Vinte e cinco anos de atividades

09/maio

Anita Schwartz Galeria de Arte, convida, a partir do dia 10 de maio, às 19h, para a exposição “Anita Schwartz XXV”, que celebra seus 25 anos de atividades profissionais – e há 15 no espaço da Gávea, em que lançou um novo paradigma para os espaços arquitetônicos de uma galeria de arte no Rio de Janeiro -, com trabalhos históricos e emblemáticos e outros novos e inéditos, produzidos especialmente para a mostra de 27 artistas que participaram desta trajetória. A curadoria é de Bianca Bernardo, gerente artística da Galeria.

A exposição apresenta obras de artistas que fizeram parte desta história, como Abraham Palatnik (1928-2020), Angelo Venosa (1954-2022), Ivens Machado (1942-2015), Rochelle Costi (1961-2022) e Wanda Pimentel (1943-2019), em homenagem especial ao seu legado e memória; Antonio Manuel, Artur Lescher, Carlos Zílio, Daniel Feingold, David Cury, Gonçalo Ivo; e Ana Holck, Andreas Albrectsen, Carla Guagliardi, Claudia Melli, Cristina Salgado, Gabriela Machado, Jeane Terra, Lenora de Barros, Maritza Caneca, Marjô Mizumoto, Nuno Ramos, Otavio Schipper, Paulo Vivacqua, Renato Bezerra de Mello, Rodrigo Braga e Waltercio Caldas, representados pela Galeria. As obras vieram dos acervos dos artistas, cedidas especialmente para este momento de comemoração, e algumas do próprio acervo de Anita Schwartz.

Ao longo do período da exposição será lançado um livro com texto de Paulo Sérgio Duarte, sobre a história de Anita Schwartz Galeria de Arte, e com registros de imagens da mostra.

 

 

Contaminações e convergências espontâneas

05/maio

NONADA ZN, abriga a mostra coletiva “fragmento I: vento pórtico”, com os artistas Iah Bahia, Loren Minzú, Siwaju Lima, sob curadoria de Clarissa Diniz, com aproximadamente 32 trabalhos entre esculturas, instalações, gravuras, vídeos e objetos, muitos inéditos, uma rara exposição de processo, a partir do dia 06 de maio e permanecrá em cartaz até 11 de junho. O projeto idealizado pela curadora, dividido em duas etapas, surge do desejo de reavivar um centro de produção na Penha, Rio de Janeiro, RJ, e reativar sua vocação criadora que, no passado, era preenchido por muitos saberes, memórias e trabalho.

Em seu primeiro movimento – “fragmento I: vento pórtico” – a curadora ocupou os espaços desde o mês de março, com os artistas em atividades criativas desenvolvendo seus experimentos e poéticas, “realizando investigações site specific e partilhando seus saberes e desejos num processo coletivo de criação, crítica e interlocução”, como relata Clarissa Diniz. As pesquisas in loco, focadas em torno dos imaginários, políticas e formas do vento, do movimento, do vazio, do oco e do avesso. Nesse primeiro instante, tem-se uma singular ocasião de acesso de obras geradas a partir dessa imersão mas também ser apresentado a resultados que Iah Bahia, Loren Minzú e Siwaju Lima produziram através as contaminações e convergências espontâneas advindas da convivência entre si e com o espaço e suas histórias e a forma como foram compartilhadas.

A costura de artistas ímpares em uma mesma pesquisa apresentou-se como uma promessa onde os resultados impossibilitaram qualquer antevisão. Iah Bahia desenvolve obras com variadas formas e materialidades em artes experimentais, processuais e abstracionais. Possui sua prática-pesquisa a partir de observações e experimentações interdisciplinares conjunta a matéria-tecido, matéria-lixo e de outros elementos substanciais coletados no território urbano. Destaca as tensões do espaço habitado, e convoca o rearranjo dos efeitos do ecocídio em uma nova visualidade no mundo, como o conhecemos. Loren Minzú, em sua prática, investiga a produção de imagens ligadas a noções temporais, espaciais e corporais, com base em ficções acerca dos sistemas perceptivos e comunicativos em relações interespecíficas. Interessado nos processos fenomenológicos que compõem o mundo visível e sensível, o artista observa e joga com a luminosidade e a escuridão que emanam de corpos terráqueos e cósmicos, para compor cenas audiovisuais, instalações e esculturas com vegetais, minerais, elementos matéricos e artefatos. Por outro lado, Siwaju Lima investiga a relação do tempo com diferentes ecologias por meio do reaproveitamento de peças de ferro doadas ou encontradas. Seus trabalhos estabelecem uma relação íntima e direta com a escultura fundida, e as possíveis relações entre a matéria e os símbolos que incorpora, entre o objeto e seu entorno, entre corpo escultórico e o espaço, e entre a obra e nossos corpos, sempre numa dimensão temporal em espiral e em expansão.

