Obras inéditas de Felipe Cohen 

23/ago

Felipe Cohen inaugura, em 31 de agosto, sua primeira individual na Cavalo, Botafogo, Rio  de Janeiro, RJ, “Luz Partida”. A exposição traz 12 trabalhos inéditos do artista paulistano, que partem da sua pesquisa em geometria e desdobram o tema da paisagem em diferentes suportes. Aos 40 anos, Felipe Cohen tem um trabalho construído a partir de relações paradoxais: da tensão entre os temas da arte clássica e as práticas contemporâneas; entre materiais nobres e ordinários; entre a abstração geométrica e a representação figurativa.

 

Na galeria, localizada em um antigo casarão em Botafogo, estarão dez pinturas sobre madeira da série ‘Luz partida’, que dá título à exposição. Nessas obras, triângulos de madeira coloridos com tinta acrílica dispostos como peças em uma estrutura que remete ao tabuleiro de um jogo. Nele, o artista organiza essas peças, criando paisagens minimalistas. Os triângulos de mesma proporção ganham então propriedades de elementos da natureza como mares, montanhas, vales, sol e céu, dependendo da composição, construindo cenários tão precisos quanto etéreos. Desta vez, o artista se inspira na geografia da cidade do Rio de Janeiro, onde encontrou um forte paralelo com seus próprios cenários.

 

“Os primeiros trabalhos que fiz tinham alusões a paisagens de marinas e montanhas, e percebi que surgiram situações parecidas com os cenários do Rio. Então comecei a criar essas semelhanças de maneira proposital: a montanha que se encontra com o mar ou que some atrás das nuvens, por exemplo”, conta Felipe Cohen.

 

O artista é conhecido, em seus trabalhos anteriores, pelo uso do reflexo como recurso escultórico. Na exposição, podemos observar essa prática no trabalho “Sol na montanha”, em que uma vitrine feita de vidro e madeira relaciona duas peças de mármore para formar um horizonte – que pode retratar tanto o momento da aurora quanto o do poente. Nesta escultura, o artista brinca com o reflexo das figuras na lâmina de vidro, que faz as vezes de mar e desmembra a paisagem em duas.

 

Completado a exposição está uma peça de quase três metros de comprimento que combina dois materiais antagônicos, artifício que Cohen utiliza desde o início de sua carreira. Feltro e vidro são montados em uma das paredes da galeria em recortes similares, formando uma topografia que remete à imagem de um gráfico. A transparência, a rigidez e a frieza do vidro enfrentam a opacidade, a maleabilidade e o calor do feltro, nessa disputa de montanhas e mares e, sobretudo, altos e baixos.

 

“Me inspirei num desenho de um gráfico que vi no jornal. Era algo sobre desenvolvimento industrial”, lembra Cohen, rindo da referência. “Então transformei as linhas do gráfico em topografia”.

 

 

Sobre o artista

 

Formado pela FAAP, Felipe Cohen, nascido em 1976, realizou mostras individuais e coletivas em importantes espaços como Centro Cultural São Paulo, Pinacoteca do Estado de São Paulo e Instituto Cultural Itaú. Entre suas principais exposições estão a 8ª e a 11ª Bienal do Mercosul, “Economy of means”, no Scottsdale Museum of Contemporary Art, nos Estados Unidos, e “Imagine Brazil – Artists Books”, que passou por diversas cidades da Europa. Possui trabalhos em importantes coleções, como o Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte do Rio e Scottsdale Museum of Contemporary.

 

De 31 de agosto a 28 de outubro.

A geometria de Antonio Manuel

No dia 29 de agosto, terça-feira, Antonio Manuel, – importante artista plástico brasileiro -, inaugura exposição individual com cerca de quinze pinturas inéditas na Cassia Bomeny Galeria, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. A mostra comemora os 70 anos de idade e 50 de trajetória artística. Há 13 anos que Antonio Manuel não expõe em uma galeria de arte. O artista foi o representante do Brasil na Bienal de Veneza de 2015 e suas obras integram o acervo de importantes coleções, como MoMA, em Nova York, e Tate Modern, em Londres.

