Comemorando 35 anos

30/set

 

 

A Casa de Cultura Laura Alvim está localizada no início da Praia de Ipanema, Zona Sul, Rio de Janeiro, RJ, e se destaca por ser uma das únicas residências originais à beira-mar e um centro cultural que oferece ao público diversas atividades artísticas e eventos em um ambiente elegante e eclético. Para celebrar o legado cultural deixado desde os anos 1980, foi inaugurado o projeto “35 anos de Laura”, uma exposição inédita e imersiva pela história da dona do imóvel. Gerida pela Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (FUNARJ) e vinculada à Secretaria do Estado de Cultura, a Casa de Cultura Laura Alvim foi inaugurada em 12 de maio de 1986

Laura Alvim, falecida em 1984, era filha do médico Álvaro Alvim, pioneiro no uso de raios-X no Brasil, e neta de Angelo Agostini, precursor da caricatura nacional que teve papel de destaque na abolição da escravidão e no advento da República, através de suas sátiras e críticas políticas. Considerada por muitos como a primeira “garota de Ipanema”, a filantropa queria ser atriz, mas nunca atuou profissionalmente. Em prol das artes, que a encantava, doou sua casa ao Governo do Estado do Rio em 1983, sendo inaugurada como espaço cultural dois anos após sua morte.

Homenageando o sonho realizado de Laura Alvim, o projeto apresenta, pela primeira vez, peças originais, que foram catalogadas para trazer à tona a história, vivências, sentimentos e lembranças, na forma de obras de arte, mobiliários, louças e outros itens, dos momentos vividos por Laura Alvim e sua família. Também foram digitalizados mais de 1500 itens, como fotografias e materiais culturais, e organizados 720 objetos, como candelabros, cristaleiras, mesas e cadeiras. O acervo cultural e museológico passará a fazer parte da casa em um espaço permanente, o Memorial Laura Alvim.

Em cartaz até o dia 13 de novembro.

 

 

Modernas no Instituto Goethe Porto Alegre

28/set

 

O jornalista Airton Tomazoni é o coordenador de “Modernas eram elas – A dança na Porto Alegre da primeira metade do século XX”, em exposição na Galeria do Goethe-Institut Porto Alegre, RS.

 

A exposição está concentrada nas figuras pioneiras de Lya Bastian Meyer (dançou em Berlim em 1938), Tony Seithz Pethzold e Salma Chemale. Essas mulheres ajudaram a fundar a Associação Gaúcha de Dança (ASGADAN), em 1969; criaram e administraram escolas, grupos e companhias; encenaram centenas de obras e formaram gerações de artistas que marcaram a cena local como Morgada Cunha, Lenita Ruschel Pereira, João Luis Rolla, Tais Virmond, e também nomes de projeção nacional e internacional como Beatriz Consuelo, Rony Leal, Antonio Carlos Cardoso, Eleonora Oliosi, Jane Blauth, Carlos Moraes e Emilio Martins.

 

Sobre o coordenador

 

Airton Tomazzoni é coreógrafo, jornalista e diretor do Grupo Experimental de Dança da Cidade de Porto Alegre. Doutor em Educação pela UFRGS.

 

Equipe e Ficha Técnica:

 

Proposta e coordenação geral: Airton Tomazzoni; pesquisa, curadoria e textos: Airton Tomazzoni e Clarice Alves; edição e tratamento de imagens: Clarice Alves, Duda Mosseline e Grace Fernandes; cenografia e direção de arte: Rodrigo Shalako; assessoria de Comunicação: Ilza do Canto; design gráfico: Refazenda Comunicação; captação de imagens e edição dos vídeos: Fernando Muniz; montagem: Shalako Produções; iluminação: Daniel Fetter; realização: Centro de Dança da SMCEC; com apoios de Goethe-Institut Porto Alegre, Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo, Arquivo Histórico de Porto Alegre Moysés Vellinho, Centro de Memória do Esporte (CEME).

 

Até 29 de outubro.

