Beuys em São Paulo

15/mar

A Galeria Bergamin & Gomide, Jardins, São Paulo, SP, anuncia exposição de caráter panorâmico da obra de Joseph BEUYS, artista alemão que produziu em diversos meios e técnicas, incluindo fluxus, escultura, happeningperformancevídeo instalação

 

 

Sobre o artista

 

Joseph Heinrich Beuys nasceu em Krefeld1921 e faleceu em Düsseldorf1986, considerado um dos mais influentes artistas alemães da segunda metade do século XX.

 

Cresceu em duas pequenas localidades da região, Kleve e Rindern. Travou algum contato com a arte na juventude, tendo visitado o ateliê de Achilles Moorgat em diversas ocasiões, mas decidiu seguir carreira em Medicina. Entretanto, com a explosão da Segunda Guerra Mundial, alistou-se na Força Aérea Alemã (Luftwaffe). Costuma-se dizer que a predominância de feltro e gordura na obra de Beuys é devida a um incidente ocorrido na guerra. Beuys foi alvejado e o seu avião caiu durante uma missão na Criméia onde acabou por ser resgatado por tártaros. Ele teria sido salvo ao ter sido tratado com ervas e recoberto por feltro e gordura. Não se sabe se essa história é verdadeira, mas agora ela já faz parte do mito que cerca a figura de Beuys.

 

Depois da guerra, Beuys concentrou-se na arte e estudou na Escola de Arte de Düsseldorf de 1946 a 1951. Nos anos 1950, dedica-se principalmente ao desenho. Em 1961, tornou-se  professor de escultura na academia, mas acabou sendo demitido de seu posto em 1972, depois que insistiu em que suas aulas deveriam ser abertas a qualquer interessado. Seus alunos protestaram, e ele pôde manter seu ateliê na escola, mas não recuperou as aulas.

 

Em 1962, Beuys conheceu o movimento Fluxus, e as performances e trabalhos multidisciplinares do grupo – que reuniam artes visuais, música e literatura – inspiraram-no a seguir uma direção nova também voltada para a happening e performance. Sua obra tornou-se cada vez mais motivada pela crença de que a arte deve desempenhar um papel ativo na sociedade. Em 1979, uma grande retrospectiva da obra do artista foi exibida no Museu Guggenhein de Nova York. Beuys morreu de insuficiência cardíaca, em 1986.

 

 

De 17 de março a  30 de abril.

Planopinturas na SIM

A SIM Galeria, Curitiba, Paraná, realiza exposição individual de nova série de trabalhos assinados por Tony Camargo. O artista recebeu texto de apresentação de Arthur do Carmo e a obras obedecem a titulação geral de “Planopinturas”, o mesmo título da mostra.

 

 

A Arquitetura Originária das Coisas

 

Como se constroem abrigos físicos para as ideias? Como tornar matérias invisíveis em algo palpável, sem se restringir à representação, mantendo suas complexas dinâmicas espaciais e temporais? O trabalho de Tony Camargo sempre envolveu a construção de aparelhos que de alguma maneira desvendam o funcionamento do mundo, apreendendo essas descobertas de real num espaço determinado, entre linhas e planos. O seu laboratório de fenômenos se constitui pelos próprios materiais e conceitos envolvidos. Ao lidar com a pintura, entretanto, surgem problemas incalculáveis, como criar um abrigo físico para a cor, em sua energética ambivalente de onda e partícula.

 

Seu trabalho nos mostra o quanto ainda somos primitivos, mesmo em nossos mais avançados processos tecnológicos. Os poucos elementos formais que temos à disposição são combinados infinitas vezes por projetistas, produzindo todas as coisas de nossa paisagem humana. Olhe ao redor: verá execuções de círculos ovais em maçanetas e sistemas de portas, quadrados, retângulos e suas metades triangulares nas paredes e nos telhados, distâncias formadas por linhas nas ruas, nos mapas e tantas outras formas que estruturam nossa sociedade. Diferentes materiais formando todos os sistemas artificias da vida. Por desbravar os interiores das máquinas, em seus funcionamentos e matérias, como tintas automotivas, conhecidas como laca nitrocelulose, além de verniz poliuretano e outras sobre pesadas chapas de MDF, Tony Camargo alcança um poder de síntese estrutural sobre os recursos que temos disponíveis, assim como já havia alcançado outras sínteses em trabalhos anteriores, reduzindo imagens de massa plenamente virtuais e midiáticas com suas Planopinturas Iconográficas.

