Carla Chaim na Athena Contemporânea

14/nov

A galeria Athena Contemporânea, Copacabana, Shopping Cassino Atlântico, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a partir do dia 21 de novembro, a exposição “Carla Chaim – óleo fita carbono”, com obras inéditas, pensadas especialmente para esta mostra, a partir do espaço da galeria. As obras buscam ultrapassar os limites da concepção tradicional de desenho, explorando-o não como traço, mas como pensamento. Será apresentada uma videoinstalação, composta de dois vídeos, na qual a artista usa o próprio corpo como ferramenta para o desenho, explorando o espaço expositivo da galeria. Serão apresentados, ainda, desenhos-objetos, feitos em papel-carbono a partir da arquitetura do espaço.

 

A ideia da exposição parte de uma pesquisa da artista, iniciada em 2015, usando espaço como matéria-prima para as obras. A planta da galeria chamou a atenção de Carla Chaim por ter a forma de U, com dois lados separados e iguais no tamanho. A partir disso, ela criou as obras da exposição. Os desenhos-objetos, intitulados “Desenhos falsos”, foram feitos com várias camadas de papéis-carbono recortados nesse formato. “Penso o desenho não como linha, mas como forma, como pensamento. É o mesmo processo do desenho, é um esboço, um exercício de pensamento”, afirma a artista.

 

“Trata-se de uma exposição basicamente em preto-e-branco e que se utiliza de uma das linguagens mais tradicionais da história da arte, porém de uma maneira mais experimental onde noções de controle e acaso se chocam”, diz o curador Raphael Fonseca.

 

Para a videoinstalação, ela percorreu todo o espaço da galeria, com um bastão oleoso na mão, riscando as paredes por onde passava, fazendo com o seu próprio corpo o desenho do U. Em cada uma das salas havia uma câmera registrando a ação. O desenho foi apagado em seguida e na mostra será apresentado apenas o registro em vídeo. Os filmes das duas salas serão colocados “um de costas para o outro”. Para vê-los, será necessário circular as imagens, fazendo também um movimento com o corpo, assim como o que foi feito pela artista. “O espectador tem parte no trabalho, dando a volta nas projeções para compreender o todo. É um labirinto cíclico”, diz a artista.

 

Mais do que um suporte para o desenvolvimento de uma ideia, ou um esboço inicial de um trabalho a ser criado, o desenho na obra de Carla Chaim aparece essencialmente como um vestígio da ação de um corpo em um determinado suporte, um rastro de sua presença ou mesmo o remanescente sinal de um gesto. A artista usa o próprio corpo como uma ferramenta de trabalho, pensando-o também como um lugar de discussão conceitual, explorando seus limites físicos e sociais. “Uso o espaço e o movimento do corpo para imprimir um desenho, que é o próprio movimento em si”, ressalta Carla Chaim, que diz que os trabalhos não tentam criar narrativas ou contar histórias, eles são o próprio fazer. “O mais importante é o processo, os trabalhos não são pensados para ter uma forma final, isso vai depender do processo de execução”.

 

 

Sobre a artista

 

Carla Chaim (São Paulo, 1983. Vive e trabalha em São Paulo). Graduada em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP (2004), onde também fez pós-graduação em História da Arte (2007). Carla participou de diversas residências artísticas, entre elas Arteles, Finlândia (2013) e The Banff Centre for the Arts, Canadá, (2010). Dentre suas exposições individuais mais recentes estão “White Flag”, este ano, no LambArts, em Londres; “Objetos notáveis”, na Galeria do Lago, Museu da República, no Rio de Janeiro; “Colapso de Onda”, no CCBB Rio de Janeiro, entre outras. Seu trabalho foi apresentado em exposições coletivas incluindo: Frucht & Faulheit, Lothringer13 Halle, Munique, Alemanha; CODE, Osnova Gallery, Moscou, Rússia (2017); Ao Amor do Público I, Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de Janeiro, Brasil (2016); Film Sector, Art Basel, Miami, EUA (2015); Ichariba Chode, Plaza North Gallery, Saitama, Japão (2015); Impulse, Reason, Sense, Conflict, Cisneros Fontanals Art Foundation – CIFO, Miami, USA (2014). Carla Chaim recebeu diversos prêmios, como CCBB Contemporâneo, Prêmio FOCO Bradesco ArtRio, Prêmio Funarte de Arte Contemporânea e Prêmio Energias na Arte. Em 2016, Carla foi nomeada para o Future Generation Art Prize, onde em 2017 apresentou instalações e fotografias no Pinchuk Art Centre, Kiev, Ucrânia, e no Palazzo Contarini Polignac, Veneza, Itália, em um evento colateral à Bienal de Veneza. Sua obra faz parte de coleções como Ella Fontanals-Cisneros, Miami, USA; Museu de Arte do Rio – MAR, RJ, Brasil; e Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, Brasília, Brasil.

