Mostra Sylvio Back 8.0

16/nov

A Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Praia do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, – em parceria com a Cinemateca de Curitiba, a Universidade Federal do Paraná (Pró-Reitoria de Extensão e Cultura), a Universidade Estadual do Paraná e a Faculdade de Artes do Paraná – apresenta, de 20 a 26 de novembro de 2017, com entrada gratuita, a “Mostra Sylvio Back 8.0 – Filmes Noutra Margem”, que comemora os oitenta anos do premiado cineasta Sylvio Back – nascido em Blumenau, SC, 1937 -, com a exibição de seus doze longas-metragens, todos remasterizados. A mostra esteve anteriormente, com grande sucesso de público, em Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre.

 

A programação é composta pelos filmes “Lance Maior” (1968), “A Guerra dos Pelados” (1971), “O Contestado – Restos Mortais” (2010), “Aleluia, Gretchen” (1976), “Rádio Auriverde” (1991), “Yndio do Brasil” (1995), “Cruz e Sousa – O Poeta do Desterro” (1999), “República Guarani” (1982), “Guerra do Brasil” (1987), “O Universo Graciliano” (2013), “Lost Zweig” (2003) e “Revolução de 30” (1980).

 

Complementando a mostra, uma exposição de fotografias de seus filmes e um catálogo, a ser distribuído aos espectadores, com ensaios das professoras Rosane Kaminski e Solange Stecz, – autoras de estudos sobre Sylvio Back -, e do cineasta catarinense, Zeca Pires, além de texto do próprio Back comentando o significado simbólico de seus oitenta anos. O catálogo traz ainda verbete da Enciclopédia do Cinema Brasileiro atualizado sobre a obra do cineasta, que abrange 38 filmes, 24 livros publicados, dez roteiros, nove poemas, além de contos e ensaios.

 

 

A palavra do cineasta

 

Sylvio Back comenta que “…nesse embalo de garimpo existencial é que topei dar passagem a esta inestimável retrospectiva fílmica para cravar minha nova idade”. “…Que os filmes falem por mim, eles sempre foram melhores do que eu! Que o digam as dezenas de colaboradores com quem, prazerosamente, compartilho a honra e a obra que, se subsiste, é graças ao estro e à expertise deles”.

 

O cineasta revela que guarda “…ralas e rasas glórias do passado a festejar”. “Pelo contrário. Em quantas meu cinema foi omitido, esquecido, desqualificado, ridicularizado, vitima de incompreensões, ou surdamente, patrulhado à direita e à esquerda, só porque caminho com os próprios pés e não alimento espírito de horda. Jamais flertei com o público, a crítica ou a mídia”. “São seis décadas circunavegando pela cultura brasileira a bordo de uma obra aberta, que não procura apascentar almas ou fundar verdades unívocas, nem levar o espectador pelas mãos. Adoro deixá-lo na maior orfandade, apenas com suas idiossincrasias, literalmente, consigo próprio. Ele cá e os filmes incólumes nas telinhas e telonas pelos anos afora”, completa.

 

 

Programação

 

20 a 26 de novembro de 2017

 

  • Dia 20 (segunda-feira) 19h – Abertura oficial – Exibição de “Lance Maior” (1968), seguida de conversa com Sylvio Back

 

  • Dia 21 (terça-feira) 17h – “A Guerra dos Pelados” (1971) – 19h – “O Contestado – Restos Mortais” (2010)

 

  • Dia 22 (quarta-feira) 17h – “Aleluia, Gretchen” (1976) – 19h – “Rádio Auriverde” (1991)

 

  • Dia 23 (quinta-feira) 17h – “Yndio do Brasil” (1995) – 19h – “Cruz e Sousa – O Poeta do Desterro” (1999)

 

  • Dia 24 (sexta-feira) 17h – “República Guarani” (1982) – 19h – “Guerra do Brasil” (1987)

 

  • Dia 25 (sábado) -17h – “O Universo Graciliano” (2013) – 19h – “Lost Zweig” (2003)

 

  • Dia 26 (domingo) 17h – “Revolução de 30” (1980) – 19h – “Lance Maior” (1968)

 

 

Sobre o cineasta

 