 

As suas Novas Planopinturas operam por uma matemática sideral, paisagens formadas por elementos reduzidos a suas formas originárias de conceito – quadrados, retângulos, círculos, semicírculos ovais, indicativos de movimentos, obtendo um cálculo capaz de suspender o fenômeno pintura em pleno acontecimento. Tony faz uma redução do mundo, e põe seu funcionamento em estado de inércia, vibrátil e estático. As atmosferas conquistadas por esses trabalhos mantém um corpo que vibra sem cessar. Como se campos de cor ganhassem um corpo para se presentificar diante do nosso olhar. Ao invés de movimentos efêmeros, a cor tomada por um estado de inércia, permanente em seu movimento.

 

Arthur do Carmo, fev. 2016

 

 

De 16 de março a 30 de abril.

Festa underground/CCBB, Rio

Com a proposta de oferecer ao público uma autêntica noite underground berlinense, “Zeitgeist: a Festa” completa a exposição “Zeitgeist”, que encontra-se em cartaz até 04 de abril no CCBB, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

 

O evento, marcado para o dia 19 de março, promete causar: o artista plástico Maurício Ianês e o perfomer Maikon K dão a largada com suas performances, às 22h. Logo após, a música eletrônica irá tomar conta do espaço, com DJs renomados tocando o melhor da música eletrônica.

 

Durante o evento, na performance “nãoNão”, Maurício Ianês irá induzir o público a participar de um diálogo silencioso com ele, numa troca de ações e vivências. Ianês estará sentado ao lado de uma mesa com uma cadeira à frente para quem se dispuser a participar do “jogo”.

 

Já Maikon K passará por uma metamorfose em DNA de DAN. Como uma serpente ancestral africana, o performer ficará imóvel enquanto uma substância líquida seca sobre seu corpo. Após cerca de 2 horas, essa substância forma uma segunda pele, que se rasga e serve de alimento para o artista.

 

À frente do coletivo DOMINA estarão os DJs Marcelo Mudou e Kinkid, responsáveis pela música e pela decoração da festa, com projeções e instalações luminosas. E à meia-noite o carioca Gustavo Tatá, um dos mais renomados e atuantes DJs cariocas, ocupará a mesa. Com 19 anos de carreira, ele flutua pelo House, Deep House, Tech House e tem influências de Disco, RNB, Dub, Reggae e Hip Hop.

 

Por último, “Finalmente”, o movimento de resistência a favor da música eletrônica – com origem em três países. Formado por Susana Guardado, Portugal, Michael Jozef, Estados Unidos, ViniciusAlves, ValentinaHomem e YasminZyngier, do Brasil, o grupo convidará  o público a deixar de lado gêneros, dogmas e estereótipos para conhecer o que há de mais novo na cena contemporânea, na música e na dança, tendo a pista como base de ação.

 

Horário de funcionamento no dia 19/03 (sábado) de 9 h às 21h, reabrindo às 22h para a festa. 

 

Sujeito à lotação do espaço

 

Entrada permitida para maiores de 18 anos

 

Não é permitida a entrada com armas de fogo, objetos cortantes e/ou pontiagudos, latas, garrafas ou qualquer recipiente de vidro, alimentos e bebidas, objetos que ocultem a face. 

 

 

 

 

Sobre a mostra “Zeitgeist”

 

 

Com curadoria de Alfons Hug, a exposição “Zeitgeist – Arte da nova Berlim” reúne pela primeira vez, no Brasil, um panorama consistente da produção da respeitada comunidade artística que se concentra na cidade num movimento que começou com o fim da Guerra Fria.

