Série de obras de Alexandre Nitzche Cysne

08/ago

 

 

A galeria carioca Cavalo apresenta no espaço CAMA São Paulo, SP, a exposição “Golfo Místico”, primeira individual em São Paulo de Alexandre Nitzsche Cysne. O jovem artista, baseado em Niterói, exibe uma série inédita de obras escultóricas e instalativas oriundas de objetos coletados em antiquários, depósitos carnavalescos e feiras de rua de áreas periféricas do Rio de Janeiro como Acari e Madureira, e áreas centrais como São Cristovão e Santo Cristo.

 

Golfo Místico, na tradição teatral italiana, é como se denomina o espaço reservado aos músicos entre a plateia e o palco – também conhecido em português como fosso de orquestra. Essa cavidade para a trilha sonora das peças, situada em meio à apreensão do público e a ação dramática, serve como fonte de inspiração para as construções de Nitzsche Cysne. Em seu trabalho, elementos do realismo fantástico e da mitologia clássica se misturam à artefatos banais, como no caso de “Valsa tropeço lambe as penas”, uma escultura em que uma bailarina em miniatura rodopia sobre um guarda-chuva/mostruário de bijuterias que perfura o busto de uma armadura masculina. Como numa versão apoteótica de uma caixinha de música de família, a obra é uma das que demonstram o interesse do artista na interseção entre ficção e memória afetiva.

 

Alexandre faz de suas expedições em depósitos e em “xepas” de feiras e mercados sua principal rotina de trabalho. Essa fascinação pelo colecionismo e acumulação se reflete também em sua relação com o vestuário, como acontece na obra de artistas “profetas” tal como Arthur Bispo do Rosário. Inspirado também no escultor francês Etienne-Martin, o artista exibe no espaço CAMA uma peça intitulada “Manto do fim dos tempos”, além de outras obras indumentárias.

 

Através de uma perspectiva arqueológica e um profundo interesse em universos esquecidos, “Golfo Místico” é uma apresentação que valoriza e exalta narrativas ocultas, que primordialmente foram atiradas pela platéia para acessar o palco, mas que acabaram por restar no fosso, descartadas e despercebidas. A exposição fica em cartaz até o dia 10 de setembro.

 

 

Conversa com Adriana Lerner

05/ago

 

 

A artista Adriana Lerner falará sobre sua trajetória e suas mais recentes criações no dia 06 de agosto, às 17h na samba arte contemporânea, Shopping Fashion Mall – São Conrado, Rio de Janeiro, RJ.

 

Com o intuito de divulgar, promover e difundir a produção contemporânea, a galeria samba, convida para uma conversa gratuita e aberta ao público. Adriana Lerner, que se divide entre Miami e o Rio de Janeiro, falará sobre suas criações, como o xale “Dominó”, e a luminária “Any Time”, em exibição na galeria.

 

Depois de 30 anos de uma carreira de sucesso no mundo corporativo, a artista decidiu se dedicar às suas paixões: a arte e o design. E o sucesso veio rápido! Os cashmeres de sua marca Arrivals Gate logo se tornaram objetos de desejo e suas obras, no limiar entre arte e design, participaram de exposições no Brasil e no exterior. O xale “Dominó”, produzido no ano passado para o projeto “O Pequeno Colecionador”, no qual importantes artistas criam obras de arte para crianças de todas as idades, e a luminária “Any Time”, inédita, produzida este ano, feita em caixa de acrílico com cashmere puro. São como nuvens iluminadas que mudam de cores, dez diferentes, sempre nas tonalidades do nascer e do pôr do sol. O xale “Dominó” é produzido em cashmere de alta qualidade, feito à mão em Kathmandu, no Nepal. A estampa é do tradicional jogo de mesa e cada xale contém uma numeração diferente, formando uma peça do jogo. Para estimular a brincadeira, o projeto “O Pequeno Colecionador” sugere que se poste uma foto nas redes sociais com a hashtag #DOMINO para que os pares se encontrem. Além da brincadeira, o xale é super versátil: “Pode botar na parede, no sofá ou sair com a arte de casa para passear”, diz a Adriana Lerner, que criou um chaveiro para guardar o xale dentro, embalagem exclusiva e parte integrante da obra. Além das duas obras, na vitrine da galeria, flutuando no espaço, a artista apresentará a instalação inédita “Conexão” com cashmeres de cores variadas.

 

Sobre a artista

 

Nascida no Rio de Janeiro, Adriana Lerner se mudou para os Estados Unidos há vinte três anos. Durante esse tempo, viajou o mundo e teve a oportunidade de vivenciar culturas diferentes, o que a ajudou a desenvolver um olhar especial para o exótico e o único. Em 2015, fundou a Arrivals Gate com a missão de usar sua criatividade para abrir fronteiras e trazer objetos artesanais para a vida contemporânea. Em 2018, em parceria com um fotógrafo, lançou a série “Urban Flow”, que utiliza peças rejeitadas pela fábrica de cashmere para criar arte em fotografia. Com a artista Anna Bella Geiger, lançou duas séries de múltiplos em cashmere na Art Rio 2021 e em 2022 com Artur Lescher, durante a semana da SP Arte.

