Primeiro ano da Galatea

12/jun

 

 

A Galatea, Jardins, São Paulo, SP, completou no dia 10 seu primeiro ano! Estamos muito felizes com tudo o que construímos e compartilhamos nos doze meses que se passaram.

Seguimos levando à frente nossa proposta de trabalhar tanto com novos talentos da arte contemporânea quanto com artistas consagrados do cenário artístico nacional, além de promover o reposicionamento de artistas históricos eclipsados pela histografia da arte e pelo mercado. Buscamos, assim, fomentar e agregar culturas, temporalidades, estilos e gêneros distintos, em uma rica fricção entre o antigo e o novo, o canônico e o não-canônico, o erudito e o informal.

Artistas representados

Hoje, contamos com um conjunto diverso de artistas representados, provenientes de diversas regiões do país, inscritos em diferentes gerações e que transitam por linguagens variadas, desde a pintura até a instalação. Por ordem de anúncio, são: Allan Weber (Rio de Janeiro, RJ, 1992), José Adário (Salvador, BA, 1947), Marilia Kranz (Rio de Janeiro, RJ, 1937-2017), Aislan Pankararu (Petrolândia, PE, 1990), Daniel Lannes (Niterói, RJ, 1981), Carolina Cordeiro (Belo Horizonte, MG, 1983) e Miguel dos Santos (Caruaru, PE, 1944).

Feiras

Participamos, desde o início, de importantes feiras nacionais e internacionais com projetos que, vistos em conjunto, traduzem bem a nossa proposta. Foram eles: o estande Tramas brasileiras na SP-Arte Rotas Brasileiras, em agosto de 2022; Chico da Silva: mitologias brasileiras na Independent 20th Century, em Nova York, em setembro de 2022; Allan Weber: Traficando arte na ArtRio, em setembro de 2022; o estande na SP-Arte, em abril de 2023; o estande com o projeto solo da artista Beatrice Arraes na ArPa, em São Paulo, em junho de 2023.

Exposições

Seguimos levando à frente nossa proposta de trabalhar tanto com novos talentos da arte contemporânea quanto com artistas consagrados do cenário artístico nacional, além de promover o reposicionamento de artistas históricos eclipsados pela histografia da arte e pelo mercado. Buscamos, assim, fomentar e agregar culturas, temporalidades, estilos e gêneros distintos, em uma rica fricção entre o antigo e o novo, o canônico e o não-canônico, o erudito e o informal.

A próxima exposição, com abertura no dia 28 de junho, apresentará uma seleção abrangente da série Toquinhos, produzida por Mira Schendel principalmente entre 1972 e 1974. Continuaremos a todo vapor e muito animados com todas as novidades que em breve serão compartilhadas!

Agradecemos imensamente a todos que colaboraram conosco e acompanharam a nossa trajetória.

Brecheret em exposição homenagem

06/jun

O Liceu de Artes e Ofícios, Luz, São Paulo, SP, comemora 150 anos com exposição – até 12 de agosto – em homenagem a Victor Brecheret. A mostra, que discute a escala das obras produzidas por um dos alunos mais ilustres da escola, tem curadoria de Fernanda Carvalho e Ana Paula Brecheret, neta do artista.

Um dos principais centros de ensino da cidade de São Paulo, o Liceu de Artes e Ofícios comemora 150 anos em 2023 e, para celebrar a data, homenageia um dos seus principais e mais ilustres alunos, o escultor Victor Brecheret. Intitulada Victor Brecheret: o mestre das formas, e realizada em parceria com o Instituto Victor Brecheret, a mostra apresenta a trajetória de um dos maiores nomes da escultura do país e do mundo. Com curadoria de Fernanda Carvalho e co-curadoria de Ana Paula Brecheret, neta do artista, a mostra será aberta ao público no dia 20 de maio no Centro Cultural Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.

Nascido na Itália, Brecheret emigrou para o Brasil ainda nos primeiros anos de vida. Um dia, caminhando pelo Viaduto do Chá, enquanto ainda trabalhava consertando sapatos com a família, o jovem Victor Brecheret – na época com 15 anos – achou um jornal que publicara uma foto de uma escultura do francês Auguste Rodin, e percebeu ali, naquele momento, que era aquilo que gostaria de fazer, comentando com sua tia, que o levou até o Liceu e o matriculou no curso de Desenho e Modelagem, onde estudou por dois anos. Assim nascia uma profícua relação que formaria um dos mais geniais artistas brasileiros. Foi lá que teve os primeiros contatos com a escultura, e esse período na escola serviu como base para que depois o artista fosse estudar em Roma, e se tornasse um dos principais nomes responsáveis pela introdução da escultura brasileira no movimento modernista internacional. Ao longo de sua profícua carreira, Brecheret transitou entre as cidades de São Paulo, Paris e Roma.

A exposição, que ocupa o primeiro pavimento do Centro Cultural Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, reúne 14 obras de coleção particular, divididas em seis núcleos, datadas entre as décadas de 1910 e 1950. Nela, a curadoria busca discutir a escala das obras produzidas pelo artista ao longo de sua trajetória.