 

 

Sobre a galeria

 

A Athena Contemporânea foi fundada em 2011 pelos irmãos Eduardo e Filipe Masini como um espaço inovador de criação, discussão e divulgação de arte contemporânea. Mais do que um espaço expositivo, a galeria se posiciona como lugar de pesquisa, de aprofundamento conceitual e de trocas artísticas, buscando sempre iniciativas inovadoras. A galeria vem se firmando como uma das mais destacadas no cenário brasileiro, representando conceituados e promissores artistas nacionais e internacionais, e investindo em parcerias com curadores e instituições para o desenvolvimento da carreira de seus artistas.

 

 

De 21 de novembro a 27 de janeiro de 2018.

 

Leilão/Coleção Particular

O leiloeiro Walter Rezende está à frente de leilão nos dias 13 e 14 de Novembro – segunda e terça-feira às 20:00hs – com exposição durante os dias 09, 10, 11 e 12, das 14:00hs às 19:00hs, na Bolsa de Arte do Rio de Janeiro, Rua Prudente de Moraes, 326 – Ipanema – Rio de Janeiro. No conjunto, destacam-se obras assinadas por Di Cavalcanti, Inimá de Paula, Emeric Marcir, Reynaldo Fonseca, Emile Gallé e Felix Philipoteaux. Os lotes compostos de quadros, pratas, porcelanas, móveis, tapetes, lustres, marfins, entre outros, com organização de Maurília Castello Branco podem ser vistos no site www.walterrezende.com.br

É preciso ver no escuro

13/nov

Na exposição “É preciso ver no escuro”, o artista Laercio Redondo retoma a questão da memória coletiva e seus apagamentos em quatro diferentes leituras feitas a partir de fragmentos do seu arquivo pessoal, colecionados nos últimos 17 anos. Os fragmentos foram coletados em diferentes ocasiões, nas quais esses materiais, destinados ao descarte, se encontravam legados à deterioração ou ao desaparecimento por completo.

 

A exposição é composta de fotografias, cartas, textos e um filme que constrói uma teia delicada de supostos ecos do passado que ressoam no presente. Todos os elementos da exposição têm seu contexto e suporte reelaborados: uma carta escrita em alemão, datada de 1942, que boiava no mar em um porto grego, encontrada pelo artista em 2006; uma série de fotos de um casal que se fotografa mutuamente durante as férias; retratos de uma filha que jamais chega a retornar para casa dos pais durante a segunda Guerra Mundial; ou um fragmento de um filme em Super 8 de um baile de debutantes em 1974. Histórias de pessoas e lugares remotos que se conectam e potencializam a história do coletivo sob o ponto de vista individual atribuído a cada um destes personagens.

 

A exposição, que inaugura dia 23 de novembro, na Galeria Silvia Cintra + Box 4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, traz ainda um texto do filósofo Pedro Duarte em torno das questões dos vestígios do passado no presente, num diálogo com o trabalho do artista.

 

 

Sobre o artista

 

Laercio Redondo nasceu em 1967, no Paraná, e atualmente divide o seu tempo entre o Rio de Janeiro e a Suécia. Pós – graduado na Konstfack, University College of Art, Crafts and Design em Estocolmo, Suécia, o artista se dedica a pesquisa da memória coletiva e seus apagamentos na sociedade, e seu trabalho é frequentemente motivado pela interpretação de eventos específicos relacionados com a cidade, a arquitetura e representações históricas. Dentre as exposições individuais, se destacam: “Past projects for the future”, Dallas Contemporary, EUA; “O que termina todos os dias” no MAM-RJ, Brasil (ambas com curadoria de Justine Ludwig); “Contos sem Reis, Casa França-Brasil, Brasil, Fachada. Das coletivas, a da Galeria Nacional de Arte de Zachêta, Varsóvia; “O direito à cidade”, Stedelijk Museum Bureau, Amsterdã; “Os interiores estão no exterior” no SESC Pompeia, São Paulo (com curadoria de Hans Ulrich Obrist) e a Bienal do Mercosul, Porto Alegre, Brasil.