 

Sobre a galeria

 

A samba arte contemporânea, fundada em 2015 por Arnaldo Bortolon e Cali Cohen, é um espaço que privilegia o diálogo contínuo entre artistas renomados e emergentes de diferentes gerações e regiões brasileiras. Com seu variado acervo em exposição permanente, apresenta de forma singular as obras desses artistas, que colocados lado a lado, nos oferecem inúmeras possibilidades de apresentação e percepção, independentemente de escala, suporte e técnica. A galeria possui dois espaços expositivos, sua ocupação se alterna entre as exposições de acervo, as individuais dos artistas representados e as de projetos curatoriais particulares. A galeria se propõe também a ser um espaço de pesquisa, experimentação e educação através de ações relacionadas. Atua em cooperação com projetos de integração da arte com o entorno, extrapolando o espaço expositivo e aproximando as obras dos artistas do público circulante. A galeria trabalha com obras de Antônio Bandeira, Antônio Dias, Anna Maria Maiolino, Ascânio MMM, Bruna Amaro, Erinaldo Cirino, Diogo Santos, Eduardo Sued, Fernando Mello Brum, Franz Weissmann, Ione Saldanha, José Rezende, Jota Testi, Manfredo de Souzanetto, Roberval Borges, Rubem Ludolf, Thiago Haidar, Washington da Selva, entre outros.

 

Sinfonia das Pedras 3

03/ago

 

 

A Confraria das Pedras organiza mais uma edição da mostra coletiva intitulada “Sinfonia das Pedras”, a realizar-se no Espaços Cultural Correios, localizado no térreo do Memorial do Rio Grande do Sul, Praça da Alfândega, Porto Alegre, RS. Participam desta edição 29 artistas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, perfazendo cerca de 54 esculturas em pedra, nas mais variadas linguagens, indo da Abstração à Figura Humana.

 

A Confraria das Pedras foi criada em outubro de 2017, pelo escultor José Kanan, a partir de um grupo de escultores da Serra e de Porto Alegre (oriundos do Atelier Livre), com o objetivo de congregar e divulgar os trabalhos dos escultores, principiantes e profissionais, que se dedicam ao ofício da escultura em pedra (mármore, granito, basalto, pedra sabão, sodalita, quartzo e outras). Em 2017, houve a primeira mostra coletiva da Confraria, na Casa de Pedra de Canela, em 2018, na Fundação Sport Clube Internacional, e em 2019 e 2021, no Espaço Cultural Correios, onde novamente ocorrerá a mostra. A curadoria de “Sinfonia das Pedras 3” é do professor de escultura do Atelier Livre, José Francisco Alves.

 

Artista participantes

 

Adriano Mayer, Alceo Luiz da Costa, Alfi Vivern, Ana Álvares Tita, Ana Andueza, Daniele Almiron, Edemir Wandescheer, Elisa Troglio, Frederico Krahe, Gotto, Hidalgo Adams, Jorge Schroder, José Carlos Albuquerque, José Kanan, Leo Mathias, Lúcio Spier, Guto Rubin, Mario Cladera, Marta Santos, Milton Caselani, Paulo Aguinsky, Ricardo Aguiar (fotos), Ricardo Blauth, Ricardo Giuliani, Rogério Maduré, Rose Paim, Sobral, Sol Stangler, Sônia Seibel.

 

Exposição de Bruno Cançado

02/ago

 

 
A Central Galeria, República, São Paulo, SP, apresenta até 19 de setembro a exposição “A menor distância” de Bruno Cançado. Em sua  segunda exposição individual na galeria, o artista de Belo Horizonte apresenta trabalhos tridimensionais inéditos em que emprega materiais diversos como terra de cupinzeiro, cimento, resina, adobe, concreto, madeira, aço e bronze. A mostra é acompanhada de um texto crítico assinado por Agnaldo Farias.

 

O trabalho de Bruno Cançado intersecciona arquitetura, ecologia e epistemologia. Baseando-se no conhecimento empírico de construir – seja da arquitetura vernacular ou da construção em escala industrial -, sua obra culmina em uma mistura de temporalidades e elementos, que vão do natural ao manufaturado, do artesanal ao erudito. “Bruno aventura-se pela cidade em busca do que não sabe, mas que reconhece tão logo encontra, seja algo realizado pelo exercício puro da inteligência quando açulada pela necessidade de improviso, pela carência de recursos, seja pelo encontro de coisas que atuam como gatilho da sua capacidade de estabelecer conexões entre coisas díspares”, observa Agnaldo Farias. “O artista interessa-se por suas serventias, pelos destinos que justificaram suas presenças no mundo, pelos sentidos que lhes foram e são atribuídos no decorrer do tempo.”

