Abre Alas 18

11/abr

 

Visita especial + Bate-papo

A Gentil Carioca compartilha com muita alegria a publicação do “Abre Alas 18”, concebida por Liliane Kemper. Para celebrar e dar um abraço final na última semana de exposição no Rio de Janeiro, convida a todes para uma visita especial e bate papo com a presença de artistas, curadoras e galeristas. O evento acontece nesta quarta-feira, 12 de abril, na sede da galeria no Rio de Janeiro.

Abre Alas 18: Aline Brant, Ana Bia Silva, Ana Mohallem, Andy Villela, Anna Menezes, Alexandre Paes, Ariel Ferreira, Augusto Braz, Benedito Ferreira, Camila Proto, Celo, Clara Luz, Cyshimi, Daiane Lucio, Dariane Martiól, Denis Moreira, Érica Storer, Genietta Varsi, Luiz Sisinno, Mapô, Marina Lattuca, Mônica Coster, Newton Santanna, Rafael Vilarouca, Raphael Medeiros, Rebeca Miguel, Rose Afefé, Vulcanica Pokaropa e Yanaki Herrera.

 

Curadoria: Bruna Costa, Lia Letícia e Vivian Caccuri.

 

 

 

Formatos inovadores de participação

23/mar

NONADA, galeria de arte contemporânea carioca, visita São Paulo em espaço próprio, mas temporário, para estar presente no circuito cultural paulistano durante o período da principal feira de arte do hemisfério sul – SP-Arte – e, apresentar de uma forma coerente com seu conceito raiz, artistas comprometidos com seu compromisso de atuar ativamente do mercado criativo brasileiro mas também buscando formatos inovadores de participar.

A NONADA estará no térreo do Edifício Madalena, na Praça da Bandeira, região central de São Paulo, em um prédio Art Déco recentemente restaurado, embaixo do Viaduto do Chá. Usar ícones urbanos como referência é uma das formas que a galeria carioca entrar com respeito e coerência em São Paulo, marcando presença no maior centro cultural da América Latina, mas entendendo a necessidade de levar essas iniciativas para lugares importantes e, às vezes, externos ao circuito convencional de galerias e museus.

NONADA não é aqui – Superfície Matéria | Densidade Identitária, é uma mostra coletiva com 25 obras de 18 artistas, nomes com alcance já internacional como Miguel Afa e Melissa de Oliveira, representados pela galeria, e outros que participarão pela primeira vez de um projeto da NONADA como Tadaskia e Loren Minzu. A curadoria é de Paulo Azeco.

Pelo período de nove dias – de 25 de março a 02 de abril -, a jovem galeria, com um DNA que inclui sua presença no não lugar para sua existência e pertinência, exibe um projeto expositivo que reúne dois elementos imperativos em sua linha curatorial atual: “a ressonância da matéria nas pesquisas de jovens artistas percebida como ponto comum em muitas delas; além do moto primeiro da galeria que é a pesquisa de talentos periféricos à medida que muitos ainda estão fora de um circuito de arte convencional, com o foco maior em artistas LGBTQUIA+, questões identitárias, raciais e sociológicas. Deslocando o lugar da arte periférica para um sentido amplificado e que de fato faz sentido no pensamento contemporâneo”, como define Paulo Azeco.

 

Sobre a galeria

NONADA, um neologismo que remete ao não lugar e a não existência, também abre “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa e a união desses conceitos representa o pensamento basilar desse projeto. Como o próprio significado de NONADA diz, ela surge com o intuito de suprir lacunas momentâneas ou permanentes acerca de um novo conceito. A galeria, inclusiva e não sectária, como agente promotor de encontros e descobertas com anseio pela experimentação, ilustra possibilidades de distanciar-se de rótulos enquanto amplia diálogos. “NONADA é um híbrido que pesquisa, acolhe, expõe e dialoga. Deixa de ser nada e passa a ser essência por acreditar que o mundo precisa de arte… e arte por si só já é lugar”, definem João Paulo, Ludwig, Luiz e Paulo.

