Fotos de German Lorca

29/jun

A Galeria Marcelo Guarnieri apresenta, entre 08 de julho e 05, “Galeria São Luís – Geometria das Sombras”, primeira exposição de German Lorca (1922- 2021) em seu endereço de São Paulo. A mostra reúne 50 fotografias produzidas entre as décadas de 1940 e 2010 e se organiza em três núcleos: “Galeria São Luís”, que consiste em uma reedição da exposição do artista na Galeria São Luís, em 1966; “Icônicas”, que apresenta um conjunto de suas fotografias mais clássicas e “Série Geometria das Sombras”, composta por 24 imagens desenvolvidas por Lorca em 2014, já aos 92 anos, e exibidas integralmente pela primeira vez.

Um dos pioneiros da fotografia moderna no Brasil, German Lorca nasceu em São Paulo em 1922 e assim como outros filhos de imigrantes europeus que chegaram à capital paulista no início do século XX, cresceu no operário bairro do Brás. Ali pôde testemunhar, desde criança, a dinâmica da vida do bairro em meio a transformações que alteravam sucessivamente o ritmo e a paisagem urbana. Lorca forma-se como contador no Liceu Acadêmico de São Paulo em 1940 e tem o seu primeiro contato com a fotografia em 1945, registrando eventos familiares. Em 1948 ingressa no Foto Cine Clube Bandeirante, um clube de fotógrafos frequentado por entusiastas, amadores e profissionais, que acreditavam que a fotografia era uma forma de arte que podia revelar a estética oculta da modernidade cotidiana. Lorca pôde explorar, em uma troca constante com os outros integrantes, as especificidades da técnica fotográfica, entendendo os enquadramentos, jogos de luz e solarizações como recursos plásticos e discursivos.

Na década de 1960, German Lorca já havia participado de diversos salões de fotografia no Brasil, na América Latina, nos Estados Unidos e na Europa, e em paralelo à sua produção artística, se estabelecia como um premiado fotógrafo de publicidade. Em 1966, ano em que transfere seu estúdio para um prédio maior e mais adequado à escala de suas produções comerciais, realiza a segunda exposição individual de sua carreira, na Galeria São Luís, em São Paulo. A Galeria São Luís, que abrigou exposições de importantes artistas brasileiros como Tomie Ohtake, Mira Schendel e Flávio de Carvalho, foi fundada em 1959 pelo empresário e colecionador Ernesto Wolf (1918-2003) e dirigida por Anna Maria Fiocca (1913-1994), antiga proprietária da Galeria Domus. Naquela ocasião, Lorca apresentou fotografias realizadas desde os anos 1950, em que registrava paisagens, retratos e cenas do cotidiano, explorando a geometrização de suas composições de maneira mais sutil. O fotógrafo também experimentava com cenas em movimento, ressaltando os aspectos plásticos da imagem desfocada, como em “Aeroporto 61” (1961), exibida no ano anterior na VIII Bienal Internacional de São Paulo. A versão original do cartaz da mostra de 1966, reeditado a partir da intervenção de J. Henrique Lorca para a atual exposição na Galeria Marcelo Guarnieri em 2023, é de autoria do designer Alexandre Wollner.

Em outubro de 2014, durante um período em que precisou ficar recluso em sua residência por ordens médicas devido a problemas de saúde, German Lorca dedicou-se ao estudo das formas das sombras causadas pela luz do sol em interação com estruturas, ambientes e objetos que o rodeavam. Naquela ocasião, acompanhado de sua Leica M9 Digital, Lorca registrou as 24 imagens que formam o ensaio fotográfico que ele denominou de “Geometria das Sombras”, impresso em 2015 pelo processo giclée com pigmento Ultrachrome em papel de algodão Hahnemühle Photo Rag Baryta. Esta é a primeira vez que o ensaio, sua última produção em vida, é exibido integralmente.

Sua obra integra importantes coleções ao redor do mundo como Museu de Arte de São Paulo (MASP), Pinacoteca do Estado (São Paulo), Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP), MoMA (New York), Cisneros Fontanals Art Foundation (Miami) e Itaú Cultural (São Paulo).

Exposição prorrogada

A exposição “Haverá consequências” foi prorrogada até 22 de julho devido ao grande fluxo de visitantes e contatos para agendamentos. Uma boa oportunidade e para visitar a Fundação Vera Chaves Barcellos, Viamão, RS. Trata-se da primeira mostra com curadoria da professora e pesquisadora Bruna Fetter à frente da Direção Cultural da FVCB, função assumida em abril de 2022.

Realizada integralmente a partir do Acervo da instituição, “Haverá consequências” representa um exercício de encontros e aproximações que se materializam por meio de rastros e vestígios da memória, reverberando no presente e nos desdobramentos futuros. As obras presentes na mostra – seja em termos temáticos, materiais ou mesmo formais – são compreendidas simultaneamente como imagem-índice-percurso, o que possibilita diferentes leituras, relações e caminhos. Fazem parte da seleção apresentada trabalhos em fotografia, vídeo, gravura, pintura, objeto, arte postal, serigrafia e livro de artista.