Sylvio Back é cineasta, poeta, roteirista, produtor e escritor. Filho de imigrantes – pai húngaro e mãe alemã – nasceu em Blumenau, Santa Catarina, em 22 de julho de 1937. Autodidata, inicia-se na direção cinematográfica em 1962, tendo realizado e produzido até hoje trinta e oito filmes – curtas, médias e os longas-metragens: “Lance Maior” (1968), “A Guerra dos Pelados” (1971), “Aleluia, Gretchen” (1976), “Revolução de 30” (1980), “República Guarani” (1982), “Guerra do Brasil” (1987), “Rádio Auriverde” (1991), “Yndio do Brasil” (1995), “Cruz e Sousa – O Poeta do Desterro” (1999); “Lost Zweig” (2003); “O Contestado – Restos Mortais” (2010); e “O Universo Graciliano” (2013). Publicou vinte e quatro livros, entre poesia, contos, ensaios e os argumentos e roteiros de seus filmes. É um dos cineastas mais premiados do Brasil, com 76 prêmios nacionais e internacionais. Sua obra poética, especialmente, a erótica, é reconhecida pelos críticos como uma das mais importantes da atualidade. É fundador e presidente eleito da DBCA (Diretores Brasileiros de Cinema e do Audiovisual), associação de gestão coletiva pela defesa de direitos autorais no Brasil e no exterior.

É preciso ver no escuro

13/nov

Na exposição “É preciso ver no escuro”, o artista Laercio Redondo retoma a questão da memória coletiva e seus apagamentos em quatro diferentes leituras feitas a partir de fragmentos do seu arquivo pessoal, colecionados nos últimos 17 anos. Os fragmentos foram coletados em diferentes ocasiões, nas quais esses materiais, destinados ao descarte, se encontravam legados à deterioração ou ao desaparecimento por completo.

 

A exposição é composta de fotografias, cartas, textos e um filme que constrói uma teia delicada de supostos ecos do passado que ressoam no presente. Todos os elementos da exposição têm seu contexto e suporte reelaborados: uma carta escrita em alemão, datada de 1942, que boiava no mar em um porto grego, encontrada pelo artista em 2006; uma série de fotos de um casal que se fotografa mutuamente durante as férias; retratos de uma filha que jamais chega a retornar para casa dos pais durante a segunda Guerra Mundial; ou um fragmento de um filme em Super 8 de um baile de debutantes em 1974. Histórias de pessoas e lugares remotos que se conectam e potencializam a história do coletivo sob o ponto de vista individual atribuído a cada um destes personagens.

 

A exposição, que inaugura dia 23 de novembro, na Galeria Silvia Cintra + Box 4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, traz ainda um texto do filósofo Pedro Duarte em torno das questões dos vestígios do passado no presente, num diálogo com o trabalho do artista.

 

 

Sobre o artista

 

Laercio Redondo nasceu em 1967, no Paraná, e atualmente divide o seu tempo entre o Rio de Janeiro e a Suécia. Pós – graduado na Konstfack, University College of Art, Crafts and Design em Estocolmo, Suécia, o artista se dedica a pesquisa da memória coletiva e seus apagamentos na sociedade, e seu trabalho é frequentemente motivado pela interpretação de eventos específicos relacionados com a cidade, a arquitetura e representações históricas. Dentre as exposições individuais, se destacam: “Past projects for the future”, Dallas Contemporary, EUA; “O que termina todos os dias” no MAM-RJ, Brasil (ambas com curadoria de Justine Ludwig); “Contos sem Reis, Casa França-Brasil, Brasil, Fachada. Das coletivas, a da Galeria Nacional de Arte de Zachêta, Varsóvia; “O direito à cidade”, Stedelijk Museum Bureau, Amsterdã; “Os interiores estão no exterior” no SESC Pompeia, São Paulo (com curadoria de Hans Ulrich Obrist) e a Bienal do Mercosul, Porto Alegre, Brasil.

Paula Rego em filme

08/nov

Aconteceu dia 07 de novembro a projeção de filme: “Paula Rego, histórias e segredos”, na Carpintaria, Rua Jardim Botânico 971, Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Vale a pena o registro do evento.

 

 

Sobre o filme

 

Conhecida por ser muito privada, Paula Rego revela-se pela primeira vez neste filme, surpreendendo o seu filho, o cineasta Nick Willing, com histórias e segredos da sua vida excepcional, uma vida de luta contra o fascismo, um mundo da arte misógino e a depressão.