 

Pintura, fotografia, videoarte, performance, instalações e a cultura dos famosos clubs berlinenses, na visão de 29 artistas dentre os mais destacados da arte contemporânea, compõem o mosaico da exposição Zeitgeist, que aproximará o público brasileiro da realidade artística e cultural de uma Berlim contraditória e fascinante, plural e diversa,  que desconhece limites quando se trata de pensar e viver a arte e se reinventar.

 

 

Até 04 de abril. 

 

 

Individual de Alex Ferro

A exposição “O Vale dos Reis”, de Alex Ferro, com curadoria de Marco Antonio Teobaldo, entra em cartaz no Gabinete de Fotografias do Centro Cultural da Justiça Federal, Centro, Rio de Janeiro, RJ. O acervo de vinte obras apresentado na mostra é o resultado de quatro anos de incursões em cerimônias de Candomblé, realizadas pelo artista e o curador.

 

Em agosto de 2012, o fotógrafo teve a oportunidade de realizar o seu primeiro ensaio sobre as celebrações realizadas em um dos terreiros de Candomblé mais tradicionais do Rio de Janeiro, situado em Santa Cruz da Serra. O Ilé Asè Atará Magbá Iyá Omindarewá foi criado em 1973 pela Iyalorixá Gisèle Cossard Binon, nascida no Marrocos e criada na França, com título de doutora em Antropologia pela Universidade Sorbonne.

 

Alex Ferro vem registrando, desde então, diversas celebrações e cultos sagrados e experimentando técnicas e equipamentos capazes de traduzir tamanha riqueza que se colocava diante de seus olhos. Recentemente, suas obras da série “Santo Forte” foram exibidas no Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos, IPN, na Região Portuária do Rio de Janeiro, e posteriormente na Firehouse Plaza Art Gallery, em Nova York.

 

Em “O Vale dos Reis”, algumas imagens são ampliadas de modo que estes personagens ganham aspectos de verdadeiras divindades ostentadas pelas grandes dimensões que são apresentadas. Ao passo que outros registros, são dispostos em formatos menores (100 X 80 cm e 80 X 60 cm), convidando o visitante a aproximar-se fisicamente das obras. O recorte curatorial escolhido para esta exposição é sobre as celebrações protagonizadas pelo orixá Xangô, em dois momentos diferentes: na Fogueira Xangô e na Saída de Yawô, por isso, estão agrupadas e dispostas em ambientes distintos. Enquanto na Fogueira encontramos a celebração noturna, em que os orixás demonstram o seu domínio sobre o fogo, na Saída de Yawô a luz do dia revela parte dos bastidores da cerimônia, e a iniciação de uma criança de 3 anos de idade.

 

Flavio Lazarino, artista visual e sonoro foi convido a criar uma instalação com gravações recentes de mensagens de bênçãos enviadas por aplicativo de telefone celular, do terreiro para o grupo de seus filhos, remixadas com sons da natureza e canções em Yorubá.

 

De acordo com o curador, Marco Antonio Teobaldo, este trabalho reverencia a cultura brasileira e suas raízes, a partir da visão do artista sobre uma das manifestações populares mais expressivas no Brasil, no contexto da fé e respeito à ancestralidade, que adquire um impacto ainda maior dentro do Centro Cultural da Justiça Federal. Trata-se também da bravura e a força de um povo, que ainda luta contra o preconceito, a intolerância religiosa e reivindica o direito de exercer livremente a sua fé. E ainda, apresenta-se como a primeira grande homenagem a Iyálorixá Gisèle Cossard Binon, falecida recentemente.

 

Kawó Kabiesielé!!! É a saudação feita a Xangô e significa: venha ver o Rei descer sobre a Terra!

 

 

De 16 de março a 24 de abril.