Em um segundo momento, “Fragmentos II”, tem como fio condutor as ideias de armadilha, defesa, feitiço, armadura. Aglutinadas em “Fragmentos I e II”, as pesquisas de Siwaju, Iah e Loren harmonizam um estimulante cenário da produção recente da arte brasileira que atua com materiais como o papel, o ferro, a madeira e a cerâmica.

 

A palavra da curadoria

“Não estamos diante de projetos estéticos extrativistas no seio dos quais as matérias são instrumentalizadas como recursos a serem apropriados por mãos e gestos autoritários. Ao contrário, Vento Pórtico desdobra-se em exercícios poéticos cuja ética implica em dobrar, acariciar, oxidar ou tocar materialidades como a corpos cúmplices com os quais compartilhamos segredos, saberes, desejos e pragas”.

 

Sobre os artistas

Iah Bahia (1993 São Gonçalo, RJ) – Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Iniciou sua formação em cursos livres na Escola de Artes Spectaculu e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (RJ). É formada no curso técnico em Design de Moda e, recentemente, ingressou em Artes Visuais-Escultura na Escola de Belas Artes da UFRJ (RJ). Em 2020, participou do programa de residência do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e em 2022 participou da residência formativa Elã, no Galpão Bela Maré (RJ).

 

Loren Minzú (1999, São Gonçalo, RJ) – Vive e trabalha entre São Gonçalo e Rio de Janeiro. Graduando em Artes pela Universidade Federal Fluminense, passou por instituições como Casa do Povo, (SP) e Parque Lage, (RJ) – onde compôs a turma de Formação e Deformação (2021). Em 2022, foi residente no programa Elã, do Galpão Bela Maré, (RJ). Nas exposições, destacam-se Rebu, no Parque Lage, (RJ), em 2021, Raio a Raio, organizada pelo Solar dos Abacaxis no pilotis do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2022), De montanhas submarinas o fogo faz ilhas, na Pivô (SP) em colaboração com a Kadist (2022) e In the Skeleton of The Stars, no Institut für Auslandsbeziehungen, (Stuttgart, Alemanha), em 2023. Também participou de mostras audiovisuais no Cine Bijou, (SP), Centro Petrobras de Cinema, (Niteroi, RJ) e na Cinemateca Nacional Dominicana (Santo Domingo).

 

Siwaju Lima (1997 São Paulo, SP) – Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Graduanda em Artes Visuais na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), é artista do ateliê de escultura da EAV Parque Lage (RJ), do Programa Formação e Deformação, e da Escola Livre de Artes do Galpão Bela Maré (RJ). Entre as exposições coletivas que participou em 2022, destacam-se Arte como trabalho, no Museu da História e da Cultura Negra, Idolatrada salve! Salve! (RJ), na Fábrica Bhering, Olha geral, no Instituto de artes da UERJ (RJ), e Ecologias do bem-viver, no Galpão Bela Maré (RJ).

 

 

Lourival cuquinha: brasil futuro

 

Exposição coletiva

A exposição “Brasil futuro: as formas da democracia” tem entre os trabalhos expostos o de Lourival Cuquinha, artista representado pela Central Galeria. Inaugurada no dia 1º de janeiro, no Museu Nacional da República, em Brasília, DF, a exposição iniciou uma intinerância pelo país, tendo como primeira parada o Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, em Belém do Pará, até 18 de junho.

 

Jarbas Lopes e curadoria de Catherine Bompuis

04/maio

 

A Gentil Carioca, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta “Lua/Luta”, próxima exposição individual de Jarbas Lopes, com curadoria de Catherine Bompuis. A abertura acontece no próximo sábado, 06 de maio, das 17h às 22h.