 

Nascida em Portugal, um país sobre o qual o pai lhe disse que não era bom para as mulheres, Rego usou as suas imagens poderosas como uma arma contra a ditadura antes de se estabelecer em Londres, onde continuou a abordar questões sobre a situação da mulher como o direito ao aborto. Mas, acima de tudo, as suas pinturas são um vislumbre crítico sobre um mundo íntimo de tragédia pessoal, fantasias perversas e verdades constrangedoras.

 

Nick Willing combina um grande arquivo de filmes caseiros e fotografias de família com entrevistas que percorrem 60 anos de vida e imagens de Rego trabalhando no seu estúdio. E o resultado é um poderoso retrato pessoal da vida e obra de uma artista cujo legado vai sobreviver ao tempo, ilustrado visualmente em pastel, carvão e tinta a óleo.

 

“Paula Rego, histórias e segredos”, um filme de Nick Willing, Documentário, 93 min, Reino Unido, 2017.

 

Exposição relacionada: Paula Rego e Adriana Varejão/Até 11 de novembro.

Brasileiros em Bogotá / ARTBO

27/out

Entre os dias 26 e 29 de outubro, será realizada a ARTBO, importante feira de arte contemporânea, em Bogotá, na Colômbia. A galeria carioca Athena Contemporânea participará da feira e mostrará um panorama da produção mais recente dos artistas Frederico Fillipi e Yuri Firmeza, estabelecendo diálogos e interseções entre suas temáticas no que tange a criação de novas narrativas, tanto partindo de um imaginário social como do discurso científico.

 

Os trabalhos de Frederico Fillipi  lidam com materiais de dimensões verticais, do cosmos, do céu e do solo. Este movimento de olhar para as camadas está presente em muitas mitologias, referências importantes para o trabalho do artista. “Céu Fóssil” é uma série de 2 pinturas, que como lâmina ou caco, cada fragmento guarda em si a imagem espelho das nuvens naquele momento. “Espaços vácuos” é outra série de pinturas que também aludem ao céu, a um cosmologia cruzada, onde os elementos se distanciam como uma constelação. A ideia do artista é, associar o olhar vertical sobre a paisagem a de ícones que a nossa cultura ocidental produziu e que agora estão em fagocitose com outros mundos que vão sendo também acessados.

 

 

Yuri Firmeza apresentará o filme “Nada é”, ambientado na cidade de Alcântara, no nordeste do Brasil. As ruínas de palacetes de antigos barões, os foguetes do Centro de Lançamento da Força Aérea Brasileira e uma Festa do Divino Espírito Santo são pano de fundo para a construção do filme. A cidade revive um passado em ruínas justaposto a existência de uma base que prenuncia um futuro tecnológico. As duas fotografias, por sua vez, apropriadas do arquivo da NASA, ao serem manipuladas e descontextualizadas ganham novo significado. Algo entre o familiar e o estranho, as imagens tal como o filme entrelaçam documentos e histórias entre ficção e realidade para criarem novas narrativas.

Carpintaria Para Todos

28/jul

“Carpintaria Para Todos” é uma exposição coletiva formada por um único critério: a ordem de chegada dos participantes. No dia 10 de agosto, das 10h às 19h, a Carpintaria, Rua Jardim Botânico 971, Rio de Janeiro, RJ, estará de portas abertas para receber uma obra de arte de qualquer pessoa interessada em mostrar seu trabalho. Sem nenhuma curadoria, qualquer um poderá participar desde que siga as especificações listadas no texto-convite divulgado no site e nas redes sociais da Carpintaria.

 

O projeto funciona como uma releitura do evento homônimo realizado em setembro de 2012, no Galpão do Liceu de Artes e Ofícios, paralelo à 30ª Bienal de São Paulo. A proposta surgiu da reunião de alguns profissionais do campo da arte com um objetivo em comum: realizar uma exposição na qual presencia-se uma suspensão de valores e hierarquias, criando assim um espaço experimental de colaboração, que opere em rede e que se desdobre em múltiplos debates.