 

Com curadoria de Franz Manata, serão apresentadas pinturas que seguem os traços geométricos, que o artista vem trabalhando há alguns anos, mas há a introdução de texturas em algumas obras, como papel corrugado e tecido, além de recortes em algumas telas, transformando a parede em mais um elemento da pintura. Em algumas obras, ele utiliza, pela primeira vez, tinta esmalte junto com a tinta acrílica – que sempre usou em suas pinturas -, com a intenção de mesclar o fosco com o brilho. Conhecido por suas performances inovadoras e instalações interativas, Antonio Manuel sempre teve a pintura presente em sua trajetória.

Trabalhos inéditos

22/ago

Admirado por colegas artistas plásticos, Ronaldo do Rego Macedo apresenta obras inéditas de sua conceituada produção artística na Marcia Barrozo do Amaral – Galeria de Arte, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, a partir do dia 24 de agosto (quinta-feira). Após 11 anos sem realizar exposição individual, o artista apresentará telas e recortes coloridos, que revelam toda a inquietude proporcionada por este período de retiro criativo e também trabalhos de fases diversas.

 

Com a premissa “pintura é cor”, Ronaldo expõe oito pinturas em óleo sobre tela e óleo sobre papel com temas cromáticos. São pinturas brancas, areia, cinzas azuladas em que a gestualidade arquitetônica rigorosa provoca a sensação de espaços mais vastos, de grandeza e expansão que desejam ultrapassar os limites do quadro. Nos seis recortes coloridos (óleo sobre cartão) em caixas de acrílico, a cor vibra pela intensidade dos contrastes, pelas texturas aveludadas e sensuais.

 

“Ambos os conjuntos, as telas brancas e os recortes coloridos, têm trabalhos inéditos, realizadas nesses últimos anos. Não constituem uma visão completa do que venho fazendo, mas sintetizam claramente o que me ocupa como pintor: a cor como estrutura, a pintura que se pinta, que é auto-referencial, muito indicativa do meu processo de trabalho”, explica o artista.

 

As obras expostas, como a maior de todas as telas (2,50 x 1,80) – “Movem-se os mundos no ilimitado” -, revelam a ocupação de Ronaldo do Rego Macedo com a construção formal, a dinâmica da cor e os aspectos estruturais do quadro, mas também indicam uma carga subjetiva com a presença da fantasia e do inesperado. “Procuro mostrar uma forma de pintura que se pinta sozinha. O espectador pinta a tela com seus próprios olhos e interpreta ao seu modo”, afirma.

 

 

Sobre o artista

 

Ronaldo do Rego Macedo nasceu em 1950 no Rio de Janeiro, RJ. Pintor e professor. Inicia sua formação artística em 1969 no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), onde estuda com Aluisio Carvão e Lygia Pape. Em 1975, faz sua primeira individual, na Fundação Cultural, em Brasília, e recebe o prêmio aquisição do Salão de Verão JB/Light, no MAM/RJ. De 1982 a 1989, dirige, com Ascânio MMM, a Galeria do Centro Empresarial Rio. Participa da sala especial “Em Busca da Essência: Elementos da Redução na Arte Brasileira”, na 19ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1987. Mais recentemente, participou de duas exposições coletivas: entre 2008-2011, “Quatro Artistas Brasileiros”, Tóquio, Cairo, Rabat, Viena, Paris, Bruxelas; e em 2012 apresentou suas obras na exposição Construção e Desconstrução na Arte Brasileira – Museu BOZAR, Bruxelas, Bélgica. É professor de pintura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage), no Rio de Janeiro desde 1977.

CIGA – Calendário de arte

21/ago

 

Em setembro, o Rio de Janeiro terá uma agenda de arte agitada. Nos dias que antecedem a ArtRio, está confirmada a quarta edição do CIGA – Circuito Integrado das Galerias de Arte. Entre 11 e 12 de setembro, as principais galerias cariocas terão programação e horários especiais com abertura de exposições, visitas guiadas, conversas com artistas e performances, entre outras atividades.

 

O CIGA tem entre seus objetivos estimular a visitação às galerias de arte, além dos museus e centros culturais.

