Registro de exposições fotográficas

02/jul

As exposições fotográficas individuais dos primeiros três anos da Galeria Portfolio, Centro

Cíviico, Curitiba, PR, realizadas entre 2009 e 2012, são o tema do livro “Olhares”. A publicação

é um coletivo de linguagens formado por 14 fotógrafos brasileiros reconhecidos

internacionalmente por sua intensa produção como German Lorca, Walter Firmo, Avani Stein,

Leopoldo Plentz, Luiz Garrido, Marcelo Buainain, Cássio Vasconcellos, Tiago Santana, André

Cypriano, Orlando Azevedo, Zig Koch, Nilo Biazzetto Neto, Daniel Caron e Sergio Vanalli.

 

O lançamento será às 19h do dia 10 de julho, uma sexta-feira, na própria Galeria Portfolio. Na

ocasião, será realizada exposição com uma imagem de cada fotógrafo do livro, embalada ao

som de jazz. Haverá ainda bate-papo com pelo menos metade dos profissionais

homenageados, que terá como tema ‘A Importância do Livro de Fotografia’, incluindo os

processos e dificuldades envolvidos em sua elaboração e publicação.  Entre os participantes,

estarão os fotógrafos de Curitiba, além de Walter Firmo e Avani Stein, que ministrará uma

oficina durante o final de semana como contrapartida social do projeto.

 

Ao todo, o livro “Olhares” destaca até nove imagens de cada profissional, e conta com breves

descritivos sobre os trabalhos contemplados, seguidos de compilação em formato reduzido de

todas as fotografias expostas. Segundo o idealizador Nilo Biazzetto Neto, de alguma maneira o

livro é um documento histórico e uma referência para a capital paranaense.

 

“A intenção é aproximar e presentear os novos fotógrafos da cidade com a produção nacional,

e mostrar nacionalmente que a fotografia curitibana também tem uma produção relevante.

Ainda visa inseri-los no cenário da fotografia brasileira, e resgatar e compartilhar com o

público local uma gama de linguagens e liberdades fotográficas enquanto expressão cultural e

artística”, afirma Nilo Biazzetto Neto.

 

 

Para colecionadores de arte, esta é uma ótima oportunidade de se aproximarem desta

diversidade de linguagens e valores, mostrando que é arte é acessível. O projeto se tornou

possível através da Lei de Incentivo do Mecenato subsidiado pela Fundação Cultural de

Curitiba, e contou com os patrocinadores Divesa, Grupo NB e Grupo Positivo.

 

 

Galeria Portfolio

 

Localizada dentro da Escola Portfolio, na Rua Alberto Folloni, 634, Centro Cívico, hoje a Galeria

Portfolio é o único espaço físico de artes dedicado exclusivamente à fotografia em Curitiba.

Desde a sua inauguração, em 2009, tem recebido exposições de nível internacional, de grandes

talentos paranaenses e renomados fotógrafos de todo Brasil.

Rio setecentista

Com a abertura da exposição “Rio Setecentista, quando o Rio virou capital”, o MAR, Museu de

Arte do Rio, comemora os 450 anos de fundação da cidade “…propondo um trajeto visual para

adentrar esse século de sua história” com obras de José Leandro de Carvalho, Mestre

Valentim, Johann Moritz Rugendas, Carlos Julião, Nicolas Taunay, Agostinho de Santa Maria,

André Thevet, Joaquim José da Silva Xavier, René Duguay-Trouin e Jean Baptiste Debret. A

curadoria do evento é de Miryan Andrade Ribeiro, Ana Maria Monteiro de Carvalho,

Margareth Pereira e Paulo Herkenhoff.

 

 

Rio Setecentista, quando o Rio virou capital

 

No século XVIII, o Rio de Janeiro torna-se capital do Vice-reino do Brasil e efetivamente se

transforma na grande cidade que conhecemos: área de encontro entre cultura e comércio,

polo de urbanidade e símbolo privilegiado de brasilidade frente ao mundo. Com a exposição

Rio Setecentista, quando o Rio virou capital, o MAR comemora os 450 anos de fundação da

cidade propondo um trajeto visual para adentrar esse século de sua história.