A NONADA mostrou-se necessária após a constatação, por seus criadores, da imensa quantidade de trabalhos de boa qualidade de artistas estranhos aos circuitos formais e que trabalham com os temas do hoje, sem receio nem temor em abordar temas políticos, identitários, de gênero ou qualquer outro assunto que esteja na agenda do dia; que seja importante no hoje. “Queremos apresentar de forma plural novos talentos, visões e força criativa”. O processo de maturação do projeto da NONADA foi orgânico e plural pois “abrangeu desde nossa experiência como também indicações de artistas, curadores, e de buscas onde fosse possível achar o que aguardava para ser descoberto”, diz Paulo Azeco. Ludwig Danielian acrescenta: “…não queremos levantar bandeiras, rótulos, e sim valorizar a arte boa, que independe de estereótipos. Queremos ter esta proposta de galeria em Copacabana, bairro popular, e no subúrbio, na periferia do circuito de arte, para que se leve excelentes trabalhos a todos. Pretendemos promover discussões livres, contemporâneas, abertas, sem julgamentos prévios.”

Artistas: Miguel Afa, Melissa de Oliveira, Tadaskia, Loren Minzu, Alan Oju, André Barion, Emerson Freitas, Siwaju e outros.

 

 

Desenhos inéditos de Iberê Camargo

22/mar

No dia 15 de abril, a Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, inaugura uma exposição com desenhos do grande artista. A iniciativa de mostrar esses trabalhos, muitos deles jamais ou raramente expostos, foi da artista Vera Chaves Barcellos. Além de lançar luz sobre a produção de Iberê Camargo, a exibição de “Iberê Camargo: Desenhos” será uma imersão no processo criador do artista e no ser humano que ele foi. A exposição “Iberê Camargo: Desenhos” traz a  curadoria criteriosa da artista Vera Chaves Barcellos, abrangendo desde os primeiros estudos do pintor até a sua morte, em agosto de 1994.

Dos mais de 3,7 mil trabalhos disponibilizados pelo acervo, a artista escolheu 432. Desses, 163 serão expostos, e o restante exibidos através de projeção. O apanhado inclui desenhos da figura humana – desde estudos de aprendizagem do início da carreira do artista e que retornaram no início dos anos 1980 até o final de sua vida; retratos de homens e mulheres – acadêmicos, expressionistas da década de 1980 e de diversas épocas de sua companheira, Maria Camargo; autorretratos que atravessam a vida do pintor; paisagens; carretéis e desenhos da sua última fase. Para a curadora da mostra, o desenho é a mais espontânea e, talvez, a mais reveladora das formas de expressão de Iberê.

“Tive a consciência de que a maioria das mostras realizadas até agora na Fundação se concentrou principalmente na pintura de Iberê Camargo, sem dúvida, a sua maior contribuição para a arte brasileira, seguida de perto por sua extensa produção de gravura, especialmente a gravura em metal. Como vários outros curadores, primeiramente, pensei em organizar uma mostra de suas pinturas, já que esta seria sua expressão máxima, a mais cultuada e certamente a mais nobre. Mas ao deparar com seus desenhos, optei por estes. (…) Constatei que neles poderia haver uma maior revelação de quem fora Iberê Camargo, em todos e extremamente variados momentos de seu inquieto e conturbado temperamento. Seria possível um processo analítico de sua personalidade e psiquismo por meio unicamente de seus desenhos, desvendando seus valores e suas certezas, suas obsessões, seus traumas, seus medos e seus fantasmas”, escreve Vera para o catálogo da exposição. A mostra seguirá em cartaz até 15 de outubro.

 

O estranho desaparecimento de Vera Chaves Barcellos

Vera Chaves Barcellos, 85 anos, será um dos grandes destaques da programação da Fundação Iberê Camargo em 2023 e a terceira mulher a ocupar mais de um andar do centro cultural, depois de Regina Silveira (“Mil e um dias e outros enigmas”, em 2011) e Maria Lídia Magliani (“MAGLIANI”, em 2022).

Em 06 de maio, abrirá a exposição “O estranho desaparecimento de Vera Chaves Barcellos”. Com curadoria de Raphael Fonseca (RJ), a mostra traz um recorte de obras realizadas ao longo de 60 anos, que abrange experimentações com pintura e desenho e, num segundo momento, com a xilogravura até trabalhos mais recentes, destacando seu infinito diálogo com a fotografia, além de livros de artista e vídeos.