César Brandão na Baró Galeria

A Baró Galeria, Jardins, São Paulo, SP, apresenta o artista mineiro Cesar Brandão em sua primeira individual na galeria. Em “Canteiro de Obras”, título de sua exposição, o artista explora a fronteira das linguagens – caminhando entre desenhos, pinturas, objetos, instalações, fotografias, além de suas apropriações de gambiarras como “espécies de ready mades”. Cesar Brandão define sua obra, como um “exercício experimental” entre a cultura e a vivência.

 

Filho de operário, viveu na infância e adolescência em um bairro pobre perto das indústrias com fornos para carbureto, ferro silício. Os elementos desse contexto industrial sempre estiveram presentes em sua obra, o fogo, fumaça, produtos resultantes nas fundições, e materiais ali utilizados: cal, carvão, pedra, quartzo, sucata, etc. Além do explícito contraste entre a tecnologia daqueles fornos, diante do improviso das inúmeras “gambiarras” presentes nas casas e quintais dos habitantes do lugar. Esse contexto gerou sua fascinação por fundições em contraste com as gambiarras, que permeiam sua produção. Trata-se, portanto, da poética sobre essas práticas da cultura popular, em contradição aos processos industriais.

 

“Assim, a obra de César Brandão talvez possa, por ironia, ser definida como espécie de “canteiro de obras”, onde ocorrem contaminação ou justaposição de ações, num repertório repleto de apropriações, gambiarras, rascunhos, rasuras, próteses fundidas… entre caos e fragilidade. Um amplo território de possibilidades no limiar do efêmero e provisório, e onde “a dúvida é motor do processo”, como próprio artista define.” (parte retirada do texto do curador Agnaldo Farias para a exposição). Cesar Brandão participou da XIX Bienal de São Paulo e têm obras nos acervos dos museus MAM SP e MAC USP.

 

 

Até 17 de dezembro.

Cassino, intervenção de Heleno Bernardi

 

O IED Rio (Istituto Europeo di Design) e TAL Projects apresentam a exposição “Cassino”, em que o artista Heleno Bernardi aplicará cerca de uma tonelada de purpurina dourada no lendário teatro do Cassino da Urca, Rio de Janeiro, RJ, cobrindo suas paredes, palco e fosso da orquestra. Com curadoria de Renato Rezende, a intervenção propõe uma “…alusão metafórica aos dias gloriosos, à riqueza que atraía os jogadores, ao brilho dos artistas e também à efemeridade da sorte que girava pelas roletas”.

 

“A exposição jogará luz sobre o espaço do antigo teatro do Cassino, lembrando as camadas de tempo e história que o revestem, e recuperando a memória afetiva e simbólica de um período importante da cultura carioca”, diz Heleno Bernardi. “Uso a purpurina tentando extrair potência de suas propriedades assumidamente ilusórias”, observa. O artista destaca ainda que pensou neste trabalho como intervenção urbana, apesar de ser realizado dentro de um espaço fechado. “A história deste edifício extrapola suas fronteiras e espelha nossa relação com a própria cidade”, afirma. “Em um momento em que tantas coisas estão sendo demolidas e instituições sendo desmontadas, investir na transformação de uma ruína, buscando criar sentido a partir de seus restos, é uma forma de agir e de refletir sobre o mundo”.

 

O curador Renato Rezende destaca que “…o projeto será uma oportunidade de o público conhecer aquelas ruínas lendárias através de uma exposição de alto impacto visual, revelando e ressignificando seu passado”. “O uso da purpurina dourada como elemento plástico remete à riqueza dos tempos do jogo e se refere, de maneira mais crítica, ao esfacelamento da memória, dos bens culturais e arquitetônicos e ao soterramento a que a história está sujeita”, completa. Os quase mil quilos de purpurina utilizados no projeto terão reaproveitamento sustentável ao final da exposição. O material será retirado das paredes e piso, triturado juntamente com os resíduos sólidos da obra, e se misturará à massa do novo concreto que será utilizada na reforma que o IED promoverá a partir de 2018, e que terá selo verde.