 

Do Rio setecentista, do Rio do ouro, do barroco e rococó, dos escravos do Valongo e do Paço

dos Vice-reis restam sobrevivências. O que desse Rio foi destruído, o que é herança ingrata?

Certamente foi no século XVIII que o Rio assegurou sua fama estética. A cidade maravilhosa

une beleza natural a beleza urbana, ideia recorrente em propagandas, propostas políticas ou

mesmo críticas. Também naquele momento, a população negra expandiu-se, ainda que

sempre à margem, e os índios, tão importantes na luta pela posse e fundação da cidade junto

aos portugueses, simplesmente desapareceram do registro do desenvolvimento carioca.

 

O encontro da cidade com o poder público é um dos aspectos mais fortes de sua história

setecentista: capital por quase 200 anos, o Rio percebeu o envolvimento do poder com o

dinheiro, com a religião, com a cultura e com a exclusão social. Deixamos de ter vice-reis ou

eles apenas mudaram de nome? Mais de um século após a abolição, estamos livres das

sombras da escravidão? Essas são perguntas que esta exposição não permite calar,

questionando qualquer pretensão a uma ordem natural das coisas. O Rio de Janeiro é um lugar

privilegiado por natureza, mas é também reflexo de sua complexa e contraditória história.

 

Carlos Antônio Gradim (Diretor-Presidente do Instituto Odeon)

 

 

A partir de 07 de julho.

Rossini Perez no MAR

Entrará em cartaz no térreo do pavilhão de exposições do MAR, Museu de Arte do Rio, Zona

Portuária, Centro, Rio de Janeiro, RJ, a exposição “Rossini Perez, entre o Morro da Saúde e a

África”. Rossini Perez é um dos principais artistas a difundir a prática da gravura na Região

Portuária do Rio de Janeiro, onde vive, e no mundo. Ao longo dos últimos 50 anos, Rossini

também tem utilizado a gravura como disparador fundamental de processos educacionais,

alguns deles coordenados pelo artista no Senegal nos anos 1970.

A exposição percorre sua trajetória por meio de núcleos definidos pelos curadores Maria de

Lourdes Parreiras Horta, Marcelo Campos, Márcia Mello e Paulo Herkenhoff.

 

 

A partir de 28 de julho.

Meton Joffily : street art

O artista Meton Joffily foi convidado para participar do júri oficial do Anima Mundi (Entre 10 e 15 de julho, no Rio de Janeiro). Além disso participa da exposição no Espaço GaleRio, primeira galeria municipal de arte urbana da cidade, em Botafogo, com outros 16 representantes da arte urbana, apresentando suas famosas placas de rua, e nos dias 24 e 26 de julho mostrará suas obras em um espaço reservado à arte urbana, no Jockey, com outros artistas como Marcelo Ment. O artista também está à frente do projeto “Tá ligado no movimento?”, uma série de animação produzida em parceria com o Antônio Sodré Scheiber, que apresenta uma narrativa de temáticas sociais e urbanas complexas, como a pobreza, abandono e violência infantil. Neste trabalho estão refletidas várias questões sociais através do personagem principal e seus coadjuvantes. Eles embarcam em uma jornada de aventuras, questionamentos e transformações que geram material suficiente para o desenvolvimento de mais de uma temporada, vislumbrando um segmento que carece de bons trabalhos de animação: o público adulto.

 

 

Sobre o artista

 

Formado em desenho industrial pela PUC – Rio, Meton, 30 anos, ingressou cedo no cenário da arte urbana carioca e na carreira da animação gráfica. Aos 19 anos, seu curta “Ratos de Rua” foi exibido em mais de 40 países e venceu prêmios de melhor animação em alguns festivais. Conhecido como um reinventor da animação e da arte urbana, por criar novas técnicas como a Monitopia e a Sticker-Animation, e seus traços também são conhecidos nas ruas através dos graffitis dos mesmos personagens que desenvolve no desenho animado, como o moleque de rua Zinho e o Ratones. Em 2014 apresentou sua primeira exposição individual “ATENÇÃO OBRAS”, utilizando placas de trânsito como suporte para a arte.