 

A palavra da curadora

“O projeto Lua versus Luta abre um espaço de experimentação, jogo e risco que não impõe limites. Arte e vida aqui estão entrelaçadas e tudo parece ser construído caminhando, conversando, brincando, respirando: um processo de criação contínua. A pulsão de vida dirige as ações que se desenvolvem numa constante improvisação, ramificação e recusa de qualquer determinação que possa congelar a obra numa única direção. Performance, maquetes, esculturas, pinturas elásticas, projetos utópicos e desenhos parecem ser concebidos em um mesmo movimento onde o corpo ocupa o lugar central. Mais do que cada objeto tomado separadamente, são as relações tecidas entre os objetos e as ações, entre o individual e o social, que dão sentido à obra. Um ato de desafio que reafirma o direito à vida e a força do ato artístico. […] A vontade de transcender os limites clama por um outro mundo possível. […] Trata-se, portanto, de reinscrever simbolicamente o desejo e a consciência no corpo: Lua/Luta”

 

Conversa com Anna Braga no Paço Imperial

No dia 12 de maio, às 15h, a artista multimídia Anna Braga fará uma conversa com o público na exposição “Submersões”, em cartaz no Paço Imperial,  até o dia 21 deste mês. Há 20 anos sem fazer uma exposição individual em uma instituição no Rio de Janeiro, a artista falará sobre os trabalhos que apresenta na mostra panorâmica, que tem curadoria de Fernando Cocchiarale.

Na exposição são apresentadas 36 obras, entre instalações, pinturas, desenhos, fotografias, vídeos e objetos inéditos, que trazem temas como temas centrais a ecologia, a violência e questões de gênero. Os trabalhos, que ocupam três salões do Paço Imperial, em uma área total de mais de 300 m², pertencem a três séries distintas: “Ternas Peles”, “Memória Submersa” e “Puro Álibi”.

 

Sobre a artista

Nascida em Campos dos Goytacazes, RJ, Anna Braga é formada em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com mestrado em Sociologia pela UFRJ e extensão em Filosofia e Arte Contemporânea pela PUC-Rio. Frequentou o ateliê da artista Anna Bella Geiger e os ateliês de Elena Molinari, Maria Freire e Hilda Lopes em Montevidéu, no Uruguai. Fez curso de Arte e Filosofia e Arte Crítica na EAV Parque Lage entre 2000 e 2001 e especialização em Arte e Filosofia na PUC Rio em 2008. Possui obras em importantes acervos, como Museo de Arte Contemporanea de Uruguai; Centro Cultural da Caixa Econômica Federal, Brasília, DF; Centro Cultural dos Correios e Telégrafos, Museu Postal, Rio de Janeiro e Museo Nacional da República (MUN), em Brasília.

 

Espaços domésticos por Ana Hortides

 

A exposição “Dona”, de Ana Hortides, amplia pesquisa em torno da potência política e poética dos espaços domésticos, na Arte Fasam Galeria & Galpão Cru, Barra Funda, São Paulo. Esta é a primeira mostra individual da artista Ana Hortides na cidade e aborda de forma poética a questão da propriedade como afirmação pessoal e política. Com conceitos que vão do même à playlist, “Dona” ainda convida o público para uma conversa e visita guiada.

A Arte Fasam Galeria e o Galpão Cru realizam uma conversa e visita guiada à exposição “Dona”, de Ana Hortides, com a presença da artista e da curadora, Ludimilla Fonseca, na quinta-feira, 11 de maio, às 19h, no espaço expositivo, onde será discutido o processo artístico que resultou na mostra. Nascida e criada no bairro de Vila Valqueire, Zona Oeste do Rio de Janeiro, Ana Hortides desenvolve uma ampla pesquisa em torno da potência política e poética dos espaços domésticos, que se expande a partir de uma prática focada nos materiais como meios de explorações formais. A mostra seguirá em cartaz até o dia 13 de maio.

A artista exibe pela primeira vez séries de trabalhos desenvolvidas exclusivamente para a mostra, discutindo e refletindo sobre os conceitos contemporâneos de “dona”, “proprietária”, “a patroa tá on” e “ela faz o corre dela”, expressões que podemos dizer que nos dias de hoje, vão além dos memes, sendo, acima de tudo,  afirmações pessoais e políticas. Além disso, foi elaborada uma playlist com hits que vão dos anos 1970 aos 2000 e que emplacaram nas paradas de sucesso nas rádios da época, e, que, decerto modo, abordam questões implicadas no processo artístico e curatorial que culminou em “Dona”.

A mostra traz o conjunto de esculturas “O Coro”, da série “Outsiders”, desenvolvidas com concreto e azulejos: peças únicas e numeradas que a artista garimpa e adquire em armazéns e fábricas antigas do Rio de Janeiro: “Como esses pisos estavam nas casas de tantas pessoas, a artista considera que eles ressoam como um grande coro inaudível, entoando um mesmo murmurinho nostálgico que conta e canta o passado”, conta a curadora.