 

“A ideia de ter o CIGA na mesma semana da ArtRio é justamente ampliar esse calendário especial de arte. A cidade inteira terá programação voltada para as artes e isso será uma excelente oportunidade para todo o público, com uma opção diversificada de agenda, locais e temas. As galerias, assim como os museus, são muito importantes para o contato do público com a arte e com os artistas. As pessoas têm que incluir esses endereços em seus roteiros de aprendizado e lazer”, indica Brenda Valansi, presidente da ArtRio.

 

A organização terá um serviço de vans gratuito percorrendo todas as galerias. Na segunda-feira a van sairá às 17hs30min da galeria Mul.ti.plo Espaço e Arte e na terça-feira às 17hs30min do Espaço Saracura.

 
PROGRAMAÇÃO DO CIGA

 

11 de setembro – Segunda-feira

Bairros: Leblon, Ipanema e Copacabana

Horário: a partir das 17hs

Leblon – 17hs

 

Multiplo Espaço Arte
Rua Dias Ferreira 417, sala 206

Exposição individual “Estados de Imagem”, de Waltércio Caldas

Ipanema – a partir das 17hs30min

 

Cassia Bomeny Galeria
Rua Garcia D´Ávila 196

Conversa com o artista Antônio Manuel, que terá individual exposta na galeria

 

C. Galeria
Rua Visconde de Pirajá 580

Abertura da exposição “Espúrios”, de Bruno Melo e Felipe Fernandes

 

Martha Pagy Escritório de Arte
Rua Visconde de Pirajá 351, 14 andar Instituto Plajap

Vernissage e visita guiada a exposição “ Paisagens possíveis”, com a presença dos artistas Ivani Pedrosa, Jaqueline Voljta, Marcelo Jácome e Pedro Gandra

 

Galeria Marcelo Guarnieri
Rua Teixeira de Melo 31, lojas C/D

Exposição individual da artista Amelia Toledo
Copacabana – a partir das 19hs30min

 

Marcia Barrozo do Amaral Galeria de Arte
Avenida Atlântica 4240 / Shopping Cassino Atlântico

Mostra dos trabalhos do Ronaldo do Rego Macedo e bate papo com Cesar Bartolomeu

 

Movimento Arte Contemporânea
Avenida Atlântica 4240 / Shopping Cassino Atlântico

Perfomance e conversa com o artista Xico Chaves/SoloTransição

 

Patricia Costa Galeria de Arte
Avenida Atlântica 4240 / Shopping Cassino Atlântico

Exposição da artista Claudia Portos, com curadoria do Luis Ernesto e Bruno Miguel

 

Galeria Inox
Avenida Atlântica 4240 / Shopping Cassino Atlântico

Exposição Oscar Niemeyer

 
12 de setembro – Terça-feira

Bairros: Saúde, Botafogo, Gávea e Jardim Botânico

Horário: a partir das 17hs

Saúde – 17hs

 

Espaço Saracura
Rua Sacadura Cabral 219

Conversa com gestores do espaço e com o artista Alan Sieber

Botafogo – a partir das 18hs

 

Cavalo
Rua Sorocaba 51

Visita guiada a exposição “Luz Partida”, de Felipe Cohen

Gávea – a partir das 19hs

 

Anita Schwartz Galeria de Arte
Rua José Roberto Macedo Soares 30

Visita guiada à exposição “Grito e Paisagem”, de Nuno Ramos

 

Mercedes Viegas Arte Contemporânea
Rua João Borges 86

Visita guiada a exposição “Quase Plano”, do artista Luiz d’Orey

 

Galeria da Gávea,
Rua Marquês de São Vicente 432

Inauguração do novo espaço da galeria e abertura da exposição de Luis Braga

 

Jardim Botânico – a partir das 20hs

Carpintaria
Rua Jardim Botânico 971

Exposição de Adriana Varejão e Paula Rego

 

 
Sobre a ArtRio

 

Em 2017, a ArtRio estreia em novo endereço: a Marina da Glória. O evento, que acontece de 13 a 17 de setembro, vai reunir importante galerias brasileiras e internacionais. Chegando a sua 7ª edição, a feira tem entre suas metas ser um dos principais eventos mundiais de negócios no segmento da arte.