“Brecheret aproveitou-se de muitas tradições do fazer e de diversos materiais, executando desde obras monumentais com mais de trinta figuras de 6 metros de altura cada até pequenas peças representando dançarinas voláteis, mitos polivalentes e paixões estilizadas”, afirma Fernanda Carvalho.

Em “Victor Brecheret: o mestre das formas” o intuito é elucidar as contraposições trabalhadas pelo escultor. Segundo a curadoria, “a ideia é percorrer o amplo arco temático da produção do artista que dialogou com o sagrado e o profano, o masculino e o feminino, o oriente e o ocidente, a cultura dos povos originários e a mitologia, apresentadas em obras multiformes e de diferentes épocas históricas”.

Dividido em 6 núcleos – “Núcleo Modernidades – Figura de convite”, “Núcleo Vanguardas”, “Núcleo Memórias”, “Núcleo Modernismos – Contextos”, “Núcleo Tecnologia” e por fim, “Núcleo Múltiplas sintaxes” – o percurso expositivo da exposição propõe exames breves, mas densos de aspectos emblemáticos da trajetória do escultor a partir de suas próprias peças. Neles, os visitantes encontrarão memórias pessoais, iconografias, réplicas digitais, e a manipulação de materiais envoltos, cada qual, em ambientações cenográficas criadas especialmente para eles.

O Núcleo Modernidades – Figura de convite, propõe um diálogo entre peças produzidas por Brecheret e outros artistas modernistas, como Jean Baptiste Houdon, por meio de um podcast criado pelas curadoras, com conversas imaginárias e emocionais que aproximam os personagens expostos; como a obra Dama Paulista (Retrato de Dona Olivia Guedes Penteado), de Brecheret, e Diana, deusa da Caça, de Houdon. Na conversa roteirizada pela curadoria, ambas mulheres moraram em Paris e se encontram acidentalmente e, num tom divertido, começam a discorrer sobre o modernismo e outras afinidades que as aproximam.

No Núcleo Vanguardas, os visitantes terão contato com experimentações artísticas do escultor. Ali, o público encontra peças como Beijo (1930), Dançarina (1920), Banho de Sol (1930), entre outros, e peças de mobiliário que preservam a intimidade do artista. O Núcleo Memórias, traz arquivos sonoros e fílmicos entremeados de depoimentos pessoais de membros da família do artista, além de documentações das passagens do escultor por Roma, Paris e São Paulo.

O acervo histórico do Liceu de Artes e Ofícios pode ser encontrado no Núcleo Modernismos – Contextos, que ilustra diversos contextos nos quais obras do artista foram inseridas, com arquivos do final do século XIX e início do século XX, e entre as décadas de 1910 e 1950. O eixo apresenta Novos cânones: exemplos emblemáticos de modernismos possíveis, onde o público encontra Pietá (1912-1913), única peça esculpida em madeira por Brecheret, e Virgem Indígena (1950), esculpida em gesso patinado, Beijo (1930), feita de bronze polido, e Veado Enrolado (1947-1948), cuja técnica é pedra rolada pelo mar.

Em Núcleo Tecnologia, o espectador tem contato com réplicas digitais de obras icônicas em hologramas e sua magia. Peças como: Fuga para o Egito (1925-1929), Soror Dolorosa (1920), O Ídolo (1929), entre outras. Por fim, o Núcleo Múltiplas sintaxes leva ao Centro Cultural diversos elementos e ferramentas que foram utilizados pelo escultor ao longo de sua jornada, como o registro da matrícula de Brecheret no curso de Desenho e Modelagem, ferramentas originais usadas pelo artista, materiais usados pelo escultor, uma maquete do Monumento às Bandeiras, entre outros.

“Esta exposição, contemplando todas as fases do saber-fazer do escultor, é uma combinação de tributo da escola ao seu ilustre aluno ao mesmo tempo que uma homenagem de Brecheret aos 150 anos do Liceu”, comenta a curadora Fernanda Carvalho.

Sobre o Centro Cultural Liceu de Artes e Ofícios

O CCLAO encontra-se anexo ao Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, uma das instituições de ensino mais tradicionais do país, com mais de 145 anos de história e relevantes serviços prestados à cidade e à sociedade paulistana, na produção de propriedades industriais e bens culturais. Trata-se de um espaço de eventos lindo, moderno, elegante e multiuso, com 1.630 metros quadrados nos dois pisos, situado no tradicional bairro da Luz, bem no centro da capital paulista.