 

Com este intuito, o grupo resgatou a importante figura do curador norte-americano Walter Hopps (1932–2005), que desenvolveu uma série de projetos entre os anos 60 e 70, segundo ele mesmo, “imprevisíveis e irregulares”. Atuando sempre de maneira não convencional no circuito de arte contemporânea de seu tempo, Hopps se interessava em trabalhar outros formatos de curadoria e outras relações entre público e privado, tensionando a esfera institucional e o espírito anárquico da arte. Da mesma maneira, é relevante destacarmos como inspiração nomes como o do historiador e crítico de arte Walter Zanini (1925–2013), cuja atuação à frente do MAC-USP, de 1963 a 1978, contribuiu significativamente para ampliar os espaços de reflexão e exibição da arte, através de ambiciosos projetos expositivos como o JAC (Jovem Arte Contemporânea). Carpintaria Para Todos também dialoga e soma-se ao espírito colaborativo de outras ações artísticas que aconteceram e ainda acontecem na cidade do Rio de Janeiro, como Zona Franca, Alfândega, Orlândia e as exposições “Abre Alas”, realizadas há mais de uma década pela A Gentil Carioca.

 

No encerramento da exposição, sábado 19 de agosto, a partir das 17h, acontecerá uma conversa entre membros do comitê voluntário e os artistas participantes do projeto, tendo como eixo as práticas expositivas colaborativas na cena artística carioca e nacional. A conversa será pontuada pela exibição de trechos de filmes, vídeos e materiais de arquivo diversos.

 

Os organizadores e colaboradores voluntários deste projeto são: Alexandre Gabriel, Alessandra D’Aloia, Barrão, Bernardo Mosqueira, Eduardo Ortega, Laura Mello, Luisa Duarte, Marcelo Campos, Márcia Fortes, Mari Stockler e Victor Gorgulho. Os colaboradores estarão pessoalmente no local da exposição ajudando a receber as obras e montar a exposição.

 

 

Regulamento

 

Você está convidado a comparecer com uma obra de arte de sua autoria na Carpintaria (Rua Jardim Botânico 971 – Rio de Janeiro) na quinta-feira, dia 10 de agosto de 2017 das 10h às 19h. Nós iremos receber e instalar seu trabalho no espaço expositivo da galeria. A mostra estará aberta para o público do dia 10 a 19 de agosto, de terça a sexta, das 10h às 19h, e aos sábados, das 10h às 18h.

 

Serão aceitas obras de todas as naturezas – desenho, colagem, fotografia, pintura, escultura, instalação, vídeo, filme, performance e o que mais você inventar – e sua participação estará garantida desde que:

 

Você leve em pessoa o seu trabalho;

 

O seu trabalho passe pela porta (1,80 x 2,10 m);

 

Você traga todo o material necessário para a sua instalação, exposição e funcionamento. Haverá montadores para auxiliar na montagem;

 

A sua obra de arte preserve a integridade física e respeite os outros trabalhos em exposição, o público e o espaço expositivo;

 

Você entregue sua obra nas mãos da produção que escolherá o local de instalação do trabalho. Caso queira deixar um material impresso relacionado ao trabalho, iremos disponibilizar um local para consulta;

 

Se o trabalho for uma performance, o horário de apresentação será definido em acordo

 

com a produção. O registro em vídeo ou foto da sua performance poderá ser exposto posteriormente na mostra;

 

Você se comprometa a retirar a sua obra do local expositivo ao final da exposição, no prazo estipulado pela produção;

 

Qualquer dano ou perda da obra durante a sua montagem, exposição e/ou retirada será considerada como parte do processo. Haverá segurança e monitoria durante a exposição, mas a produção não pode garantir ressarcimento de eventuais danos;

 

A Carpintaria não fará o intermédio comercial das obras dessa exposição, mas os interessados poderão contatar diretamente os artistas. Haverá uma lista com a ficha técnica das obras e o e-mail dos artistas na recepção.

 

 

Mais informações: carpintaria@fdag.com.br

Fotografias no MAR

26/jul

Ao longo do século XX a fotografia consolidou-se para além do referencial documental que marcara seu surgimento. Transbordando as práticas científicas – das ciências naturais às ciências sociais -, a prática fotográfica sofisticou-se imensamente em sua apropriação pela arte. Artistas reinventaram não somente a dimensão estética da imagem fotográfica como também seu próprio estatuto documental, inserindo a fotografia no campo da ficção e da reinvenção do mundo. Desde então, foram inúmeras as viradas na prática e no entendimento da fotografia, atravessada por sua própria desmaterialização ou, mais recentemente, compreendida como dispositivo para relações que a extrapolam.