Nas palavras da curadora, Bruna Fetter: “Ao partir da noção de rastro e vestígio, Haverá consequências busca tecer fios que atravessam nossas compreensões de passado-presente-futuro, causa e consequência. Na mostra encontraremos imagens e objetos que são resíduos de pensamentos e ações ocorridas no passado, mas que pela sua condição de obra de arte tornam-se testemunhos perenes a nos acessar em diferentes contextos e tempos. Reunindo um grupo de obras da coleção da FVCB, a exposição resulta de uma imersão minha neste Acervo, e também de um trabalho muito próximo a todas as equipes da instituição, inaugurando meu trabalho como diretora cultural da Fundação.”

A mostra, reúne mais de 60 obras de 57 artistas do Brasil e do exterior.

Artistas participantes

Begoña Egurbide | Bill Viola | Brígida Baltar | Cao Guimarães | Carla Borba | Carlos Krauz | Christian Cravo | Cinthia Marcelle | Claudia Hamerski | Claudio Goulart | Clovis Dariano | Darío Villalba | Dennis Oppenheim | Dirnei Prates | Elaine Tedesco | Elcio Rossini | Eliane Prolik | Ethiene Nachtigall | Fabiano Rodrigues | Fernanda Gomes | Frantz | Geraldo de Barros | Guilherme Dable | Heloisa Schneiders da Silva | Hudinilson Jr. | Ío (Laura Cattani e Munir Klamt) | Jaume Plensa | Joan Fontcuberta | João Castilho | Lluís Capçada | Luanda | Lucia Koch | Mara Alvares | Marco Antonio Filho | Margarita Andreu | Mariana Silva da Silva | Mario Ramiro | Marlies Ritter | Michael Chapman | Nelson Wiegert | Nick Rands | Patricio Farías | Paulo Nazareth | Perejaume | Regina Vater | Rosângela Rennó | Roselane Pessoa | Sarah Bliss | Sascha Weidner | Sol Casal | Susy Gómez | Telmo Lanes | Tuane Eggers | Vera Chaves Barcellos | Wanda Pimentel | Yuri Firmeza

Visitação

De segunda a sexta-feira e aos sábados, mediante agendamento prévio, até 22/07/23

Contatos: educativo.fvcb@gmail.com | (51) 98229 3031

Local: Sala dos Pomares da Fundação Vera Chaves Barcellos – Av. Senador Salgado Filho, 8450, parada 54, Viamão/RS (ponto de referência: ao lado do pórtico do Condomínio Buena Vista) – Entrada franca.

Heitor dos Prazeres no CCBB Rio

Retrospectiva no CCBB, Centro, Rio de Janeiro, RJ, destaca perfil multimídia de Heitor dos Prazeres e a importância histórica de sua obra. A exposição “Heitor dos Prazeres é meu nome” reúne mais de 200 trabalhos, entre pinturas, desenhos e esboços, mobiliário, indumentárias, partituras e acervo documental

Décadas antes de o termo multimídia (ou mesmo “mídia”) se popularizar, Heitor dos Prazeres (1898-1966) já atuava em várias frentes artísticas, da música à pintura, da cenografia ao figurino, passando pelo mobiliário. Nascido dez anos após a abolição da escravatura, registrou, em suas composições e, a partir da década de 1930, com pincéis, tintas e suportes variados, da madeira à tela, crônicas do Rio suburbano da primeira metade do século XX.

Da mesma forma que frequentou as casas das tias da Praça Onze, como a da célebre Tia Ciata, e colaborou na fundação das primeiras escolas de samba da cidade, a exemplo de Mangueira, Portela e Deixa Falar (que originou a Estácio de Sá), sua produção nas artes visuais retratou temas ignorados na época pela academia, como os cultos de matriz africana, as primeiras rodas de samba e a transformação do subúrbio rural em cenário urbano, com o surgimento das primeiras favelas.

Com curadoria de Raquel Barreto, Pablo León de la Barra e Haroldo Costa, a seleção reúne obras de coleções particulares, incluindo telas pouco vistas, e de instituições como o Masp, a Pinacoteca de São Paulo, o MAM do Rio, o Ipeafro e os Museus Castro Maya.

Entre as raridades, estão duas de suas obras mais antigas, criadas poucos anos após seu início na pintura, em 1937: “O sonho” (1939) e “Caboclo”, da década de 1940. O título da mostra é retirado de uma fala do próprio pintor no documentário que leva seu nome, dirigido por Antônio Carlos da Fontoura em 1965. Uma apresentação que o situa entre os grandes nomes das artes brasileiras no século XX e, ao mesmo tempo, introduz sua produção ao público mais jovem.