 

A intervenção “Cassino” está sendo realizada com a participação e apoio direto de mais de 40 colecionadores de arte e incentivadores, a partir de uma ação colaborativa, que vai além do tradicional crowdfunding. Em um projeto realizado junto com a TAL Projects, galeria que o representa no Rio de Janeiro, o artista desenvolveu uma obra com tiragem limitada, para dar partida ao investimento financeiro e engajar apoiadores no resgate simbólico do espaço do antigo teatro proposto pela exposição.

 

 

Sobre o artista

 

Heleno Bernardi, 50 anos, é artista visual. Em seu trabalho, aborda o enfrentamento do corpo com a cidade e em relações interpessoais através de intervenções urbanas, instalações, fotografias, objetos, pinturas e outros suportes. Desde 2003 vem realizando exposições individuais no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Basel, Nice, Amsterdam, Lisboa, Frankfurt e Hamburgo, entre outras cidades e participando de mostras coletivas no Brasil e em outros países. Em 2005, participou do Ano do Brasil na França, com exposição na Galerie Alain Couturier, Nice. Em 2013, A convite do Ministério da Cultura e da Funarte, integrou o grupo de artistas que apresentaram obras durante o Ano Brasil Portugal, com mostras individuais em cinco instituições portuguesas. Em 2016 participou da exposição “Brésil, Corps et Culture”, no Musée Olympique (Lausanne, Suiça), como parte das atividades culturais dos Jogos Olímpicos. Em 2016, fez parte do projeto Rio-Hamburg, exposição reunindo artistas brasileiros e alemães em Hamburgo, Alemanha. A intervenção “Cassino” se soma à trajetória do artista, que vem realizando intervenções urbanas desde 2007. Um de seus projetos mais conhecidos é a série “Enquanto Falo, As Horas Passam”, em que instala colchões em forma de corpos em espaços públicos ou de passagem e os coloca à disposição do espectador. O projeto já foi apresentado mais de 50 vezes em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte.

 

 

Sobre o curador

 

Renato Rezende é autor de “No contemporâneo: arte e escritura expandidas” (com Roberto Corrêa dos Santos, 2011), “Experiência e arte contemporânea” (com Ana Kiffer, 2012), “Conversas com curadores e críticos de arte” (com Guilherme Bueno, 2013), “Poesia e vídeoarte” (com Katia Maciel, Bolsa FUNARTE 2012), “Poesia brasileira contemporânea – crítica e política” (2014) e “Flávio de Carvalho” (com Ana Maria Maia, 2015), entre outros. Tem apresentado trabalhos de artes visuais em diferentes suportes em eventos como a Draw_drawing_london biennale (2006), o festival de poesia de Berlim (com o coletivo GRAP = rap + poesia + grafitti, 2007), o Anarcho Art Lab, em Nova Iorque (2011), e o Urbano Digital, no Parque Lage, Rio de Janeiro (2009). Em 2014 assinou, em parceria com Armando Lôbo, a obra musical “Noiva – esboço de uma ópera”. Em parceria com Dirk Vollenbroich apresentou em 2010 a intervenção urbana “My Heart In Rio”, no Oi Futuro de Ipanema (curadoria de Alberto Saraiva), e em 2015 “S.O.S Poesia”, no MAR- Museu de Arte do Rio (curadoria de Paulo Herkenhoff e Clarissa Diniz).

 

 

Sobre o espaço

 

O edifício que sediou o Cassino da Urca foi construído para ser o Hotel Balneário da Urca, inaugurado em 1922, por ocasião da Exposição Universal daquele ano, comemorativa do centenário da independência do Brasil. Em 1933, o empresário Joaquim Rolla inaugurou no local o Cassino da Urca, ampliando a construção. Considerado o mais sofisticado cassino do país, no palco de seu Grill Room – em que personalidades, como Walt Disney e Orson Welles, assistiam aos shows sentados em mesas onde podiam comer e beber – se apresentaram grandes artistas, como Carmem Miranda, Grande Otelo, Herivelto Martins e Dalva de Oliveira. De 1951 a 1980, o edifício abrigou a TV Tupi. Em 2006, o Istituto Europeo di Design (IED) assinou um acordo com a Prefeitura do Rio para recuperar o prédio, iniciando o restauro pela ala que se encontra sobre as areias da Praia da Urca, onde desde 2014 funciona a escola.