 

 

Grande exposição no Recife

21/set

 

Com curadoria de Moacir dos Anjos, a mostra “Necrobrasiliana” chegou em Recife, PE, e permanecerá em exibição até 29 de janeiro de 2023 na Galeria Vicente do Rego Monteiro, da Fundação Joaquim Nabuco. A nominata de artistas participantes é composta por Ana Lira, Dalton Paula, Denilson Baniwa, Gê Viana, Jaime Lauriano, Rosana Paulino, Rosângela Rennó, Sidney Amaral, Thiago Martins de Melo, Tiago Sant’Anna, Yhuri Cruz e Zózimo Bulbul. Para o curador, a exposição é um desdobramento das pesquisas que desenvolve desde 2008, sob a relação entre arte e política, partucularmente o Brasil contemporâneo e essas investigações resultaram em alguns projetos de exposição, que permitiram a ele se “aproximar da produção de vários artistas que lidam com as violências que formaram e ainda constituem” o Brasil. “Comecei a perceber a recorrência de trabalhos de artistas, principalmente afrodescendentes e indígenas, mas não apenas, que estavam fazendo, em suas obras, embates críticos com essas imagens que supostamente retratavam o Brasil entre os séculos 16 e 19. A partir daí, comecei a pesquisar mais ativamente esta produção”.

 

Moacir dos Anjos ainda revela que a mostra foi concebida em 2019, pela Fundaj. No ano seguinte, a Fundação e o Museu Paraense (MUPA) fizeram um acordo de cooperação técnica e cultural, que teve como primeiro fruto a exposição “Educação pela Pedra”, realizada em 2021, no museu paranaense. Por causa das agendas das instituições, ambas decidiram que “Necrobrasiliana” seria primeiro exibida em Curitiba e, depois, no Recife.

 

Com os anos de pandemia e o agravamento da crise política que o Brasil atravessa, a exposição se tornou ainda mais relevante, de acordo com o curador. “As questões que ela apresenta, e o racismo, em particular, tornaram-se mais urgentes. A coincidência com as comemorações dos 200 anos da Independência também deram maior pertinência, pois muitas das obras se referem, de modo crítico, a imagens feitas naquele tempo, que ainda hoje informam a memória que temos do Brasil dos tempos de colônia e império”, avalia.

 

O título da mostra é uma alusão ao conceito de necropolítica – políticas de morte, para o controle das populações -, elaborado pelo filósofo, teórico político, historiador e professor universitário camaronês Achille Mbembe. E se refere, também, à brasiliana, nome dado à produção de viajantes europeus ao País, durante o período colonial, por artistas, escritores, cartógrafos e cientistas, como Albert Eckout, Frans Post, Jean-Baptiste Debret, Johan Moritz Rugendas e Nicolas-Antoine Taunay.

 

“É também o título de um trabalho de Thiago Martins de Melo, que conheci numa exposição do artista em São Paulo, no início de 2019. Duas pinturas dessa exposição estão presentes em Necrobrasiliana, mas não aquela de título idêntico”, diz.

 

Moacir dos Anjos argumenta que os trabalhos expostos revelam duas estratégias artísticas principais, em curso, que se debruçam sobre a reavaliação da representação colonial no Brasil. Por um lado, diz ele, há obras que focam na exposição de danos impostos às populações racializadas, ao longo da história do País, a exemplo das criações de Thiago Martins de Melo, Jaime Lauriano ou Rosana Paulino. Outros, apontam para uma “dimensão de cura e redesenho” do que poderia ser o Brasil no futuro, a saber, os trabalhos de Gê Viana, Ana Lira e Yhuri Cruz e Dalton Paula. “Em alguns, essas duas operações se embaralham um pouco. Como está no título do ensaio publicado no catálogo, são estratégias artísticas que querem ‘defender os mortos e animar os vivos’, pondera. “Ou seja, defender os mortos de suas dores, mas, também, simultaneamente, animar os vivos a fazerem valer, no tempo de agora, os desejos frustrados ou sufocados de tantos no passado. Insistir nessa relação de ‘intimidade’ entre a experiência dos que vivem agora com as vidas dos que há muito morreram me parece, de fato, fundamental.”

 

Exposição em Portugal

20/set

 

A exibição de “Rivane Neuenschwander: Sementes Selvagens” é a primeira exposição individual da artista em Portugal, no Museu de Serralves, Porto, centrando-se no seu mais recente filme – “Eu sou uma arara” (2022) – que terá a sua estreia mundial em Serralves.