 

A ArtRio pode ser considerada uma grande plataforma de arte contemplando, além da feira internacional, ações diferenciadas e diversificadas com foco em difundir o conceito de arte no país, solidificar o mercado, estimular e possibilitar o crescimento de um novo público oferecendo acesso à cultura.

No Galpão/Fortes D’Aloia & Gabriel

18/ago

Neste sábado, 19 de agosto, das 14hs às 17hs, o Galpão da Fortes D’Aloia & Gabriel, Bara Funda, São Paulo, SP, recebe convidados para dois eventos: abertura da exposição de Gabriel Lima e o lançamento do livro monográfico de Janaina Tschäpe.

 

Gabriel Lima | Proximate Drivers

 

O jovem pintor brasileiro, radicado em Nova York, apresenta onze obras inéditas para sua segunda exposição no Galpão. As obras transitam entre os retratos e a abstração, dando continuidade à longa tradição na pintura de analisar a relação do ser humano com a natureza.

 

 
Janaina Tschäpe

 

Uma co-publicação da Editora Cobogó (Brasil) e da Hirmer Publishers (Alemanha), o novo livro de Janaina Tschäpe reúne pinturas e fotografias dos últimos dez anos. Também conta com ensaios críticos, em português e inglês, dos curadores Germano Celant e Luisa Duarte. Depois do lançamento em São Paulo, o livro será lançado no Rio de Janeiro em 26 de agosto, às 14hs na Carpintaria, Rua Jardim Botânico, 971.

 

Gabriel Lima | Proximate Drivers

 

 

De 19 de agosto a 23 de setembro

 
Ao mesmo tempo em que se envolve e resiste às limitações da experiência empírica, Gabriel Lima direciona seu trabalho em busca da representação da consciência. Proximate drivers é sua segunda exposição no Galpão da Fortes D’Aloia & Gabriel e apresenta onze pinturas a óleo. Estes trabalhos etéreos incorporam a abordagem dinâmica e exploratória de sua prática com imagens que variam de pessoas e animais distintos, a paisagens surrealistas e abstrações puras.

 
O corpo coeso de obras aqui incluído desafia uma leitura singular. Através de sua maneira fragmentada de representação, Lima encoraja reconstruções visuais e conceituais, questionando a relevância da pintura dentro e além dos limites do espaço expositivo. Inspirado em parte pelo seu interesse pelas complexidades sócio-geográficas do Brasil – como a urbanização maciça somada à dominação corporativa das terras rurais –, Lima continua a longa tradição na pintura de analisar a relação do homem com a natureza.

 
As mulheres retratadas por Lima trazem expressões dúbias, que traduzem vulnerabilidades e forças universais, transmitindo um senso compartilhado de resolução. O que elas estão olhando? Elas estão se protegendo, procurando algo, realizando algum tipo de trabalho? Ou talvez estejam simplesmente observando. Ou aguardando. A ênfase do artista sobre seus estados íntimos sugere tanto um sentimento de deslocamento quanto uma presença transcendente.

 
Talvez o senso de deslocamento dessas mulheres se deva às paisagens que as acompanham. As pinturas de paisagem intercalam os retratos, sugerindo que as personagens devem achar seu caminho através desses ambientes. No entanto, ao invés de espaços habitáveis, esses trabalhos desmontam o tempo com representações difusas que ora sugerem cenários idílicos do pré-Antropoceno, ora se revelam como terrenos devastados ou de outro mundo. Em várias dessas paisagens um sol à distância parece se pôr, embora não haja linha do horizonte além da qual possa ir. A profundidade expansiva que Lima cria ao longo das telas é abruptamente achatada pela inclusão de uma forma preta e fantasmagórica – com um tom pesado, mas de forma leve, a natureza contraditória desse elemento consegue desmanchar e expandir a tela ao mesmo tempo.

 
Em uma das maiores obras da exposição, uma capivara flutua sobre uma composição abstrata. Apesar de seu habitat natural ser as savanas e florestas, as capivaras se adaptaram para viver nas margens dos rios altamente poluídos de São Paulo. Em vez de ditar como os espectadores devem entender a presença desse animal – como símbolo de destruição ambiental ou de sobrevivência inesperada – as possibilidades de interpretação são deixadas em aberto. Este espaço intersticial dentro do qual nos encontramos enquanto examinamos as pinturas de Lima é a essência de sua obra.