Sobre o Instituto Victor Brecheret

O Instituto Victor Brecheret (IVB), fundado em 18 de novembro de 1999, tem como objetivo realizar e promover pesquisas, estudos, consultorias, cursos, conferências, avaliações e implementações de projetos destinados à divulgação e incentivo de atividades artísticas e culturais relativas às artes e artistas plásticos em geral, especialmente à obra do escultor Victor Brecheret. Realiza exposições e eventos nacionais e internacionais por meio de doações, subvenções, incentivos fiscais ou outros mecanismos legais. Desenvolve trabalhos de documentação, certificação, catalogação, arquivo e editoração de livros, referentes à produção de obras de arte e cultura em geral. Apoia programas e intercâmbios educativos, sócios-culturais e de informação. O IVB desenvolve atividades culturais junto às empresas e organizações públicas e privadas. Estabelece mecanismos para captação de recursos para a consecução de seus objetivos, individualmente ou em colaboração com empresas e entidades públicas, particulares, nacionais e internacionais.

Exposição de Cerâmicas de Rodrigo Torres

01/jun

A Simões de Assis apresenta até 29 de julho, “A Trilha do Esquecido”, primeira individual do artista Rodrigo Torres na sede de Balneário Camboriú, SC. O projeto dessa mostra foi criado a partir do interesse de Rodrigo  Torres por resquícios de construções, elementos humanos e da natureza encontrados em uma trilha na floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde ele vive e trabalha.

Embora tenha navegado por técnicas diversas, como pintura e colagens, hoje o artista se dedica principalmente à cerâmica. Vasos, jarras, frutas e legumes tornam-se objetos ornamentados e sofisticados subvertendo dessa maneira o gênero da natureza morta. A série de trabalhos apresentada em “A Trilha do Esquecido”, deriva de um longo caminho de experimentos do artista com o material, testando seus limites e esgarçando suas possibilidades físicas.

Mestre Didi no Inhotim

26/maio

A exposição temporária “Mestre Didi – os iniciados no mistério não morrem” chega à Galeria Praça a partir do dia 27 de maio, com curadoria de Igor Simões, curador convidado, e da equipe curatorial do Inhotim, MG. A exibição de cerca de 30 obras da coleção do Instituto Inhotim de Deoscóredes Maximiliano do Santos (1917-2013), o Mestre Didi, faz parte do Programa Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra e apresenta ao público o universo múltiplo onde as atividades de artista, intelectual e liderança religiosa no Candomblé se encontram.

As esculturas expostas utilizam fibras de dendezeiro, búzios, contas, sementes, tiras de couro e outros símbolos que remetem às tradições iorubá. Além de artista, Mestre Didi foi sacerdote supremo do culto aos ancestrais Egungun e fundou, nos anos 1980, a Sociedade Religiosa e Cultural Ilê Asipá, em Salvador, BA. A mostra busca compreender as diversas vivências de sua trajetória, da intelectualidade ao sagrado, sempre em diálogo com as experiências afro-diaspóricas.

Integram ainda a exposição trabalhos de Rubem Valentim, Ayrson Heráclito e comissionamentos do Ilê Asipá. As inaugurações na Galeria Praça de 2023 são patrocinadas pela Shell, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Sobre o artista

Deoscóredes Maximiliano dos Santos (Salvador, Bahia, 1917-2013), mais conhecido como Mestre Didi, foi um sacerdote-artista, filho de Arsênio dos Santos, um grande alfaiate baiano, e de Maria Bibiana do Espírito Santo, conhecida como Mãe Senhora por seu papel de Ialorixá no terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, em Salvador. Didi começou ainda na infância a executar objetos rituais associados ao Candomblé, mantendo essa prática ao longo de toda sua vida. Ao mesmo tempo, iniciou-se na religião aos oito anos de idade, aprofundando-se no culto aos Egunguns (ou Ancestrais), parte essencial da cultura nagô de origem iorubana. Em suas peças, fibras do dendezeiro, contas, búzios, tiras de couro, emblemas dos orixás Nanã, Obaluayê, e Oxumarê, reapresentados no campo semântico da arte e, como tal, esgarçando práticas que nem sempre cabem na palavra. Entre a década de 40 e 90, Mestre Didi se posiciona como um intelectual afro-atlântico, e em sua produção estarão presentes traduções do Iorubá para o português, autos coreográficos, contos e escritos que o posicionam como figura incontornável na guarda e na difusão dos saberes da diáspora africana, não apenas no Brasil, como entre as Américas e Europa. Em 1966, viajou para a África Ocidental para realizar pesquisas comparativas entre Brasil e África, contratado pela Unesco. Em 1980, fundou e presidiu a Sociedade Cultural e Religiosa Ilê Asipá do culto aos ancestrais Egun, em Salvador. Foi coordenador do Conselho Religioso do Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira, representando no país a Conferência Internacional da Tradição dos Orixás e Cultura. Mestre Didi realizou importantes mostras individuais e coletivas em instituições como Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu Afro Brasil Emanoel Araújo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu Oscar Niemeyer, Museu de Arte Moderna da Bahia, Museu Histórico Nacional e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, além de participar na Bienal da Bahia e na 23ª Bienal de São Paulo. No exterior, expôs em Valência, Milão, Frankfurt, Londres, Paris, Acra, Dacar, Miami, Nova York e Washington. Seus trabalhos figuram em coleções de destaque, incluindo Museu de Arte Moderna da Bahia, Museu de Arte Moderna de São Paulo, e Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand.

