Armory Show

03/mar

Este ano marca o 22º aniversário da feira de arte Armory Show, Nova Iorque, USA. A feira vai reunir até o próximo domingo 205 expositores de 36 países (entre eles, a primeira galeria cubana, a Habana), distribuídos entre os Píers 92 e 94, trazendo tanto um pouco da arte moderna quando da arte contemporânea. Este ano, os organizadores limitaram o número de estandes, para oferecer uma melhor experiência. Quatro galerias brasileiras estarão presentes: no Pier 92, dedicado a arte moderna, está a Bergamin & Gomide; já no Pier 94, dedicado à arte contemporânea, estão a Fortes Vilaça, Nara Roesler e Luisa Strina.

 

A seção Focus, que tradicionalmente destaca uma região geográfica, desta vez se chama “African Perspectives”, com curadoria de Julia Grosse e Yvette Mutumba, fundadoras da Contemporary And, plataforma online de arte internacional a partir das perspectivas africanas. Foram convidadas galerias de Nairobi e Cape Town, mas também de Paris e Londres – um indício de que a ideia de identidade, nos dias atuais, não conhece fronteiras físicas.

 

A força da Armory, no entanto, repousa em sua localização e em sua posição de destaque na programação anual do mercado de arte. “É o início do ano, o início da temporada. A Armory estreia o calendário do mundo da arte”, afirma Benjamin Genocchio, diretor executivo da feira.

 

Com informações da Armory Show, Art Radar e The Art Newspap.

 

 

Até 06 de março.

Art Winwood 2016

04/fev


A brasileira BOSSA Gallery anuncia sua participação na Art Wynwood 2016, The Art Wynwood Pavilion, 2901 NE 1st Avenue, Miami – Flórida, exibindo trabalhos de Ilana Bessler, Patricia Gouvêa, Flávia Junqueira, Fabio Knoll, Lucas Lenci, Cássio Vasconcellos e Fernando Velázquez. A proposta do stand vai ao encontro da principal missão da galeria : promover e divulgar a produção fotográfica contemporânea de artistas brasileiros.

 

Citando algumas das obras em exposição no stand da galeria, Ilana Bressler apresenta a fotografia colorida “Photo Float #1”, e Lucas Lenci exibe “Beijo Miami”.

 

Dirigida por Liliana Beltran, a BOSSA Gallery é a primeira galeria de arte, em Miami, especializada em fotografia brasileira, representando tanto nomes conhecidos como jovens talentos. Inaugurada há poucos meses, a BOSSA pretende aumentar a participação de artistas brasileiros no mercado mundial, ao promover eventos especiais, exposições, conversas abertas, palestras e participando de feiras internacionais.

 

 

Sobre Liliana Beltran

 

Liliana Beltran traz em seu currículo mais de 10 anos de experiência no circuito cultural. Brasileira, foi proprietária da Galeria Dropz. Atuou como Diretora Institucional do Instituto de Economia Criativa, com graduação em Publicidade e Mestrado em Marketing, ambos pela ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing/São Paulo. Sua vasta experiência em vendas e desenvolvimento corporativo incluem passagem pelos segmentos industrial, comercial e mercado financeiro. Com a transição para a área cultural, Liliana foi capaz de adequar sua prática corporativa a um olhar aguçado para o talento criativo.

 

 

De 12 a 15 de fevereiro.

Brasileiros na Art Basel

03/fev

Maior feira de arte do mundo, Art Basel terá cinco galerias brasileiras.Maior e mais disputada feira de arte do mundo, a Art Basel, marcada para junho em Basileia (Suíça), terá cinco galerias brasileiras neste ano.  Em sua seção principal, estarão as paulistanas Fortes Vilaça e Luisa Strina e também A Gentil Carioca, do Rio.

 

Outras partes da feira, com estandes dedicados a um só artista ou projeto especial, terão ainda as paulistanas Bergamin & Gomide e Mendes Wood DM.

 

No cenário atual de crise econômica, galerias brasileiras vêm intensificando sua participação em feiras no exterior, onde o mercado é mais robusto e estável e vendas em dólares ou euros podem gerar lucro maior para casas nacionais.