 
Como John Berger escreve na primeira passagem de Modos de Ver: “[É] o ato de ver que estabelece o nosso lugar no mundo circundante. Explicamos esse mundo com palavras, mas as palavras nunca podem desfazer o fato de estarmos por ele circundados. A relação entre o que vemos e o que sabemos nunca fica estabelecida.” Aceitar a declaração de Berger é aceitar o potencial inerente de um espaço tão indefinível. Lima está fazendo exatamente isso – empurrando a pintura além das questões do olhar ou ver para perguntar sobre o ser.

 

 

 

Sobre o artista

 
Gabriel Lima nasceu em São Paulo em 1984. Vive e trabalha em Nova York. Graduou-se em Belas Artes na Cooper Union (Nova York, 2007-2010) e fez Mestrado em Pintura na Royal College of Arts (Londres, 2011-2013). Suas exposições individuais incluem: life, vest; coffee, tray, Kai Matsumiya (Nova York, 2016); Hanoi, Hanoi, Galeria Múrias Centeno (Lisboa, 2015); Autêntico, Union Pacific (Londres, 2015); Us And Them Forever Bound Up In Here And Now, Galpão Fortes Vilaça (São Paulo, 2014); world interior, Galeria Múrias Centeno (Porto, 2014). Entre as coletivas recentes, destacam-se: A Terceira Mão, Fortes D’Aloia & Gabriel | Galeria (São Paulo, 2017); Nimm’s Mal Easy, Ausstellungsraum Klingental (Basel, 2015); Jac Leirner, Albert Baronian Project Space (Bruxelas, 2015); Ex Materia, Berthold Pott (Colônia, 2015).

Catálogo para Claudio Goulart

17/ago

Lançamento dia 19 de agosto, na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, em conjunto com a Fundação Vera Chaves Barceloos, Viamão, RS, contemplará a obra de Claudio Goulart, artista brasileiro/holandês. Com o projeto “Revelando Acervos”, o Acervo da FVCB, Viamão, RS, recebeu a doação da quase totalidade das obras de Claudio Goulart da Fundação Art Zone (Amsterdã), instituição legatária da obra do artista. Contribuindo para ampliar a visibilidade e a legibilidade da obra de Goulart, a FVCB lançará a publicação “Claudio Goulart|some pieces of myself” em evento acompanhado de fala da artista Vera Chaves Barcellos e de Fernanda Soares da Rosa, pesquisadora da obra do artista, mestranda em Teoria, História e Crítica de Arte, no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

 

“Claudio Goulart | some pieces of myself” cataloga a obra do artista brasileiro/holandês (Porto Alegre, 1954 – Amsterdã – 2005), cuja vasta produção conceitual abrange diferentes suportes e linguagens como arte postal, livro de artista, fotografia, videoarte, instalações e registros de performances. Apesar da multiplicidade de tendências na trajetória de Goulart, questões relativas à identidade e um viés acentuadamente político se notabilizam. O artista viveu e produziu sua obra em Amsterdã a partir de meados da década de 1970, até sua morte, e fez parte de diversos projetos internacionais expondo em países como Holanda, Portugal, Espanha, Alemanha, Suíça, Inglaterra, Cuba, México, Japão, entre outros.

 

Amplamente ilustrada, a publicação bilíngue (português/inglês) conta com texto de apresentação de Vera Chaves Barcellos e uma concisa contextualização histórica de Ana Albani de Carvalho, além de entrevista com o artista Flavio Pons, da Fundação Art Zone, parceiro de ações de Goulart e uma forte influência sobre sua obra em sua fase inicial. O material é acompanhado por um DVD com farta documentação visual do universo estético de Claudio Goulart. A publicação será distribuída gratuitamente. Posteriormente, está previsto o lançamento da publicação no Itaú Cultural, em São Paulo, SP.

 

Na mesma data, ocorrerá a  distribuição de uma publicação que abarca a história e atuação da Fundação Vera Chaves Barcellos.