 

Realizado em colaboração com a cineasta Mariana Lacerda, este média-metragem é uma crítica e reflexão sobre o impacto do desmatamento da Amazônia sobre seus povos indígenas, em um momento de particular tensão política e social. Este trabalho também é fruto de um longo período de pesquisa e de uma série de ações em São Paulo, onde dezenas de figuras inspiradas na flora e fauna do Brasil desfilaram pelas ruas da cidade.

 

Herdeira do legado histórico das vanguardas do pós-guerra, do Neoconcreto à Tropicália, Rivane Neuenschwander (n. 1967) é um dos nomes mais celebrados da arte contemporânea brasileira. Em seu trabalho, a artista utiliza diversos suportes e mídias para criar um universo único explorando narrativas sobre temas diversos, como linguagem e tempo, literatura e cultura popular, psicanálise e arte, natureza e sociedade, política e filosofia, medo e desejo. Uma de suas obras mais icônicas, “Eu desejo o seu desejo” (I Desire Your Desire) de 2003, uma coletânea de “desejos” que lembram “Senhor do Bonfim Fitas/pulseiras de desejo brasileiro”, serão colocadas na Capela da Vila de Serralves. A exposição tem curadoria de Inês Grosso, curadora-chefe do Museu de Arte Contemporânea. Desde 20 de setembro.

 

Galatea apresenta Allan Weber na ArtRio

14/set

 

 

A apresentação solo de Allan Weber na ArtRio, Marina da Glória, Rio de Janeiro, RJ, entre os dias 14-18 de setembro, vai mostrar um grande conjunto de trabalhos da série “Traficando arte”, na qual o artista traduz e transpõe para objetos, instalações e fotografias, elementos, imagens, situações e narrativas do contexto em que nasceu e vive, a comunidade das 5 Bocas, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

 

A realidade das comunidades no Rio de Janeiro é marcada pelo abismo da desigualdade social, pela violência policial e pelas lutas entre facções. Todas essas situações, porém, não devem ser tomadas como definidoras desses locais, mas sim como fatores constituintes. A produção cultural, artística, musical, literária e as manifestações estéticas da moda são potenciais que emergem dessas localidades e também as definem.

 

O tema principal da produção de Allan Weber é justamente essa complexidade, contraditória e em disputa – tanto material como simbólica – das comunidades cariocas e, segundo o artista, seus trabalhos são fotografias, objetos e ações que questionam e tensionam sua relação com elementos de uma classe social marginalizada e discriminada por sua cultura e comportamento.

 

Partindo desses pressupostos, o título da série “Traficando arte” propõe uma subversão da ideia negativa de tráfico de drogas para uma proposição positiva de tráfico de arte, pensada a partir da noção de troca, negócio e diálogo. Ou, nas palavras do artista: “Minha obra fala sobre a geopolítica carioca e a produzo desconstruindo objetos e códigos usados pelo tráfico de forma subjetiva para a criação de novos conceitos.”

 

Nesse sentido, diversos elementos desse cotidiano cercado pelo tráfico, como armas e embalagens para drogas, são transformados e ressignificados por Weber, tanto na série fotográfica “Traficando arte” como na série de armas construídas com câmeras fotográficas usadas ou na série “Endola”, em que a técnica e material utilizado para fazer pacotes com cargas de maconha se tornam objetos geométricos e conceituais.

 

Elementos da cultura visual e musical da favela também são articuladas em trabalhos pelo artista, como a estética dos cortes de cabelo, os chamados “cortes na régua” ou “cabelinho na régua”, que estão presentes de forma simbólica na série “Régua”, onde as lâminas utilizadas para esses cortes são organizadas de forma geometrizada e coladas em telas, criando composições que dialogam diretamente com a tradição construtiva da arte brasileira. Esse diálogo também é explorado por Weber em uma série de trabalhos feitos com colagens de retalhos das lonas utilizadas nas estruturas de coberturas dos bailes funk, normalmente coloridas e geometrizadas.