 

Fonte: SILAS MARTÍ

Giovani Caramello, nova série

21/out

Em novembro, ele que emocionou e intrigou os fãs de esculturas hiper-realistas em todo o Brasil está de volta e com novidades. Após um período em pesquisa e produção, Giovani Caramello, artista representado pela OMA | Galeria, São Bernardo do Campo, São Paulo, SP, apresenta sua mais nova série de esculturas, ainda inédita, a “Segunda Chance”, na PARTE – Feira de Arte Contemporânea –, edição Paço das Artes, em novembro. Composta, inicialmente, por quatro bustos, sendo que somente duas estarão disponíveis para visitação no estande da galeria durante o evento, as peças contam com uma cicatriz no peito que faz uma alusão a cirurgia de transplante de coração. “Para o Giovani todos nós temos possibilidades de renascer todos os dias, e uma das formas mais frequentes de ‘renascer’ em um estado positivo é a proximidade com a morte material. Isso nos faz refletir a respeito do quão frágil a matéria é e como podemos aproveitar as chances diárias que nos são dadas”, revela Thomaz Pacheco, da OMA | Galeria.

 

Entre as curiosidades da nova série estão o próprio processo produtivo de cada peça, que dura em média dois meses para ser finalizado, e os materiais que tornam as texturas mais próximas a de um ser humano real, como fios de cabelos naturais e a aplicação de silicone por toda a extensão da peça.  Segundo o artista, a inspiração de “Segunda Chance” deu-se na fragilidade da vida e a oportunidade de sempre tentar algo novo e melhor todos os dias. “Minha motivação veio de diversas fontes, como em um livro que li e o autor faz afirmações sobre a nossa capacidade de renascer diariamente. Ao criar essa série,  eu mesmo tentei algo novo, por exemplo, ao iniciar as quatro obras simultaneamente. Arrisquei para acertar e ainda estou pensando se vou manter essa metodologia, mas o mais válido nisso tudo é que tentei uma coisa diferente em meu trabalho”, conta.

 

Em novembro, as peças do artista poderão ser vistas na PARTE – Feira de Arte Contemporânea –, edição Paço das Artes, São Paulo, SP, entre os dias 4 e 8, no estande da OMA | Galeria. Além dele, outros cinco artistas representados pela galeria – Andrey Rossi, Daniel Melim, Nario Barbosa, RIEN e Thiago Toes – e uma artista visual convidada, Juliana Veloso, vão apresentar suas mais recentes e inéditas produções. Enquanto o evento não começa, confira as primeiras imagens de I, da série “Segunda Chance”.

 

 

Sobre a OMA Galeria

 

A OMA | Galeria é o primeiro espaço privado de artes visuais do ABC. Localizada em São Bernardo do Campo, a galeria está sob os cuidados do galerista Thomaz Pacheco. Em pouco tempo, o espaço tornou-se referência na região e destaca-se no circuito das artes por seus projetos culturais, como encontros, workshops e debates (promovidos pelo OMA| Educação e OMA | Cultural), e por seu quadro de artistas representados (Andrey Rossi, Daniel Melim, Giovani Caramello, Henrique Belotti, Nario Barbosa, RIEN e Thiago Toes).

 

 

De 04 a 08 de novembro na  PARTE – Feira de Arte Contemporânea, São Paulo, SP. 

Wanda Pimentel na Frieze Masters

09/out

A artista brasileira Wanda Pimentel é um dos destaques da Frieze Masters, feira que reúne mestres da história da arte contemporânea, que acontece de 14 a 18 de outubro, no Regent’s Park, em Londres. Segundo o site da feira, Wanda Pimentel possui uma importante e reconhecida trajetória artística de quase 50 anos. Ela apresenta na feira  de Londres nove pinturas produzidas nos anos 1960.