 

Sobre o artista

 

Bruno Cançado nasceu em Belo Horizonte em 1981. Mestre em Artes Visuais pela Cornell University (Ithaca, EUA, 2019), graduou-se em Artes Plásticas pela UEMG (2010) e em Comunicação Social pela PUC Minas (2003). Participou de diversas residências, como Lighthouse Works (Fishers Island, EUA, 2019), Fine Arts Work Center (Provincetown, EUA, 2014-2015) e Fundação Bienal de Cerveira (Portugal, 2014), entre outras. Entre suas exposições, destacam-se as individuais em: CCBB-BH (Belo Horizonte, 2021), Central Galeria (São Paulo, 2017), AM Galeria (Belo Horizonte, 2016) e Hudson D. Walker Gallery (Provincetown, 2015), entre outras. Seu trabalho integra as coleções do MAC Niterói e do Museu de Arte do Rio.

 

O Mapa da Mina por Alex Flemming 

26/jul

 

 

No ano do Bicentenário da Independência, em “O Mapa da Mina”, exposição individual do artista plástico Alex Flemming é proposto o debate sobre as riquezas naturais do Brasil.

 

A partir de 30 de julho, a Biblioteca Mário de Andrade, República, São Paulo, SP, recebe a série de obras feitas em chapas de madeira, recortadas no formato do mapa do Brasil, cravejadas de pedras nativas como topázios, ametistas, citrinos, opalas, rodolitas, peridotos, rubilitas e kunzitas, compondo uma cartografia visual que sustenta uma profunda potência estética e política.

 

A mostra exalta a riqueza e beleza gerada em nosso solo e traz um convite à reflexão sobre sua utilização: “Minha proposta com essas obras é discutir as riquezas do Brasil, a forma de extração e sua má distribuição. Desde nossa colonização o extrativismo gera fortunas que vão para os bolsos de uma minoria, escancarando a desigualdade da população”, explica Flemming. A mostra carrega também uma carga simbólica de pertencimento e deslocamento que os mapas fazem emergir, o que sem dúvida dialoga muito com Alex Flemming – artista que divide seu tempo entre o Brasil, país de origem, e a Alemanha, onde reside desde 1991. Flemming é um artista multimídia que transita pela pintura, gravura, instalação, desenho, colagem, esculturas, fotografia e objetos, com foco na “pintura sobre superfícies não tradicionais” como o próprio artista define. Foi professor da Kunstakademie de Oslo, na Noruega, entre 1993 e 1994 e em 1998 produz sua obra pública de maior impacto, na estação Sumaré do Metrô em São Paulo, com 44 retratos em vidro recobertos por poesia. Em 2016 inaugura mais 16 retratos em vidro colorido na Biblioteca Mário de Andrade, também em São Paulo.

 

Sobre o artista

 

Alex Flemming nasceu em São Paulo, SP e o reside na Alemanha desde 1991. Cursou Arquitetura na FAU-USP e frequentou o Curso Livre de Cinema na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, entre 1972 e 1974. Na década de 1970, realizou filmes de curtas-metragens e participou de inúmeros festivais de cinema. Em 1981, se muda para Nova York, onde permanece por dois anos e desenvolve projeto no Pratt Institute, com bolsa de estudos da Fulbright Foundation. A partir dos anos 1990, realiza instalações em espaços expositivos (MASP e XXI Bienal Internacional de São Paulo) usando bichos empalhados pintados com fortes cores metálicas, inaugurando assim uma duradoura série de pinturas sobre superfícies não tradicionais. Posteriormente passa a utilizar como material suas próprias roupas, móveis, objetos utilitários e computadores. Flemming também cria silhuetas de aviões feitas com tapetes persas na série “Flying Carpets” e aborda os dilemas da guerra em fotografias de grandes dimensões na série “Body-Builders”, só para citar algumas de suas frentes de trabalho nos 40 anos em que atua como artista. Em 2002, são publicados os livros Alex Flemming, pela Edusp, organizado por Ana Mae Barbosa, com textos de diversos especialistas em artes visuais; Alex Flemming, uma Poética…, de Katia Canton, pela Editora Metalivros; e, em 2005, o livro Alex Flemming – Arte e História, de Roseli Ventrella e Valéria de Souza, pela Editora Moderna. Em 2006 a editora Cosac & Naif publica Alex Flemming com texto e entrevistas produzidas pela jornalista e curadora Angélica de Moraes. Em 2016 tem sua primeira retrospectiva no MAC-USP com curadoria de Mayra Laudanna e a exposição e livro Alex Flemming editado pela Martins Fontes. Em 2017 expõe a série “Anaconda” na Fundação Ema Gordon Klabin, e de dezembro de 2017 a fevereiro de 2018 tem sua segunda retrospectiva – de CORpo e Alma – no Palácio das Artes em Belo Horizonte, com curadoria de Henrique Luz. No ano de 2019, expõe a série “Ecce Homo” na Galeria Kogan Amaro, em São Paulo, e a série “Apokalypse” em uma grande individual na Kirche am Hohenzollernplatz em Berlim (Alemanha). Em 2020, com a pandemia, Alex Flemming, em uma ação com a Companhia do Metrô de São Paulo ressignifica a sua mais conhecida obra pública, a estação Sumaré do Metrô. Para conscientizar a população sobre o uso de máscaras em espaços públicos, o artista aplica formas pentagonais de cores vibrantes que remetem à máscaras sobre os já conhecidos retratos da estação.