Mônica Ventura no Inhotim

A Galeria Praça, uma das mais visitadas do Inhotim, MG, recebe a partir do dia 27 de maio, como parte do Programa Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra, “A noite suspensa ou o que posso aprender com o silêncio” (2023), da artista Mônica Ventura (1985).

A obra foi comissionada pelo Instituto Inhotim para ocupar o vão central da galeria e propõe um olhar para o entorno e a potência local por meio de uma instalação de grande escala.

A parede, o leito e escultura que compõem “A noite suspensa ou o que posso aprender com o silêncio”, foram construídos com terra da região de Brumadinho e convidam o público a desvendar as diversas camadas presentes no trabalho da artista, a partir de materialidades e de simbologias relacionadas a práticas religiosas ancestrais.

Cores e formas da obra tencionam também as noções de feminino e masculino para trazer percepções da síntese das energias do universo. As inaugurações na Galeria Praça de 2023 são patrocinadas pela Shell, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Sobre a artista

Sobre Mônica Ventura

Mônica Ventura nasceu em 1985 em São Paulo, onde vive e trabalha. Artista visual e designer com bacharelado em Desenho Industrial pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) – São Paulo. Mestranda em Poéticas Visuais (PPGAV) pela ECA-USP – São Paulo. Atualmente, pesquisa filosofias e processos construtivos de arquitetura e artesanato pré-coloniais (Continente Africano – Povos Ameríndios – Filosofia Védica). Utiliza essa investigação para a elaboração de práticas artísticas geradas a partir de experiências pessoais. Suas obras falam sobre o feminino e racialidade em narrativas que buscam compreender a complexidade psicossocial da mulher afrodescendente inserida em diferentes contextos. Mulher negra, entoa sua memória corporal friccionando-a em sua ancestralidade a partir de histórias de sua vida e pesquisas. Com sua produção artística leva também o seu corpo a ocupar espaços socialmente interditados. Em suas obras há um interesse especial pela cosmologia e cosmogonia afro-ameríndia para além do uso dos seus objetos, símbolos e rituais.

Instalações e obras de Marcos Scorzelli

25/maio

O Museu Chácara do Céu apresenta a partir de 03 de junho, sábado, a exposição “Scorzelli Megabichos”, do designer e artista plástico Marcos Scorzelli. A mostra exibirá cerca de 15 instalações, em chapas de aço que ficarão expostas ao ar livre, em Santa Teresa, Rio de Janeiro, RJ, e que faz parte dos Museus Castro Maya.

A exposição – que foi recorde de público durante a sua temporada em 2019 no Museu do Açude, no Alto da Boa Vista – desta vez reúne os “Megabichos”, alguns inéditos, nos jardins do Museu Chácara do Céu. A mostra conta com girafas de 3,0m de altura e uma família de preguiças alocadas nas árvores. O jardim também receberá coelho, elefante e um mandacaru, da flora brasileira. Um polvo gigante instalado no espelho d’água, além dos outros bichos que irão estimular o lúdico nas crianças e em toda a família. Outra novidade é a instalação no telhado do museu de uma preguiça laranja com cabeça e garras gigantes, dando as boas-vindas aos visitantes. Esta é a primeira vez que é feita uma intervenção artística no telhado do equipamento cultural.

“Eu levava meus filhos quando eram pequenos para visitar o Museu Castro Maya. Mas foi em 2011, quando a minha filha mais nova tinha 6 anos, que eu sonhei com essa exposição. Eu tirei uma foto dela correndo nos jardins e fiz uma montagem com os bichos enormes ocupando a área externa, porque nessa época os bichos só existiam no papel. Os volumes simples e geométricos da casa dialogam com as minhas esculturas geométricas e minimalistas. Quando um amigo me mandou uma aquarela de Debret com uma preguiça, eu tive a ideia de colocar uma preguiça gigante descendo o telhado da casa”, declara Marcos Scorzelli.

Todas as instalações estarão à venda em diferentes tamanhos.

Sobre Scorzelli Megabichos    

“A aparente simplicidade da transformação de uma forma geométrica plana em um volume espacial complexo, travestido de figuras de bichos coloridos, dinâmicos e cheios de personalidade, vai certamente encantar o público”.

Anna Paola Baptista, diretora dos Museus Castro Maya.

“Por sua situação, o Museu “naturalmente” provoca a reflexão sobre a relação entre o construído e o natural, o tempo histórico e o atemporal, o artefato e o-que-nasce-feito. É exatamente o que discute a exposição de Scorzelli, vocalizando e ampliando a proposta silente do Museu! Sua fauna geométrica é uma provocante reflexão sobre os mesmos temas: quando a linha se torna natureza? Como formas abstratas ganham movimento e pele, pelo, escamas, ventosas? De que modo o bidimensional abstrato alcança o tridimensional concreto? Sua geometria grávida de cores e formas é um convite, uma provocação, uma surpresa…a “cara” da cidade que se destaca por sua “paisagem cultural”! A exposição é, assim, um convite a pensar a cidade, o Museu e, sobretudo, a relação entre o homem e a natureza, da maneira mais inclusiva possível: cada forma, cada cor, cada linha é a porta de entrada, uma janela aberta para outras formas, outras cores, outras linhas.”