 

 

Obras de revitalização

 

Em 2018, o IED dará sequência às obras de revitalização e transformará a construção que abrigou o Hotel Balneário e o Grill Room no IED Lab – Centro Latino-Americano de Inovação em Design. Seu lendário palco abrigará um moderno auditório, para múltiplos usos. O IED é uma rede internacional de onze escolas de design em três países (Itália, Espanha e Brasil), com sede em Milão. Com 1.900 professores, todos inseridos no mercado, mais de mil parcerias com empresas e instituições em todo o mundo, já formou mais de 120 mil profissionais desde a sua fundação, em 1966.

 

 

De 25 de novembro a 20 de dezembro.

BIENALSUR chega ao Rio

A Fundação Getulio Vargas, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, está na BIENALSUR – Bienal Internacional de Arte Contemporáneo de América del Sur. A iniciativa conecta 32 cidades de 16 países do mundo, reunindo mais de 250 artistas e curadores dos cinco continentes com a ideia de gerar uma rede global de colaboração associativa institucional para eliminar distâncias e fronteiras e reivindicar a singularidade dentro da diversidade.

 

A partir de 14 de novembro, a exposição “Natatório de Dipierro” é abrigada pelas formas projetadas por Oscar Niemeyer na Esplanada do Centro Cultural FGV. A construção, impregnada pela tradição da abstração modernista, é formada por peças que se envolvem em diálogos fortuitos com o espaço que as contém.

 

Entre o funcional e o inútil. Entre arte e ornamento. Entre abstração e arquitetura. Assim pode ser definido o trabalho da artista Marcolina Dipierro. O “Natatório de Dipierro” é uma série de quatro instalações ou situações que remetem a um complexo aquático que inclui trampolim, área de descanso, raias e vestiário.

 

“Trata-se de um tributo irreverente, fresco e sincero ao grande arquiteto Oscar Niemeyer e, fundamentalmente, às aspirações utópicas de uma arte total que integra, sem distinção ou hierarquia, arte, design, arquitetura e urbanismo”, destaca a artista argentina.

 

Com um modelo completamente inédito, a BIENALSUR busca acompanhar o pulsar das demandas da atualidade a partir da participação de artistas, curadores, colecionadores, críticos, jornalistas e o público geral. Com eventos multidisciplinares que acontecem em várias cidades da América do Sul, a BIENALSUR permite que entidades e empresas parceiras cumpram a meta de promover a responsabilidade social por meio da arte e da cultura.

 

Organizada pela Universidad Nacional de Tres de Febrero (UNTREF), desde o final de 2015, a BIENALSUR conta com o reitor Aníbal Jozami como Diretor Geral e Diana Wechsler como Diretora Artístico-acadêmica. É uma bienal de arte que, pela primeira vez na história das bienais, coloca vários artistas e cidades do mundo em relação de igualdade. Multidisciplinar, destaca-se ainda pelo o ineditismo de contar com diversos países promotores de uma mesma iniciativa e pelo protagonismo das instituições universitárias: 20 universidades de todo o mundo participam do projeto. Mais de 95% das obras que fazem parte da Bienal foram escolhidas através de duas seleções internacionais abertas, que receberam mais de 2.500 propostas de 78 países.

 

No Brasil, o Memorial da América Latina, na capital paulista, é um dos ícones da BIENALSUR, além do Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (SP), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, Universidade Federal de Santa Maria (RS), Central do Brasil e Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro. Nas sedes nacionais poderão ser apreciados trabalhos de artistas de Madagascar, Argentina, Espanha e França. Em paralelo, a arte de brasileiros como Eduardo Srur, Regina Silveira, Shirley Paes Leme, Ivan Grilo, Vik Muniz, José Bechara, Cildo Meireles, Hélio Oiticica e Anna Bella Geiger, entre outros, irá compor esse intercâmbio cultural, com mostras na Argentina e no Peru.

 

A abertura da exposição será dia 14 de novembro, às 17h. A intervenção artística fica aberta à visitação do público até o dia 15 de dezembro na Esplanada do Centro Cultural FGV, no Rio de Janeiro, Praia de Botafogo, 186- Botafogo.