 

A exposição “ALEX FLEMMING: o Mapa da Mina” terá vernissage aberta ao público dia 30 de julho(sábado) às 11h, e poderá ser visitada até 28 de agosto das 11h às 18h.

 

 

Miniarte Magia

25/jul

 

 

A primeira edição do Projeto Miniarte Internacional ocorreu em 2003 na Usina do Gasômetro, com mais de cem participantes sob a chancela da Prefeitura Municipal de Porto Alegre Alegre.

 

Desde sua fundação pela artista plástica Clara Pechansky, o objetivo do projeto é democratizar a arte permitindo acesso livre aos artistas, que não são submetidos a qualquer seleção, e divulgando as obras para um público cada vez mais diversificado. Desse modo, o Projeto Miniarte Internacional cumpre um duplo papel social. Ao longo de seus 19 anos, sempre organizado por artistas independentes, em espaços públicos e gratuitos, o projeto já percorreu os cinco continentes.

 

Para a edição de 2022 foi ecolhido o tema “Magia”, abrangendo uma grande variedade de interpretações e técnicas, como Pintura, Desenho, Gravura, Colagem, Fotografia, Escultura e Cerâmica.

 

A “Miniarte Magia” vai mostrar 192 (cento e noventa e dois) artistas que representam Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Espanha, Equador, Estados Unidos, Índia, Irã, México e Portugal somando ao todo 21 (vinte e um) Artistas Convidados, 12 (doze) Artistas Líderes de Grupo, cada um trazendo consigo mais de 10 (dez) artistas, e 33 (trinta e três) Artistas Prestígio, uma inovação introduzida nesta edição.

 

A 42ª edição do Projeto Miniarte Internacional terá sua inauguração, mantendo a tradição, no Centro Municipal de Cultura de Gramado, RS, dia 30 de julho, e a 43ª edição acontecerá em Porto Alegre, RS, em 08 de outubro no espaço profissional da Gravura Galeria de Arte.

 

42ª edição – Gramado – até 30 de agosto.

43ª edição –  Porto Alegre – até 29 de outubro.

 

Krajcberg homenageado pela Pinakotheke Cultural

18/jul

 

 

A Pinakotheke Cultural, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ,  apresenta de 25 de julho a 27 de agosto a exposição “Frans Krajcberg (1921-2017) – Natureza em preto e branco”.  Em comemoração ao centenário de nascimento de Frans Krajcberg, um artista pioneiro na defesa do meio ambiente, a mostra cria uma conversa entre suas obras – pinturas, gravuras, esculturas e fotografias em preto e branco – e fotografias e filmes de Luiz Garrido, seu amigo e incentivador ao longo de sua vida.

 

“Sonhei, e ao acordar a natureza

estava preta e branca.

(…) O branco vela o negrume das arvores queimadas.”

 

Frans Krajcberg

 

A exposição tem curadoria de Galciane Neves e Max Perlingeiro, e celebra o centenário de nascimento de Frans Krajcberg, “um precursor na defesa do meio ambiente”, como destaca Marcia Barrozo do Amaral, presidente da AmaFrans. “Ele se revoltou com a destruição da natureza que conheceu em suas viagens pelo país, e sua indignação não esmoreceu até o fim de sua vida, aos 96 anos”, conta.

 

“Natureza em preto e branco” apresenta pinturas, esculturas, gravuras e fotografias em preto e branco de Frans Krajcberg, em diálogo com fotografias e filmes de Luiz Garrido (1945, Rio de Janeiro), seu amigo e incentivador ao longo de sua vida, e que durante décadas o fotografou em diversas ocasiões. Estará na mostra o ensaio e o documentário produzidos por Garrido em 1996, em Nova Viçosa, na Bahia, com registros de intimidade entre os amigos, fruto de um olhar que se achegava do “homem-árvore”, embrenhado na urgência da vida.

 

A exposição será acompanhada do livro “… ao acordar, a natureza estava preta e branca”, com textos de Galciane Neves, Jaider Esbell, Thiago de Mello, Max Pelingeiro, Bené Fonteles, uma entrevista da curadora com o artista Advânio Lessa (1982, Lavras Novas, Minas), amigo de Krajcberg, e ainda o Manifesto do Rio Negro do Naturalismo Integral, de Pierre Restany (1930-2003), lançado em 1978, na presença de Sepp Baendereck (1920-1988) e Frans Krajcberg.

 

A Estética não me basta

 

Max Perlingeiro afirma que “distribuída em telas, esculturas, objetos, relevos e fotografias, a produção de Krajcberg encerra um impressionante libelo pela preservação do patrimônio ambiental, bem de uso comum do povo e consagrado à subsistência e proveito da humanidade”.

 

Marcia Barroso do Amaral conta que ouviu incontáveis vezes Krajcberg dizer: “A estética não me basta. É necessário que a obra possa ecoar e reverberar o grito que trago no peito”. Judeu de origem polonesa, ele chegou ao Brasil em circunstâncias trágicas, aos 27 anos, buscando superar os horrores da Segunda Grande Guerra, conflito no qual esteve pessoalmente envolvido e que lhe roubou a família, dizimada nos campos de concentração. “Aqui, neste país tropical, de natureza exuberante, Krajcberg encontrou mais do que inspiração para sua obra”, diz Marcia.