A artista também mostra uma série de telas inéditas, produzidas com cortinas sobre chassi. Ao mesmo tempo em que jogam com a noção histórica das “pinturas como janelas para o mundo”, essas obras nos lembram das cortinas como “esconderijos”. Ao ficar atrás delas, nossos corpos infantis perdiam seus relevos humanos, adquirindo os  contornos do tecido. E, assim como o verso das pinturas, nos tornávamos invisíveis.

Além de uma obra instalativa, o projeto exibe o vídeo inédito “Cômodo”, para o qual Hortides desenvolveu um maquinário mecânico específico, cujo objetivo era despertar a casa. As máquinas simulam as batidas de coração e o movimento da respiração, evidenciando a existência autônoma dos objetos caseiros. “Nas casas onde crescemos, também havia um cantarolar baixinho, mas onipresente. Era a trilha sonora das mães e avós responsáveis pelas tarefas domésticas: enquanto passavam roupas e lavavam as louças, elas cantarolavam para si mesmas. Os cômodos eram suas plateias silenciosas, mas sempre presentes” – conta a artista.

Segundo a curadora Ludmilla Fonseca – “Neste espaço expositivo, não houve tentativa de forjar um ambiente de galeria. As características arquitetônicas, com destaque para o vidro e o cimento, são absorvidas, criando a ficção de um espaço em que nada funciona, exceto pela luz natural que entra através das janelas. Hortides se apropria desse contexto desenvolvendo um trabalho site-specific. Construído com azulejos, esculturas de caquinhos e uma samambaia, “Daydreamer” explicita que qualquer uso dado a qualquer lugar é sempre temporário. Passado e futuro ficam justapostos nesta instalação que também vai desaparecer.”

A mostra “Dona” sugere que a gente se retire das nossas lembranças e imagine os espaços afetivos do passado sem a nossa presença. Temos a tendência de achar que nada  acontece sem a interferência humana. No entanto, as coisas que nos cercam têm vida  própria: elas também envelhecem e, ao serem abandonadas ou descartadas, descobrem  como viver sozinhas.

 

Sobre a artista

Ana Hortides tem formação em Artes pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro. Participou da Residência Pivô Arte Pesquisa, São Paulo, 2022. Artista indicada ao Prêmio PIPA, 2021. Finalista do Concurso Garimpo da Revista DASartes, 2018. Recebeu o prêmio aquisição do 36º Salão de  Artes  Plásticas  de  Jacarezinho, Paraná, 2021, e do 1º Salão de Artes em Pequenos Formatos do Museu de Arte de Britânia, Goiás, 2019. O seu trabalho integra a coleção do Museu de Arte do Rio e de coleções particulares.

 

 

Obras figurativas & abstratas

26/abr

 

A BASE, de Daniel Maranhão, exibe “Agentes Concretos”, primeira individual no espaço do artista Guilherme GAFI, com texto crítico de Eloísa Almeida, a mostra tem abertura agendada para quarta-feira – 03 de maio – às 18h30. A exposição apresenta mais de 30 obras, entre pinturas e esculturas, que percorrem a trajetória do artista, desde as figurativas do início da carreira, executadas em aquarela há cerca de uma década, até os trabalhos abstratos, mais recentes. Até 03 de junho.

Nessa ação, GAFI retorna ao figurativismo com um painel da série “Agentes Concretos”, que empresta o nome à exposição. Na obra, vemos um trabalhador de rua exercendo seu ofício. Segundo Eloísa Almeida, “uma cena de trabalho de um gari ou um varredor de vias públicas. Lembramos sua roupa, suas ferramentas, a paisagem ao seu redor, mas nunca seu rosto. Qual o seu rosto? Qual o seu nome?” A série trata justamente desse anonimato pelo qual os trabalhadores que atuam nas ruas padecem.

Além das obras figurativas, tem-se também uma ampla gama de abstratas, onde o artista utiliza diversos suportes como papel, tela, madeira e chapas galvanizadas. Na técnica prevalecem a tinta acrílica, colagens e o spray, de forma sutil, um resquício de sua época de grafiteiro. É na rua que Guilherme GAFI mantém sua pesquisa, e isso se verifica nos resultados obtidos. As paisagens podem ser visivelmente percebidas nas obras com degradê de azul, porém somam-se manchas, sobreposições de camadas, largas e rápidas pinceladas, trazendo uma desordem para a paisagem bucólica.