 

No Brasil, o trabalho da artista pode ser visto no Rio de Janeiro, na Anita Schwartz Galeria, na Gávea, onde ela apresenta, até o dia 17 de outubro, a exposição

 

“Geometria/Flor”, ocupando todo o espaço expositivo da galeria com pinturas, desenhos e esculturas inéditas. Os trabalhos da exposição têm a ver com um processo iniciado pelo artista em 2011, de rever o passado.

 

“Esses trabalhos tem um tom dramático, têm a ver com as minhas memórias, mas, ao mesmo tempo, é uma saudação à vida, rompendo com tudo que já fiz. Vou dissecando lembranças e construindo novas memórias”, afirma a artista.

Nário Barbosa: além do clique

Enquanto a sociedade ainda discute o que é atividade masculina e feminina, Nário Barbosa, artista representado pela OMA | Galeria, comprova que tradição é tradição e que esta pode virar arte quando se permite ultrapassar barreiras pré-existentes do tipo. Isso porque, ele que é reconhecido por atuar como repórter fotográfico há mais de 22 anos – venceu um dos principais prêmios, o Metro Challenge Photo 2014, na categoria Fuga Urbana – decidiu, em 1997, unir duas paixões: a fotografia e os bordados aprendidos com as mulheres de sua família. De lá para cá, não parou mais e ampliou sua criatividade ao criar imagens com costura e outras intervenções, formando peças únicas. “Nasci em uma cidade sergipana em que muitas pessoas vivem do artesanato. Então, esse universo sempre me foi comum. Quando eu tive a ideia de alterar os meus registros, logo imaginei que o ponto cruz, por exemplo, seria uma de minhas experimentações”, conta o artista.

 

Desde então, seus registros compõem coleções e comumente são inseridas em projetos de decoração de ambientes. Segundo o galerista da OMA | Galeria, Thomaz Pacheco, o segredo das obras de Nário está nas emoções que elas causam, principalmente a primeira vista. “O trabalho que ele faz, sempre gera algum tipo de comoção. Alguns ficam curiosos em identificar o que foi feito na obra. Outros acham uma loucura mexer em um registro fotográfico. Outros se encantam com a complexidade que ele consegue atingir fazendo simples modificações. É muito interessante observar essas reações”, comenta.

 

Em novembro, as peças do artista poderão ser vistas na PARTE – Feira de Arte Contemporânea –, edição Paço das Artes, entre os dias 4 e 8, no estande da OMA | Galeria. Além dele, outros cinco artistas representados pela galeria – Andrey Rossi, Daniel Melim, Giovani Caramello, RIEN e Thiago Toes – e uma artista visual convidada, Juliana Veloso, vão apresentar suas mais recentes e inéditas produções.

 

 

Entre 04 e 08 de novembro.

Dois na Colômbia

23/set

Dando seguimento a sua agenda de feiras internacionais, a Galeria Lume, de São Paulo, SP, participa da edição 2015 da Odeón – Feria de Arte Contemporáneo, em Bogotá – Colômbia. Em seu stand, expõe obras de dois artistas brasileiros que se destacam no cenário cultural: Akira Cravo e Talita Hoffmann. A proposta curatorial é que cada um utilize sua própria linguagem para apresentar elementos e situações encontrados em grandes centros urbanos.

 

Sob o ponto de vista da comparação que faz sobre diferenças culturais entre países, Akira Cravo pode ser considerado um etnólogo. O artista encontra nas ruas e no povo da Bahia a motivação para seu trabalho. Sobre as obras do artista, o curador do Museu Afro Brasil, Emanoel Araujo, comenta: “Suas fotografias nascem em uma demanda por planos maiores, profundidade de campo, brilho, mas acima de tudo, para mostrar o teatro da natureza humana.”. Por sua vez, Talita Hoffmann leva à Odeón suas pinturas que remetem às periferias de cidades americanas arruinadas pela crise e pela falta de emprego, em sociedades capitalistas, inspirada pela obra do renomado fotógrafo americano Walter Evans.

 

Com estes dois artistas, a Galeria Lume marca sua segunda participação nesta feira que representa um importante mercado latino americano, firmando sua posição no cenário internacional e conquistando novas oportunidades para os artistas por ela representados.