 

“Além de excepcional artista – premiado em importantes Bienais, como Veneza e São Paulo, e com obras nos acervos de importantes museus, como o Beaubourg, em Paris – Krajcberg foi um combatente, um ativista ambiental, quando ainda pouquíssimosse sensibilizavam pelo tema e por suas drásticas consequências. Impossível examinar suas esculturas, pinturas e relevos sem a conexão profunda e indissociável com a causa que o artista abraçou, integral e decididamente ao longo de sua vida. Nesse caso, não há forma dissociada do conteúdo, do contexto em que fora recolhido o suporte natural”, afirma. Para ela, a obra de Krajcberg “é o alerta de um pioneiro na defesa e preservação de nossos biomas naturais e dos remanescentes povos originários, e uma exortação dolorosamente atual, ante a colapsada fiscalização e controle ambiental sob responsabilidade do Estado brasileiro”.

 

Luiz Garrido por Frans Krajcberg

 

Frans Krajcberg disse sobre a obra de seu amigo Luiz Garrido: A técnica não é tudo, e sim a participação do artista na obra. Na fotografia me impressiona essa relação do fotógrafo com a máquina, a maneira como ele cria, a percepção da luz, o enquadramento da imagem, o momento exato do clique. Conheci o Garrido, em Paris, em 1968, quando ele estudava fotografia, e nossa amizade desenvolveu-se a partir dos muitos encontros nos quais sempre discutíamos bastante sobre o assunto. Depois de alguns anos, descobri, já no Rio de Janeiro, o fotógrafo Garrido e fiquei impressionado com o seu trabalho. Um artista captando, com a máquina fotográfica, uma imagem muito própria, criando sua obra. Isso me impressiona sempre, o talento e o desejo de criar uma obra própria, o trabalho de pesquisa, o domínio da técnica como instrumento e não como fim. A máquina não é tudo, o artista sim. Os retratos, foco de seu atual interesse e que fazem parte dessa exposição, são a síntese dessa união entre técnica, luz, imagem, percepção de um

 

momento fugaz de um olhar, um gesto, uma postura que dizem algo além da imagem retratada. Em resumo, é a participação, por inteiro, de artista, em sua obra, são os retratos do ponto de vista Garrido, é a fotografia como forma de expressão, arte, uma obra que foi cuidadosamente elaborada e que transcende a imagem retratada.

 

Sobre Frans Krajcberg

 