 

Atento à riqueza dessa linguagem, o Museu de Arte do Rio, Praça Mauá, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a partir de 19 de agosto, a exposição “Feito poeira ao vento | Fotografia na Coleção MAR”, Pavilhão de Exposições | 1º andar, extraída de sua significativa coleção de fotografias, com nomes como Marc Ferrez, Kurt Klagsbrunn, Pierre Verger, Walter Firmo, Evandro Teixeira, Luiz Braga, Rodrigo Braga, Marcos Bonisson, Rogério Reis, dentre muitos outros. Também integram a “Coleção MAR” experimentos em plataformas diversas da imagem, como o livro, o filme, a instalação, a pintura ou a performance, configurando a operação fotográfica como um gesto capaz de ir além de si mesmo e, com isso, demonstrando a potência da produção da imagem em termos históricos e atuais. A exposição é um panorama dessa constelação de imagens, sensibilidades, vocações e experimentos.

Cine Clube Despina

09/maio

O Cine Club Despina, Largo das Artes, Rua Luís de Camões, 2, Sobrado, Centro, Rio de Janeiro, RJ, terá uma sessão especial em parceria com a ArtRio, Canal CURTA! e Revista Select. No dia 25 de maio, quinta-feira, às 19h30, será realizada a exibição do documentário “Shoot Yourself”, dirigido por Paula Alzugaray e Ricardo van Steen. O evento será na Despina e terá um bate-papo dos convidados com Paula.

 

Produção de 2012, a narrativa de “Shoot Yourself” acompanha o trabalho de nove artistas: a cubana Tania Bruguera, o norte-americano Gary Hill, a suíça Pipilotti Rist, a espanhola Esther Ferrer, o coletivo francês Calvacreation, a iraniana Ghazel, a alemã Rebecca Horn e os brasileiros Cripta Djan e Paula Garcia.

 

O ponto em comum entre esses artistas é a utilização do corpo como instrumento de sua arte. E o ponto que mais os distancia é como essa arte é documentada – ou não, ficando apenas na memória do público e do próprio artista.

 

Entre os pontos centrais do documentário está também a análise do mundo atual, que com a democratização digital permitiu que qualquer pessoa tivesse acesso a fazer sua imagem e se auto difundir na internet, e a atuação dos primeiros artistas de performance, que desde os anos 70 se auto documentam.

 

 

Sobre Shoot Yourself

 

Shoot Yourself (Paula Alzugaray e Ricardo van Steen, 72’, Brasil, 2012)– uma co-produção internacional da Delicatessen Films, Moviart, Tempo Design e La F.I.L.M (França), com direção de Paula Alzugaray e Ricardo van Steen, montagem de Yann Malcor e Antoine Vareille, e trilha sonora de Sergio Mekler e Chico Neves. Gravado em São Paulo, Rio de Janeiro e Paris, durante uma residência artística dos documentaristas no Centre International D’Accueil et D’Échanges des Récollets, entre outubro e dezembro de 2010.

 

 

Sobre a ArtRio

 

A ArtRio 2017, que acontece entre os dias 13 e 17 de setembro, tem novo endereço: a Marina da Glória. O espaço, totalmente renovado e com vista para icônicos cartões postais da cidade – a Baía de Guanabara e o Pão de Açúcar – irá receber pela primeira vez as mais importantes galerias brasileiras e internacionais.

 

A ArtRio pode ser considerada uma grande plataforma de arte contemplando, além da feira internacional, ações diferenciadas e diversificadas com foco em difundir o conceito de arte no país, solidificar o mercado, estimular e possibilitar o crescimento de um novo público oferecendo acesso à cultura.

Yoko Ono em São Paulo

12/abr

Com curadoria de Gunnar B. Kvaran, crítico islandês e diretor do Astrup Fearnley Museum of Modern Art, em Oslo, a exposição “O CÉU AINDA É AZUL, VOCÊ SABE…”, pretende revelar os elementos básicos que definem a vasta e diversa carreira artística de Yoko Ono – uma viagem pela noção da própria arte, com forte engajamento político e social. Uma das principais artistas experimentais e de vanguarda, associada à arte conceitual, performance, Grupo Fluxus, happenings dos anos 60, uma das poucas mulheres que participaram desses movimentos, Yoko Ono continua questionando de forma decisiva o conceito de arte e do objeto de arte, derrubando esses limites. Foi uma das pioneiras a incluir o espectador no processo criativo, convidando-o a desempenhar um papel ativo em sua obra.

