gasômetro, com mais de cem participantes sob a chancela da Prefeitura Municipal de Porto Alegre Alegre.

 

Desde sua fundação pela artista plástica Clara Pechansky, o objetivo do projeto é democratizar a arte permitindo acesso livre aos artistas, que não são submetidos a qualquer seleção, e divulgando as obras para um público cada vez mais diversificado. Desse modo, o Projeto Miniarte Internacional cumpre um duplo papel social. Ao longo de seus 19 anos, sempre organizado por artistas independentes, em espaços públicos e gratuitos, o projeto já percorreu os cinco continentes.

 

Para a edição de 2022 foi ecolhido o tema “Magia”, abrangendo uma grande variedade de interpretações e técnicas, como Pintura, Desenho, Gravura, Colagem, Fotografia, Escultura e Cerâmica.

 

A “Miniarte Magia” vai mostrar 192 (cento e noventa e dois) artistas que representam Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Espanha, Equador, Estados Unidos, Índia, Irã, México e Portugal somando ao todo 21 (vinte e um) Artistas Convidados, 12 (doze) Artistas Líderes de Grupo, cada um trazendo consigo mais de 10 (dez) artistas, e 33 (trinta e três) Artistas Prestígio, uma inovação introduzida nesta edição.

 

A 42ª edição do Projeto Miniarte Internacional terá sua inauguração, mantendo a tradição, no Centro Municipal de Cultura de Gramado, RS, dia 30 de julho, e a 43ª edição acontecerá em Porto Alegre, RS, em 08 de outubro no espaço profissional da Gravura Galeria de Arte.

 

42ª edição – Gramado – até 30 de agosto.

43ª edição –  Porto Alegre – até 29 de outubro.

 

Diálogo espacial no MON

15/jul

 

 

O MON, Curitiba, PR, promove a exposição coletiva “Ópera Citoplasmática”, com a participação de vinte três artistas e cerca de setenta obras, ocupando o espaço do Olho. A curadoria é de Diego Mauro e Luana Fortes. A curadoria adjunta e concepção é de João GG.

 

“Ópera Citoplasmática” propõe um diálogo com o próprio espaço expositivo do Olho, fazendo com que a sua especificidade arquitetônica participe do projeto. A luminosidade controlada do local possibilita um desenho expográfico e uma ambientação experimental, incorporando a curvatura do teto e o vidro escuro das janelas imensas como elementos importantes.

 

A seleção dos artistas considerou a multiplicidade de linguagens, que inclui desde as mais tradicionais pintura e escultura, passando por instalações, vídeos, projeções de texto, intervenções sonoras feitas especialmente para a exposição e interferências espaciais.

 

Os participantes são Boto, Darks Miranda, Fernanda Galvão, Gabriel Pessoto, Giulia Puntel, Hugo Mendes, Iagor Peres, Ilê Sartuzi, Janaína Wagner, João GG, Juan Parada, Juliana Cerqueira Leite, Luiz Roque, Mariana Manhães, Marina Weffort, Maya Weishof, Miguel Bakun, Motta & Lima, Paola Ribeiro, Rafael RG, Renato Pera, Rodrigo Evangelista e Wisrah Villefort.