– O título o reafirma como um homem negro que se coloca como sujeito de sua própria história e a representa assim. Ele foi nomeado de naïf, mas, se não fosse o racismo estrutural, um artista desta grandeza seria considerado um pintor moderno – acredita Raquel Barreto. – Outra importância da sua obra foi ter retratado a religiosidade afro-brasileira, que, neste momento, está sob ataque. Heitor era ogã, o responsável, no candomblé, por tocar para que o orixá desça à Terra. É uma função de mediador, um trânsito que ele também desempenhou em sua vida artística.

Curador de arte latino-americana do Guggenheim, de Nova York, Pablo León de la Barra destaca a importância histórica da mostra.

– A História da Arte tratou artistas como Heitor por muito tempo como primitivos ou ingênuos, o que é mais grave num país como o Brasil, onde o racismo dificulta o acesso à educação, o que tem de ser considerado numa releitura como a que estamos propondo – ressalta o curador. – A própria Tarsila (do Amaral) poderia ter sido considerava uma pintora naïf, pela forma como abordava os temas, como romantizava a realidade brasileira, mas isso não aconteceu, como no caso do Heitor.

Autodidata, Heitor começou a ser reconhecido também na pintura a partir da década de 1950, quando fica com o terceiro lugar para artistas nacionais na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, e ganha uma sala especial na 2ª Bienal, em 1953. Em 1966, participou do I Festival de Artes Negras em Dakar, no Senegal, meses antes de sua morte (a retrospectiva traz obras de Heitor e outros dois brasileiros na seleção, uma tela de Rubem Valentim e uma escultura de Agnaldo dos Santos). O evento marcou a memória de Haroldo Costa, que sentou ao lado do pintor no voo.

– Tive o privilégio de fazer parte da delegação brasileira para Dakar, e outro maior ainda de ir sentado ao lado do Heitor. Fomos conversando durante todo o voo e passei a admirá-lo ainda mais desde então – recorda Costa. – Ele é o melhor exemplar que conheço do “milagre brasileiro”. Tinha tudo para dar errado, mas foi grande em várias áreas. Muito graças à ultrassensibilidade que teve ao longo da vida, como pioneiro na observação do cotidiano da população negra e periférica, com a qual ele convivia.

Fundadora da MT Projetos de Arte, pela qual captou recursos para a exposição via Lei Federal de Incentivo à Cultura, a colecionadora Margareth Telles começou a planejar a mostra durante a pandemia, mas só no início do ano teve o projeto contemplado. Além de mostrar a uma nova geração de espectadores a obra de Heitor dos Prazeres, ela desejava fazer um paralelo com o momento atual da arte contemporânea brasileira, no qual questões sociais e relacionadas à diáspora africana estão no centro do debate.

– Além de ser apaixonada por seu trabalho, achava necessário fazer um recorte de sua produção agora, para colocá-lo em diálogo com artistas da nova geração, como o Dalton Paula, o Arjan Martins, o Maxwell Alexandre. Ele foi pioneiro em tudo, foi o primeiro artista negro a ser premiado numa Bienal, em 1951, ao lado do (suíço) Max Bill – contextualiza Margareth. – Foi o artista que abriu este caminho, retratando essa modernidade negra, da transição do rural para o urbano, das rodas de samba, do Brasil pós-abolição.

Ralação com a moda

Entre os legados da mostra, está a restauração da tela “Praça XV” (1965), da coleção Castro Maya, apresentada em 1966 no 1° Festival Mundial de Artes Negras, em Dakar, e do figurino do Balé do IV Centenário de São Paulo (1954), criado pelo pintor. Além das peças exibidas ao público pela primeira vez no CCBB, outra indumentária assinada por Heitor para a companhia de dança pode ser vista no Museu de Arte do Rio (MAR), na mostra “Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os brasileiros”, que tem Raquel Barreto como uma das curadoras.

– Mostramos um pouco deste envolvimento dele com a moda, assinando o figurino do balé, uma coleção de tecidos da Rhodia, além do fato de ser um homem muito elegante, que se vestia sempre de forma impecável – destaca Raquel.

Para a curadora, a obra de Heitor dos Prazeres faz um registro precioso da realidade da população negra do Brasil em seu tempo, mas de forma diferente de outros pintores modernos que se debruçavam sobre o tema, como Di Cavalcanti e Portinari.

– Um dos aspectos que a gente quis destacar foram as cenas que ele pintou da infância de crianças negras. Isso era uma ideia muito nova, porque não existia durante a escravidão, e no pós-abolição essa infância era abreviada pela necessidade do trabalho – comenta Raquel. – E em várias telas com brincadeiras, vemos muito a imagem da pipa, do balão no céu, o que traz uma ideia de liberdade.

Fonte: Veja – por Por Nelson Gobbi.

Siamo Foresta

 

Quinze artistas brasileiros participam de mostra internacional concebida pela Fondation Cartier na Triennale Milano.