A Fundação Iberê tem o patrocínio do Grupo Gerdau, Itaú, Grupo Savar, Renner Coatings, Grupo GPS, Grupo IESA, CMPC, Perto, Ventos do Sul, DLL Group e apoio da Renner, Dell Technologies, Laghetto Hotéis, Coasa Auditoria, Syscom e Isend. Realização: Petrobras e Ministério da Cultura/ Governo Federal.

 

Almandrade & Paulo Darzé na SPArte

20/mar

A Paulo Darzé Galeria, Salvador, anuncia e apresenta desenhos, pinturas, objetos de Almandrade na próxima SPArte/23. A conhecida galeria tem como objetivo de sua atuação a arte brasileira contemporânea, nas suas mais variadas expressões, linguagens e técnicas, trabalho que a consolidou como um dos mais importantes espaços de arte no Brasil, local difusor do que há de mais atual em pinturas, desenhos, esculturas, fotografias, instalações e vídeos. Agora, em 2023, a Galeria Paulo Darzé comemora 40 anos, se constituindo neste tempo num centro por excelência do que há de mais atual na arte brasileira, tendo dentro de sua programação a participação, o que faz desde a primeira edição, mostrando na sua maioria artistas baianos, novos e consagrados, ao público brasileiro, na SPArte.

Para marcar sua presença neste ano apresenta uma exposição solo do artista Almandrade, comemorativa aos seus 50 anos de arte, com mostra de 60 trabalhos, em pequeno e médio formato, de desenhos, pinturas e objetos. A curadoria e texto de apresentação é de Denise Mattar.

 

A palavra da curadoria

“O artista teve uma formação solitária, criando uma poética particular, fundamentada a partir dos seguintes eixos: a poesia tradicional e as experiências visuais da Poesia Concreta, as experimentações desenvolvidas pelo Poema Processo, a arte construtiva e a arte conceitual. Sua pesquisa, desenvolvida à contracorrente da arte baiana do período, conversa de perto com a produção paulista e carioca, concreta e neoconcreta. Apesar da afinidade, e de encontros confortadores com Augusto de Campos, Décio Pignatari, Hélio Oiticica e Lygia Clark, entre outros, nos quais viu seu mérito reconhecido, Almandrade nunca deixou de residir em sua terra de origem, sentindo na pele as consequências de não viver no eixo Rio-São Paulo. Nem todas negativas, pois sua independência propiciou ao artista desenvolver de modo original a síntese proposta pelas vanguardas… Em sua obra estão presentes os trabalhos de cunho político e comportamental, realizados com extrema precisão e sutileza, desequilibrando verdades, objetos que desafiam o olhar do espectador com polida ironia, pinturas e objetos em madeira com mensagens secretas, peças rígidas de intenso cromatismo, exatas, mas calorosas, remetendo ao singelo concretismo das fachadas nordestinas”.

 

Sobre o artista

Almandrade (Antonio Luiz Morais de Andrade) nasceu em São Felipe, 1953, município baiano, e vive em Salvador. É artista plástico, arquiteto, mestre em Desenho urbano, poeta e professor de Teoria da Arte, e destes seus interesses múltiplos vem realizando nestas cinco décadas exposições de desenhos, de pinturas, de poemas visuais, de livros de artista, e instalações, de objetos, através de trabalhos que absorvem e sintetizam as suas influências diversas – o poema processo, o concretismo, as histórias em quadrinhos, efetivando em sua arte uma comunicação gráfico-visual que atravessa das linhas retas à abstração geométrica, da palavra à imagem, com um projeto poético que perpassa todo este período, entre o conceitual, o construtivo e a poesia visual.

 

A mostra da Paulo Darzé Galeria na SPArte/23 ocupará o estande C2, no Pavilhão da Bienal, Pavilhão Ciccillo Matarazzo, Parque Ibirapuera, portão 3.

 

 

Obras de Anna Braga no Paço Imperial

16/mar

 

O Paço Imperial inaugura na próxima quarta-feira, dia 22 de março, a exposição “Anna Braga – Submersões”, com um panorama da obra da artista multimídia, que há 20 anos não faz uma exposição individual em uma instituição no Rio de Janeiro. Com curadoria de Fernando Cocchiarale, serão apresentadas 36 obras, entre instalações, pinturas, desenhos, fotografias, vídeos e objetos inéditos, pertencentes a três séries distintas: “Ternas Peles”, “Memória Submersa” e “Puro Álibi”. Os trabalhos, que ocuparão três salões do Paço Imperial, trazem como temas centrais a ecologia, a violência e questões de gênero. Até 21 de maio.