 

 

 

De 02 a 05 de outubro.

Mameluca na ARTRio

10/set

Entre os dias 10 e 13 de setembro a Mameluca comemora os 50 anos da Tropicália no Stand 1 na IDA/ARTRio, no Armazén 4, Cais Mauá, Rio de Janeiro, RJ.

 

 

A palavra dos criadores

 

Acreditando que a filosofia tropicalista foi algo que jamais acabará, celebramos agora os 50 anos do seu inicio, criando uma coleção inspirada nesta que é uma das principais manifestações artísticas do Brasil. Assim, fizemos uma imersão nesse movimento político-cultural, buscando traduzir seus conceitos em objetos que registram a filosofia da época e acompanham os movimentos experimentais do design e os parâmetros da Mameluca.

 

O que apresentamos é apenas mais uma visão de um movimento de resgate da essência, do amor próprio e da fé do povo brasileiro.

 

Não existe a verdade se você não a vive;

Não existe a crueldade se você não a sente;

Não existe o amor sem o sublime;

Não existe a fé sem a perseverança;

Não existe o design sem existirem as diferenças.

 

 

 

TROPICANDO

 

A Tropicália foi um movimento de reflexão cultural, que teve início em 1967, como uma alternativa criativa de manifestação político-social. Os tropicalistas acreditavam que as novas políticas existentes no Brasil (após 64) só serviam a uma cultura elitista. Segundo José Celso Martinez Correa, “para expressar uma nova e complexa realidade, foi necessário reinventar formas que capturassem essa nova realidade”. Para os tropicalistas, a cultura consistia em mecânicas de apreensão, interpretação e reformulação da circulação da informação, e isso foi potencializado por eles através do carnaval, da música nordestina e da arte de rua, atingindo a grande massa brasileira. Oswald de Andrade, em seu Manifesto Antropófago (1928), dizia: “Só a antropofagia nos une”, o que fez com que os tropicalistas percebessem o Brasil como um país miscigenado, com índios, africanos e europeus, e que precisava de uma libertação moral em prol do diferente. As informações precisavam tocar todos os tipos de pessoas.

 

As criações e movimentações artísticas que aconteceram durante a Tropicália provocavam o público, apontando as disparidades, os descompassos e a multiplicidade de materiais. As imagens se desdobravam, contrariando umas às outras e potencializando tensões. Influenciado pela Pop Art americana e pelo Realismo Francês, o Tropicalismo usou e abusou dos elementos brasileiros para destacar a questão nacional: psicodelismo em verde e amarelo, linguagem publicitária e meios de comunicação em massa.

 

“POR QUE NÃO? Por que não ver a identidade nacional do Brasil como um processo aberto, em desenvolvimento permanente?” Barreiras e limites eram quebrados em cada palavra, cada objeto. Tudo era pensado em como fazer uma vida melhor, mostrando às pessoas que não havia o definitivo. Existiam questionamentos saudáveis, tais como: “Por que limitar as possíveis experiências, realizando a arte através de uma forma pré-concebida?”.

 

Martinez: “só existe crítica quando se tem História em progresso”.

 

Em sequência, Oiticica, movido pelo Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade, acrescentou: “Antropofagia seria a defesa que temos contra a dominação externa.”

 

Acreditando que a filosofia tropicalista foi algo que jamais acabará, celebramos agora os 50 anos do seu inicio, criando uma coleção inspirada nesta que é uma das principais manifestações artísticas do Brasil. Assim, fizemos uma imersão nesse movimento político-cultural, buscando traduzir seus conceitos em objetos que registram a filosofia da época e acompanham os movimentos experimentais do design e os parâmetros da Mameluca.

 

“Não pregamos pensamentos abstratos, mas comunicamos pensamentos vivos”, afirmavam os tropicalistas.