Até o dia 29 de outubro, a Triennale Milano e a Fondation Cartier pour l’Art Contemporain apresentam a exposição “Siamo Foresta”. Com curadoria do antropólogo francês Bruce Albert e do diretor artístico da Fondation, Hervé Chandès, a mostra reúne 27 artistas de diferentes países. Desses, 15 brasileiros, entre os quais nove são indígenas: Adriana Varejão, Aida Harika (Yanomami), Alex Cerveny, André Taniki (Yanomami), Bruno Novelli, Cleiber Bane (Huni Kuin), Edmar Tokorino (Yanomami), Ehuana Yaira (Yanomami), Jaider Esbell (Makuxi), Joseca Mokahesi (Yanomami), Luiz Zerbini, Morzaniel Ɨramari (Yanomami), Roseane Yariana (Yanomami), Santídio Pereira e Solange Pessoa.

Para sublinhar as conexões emocionais, afinidades estilísticas e conceituais entre as obras, os artistas estão idealmente conectados entre si também por meio das soluções cenográficas de Zerbini, que concebeu um projeto expositivo que abarca todos os trabalhos e permite que a floresta, com seus elementos e ritmo vital, entre nas salas da Triennale Milano.

Mais de 70% das obras pertencem acervo da Cartier pour l’Art Contemporain e contam, em especial, a história de sua relação com artistas de algumas comunidades indígenas da América do Sul. O encontro com esses mundos estéticos e metafísicos, indígenas e não, foi a ocasião para dar vida a novos projetos artísticos, obras inéditas e colaborações.

“Siamo Foresta apresenta um diálogo inédito entre pensadores e defensores da floresta, artistas indígenas e não indígenas que se inspiram em uma visão estética e política comuns da floresta como um multiverso igualitário de povos vivos, humanos e não humanos, e, como tal, oferece uma alegoria vibrante de um mundo possível além do nosso antropocentrismo. Desde suas origens, a tradição ocidental dividiu e hierarquizou os seres vivos segundo uma escala de valores da qual o ser humano é o ápice. Essa supremacia do humano distanciou progressivamente a humanidade do resto do mundo vivo, abrindo caminho para todos os abusos de que resultam a destruição da biodiversidade e a catástrofe climática contemporânea. A filosofia das sociedades indígenas americanas, por outro lado, acredita que seres humanos e não humanos – animais e plantas – embora se diferenciem pela aparência de seus corpos, estão profundamente unidos por uma mesma sensibilidade e intencionalidade”, explica Bruce Albert, antropólogo francês que trabalha há quase 50 anos com os Yanomami.

Para sublinhar as conexões emocionais, as afinidades estilísticas e conceituais entre as obras selecionadas, os artistas estão idealmente conectados entre si também por meio das soluções cenográficas orquestradas por Luiz Zerbini. De fato, o artista concebeu um projeto expositivo contínuo que abarca todas as obras e permite que a floresta, com seus elementos e ritmo vital, entre nas salas da Triennale Milano.

Por um lado, a floresta já não é um espaço alheio à cidade e à cultura, mas o lugar onde se celebra o encontro de culturas: Siamo Foresta é um grito de reivindicação de artistas que pensam a unidade do planeta através da ideia de floresta. Por outro lado, é por meio da arte que diferentes culturas podem dialogar e se transformar: a exposição relata as influências que as populações nativas da Amazônia e de outras regiões exerceram sobre as culturas visuais não nativas. O espaço expositivo torna-se o local onde as artes mostram o caminho para repensar o planeta e o seu futuro de forma diferente.

Siamo Foresta é enriquecido por uma publicação dedicada, contendo a documentação iconográfica do percurso expositivo, e por um guia com atividades exploratórias para crianças que exploram os conteúdos das obras, a par de um conjunto de workshops nas salas expositivas.

Os artistas em exibição

Adriana Varejão (Brasil), Aida Harika (Yanomami, Brasil), Alex Cerveny (Brasil), André Taniki (Yanomami, Brasil), Angélica Klassen (Nivaklé, Paraguai), Bruno Novelli (Brasil), Brus Rubio Churay (Murui-Bora, Peru), Cai Guo-Qiang (China), Cleiber Bane (Huni Kuin, Brasil), Efacio Álvarez (Nivaklé, Paraguai), Edmar Tokorino (Yanomami, Brasil), Ehuana Yaira (Yanomami, Brasil), Esteban Klassen (Nivaklé, Paraguai), Fabrice Hyber (França), Fernando Allen (Paraguai), Floriberta Fermín (Nivaklé, Paraguai), Fredi Casco (Paraguai), Jaider Esbell (Makuxi, Brasil), Johanna Calle (Colômbia), Joseca Mokahesi (Yanomami, Brasil), Luiz Zerbini (Brasil), Morzaniel Ɨramari (Yanomami, Brasil), Sheroanawe Hakihiiwe (Yanomami, Venezuela), Roseane Yariana (Yanomami, Brasil), Santídio Pereira (Brasil), Solange Pessoa (Brasil) e Virgil Ortiz (Cochiti Pueblo, Novo México, Estados Unidos).