 

 

 

Anita Schwartz exibe Guilherme Dable

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a partir de 22 de novembro a exposição individual “Fiz ele soletrar o seu nome”, com trabalhos inéditos e recentes do artista Guilherme Dable, ativo no circuito nacional e internacional de arte. Com curadoria de Daniela Name, a mostra reunirá 20 pinturas abstratas de formatos variados, uma intervenção criada especialmente para a parede de vidro que divide a sala do segundo andar da área externa da galeria, onde será exibido no contêiner o vídeo “O rádio sempre estava ligado na cozinha (ou) the hammer of the gods”, principal trabalho da exposição homônima realizada em 2016 na Belmacz Gallery, em Londres. No mesmo ano o artista integrou a coletiva “Em Polvorosa: um panorama das Coleções MAM Rio”, com curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Em suas pinturas, vídeo e intervenção feita especialmente para o espaço da galeria, o artista traz a memória de sua infância, das músicas ouvidas no rádio a azulejos modernistas. Com esta exposição, a galeria inaugura programa de individuais de artistas jovens já reconhecidos no circuito de arte.

 

Daniela Name comenta que “…Dable vem construindo uma carreira em que mistura as linguagens da pintura e do desenho a trabalhos híbridos, com forte influência da música e eventualmente permeados por objetos cotidianos”. Ela explica que na intervenção feita especificamente para o espaço da galeria, Guilherme Dable “…se relaciona diretamente com uma memória de infância – a das padronagens vibrantes e populares dos azulejos que decoravam banheiros e cozinhas brasileiros nos anos 1970, mesclando essas estampas com uma vegetação tropical transformada em muxarabi e vitral do espaço expositivo”.

 

O artista destaca que os azulejos têm profunda relação com o rádio a que se refere o vídeo exibido no contêiner. “Há o azulejo que, de certa forma, assina parte do projeto modernista brasileiro, com Athos Bulcão. Do ponto subtropical onde cresci, estes praticamente inexistiam: a estética moderna estava nas cores berrantes e na geometria setentista dos azulejos da cozinha, que ecoavam o som das rádios populares e “suavam vapor de sopa quente”, como diz uma canção interpretada por Romulo Fróes”.

 

Daniela Name destaca a “…curiosa ponte que o artista realiza entre esse seu arquivo pessoal, subjetivo, e uma espécie de sismógrafos do momento que o país atravessa”. “Há um Brasil constantemente apartado pelas elites que se infiltra e se impõe, não apenas nesses trabalhos, mas também através deles na própria história do Dable como artista. O rádio ouvido pelas empregadas domésticas, o som com Odair José e Roberto Carlos vindo da área de serviço se mistura a essa explosão popular de cores, tão brasileira, mas nem sempre confortável para a autonomeada ‘inteligência nacional’. Esse país abafado ferve como a chaleira do vídeo apresentado na exposição. Os ruídos aparentemente desordenados indicam que o caldo social e simbólico pode derramar a qualquer momento”.

 

A individual de Guilherme Dable inaugura um programa dedicado aos artistas jovens da Anita Schwartz Galeria de Arte. Já estão previstas as mostras de Marcela Florido, em janeiro de 2018, e Arthur Chaves, em março. Guilherme Dable nasceu em 1976 em Porto Alegre, onde vive e trabalha. É cofundador do Atelier Subterrânea, espaço independente que atuou baseado na capital gaúcha entre 2006 e 2015.

 

 

Até 23 de dezembro.

TOZ no Museu da Chácara do Céu

08/nov

Indicado ao prêmio Pipa em 2014, Toz realiza a exposição “Povo Insônia”, no museu da Chácara do Céu, Santa Teresa, Rio de Janeiro, RJ, com a criação de proposições que partem de diálogos entre seu personagem, “O Insônia”, e a coleção do museu. O personagem nascido nas ruas vem carregado de influencias, assim como suas pinturas, instalações e uma obra sonora, que ocupam as salas e o jardim do museu como resultado de pesquisas sobre a influência da cultura africana. A programação faz parte dos 25 anos do projeto “Os Amigos da Gravura”, cujo objetivo é convidar um artista para produzir gravuras ou múltiplos exclusivos com tiragem limitada.

 

 

Sobre o Museu

 

O Museu da Chácara do Céu, junto com o Museu do Açude, foram residências de Raymundo Ottoni de Castro Maya, nascido em Paris em 1894, e falecido em Santa Teresa. Atuou em diversos ramos mas foi como colecionador de arte, gosto herdado de seu pai, engenheiro ligado ao imperador D. Pedro II, que deixou seu maior legado. Os Museus que foram residências de Castro Maya formam umas das mais importantes coleções públicas do país. Neles encontram-se nomes como Picasso, Matisse e Modigliani preservados ao acervo juntamente a artistas brasileiros como Guignard, Di Cavalcanti e Volpi. Também enriquecem a coleção o  mobiliário luso-brasileiro dos séculos XVIII e XIX, assim como a azulejaria neocolonial provenientes de países como França e Holanda. Atualmente os museus foram incorporados ao governo brasileiro integrando o IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus), do Ministério da Cultura, com seus prédios, acervos e parques dos Museus Castro Maya tombados pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 1974, onde adaptou-se as residências às necessidades dos espaços museológicos.

