Hugo França, galeria em Trancoso

13/jul

 

 

Criada para receber exposições contemporâneas e de design, Galeria Hugo França, Trancoso, Bahia, será inaugurada no dia 15 de julho com mostra de obras inéditas do artista.

 

 

Ocupando 300 metros quadrados, em meio à Mata Atlântica, para viver, respirar e inspirar arte.  Hugo França abre suas portas recebendo a exposição “A escultura e o mobiliário na produção de Hugo França”, onde dezenas de obras, com muitos pontos que as diferem, dialogam e refletem pontos divergentes e convergentes, sempre com a natureza viva como ponto de união.

 

 

O projeto é grandioso, como as obras do artista, e tem planos ainda maiores para o futuro. A Galeria Hugo França começou a sair do papel no último ano, quando a usual ponte aérea São Paulo-Trancoso deixou de ser parte da rotina e levou o artista a fazer do destino baiano sua morada. Quase como uma atividade terapêutica, a calmaria dos dias ensolarados ganhou agito com a idealização, detalhamentos e construção do espaço.

 

 

Instalado a 10 km do Quadrado, conhecido ponto da região, em uma área de 50 mil metros quadrados, dos quais 20 mil são de pura Mata Atlântica, a localização faz da visita à galeria um verdadeiro circuito turístico, já que fica situada exatamente entre Trancoso, Caraíva e Porto Seguro.

 

 

O projeto, concebido por Hugo França, foi pensado com estética brutalista e formas geométricas para estabelecer um pano de fundo, tanto para a área externa que é cercada por uma vegetação exuberante, como para garantir a neutralidade da área interna. Com pé direito de 9 metros, o local traz grandes vãos abertos, onde luz, ventilação e natureza interagem. Mas os planos vão ainda mais longe. Além de um formato independente de parcerias com outras galerias para receber mostras e artistas, futuramente, serão construídos chalés que servirão de abrigo para residências artísticas, tornando a Galeria Hugo França um hub de criação, arte e autoconhecimento. Algumas fronteiras separam. Outras funcionam como um diálogo que provoca uma reflexão sobre os dois lados. Em muitos casos, elas despertam o interesse pela busca por um ponto em comum e acabam evidenciando diferenças e similaridades que transformam muros em linhas tênues. Em meio às formas, utilidades claras e inutilidades propositais, a mostra é um convite ao diálogo.

 

 

A palavra do artista

 

 

Mais do que um local de exposição, idealizei a galeria como um convite para uma experiência de arte. De um lado, as obras, de outro, a natureza que tanto me inspira. Também é possível fazer uma visita ao meu atelier e acompanhar parte do processo de criação, além de conhecer o local onde ficam as madeiras com as quais trabalho, verdadeiras relíquias que resgatamos com muito respeito e cuidado. Essa exposição é uma oportunidade de colocar as pessoas frente a frente com esses dois universos criativos que estão muito presentes nas minhas obras. A funcionalidade de uma peça a torna um mobiliário, mas não a impede de protagonizar um ambiente com seu apelo escultórico. Uma escultura, aparentemente, não tem função, mas seria muita injustiça fazer essa afirmação, já que faz total diferença em uma ambientação.

 

 

Sobre o artista

 

 

Hugo França nasceu em Porto Alegre, RS, em 1954. Em busca de uma vida mais próxima da natureza, mudou-se para Trancoso, na Bahia, no início da década de 1980, onde viveu por 15 anos. Lá, percebeu o grau de desperdício na extração e uso da madeira, vivência que pautou seu trabalho. Artista muito requisitado, suas esculturas constam no acervo de grandes museus nacionais e internacionais.

 

 

Sobre a Exposição “A escultura e o mobiliário na produção de Hugo França”

 

 

A inauguração da Galeria Hugo França e a visitação à exposição “A escultura e o mobiliário na produção de Hugo França” respeitarão as normas sanitárias e poderão ser feitas de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. Em julho, mês inaugural, as visitas também poderão ser conduzidas pelo próprio Hugo França, mediante agendamento.