Paisagens de Facchinetti

26/jun

A Danielian Galeria apresenta a exposição “Facchinetti (1824-1900) – Paisagens (Ir) reais”, em celebração ao bicentenário de nascimento do grande pintor Nicolau Facchinetti. Conhecido por suas paisagens panorâmicas e detalhadas, serão exibidas aproximadamente 50 obras, reunidas pela curadora Denise Mattar, de coleções particulares e uma pública, pertencente ao acervo dos Museus Castro Maya/Ibram, que está sendo restaurada especialmente para a mostra.

As obras vêm de coleções privadas, como a de João Philippe de Orléans e Bragança, de São Paulo, e de Ronaldo Cezar Coelho e Luiz Carlos Ritter, do Rio de Janeiro. Os Museus Castro Maya/Ibram, que abrangem o Museu Chácara do Céu e Museu do Açude, no Rio de Janeiro, emprestarão especialmente para a exposição a icônica obra “Vista do Rio de Janeiro tomada de Santa Tereza” (1892), um dos maiores panoramas da cidade pintados por Facchinetti. Como parte do processo de empréstimo, a Danielian Galeria vai se encarregar do restauro da pintura, a ser feito pelo Ateliê Monica Dias, indicado pelos Museus Castro Maya.

O extremo detalhamento da pintura de Facchinetti, com a primorosa captação de detalhes botânicos, minuciosamente reproduzidos em pinceladas muito pequenas, é um dos fatores de encantamento de sua produção. Para que os visitantes possam observar esses detalhes, a Danielian Galeria irá oferecer aos visitantes pequenas lupas de bolso como brinde da exposição.

Correspondendo às primeiras tendências modernas na arte, Facchinetti pintava ao ar livre em busca de uma captação real tanto da paisagem como da luz e do momento do dia em que foram feitas, como fica expresso em diversas descritivas que o artista colocava minuciosamente no verso das obras, enfatizando quem havia feito a encomenda desta pintura.  O pintor primeiro estudava os locais, os horários e escolhia os seus pontos de observação, de onde fazia esboços.

Exemplos disso é o par de pinturas de 1872, pertencente à Coleção João Phillipe de Orléans e Bragança – “Baía do Rio de Janeiro tomada do Forte do Leme” e “Praia de Copacabana tomada do Forte do Leme” – onde é possível observar muito bem estas escolhas. Facchinetti deixou um importante legado histórico ao retratar as fazendas de café que ocupavam todo o Estado do Rio de Janeiro ao longo do século XIX, e também as localizadas em São Paulo e Minas.

Em especial duas obras da exposição ilustram bem estas questões: “Alto da Tijuca – Fazenda de M.U. Lemgruber” (1879) e “Vista da casa nº51 na Estrada Velha da Tijuca” (1885). Na metade do século XIX, o desmatamento no entorno do Rio de Janeiro provocou umas das maiores crises de abastecimento de água da cidade. Em resposta, D. Pedro II ordenou a desapropriação de terras e o reflorestamento de grande parte do que é hoje o Parque Nacional da Tijuca. Nessas duas pinturas de Facchinetti, é possível ver tanto as áreas ocupadas pelas plantações, como áreas da floresta nativa e de regiões já em processo de replantio. Levar ao público a reflexão sobre essas transformações é um dos objetivos da exposição.

Para que o público possa ver as transformações do Rio de Janeiro e sua paisagem, a expografia criada por Tania Sarquis, do Estúdio Sauá, irá apresentar imagens de época, de fotógrafos como Augusto Malta (1864-1957), além de fotografias atuais feitas por Jaime Acioli (1966) especialmente para a exposição. Ainda no intuito de levar conhecimento ao público sobre a produção deste importante artista, durante o período da exposição será lançado, pelas Danielian Edições, um livro contendo as imagens das obras expostas e textos de Denise Mattar, e dos pesquisadores Paulo Knauss e Rafael Peixoto. Nas paisagens de Facchinetti percebe-se a priorização em mostrar a natureza em detrimento de edificações ou situações urbanas. A natureza é sempre protagonista em sua obra.

Resistência Retiniana

21/jun

“Uma vez que estes mistérios nos ultrapassam, finjamos ser os seus organizadores”.

Jean Cocteau

A “Resistência Retiniana”, uma expo-instalação, do documentarista Silvio Tendler – no Sesc Niterói até 08 de julho -, diretor premiado, reconhecido no Brasil e no exterior por sua contribuição ao cinema apresenta-se como criador de três projetos distintos: expo-instalação, espetáculo teatral (Olga e Luís Carlos, uma história de amor) e o documentário em longa-metragem (O Futuro é nosso!), produzidos por sua produtora Caliban Produções Cinematográficas.