 

 

A história com o Anima Mundi

 

Quando criança, já animava flip-books nos livros escolares. “Depois eu passei a usar o negatoscópio do meu pai, que era um excelente ortopedista, esse equipamento nada mais é do que é uma mesa de luz usada para para analisar radiografias”, conta. Fez os primeiros experimentos animados quando entrou para a Puc (design) e estagiava na Verdesign (onde foi sócio, hoje a Verdesing se dividiu entre soul filmes e zen filmes), onde ganhou uma mesa de luz para animação e teve ferramentas digitais e o suporte para realizar seus primeiros curtas de animação. Os três primeiros foram exibidos no Anima Mundi e tiveram grande destaque no festival. Em especial o primeiro “Ratos de Rua” que ganhou o prêmio dos melhores filmes do festival do ano de 2003. “Sinal Vermelho” em 2004 chegou a ser exibido no Fantástico. “Monitopia” era impróprio para menores e apresentava uma técnica que inventou combinando a monotipia com a rotoscopia, usando uma TV de segurança. Este ano, 2015, Meton foi escalado para o juri oficial.

Marcelo Greco, livro e mostra

Marcelo Greco promove o lançamento do livro “Sombras Secas”, e inaugura exposição individual homônima no MIS – Museu da Imagem e do Som, Jardim Europa, São Paulo, SP, com curadoria de Diógenes Moura. Composta por 35 fotografias em preto e branco – um recorte do livro -, a exposição apresenta paisagens escuras e pouco definidas, no intuito de estabelecer uma experiência sensorial e emocional com a cidade onde o fotógrafo vive, apresentando sua visão avassaladora sobre as relações humanas.

 

O projeto “Sombras Secas” propõe uma imersão na geografia interna da vida, oferece cenas de um centro urbano dissecado entre dor e prazer. As imagens de Marcelo Greco estabelecem uma forma de diálogo com o inconsciente, nos levando a um imaginário mais próximo dos sonhos, como em uma a cidade fantasiosa criada pelo espectador. O fotógrafo paulistano não pretende retratar a urbe em si, mas utiliza as imagens como agentes de provocação. “Aqui é assim: ou você entende que a cidade tem alma ou ela te engolirá nos próximos 30 segundos.”, comenta sobre a capital paulistana, onde reside. Neste contexto, o trabalho nos sugere uma reflexão sobre as relações com a metrópole, com a existência em uma sociedade ao mesmo tempo caótica e em busca de uma quase impossível harmonia. Nas fotografias, Marcelo Greco utiliza elementos visuais como reflexos, desfoque, enquadramentos assimétricos, grafismos, o que resulta em uma abordagem pessoal e única sobre o tema.

 

Uma criação artística é fruto sempre das interlocuções do criador com o universo que o cerca. De acordo com Diógenes Moura, “Sombras Secas” trata do desaparecimento do homem no ambiente construído a sua volta. “(…): às vezes a partir de uma abstração, outras vezes São Paulo sendo desvendada aos poucos, como o anúncio de uma matéria que urge em se impor e, ao mesmo tempo, desaparecer.”. O livro ganhou a chancela da Schoeler Editions.

 

Lançamento e abertura: 02 de julho, quinta-feira, às 19h.

 

 

Exposição: de 02 de julho a 23 de agosto.

German Lorca na Millan

01/jul

Como aproximar-se da obra de German Lorca, que aos 93 anos e com mais de 70 anos de

atividade, ainda nos surpreende? A exposição “Travessias” na Galeria Millan, Vila Madalena,

São Paulo, SP, em parceria com a FASS galeria, tenta abordar essa e outras questões. São 22

fotografias do artista, produzidas entre 1948 e 2014. “Travessias” apresenta a obra de German

Lorca não apenas como parte da história da fotografia moderna brasileira, mas como o

desenvolvimento de uma linguagem visual coerente e original que se inicia no final dos anos

de 1940 e chega até a segunda década do século XXI.