 

O Círculo e seus Significados

09/jul

 

 

Ecila Huste apresenta nova exposição, a partir de 15 de julho, na Sala Redonda do terceiro andar do Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ. Ao receber o convite para expor nesta sala, a artista, que é representada pela Duetto Arts New York, resolveu criar um site specific, um painel feito de tiras de tecido de várias cores, previamente grafitadas e trançadas, formando uma pintura com relevo que vai abraçar o diâmetro do espaço e tem cerca de vinte metros de comprimento.

 

 

“É muito instigante criar uma obra para uma sala circular”, diz Ecila, “pois o círculo é uma forma geométrica muito bonita e, além de representar a unidade, é também símbolo de perfeição, inteireza, completude, a totalidade, o infinito.  Essa forma sempre existiu na natureza e está presente no miolo de uma flor, nos ninhos dos pássaros, em algumas espécies de frutos, na concha de um caracol, na íris dos olhos e também em cada movimento cíclico, como as estações do ano e o movimento do sol e da lua”.

 

 

Ecila Huste vem desenvolvendo há vários anos um trabalho de pintura que ela chama de entrelaçamento – de cores, de formas, de fios, de gestos e de percursos.  Dentro deste conceito da não separação, que é milenar, tudo no universo está interligado, formando uma unidade.

 

 

A palavra do curador Ruy Sampaio

 

 

Sabem todos que, nas culturas orientais, as mandalas apontam para a perfeição, seja na tese do Eterno Retorno, do Vedanta, seja na diluição dos pares de opostos, que levaria ao sartori, dos budistas. Portanto, não é somente a bem achada maneira de vencer o desafio de um espaço circular pré-existente que leva Ecila Huste a conformar a ele esses relevos que agora o preenchem – a opção pelo círculo aqui diz mais. Ela o faz sob uma exigência estética irretocável, mas atenta a um rico feixe de significados que, histórica e antropologicamente, perpassam aquela metáfora milenar. E aqui transparece a Ecila também psicóloga de profissão. Ao vir da pintura plana para o universo tridimensional do relevo a artista guarda todos os valores de um desenho limpo e refinado que um dos seus mestres – ninguém menos que Aluisio Carvão – um dia chamou de precioso. Por entre suas tramas as cores amorosamente se enlaçam como aquelas do poema de Drummond, na continuidade fluente de um cromatismo único que já dantes nos seduzia em suas telas.  Deliberadamente os fios que enfeixam os diversos momentos dessa pintura tão integradamente objetual permanecem aparentes como se a artista os quisesse um testemunho da elaborada manualidade de sua artesania.

 

 

O processo de criação 

 

 

A princípio, Ecila Huste começou trabalhando com guache. Depois veio a aquarela, mais tarde a tinta acrílica, técnica mais explorada ultimamente. Ecila sempre foi atraída pelos grandes espaços, o que acabou influenciando o tamanho das telas, que foi pouco a pouco aumentando, até chegar a uma obra de dez metros de comprimento por um metro e sessenta de largura. Em sua pintura as cores e formas se entrelaçam o tempo todo, como uma teia, por toda a extensão de suas obras. O trabalho final é quase sempre exuberante em cor e tem um grau de movimentação incessante.

 

 

Sobre a artista

 

 

Artista visual carioca, Ecila Huste atua no campo das artes plásticas desde 1981. Sua formação artística passa pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), Museu de Arte Moderna (MAM) e Centro de Arte Contemporânea, no Rio de Janeiro, Brasil. Participou de inúmeras exposições no Brasil e no exterior, com destaque para individuais realizadas no Centro Cultural Correios (2018), Casa de Cultura Laura Alvim (RJ-2003), Museu Nacional de Belas Artes (RJ-1997), Centro Cultural Candido Mendes (RJ-1994), Centro Cultural CEMIG (MG-1994), Universidade Federal de Viçosa (MG-1994), Museu do Telefone (RJ-1993), Palácio Barriga Verde (SC-1993), Sala Miguel Bakun (PR-1992) e Espaço Cultural Petrobrás (RJ-1985). Ecila Huste é artista da Duetto Arts New York e faz parte do coletivo Zagut no Rio de Janeiro. Trabalha com pintura, fotos, objetos e gravura digital. A artista trabalha e reside no Rio de Janeiro.