 

Também serão apresentados esboços do projeto “Dia de baile”, que surgiu a partir do incômodo do artista em sempre ver os bailes funk sendo retratados de forma marginalizada, como locais de violência, ignorando todo o conhecimento ali produzido, bem como a sua função social e cultural nas comunidades onde são realizados. A primeira edição do projeto aconteceu na exposição “Rebu”, em 2021, na piscina do Parque Lage, e levou para o interior de um palacete em estilo eclético do começo do século 20 uma lona típica dos bailes de favela junto com um paredão de caixas de som que foram ativados numa festa. Criou-se, assim, uma fricção estética e social com o ambiente elitista da zona sul carioca, ao mesmo tempo que se buscou apresentar e convidar o público a conhecer essa manifestação musical e cultural que é o baile funk.

 

Exposição individual em parceria

 

 

Gretta Sarfaty apresenta “Revelações” na Marli Matsumoto Arte Contemporânea, Sumarezinho, São Paulo, de 24 de setembro a 01 de outubro. Realizada em parceria com a Central Galeria e com curadoria de Tálisson Melo, a mostra compreende a reencenação da performance “A Maga” (1978) e a série fotográfica Kabbalah (1984-1985), até então inédita.

 

Em 1978, Gretta Sarfaty participou do happening coletivo “Mitos Vadios”, orquestrado por Ivald Granato. Cerca de vinte artistas participaram com propostas efêmeras de performance e instalação – como Hélio Oiticica, Anna Maria Maiolino, Regina Vater, Lygia Pape, José Roberto Aguilar e Marta Minujín. Gretta, totalmente vestida de branco, encarnou uma personagem, “A Maga”, enquanto perambulava pelo estacionamento da Rua Augusta abordando pessoas para conversas individuais, leituras de suas mãos e aura, ou breves meditações numa tenda de tecido. Essa foi a primeira performance pública da artista, que prosseguiu em sua busca mística e de interação identidade-alteridade.

 

Mais tarde, entre 1984 e 1985, vivendo em Nova York, Gretta passou a frequentar lições de Kabbalah no Eastern Parkway, Brooklyn, e as festas da comunidade judaica local. Tendo sido uma das primeiras mulheres a ter acesso às aulas sobre Kabbalah, carregou sua câmera fotográfica e realizou uma série de registros das interações entre as pessoas numa observação aguda e sutil das dinâmicas sociais que a circundavam.

 

A inauguração de “Revelações”, que ocorre na antevéspera do Ano Novo Judaico, terá ainda a apresentação do shofar (tradicional instrumento de sopro) executado por Lúcia Chermont, celebrando o início de um novo ciclo.

 

Novo representado pela Galatea

 

A Galatea, Jardins, São Paulo, SP, anuncia a representação do artista carioca Allan Weber.

 

Sobre o artista

 

Weber nasceu em 1992 na comunidade das 5 Bocas em Brás de Pina, na Zona Norte do Rio de Janeiro, onde vive até hoje. Entre as experiências que despertaram seu interesse pela arte estão o seu contato com a pixação e com a fotografia, esta última pela via do skate. Desde então, aprofunda e desenvolve a sua pesquisa no campo da fotografia e da produção de objetos e instalações. Em 2021, realizou o curso Formação e Deformação da Escola de Artes Visuais do Parque Lage e abriu a galeria 5 Bocas, localizada no bairro onde mora.

 

O artista aborda, por meio de diferentes linguagens, o dia a dia em uma comunidade do Rio de Janeiro. Ao fazê-lo, não se posiciona simplesmente como um observador: esta realidade que compartilha com o público é a sua e a de todos que o circundam. Por meio do título de sua primeira exposição individual, Weber nos diz Existe uma vida inteira que tu não conhece (2020) – e, desse modo, evidencia o seu interesse.

 

Em maio de 2020, a série fotográfica Tamo junto não é gorjeta, feita durante o primeiro confinamento provocado pela pandemia do coronavírus, quando trabalhou como motoboy de aplicativo,foi capa da revista Zum #20, editada pelo Instituto Moreira Salles. Nessas imagens que retrataram um momento histórico e trágico da pandemia, o abismo entre a vivência dos seus colegas de trabalho e aquela dos clientes dos deliveries é explicitado. No mesmo ano, publicou em edição independente o fotolivro Existe uma vida inteira que tu não conhece, que toma emprestado o título da sua primeira individual.