 

 

Até 25 de Julho.

Três pontos de vista

Apresentando diferentes e complementares linguagens fotográficas, em três pontos de vista igualmente distintos, a exposição “A3″,  Galeria Crivo, Altos de Pinheiros, São Paulo, SP, traz obras dos artistas Choque, Julieta Bacchin e Vivi Bacco.

 

Para o curador responsável, Hélio Moreira Filho, a mostra foi pensada para promover uma discussão acerca do corpo como agente interventor na contemporaneidade. “A escolha dos três artistas passa pela relação de corpo e espaço. Choque traz a questão da intervenção no ambiente urbano, Julieta Bacchin provoca a discussão da poética com a performance, enquanto Vivi Bacco nos revela suas apropriações de ocasiões e lugares vivenciados por ela”, adianta o curador.

 

 

Sobre os artistas

 

Choque é Bacharel em Fotografia pelo Senac-SP. Ganhou evidência internacional com a série Pixação SP (2006-2010), exposta em 13 países, com destaque para a 29ª Bienal Internacional de Artes de São Paulo, o Festival Internacional de Literatura e Cinema Étonnants Voyageurs e o festival Les Recontres d’Arles Photographie, os dois últimos na França. Choque assinou também os stills do aclamado documentário “Pixo”. Ao surgir na década de 80, o fenômeno da arte urbana paulistana veio a se tornar uma das mais polêmicas e agressivas do país, em que Choque atua tanto como testemunha legítima quanto intérprete iconoclasta. Na Galeria Crivo, Choque apresenta um recorte sobre esta série, além de duas obras inéditas que retratam a apropriação do espaço urbano como forma de expressão. As fotos ganham impactantes ampliações de 115cm x 77cm (em sua maioria). Segundo o fotógrafo, seus registros ajudam a desvendar esse codificado universo. “Há muita discussão sobre esse tema. Na mostra, e em todo o meu trabalho, as pessoas podem perceber o quanto tudo isso é onipresente no nosso cotidiano”.

 

Julieta Bacchin apresenta um recorte de seis imagens da série “Photo Poema”, autorretratos fotográficos desenvolvidos a partir da obra literária de Hilda Hilst. Durante uma residência na Casa do Sol (antiga morada da escritora), a artista criou, por meio de fotoperformances, imagens em que a natureza e a figura feminina são protagonistas, remetendo também à pintura pré-rafaelita. Neste trabalho, a artista investiga a possibilidade de transição do universo poético abstrato para a linguagem fotográfica a partir de símbolos e metáforas que cercam a ideia do Corpo na literatura de Hilda. “Uso meu próprio corpo como veículo para a construção das imagens, que são performances capturadas na fotografia. No caso da série Photo Poema, tive controle total da produção. E, além do corpo, existe também meu próprio olhar na composição e edição das imagens”. Referenciando a obra da autora paulista, principalmente sua poesia, Julieta criou uma série de imagens que fazem uma releitura do universo poético de Hilda Hilst, no qual a perda, o desejo e a morte são eixos que atravessam essas seis fotos, uma escrita visual. Todo o material exposto na Galeria Crivo foi produzido entre 2012 e 2014.

 

Vivi Bacco mostra a série inédita “Bento Box”, produzida durante sua recente estada de um mês no Japão. A diversidade das imagens da artista visual paulistana faz alusão às caixas compartimentadas com refeições e diferentes alimentos, parte do cotidiano dos orientais. “Porém, não se trata de um registro de viagem”, salienta Vivi, que é Bacharel em Fotografia pelo Senac, com habilitação em Arte e Cultura. “As fotos prescindem da relação tempo/espaço. São recortes, excertos do meu olhar sobre o que vivenciei nesse período”, diz. Emergem, na estética da fotógrafa, de forma espontânea e aparentemente informal, elementos da natureza, em leituras ora sensuais, ora brutas. Trabalhando com os formatos digital e analógico, ela pesquisou e utilizou papeis japoneses na impressão, como o artesanal Washi. A maior parte do trabalho foi finalizada num dos principais ateliês de impressão de Tóquio.