Para a expo-instalação, “Resistência Retiniana”, Silvio Tendler convidou a artista visual Wira Tini, e os fotógrafos João Roberto Ripper e Antonio Scorza. Assina como curador, fotógrafo e cineasta e, atesta ser “…Uma experiência propositadamente caótica de fotografias, palavras e sons. Subverti o conceito ao criar a “resistência retiniana”, onde o cérebro captaria várias imagens em paralelo (ao invés de apenas uma) e criaria um labirinto de memórias com o que vivemos e sentimos em nossos percursos pela vida”, define o curador que, no texto abaixo, explica o termo como um dos primeiros aprendizados da escola de cinema.

Para Silvio Tendler, que passou trinta anos lecionando para alunos da PUC-RJ, nos ensina o desafio, quando se reinventa para cada nova criação entregue ao seu público. E reflete sobre “Resistência Retiniana”: “As imagens que selecionei, fotografias minhas de diversas fases, desde o jovem amante da imagem estática que corria o mundo atrás de revoluções, ao cineasta experiente que perdeu parte do movimento das mãos, mas não a vivacidade, e capta o que vê com um celular pela janela do carro”.

Um dos primeiros aprendizados nas escolas de Cinema é o fenômeno da persistência retiniana, que faz com que um objeto permaneça na retina por uma fração de segundo mesmo após desaparecer do campo de visão. O que seria uma falha do olho humano gera a ideia de movimento e está na origem da sétima arte. Subverti o conceito ao criar a “resistência retiniana”, onde o cérebro captaria várias imagens em paralelo e criaria um labirinto de memórias com o que vivemos e sentimos em nossos percursos pela vida.  A ideia surgiu a partir de uma conversa com Alice Maria Ferreira, professora da UnB, que me chamou a atenção para o tempo que o cérebro leva para processar uma imagem. É nessa experiência propositadamente caótica de fotografias, palavras e sons que eu convido o visitante a mergulhar. Ao cruzar o pano preto que nos separa da realidade, entramos em uma caixa escura feita de guerras, dores, afetos, rupturas, carnavais, cidades, povos originários e muita, muita resistência. Convidei dois fotógrafos e uma artista visual para dividir essa experiência comigo. João Roberto Ripper é ligado aos movimentos sociais, à defesa dos Direitos Humanos e às populações vulneráveis. Antonio Scorza transita entre o desalento e a alegria, em um testemunho do Homem e sua busca por sobrevivência. A artista visual Wira Tini, de origem indígena, traz as raízes de um Brasil profundo, a luta das mulheres, e a esperança de um futuro com mais igualdade. Nossa seleção de fragmentos de mundo conta com quatro olhares diversos que se encontram na busca pelo Humano. Selecionei fotografias minhas de diversas fases, desde o jovem amante da imagem estática que corria o mundo atrás de revoluções, ao cineasta experiente que perdeu parte do movimento das mãos, mas não a vivacidade, e capta o que vê com um celular pela janela do carro.

Silvio Tendler, cineasta, fotógrafo e curador

Sobre os artistas

Antonio Scorza: mergulhado no caleidoscópio da vida, transita em favelas e palácios, fome e banquetes, guerras e amores, capturando a contradição impregnada na condição humana em pequenos lapsos de luz. Trabalhou na France Presse, “O Globo”, “Jornal do Brasil” e já recebeu os prêmios World Press Photo, National Press Photographer Association e CNT.

João Roberto Ripper: fotojornalista autodidata, há mais de 50 anos focaliza seu trabalho na afirmação dos Direitos Humanos e busca documentar a delicadeza, a beleza dos rostos e dos fazeres dos socialmente marginalizados. Para Ripper, tão importante quanto fazer a denúncia dos desrespeitos aos direitos, é evidenciar a beleza, dignidade e humanidade de cada um.

Silvio Tendler: em 50 anos de carreira, lançou mais de 80 longas, médias e curtas-metragens com viés histórico, social e político. Acumula as três maiores bilheterias de documentários brasileiros e foi premiado em importantes festivais. Prefere biografar os “vencidos” aos vencedores, por isso ficou conhecido como cineasta dos sonhos interrompidos.

Wira Tini: grafiteira e muralista, traz em seus trabalhos sua raiz ribeirinha e de seus ancestrais do povo kokama, imagens  que retratam a cultura e a vivência nortista,  especialmente mulheres e trabalhadores. Pioneira na cena da arte urbana no Amazonas e primeira mulher a fazer um festival de grafite sobre as mulheres da região Norte.

Fotografias de Mapplethorpe na Carpintaria

15/jun

A Fortes D’Aloia & Gabriel apresenta até o dia 22 de julho, “Robert Mapplethorpe: mais que um rosto”, exposição de Robert Mapplethorpe (1946-1989) na Carpintaria, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ.

Reunindo obras da segunda metade dos anos 1970 aos anos 1980, a mostra aproxima temas presentes nas fotografias de Mapplethorpe e no romance japonês Confissões de uma máscara (1949), de Yukio Mishima, em que um personagem semi-autobiográfico tenta compreender sua homossexualidade no Japão do pós- guerra. A “máscara” referida no título do livro é a persona pública, espécie de prótese social, com que o autor se apresenta à sociedade patriarcal em que cresceu.