 

Entre as principais exposições que participou, estão: Abre Alas 17, A Gentil Carioca, Rio de Janeiro, 2022; Saravá, Galeria Anita Schwartz, Rio de Janeiro, 2022; A gente precisa se ver pra acreditar que é possível, 5bocas, Rio de Janeiro, 2021; Rebu, Parque Lage, Rio de Janeiro, 2021; Existe uma vida inteira que tu não conhece, Dízimo A Noiva, Rio de Janeiro, 2020.

 

Dando início a essa parceria, a Galatea apresentará na ArtRio 2022, que acontece entre os dias 14 e 18 de setembro, o projeto Allan Weber: Traficando arte, exibindo um grande conjunto de obras produzidas para a série Traficando arte. Nela, o artista propõe uma subversão da ideia negativa de tráfico de drogas para uma proposição positiva de tráfico de arte, pensada a partir da noção de troca, negócio e diálogo. Ou, em suas palavras: “Minha obra fala sobre a geopolítica carioca e a produzo desconstruindo objetos e códigos usados pelo tráfico de forma subjetiva para a criação de novos conceitos.”

 

É, portanto, com muito entusiasmo que anunciamos Allan Weber como o nosso primeiro artista representado.

 

 

Fotos inéditas de Luiz Garrido

12/set

 

 

Guardadas durante mais de 50 anos, imagens exclusivas serão apresentadas na galeria samba arte contemporânea, Shopping Fashion Mall, São Conrado, Rio de Janeiro, RJ. Trata-se de fotos inéditas e exclusivas da lua de mel de John Lennon e Yoko Ono, feitas pelo fotógrafo carioca Luiz Garrido em Paris, Londres e Amsterdã, exibidas pela primeira vez na exposição “John Lennon e Yoko Ono – Honeymoon for Peace”, chegando à cidade depois de ter sido apresentada em 2020 na galeria Carcará Photo Art, em São Paulo. A exposição apresenta momentos privados do casal, em 27 fotos vintage, impressas em 1969, em preto e branco, em fotos únicas, sem edição. No dia 17 de setembro, às 17h, Luiz Garrido conversará com o público na galeria samba, falará sobre as fotos, as histórias que viveu com o famoso casal e como conseguiu ser o único fotógrafo do mundo a acompanhá-los em momentos íntimos durante a lua de mel, que incluiu o lançamento do “Bed-in for peace”, a campanha pela paz e contra a Guerra do Vietnã.

 

Fotos exclusivas

 

Fotógrafo freelancer da revista Manchete, Luiz Garrido estava em Paris quando o casal chegou ao famoso hotel Plaza Athenée para a lua de mel. “Todo mundo estava tentando fazer as fotos. Como eu conhecia o pessoal do hotel, mandei um bilhete com umas flores escrito: “Se não quiserem fazer a foto, fiquem com as flores”. A estratégia deu certo e Garrido e o repórter Carlos Freire foram convidados para subir e acompanhar o casal, que depois seguiu para Amsterdã e Londres, onde ficaram por cerca de dez dias, tendo seu dia a dia registrado pelo fotógrafo. “Ficamos como se fossemos parte da equipe. As fotos mostram a intimidade deles, eles gravando, fazendo músicas, vendo televisão, comendo…”, conta Garrido, que fez cerca de 350 fotos, que ainda permanecem inéditas e farão parte de um livro a ser lançado em breve. Na revista Manchete foram publicadas fotos coloridas, feitas para a matéria. As fotos em preto e branco, que são apresentadas na exposição, mostram os bastidores e foram feitas para o acervo pessoal do fotógrafo, que foi contratado pela revista depois do episódio.