Guto Nobre, escritor.

Sobre o artista

Marcos Scorzelli é carioca, formado em design pela PUC Rio e começou a carreira inovando em projetos de arquitetura como designer de interiores corporativo e de cenografia. Fotógrafo amador é apaixonado pelo Rio. Desenvolveu sua linguagem vivenciando a natureza e explorando todos os cantos de sua cidade. Marcos finalmente tirou os bichos do papel para o aço, utilizando sua experiência com geometria e computação gráfica. A ideia era transformá-los em esculturas. O fundamental era não perder o conceito, não haver perda de material, sem solda ou recortes. A partir de formas geométricas simples com alguns cortes, vincos e movimentos precisos chega-se a uma forma tridimensional, curiosa e vibrante.

Sobre o Museu Chácara do Céu:

O Museu Chácara do Céu, integrante dos Museus Castro Maya Ibram/MinC, exibe coleções de arte de diversos períodos, e de diferentes origens, livros raros, mobiliário e artes decorativas, distribuídas em uma casa com três pavimentos. A casa em Santa Teresa, conhecida desde 1876 como Chácara do Céu, foi herdada por Castro Maya em 1936. Foi demolida em 1954 e em seu lugar o arquiteto Wladimir Alves de Souza projetou uma residência com características modernas integrada aos jardins que permitem uma magnífica vista da cidade do Rio de Janeiro e da Baía de Guanabara. A cooperação com Roberto Burle Marx está presente, apesar de este não constituir um projeto assinado pelo paisagista.

Memória bordada

Uma tarde para reunir afeto e manualidade pelas linhas do bordado. No próximo dia 03 de junho, sábado, o Instituto Ling, Porto Alegre, RS, receberá a artista visual Mitti Mendonça para uma oficina especial, “Bordando afetos”. Entre o aprendizado de pontos de bordado e a memória afetiva registrada em fotografias, Mitti Mendonça guiará os participantes por essa vivência que resgata um saber ancestral, passado de geração em geração, compartilhando suas referências, sua pesquisa no campo da arte têxtil e seu processo criativo, além de orientar os alunos inscritos na produção de seus próprios trabalhos.

Conectar-se com a sua história na oficina “Bordando Afetos” o aluno escolherá uma foto de família para usá-la na aula, desse modo, sairá da oficina com uma arte única e um afetuoso recuerdo da imagem que levou para o encontro.

Sobre a ministrante

Artista visual, ilustradora, designer e produtora, Mitti Mendonça é natural de São Leopoldo, RS, e tem formação nas áreas de Comunicação e Design. Desde 2017 assina trabalhos artísticos e produtos através de sua marca Mão Negra, criando narrativas visuais sobre ancestralidade, memória e afeto. Para dialogar sobre estas questões, utiliza as técnicas de bordado, crochê, tapeçaria, pintura, escultura e arte digital. Já participou de diferentes mostras, como no Wolfsburg Art Museum, Alemanha, e no Instituto Inhotim, Minas Gerais; e suas obras fazem parte de acervos de instituições como Calmon Stock (RJ), Fundação Vera Chaves Barcellos e MARGS – Museu de Arte do Rio Grande do Sul. Em 2021 foi convidada pela Hershey’s para a campanha “HerShe”, compartilhando seu trabalho como forma de inspiração especialmente para as mulheres.

Para participar, não é preciso conhecimento prévio. Os materiais estão inclusos no valor da matrícula. Conversar com +55 51 99528-2738 no WhatsApp.

Os Três Franciscos

O Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS.SP), Luz, São Paulo (ao lado da
estação Tiradentes do Metrô), uma instituição da Secretaria da Cultura e
Economia Criativa do Estado de São Paulo, inaugura a exposição “Fé, Engenho
e Arte – Os Três FRANCISCOS: mestres escultores na capitania das Minas do
ouro”, sob curadoria de Fabio Magalhães e museografia de Haron Cohen, onde
exibe – até 30 de julho – 65 obras dos mestres do barroco brasileiro: Antônio
Francisco Lisboa (Aleijadinho), Francisco Vieira Servas e Francisco Xavier De
Brito. Na mostra, com abertura no dia 27 de maio às 11hs, o MAS.SP
homenageia os expoentes das expressões barroca e rococó no Brasil, do século
XVIII, além de estabelecer um paralelo entre as obras desses três artistas que se
faz fundamental para a compreensão e apreciação da Arte Sacra Barroca
Brasileira. A exposição destaca esculturas e talhas, oferecendo ao público uma
experiência imersiva e enriquecedora.