“Todos os trabalhos são em técnica mista, nos quais utilizo pintura, desenho, colagem, vídeo e fotografia na mesma obra. Faço interferências sobre o que encontro visualmente, dando outros significados para a imagem, transformando-a em algo completamente diferente”, conta a artista, nascida em Campos do Goytacazes, radicada no Rio de Janeiro, após ter passado um longo período no exterior, principalmente no Uruguai.

“As obras realizadas por Anna Braga nos colocam diante de imagens impregnadas de nexos que, como rastros, desenham um percurso de relações ao redor de temas como a destruição ambiental, a degradação urbana e a violência social, contextos encadeados em diversas situações nos trabalhos da artista. As três séries aqui reunidas – Memória Submersa, Ternas Peles e Puro Álibi – abarcam indagações entrecruzadas pelo próprio enredamento que caracteriza as sociedades contemporâneas e seus conflitos de identidade, classe, gênero, cor e grupo étnico”, afirma o curador Fernando Cocchiarale.

Na primeira sala estará a série “Memória Submersa”, que reflete, de forma poética, sobre ecologia, a partir do distrito de Atafona, em São João da Barra, no litoral campista, que está desaparecendo após sucessivas ressacas do mar. Através deste trabalho a artista faz uma veemente crítica à destruição da natureza, partindo de um exemplo local para falar globalmente sobre a questão da ecologia. Esta obra foi exposta originalmente no Museu Nacional de Brasília, em 2017. No Paço Imperial, no entanto, ela será acrescida de novos elementos, sendo composta por 17 trabalhos, entre obras bidimensionais, que estarão penduradas na parede, esculturas-objetos, instalações, um vídeo 3D e uma animação. Assim que entrar na exposição o público verá os vídeos, que ocuparão todas as paredes, fazendo uma imersão dos espectadores na obra.

“O que retorna à superfície, em poesia faz lembrar coisas que submergiram. A memória afetiva posta à prova vem contrariar o fenômeno natural das marés – quando arte não deixa apagar da memoria aquilo que se foi para sempre. Embora com isso não se reduza o sentido trágico da desaparição, a arte vem traduzir em metáforas essa melancolia e inexorável realidade”, afirma a artista.

Seguindo o percurso da exposição, na segunda sala estará a série “Ternas peles”, composta por sete trabalhos nos quais a artista cria interseções entre o nu artístico das estátuas gregas e imagens femininas presentes em antigos classificados de jornais da seção de termas e massagens. Anna Braga intervém manualmente nos periódicos, com pintura ou desenho e os fotografa, exibindo-os de três formas diferentes: como se fossem filmes usados para a impressão; impressos, mostrando a aproximação com a estatuária grega, e em uma instalação que se assemelha à cabeça da Medusa, com longas faixas feitas a partir da página em negativo, como fios de filmes. Com esta instalação, a artista pretende falar sobre o silêncio imposto sobre as mulheres e sobre os corpos trans. O resultado é uma potente reflexão sobre questões de gênero, a partir de corpos dissidentes, marginalizados e transexuais. “Neste trabalho destaco a luta social do ser humano para ter suas próprias opções sexuais e fazer delas o que bem entender. É mais um problema estrutural que a sociedade acumula”, ressalta.

Na terceira e última sala, estará a série “Puro Álibi”, composta por 12 trabalhos produzidos a partir do detalhe de uma fotografia publicada em um jornal de grande circulação, que mostra uma fila humana em um presídio. Nesta série, a artista destaca as sombras, transformando-as em novas figuras, dando um novo significado para a imagem para falar sobre o tema da violência. “A obra pertence a uma série na qual desenvolvo inúmeras metáforas forjadas em dorsos e posições de intimidação do homem em situações de ameaça. Neste caso específico trata-se de uma fila humana no pátio de uma prisão cujas sombras rastejantes sugerem outras verdades. Verdades que estão sendo realizadas nas imagens criadas pelo poeta entre a realidade, sonhos, temores e perplexidades do homem entre si e o outro, na vida e no tempo”, conta a artista.