 

Momentos privados

 

As imagens mostram diferentes momentos da vida pessoal de Lennon e Yoko, como Lennon escrevendo um poema, a letra de uma nova música ou reescrevendo “Give peace a chance”. As fotos também mostram Lennon, em Londres, escolhendo a capa para seu primeiro álbum solo em seu escritório. Outras fotos mostram Yoko digitando os textos de Lennon e comendo comida macrobiótica. Há também registros de Yoko servindo chá de pijama no Hilton Hotel, em Amsterdã, após uma coletiva de imprensa. Há uma foto que mostra Lennon e Ringo. É o início de sua carreira solo e a separação dos Beatles. Foi também um momento de forte engajamento político. Sobre o privilégio de ter sido o único fotógrafo a acompanhar o casal, Garrido diz: “É o modo de chegar, de dar o approach. Tentei ser diferente dos outros, e a Yoko me deixou ficar. Você nunca pode se envolver, tem que ficar de fora para poder observar. John Lennon era John Lennon e eu era só o fotógrafo, não ficava de tiete”, afirma.

 

Sobre o artista

 

Luiz Garrido (Rio de Janeiro, 1945) é um dos mais importantes fotógrafos brasileiros, como fotojornalista, publicitário ou fotoartista. Foi correspondente da revista Manchete em Paris, em 1968. Voltou ao Brasil em 1971, concentrando-se em fotografia de estúdio, nas áreas editorial, de charme, moda e publicidade. Em seguida, fundou a agência Casa da Foto (com Ricardo de Vicq, Levindo Carneiro e Paulo Pinho) em 1982. Foi agraciado com o Prêmio Abril em quatro ocasiões diferentes (1980, 1983, 1987 e 1995) e considerado fotógrafo de publicidade do ano em 1983 pela Associação Brasileira de Propaganda.

 

Sobre a Samba

 

A samba arte contemporânea, fundada em 2015 por Arnaldo Bortolon e Cali Cohen, é um espaço que privilegia o diálogo contínuo entre artistas renomados e emergentes de diferentes gerações e regiões brasileiras. Com seu variado acervo em exposição permanente, apresenta de forma singular as obras desses artistas, que colocados lado a lado, nos oferecem inúmeras possibilidades de apresentação e percepção, independentemente de escala, suporte e técnica. A galeria possui dois espaços expositivos, sua ocupação se alterna entre as exposições de acervo, as individuais dos artistas representados e as de projetos curatoriais particulares. Com o intuito de divulgar, promover e difundir a produção contemporânea, a galeria se propõe também a ser um espaço de pesquisa, experimentação e educação através de ações relacionadas. Atua em cooperação com projetos de integração da arte com o entorno, extrapolando o espaço expositivo da galeria e aproximando as obras dos artistas do público circulante. A galeria trabalha com Antônio Bandeira, Antônio Dias, Adriana Lerner, Anna Maria Maiolino, Ascânio MMM, Bruna Amaro, Erinaldo Cirino, Diogo Santos, Eduardo Sued, Fernando Mello Brum, Franz Weissmann, Ione Saldanha, José Rezende, Jota Testi, Manfredo de Souzanetto, Roberval Borges, Rubem Ludolf, Thiago Haidar, Washington da Selva, entre outros.

 

Abertura: 14 de setembro de 2022, às 10h.

Exposição: de 15 a 25 de setembro.

Conversa com Luiz Garrido: 17 de setembro, às 17h na  samba arte contemporânea

Sobre a Carcará

 

A Carcará Photo Art foi fundada em 2016, por Carlo Cirenza (editor e diretor). A galeria já fez parcerias com grandes nomes da fotografia brasileira, como José Oiticica Filho, Athos Bulcão, Antonio Guerreiro e Luiz Garrido.

 

 

MADE IN USA

06/set

 

 

Com fotografias de Luiz Carlos Felizardo feitas no Arizona, Estados Unidos, entre 1984 e 1985, “MADE IN USA” é o título da exposição de Luiz Carlos Felizardo na Galeria Utópica, Vila Madalena, São Paulo, SP. Trata-se de uma seleção de 23 fotografias feitas durante o período no qual trabalhou intensamente sob a supervisão de Frederick Sommer. A exposição abre no dia 17 de setembro às 11h e ficará em cartaz até 22 de outubro.

 

Todas as cópias são vintages ampliadas impecavelmente pelo autor, com os preceitos, cuidados e toda a maestria que caracterizam a ampla e tradicional corrente de fotógrafos laboratoristas norte-americanos entre os quais Frederick Sommer ocupa um lugar de destaque.