Sobre os artistas
Antonio Francisco Lisboa (Aleijadinho) (1738 – 1814) – Nascido em Vila Rica
(atual Ouro Preto), é considerado um dos maiores expoentes da arte barroca no
Brasil. Pouco se sabe, com certeza sobre sua biografia, e sua trajetória é
reconstituída através das obras que deixou. Toda sua obra, entre talhas, projetos
arquitetônicos, relevos e estatuária, foi realizada em Minas Gerais. Sua
produção artística, apesar das limitações físicas decorrentes de uma doença
degenerativa, é notável pela expressividade e dos detalhes minuciosos.
Aleijadinho é conhecido principalmente por suas esculturas, com destaque para
os profetas do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do
Campo, e os doze apóstolos de Ouro Preto.

Francisco Vieira Servas (1720 – 1811) – escultor e entalhador português,
nascido em Eidra Vedra, foi um dos principais representantes da talha e do
barroco mineiro, deixando uma importante marca na Arte Sacra. Sua habilidade
técnica e a fusão de influências europeias com a sensibilidade local resultaram
em obras de grande beleza e expressividade. Suas esculturas revelam uma
devoção religiosa profunda, retratando santos, anjos e cenas bíblicas em
madeira e pedra.

Francisco Xavier de Brito (? – 1751) – entalhador e escultor português, com
local de nascimento desconhecido, foi responsável por importantes talhas de
igrejas do barroco mineiro. Ele contribuiu de maneira significativa para a Arte
Sacra Barroca Brasileira. Suas habilidades na arquitetura e no entalhe
complementam a exposição, apresentando ao público obras detalhadas e
distintas.

A visão do arquiteto
A materialização das linhas de um projeto expositivo em uma mostra de arte é
um desafio vencido a quatro mãos. Nele estão inseridos o conceito curatorial
que define as obras a serem exibidas e a forma, juntamente com a história, que
será contada de forma visual. É a memória que fica gravada na mente de quem
a vê. No conceito pensado por Haron Cohen para “Fé, Engenho e Arte – Os
Três FRANCISCOS: mestres escultores na capitanias das Minas do ouro”, o
primeiro espaço é uma sala branca onde, uma simulação do adro de Congonhas
do Campo reproduz com fidelidade, nas devidas proporções, a localização
original dos 12 Profetas criados por Aleijadinho. É um instante que sugere
calma.
Uma vez que o projeto concebido por Haron Cohen se propôs a criar uma Ouro
Preto dramática, com representações de desníveis, ladeiras e praças,
características do local. O toque diferenciado vem da idealização de um novo
conceito de “altar”. Como os três mestres viveram na mesma cidade, as suas
ruas se transformaram em altares para seus santos. Superfícies brancas
simulando ruas, com focos de luz para dar destaque ao etéreo, sugerindo
enlevação: “eu crio uma Ouro Preto cheia de ruas e de altos e baixos”, explica o
arquiteto.
Adentrar a sala principal oferece a dramaticidade proposta uma vez que o
caminho se inicia pela parte lateral de um “altar”, em formato longitudinal,
permitido pelo desenho do espaço expositivo. Ao seguir as ruas e desníveis da
cidade apresentada e acompanhar as 55 obras presentes, tem-se ao fundo, o
“Painel das 1000 cruzes”, com destaque para as de cor branca sobre um azul
denso que remete ao tom do céu de Ouro Preto, representando ascensão e
queda, por seu ângulo e direcionamento.
Na sequência, o espaço em vermelho e carmim, exibe peças não menos
representativas da Arte Barroca, dos mestres portugueses Francisco Vieira
Servas e Francisco Xavier de Brito, na mesma Ouro Preto de ladeiras e curvas,
onde viveram grande parte de suas vidas.