 

A Tropicália usou de uma inovação estética como fórmula revolucionária, assim como a Mameluca experimenta as novas formas de pensamento dos objetos. A Tropicália conjuga experimentalismo e crítica; a Mameluca utiliza a crítica como laboratório experimental. Inspirados nesse período da História, apresentamos móveis musicais, objetos que vibram, distorcem e se aglutinam; idéias que acendem a curiosidade sobre questionamentos, como Por Quê?, Onde?, Como?

 

A introdução da guitarra elétrica na música brasileira nos fez pensar, por exemplo, no efeito visual que as distorções sonoras produziriam na mente das pessoas. Assim, retratamos visualmente o efeito causado pela multiplicação dos cabos de guitarras sobrepostos uns aos outros durante o movimento. Por se tratar de uma inspiração sonora, montamos o objeto solto no espaço e demos o nome de Vertigem.

 

Em 1967, durante o 3º Festival da Canção, Caetano Veloso apresentou a música “Alegria, Alegria”, que viria se tornar um dos ícones do Movimento Tropicalista. Em tom contido, com sua camisa de gola rolê laranja e seus olhos brilhantes, ele traduziu todo o sentimento ofuscado pelos transtornos políticos da época. Esse é o momento retratado na peça Iluminado.

 

Já o Manifesto Antropófago, documento fundamental para o movimento tropicalista, está retratado no bar Antropófago. Seus onze mil espinhos criam uma espécie de antropofagia do objeto, onde perdemos a percepção das formas, através da fagocitose entre o bar e os objetos que estão dentro dele. Sua forma é inspirada na mistura da bandeira brasileira com as nuvens de pensamento usadas na linguagem de histórias em quadrinhos e fotonovelas típicos dos anos 70.

 

Durante o final da década de 60, auge da repressão política no país, uns eram acolhidos, enquanto outros buscavam sobreviver com seus próprios pensamentos. Os Mutantes foram alguns dos poucos que sobreviveram à crueldade da época, mantendo suas crenças vivas. Eles aqueciam a alma sempre que seus pensamentos palpitavam emoções. Quisemos retratar o cérebro do grupo com uma mesa chamada Portento que altera de humor de acordo com sua percepção sonora, exatamente como os mutantes refletiam seu estado de espírito através de suas músicas.

 

Revolucionando o conceito de objeto nas artes plásticas, Hélio Oiticica criou os Bólides, caixas para guardar suas memórias, manifestações e desejos velados. Unindo-os aos seus penetráveis, criamos o objeto Transestruturas, peça com escala cromática translúcida, que altera sua percepção visual, gerando inúmeras utilidades e possibilidades de composições.

 

Os Parangolés, de Hélio Oiticica, serviram como fonte de inspiração para a criação de uma poltrona de balanço Supra. Panos, sarjas, plásticos, entre outros materiais sobrepostos, ganhavam sentido de acordo com a experiência de quem os vestia. Seu giro era mágico, explodia as expressões guardadas dentro de cada um. Era o momento em que as pessoas entravam em contato consigo mesmas. Nosso balanço retrata a riqueza dessa criação, fazendo um contraponto à obra de Oiticica. Utilizando materiais nobres, cada peça sobreposta tem uma função, com o objetivo de provocar uma experiência prazerosa de reflexão.

 

A favela foi um local de grande inspiração para os Tropicalistas. Era onde se buscava a raiz do povo, seus sonhos e necessidades. No morro da Mangueira, Hélio Oiticica explorou a arquitetura das favelas. A partir daí, em 1967, apresentou a obra Tropicália no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM, durante a exposição Nova Objetividade.

 

“O ato de entrar no trabalho se produz a sensação que se está pisando no chão novamente.” – Hélio Oiticica

 

Buscando a alma da brasilidade apresentada nessa frase, criamos uma peça onde a desorganização visual paira. Na peça Cafofo, encontra-se a essência das nossas riquezas naturais. Quatro bólides, espalhados aleatoriamente, trazem, cada um, uma matéria prima originária do solo brasileiro. Árvore, borracha, metais e pedras preciosas são encontradas em pó, proporcionando uma experiência de percepção visual e sensorial ao mesmo tempo. Como o intuito de celebrar a miscigenação brasileira, buscamos as raízes do nosso povo, desde a colonização. A realidade da nossa história racial foi uma surpresa para nós. Hoje, por exemplo, temos apenas o percentual de 10% de sangue indígena brasileiro, para 30% de africano e 60% de europeu, em média. Com esses dados em mente, criamos a luminária Ninho que repete essa mesma proporção presente no DNA do brasileiro, combinando madeiras de cada continente.