 

Entre as imagens, algumas cenas e detalhes que fazem parte do imaginário fotográfico do oeste americano e uma paisagem antológica no Vale da Morte na Califórnia, Zabriskie Point, locação e título de um dos filmes mais marcantes do período da contracultura rodado em 1970 e dirigido pelo cineasta italiano, Michelangelo Antonioni.

 

O texto de apresentação é de Rubens Fernandes Junior.

 

 

 

Nova exposição do MAM Rio

01/set

 

 

O MAM Rio, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, abre exposição sob curadoria de Beatriz Lemos, Keyna Eleison, Pablo Lafuente e Thiago de Paula Souza. Vem aí a partir de 17  de setembro “Atos de revolta: outros imaginários sobre independência”, a nova exposição do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. A mostra permanecerá em cartaz até 26 de fevereiro de 2023.

 

O bicentenário da Independência do Brasil oportuniza repensar esse processo histórico. Atos de revolta foca em uma série de levantes, motins e insurreições que antecederam aquele momento ou que ocorreram nas décadas subsequentes, durante o Primeiro e o Segundo Reinado e o período regencial.

 

Com o objetivo de abordar os diversos imaginários de país então esboçados, a mostra faz referência à Guerra Guaranítica (1753-56), à Inconfidência Mineira (1789), à Revolução Pernambucana (1817), à Independência da Bahia (1822), à Cabanagem (1835-40), à Revolução Farroupilha (1835-45), à Revolta de Vassouras (1839) e à Balaiada (1838-41), entre outras.

 

Artistas brasileiros, de gerações e geografias diversas, foram convidados a pensar sobre essas narrativas. Ao abordar os conflitos do sistema colonial, a exposição revela as contradições da historiografia brasileira, que produziu apagamentos de personagens determinantes, sobretudo de populações negras, indígenas e mulheres.

 

Os trabalhos apresentados respondem a cinco eixos conceituais que oferecem chaves de leitura para determinados acontecimentos: a figura do herói e a posição de liderança política; as construções simbólicas (bandeiras, hinos, brasões); os modos de organização e sua relação com sistemas de direitos, a definição de territórios e os processos de produção e circulação de valor.

 

As obras contemporâneas são apresentadas em diálogo com uma seleção de objetos e fragmentos dos séculos 18 e 19 (pórticos, colunas, maçanetas, frisos e outras estruturas) do acervo do Museu da Inconfidência, do Museu Histórico Nacional e do Convento Santo Antônio, no Rio de Janeiro, sinalizando conceitualmente os resquícios e descontinuidades de uma época que se mantém presente no cotidiano do país.

 

Completam a mostra oito pinturas de Glauco Rodrigues, pertencentes ao acervo do MAM Rio.

 

“Atos de revolta” tem o patrocínio da Livelo e acontece em colaboração com o Museu da Inconfidência de Ouro Preto (MG).

 

Artistas participantes

 

Ana Lira (Recife, Pernambuco), Arissana Pataxó (Porto Seguro, Bahia), Arjan Martins (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro), Elian Almeida (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro), Gê Viana (São Luís, Maranhão), Giseli Vasconcelos (Belém, Pará), Pedro Victor Brandão (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro), Glauco Rodrigues (Bagé, Rio Grande do Sul), Glicéria Tupinambá (Ilhéus, Bahia), Gustavo Caboco Wapichana (Curitiba, Paraná), Roseane Cadete Wapichana (Boa Vista, Roraima), Luana Vitra (Belo Horizonte, Minas Gerais), Marcela Cantuária (Rio de Janeiro, RJ) em colaboração com a Frente de Mulheres Brigadistas, Paulo Nazareth (Belo Horizonte, Minas Gerais), Thiago Martins de Melo (São Luís, Maranhão) e Tiago Sant’Ana (Salvador, Bahia).

 

Instituições e Coleções

Acervo do Convento Santo Antônio do RJ, Acervo Museu Histórico Nacional / Ibram / MTur, Acervo do Museu da Inconfidência / Ibram / MTur.

Patrocínio Estratégico: Instituto Cultural Vale, Ternium, Petrobras

Patrocínio Master: Eletrobras Furnas, Livelo

Realização: Secretaria Especial da Cultura e Ministério do Turismo.