Frans Krajcberg foi escultor, pintor, gravador e fotógrafo. Autor de obras que têm como característica a exploração de elementos da natureza. Destaca-se pelo ativismo ecológico, em que associa arte à defesa do meio ambiente. Em toda sua trajetória, participou seguidamente de exposições em importantes museus no Brasil e no exterior, foi premiado várias vezes. Participou de Bienais em diversos países – França, Cuba, Uruguai – foi premiado na Bienal de Veneza, em 1964, integrou muitas edições da Bienal Internacional de São Paulo, desde a primeira, em 1951, e continuamente as de 1953,1955,1957,1961,1963 1977 1979 1989 e 2000. Frans Krajcberg nasceu em 12 de abril de 1921, em Kozienice, na Polônia, filho de um modesto comerciante, e de mãe militante comunista. É o terceiro de cinco filhos: dois irmãos e duas irmãs. Por ser judeu, sofre preconceitos e perseguições pelos nazistas. Toda sua família foi morta no Holocausto. Preso, consegue fugir. Integra-se ao exército russo, aquartelado na Polônia, seguindo para Vilna, de onde é enviado à Romênia. Depois de tentar ingressar sem sucesso na Escola de Belas-Artes de Vitebsk, desloca-se para Leningrado, onde começa a estudar engenharia hidráulica e belas-artes na universidade, em 1940. Em 1941, quando os alemães invadem a URSS, Krajcberg integra-se à Resistência Polonesa, incorporando-se a seguir ao exército polonês, apoiado pelos russos. Com a patente de oficial, ajuda a construir pontes de emergência nas frentes de batalha. No fim da guerra, vai pra Alemanha, estuda com Willi Baumeister (1889-1955), professor da Bauhaus, na Escola de Belas-Artes de Stuttgart. Expõe no Centro de Refugiados da cidade. Em 1948, migra para o Brasil aos 27 anos, incentivado pelo amigo e também artista plástico Marc Chagall. Sem dinheiro e sem saber falar português, dorme ao relento durante alguns dias na praia do Flamengo, no Rio de Janeiro, então partindo para São Paulo, onde, recomendado por Francisco Matarazzo, é contratado para trabalhar como operário na manutenção do Museu de Arte Moderna. Expõe duas pinturas na I Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, época em que trabalhava na montagem da exposição no pavilhão Trianon, como funcionário do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Participa do I Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia, em São Paulo. Expõe individualmente na Galeria Domus, em São Paulo. Em 1952, por indicação de Lasar Segall, que dele comprara um desenho, vai trabalhar como engenheiro-desenhista nas indústrias de papel Klabin em Monte Alegre, no Paraná. Contudo, abandona esse emprego para se isolar nas matas para pintar. Ali, no interior do Paraná, Krajcberg testemunha desmatamentos e queimadas nas florestas. Participa da II e da III Bienal Internacional de São Paulo, e em 1956 se muda para o Rio de Janeiro, onde produziu os seus primeiros trabalhos fruto do contato direto com a natureza. Em 1964, criou suas primeiras esculturas com madeiras mortas. Realizou diversas viagens à Amazônia e ao Pantanal, fotografando e documentando os desmatamentos, além de recolher materiais para as suas obras, como raízes e troncos calcinados. Em 1969, participa de exposições em vários países, e passa a ser internacionalmente conhecido. Ganha uma exposição individual no Centro Nacional de Arte Contemporânea e no Centro Georges Pompidou, em Paris. A partir de 1972 viveu no sul da Bahia onde manteve o seu ateliê no Sítio Natura, no município de Nova Viçosa. Chegou ali a convite do amigo e arquiteto Zanine Caldas (1919-2001), que o ajudou a construir sua morada: uma casa, a sete metros do chão, no alto de um tronco de pequi com 2,60 metros de diâmetro. À época Zanine sonhava em transformar Nova Viçosa em uma capital cultural e a sua utopia. Em 1978, durante 32 dias, Frans Krajcberg, o artista Sepp Baendereck e o crítico Pierre Restany cruzaram em um barco o Rio Negro, na região amazônica. Durante o trajeto eles refletiam sobre uma nova maneira de ver, sentir e fazer a arte dentro de uma ótica voltada para a realidade brasileira. Os dois artistas, Baendereck e Krajcberg, então já cidadãos brasileiros e declaradamente apaixonados pela nossa biodiversidade, convidaram o crítico Pierre Restany para que ele aprofundasse sua relação com o Brasil e pudesse perceber melhor a grandeza de nosso país. No final do empreendimento, além de um “Diário de Viagem”, Restany produziu o “Manifesto do Rio Negro”, que foi divulgado em outubro de 1978 em todo o mundo. Em 1996, participa da exposição “Villette-Amazone/  Manifesto para o Meio Ambiente no Século XXI”, no Grande Halle de la Villette, em Paris. “A obra de Krajcberg é um grito contra a destruição da Floresta Amazônica e tem uma força universal”, diz Jacques Leenhardt, sociólogo e filósofo francês que divide com Bettina Laville a organização da exposição. A ideia foi a de transformar o Parc de la Villette em um “território ecológico”. Logo ao entrar, o visitante depara com as esculturas monumentais de Krajcberg, que ocupam, com murais, colagens e fotografias, um espaço de 1.800 m 2 , totalizando 141 peças. Por sua luta para a preservação da natureza, mundialmente reconhecida, Frans Krajcberg recebe em 2012 do prefeito Bertrand Delanoë a mais alta honraria de Paris, a Medalha Vermeil – prêmio de agradecimento pela contribuição às artes. Krajcberg foi o único artista vivo, não francês, que possuiu um espaço dedicado às suas obras mantidas pela prefeitura parisiense. Frans Krajcberg morre em 15 de novembro de 2017, e seu desejo é cumprido: em um domingo, suas cinzas são depositadas no tronco de uma árvore escolhida por ele, no sítio Natura, em Nova Viçosa, onde ele viveu desde 1972. A obra de Krajcberg reflete a paisagem brasileira, em particular a floresta amazônica, e a sua constante preocupação com a preservação do meio ambiente. Ao longo de sua carreira, o artista denunciou queimadas no estado do Paraná, a exploração de minérios no estado de Minas Gerais e o desmatamento da Amazônia e do Pantanal. Antes de morrer, ele focou em fotografia, reproduzindo o desmatamento e o descaso com o meio ambiente.

 

 

Exposição de Reynaldo Candia

 

 

A BELIZÁRIO Galeria, Pinheiros, São Paulo, SP, abriu a mostra “O concreto já rachou!”, de Reynaldo Candia, artista paulistano que criou trinta e cinco obras inéditas para contar a história não mostrada sobre a construção de um sonho. Não um sonho pessoal do artista e sim uma ideia que foi apresentada a uma nação sobre o “País do Futuro” com sua “Capital da Esperança”. O texto crítico é de Divino Sobral.

 

“A mostra “O concreto já rachou!” busca seu título em um verso da letra da música “Brasília” (1985), gravado pela banda brasiliense “Plebe Rude” em seu disco de estreia que, também, tinha esta frase como título”, explica Divino Sobral, que acrescenta: “Brasília parece chamar atenção da cidade para o momento em que o concreto começa a trincar e a rachar, deixando prestes a desabar os pontos frágeis da construção edificada sob o selo da democracia e da liberdade política.(….) Por outro lado, o título leva a pensar também nas fissuras ocorridas na construção do próprio conceito de cidade e de arquitetura moderna, diante das pressões de um país subdesenvolvido”. O concreto, o ferro e a madeira são os principais elementos utilizados pelo artista na construção de seus trabalhos, os quais também são os elementos base de Brasília. Diferente do que possa sugerir o título, em “O concreto já rachou!”, Reynaldo Candia enfatiza prioritariamente a influência dos candangos sobre a execução deste grandioso projeto e resgata a cultura histórica brasileira.