 

 

Até 28 de agosto.

 

Emanoel Araújo em Curitiba

01/jul

 

 

 “Construção Simbólica” é a primeira grande mostra de Emanoel Araújo na Simões de Assis em Curitiba, PR. A exposição tem início ainda do lado de fora, na fachada da galeria – é impossível não arrebatar-se com a escultura sem título que abre a mostra como uma espécie de ponte entre a rua e o espaço expositivo, revelando a dimensão pública e monumental da obra do artista. Essa monumentalidade, aliás, se reitera de imediato na primeira sala: ao adentrá-la, deparamo-nos com trabalhos que residem numa escala mais imponente – ainda que, de maneira muito singular e paradoxal, também relacionem-se com nossa escala de corpo, afirma Julia Lima.

 

 

Até 28 de agosto.

 

Esperança

29/jun

 

O Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS/SP, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, exibe até 22 de agosto, “Esperança”, mostra coletiva sob curadoria de Simon Watson, composta por trabalhos dos artistas contemporâneos Ana Júlia Vilela, Andrey Rossi, Desali, Enivo, João Trevisan, Leandro Júnior, Lidia Lisbôa, Mag Magrela, Moisés Patrício, Paulo Nazareth, Thiago Rocha Pitta, Yasmin Guimarães, onde cada obra é acompanhada de um texto crítico assinado por curadores convidados Thierry Freitas, Márcio Harum, Fernando Mota, Carlo McCormick, André Vechi, Jackson Gleize, Mirella Maria, Gabriela Longman, Guilherme Teixeira, Janaina Barros,  Ulisses Carrilho e Carollina Lauriano.

 

O segundo evento do Projeto LUZ Contemporânea, Esperança, traz a sensação de acolhimento, do olhar para frente, do ser bem-vindo. “Vista pelas lentes de diversas práticas artísticas contemporâneas, Esperança é uma observação curatorial caleidoscópica buscando resposta aos 18 meses de pandemia. Para muitos de nós, o ano passado pareceu se arrastar, de forma lenta e dolorosa. Foi um tempo de espera e esperança, um tempo de autorreflexão. Um período que despertou consciências, tanto pessoais como coletivas, em resposta a uma crise global de saúde; como cada um de nós se relaciona com o outro e como compartilhamos nossa saúde coletiva”, explica o curador Simon Watson. Como mote para exposição, um dos conceitos que interligam os trabalhos são as múltiplas formas pelas quais as mãos e corpos dos artistas se fazem presentes na criação dessas obras de arte. “Ao reafirmar sua presença, esses artistas confirmam nossa existência como humanos e, com a presença de sua mão somos lembrados de nossa impermanência, da fragilidade de nossas vidas. E por serem obras de arte, possuem uma permanência no registro de nosso tempo. Na presença da mão do artista, encontramos sinais pessoais de propósito, determinação e esperança”, conclui o curador.

 

 

Como um presente adicional ao público, Simon Watson convidou críticos e curadores do circuito cultural para escreverem sobre as obras exibidas por cada um dos artistas participantes: “como um estrangeiro engajado e apaixonado pela cena cultural brasileira contemporânea, estou muito impressionado com a nova onda de curadores e críticos de arte brasileiros que, por conta própria, estão forjando uma nova versão da história da arte, vista por meio de perspectivas novas e variadas. Fazendo perguntas provocativas sobre quem está faltando e porque, sua investigação enérgica está provocando e apoiando artistas e diversas práticas artísticas. Meu interesse por esta nova onda levou-me a convidar profissionais das artes para fazerem ensaios para cada um dos 12 artistas de Esperança”.