 

Sobre a artista

Nascida em Campos dos Goytacazes, RJ, Anna Braga é formada em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com mestrado em Sociologia pela UFRJ e extensão em Filosofia e Arte Contemporânea pela PUC-Rio. Frequentou o ateliê da artista Anna Bella Geiger e os ateliês de Elena Molinari, Maria Freire e Hilda Lopes em Montevidéu, no Uruguai. Fez curso de Arte e Filosofia e Arte Crítica na EAV Parque Lage entre 2000 e 2001 e especialização em Arte e Filosofia na PUC Rio em 2008. Ao longo de sua trajetória, realizou diversas exposições, no Brasil e no exterior. Dentre as coletivas destacam-se: “Obranome”, no Mosteiro de Alcobaça, em Portugal, em 2013, e na EAV Parque Lage, em 2009, “30 anos de videoarte”, na EAV Parque Lage, em 2004, “Questões Diversas”, no Centro Cultural Correios, em 1998, entre outras. Dentre as principais exposições individuais destacam-se: “Visitando Ternas Peles” (2022), no Estúdio Dezenove, “Memória Submersa” (2017), no Museu Nacional da República, em Brasília, “Ternas Peles” (2003), no Palácio do Catete, Museu da República, “Transobjetos” (1996), na Caixa Cultural em Brasília, entre outras. Possui obras em importantes acervos, como Museo de Arte Contemporanea do Uruguai; Centro Cultural da Caixa Econômica Federal, Brasília, DF; Centro Cultural dos Correios e Telégrafos, Museu Postal, Rio de Janeiro e Museo Nacional da República (MUN), em Brasília.

 

 

 

Exposição-relâmpago no centenário de Franco Terranova

14/mar

 

Será comemorado com uma grande exposição-relâmpago o centenário do lendário marchand e poeta Franco Terranova (1923-2013), que esteve à frente da Petite Galerie, inovador e fundamental espaço de arte carioca que movimentou o circuito brasileiro entre 1954 a 1988, lançando nomes hoje consagrados, incentivando artistas, e criando salões e prêmios. “Uma Visão da Arte – Centenário de Franco Terranova e o legado da Petite Galerie” ficará em cartaz na Danielian Galeria, na Gávea, Rio de Janeiro, entre 04 a 18 de março.  A curadoria é de Paola Terranova – a filha caçula dos quatro filhos de Franco e Rossella Terranova, a bailarina e coreógrafa com quem ele foi casado de 1962 até sua morte – que está à frente do acervo da Petite Galerie, em um espaço na Lapa. Ela conta que para esta exposição comemorativa foram restaurados mais de 80 trabalhos. “Franco Terranova era antes de tudo amigo dos artistas, um apaixonado pela arte, e pretendemos fazer uma exposição que retrate seu olhar ao mesmo tempo afiado e afetuoso”, diz. Além dos artistas, era constante a presença na Petite Galerie de intelectuais como Ferreira Gullar, Mario Pedrosa, Millôr Fernandes e Rubem Braga.  A exposição comemorativa terá mais de 150 obras, entre desenhos, gravuras, pinturas e esculturas, de mais de 70 artistas que participaram da programação da Petite Galerie. Franco Terranova completaria 100 anos, em 09 de março próximo.

 

No dia 16 de março, às 19h, será realizado um leilão em prol da manutenção do legado de Franco Terranova, apregoado por Walter Rezende, com apoio da Bolsa de Arte do Rio de Janeiro, no site Iarremate –  https://www.iarremate.com.

 