 

Amigos da Gravura – Povo Insônia

 

Até 29 de janeiro de 2018.

Paula Rego em filme

Aconteceu dia 07 de novembro a projeção de filme: “Paula Rego, histórias e segredos”, na Carpintaria, Rua Jardim Botânico 971, Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Vale a pena o registro do evento.

 

 

Sobre o filme

 

Conhecida por ser muito privada, Paula Rego revela-se pela primeira vez neste filme, surpreendendo o seu filho, o cineasta Nick Willing, com histórias e segredos da sua vida excepcional, uma vida de luta contra o fascismo, um mundo da arte misógino e a depressão.

 

Nascida em Portugal, um país sobre o qual o pai lhe disse que não era bom para as mulheres, Rego usou as suas imagens poderosas como uma arma contra a ditadura antes de se estabelecer em Londres, onde continuou a abordar questões sobre a situação da mulher como o direito ao aborto. Mas, acima de tudo, as suas pinturas são um vislumbre crítico sobre um mundo íntimo de tragédia pessoal, fantasias perversas e verdades constrangedoras.

 

Nick Willing combina um grande arquivo de filmes caseiros e fotografias de família com entrevistas que percorrem 60 anos de vida e imagens de Rego trabalhando no seu estúdio. E o resultado é um poderoso retrato pessoal da vida e obra de uma artista cujo legado vai sobreviver ao tempo, ilustrado visualmente em pastel, carvão e tinta a óleo.

 

“Paula Rego, histórias e segredos”, um filme de Nick Willing, Documentário, 93 min, Reino Unido, 2017.

 

Exposição relacionada: Paula Rego e Adriana Varejão/Até 11 de novembro.

Edu Simões – Clichê/Rio

07/nov

O fotógrafo Edu Simões realiza exposição individual a partir de 08 de novembro na Galeria Marcelo Guarnieri, Ipanema, exibindo em “Edu Simões – Clichê/Rio”, 36 imagens feitas cartões-postais do Rio de Janeiro. Simões, no entanto, lança um novo olhar sobre esses lugares, inspirado nos romances, contos, crônicas e poemas de grandes nomes da literatura brasileira, como Machado de Assis, Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade, Rubem Braga, Millôr Fernandes e Carlos Heitor Cony. As fotos são todas em preto e branco e foram produzidas entre 2000 e 2012.

 

“O Rio de Janeiro é uma das cidades mais fotografadas do mundo. Existe uma fórmula de se ver o Rio, por meio das alegorias do carnaval, das praias, das belezas naturais. O meu desejo, nesta exposição, é mostrar outros espaços não imaginados, tendo como inspiração o que a literatura brasileira pode oferecer na busca por outras formas”, explica Simões, motivado pelo desafio de enfrentar o que mais “assusta” um fotógrafo: o clichê.

 

Na exposição, o encontro entre a Fotografia e a Literatura evidencia-se, por exemplo, nas imagens dedicadas ao mineiro Carlos Drummond de Andrade, no ano de 2012. A praia de Copacabana, bairro onde residiu o poeta e escritor, ganha contornos modernistas, no qual a preocupação é o rigor geométrico, evidenciado pela perspectiva das linhas quadradas de uma trave de futebol na areia da praia, ou, ainda, na arquitetura do hall do Palácio de Capanema, antiga sede do Ministério da Educação, local em que Drummond trabalhou, bem como serviu de cenário a alguns de seus contos e crônicas.

 

Uma passagem de “O Búfalo”, conto de Clarice Lispector, descreve o peso natural do corpo de um elefante e o contraste de sua docilidade ao se deixar ser conduzido para um circo. Na poética visual de Edu Simões, o trecho transforma-se na imagem de uma tromba de elefante apoiada num muro branco no Jardim Zoológico da Quinta da Boa Vista. Num outro sentido de “animalidade”, desta vez artificial, a imagem “O Cisne” (2000/2001), mostra uma Lagoa Rodrigo de Freitas, presente nas crônicas de Carlos Heitor Cony, como o cenário de um filme noir; ao invés de destacar as águas envolvendo as ruas do bairro, Simões opta por colocar em primeiro plano a estrutura de um pedalinho de cisne e todos os seus detalhes.