 

 

Os 54 trabalhos – bidimensionais, tridimensionais, tecnológicos – de Esperança, que abrangem técnicas diversas como aquarelas, pinturas, grafitti, esculturas, fotografias e vídeo performances, estão dispostos na sala de exposições temporárias do MAS/SP bem como em seu jardim interno – Jardim do Claustro – como um brinde de formas, cores e convite a estar perto.

 

 

Os trabalhos de Andrey Rossi sugerem uma meditação tranquila em uma enfermaria de hospital fictício. Os desenhos são altamente detalhados e formam a base de um ciclo contínuo de pinturas que, por mais que pareça um assunto sombrio, são estranhamente sedutoras e transmite uma mensagem poderosa e agem como meditação e celebração do impulso humano para superar a tragédia e descobrir a vida no mais improvável dos lugares. Desdobrando materiais primordiais está Leandro Júnior cujas pinturas figurativas de argila líquida se inspiram na cultura do vale do Jequitinhonha onde cresceu e no material com que pinta. Seus retratos invocam pungência e tristeza, bem como sentimentos de empoderamento, pois as figuras parecem estar contemplando a luz de um dia de céu azul.

 

 

Muito parecido com um oratório contemporâneo, Desali faz acrílicos em escala íntima pintados em pedaços de madeira de descarte. São atos de meditação pessoal, um reflexo do sofrimento cotidiano, frequentemente impregnado pela presença de luz natural e céus radiantes. Temas do cosmos podem ser claramente sentidos nas pinturas terrestres e paisagísticas de Yasmin Guimarães. Em pequena escala, examinando detalhes aparentemente microscópicos ou em telas maiores e robustas, ela é um mundo de magia e maravilhas no mundo natural. Moisés Patrício se apresenta com uma pintura em grandes dimensões que retrata uma mulher negra vestida de branco em um ritual performativo de nascimento e renascimento. Um momento comovente e comemorativo.

 

 

Esperança apresenta três murais site specific nas paredes do museu. Dois dos murais estão nas extremidades da sala expositiva. De um lado, uma figura feminina pintada por Mag Magrela e do outro, uma figura xamã masculina pintada por Enivo. Mag Magrela se inspira no tumulto das imagens urbanas e na mistura das culturas brasileiras. A imagem retrata um mundo de gigantes gentis, mulheres que são poderosas e dominadoras, mas ainda mantêm uma intimidade vulnerável em seus olhos, bem como em sua postura. Enivo está presente na cena mural de rua de São Paulo, e se tornou conhecido por suas pinturas de prática de estúdio “alienígenas futuristas”, que nesta exposição vê a união dos dois, uma enorme pintura mural de uma figura futurista semelhante a um xamã de otimismo e esperança instalada com um agrupamento de pinturas de resina.

 

 

Ana Júlia Vilela cria um terceiro mural no centro da sala expositiva onde combina intervenção direta na parede e um aglomerado de telas. Ela brinca com o espectador, revelando apenas alguns fios de investigação pictórica, todos interrompidos por fragmentos de texto que lembram um tweet ou a troca casual de uma breve conversa.

 

 

O tema do fogo e da ressurreição ígnea tem sido um elemento recorrente na ampla prática de Thiago Rocha Pitta. Suas aquarelas sugerem um mundo mítico e ardente equilibrado entre o apocalíptico e o alucinógeno. Igualmente alucinógena é uma performance de Lidia Lisbôa. Suas esculturas do Casulo são uma versão suave de sua mediação ao longo da vida sobre o tema dos formigueiros encontrados em todo o Brasil. A exposição inclui a vídeo-performance Alvorecer.

 

 

O tema abrangente da exposição é retratado de forma mais vívida no vídeo performático “Cuando tengo comida en mis manos” de Paulo Nazareth. Situado contra um céu azul claro, ele lembra São Francisco como a ação de mãos erguidas com comida e pássaros se precipitando e se alimentando parece tão generoso, tão frágil e tão importante.