 

O artista não se posiciona como um crítico ou analista de tempos ou posicionamentos diversos e sim como um historiador que busca o resgate dos personagens sombreados pela redação histórica. Os “candangos” são personagens importantíssimos uma vez que o olhar de Reynaldo Candia não se furta de observar a realidade humanística das épocas e regiões brasileiras às quais dedica sua pesquisa. Após imersão na região nordeste do Brasil para sua série pregressa, o artista deparou-se com relatos das migrações para o Planalto Central na época da construção da nova capital. Por definição, “candango” é o termo dado aos trabalhadores que migraram à futura capital para sua construção. A palavra de origem africana, tem significado pejorativo – “ordinário”, “ruim” – e era a denominação que se dava aos trabalhadores que participaram da construção de Brasília. “Foi do Nordeste que saiu o retirante, fugindo da seca e da fome, para calejar as mãos na construção das riquezas de outras regiões” define Divino Sobral.

 

Pinturas, colagens, intervenções fotográficas, instalação, técnicas e suporte diversos, todos criados em 2022, preenchem o espaço e contam a história da pesquisa do artista que, após uma imersão na região nordeste, virou seu foco para o planalto central. A tela “Eixo”, cinzenta como o cimento, faz alusão à primeira cicatriz do solo da nova capital deixada por Lucio Costa em 1956 quando fixou com uma cruz o encontro do Eixo Monumental com o Eixo Rodoviário onde começam tanto a nova cidade como todo um processo que resultou em profunda transformação da região Centro-Oeste do país.

 

Com fotografias transpostas para uma superfície de concreto, o Reynaldo Candia sobrepõe frases célebres que poderiam servir como uma segunda legenda, como em “Candangos construção”. O políptico, também Candangos, manipula pontos de vista lançados sobre a monumental escultura de Bruno Giorgi e o mesmo título se repete em um objeto, encapsulado por acrílico onde o livro Candangos é perfurado e nos orifícios são inseridos retratos de trabalhadores impressos em vermelho. Já em “Antes”, antes, uma fotografia é perfurada por círculos que funcionam como molduras para outras imagens com detalhes arquitetônicos da cidade.

 

A grande “Terra vermelha” exibe um mapa do Brasil, executado com terra extraída do solo da cidade e posto em posição invertida, o que provoca um certo desconforto no olhar e sugere questionamentos. Duas obras que retratam a ausência e a incompletude – Aqui não tem sudeste nem sul e “Pau-brasil” – representam o mapa do Brasil por meio da união de técnicas de pintura agregada à apropriação de objetos. Enquanto a tela em óleo, “Aqui não tem sudeste nem sul”, é formada por um fragmento do mapa com as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, “Pau-brasil” é um trabalho tridimensional com uma prancha da madeira título perpendicular à parede como suporte às capas de livros de história sobre as quais está pintado o mapa brasileiro. “São obras que tratam do esvaziamento da historiografia oficial e da necessidade de reescritura da história, em observância ao narrar do vencido e não do vencedor, como é habitual”, diz Divino Sobral.

 

“Viramundo”, oferece um mapa onde tanto a região Nordeste como a palavra do título surgem pintados com a mistura de cimento, pigmento e tinta acrílica aplicada sobre um suporte de madeira. Para História, com exemplares da enciclopédia Delta dedicados à história geral ou à história do Brasil, uma intervenção de recortes redondos escavados nas capas e nos miolos dos livros, resultam em uma movimentação visual sugerindo acesso ao conteúdo a partir de pontos pré-definidos. “Lacre” e “Torre” são trabalhos que possuem livros vedados no interior de placas de concreto simbolizando as ideias que havia no período da ditadura. Já em “Memória” reúne um grupo de livros didáticos que funcionam como base de sustentação do mastro que ergue a bandeira nacional, confeccionada em feltro com cores acinzentadas “(….) as obras de Reynaldo Candia têm a ousadia de firmar posição de crítica ao fascismo e ao conservadorismo, e de fazer compromisso com a defesa dos valores que garantem a liberdade política, o futuro da juventude e o crescimento da justiça social do País”.

 

Divino Sobral

 

Até 13 de agosto.

 

Telefone: (11) 3816.2404

 

Horários: de segunda a sexta-feira, das 10h às 19hs; sábado das 11 às 15hs

 

Número de obras: 35

 

Técnica: pintura, colagem, corte, serralheria, alvenaria, costura, instalação

 

Dimensões: de 30 x 20 cm a 3

Esculturas em escala humana

 

 

A exposição individual de Katia Politzer, Galerias A e I – 3º andar, no Centro Cultural Correios RJ, apresenta esculturas em escala humana, além de grandes instalações. A exposição “Triagem” é uma antropogonia, criação de figuras com algumas características humanas e histórias imaginárias, tendo o retrato e a cabeça como categorias da imagem. Aqui o que interessa à artista é o debate atual em torno de grupamentos humanos, envolvendo basicamente quatro vetores: movimentos identitários, multiculturalismo, migrações e xenofobia, dados em termos abstratos, refutando quaisquer sintomas de uma politicidade não-artística.