 

Esta exposição, patrocinada pelo Bradesco e Instituto CCR, foi concebida especialmente para o Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, é formada por 65 peças de “Instruções”, que justamente evocam a participação do espectador para sua realização. São trabalhos que sublinham os princípios norteadores da produção da artista, ao questionar a ideia por trás de uma obra, destacando a sua efemeridade enquanto a dessacraliza como objeto.

 

O curador ressalta que “O CÉU AINDA É AZUL, VOCÊ SABE…”, uma retrospectiva de “Instruções”, evidencia as narrativas que expressam a visão poética e crítica de Yoko Ono. São trabalhos criados a partir de 1955, quando ela compôs a sua primeira obra instrução, “Lighting Piece” (Peça de Acender), “acenda um fósforo e assista até que se apague”. Na exposição, é possível seguir a sua criatividade e produção artística pelos anos 60, 70, 80, até o presente.

 

As “Instruções” de Yoko Ono, conforme o curador do Instituto Tomie Ohtake, Paulo Miyada, oscilam entre sugestões tão sucintas e abertas que se realizam tão logo são lidas, como “Respire”, de 1966; “Sonhe”, de 1964; “Sinta”, de 1963; “Imagine”, de 1962; ou em uma sequência de ações realizáveis por qualquer um que se dedique a isso, como “Pintura para apertar as mãos (pintura para covardes)”, de 1961; “fure uma tela, coloque a sua mão através do buraco , aperte as mãos e converse usando as mãos”; “Peça de Toque” de 1963; “toquem uns aos outros”; “Mapa Imagine a Paz”, de 2003; “ peça o carimbo e cubra o mundo de paz”. Há também as sugestões aplicáveis apenas no campo mental, poético ou imaginário, como “Peça do Sol”, de 1962; “observe o Sol até ele ficar quadrado”; “Capacetes-Pedaço de Céu”, de 2001/2008; “pegue um pedaço de céu, saiba que todos somos parte um do outro”; “Peça para Limpar III”, de 1996 e “tente não dizer nada negativo sobre ninguém, por três dias, por 45 dias, por três meses”.

 

Já as proposições como “Mamãe é linda”, de 1997; “escreva suas memórias sobre a sua mãe”; “Emergir”, de 2013/2017; “faça um depoimento de alguma violência que tenha sentido como mulher”; e “Árvore dos Pedidos para o mundo”, de 2016; “faça um pedido e peça à arvore que envie seus pedidos a todas as árvores do mundo”, são casos, como ressalta Miyada, que ao mesmo tempo antecipam e catalisam o poder atuais dos depoimentos pessoais multiplicados pelas redes. Nessas peças a artista solicita do público as suas histórias e faz de sua obra um algoritmo que os processa, publica e armazena.

 

Entre as obras da exposição há uma série de filmes, dois dos quais com a participação de John Lennon na concepção. Em “Estupro”, 77 min, de 1969, o músico foi codiretor e em “Liberdade”, de 1970, de apenas um minuto, assina a trilha sonora. Também registrada em filme presente na mostra, “Peça Corte”, 16min, de 1965, traz a icônica performance da artista realizada no Carnegie Hall, em 1964, em Nova Iorque, na qual o público pôde cortar um pedaço de sua roupa e levar consigo.

 

 

Até 28 de maio.

Gravuras na SP-Arte 2017

07/abr

A Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, oferece ao público durante a SP-Arte de 2017, de 06 a 09 de abril, na Área de Museus e Centros Culturais no Pavilhão Ciccillo Matarazzo (Pavilhão da Bienal), Parque Ibirapuera, Portão 3, a oportunidade única de aquisição de obras gráficas de artistas contemporâneos, pequenas coleções desdobradas a partir de diferentes aproximações, tanto temáticas quanto técnicas.

 

Na curadoria elaborada pelo artista Eduardo Haesbaert (coordenador do Acervo e Ateliê de Gravura da instituição), foram selecionadas 232 cópias de gravuras realizadas por 31 artistas, dentre eles Tomie Ohtake, León Ferrari e Waltercio Caldas. A seleção estabelece uma amostragem abrangente dos 15 anos de atividades do Programa Artista Convidado do Ateliê de Gravura. A ideia foi gerar conjuntos que exibissem a diversidade de linguagens e poéticas, assim como momentos distintos na carreira dos artistas selecionados.
Desde a sua criação, o Programa Artista Convidado do Ateliê de Gravura da Fundação Iberê Camargo recebeu 99 artistas e, na feira SP-Arte de 2017, promoverá, pela primeira vez, a exibição de nove conjuntos de gravuras do total produzido.