As fotografias de Mapplethorpe, como o clássico de Mishima, recriam arquétipos, fetiches e personagens ligados ao desejo e as imbricações entre sexo, violência, masculinidade e submissão. O artista produz um contraste entre seus temas sadomasoquistas e eróticos e a apresentação impecável de sua obra, deixando o espectador numa posição ambígua entre fascínio e distanciamento. De forma análoga, o narrador do livro de Mishima mascarava a sua homossexualidade sob o disfarce exterior de um fisiculturista, apaziguando uma disparidade insolúvel entre o que o Japão da época considerava fraqueza, e a dureza que a mesma sociedade legitimava. Tanto a iconografia cristã quanto a cultura visual do BDSM homossexual têm seu funcionamento estruturado no fetiche, entrelaçando devoção, submissão e a adoção de posições arquetípicas num código complexo. Máscaras e espelhos aparecem recorrentemente nas fotografias de Mapplethorpe, entre músculos esculpidos, meias arrastão, facas e couro. Uma das passagens mais impactantes de Confissões de uma Máscara acontece quando o personagem principal, ainda muito jovem, se vê atraído por uma reprodução do São Sebastião martirizado. O rosto do santo parece suspenso em êxtase, num prazer indiferente à tormenta. Essa dimensão erótica das imagens devocionais aparece no retrato que Mapplethorpe faz de Peter Reed (1980), que remete à imagem do Cristo deposto. Como em Mishima, o poder sexual das formas visíveis é sempre espreitado pela figuração da morte. Em Cross (1984) e Leg (1983), tanto o crucifixo quanto a perna de meia arrastão são fotografadas com um contraste decidido entre sombra e luz, produzindo um drama entre ocultamento e revelação. O que Mapplethorpe faz da câmera como espécie de máscara, um anteparo em frente ao rosto, prolonga o seu olhar enquanto esconde a sua identidade.

Lulla & Piero Gancia

12/jun

A Luste, Atelier Editorial & Multimídia, Edifício Itália – Circolo Italiano San Paolo – Lobby Térreo, República, São Paulo, SP, em parceria com o Grupo Comolatti, exibe imagens que ilustram o livro “Lulla & Piero Gancia – No Grande Prêmio da Vida”, de autoria de Carlo V. Gancia, em 8 backlights de grande formato, com 28 fotografias, como um tributo ao intenso e profundo sentimento que unia o casal. A curadoria é de Marcel Mariano e Serena Ucelli. No livro, o autor narra uma passagem da história da imigração italiana no Brasil, com ênfase na chegada da Família Gancia na década de 1950 e sua influência no estilo de vida da época.

Lulla & Piero Gancia, com denso vigor e atuação no circuito cultural paulistano e forte ligação com as pistas, estabelecem novos parâmetros e deixam sua marca na vida contemporânea da cidade com uma visão vanguardista em todos os setores a que se dedicam. O casal era movido tanto pelo amor que os unia como pelas paixões com que abraçavam suas metas e causas. Amavam o Brasil, país escolhido por eles para viver e criar os três filhos – Kika, Carlo e Barbara -, os vinhos e o automobilismo. Nas palavras de Carlo Gancia, “Lulla & Piero Gancia – No Grande Prêmio da Vida” – é um livro a ser lido para se saber como acaba. Garanto que a vida dos dois é uma epopéia a ser saboreada tanto pelos percalços que sofreram mas também pelas lindas coisas que criaram”.

De 12 de junho a 12 de julho.

Primeiro ano da Galatea

 

 

A Galatea, Jardins, São Paulo, SP, completou no dia 10 seu primeiro ano! Estamos muito felizes com tudo o que construímos e compartilhamos nos doze meses que se passaram.

Seguimos levando à frente nossa proposta de trabalhar tanto com novos talentos da arte contemporânea quanto com artistas consagrados do cenário artístico nacional, além de promover o reposicionamento de artistas históricos eclipsados pela histografia da arte e pelo mercado. Buscamos, assim, fomentar e agregar culturas, temporalidades, estilos e gêneros distintos, em uma rica fricção entre o antigo e o novo, o canônico e o não-canônico, o erudito e o informal.

Artistas representados

Hoje, contamos com um conjunto diverso de artistas representados, provenientes de diversas regiões do país, inscritos em diferentes gerações e que transitam por linguagens variadas, desde a pintura até a instalação. Por ordem de anúncio, são: Allan Weber (Rio de Janeiro, RJ, 1992), José Adário (Salvador, BA, 1947), Marilia Kranz (Rio de Janeiro, RJ, 1937-2017), Aislan Pankararu (Petrolândia, PE, 1990), Daniel Lannes (Niterói, RJ, 1981), Carolina Cordeiro (Belo Horizonte, MG, 1983) e Miguel dos Santos (Caruaru, PE, 1944).