 

 

Sobre Revelando Acervos | Rumos Itaú Cultural

 

Em 2015, a FVCB recebeu parte significativa do acervo de obras do artista da Fundação Art Zone, através de recursos do projeto “Revelando Acervos”, viabilizado através de recursos do programa Rumos Itaú Cultural. Com a publicação, a FVCB assinala mais uma vez seu compromisso com a contribuição à pesquisa no campo das artes visuais, colaborando para o reconhecimento da produção de Claudio Goulart dentro do contexto da arte brasileira contemporânea.

 

 

Sábado, 19 de agosto, às 17hs.

Onde: Auditório BTG Pactual | Fundação Iberê Camargo | Av. Padre Cacique, 2000 – Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

Coletiva na VilaNova

A Galeria VilaNova, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP,  apresenta os três fotógrafos que passam a integrar seu time de artistas, com a inauguração da mostra “Excertos”. Sob curadoria de Fausto Chermont e Bianca Boeckel, os artistas Hilton Ribeiro, Ricardo de Vicq e Willy Biondani exibem trabalhos que despertam os elementos mais sensíveis e originais da arte, ao utilizarem técnicas sofisticadas na abordagem de assuntos diversos. Ao longo do próximo ano, os três artistas farão suas individuais, aprofundando as propostas exibidas nesta coletiva.
Importantes profissionais da Fotografia, premiados e com trabalhos expostos em grandes instituições e galerias do Brasil e do mundo, esse “trio de fotógrafos solistas” – como o curador Fausto Chermont se refere aos artistas do projeto – inicia suas parcerias com a Galeria VilaNova expondo séries inéditas no país, as quais traduzem suas trajetórias intensas e diversificadas.
Hilton Ribeiro, paulistano que iniciou sua carreira na Fotografia no início da década de 1970, apresenta em “Excertos” recortes de três séries, duas essencialmente urbanas e paulistanas, e outra que elege o mar como tema. Por sua vez, Ricardo de Vicq – carioca, começou retratando artistas para capas de discos, alguns deles ícones da Bossa Nova – exibe, pela primeira vez no Brasil, o projeto “Metamorfo”, premiado com medalha de ouro no Graphis Photography Annual 2017 (categoria “nu”), em Nova York – EUA. Em suas palavras: “Metamorfos são seres feitos de amor. Um Metamorfo não sabe onde termina seu corpo e começa o corpo da amada. Se o seu pensamento pertence a ele ou a quem ele ama. Sua dor é a dor sentida pelo outro. Um Metamorfo não sabe se a mão que lhe faz carinho é a sua ou a do seu amor. Um Metamorfo é feito de amor, tolerância, paixão e muito respeito à vida. Ser um Metamorfo deveria ser o objetivo de todo ser humano”. Willy Biondani, paulistano cuja trajetória tem início como fotógrafo publicitário e de editoriais de beleza e moda, participa de “Excertos” e empresta ao conjunto de imagens exibidas toda sua expertise adquirida na Publicidade e na Moda, em fotografias coloridas e cheias de grafismo e geometria.

 

De 22 de agosto a 21 de setembro. 

André Penteado na Zipper

08/ago


Em sua primeira individual até o dia 16 de agosto na Zipper Galeria, Jardim América, São Paulo, SP, o artista André Penteado investiga as reminiscências e os desdobramentos visuais da delegação que desembarcou no Rio de Janeiro no início do século 19 com a meta de instituir a Academia Imperial de Belas Artes, primeira instituição oficial de ensino de artes no país. A exposição “Missão Francesa” tem texto crítico assinado por Moacir dos Anjos e apresenta um recorte da produção incluída em fotolivro homônimo do artista, recentemente lançado.

 
A nova série é a segunda fase do projeto “Rastros, Traços e Vestígios”, em que o artista pretende retratar cinco temas da história brasileira. Já concluiu dois – “Cabanagem” (2014) e “Missão Francesa” (2017) – e tem um em andamento – “Farroupilha”, previsto para o próximo ano. “Não sou historiador e não pretendo explicar os processos. Minha intenção é gerar uma sensação do presente a partir de vestígios do passado”, reflete. O artista, no entanto, afirma haver um paralelo entre historiadores e fotógrafos: “Ambos partem da realidade, mas suas construções são sempre ideológicas”.