 

 

Esperança finaliza no pátio interno com uma escultura em madeira de sete partes de dormentes criada por João Trevisan. A obra convida o espectador a sentar-se e, ao fazer isso, você se torna primeiro consciente da arquitetura e, então, totalmente ciente da existência do céu.

 

 

Sobre o curador

 

 

Simon Watson – Nascido no Canadá e criado entre Inglaterra e Estados Unidos, Simon Watson é curador independente e especialista em eventos culturais baseado em Nova York e São Paulo. Um veterano com trinta e cinco anos de experiência na cena cultural de três continentes, Watson concebeu e assinou a curadoria de mais de 250 exposições de arte para galerias e museus, e coordenou programas de consultoria em colecionismo de arte para inúmeros clientes institucionais e particulares.

 

Mostra inédita e eclética de doações

25/jun

 

 

Entrou em cartaz e permanecendo até 20 de agosto na Pinacoteca Aldo Locatelli, Paço dos Açorianos, Porto Alegre, RS, a exposição “A Arte Pode Ser Eu?”. A mostra exibe o conjunto de obras doadas pelo advogado, executivo, gestor e colecionador Luiz Inácio Franco de Medeiros para a Pinacoteca Aldo Locatelli.

 

 

Destaca-se a variedade de estilos do conjunto, que entre 2015 e 2020, o colecionador generosamente repassou para o acervo da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. A mostra reúne nove gravuras, três desenhos, duas pinturas, duas esculturas e uma tapeçaria. Obras assinadas por artistas brasileiros, argentinos, poloneses, japoneses, franceses e por um húngaro naturalizado americano.

 

O colecionador manteve interesse em diferentes linguagens, estilos, técnicas e temáticas. Seu olhar apurado apreendeu novas informações estéticas e as trouxe à cidade natal, sem nunca descuidar do que era produzido em Porto Alegre, onde permaneceu até o final de sua vida. Datadas do século XIX até 2003, as obras transitam do figurativo de matriz expressionista, como a pintura de Magliani ou o desenho de Babinski, até peças abstratas, como a litogravura de Tadeusz Lapinski ou a tapeçaria de Carla Obino, além  de desenho de Roth e uma pintura de Farnese de Andrade. A escultura, que representa um modelo feminino, de autoria de Nico Rocha coabitou o apartamento de Luiz Inácio Franco de Medeiros com a peça abstrato-geométrica de Ladislas Segy, de modo que não é possível identificar um gosto específico ou predileção formal nas escolhas do colecionador.

 

 

O conjunto aponta o trajeto de um personagem fundamental para a compreensão do sistema de arte em Porto Alegre nas últimas décadas que, informado pelas mais diversas tendências internacionais, não perdeu a conexão com os novos artistas gaúchos, os quais estimulava através de suas múltiplas aquisições.

 

 

O porto-alegrense Luiz Inácio Franco de Medeiros (1943 -2021) foi um homem que imprimiu a sua marca onde atuou, seja no meio empresarial ou cultural. Tornou-se conhecido por gestões decisivas e inovadoras como diretor do Museu de Arte do Rio Grande do Sul e, posteriormente, do Museu Júlio de Castilhos. Sua atuação foi fundamental para a consolidação do campo museológico do Rio Grande do Sul, sendo o primeiro museólogo registrado no Conselho Regional de Museologia e, também, o primeiro presidente. Foi agraciado em 2010 com a Medalha do Mérito Museológico pelo Conselho Federal de Museologia. Como diretor do MARGS (1975 – 1979) foi o responsável pela transferência do museu para a atual sede na Praça da Alfândega; modernizando a sua organização, adaptando tecnicamente o prédio histórico para as novas funções e promovendo projetos que levaram a arte ao público em geral, com o museu indo até às escolas, fábricas, ao Presídio Central e ao Hospital Psiquiátrico São Pedro. No Museu Júlio de Castilhos entre 1983 e 1987, deu início às obras que ampliaram o espaço físico da instituição, levou o museu ao encontro do público através de passeios culturais no centro histórico de Porto Alegre, criou o laboratório de conservação e restauro e criação da Associação de Amigos. Foi um dos grandes doadores de obras para o Museu Júlio de Castilhos e, também, para a Pinacoteca Aldo Locatelli, (chegando a quase 20 obras). Em 2016 participou ativamente da fundação da Associação de Amigos das Pinacotecas de Porto Alegre – AAPIPA, sendo conselheiro da entidade por duas gestões.