Os artistas com obras na exposição comemorativa na Danielian Galeria são: Abelardo Zaluar (1924-1987), Adriano de Aquino (1946), Alexandre Dacosta (1959), Alfredo Volpi (1896-1988), Amélia Toledo (1926-2017), Angelo de Aquino (1945-2007), Angelo Hodick (1945), Anna Maria Maiolino (1942), Antenor Lago (1950), Antonio Henrique Amaral (1935-2015), Antonio Manuel (1947), Arthur Barrio (1945), Avatar Moraes (1933-2011), Carlos Scliar (1920-2001), Carlos Vergara (1941), Cristina Salgado (1957), Darel (1924-2017), Dileny Campos (1942), Dionísio del Santo (1925-1999), Edival Ramosa (1940- 2015), Eduardo Paolozzi (1924 – 2005), Emeric Marcier (1916-1990), Enéas Valle (1951), Enrico Baj (1924-2003), François Morellet (1926-2016), Frank Stella (1936), Frans Frajcberg  (1921-2017), Franz Weissmann (1911-2005), Gastão Manoel Henrique (1933), Glauco Rodrigues (1929- 2004), Iberê Camargo (1914-1994), Ivan Freitas (1932-2006), Hércules Barsotti (1914-2010), Jac Leirner (1961), José Resende (1945), Larry Rivers (1923-2002), Leda Catunda (1961), Lothar Charoux (1912-1987), Lucio Del Pezzo (1933-2020), Luiz Alphonsus (1948), Luiz Áquila (1943), Luiz Paulo Baravelli (1942), Luiz Pizarro (1958), Marcia Barrozo do Amaral,  Maria do Carmo Secco (1933-2013), Maria Leontina (1917-1984), Mestre Vitalino (1909-1963), Milton Dacosta (1915-1988), Mira Schendel (1919-2018), Mô (Moacyr)  Toledo (1953),  Monica Barki (1956), Myra Landau (1926-2018), Roberto Magalhães (1940), Roberto Moriconi (1932-1993), Roy Lichtenstein (1923-1997), Rubens Gerchman (1942-2008), Sepp Baendereck (1920-1988), Sérgio Camargo (1930-1990), Sérgio Romagnolo (1957), Serpa Coutinho, Tarsila do Amaral (1886-1973), Tino Stefanoni (1937-3017), Tuneu (1948), Victor Vasarely (1905-1997), Waldemar Cordeiro (1925-1973), Waltercio Caldas (1946), Wanda Pimentel (1943-2019), Willys de Castro (1926-1988), Yara Tupynambá (1932) e Yvaral (Jean Pierre Vasarely- 1934-2002).

Nova artista no elenco da Galatea

06/mar

 

A Galatea tem o prazer de anunciar a representação da artista Carolina Cordeiro, nascida em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 1983. Formou-se em Desenho pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, em 2008. Concluiu, em 2014, o mestrado em Linguagens Visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, e, em 2021, seu doutorado no departamento de Artes da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo – USP, com período sanduíche no Chelsea College of Art and Design, em Londres. Atualmente, vive e trabalha em São Paulo.

A sua relação com o fazer artístico partiu do desenho, técnica que explorou desde cedo e estudou formalmente. Hoje, em seu processo criativo, ele opera a passagem de um projeto do papel ao mundo e às diferentes linguagens experimentadas pela artista. Já em sua primeira individual, Quase é um lugar que existe (2006), Carolina Cordeiro reúne desenho, fotografia e objeto em um diálogo amarrado e em uma relação de complementaridade. De lá para cá, a sua produção mostrou-se cada vez mais plural em termos de suporte e cada vez mais interessada em se desenvolver a partir da influência e dos recursos que o ambiente onde se dá pode oferecer.

Sendo a sua pesquisa baseada em processos imersivos, Cordeiro defende uma relação de contaminação com a paisagem. O seu trabalho não apresenta, portanto, simples intervenções no espaço, mas também o quanto o espaço e os elementos que o compõem atuam sobre a artista e se desdobram em sua obra. Uma noite a 550km daqui (2010-2017), instalação com feltro e carrapicho, demonstra bem esse princípio. Seu título se refere à distância entre o Ateliê Fidalga, um dos lugares onde a obra foi exposta, e um município de Minas Gerais, no Brasil, onde a artista recolheu as sementes de Xanthium cavanillesii, popularmente conhecidas como carrapichos. Com essas sementes, que têm o poder de se dispersar por se agarrarem nos pelos dos animais, criou um céu estrelado fixando-as em feltro azul escuro. O título do trabalho marca, ao mesmo tempo, a distância e a conexão que ele opera entre dois espaços, podendo variar de acordo com o local em que é montado, sempre tendo como referência a sua origem – uma cidade em Minas Gerais.