 

Em uma dessas construções, ele questiona a importação de matrizes para sanar questões nacionais. “No Brasil, ainda hoje vinga o ideário de que a importação de modelos podem resolver nossos problemas”, ele afirma. Em seu método próprio de investigação, André Penteado se aproxima do trabalho arqueológico. “Eu junto as imagens e busco uma conexão entre elas, experimentando relações, em tentativas e erros, para formar alguma coerência narrativa”.

 

Esta abordagem “técnica” fica evidente nos aspectos formais dos trabalhos. Produzidas com tripé e uso de flash, as fotografias remetem às máquinas automáticas. São duras, estruturadas, cruas – o que, propositalmente, transmite a racionalidade com que o artista confronta a realidade. “Os temas são complexos e envolvem muita paixão. Eu busco o oposto no meu trabalho. É quase uma fotografia forense”, analisa.

 

Trabalhos da mesma série participaram da mostra coletiva “Antilogias”, que esteve em cartaz na Pinacoteca do Estado. O artista realizará exposição individual sobre a Missão Francesa no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, que abriga a mais importante coleção sobre o período.

 

 

Sobre o artista

 

A obra de André Penteado, São Paulo, SP, 1970) se baseia na ideia de que a fotografia, dada a sua banalidade no mundo de hoje, é uma das mais interessantes e complexas mídias para o desenvolvimento de trabalhos de arte. Produzindo desde 1998, o artista já realizou nove exposições individuais e participou de mais de vinte coletiva no Brasil, Argentina, Espanha e Inglaterra, onde viveu por sete anos. Em 2013, venceu o Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger com o trabalho “O Suicídio de meu pai”; seu projeto “Tudo está relacionado”, foi selecionado para o Rumos Itaú Cultural 2013-2014. Tem quatro fotolivros publicados: “O suicídio de meu pai” (2014), “Cabanagem” (2015), “Não estou sozinho” (2016) e “Missão Francesa” (2017).

Festival Internacional

É gratuita, a programação da 18ª edição do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (FILE) que permanecerá em cartaz até 03 de setembro em diversos espaços do Centro Cultural Fiesp, Avenida Paulista, São Paulo, SP. Evento livre para todos os públicos. Sob o tema “O borbulhar de Universos”, a exposição reúne 370 trabalhos – desde instalações interativas, jogos eletrônicos e animações, até gifs, videoartes, sonoridades eletrônicas e projeções -, produzidos por 339 artistas estrangeiros e 18 brasileiros.

 
Serviço:
FILE São Paulo 2017
Local: Centro Cultural Fiesp (avenida Paulista, 1313 – em frente à estação Trianon-Masp do Metrô)

 
Galeria de Arte
de18 de julho a 03 de setembro
Horários: todos os dias, das 10hs às 20hs (entrada permitida até 19hs40min)

 
Galeria de Arte Digital
File Led Show: Diálogos possíveis
Até 03 de setembro
Exibições: todos os dias, das 20hs às 6hs

Em Curitiba

07/ago


Desenho, é a exposição que a SIM galeria, Curitiba, PR, apresenta de 12 de agosto até 23 de setembro, sob curadoria de Felipe Scovino. Participam os artistas André Komatsu, Cadu, José Damasceno, Juan Parada, Marcius Galan e Nicolás Robbio.

 
Texto da curadoria

 

Desenho,

 

A primeira particularidade dessa exposição é o seu título. A vírgula depois da palavra “desenho” indica, entre outras possibilidades, falha, descontinuidade ou a própria impossibilidade de se designar o que é essa prática artística diante de uma infinitude de possibilidades. Na contemporaneidade, o desenho se articula como um traço no papel, mas, acima de tudo, como uma gama de desvios e circunstâncias que o aproxima da tridimensionalidade e mesmo, eventualmente, do cinema. Essa exposição conta com obras de seis artistas (André Komatsu, Cadu, José Damasceno, Juan Parada, Marcius Galan e Nicolás Robbio) que pensam o desenho como um agenciamento poético que se relaciona de forma cada vez mais potente e crítica com as idiossincrasias de um mundo não só em constante mudança mas fundamentalmente com a visão de um mundo em colapso. Percebam que essas obras constroem uma atmosfera na qual a precariedade e o acidente estão acentuados e são partes constituintes de suas poéticas.