Iran do Espírito Santo

14/mar


A Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta “Fuso”, a nova exposição individual de Iran do Espírito Santo, que reúne esculturas e uma instalação. O título faz uma alusão tanto ao fuso mecânico, quanto ao fuso horário que conhecemos, relacionando-se principalmente com a questão do tempo, e que o artista apresenta sob três concepções distintas: histórica, cósmica e existencial. Com esse projeto, Iran retoma também temas recorrentes de sua pesquisa, como a correlação estabelecida entre a evolução industrial imposta pelo avanço da modernidade, bem como a estética contemporânea e suas implicações.

 

Instalado no térreo da Galeria, “Base Fixa” é um dos mais ambiciosos projetos escultóricos do artista até a presente data, onde ele invoca a força da escala física através de uma série de peças de aço inox, que juntas somam mais de uma tonelada. Curiosamente, esses quatro conjuntos de porcas e parafusos (aumentados em dezoito vezes) foram fabricados com mesmo maquinário tradicional do qual geralmente fazem parte, arrevessando a própria hierarquia industrial clássica. Os parafusos delimitam uma área quadrada no espaço expositivo, sugerindo não por acaso uma base imóvel sobre a qual estão fixados, ao passo que sua forma helicoidal (rosca) aponta para um movimento infinito. Cria-se assim uma tensão, a qual o artista descreve como um “conflito entre as forças de avanço e de retrocesso, de movimento e reação.” A materialidade ostensiva de Base Fixa pode ser contrastada com o caráter etéreo das obras no segundo andar.

 

“Cúpula” é uma escultura de cristal inspirada nos relógios antigos, que estabelece um contraponto entre sua função original, a de proteger a marcação do tempo, e a maneira como explora a noção de tempo em algo suspenso e solidificado no seu próprio relicário. Já a obra “Fuso”, que empresta seu nome à mostra, é uma instalação site-specific produzida nas paredes. Como é habitual na prática do artista, o trabalho apresenta mais de quarenta gradações de cinza, pintadas com linhas retas e precisas. Nessa obra, Iran do Espírito Santo trabalha nas superfícies paralelas para criar imagens inversas e complementares. Altera, assim, a incidência da luz sobre a arquitetura, modificando a percepção física do espaço. O espectador, posicionado entre esses dois polos, torna-se não só testemunha, como também parte integrante do ambiente da instalação.

 

Na ocasião da abertura da exposição, Iran do Espírito Santo lança seu mais novo livro monográfico, “Desenhos/Drawings”, sobre sua extensa produção em papel. Publicada pela Editora Cobogó e com texto do curador Jacopo Crivelli Visconti, a edição apresenta um recorte cronológico através de uma seleção de mais de 130 obras.

 

 

Sobre o artista

 

Iran do Espírito Santo nasceu em Mococa, SP, em 1963 e atualmente vive e trabalha em São Paulo. Entre suas exposições individuais, destacam-se: Playground, Public Art Fund, Nova York (EUA, 2013); Recuo, Capela do Morumbi, São Paulo (2013); Estação Pinacoteca, São Paulo (2007); IMMA, Dublin (Irlanda, 2006); MAXXI, Roma (Itália, 2006); Museo de Arte Carrillo Gil, Cidade do México (México, 2004). O artista já participou das seguintes bienais: Bienal do Mercosul (2009 e 2005), Bienal de São Paulo (2008 e 1987), Bienal de Veneza (2007 e 1999), Bienal de Montreal (2007) e Bienal de Istambul (2000). Sua obra está presente em diversas coleções importantes, como MoMA (Nova York), SFMOMA (San Francisco), Cifo (Miami), MACBA (Barcelona), TBA21 (Viena), Inhotim (Brumadinho), MAM (São Paulo), MAM (Rio de Janeiro), Pinacoteca do Estado de São Paulo (São Paulo), MAC-USP (São Paulo), entre outras.

 

De 19 de março a 30 de abril.