 

Fotojornalista experiente, Edu Simões foi convidado em 2001 por uma publicação especializada em literatura para revelar, pela fotografia, a cidade do Rio de Janeiro como personagem, a partir da escrita de autores nacionais que imortalizaram, de forma direta ou indireta, os cartões-postais, ruas, morros, praias e demais paisagens da cidade. Para isto, o fotógrafo leu as obras dos escritores, e roteirizou o que aparecia em cada obra literária. Com o mapa traçado, Simões saía, como um flâneur, em busca do inesperado daqueles locais, que, quase sempre, já havia sido retratado por outros artistas da imagem.

 

Edu Simões acumulou, ao longo destes anos, um grande acervo de imagens, que materializam a procura de um Rio que não seja apenas um ideal de paisagem, mas uma personagem, a partir da incursão pelas letras e imaginários dos escritores. Desse modo, Edu Simões foi quase como guiado por suas histórias na escolha de seus assuntos e lugares, mantendo, em algumas dessas fotografias, o espírito da época da qual falavam. Um tipo incomum de viagem no tempo que tais imagens nos proporcionam: voltar ao passado a partir de um retrato do presente.

 

 

Sobre o artista

 

Edu Simões nasceu em São Paulo, em 1956. Vive e trabalha em São Paulo, SP, fotografou grandes nomes da cena política, cultural e artística brasileira, entre as décadas de 1970 e 1990, como editor de fotografia de revistas como Bravo, República e os Cadernos da Literatura Brasileira do Instituto Moreira Salles. Ainda no período de 1970/80, teve uma forte atuação no campo das hard news, fotografando os movimentos populares que desaguaram no fim da ditadura militar, sobretudo as greves do ABC e de São Paulo, ganhando em 1981, o prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos. A partir dos anos 2000, Simões assume um trabalho mais independente e autoral, que embora se distancie dos preceitos do fotojornalismo, ainda guarda algumas de suas marcas. Seus trabalhos integram importantes coleções, como Coleção Pirelli/MASP, São Paulo; MAM-São Paulo; Pinacoteca do Estado de São Paulo; Museu da Imagem e do Som, São Paulo; Centro de La Imagen de México e Maison Européenne de la Photographie, França. Das diversas exposições individuais e coletivas que participou, destacam-se: Linguagens do corpo carioca (a vertigem do Rio), MAR – Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro (2016); Amazônia, La Quatrieme Image, Espace des Blancs-Manteaux, Paris, França (2014); Eu tenho um sonho, exposição à céu aberto na favela da Rocinha, Rio de Janeiro (2013); Trois Photographes de FotoRio – Gastronomie pour une dure journée de labeur, Maison Européenne de la Photographie, Paris, França (2011); Vestígios: O Rio de Machado de Assis, FotoRio, Centro Cultural dos Correios, Rio de Janeiro (2009); Sons e imagens da terra, Santander Cultural, Porto Alegre, Brasil (2006); Eine Sammlung – Die Photographische Sammlung des Museu de Arte Moderna de São Paulo, Galeria 68Elf, Espaço cultural Exit Art, Colônia, Alemanha (2001); Fotojornalistas Brasileiros, Museu da Imagem e do Som, São Paulo (1990); Fotografia Brasileira Contemporânea, SESC Pompéia, São Paulo (1993); Brésil des Brésiliens, Centre Pompidou, Paris, França (1983).

 

 

Sobre a galeria

 

Marcelo Guarnieri iniciou as atividades como galerista nos anos 1980, em Ribeirão Preto, e se tornou uma importante referência para as artes visuais na cidade, exibindo artistas como Amilcar de Castro, Carmela Gross, Iberê Camargo, Lívio Abramo, Marcello Grassmann, Piza, Tomie Ohtake, Volpi e diversos outros. Atualmente com três espaços expositivos – São Paulo, Rio de Janeiro e Ribeirão Preto – a galeria permanece focada em um diálogo contínuo entre a arte moderna e contemporânea, exibindo e representando artistas de diferentes gerações e contextos – nacionais e internacionais, estabelecidos e emergentes – que trabalham com diversos meios e pesquisas.

 

 

Até 09 de dezembro.