Um pouco da história
No período que abrange os séculos XVIII e XIX, período da ascensão e
declínio da mineração aurífera na Capitania das Minas de Ouro, diversos
arquitetos, entalhadores, escultores e pintores atuaram na região. Três
escultores de nome FRANCISCO se sobressaíram em comparação aos demais:
Antônio Francisco Lisboa (conhecido como Aleijadinho), sem dúvida
nenhuma, o grande escultor do Brasil Colônia, nascido em Vila Rica, Francisco
Xavier de Brito e Francisco Vieira Servas, ambos de origem portuguesa. Os
reis portugueses sempre sonharam com a possibilidade de ouro abundante na
vastidão das terras do Brasil. As descobertas espanholas no Vice-reino do Peru
fez com que incentivassem bandeirantes e aventureiros a realizarem incursões
por regiões que não lhes pertenciam a procura do precioso metal. Isso
contribuiu para que o território da colônia se expandisse e povoados foram
criados além das linhas do Tratado de Tordesilhas. O pensamento dos
bandeirantes era simples: se havia ouro na costa espanhola da América do Sul,
devia haver também no Brasil. Eles estavam certos. No século XVIII o Brasil
se transformou no maior produtor de ouro do mundo. A notícia se espalhou
com rapidez e gerou uma corrida tanto entre os habitantes locais como os de
Portugal. Todos foram em busca de riqueza e poder. Para garantir sua parte, o
rei de Portugal impôs regras rígidas: enviou milícias para vigiar a produção de
minérios e que também impediam o acesso à região das minas, sendo permitida
apenas com autorização real. Todos os caminhos eram vigiados para impedir o
contrabando. E, mesmo assim, parte considerável da produção escapava desse
controle. Uma nota de contextualização: fazem parte desse período conhecido
como “Civilização do ouro”, do final do século XVII, no meio do nada e
distante de tudo, o artista Antônio Francisco Lisboa, nascido em Vila Rica,
conhecido como Aleijadinho, Francisco Xavier de Brito e Francisco Vieira
Servas. O Rei D. João V tomou diversas medidas para controlar e assegurar o
envio do ouro para Portugal. Uma delas, em 1711, foi a proibição da entrada de
ordens religiosas na região das minas e obrigou a saída das que já estavam nos
locais buscando evitar a intervenção do poder da Igreja católica nos assuntos
auríferos do reino. Assim sendo, o trabalho de evangelização e gestão paroquial
foi assumida por sacerdotes seculares. Multiplicaram-se, também, a presença
de confrarias leigas, irmandades e ordens terceiras que tomaram a frente dos
temas religiosos em Minas e com fé, engenho e arte, investiram em construções
de igrejas de alto nível artístico e nas representações do imaginário do sagrado.
Portugal enviou seus mestres e também ensinou os nativos no ofício do entalhe
e da cantaria, entre outras atividades vinculadas à Arte Sacra. Mesmo com a
proibição do rei de Portugal quanto à presença das ordens na região, a vida
religiosa foi organizada através de ordens terceiras, irmandades e confrarias. A
rivalidade entre essas instituições impulsionou a criação artística, o que

resultou em uma plêiade de artistas, artesãos e músicos que foram requisitados
para embelezar as celebrações. Em Minas, a religiosidade se expressava com
grande pompa, quase como um espetáculo grandioso. Durante o período de
esplendor e riqueza em Vila Rica, os cidadãos proeminentes da cidade erguiam
moradias imponentes, desfrutavam de uma vida luxuosa e apreciavam produtos
importados da Europa. As influentes confrarias religiosas competiam
fervorosamente entre si, tanto em devoção religiosa quanto em ostentação da
fé. Essas instituições contratavam profissionais especializados, como arquitetos
e artesãos, para construir igrejas com fachadas majestosas e ornamentações
requintadas. Nesse ambiente próspero e dinâmico, cresceu um jovem mulato
chamado Antônio Francisco Lisboa, filho natural do arquiteto português
Manuel Francisco da Costa Lisboa (?-1767). No ano de 1738, coincidindo com
o nascimento de Antônio Francisco Lisboa, as ricas jazidas de ouro da região
ainda apresentavam uma produção generosa, o que impulsionava um notável
crescimento em todas as regiões de Minas Gerais, em especial em Ouro Preto.

A exposição “Fé, Engenho e Arte – Os Três FRANCISCOS: mestres escultores
na capitania das Minas do ouro” convida os visitantes a explorar e apreciar a
riqueza das obras desses mestres da Arte Sacra Barroca Brasileira. O Museu de
Arte Sacra de São Paulo tem o prazer de proporcionar essa oportunidade única
de mergulhar na história e na cultura por meio das criações de Antônio
Francisco Lisboa, Francisco Vieira Servas e Francisco Xavier de Brito

 

Diferentes Gerações de Artistas

23/maio

A proposta da exposição “Artista de artista”, que ocupa até 24 de junho a Sala 2 da Galeria Luisa Strina, Cerqueira César, São Paulo, SP, foi convidar os artistas representados pela galeria residentes no Brasil a indicar outros artistas para participar de uma exposição coletiva. A sugestão foi que indicassem artistas históricos ou contemporâneos, preferivelmente brasileiros, que ainda não tenham alcançado a devida visibilidade dentro do circuito de museus e galerias.

Esse projeto parte do pressuposto de que as relações e conexões estabelecidas entre artistas é essencialmente movida por interesses muito distintos daqueles dos curadores, galeristas, art advisors, diretores de museu e jornalistas. Delegar a escolha das obras participantes aos artistas – e, nesse caso, um conjunto de 24 trabalhos selecionados por 16 artistas – implica, naturalmente, em uma exposição polifônica. E, no entanto, cada um dos trabalhos selecionados revela algo sobre os artistas que fizeram as indicações: às vezes ficam evidentes afinidades estéticas, metodológicas, temáticas; às vezes revelam direções de pesquisas semelhantes; ou simplesmente uma admiração por algo completamente diferente do trabalho do artista-curador. 

A grande maioria optou por colocar em evidência a prática de artistas mais jovens, muitos deles ainda sem representação em galerias comerciais. Em alguns casos, são relações de afinidade que se desenvolveram ao longo dos anos, muitas vezes envolvendo uma interlocução regular e o acompanhamento da trajetória desses jovens artistas. Em outros, os artistas representados conheceram as obras através de exposições realizadas em outros locais. Há, ainda, exemplos de artistas selecionados já estabelecidos no mercado e que estão presentes com uma produção distinta daquela que lhes deu reconhecimento; bem como artistas que, por diversas razões, nunca tiveram uma inserção significativa no circuito da arte.