Segundo Eloisa Almeida, “…é uma paisagem em ruínas. Diferente da paisagem ligada ao horizonte preenchido de céu e campo. É organizada no caos: uma contradição desajeitada. Formada por pedaços assimétricos, são como falhas de execução”.

As chapas galvanizadas, suporte duro e pouco utilizado, ganham extrema leveza a partir dos vincos e dobras feitos pelo artista; o resultado final é que tais chapas muito se assemelham a folhas de papel; expostas nas paredes, no chão, ou penduradas no teto, como móbiles. Em algumas obras, sobretudo nas esculturas, GAFI utiliza materiais coletados na rua, como baldes, embalagens plásticas, luvas, entre outros.

“Nas obras presentes nesta exposição há um rastro do anônimo, das outras mãos que manejaram os materiais encontrados nos caminhos de Guilherme GAFI. Um rastro notado na pintura da série “Agentes Concretos”, iniciada em 2018. Em grande escala, uma cena de trabalho de um gari ou um varredor de vias públicas”, assinala Eloisa Almeida.

 

Conexões Transcendentes de Heitor Bergamini

Exposição com fotos, esculturas e interação entre materiais será inaugurada no dia 27 de abril. A arte sustentável de Heitor Bergamini ocupará o Espaço Cultural Correios, a partir de 27 de abril. “Conexões Transcendentes” tem curadoria de Fábio André Rheinheimer e permanecerá em cartaz até o dia 03 de junho, o Espaço Cultural Correios está localizado na Avenida 7 de Setembro, 1020, Centro Histórico, Porto Alegre, RS. O artista exibe mais de cem obras entre esculturas, imagens e integração de materiais, compondo as “Conexões Transcendentes”.

A exposição “Conexões Transcendentes” de Heitor Bergamini apresenta fragmentos desses projetos, obras recentes, cuja criatividade expressa, por meio de técnicas e suportes diversos, as aproximam do conceito upcycling (processo de utilização de resíduos para criação de outros objetos ou produtos). Nesta atual produção se destacam as séries: “Guerreiros Perdidos” e “Dança do Mangue”, que já estiveram em exposições individuais do artista e ganham uma nova montagem. Nas fotos, Heitor Bergamini apresenta, pela primeira vez, sua pesquisa de pigmentos em escala tonal a partir de um mesmo tema: o pôr do sol. São 50 imagens compondo um grande painel formando uma nova obra. Também a série “Relevos” integra a exposição, com registros fotográficos de superfícies diversas como metal, pedra, madeira, que se transformam em novas paisagens, ganhando um ressignificado a partir da própria fotografia.

 

A palavra da curadoria

“Em sua trajetória, Heitor Bergamini percorre cenários distintos, seja numa paisagem paradisíaca, usualmente à beira-mar, ou simplesmente observando resíduos de descarte encontrados no contexto urbano. Em diferentes cenários, muitas vezes diametralmente opostos, o artista interage com elementos de origens diversas que lhe inspiram novos projetos”, observa o curador Fábio André Rheinheimer.

“A exposição Conexões Transcendentes apresenta a produção recente de Heitor Bergamini, a qual se caracteriza por acurada pesquisa, seja na técnica fotográfica (mediante exercício continuado de observação e registro da ação do tempo); seja na seleção de materiais inertes (pedras, metais, ou madeiras retorcidas e inanimadas provenientes do manguezal), que, depois de habilmente “resgatados” pelo artista, são ressignificados em objetos tridimensionais e esculturas”.

A arte de Bergamini é resultado de um exercício continuado, que se desenvolve a partir de diferentes suportes e técnicas com uma linha em comum, que é o reaproveitamento de materiais e das próprias imagens. “Com isso, em sua obra, o artista instiga uma pontual reflexão sobre o meio ambiente, a qual se faz urgente e oportuna e transcende a própria arte”.

 

Até 03 de junho.

 

Baró representa a obra de Joana Vasconcelos

20/abr

 

Depois de muitos anos acompanhando de perto sua carreira, especialmente desde sua monumental instalação apresentada na Pinacoteca do Estado de São Paulo em 2008 “Contaminação”, a Baró Galeria – Palma de Mallorca, Lisboa e São Paulo -, une forças com Joana Vasconcelos e passa a representá-la.