 

Comemoração

22/jun

 

 

 

A galeria Simone Cadinelli Arte Contemporânea, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, inaugura dia 23 de junho, a exposição “Modo Contínuo”, em comemoração aos seus três anos de atividades.

 

A mostra apresenta uma seleção de 35 obras inéditas e emblemáticas – em vídeo, pintura, escultura, fotografia, objeto, e instalação – dos artistas Claudio Tobinaga, Gabriela Noujaim, Isabela Sá Roriz, Jeane Terra, Jimson Vilela, Leandra Espírito Santo, Pedro Carneiro, PV Dias, Roberta Carvalho e Virgínia Di Lauro, representados pela galeria.

 

 

A exposição permancerá em cartaz até 27 de agosto.

 

 

A visitação é por agendamento prévio, pelos telefones+55 21 3496-6821 e +55 21 99842-1323 (WhatsApp).

 

 

MON realiza exposição do premiado artista Schwanke 

21/jun

 

 

O Museu Oscar Niemeyer, MON, Curitiba, Paraná, apresenta a exposição “Schwanke, uma Poética Labiríntica”, uma retrospectiva de Luiz Henrique Schwanke (1951-1992), desde a década de 1970 até as últimas produções, num total de mais de 150 obras, sendo boa parte inédita. A curadoria é de Maria José Justino.

 

 

“Ao realizar a exposição, que é inédita e foi idealizada especialmente para o espaço do Olho, o MON reverencia esse artista pesquisador tão importante que, com seu trabalho, explorou magistralmente as mais diversas linguagens, o que faz com que sua obra permaneça tão atual”, afirma a diretora-presidente do Museu, Juliana Vosnika. “Ao visitar a mostra, o público terá a oportunidade de encontrar um conjunto de obras múltiplas que permitem não apenas contemplar, mas que instigam”, comenta.

 

 

“Trata-se de uma retrospectiva de toda a produção de Schwanke desde 1976, percorrendo experiências múltiplas. Mais de 70% das obras apresentadas são inéditas, pertencentes ao acervo da família e de colecionadores”, explica Juliana.

 

 

A superintendente-geral de Cultura do Paraná, Luciana Casagrande Pereira, destaca a onipresença do artista no cenário das artes entre as décadas de 1970 e 1990. “Com a exposição em seu mais icônico espaço expositivo, o MON reconhece a importância desse profícuo e premiado artista, que viveu alguns anos em Curitiba, cidade que certamente o inspirou”, afirma Luciana.

 

 

O premiado artista tem em sua obra a singularidade de permitir diferentes abordagens e se estender por variadas formas, o que inclui desenhos, pinturas, livros, objetos, esculturas e instalações, num conjunto complexo e surpreendente.

 

 

“A obra de Schwanke é um campo de inquietação e desassossego e se constitui em um verdadeiro labirinto”, diz a curadora Maria José Justino. “Entrar em sua obra é um convite a percorrer caminhos que oferecem diversas linguagens e, quando acreditamos encontrar a saída, não passa de novas sendas para outras rotas, outras paragens e novos sentidos”, afirma.

 

 

A exposição “Schwanke, uma Poética Labiríntica”, realizada pelo MON, conta com o apoio do Instituto Luiz Henrique Schwanke.

 

 

Linguagem abstrata

18/jun

 

 

 

Em homenagem aos 70 anos da I Bienal Internacional de São Paulo, evento artístico significativo como a Bienal de Veneza e a Documenta de Kassel, e, decisivo, como principal ponto de conexão da arte brasileira com a internacional, a Pinakotheke, Morumbi, São Paulo, SP, faz um recorte específico sobre o movimento da abstração no Brasil.