Artista de artista é, sobretudo, uma oportunidade para enxergar uma parcela ínfima da produção de diferentes gerações de artistas sob a perspectiva de alguns dos artistas que trabalham conosco. Nesse sentido, forma um pequeno porém potente panorama de algumas ideias e práticas que apontam tanto para o passado quanto para o futuro, mantendo-se vivas através das relações dos artistas com artistas.

Afonso Pimenta – selecionado por Bruno Baptistelli, Ana Raylander – selecionada por Cinthia Marcelle, Fred Lemos Auad – selecionado por Tonico Lemos Auad, Gabriela Mureb – selecionada por Laura Lima, Gaya Rachel – selecionada por Anna Maria Maiolino, Júlia Gallo – selecionada por Thiago Honório, Mariela Scafati – selecionada por Pablo Accinelli, Marina Hachem – selecionada por Marina Saleme, Marlon de Paula – selecionado por Pedro Motta, Priscila Rooxo – selecionada por Panmela Castro, Renato Maretti – selecionado por Caetano de Almeida, Rose Afefé – selecionada por Marcius Galan,  Sofia Caesar – selecionada por Fernanda Gomes, Tantão – selecionado por Jarbas Lopes, Tiago Tebet – selecionado por Alexandre da Cunha, Yan Braz – selecionado por Marepe.

 

Figuras Centrais da Op Art e da Arte Cinética

A Nara Roesler New York apresenta até 16 de julho a exposição Parallel Inventions: Julio Le Parc e Heinz Mack, que reúne cerca de 25 obras históricas e recentes de ambos artistas, figuras centrais da Op Art e da Arte Cinética, que exploram a luz e o movimento em suas práticas artísticas. A exposição inclui trabalhos icônicos dos artistas. 

Com trajetórias iniciadas na década de 1950, os Heinz Mack e Julio Le Parc direcionaram suas poéticas para a compreensão e o estudo de fenômenos visuais de forma pura, tanto através da interação dos mesmos quanto por meio da experiência sensorial que estes causam no espectador. Dessa forma, acabaram tanto rompendo com suportes e materiais artísticos tradicionais, utilizando em seus trabalhos materiais como areia, espelhos, motores e aço, quanto promovendo uma crescente participação do espectador nos trabalhos. 

Ao longo de sua trajetória, Heinz Mack (n.1931, Lollar, Alemanha) desenvolveu uma produção artística pioneira marcada por investigações com a luz, a cor, a temporalidade e o movimento. Mack iniciou sua carreira na década de 1950, ao fundar o Grupo ZERO (1957-1966) ao lado de Otto Piene em 1957, ao qual viria a se juntar Gunther Uecker, em 1961. O objetivo do coletivo estava em criar um espaço desprovido de estruturas prévias, um lugar silencioso no qual poderiam se originar novas possibilidades. “O objetivo é alcançar a clareza pura, grandiosa e objetiva, livre da expressão romântica e arbitrariamente individual. Em meu trabalho eu exploro e busco fenômenos estruturais, cuja lógica estrita eu interrompo ou amplio por meio de intervenções aleatórias, ou seja, de eventos fortuitos.” Em consonância com esse pensamento, a prática de Mack passou a se apoiar em três pilares principais – luz, movimento e cor -, que ele explorou por meio de uma produção variada que vai desde esculturas cinéticas, estruturas em metal ou espelho, até projetos de land art, assim como pinturas compostas por modulações cromáticas. 

Julio Le Parc (n.1928, Mendoza, Argentina), por sua vez, também é reconhecido internacionalmente como um dos principais nomes da arte óptica e cinética e foi co-fundador do Groupe de Recherche d’Art Visuel (1960-68), um coletivo de artistas que se propunha a incentivar a interação do público com a obra, a fim de aprimorar suas capacidades de percepção e ação. De acordo com essas premissas, somadas à aspiração bastante disseminada na época de uma arte desmaterializada, indiferente às demandas do mercado, o grupo se apresentava em locais alternativos e até na rua. As obras e instalações de Julio Le Parc, feitas com nada além da interação entre luz e sombra, são resultado direto desse contexto, no qual a produção de uma arte fugaz e não vendável assumia claro tom sociopolítico. Ao longo de seis décadas, Le Parc realizou experiências inovadoras com luz, movimento e cor, buscando promover novas  relações entre arte e sociedade a partir de uma perspectiva utópica. Suas telas, esculturas e instalações abordam questões relativas aos limites da pintura a partir de procedimentos que se aproximam da tradição pictórica na história da arte, como o uso de acrílico sobre tela, ao mesmo tempo que investigam potencialidades cinéticas em assemblages, instalações e aparelhos que exploram o movimento real e a atuação da luz no espaço.