Hill House Residency

A artista paulistana Thais Beltrame, desde pequena, desprezava o lápis de cor e rabiscava compulsivamente os livros de sua mãe com uma caneta bic. Hoje, a artista emprega a sutileza meticulosa do nanquim e aquarela para revelar uma atmosfera peculiar e melancólica, questões existenciais universais representadas de forma ácida, porém extremamente delicada, recriando todo o brilho, escuridão e descobrimentos de uma infância, também com temas de ansiedade adulta e memórias.  Seus desenhos, gravuras e instalações, referências de seu trabalho como ilustradora, trazem cenas de florestas, pequenas cidades ou ambientes domésticos, onde animais e pessoas parecem desempenhar um papel no desenrolar de uma história. Mas nos trabalhos da artista não há história precisa; os personagens parecem aguardar, em uma reflexão do que passou e em um momento de espera contemplativa por uma história que está por vir.

 

A ênfase em uma paleta de cores restrita, porém pensada, que permitem uma poesia única e minimalista, característica do trabalho de Thais Beltrame, ganha novas cores e formatos na mostra inédita que a artista apresenta na Galeria Movimento, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, com abertura marcada para o dia 31 de março. Pode-se dizer que a exposição “Primeiro as Florestas,” (assim mesmo, com uma vírgula no final) se coloca como um “antes e depois” na trajetória da artista. O fio condutor da mostra foi inspirado na experiência que Thais Beltrame passou no fim do ano passado na Hill House Residency, onde ela ficou por 15 dias sozinha em uma cabana na floresta, perto de East Jordan, Michigan. Tendo como companhia a natureza e os animais, que segundo a artista só apareceram mesmo no fim da viagem, Thais passou a usar muito mais as cores da aquarela nos trabalhos que estarão na mostra. Entre folhas e pinhos a artista, que levou consigo certas expectativas acerva de estar isolada no meio de uma floresta, teve a destruição desta idealização e percebeu que existe um grande abismo entre humanos e a natureza. O momento de imersão na floresta a levou aos desenhos de observação e experimentação com cores na aquarela. A série “amor fati” foi criada na floresta. Aceitar a vida pelo que ela é. Desenhou aquilo que via e que a rodeava, de certa forma um ambiente inóspito e hostil. Já as obras que contém dobras, sejam elas livros-sanfona, ou assemblages, foram criadas antes da experiência na floresta. São na sua maioria paisagens de montanha ou horizontes com a lua, que ironicamente não faziam parte da paisagem na qual ficou inserida. Tem também a terceira parte, os trabalhos feitos após a volta da floresta. Desenterrar a terra. São desenhos onde o vácuo está presente. Arrancar uma árvore é a única maneira pra se enxergar o céu.

 

A mostra que apresenta 30 trabalhos inéditos divide-se em antes, durante e depois de Hill House (Que tem como spot o papel, alguns sanfonados, ou em formato de livro de artista.  A maioria pequenos, com 60 por 80 cm, alguns mais compridos, de 1m, uma enorme variedade). As sensações como expectativa, romantismo, observação, fragilidade e descobrimento tomam conta das obras que resultaram nesta exposição.

 

Dentro da estrutura de narrativa de cada trabalho, um vasto repertório de temas como amor, beleza, raiva e solitude são sutilmente introduzidos e elaborados, dando peso à aparência exterior de simplicidade. Atrelado às animais como cavalos, corvos e besouros, que preenchem sua paisagem artística, estas âncoras emocionais salientam a densa capacidade de Thais para contar histórias e conectar os personagens e a vida que eles carregam de um trabalho para o outro.

 

 

Sobre a artista

 

Formada em Artes Plásticas no Columbia College Chicago, a artista vive e trabalha em São Paulo, seus trabalhos já foram expostos em galerias e feiras de arte internacionais na Inglaterra, Estados Unidos e Brasil. Foi publicada uma matéria de doze páginas na revista americana Juxtapoz Arts & Culture sobre a artista. Thais foi convidada a criar uma instalação colaborativa na ilha de St. Barths, no Caribe, e teve seu trabalho selecionado pela Canson para representar o Brasil em um concurso para artistas que trabalham em papel, posteriormente exposto no Petit Palais, Paris, França.