 

 

De 02 a 30 de julho.

Del Pero no MARGS

29/jun

 

 

A galeria artefato, Porto Alegre, RS, promove a exposição comemorativa ao seu trigésimo aniversário no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, MARGS, tendo como artista convidado o pintor Alessandro Del Pero. Nascido na Itália, radicado em Nova York, Alessandro Del Pero encontra-se no Brasil desde o início de junho para a sua primeira exposição individual na América do Sul. Sob curadoria de André Venzon, a seleção de obras será exposta na Pinacoteca do Museu de Arte do Rio Grande do Sul. (MARGS). Alessandro Del Pero, que possui obras em coleções particulares da América do Norte, Europa e Ásia, veio para participar de um dos eventos que celebra os 30 anos da galeria arte&fato.

 

— Minhas influências vêm de minhas experiências. Quando eu era pequeno, me fascinei pelas obras de Caravaggio. Com o passar do tempo, fui me interessando por outros grandes artistas, como Van Gogh , Picasso e Modigliani, e a partir daí fui construindo minha identidade como artista —  contou o pintor de 36 anos.

 

Alessandro Del Pero, nesta primeira visita ao Brasil, mostra pinturas de grandes dimensões e em sua a agenda inclui um bate-papo com a comunidade artística, de Porto Alegre.

 

 

Até 25 de julho.

 

Efrain Almeida no Paço Imperial

25/jun

Uma pausa em pleno voo é a individual que Efrain Almeida apresenta no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, com abertura no dia 02 de julho, sob curadoria do professor-doutor Marcelo Campos. O artista exibe pela primeira vez no Rio de Janeiro, trabalhos em bronze, ao invés da madeira, matéria-prima marcante na sua produção anterior. Agora, a madeira é usada como molde para a fundição em metal. Um conjunto de esculturas em instalação ou isoladas, aquarelas, porcelana e bordado, datados de 2012 a 2015, compõem esta mostra do artista cearense, radicado no Rio de Janeiro, onde não expõe há seis anos.

 

 

 

Uma pausa em pleno voo

 

 

A exposição marca ainda dez anos de encontro de Efrain com o curador Marcelo Campos. “Uma pausa em pleno voo” era o título do texto que Campos escreveu à época. Segundo Efrain, esta pausa é o momento em que o olhar congela um acontecimento frágil, efêmero. Este foi o ponto de partida para esta mostra, que começou a ser planejada há cinco anos: como o artista potencializa o pequeno gesto em algo poético que é a obra.

 

 

A instalação “Uma coisa linda” tem 150 pássaros [galos-de-campina] em bronze policromado [preto, branco e vermelho], distribuídos pelo piso da galeria em grupos de unidades variáveis, formando uma cartografia determinada pelo artista. Cada peça tem sua singularidade. O conjunto rememora a cena do pouso de um bando desses pássaros, que haviam sumido da região, no quintal da casa dos pais de Efrain, no sertão do Ceará. Eles voltaram, assim como o artista, que retorna com frequência à sua cidade natal.

 

 

“10 Hummingbirds”, outra instalação, é composta por dez beija-flores, também em bronze policromado, com tonalidades diferentes, fincados na parede pelo longo bico.

 

 

Os beija-flores aparecem ainda no bordado e nas quatro aquarelas. O bordado é feito sobre duas camadas de organza de seda, compostas de tiras de cores como se fossem camadas de tinta. As aquarelas têm a mesma lógica do bordado, em tons vermelhos e azuis do entardecer.