 

 

A exposição destaca artistas exponenciais que obtiveram relevância no país e no exterior como Antonio Bandeira, Bruno Giorgi, Iberê Camargo, Ivan Serpa, Jorge Guinle, Manabu Mabe, Maria Polo, Samson Flexor, Tomie Ohtake, Wega Nery e Yolanda Mohaly.

 

 

“Em geral, entende-se como abstração toda atitude mental que se afasta ou prescinde do mundo objetivo e de seus múltiplos aspectos. Refere-se, por extensão, no que tange à obra de arte e ao processo de criação, suas motivações e origens, a toda forma de expressão que se afasta da imagem figurativa”, assinala Luiz Fernando Marcondes, in “Dicionário de Termos Artísticos”, Ed. Pinakotheke, RJ, 1998.

 

 

Antes da I Bienal, a abstração já se instalara no Brasil e a tendência na busca de formas abstratas mostrou-se  definitiva. Em 1945, ocorreu a “II Exposição Francesa” em São Paulo, mostrando um novo tipo de procedimento artístico. Em 1946 Samson Flexor instala-se na cidade e mantém intensa atividade didática e, em 1951, organiza o “Atelier Abstração”. Em 1948, Jorge Romero Brest profere seis conferências sobre as tendências contemporâneas da arte, com foco na arte abstrata. Em 1949, Bandeira desponta em Paris; o MAM-SP é inaugurado com a exposição “Do Figurativismo ao Abstracionismo”, tendência à qual estava filiado Leon Degand, primeiro diretor do MAM-SP e Waldemar Cordeiro cria o “Art Club”, para promover o intercâmbio internacional de arte. Em 1950 o MASP faz uma grande exposição de Max Bill, importante personagem na corrente abstrata.

 

 

A crítica de arte Lisbeth Rebolo Gonçalves ao observar as primeiras exposições da Bienal de São Paulo, comentou: “… a V Bienal significou a culminância de aceitação, tanto por parte dos artistas como dos críticos componentes dos júris de seleção, da abstração como a palavra de ordem internacional”

 

 

Apresentada na Pinakotheke São Paulo durante a SP-Arte 2021, a exposição ficará em cartaz até o dia 25 de Julho.

 

 

Planeje sua visita:

Pinakotheke São Paulo

Rua Ministro Nelson Hungria 200 | Morumbi São Paulo

11-3758-5202 – contato@pinakotheke.com.br

 

Visitas guiadas

09/jun

A Bergamin & Gomide, Jardins, São Paulo, SP, convida para visitas guiadas ás exposições individuais de Marcelo Cipis e José Resende, como parte da Gallery Week da SP-Arte 2021.

 

 

As visitas com os artistas acontecerão no dia 10 de junho, às 14h30 e 15h30, respectivamente, com capacidade máxima de 15 pessoas.

 

 

Para se inscrever, entrar em contato através do email contato@bergamingomide.com.br

 

 

Leda Catunda na Paulo Darzé

25/maio

 

 

“Outono” é a mais nova exposição de trabalhos inéditos, de Leda Catunda na Paulo Darzé Galeria, Salvador, Bahia com temporada até o final de junho. Mostra presencial e virtual reúne trabalhos criados entre 2020 e 2021. Para o artista e professor da Escola de Belas Artes da UFBA, Ricardo Bezerra, no texto escrito especialmente para o livro-catálogo, “…a exposição Outono deve nos motivar a refletir sobre a construção do nosso olhar, procurar anular nossa referência para que possamos olhar as coisas como se fossem a primeira vez. Devemos buscar em nós aqueles “olhos de criança” que Henri Matisse nos convidou a olhar a vida para, quem sabe, construir uma nova imagem do mesmo mundo que supomos ser conhecido por nós. Toda arte é uma criação, um fazer surgir algo nunca visto. As obras dessa exposição nascem de um grande desprendimento, uma maturidade artística e uma liberdade invejável. Como liberdade, não é satisfatoriamente explicável, porque deixa de ser liberdade quando explicada”.