ArtRio no Pier Mauá

31/ago

Reconhecida como um dos principais eventos de arte no cenário

internacional, pelo quinto ano a ArtRio vai reunir, entre os dias 10 e 13

de setembro, no Píer Mauá, as mais importantes galerias do país e do

mundo, além de trazer para a cidade colecionadores, curadores,

críticos e artistas. Nesta edição, além de galerias brasileiras, estarão

representantes de 11 países – Argentina, Espanha, Estados Unidos,

França, Itália, Japão, Luxemburgo, Portugal, Reino Unido, Suíça e

Uruguai.

 

A feira está dividida em três programas: PANORAMA (Galerias

nacionais e estrangeiras com atuação estabelecida no mercado de

arte moderna e contemporânea), VISTA (programa dedicado às

galerias jovens, com projeto de curadoria experimental desenvolvido

especialmente para e evento), e o PRISMA (programa curatorial

inédito, assinado por Carolyn H. Drake e Bernardo José de Souza,

com obras de artistas brasileiros e estrangeiros).

 

A ArtRio faz parte do calendário oficial de eventos da cidade do Rio de

Janeiro. Realizada pelos sócios Brenda Valansi, Elisangela Valadares,

Luiz Calainho e Alexandre Accioly, a ArtRio pode ser considerada uma

grande plataforma de arte contemplando, além da feira internacional,

ações diferenciadas e diversificadas com foco em difundir o conceito

de arte no país, solidificar o mercado, estimular e possibilitar o

crescimento de um novo público oferecendo acesso à cultura.

 

“Entre nossos objetivos para este ano está ser a melhor feira para a

realização de negócios, unindo no mesmo ambiente os mais

relevantes players do mercado – galeristas, colecionadores e

curadores, e artistas. Nosso foco está em fomentar o mercado, dando

grande visibilidade para a arte brasileira e também trazendo para o

país os grandes destaques do cenário mundial.”, conta Brenda

Valansi.

 

Pelo quarto ano consecutivo, o Bradesco é o patrocinador máster da

ArtRio, através da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura.

A feira de arte tem também patrocínio da Secretaria de Cultura,

através da Lei de Incentivo à Cultura da Cidade do Rio de Janeiro, e

do Rock in Rio, apoio da Heineken, Sky, Minalba, Nescafé Dolce

Gusto e Pirelli, apoio institucional da Klabin, Body Tech e Estácio e

apoio cultural da H. Stern.

Galeria Ipanema : 50 anos

27/ago

A Galeria de Arte Ipanema, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, comemora 50 anos de atividades, e irá

celebrar a data com as exposições “50 anos de arte: Parte I” e “50 anos de arte: Parte II”. Para

a exposição “50 anos de arte: Parte I”, a galeria irá homenagear os artistas Tomie Ohtake e

Hélio Oiticica, com uma seleção de dez obras de cada um, feitas nas décadas de 1950 e 1960,

pertencentes a acervos particulares e ao Projeto Hélio Oiticica. Os dois artistas, de grande

importância na história da arte brasileira, integraram exposições ao longo da trajetória da

Galeria.

O estande da Galeria Ipanemana ArtRio também comemorará os 50 anos de atividade,e  terá

trabalhos do venezuelano Carlos Cruz-Diez, um dos grandes nomes da arte cinética, artista

representado pela Galeria, além de obras de Jesús Rafael Soto, Victor Vasarely, Sérgio

Camargo, Lygia Pape, Maria Leontina, Milton Dacosta, Portinari,  José Panceti e Tomie Ohtake.