 

 

De 31 de março a 30 de abril.

Colorbars de Marcelo Catalano

As obras de Marcelo Catalano são convidativas e propõem um mergulho, uma imersão dentro das cores. Conhecido como grande colorista, e pelas famosas “colorbars”, de cores pensadas e racionalizadas para parecerem aleatórias e reflexivas, o trabalho do artista lembra a cidade que se assemelha ao seu sobrenome, a Catalunha, cenário de alta musicalidade e cor. Após um ano se dedicando à nova série que se destaca pela evolução da técnica e acabamento, além da chegada do prata e das cores fluorescentes, agora a ideia é propor  um mergulho intenso nos seus tons fortes e quentes. Catalano abre a mostra “Superfície” que acontece no dia 31 de março, na Tramas Galeria de Arte, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ.

 

As 12 telas (pintura sobre tela) inéditas convidam o público para uma viagem sensorial e estética das barras coloridas, que extravasam e invadem as paredes da galeria como uma linha melódica de suas composições de cores personalizadas, transparecendo ritmicamente como as teclas de um piano como se fosse uma composição real de várias entonações , sendo que de cores ao invés de sons.

 

A exposição ganha também obras que contém a palavra e a figura, recentemente introduzidas para o repertório do pintor/colorista que sempre alimentou o fascínio pela Pop Art e também pelas artes gráficas. A mostra “Superfície” é marcada pelas investigações das possibilidades da pintura na abstração geométrica e o gosto do artista pelas superfícies planas de cores chapadas.

 

Para a curadora Clarisse Tarran, que assina a exposição, “Superfície” nos traz um conjunto de obras que se relacionam como peças em um jogo aberto de vetores. “Marcelo Catalano caminha de suas linhas ritmadas para planos variáveis em volumes inesperados. A partir da marca primordial de sua pintura, as colorbars, com sua vibração ótica do espectro de cores intensas ou até ácidas, o artista vai nos provocando com pinturas-quase-objetos que se projetam, sutilmente, em um desdobramento da segunda para a terceira dimensão, nos remetendo a espaços topológicos. Questões pictóricas que nos levam à pergunta pintada em uma de suas telas: Why not?”, finaliza.

 

 

 

Sobre o artista

 

Jornalista por formação, e músico nas horas vagas (o artista foi guitarrista de uma banda de rock na década de 80 e excursionou pelo Brasil com o Double You na década de 90), neto do grande ator Humberto Catalano, que participou de mais de 60 filmes, começando no início do cinema mudo, Marcelo se inspira em tudo o que tem ritmo e camadas, como a música, a moda e a literatura. Iniciou os estudos de artes em março de 1999 na Escola de Artes Visuais do Parque Lage sob a supervisão de Ronaldo do Rego Macedo, Anna Bella Geiger, Fernando Cocchiarale e Daniel Senise, onde permaneceu até o outono de 2002.  Neste mesmo ano, recebeu o prêmio Heineken Novos Talentos da Pintura no Museu da República, Rio de Janeiro. Realizou exposições individuais em lugares como a Casa de Arte e Cultura Julieta de Serpa e Centro Cultural Cândido Mendes (Rio de Janeiro), Artefacto (Miami), Esfera (São Paulo) e coletiva na Galeria A gentil Carioca, entre outros espaços. Seus trabalhos já estiveram presentes em feiras como a Pinta (NYC) e SP Arte e estão em coleções como a do Heineken Museum (Amsterdam).

 

 

Até 30 de abril.

Arte erótica na TATO

11/mar

A Galeria TATO, Pinheiros, São Paulo, SP, comunica e apresenta a abertura de seu novo projeto “DARK ROOM”, com o artista Sidney Amaral e curadoria de Claudinei Roberto.

 

“DARK ROOM” é uma pequena sala expositiva dedicada inteiramente à arte erótica, buscando criar um espaço de livre imersão na produção contemporânea sem censuras.