 

Dentre os nove conjuntos, três deles são compostos por obras de um único artista: o tríptico de Regina Silveira, uma seleção de três gravuras de Waltercio Caldas, e quatro trabalhos de Marcos Chaves que formam um obra única. Os demais grupos reúnem trabalhos de 5 artistas, entre eles Antonio Dias, Nuno Ramos, Shirley Paes Leme, Nelson Leirner e Paulo Bruscky, explorando diferentes aproximações temáticas, históricas e formais.

 

 

Conjunto 1:

 

Formado por três latino-americanos: León Ferrari, Jorge Macchi e Liliana Porter, o conjunto apresenta gravuras desenvolvidas no ateliê da FIC durante a participação desses artistas em distintas edições da Bienal de Artes Visuais do Mercosul. Reflete, mesmo que de forma sutil, o forte teor político que marca sua produção. León Ferrari, aliás, já havia trabalhado junto ao antigo ateliê de Iberê Camargo e acredita-se que esta seja a última gravura realizada pelo artista em vida.

 

Conjunto 2:

 

Numa seleção de quatro trabalhos que formam um obra única – quase um objeto – este conjunto representa a criação de Marcos Chaves a partir de sua ideia de sinalização. Artista reconhecido por suas obras em foto, vídeo e instalações, foi incitado a traduzir sua poética para a técnica da gravura de forma inédita.

 

Conjunto 3:

 

O tríptico de Regina Silveira aqui reunido funciona como um índice para nos aproximarmos de sua obra, que joga com as questões de luz, projeção e sombra. A artista, aluna de Iberê Camargo na década de 1960, produziu estas gravuras enquanto trabalhava em sua exposição solo “Mil e Um Dias e Outros Enigmas”, realizada especialmente para a Fundação Iberê Camargo, em 2011.

 

Conjunto 4:

 

Artista de reconhecimento internacional, Waltercio Caldas nos oferece, através desta seleção de três gravuras, uma entrada para sua trajetória, marcada pelo rigor estético no uso da palavra e da linha. O conjunto apresenta uma amostragem da produção deste autor, homenageado em exposição monográfica inédita realizada na Fundação Iberê Camargo, em 2012, sob o título “O Ar Mais Próximo e Outras Matérias”.

 

 

Conjunto 5:

 

O conjunto apresenta uma seleção de 5 artistas contemporâneas aqui reunidas tanto pela diversidade de suas poéticas quanto pela potência comum de seus trabalhos: Shirley Paes Lemes, Karin Lambrecht, Ana Maria Tavares, Célia Euvaldo e Germana Monte-Mór. As gravuras apresentam desde a linguagem marcada pela matéria pura, como em Célia Euvaldo à quase evanescência de Shirley Paes Leme, passando pela espiritualidade encarnada de Karin Lambrecht.

 

Conjunto 6:

 

Este grupo reúne trabalhos de cinco artistas não habituados à técnica da gravura e aponta justamente para a experimentação presente na trajetória de cada um. Antonio Dias, Nelson Félix, Jorge Menna Barreto, Ricardo Basbaum e Carlos Fajardo estabelecem, assim, um diálogo na matéria e no verbo, com obras que trazem tanto a organicidade e o corpo, como em Nelson Félix, quanto a pura racionalidade de Carlos Fajardo.

 

Conjunto 7:

 

José Resende, Nelson Leirner, Paulo Bruscky, Carlos Zilio e Eduardo Sued, todos artistas de grande renome nacional, são “filhos” de uma mesma geração. Em ação desde os anos 60, cada um a seu modo desenvolveu uma atuação estética com alta carga política. Nesta seleção, se encontram explorando uma técnica pouco utilizada em suas obras: a gravura em metal.

 

Conjunto 8:

 

Este conjunto lança gravuras de cinco artistas, todos integrantes do grupo Casa 7, atuante em São Paulo na década de 80: Rodrigo Andrade, Nuno Ramos, Carlito Carvalhosa, Fábio Miguez e Paulo Monteiro. Responsáveis por uma revolução na pintura brasileira daquela época, hoje com carreiras individuais, nos brindam com suas experimentações na técnica da gravura, embora não deixem de nos remeter ao legado pictórico presente em suas trajetórias tão diversas.