Nascida em Paris, Joana Vasconcelos é uma das mais conhecidas artistas contemporâneas internacionais que vive e trabalha em Lisboa. Em sua prática, ela explora temas de identidade, gênero e cultura de consumo, incorporando objetos e materiais cotidianos, como têxteis, cerâmicas e eletrodomésticos, que transforma em esculturas monumentais e provocantes.

A obra de Joana Vasconcelos gira em torno da cerâmica, fios tecidos e tecidos. Esses materiais servem de base para suas vibrantes esculturas tridimensionais maiores que a vida, bem como para suas elaboradas e surreais criações que transformam objetos comuns, móveis, ferramentas, cerâmicas e estatuetas. Joana Vasconcelos eleva estes suportes e as suas técnicas tipicamente associadas às artes aplicadas e artesanais ao estatuto de fine art. Sua abordagem envolve técnicas de alienação e reaproveitamento, o que aproxima seus trabalhos em estilo e estratégia dos artistas surrealistas.

Joana Vasconcelos já expôs internacionalmente, na Bienal de Veneza (2005) (2013), no Museu Guggenheim Bilbao (2018) e no Palácio de Versalhes (2012), sendo a artista feminina mais jovem a expor no palácio. Recentemente, ela expôs uma monumental instalação site specific para o desfile Dior Fall-Winter 2023-2024, na Semana de Moda de Paris. Atualmente, “O Bolo de Casamento”, uma encomenda da Fundação Rothschild para Waddesdon Manor no Reino Unido, está sendo concluído.

Para saber mais sobre a artista, visite nosso site ou dê uma olhada em sua mais nova publicação “Liquid Love” (La Fabrica, 2023) e nos próximos projetos da artista “Arbre de Vie”, na Sainte-Chapelle du Château de Vincennes e “Wedding Cake” at Waddesdon.

 

A arte cinética de Soto

18/abr

 

Pioneiro da arte cinética, o artista visual venezuelano Jesús Rafael Soto teve como foco em sua criação a busca pelo movimento em suas obras.  O artista inovou criando peças que pareciam ter vida própria e que instigavam a mobilidade, a dinâmica e a vibração. Celebrando o centenário do artista, a DAN Galeria, Jardim América, São Paulo, SP, que comemora 50 anos de trajetória e representa Soto desde a década de 1990, ocupa até 30 de junho, as suas duas unidades na capital paulista com a mostra “Jesús Soto – Cor, Forma, Vibração”, com curadoria assinada por Franck James Marlot.

A música fez parte da vida artística de Soto no mundo das artes. Ele inicialmente se inspirou nas estruturas concretas de Mondrian e assumiu o desfio de criar uma obra que fosse além da síntese estética alcançada pelo artista, agregando uma nova dimensão, que é o movimento na arte. Soto percebeu na música o jogo com duas camadas compostas pela linha rítmica constante e pela linha melódica variável, com relações entre as duas ao longo das composições. Foi assim, unindo pintura e música, que Soto por meio da exploração da vertente da pintura abstrata, primeiro com sobreposições usando a transparência do plexiglass, e depois referindo-se às sobreposições de sons e ritmos, concebeu a técnica de arte cinética em seus trabalhos.

Sua obra desafia a fronteira entre arte e investigação científica, habilitando uma nova interação entre o sujeito e a obra. A individual apresentada pela DAN destaca 30 obras do artista produzidas entre as décadas de 1960 e de 2000. A mostra inclui dois trabalhos de dimensões arquitetônicas, expostas pela primeira vez em galeria: “Paralelas” (1990), e “Penetrável BBL Jaune” (1999). Além destas, algumas obras da série “Paralelas Vibrantes”, outras da série “Sínteses”, e uma seleção de esculturas em aço, alumínio, nylon, pvc, plexiglass e pintura sobre madeira, também ocupam o espaço expositivo. Esta é a primeira exposição individual realizada na unidade da DAN Contemporânea.

Sobre as obras do artista, comenta o curador Franck James Marlot “O deslocamento do espectador provoca efeitos visuais de “moiré” que dão a ilusão de um movimento rotativo rápido da espiral. O movimento aparece sem motorização. Com esta demonstração, Soto introduz a noção de espaço-tempo na sua obra, ativada pelo olho do espectador, que desenvolve não só uma dinâmica espacial, mas também temporal. É neste momento singular de diálogo em que a experiência entre o espectador e a obra, o objeto cinético, em sua singularidade, permite a multiplicação infinita de pontos de vista e cria uma imagem vibrante e em movimento, implicando experiências visuais mais amplas”.