 

Às 13h do dia 12 de março acontece um bate-papo sobre a exposição “Objeto inquieto: Esculturas de Sidney Amaral” com o artista e o curador Claudinei Roberto.

 

 

 

De 12 de março a 07 de maio.

Luisa Editore na Oscar Cruz

A Galeria Oscar Cruz, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP, apresenta a segunda exposição individual da artista chilena radicada em São Paulo, Luisa Editore. A mostra traz obras inéditas, incluindo pinturas e colagens, que reafirmam o interesse da artista pelos processos da fatura da pintura e das suas etapas de produção. Luis Editores tem desenvolvido nos últimos anos, uma linguagem baseada na aplicação de fita adesiva para demarcar a pintura, e o seu uso posterior em outros suportes, como cartões. Criando assim, uma espécie de sistema, onde todo material é aproveitado e aplicado.

 

Em “AllaBreve, instalação que dá nome à exposição, onze cartões são alinhados por uma paleta de tons de vermelho encontrados em cada cartão. Nesta operação, ela descreve o trajeto inverso da pintura, como se respondesse a questão: realinhar algo que foi desconstruído e buscar um fio de nexo nas obras.

 

O título da exposição funciona quase que por antítese, referindo-se mais ao campo da música e da matemática, do que ao seu significado literal (“à maneira de” – “com rapidez”) – que sugere um ritmo bastante rápido. Visto que na pintura a óleo, a fatura é lenta, longa, permanente, profunda.

 

Na série de aproximadamente doze pinturas de médio e pequenos formatos, em sua maioria, passa a pensar o espaço por justaposição de grades, com deslocamentos modulados pelas espessuras das fitas adesivas. Nestas telas notamos a clareza da matemática, dada pela repetição do eixo ortogonal, que preenche o campo da pintura. Enquanto em outras telas destaca os cortes e rupturas dos planos das grades, para obter prováveis espaços de aberturas, cantos e frestas de luz. Referências à Arquitetura e ao automatismo dos processos da própria pintura estão lançados.

 

Há de se destacar, que no percurso da exposição duas pinturas contém grandes percentuais de campos negros, chegando a 80% uma delas. Essas obras foram as primeiras que foram criadas para a exposição e demarcam um provável hiato. Nota-se a partir daí, um interesse peculiar no espaço da tela e da pintura. Além da representação de possíveis plantas de arquitetura ou cidades em vista aérea, o olhar estaria mais aproximado do espaço desejado, em direção a um caminho onde a própria linguagem torna-se mais clara. Como se na escuridão,encontrasse o mínimo de clarão para ancorar o exercício da pintura.

 

 

 

Até 29 de abril.

Gabriel Wickbold registra mulheres

09/mar

O fotógrafo Gabriel Wickbold reuniu mais de 50 mulheres em um ensaio contra o machismo. Intitulado “Antes nua do que sua”, o projeto teve a participação de algumas mulheres famosas, como Didi Wagner, Fernanda Paes Leme e Carol Bittencourt. Esta foi sua forma de homenagear o Dia Internacional da Mulher

 

Os cliques, todos em preto e branco, foram feitos na casa de Gabriel, em São Paulo, com luz natural e sem usar Photoshop. Dessa forma, o fotografo pode encontrar um momento tranquilo para desvendar o universo de cada mulher. A série fotográfica foi divulgada pelo Instagram , ao lado de frases sobre o empoderamento feminino, como “Não se nasce mulher: torna-se”, da escritora francesa Simone de Beauvoir.

 

O fotógrafo explica mais sobre o ensaio: “As fotos falam muito sobre a independência da mulher em relação a sua próprio corpo. As situações abordam a ideia de que homem nenhum pode ter direito sobre o corpo da mulher”.

 

 

O Que: Série @antesnuadoquesua

Quem: Gabriel Wickbold

Quando: 8  a 28 de março de 2016

Como:  Instagram – @antesnuadoquesua