Feiras

Participamos, desde o início, de importantes feiras nacionais e internacionais com projetos que, vistos em conjunto, traduzem bem a nossa proposta. Foram eles: o estande Tramas brasileiras na SP-Arte Rotas Brasileiras, em agosto de 2022; Chico da Silva: mitologias brasileiras na Independent 20th Century, em Nova York, em setembro de 2022; Allan Weber: Traficando arte na ArtRio, em setembro de 2022; o estande na SP-Arte, em abril de 2023; o estande com o projeto solo da artista Beatrice Arraes na ArPa, em São Paulo, em junho de 2023.

Exposições

Seguimos levando à frente nossa proposta de trabalhar tanto com novos talentos da arte contemporânea quanto com artistas consagrados do cenário artístico nacional, além de promover o reposicionamento de artistas históricos eclipsados pela histografia da arte e pelo mercado. Buscamos, assim, fomentar e agregar culturas, temporalidades, estilos e gêneros distintos, em uma rica fricção entre o antigo e o novo, o canônico e o não-canônico, o erudito e o informal.

A próxima exposição, com abertura no dia 28 de junho, apresentará uma seleção abrangente da série Toquinhos, produzida por Mira Schendel principalmente entre 1972 e 1974. Continuaremos a todo vapor e muito animados com todas as novidades que em breve serão compartilhadas!

Agradecemos imensamente a todos que colaboraram conosco e acompanharam a nossa trajetória.

Fundação Ecarta lança projeto de arte

06/jun

Os três eventos ocorreram nos diferentes espaços da galeria. A Ecarta apresentou projeto para educadores. O debate de ações pedagógicas na arte e o papel dos artistas no pensamento de novas formas de expressão da educação ganhou espaço na Fundação Ecarta. O projeto “Professor Artista – Artista Professor” traz uma reflexão sobre a temática e o papel do profissional da educação na troca de conhecimento dentro da sala de aula.

“Todo professor pode ser artista? Todo artista pode ser professor? A partir dessa reflexão abrimos este novo espaço para o diálogo sobre a arte e a educação tanto nos espaços escolares ou não”, destaca o coordenador da Galeria Ecarta, o artista visual André Venzon. Para abrir o ciclo de exposições e conversas sobre o tema, foi convidada a artista e professora Téti Waldraff. As atividades do projeto em 2023 têm a mediação do artista e professor Walter Karwatzki.

De acordo com Téti Waldraff, “…é urgente o debate e o foco na formação de arte educadores”. Para a artista, que é professora de Artes Visuais, “…seja na dança, música ou no teatro é necessário qualificar o ensino em todos os espaços possíveis”.

Projeto Potência

Nova exposição do Projeto Potência na Fundação Ecarta De 06 de junho a 09 de julho, o espaço dedicado ao “Projeto Potência” na Fundação Ecarta receberá a exposição “Ruídos de Lembrança”, da artista Isabelle Baiocco. A mostra traz um conjunto de pinturas que partem de fotografias antigas da própria família, desde a infância de seus pais até a sua própria,

“Assim como os ruídos que marcam as fotografias e vídeos analógicos, as nossas lembranças são permeadas de ruídos, pedaços faltantes, cenas borradas, tempos trocados. Aqui o tempo e memória são assuntos inerentes a essas imagens e às nossas lembranças”, pontua a jovem artista porto-alegrense. A artista e professora do Instituto de Artes da Ufrgs, Lilian Maus, aponta que, “…a partir do uso virtuoso do desenho e da pintura em contato com a fotografia e o vídeo analógico, a artista discute o lugar do retrato na arte contemporânea e a própria onipresença das imagens nos veículos de comunicação”. Isabelle Baiocco cursa Artes Visuais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também é bolsista de Iniciação Científica coordenada pela Professora Marilice Corona. Começou sua experiência com pintura no final de 2017 com aquarela e atualmente trabalha também com outras técnicas como lápis de cor, tinta acrílica e tinta a óleo.

O valor da arte

A Galeria Ecarta também recebeu a exposição “Primeiro Raio”, do artista Santiago Pooter. Com curadoria de Gabriela Motta, rótulos de bebidas, ícones religiosos, logomarcas e outras sínteses imagéticas formam o léxico visual das 20 obras que ficarão expostas até o dia 09 de julho. A partir da aproximação entre essas diversas marcas identitárias – sagradas, profanas, sincréticas -, o artista gera uma tensão relacionada às noções de valor cultural, econômico e simbólico dos objetos e das obras de arte. Aparentemente inacabadas, as telas de Santiago Pooter dividem o espaço com colchões usados, plantas mortas, restos de artefatos, propondo combinações semânticas insuspeitas entre as pinturas e elementos ordinários. Santiago Pooter é artista visual, pesquisador, graduando em História da Arte pela UFRGS e produtor cultural. Já foi indicado ao Prêmio Açorianos de Artes Plásticas em 2021 e 2022.