Os títulos, a propósito, são de grande importância na obra de Carolina Cordeiro. O seu interesse pela poesia e pela música popular brasileira seriam responsáveis por isso. América do Sal (2021) e As impurezas do branco (2019), por exemplo, fazem referência a dois poetas brasileiros consagrados, respectivamente, Oswald de Andrade e Carlos Drummond de Andrade. A relação com o cancioneiro popular influencia até mesmo a escolha de materiais, como ocorre com o zinco nos trabalhos Sem título (2019), que consiste em placas de zinco cortadas como cartas de baralho com as quais se fazem castelos, e Dizem que há um silêncio todo negro (2019), instalação feita com uma placa de zinco perfurada que joga tanto com a passagem da luz quanto com o imaginário da violência.

O aspecto coeso da pesquisa de Carolina Cordeiro se mostra na interpenetração dos temas e materiais e em como um projeto não implica no abandono do outro, mas se estende no outro. Entre o trabalho das assadeiras (Sem título), de 2009, que segue sendo montado, e Paisagem, de 2019, pode-se estabelecer diversas conexões, como a economia de linguagem, o interesse geométrico e um grande fundo simbólico – como a vida doméstica ou a terra vermelha da cidade da natal.

Em 2021, Carolina Cordeiro fundou, junto com os artistas Bruno Baptistelli, Frederico Filippi e Maíra Dietrich, a Galeria de Artistas, projeto criado por e para artistas como meio de experimentar novas forma de inserção no mercado. Em 2020, foi indicada ao prêmio PIPA. A artista participou de diversas residências artísticas nacionais e internacionais, entre elas: CASCO: Programa de integração arte e comunidade, Rio Grande do Sul, Brasil, 2020; Pivô Arte e Pesquisa, São Paulo, Brasil, 2019; Red Bull Station, São Paulo, Brasil, 2016; Homesession, Barcelona, Espanha, 2011; GlogauAIR Art Residency Berlin, Berlim, Alemanha, 2009.

Entre suas exposições, destacam-se as individuais: América do Sal, Galeria de Artistas – GDA, São Paulo, 2021; Dizem que há um silêncio todo negro, Auroras, São Paulo, 2019; Una nit a 8360 km d’aquí, Àngels Barcelona, Espanha, 2018; Carolina Cordeiro, Ciclón, Santiago de Compostela, Espanha, 2018; Entre, Memorial Minas Gerais Vale, Belo Horizonte, 2013; Carolina Cordeiro, Homesession, Barcelona, Espanha, 2011. E as coletivas: Semana sim, semana não, Casa Zalszupin, São Paulo, 2022; Lenta explosión de una semilla, OTR. Espacio de arte, Madri, Espanha, 2020; I remember earth, Le Magasin des horizons, Grenoble, França, 2019; Estratégias do Feminino, Farol Santander, Porto Alegre, 2019; Agora somos mais de mil, Parque Lage, Rio de Janeiro, 2016; Blind Field, Krannert Art Museum, Champaign, Illinois, EUA, 2013.

Em agosto de 2023, a artista abrirá a sua exposição individual na Galatea. Em breve, mais detalhes serão compartilhados.

Artistas de diversos estados no Memorial

01/mar

 

Abrindo o calendário de exposições de 2023 do Memorial Getúlio Vargas, Glória, Rio de Janeiro, RJ, a exposição coletiva “Memória do Futuro” apresenta no dia 04 de março, das 12h às 17h, e exibe até o dia 16 de abril, pinturas, instalações, fotografias, desenhos, esculturas e objetos de 23 artistas de diferentes estados do Brasil, que refletem o lastro temporal da memória como condutor de um futuro possível e de suas subjetividades.

Com curadoria de Shannon Botelho, “Memória do Futuro” tem a memória como construção de identidade, invenção de si, de coletividade, de singularidade e de sociedade. A mostra traz os artistas Consuelo Vezarro, Cristina Canepa, Danielle Cukierman, Débora Rayel Eva, Federico Guerreros, Gláucia Crispino, Leda Braga, Lili Buzolin, Lucy Copstein, Marcia Rosa, Michaela A F, Odette Boudet, Renata Carra, Riyosuke Komatsu, Rosa Hollmann, Rosana Spagnuolo, Rose Aguiar, Sandra Gonçalves, Sheila Riente, Suzana Barbosa, Tuca Chicalé Galvan, Vitória Kachar, Yohana Oizumi.