 

Com esta proposta, Katia Politzer apresenta sua exibição individual a partir do dia 21 de julho. Ocupando as Galerias A e I no 3º andar, a exposição consiste de instalações (“Sitiação”, “Captura”, “Motinada”, “Rasto” e “Banquete dos Excluídos”) e esculturas (“Saga”, “Fortuna” e  “Matroca”), inéditas, realizadas a partir de 2020. Materialmente híbridas, (cerâmica, vidro, ferro, tecido, cimento, silicone e poliestireno), variam do pequeno ao grande formato, com peças moldadas em escala humana, utilizando seu próprio corpo ou de modelos. As cabeças, rostos, máscaras e transfigurações de corpos às vezes perdem a configuração humana arquétipa, e se tornam disformes ou desconstruídos, podendo revelar processos psíquicos internos ou talvez anunciando o pós-humano do fim do Antropoceno.

 

“Triagem é o processo de separação que determina prioridades. Desde o século X, a sociedade contemporânea vem sofrendo grandes mudanças na sua estrutura, fragmentando paisagens culturais de classe, gênero, sexualidade, etnia, idade e nacionalidade, levando a crises e à violência gerada pela intolerância à Diversidade. E também a crises de Identidade, embora a escala do mundo não seja mais a do sujeito individual, mas do coletivo. Reconheço que como mulher branca idosa privilegiada muitas vezes não tenho lugar de fala. Mas, sem tirar o protagonismo de quem tem, me posiciono num mundo contemporâneo em constante mutação, com visão crítica contra qualquer tipo de injustiça e segregação social”, diz Katia Politzer, levantando algumas questões. “Que mudanças estão acontecendo em quem procura por si?  Como incluir na comunidade humana diferentes rostos, corpos, desejos e histórias singulares, muitas vezes condenados à invisibilidade, à inexistência estética e política?”, questiona ela.

 

Sobre a artista

 

Katia Politzer é artista visual, tendo participado de cursos livres de arte contemporânea nos Estados Unidos e no Rio de Janeiro (Escola de Artes Visuais do Parque Lage e Escola Sem Sitio – com Celeida Tostes, Lelia Gonzalez, David Cury, Efrain Almeida, Franz Manata, Alexandre Sá e Marcelo Campos). É graduada em Artes pela EBA/UFRJ. O trabalho de Katia Politzer se desenvolve em projetos. Dependendo da base conceitual, podem ser desenho, pintura, escultura ou instalação, em formatos do pequeno ao grande, e com variadas relações com a História da Arte. A partir de objetos do cotidiano, investiga questões da memória e das relações pessoais – do afeto à exclusão. Na Escultura de materiais inorgânicos (vidro, cerâmica, tecido) e orgânicos (pão) pesquisa processos de transformação natural pelo fogo, ar e tempo – ou determinados pelo homem, com foco em estados de interseção e ambivalência. A descriminalização de repertórios marginalizados ou negligenciados culturalmente é grande parte de pesquisas recentes da artista, todas de linhagem neo-expressionista. Do debate acerca da orientação sexual à identidade de gênero – passando pelas formas de segregação social lastreadas na cor, idade, etnia, religião – tudo lhe interessa. Artistas como o brasileiro Tunga, o alemão Thomas Schutte, a americana Christina Bothwell e a francesa Louise Bourgeois são referências diretas às noções de Arte que manipula. Vive e trabalha no Rio de Janeiro.

 

Até 03 de setembro.

 

 

Diálogo espacial no MON

15/jul

 

 

O MON, Curitiba, PR, promove a exposição coletiva “Ópera Citoplasmática”, com a participação de vinte três artistas e cerca de setenta obras, ocupando o espaço do Olho. A curadoria é de Diego Mauro e Luana Fortes. A curadoria adjunta e concepção é de João GG.

 

“Ópera Citoplasmática” propõe um diálogo com o próprio espaço expositivo do Olho, fazendo com que a sua especificidade arquitetônica participe do projeto. A luminosidade controlada do local possibilita um desenho expográfico e uma ambientação experimental, incorporando a curvatura do teto e o vidro escuro das janelas imensas como elementos importantes.

 

A seleção dos artistas considerou a multiplicidade de linguagens, que inclui desde as mais tradicionais pintura e escultura, passando por instalações, vídeos, projeções de texto, intervenções sonoras feitas especialmente para a exposição e interferências espaciais.

 

Os participantes são Boto, Darks Miranda, Fernanda Galvão, Gabriel Pessoto, Giulia Puntel, Hugo Mendes, Iagor Peres, Ilê Sartuzi, Janaína Wagner, João GG, Juan Parada, Juliana Cerqueira Leite, Luiz Roque, Mariana Manhães, Marina Weffort, Maya Weishof, Miguel Bakun, Motta & Lima, Paola Ribeiro, Rafael RG, Renato Pera, Rodrigo Evangelista e Wisrah Villefort.