 

Conjunto 9:

 

Formado pelos artistas Tomie Ohtake, Arthur Luiz Piza, Daniel Acosta, Daniel Senise e Marcelo Solá, este conjunto traz a produção em gravura de cinco artistas com abordagens completamente diversas. Revela representantes de diferentes gerações e fases de carreira artística. São obras que se aproximam da gravura a partir da tradição, como em Tomie Ohtake, utilizando os parâmetros canônicos da técnica, ou a partir da experimentação e inovação, presentes na serigrafia de Daniel Acosta ou no chine collé de Marcelo Solá.

“Jardim de Guerra”, de Neville D´Almeida

29/mar

O filme “Jardim de Guerra”, de 1968, de Neville D´Almeida, será exibido no Cine Joia, em Copacabana, quase 50 anos após sua produção. Recolhido pela censura em 1968, o filme será apresentado ao público por ocasião da exposição “Permissão para falar”, que tem curadoria de Fernanda Lopes e está em cartaz na galeria Athena Contemporânea até o dia 1º de abril.

 

A exibição do filme “Jardim de Guerra” será precedida do curta-metragem “Redenção”, de 2017, que tem direção de Neville D’Almeida e Joaquim Haickel, e seguida de debate com Neville, a curadora Fernanda Lopes e a artista plástica Laura Belém, uma das artistas da exposição “Permissão para falar”, cujo trabalho motivou a exibição do filme. Na mostra, a artista apresenta a obra “Hoje tem cine”, de 2015, em que cria letreiros em neon com títulos dos filmes que marcaram a história do Cine Palladium, um dos cinemas mais importantes de Belo Horizonte. Dentre estes filmes, está o “Jardim de Guerra”, apresentado pela primeira vez no cinema mineiro.

 

“Jardim de Guerra” é o primeiro filme do cineasta Neville D’Almeida, com argumento e roteiro do cineasta com Jorge Mautner. O longa foi proibido e interditado e jamais exibido comercialmente. Preste a completar 50 anos, o filme inaugurou a quinzena dos Realizadores do festival de Cannes, em 1969, foi premiado no festival de Brasília e exibido em vários festivais na Europa. Foi consagrado como um dos ícones do cinema experimental e do cinema de invenção.

 

 

 

Sobre a exposição

 

 

“Permissão para falar”, em cartaz na Athena Contemporânea, tem a palavra como ponto de partida e reúne obras recentes e inéditas de destacados artistas da cena contemporânea brasileira: Laura Belém, Lais Myrrha, Vanderlei Lopes, Yuri Firmeza (que apresenta uma obra em parceria com Frederico Benevides), Paula Scamparini, Diego Bressani, Beto Shwafaty, Jaime Lauriano e Sara Ramo. Em comum, todas as obras trazem palavras, com interesse especial em seus uso e variações de significados. Muitas delas possuem escritas, literalmente, mas nem todas. Neste caso, a palavra é a base de construção de um discurso, que traz mais de um significado. “A exposição tem como ponto de partida a palavra. Não a palavra isolada, com significado único e fixo, mas sim a palavra como construção e como discurso, que pode assumir diferentes características e leituras a partir do ponto de vista e do contexto de leitura. Nenhuma palavra pode ser lida sozinha, isolada, fora de contexto. Toda fala é construída, se constrói a partir de pontos de vista e referências, e não elimina a possibilidade de existência de outros olhares”, explica a curadora Fernanda Lopes, que ressalta que “essa é uma exposição interessada em pensar o lugar da fala e da escuta”.

 

 

Dia 29 de março de 2017, às 20h30

 

Cine Joia – Av. Nossa Sra. de Copacabana, 680 – Copacabana

 

Programação:

 

Curta-metragem “Redenção” (2017), Direção: Neville D’Almeida e Joaquim Haickel, Guarnicê Produções, 15 min.

 

Jardim de Guerra (1968), 100min., Classificação: 16 anos.

 

Debate com o diretor Neville D´Almeida, a curadora Fernanda Lopes e artista plástica Laura Belém.

 

Exposição “Permissão para falar”

 

Galeria Athena Contemporânea, Rio de Janeiro, Shopping Cassino Atlântico