 

A intensidade luminosa de Marilia Kranz

28/fev

 

A Galatea, Jardins, São Paulo, SP, tem o prazer de anunciar a mostra que inicia o seu programa de 2023: “Marilia Kranz: relevos e pinturas”, com abertura no dia 09 de março, às 18h.

Marilia Kranz nasceu e viveu na cidade do Rio de Janeiro, cuja paisagem é assunto recorrente em sua obra. Desenhando desde a infância, inicia aos 17 anos seus estudos formais em arte, cursando pintura no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Em 1956, ingressa na Escola Nacional de Belas Artes, onde estuda durante três anos. Passa, ainda, pelos ateliês de Catarina Baratelli (pintura, 1963-66) e Eduardo Sued (gravura, 1971).

Em um primeiro momento de sua produção, até meados da década de 1960, Kranz se dedica ao desenho e ao estudo da pintura. Na sequência, começa a produzir relevos abstratos em gesso, papelão e madeira, que integraram a sua primeira exposição individual, em 1968, na Galeria Oca, no Rio de Janeiro. Em 1969, ao retornar de viagens que fez à Europa e aos Estados Unidos, passa a produzir os relevos a partir da técnica de moldagem a vácuo com poliuretano rígido, fibra de vidro, resina e esmaltes industriais; além das esculturas com acrílico cortado e polido, chamadas de Contraformas.

Kranz inova ao produzir quadros-objetos a partir da técnica de vacum forming, pouco difundida no Brasil naquela época, até mesmo no setor industrial. Além disso, o conteúdo dos trabalhos também guarda forte caráter experimental. Segundo o crítico de arte Frederico Morais, as formas abstratas e geométricas exploradas nestas obras e na produção de Marilia como um todo se aproximariam mais de artistas como Ben Nicholson, Auguste Herbin e Alberto Magnelli do que das vertentes construtivistas de destaque no Brasil, como o Concretismo e o Neoconcretismo.

A partir do ano de 1974, Kranz retoma a prática da pintura, trazendo para o centro da tela elementos constituintes das suas paisagens preferidas no Rio de Janeiro. Comparada a artistas como Giorgio de Chirico e Tarsila do Amaral, os seus cenários e figuras geometrizados, beirando a abstração, contêm solenidade e erotismo ao mesmo tempo. Os tons pasteis, por sua vez, tornam-se a sua marca. “A cor cede diante da intensidade luminosa”, diz Frederico Morais. Ao observarmos as flores e as frutas que protagonizam com grande sensualidade várias de suas pinturas, pensamos também em Georgia O’Keeffe, considerada por Kranz sua “irmã de alma”.

A artista carioca é também conhecida pela defesa da liberação sexual feminina e da liberdade política durante a ditadura militar no Brasil, além da luta pelas causas ambientais, atuando como uma das fundadoras do Partido Verde em 1986.

Marilia Kranz expôs em galerias e instituições nacionais e internacionais e recebeu inúmeros prêmios pelas suas pinturas e esculturas, entre eles: o prêmio em escultura do 13º Panorama de Arte Atual Brasileira, em 1981, e o prêmio de aquisição do Salão de Artes Visuais do Estado do Rio, em 1973. Em 2007, contou com a exposição retrospectiva Marilia Kranz: relevos e esculturas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, ocasião em que foi lançada a monografia Marilia Kranz, escrita pelo crítico de arte Frederico Morais, que acompanhou a artista durante toda a sua carreira.

 

Até 29 de abril.

Série inédita de Cildo Meireles

27/fev

 

A Galeria Luisa Strina, Cerqueira César, São Paulo, SP, apresenta até 18 de março – “Cildo Meireles: No Reino Da F*Da (1964-1987)” -, um conjunto raramente visto de desenhos e pinturas realizados durante os “anos de chumbo” e os anos de transição para a democracia, inédita série de trabalhos de Cildo Meireles.  De acordo com o curador Ricardo Sardenberg, os trabalhos “enfatizam o aspecto onírico-erótico da obra do artista, além do seu pendor em usar a velocidade e a urgência do desenho para criar uma das crônicas político-policial mais incisivas do período da ditadura militar”. Dois exemplares da série que dá nome a exposição “No reino da f*da (1965)”, em que personagens grotescos aparecem em cenas carregadas de violência e erotismo, estão presentes na galeria.