 

A exposição investiga o desenho, portanto, não como projeto, estudo ou algo “menor”, mas como um passo importante para entendermos o caminho desses artistas e, ao mesmo tempo, refletir sobre um campo ampliado dessa prática artística. Nas obras desses artistas, ele adquire muitas vezes uma circunstância tridimensional; passa a ter volume e textura e, em alguns casos, se mistura com a paisagem do cotidiano, como é o caso de Geometria acidental (2008), de Robbio. Essa obra é um vídeo no qual o artista destaca, por meio de inserções gráficas, formações geométricas que acontecem ao acaso mediante o caminhar de transeuntes por uma praça. Vetores detectam o vai-e-vem dessas pessoas, gerando relações geométricas específicas (trapézios, etc.) que aparecem e desaparecem na tela, obedecendo à mesma velocidade.

 

O diálogo entre essas obras cria uma conjunção estética pelo fato de aproximar temas como invenção de território, memória, geografia e política. São obras que têm a economia de métodos e de elementos como prática constante. Esses desenhos também percorrem um território que se coloca como presente e inconclusivo, transparente e ambíguo, enfim, um mundo de referências imbricadas que a descrição conceitual jamais esgotará. A mostra também discute o desenho pela sua “negatividade”, isto é, por uma estrutura que pode ser revelada como algo indeterminado ou uma aparição ambígua no espaço, já que, em muitos casos, o que se torna visível para os olhos são rastros ou mecanismos que evidenciam uma perda. É o caso da paisagem recortada, fora de ordem, difusa em sua própria estrutura, explícita na série Cada um, cada qual (2017), de Komatsu. Ou ainda na funcionalidade perdida e descreditada das Pinturas burocráticas (2013), de Marcius Galan. O desenho passa a ser uma presença permeada de furos ou fraturas, pois ele mais esconde do que revela. Contudo, é essa força “negativa”, oblíqua, estranha, desviante que interessa à curadoria. Expor uma função reversa do desenho: não mais a revelação de uma estratégia, plano ou ideia, mas a imposição de sua própria estrutura, como algo desafiador e problematizador. Eis a fina ironia da Escultura borracha, de Damasceno: a borracha perde sua função operacional de apagar o que se traçou, pois é mármore e impõe ao desenho a sua própria duração e a impossibilidade de se voltar atrás.

 

O desenho também é uma miragem, e podemos perceber essa acepção no conjunto horizontalizado de lápis, constituindo uma massa homogênea (Horizonte duplo, 2015, de Marcius Galan) que, a distância, estimula nossa imaginação a pensar numa janela ou brise-soleil. Entramos no terreno do acidente e do desenho como ocupação virtual de espaço, campo de experimentação e ampliação da obra bidimensional.

 

Interessa à exposição aproximar o desenho de circunstâncias ou dados imateriais, como é o caso da série Windline (2014).

 

Em parceria com o artista e designer Marcos Kotlhar, Cadu concebeu uma estrutura que sistematiza leituras do comportamento do vento em forma de desenhos. No aparato, dados colhidos por um anemômetro são interpretados por um software de leitura, que utilizando a velocidade como vetor de deslocamento e a direção dos pontos cardiais como coordenadas, produz comandos que movem uma caneta presa a um suporte numa área de desenho (…). O que se vê é o registro da volatilidade do comportamento do vento em uma mesma região.

 

O desenho consegue condensar e vibrar, ao mesmo tempo, a densidade, o peso e o volume do vento. Por acaso, ciência e arte se fundem em meio a um regime de sensibilidade muito especial promovido por essa série de trabalhos. O desenho na obra de todos esses artistas funde-se entre ser projeto, ideia e realização no espaço. De forma geral, não há como distinguir pintura, escultura e instalação do desenho.
Felipe Scovino