 

 

Na escultura de um cisne negro, em bronze pintado com tinta acrílica, Efrain foi buscar na memória fabular dos contos de Andersen o simbolismo do cisne que se transforma em princesa. Em “Platano Bordallo”, o artista reproduz em porcelana um segmento de galho com insetos, que fica perpendicular à parede.

 

 

 

Sobre o artista

 

 

Efrain Almeida nasceu em Boa Viagem, Ceará, 1964, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Entre 1986 e 1990, estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e no Museu de Arte Moderna, no RJ.  Começou a expor em 1987, como integrante do XI Salão Carioca de Arte. Daí em diante, tem mostrado seu trabalho em centenas de cidades brasileiras, da Ásia, Europa e dos EUA. Entre as diversas exposições do seu currículo, destaca-se Marcas, retrospectiva sobre seu trabalho realizada em 2007 na Estação Pinacoteca, em São Paulo, e sua participação na Bienal de São Paulo de 2010. Efrain Almeida faz parte do elenco da Galeria Fortes Vilaça, São Paulo, e da CRG Gallery, Nova York. Sua obra está em importantes coleções públicas, como a do Museu de Arte Moderna de São Paulo; Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães – MAMAM [Recife]; Museu de Arte Contemporânea do Ceará; Centro Galego de Arte Contemporânea, Santiago de Compostela, Espanha; ASU Art Museu, Universidade do Arizona, EUA; Museum of Modern Art – MoMa [Nova York, EUA] e Toyota Municipal Museum of Art, Japão.

 

 

 

Até 13 de setembro.

​Arquivo urbano

24/jun

A Luste Cultural exibe, no Senac Lapa Faustolo, São Paulo, SP, a mostra Arquivo Urbano: 100 Anos de Fotografia e Moda no Brasil, da editora de moda, artista plástica e designer de joias Jussara Romão, que também assina a curadoria e a expografia. Composta por 120 fotografias e vídeos, a exposição apresenta um panorama dos hábitos e costumes dos brasileiros nos últimos 100 anos, com ênfase na moda feminina cotidiana. Na data da abertura da exposição, a autora ainda participa de uma conversa aberta com o diretor de arte Guilherme Rex e com o jornalista Mário Mendes.

 

 

 

Durante amplo período de pesquisa iconográfica, feita por Goya Cruz, foram resgatadas fotografias – oriundas de álbuns de família, instituições, museus e acervos particulares – que traçam uma análise social e histórica da sociedade brasileira, ao longo dos últimos 100 anos. Além de fotógrafos anônimos, que registraram o dia a dia de suas famílias, a pesquisa inclui imagens de nomes consagrados, como Augusto Malta, Jean Manzon e Marcio Scavone. Com este material e, partindo do pressuposto de que “Tudo o que acontece na sociedade se reflete na forma de vestir”, surgiu o projeto Arquivo Urbano, composto por um livro (lançado em 2013, pela Luste Editores), e pela presente exposição. O livro – que foi finalista do Prêmio Jabuti 2014 na categoria Artes e Fotografia -, traz as imagens, acompanhadas por um texto de autoria de Mario Mendes, e relatam comportamentos difundidos por fontes como cinema, rádio, jornais, revistas e televisão, desvendando o país antes e depois do advento da indústria da moda.

 

 

Ocorridas do início do século XX para o XXI, grandes transformações na sociedade geraram diversas mudanças nos hábitos e costumes da população. “A moda, o lazer, a alimentação: tudo mudou de forma extraordinária”, comenta Jussara Romão.

 

 

A exposição Arquivo Urbano: 100 Anos de Fotografia e Moda no Brasil apresenta uma história do país. Não a história oficial de políticos e homens importantes, mas a vida cotidiana dos brasileiros e sua evolução – um tema de interesse para os mais diversos públicos. A mostra representa, desta forma, um importante registro não apenas para historiadores e estudantes, mas também para o público em geral, uma vez que traz imagens curiosas, que contam a trajetória do Brasil de modo pouco usual.

 

 

 

De 30 de junho a 24 de julho.