 

 

A fundação da galeria Ipanema

 

Fundada por Luiz Sève, a mais longeva galeria brasileira iniciou sua bem-sucedida trajetória em

novembro de 1965, em um espaço do Hotel Copacabana Palace, com uma exposição com

obras de Tomie Ohtake e Manabu Mabe, entre outros. Até chegar à casa da Rua Aníbal de

Mendonça, em Ipanema, passou ainda por outros endereços, como o Hotel Leme Palace, no

Leme, e a Rua Farme de Amoedo, já em Ipanema. Paralelamente a sua ação no Rio, manteve

entre 1972 e 1987 um espaço na Rua Oscar Freire, em São Paulo, projetado por Ruy Ohtake. A

Galeria Ipanema foi uma das precursoras a dar visibilidade ao modernismo, e representou por

muitos anos, com uma estreita relação, os artistas Volpi e Di Cavalcanti, e realizou as primeiras

exposições de Paulo Roberto Leal e Raymundo Colares.

 

 

Arte Moderna e Contemporânea

 

Sua história se mistura à da arte moderna e sua passagem para a arte contemporânea, e um

dos mais importantes artistas cinéticos, o venezuelano Cruz-Diez, é representado pela galeria,

que mantém um precioso acervo, fruto de seu conhecimento privilegiado de grandes nomes

como Hélio Oiticica, Ivan Serpa, Lygia Clark, Sérgio Camargo, Jesús Soto, Mira Schendel,

Guignard, Pancetti, Portinari, Di Cavalcanti, Cícero Dias, Iberê Camargo, Tomie Ohtake, Lygia

Pape, Amelia Toledo, Milton Dacosta, Maria Leontina, Dionísio del Santo, Antônio Bandeira,

Heitor dos Prazeres, Vasarely, Rubens Gerchmann, Nelson Leirner, Waltercio Caldas, Franz

Weissmann, Ângelo de Aquino, Geraldo de Barros,  Heitor dos Prazeres, Joaquim Tenreiro e

Frans Krajcberg. Dos artistas trabalhados pela galeria, apenas Portinari e Guignard já haviam

falecido antes de sua inauguração.

 

 

A palavra do fundador: Fonte de prazer

 

Nascido em uma família amante da arte, Luiz Sève aos 24 anos, cursando o último ano de

engenharia na PUC, decidiu em 1965 se associar à tia Maria Luiza (Marilu) de Paula Ribeiro na

criação de uma galeria de arte. Outro tio, o pneumologista Aloysio de Paula (1907-1990),

médico de Guignard, havia sido diretor do MAM, no final da década de 1950. Com a ajuda de

Luiz Eduardo Guinle e de sua mãe, dona Mariazinha, a Galeria de Arte Ipanema instalou-se em

1965 em um dos salões do Hotel Copacabana Palace, passando depois para o térreo, na

Avenida Atlântica, onde permaneceu até 1973. Ainda jovem, passou a trabalhar no mercado

financeiro, mas é na galeria que encontra sua “fonte de prazer”. Uma característica de sua

atuação no espaço de arte é “jamais ter discriminado ou julgado ninguém pela aparência”. São

várias as histórias de pessoas que pedem para entrar e apreciar o acervo, e estão vestidos de

maneira simples ou até desleixadas, e acabam “comprando muita coisa”. “Há o componente

sorte também”, ele ressalta, dizendo que já teve acesso a obras preciosas por puro acaso.

Dentre seus clientes, passaram pela galeria também figuras poderosas como o banqueiro e

mecenas da arte David Rockefeller, e Robert McNamara, secretário de defesa do governo

Kennedy.

 

Atualmente Luiz Sève dirige a galeria ao lado de sua filha Luciana, no número 173 da Rua

Aníbal de Mendonça, até finalizar a construção do espaço que tem projeto arquitetônico

assinado por Miguel Pinto Guimarães, previsto para 2016, no endereço original que ocupou

desde 1972, na quadra da praia da mesma rua.

 

Abertura: 02 de setembro, às 19h

Exposição: 03 de setembro a 17 de outubro.

Na ArtRio

 

 

De 09 a 13 de setembro.