Arte e atividades multidisciplinares

15/jun

 

 

Neste sábado, dia 18 de junho, das 13h às 18h, será inaugurada a “Mostra Vagalumes 21”, que ocupará três pavimentos do Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro, espaço inserido na exuberante Mata Atlântica, no alto da Gávea. A mostra une arte e atividades multidisciplinares de frequências sonoras de cura, meditação e arte educação. A entrada é gratuita!

 

Com curadoria do artista Sergio Mauricio Manon e da antropóloga Ana Amado, e produção do empresário e músico Pedro Borges, serão apresentadas obras de 12 artistas visuais brasileiros do século 21: Antônio Bokel, Bruno Vilela, Danielle Carcav, Ilan Kelson, Marcos Correa, Marcos Prado, Pedro Varela, Rodolpho Parigi, Rogério Reis, Sergio Mauricio Manon, Smael Vagner e Talita Hoffmann.

 

Lugar de beleza extraordinária, de história, cultura e arte, recebe em seus pavilhões recém-inaugurados uma mostra conectada com o espírito de nosso tempo, multidisciplinar.

 

Como parte da mostra, serão realizadas atividades multidisciplinares de meditação e arte educação. Mario Moura fará vibrar as frequências sonoras de cura; Nanda Jank ficará responsável pela coordenação das meditações guiadas; e Aline Froza, coordenará as visitas guiadas e oficinas de arte. “O objetivo é facilitar o acesso à arte contemporânea, criando condições para que um público diversificado viva experiências significativas ao se relacionar com as obras e participar das atividades multidisciplinares, expandindo seu conceito de arte e ampliando sua própria visão de mundo”, afirma Pedro Borges.

 

 

Nova mostra de Isabel Becker

14/jun

 

 

Encontra-se em exibição no Martha Pagy Escritório de Arte, Brasília, DF, a recente série de trabalhos da fotógrafa Isabel Becker. Inspirada no modernismo da arquitetura de Brasília, Isabel Becker inova nessas obras, dessa vez sem empregar o fugaz registro do momento do click instantâneo, que até hoje norteou seu trabalho, para se aventurar em fotografias estudadas, usando a luz e a sombra como tintas.

 

Partindo da luz mais dura, e suas sombras sobre as fachadas da capital, a artista recria desenhos dentro do desenho da obra monumental criada por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. Os brise-soleils e os cobogós, recursos de ventilação muito usados nessas fachadas, se transformam em ilusões de ótica, bem ao gosto do Optical Art dos anos 70. A influência dos azulejos de Athos Bulcão aparece no formato quadrado dos quadros. Os fragmentos arquitetônicos que protagonizam o trabalho de Isabel Becker foram mapeados com a contribuição da arquiteta candanga Graziela Pires. Foram locais cuidadosamente escolhidos de maneira a transmitir o máximo da força e dos conceitos da arquitetura local. Com curadoria de Christiane Laclau da Artmotiv essa exposição marca um novo momento de Isabel Becker.

 

Sobre o espaço

 

Martha Pagy Escritório de Arte representa e agencia artistas de gerações e linguagens diversas, acompanhando o desenvolvimento de suas carreiras e produção para a inserção de seus trabalhos no mercado da arte contemporânea. Com a proposta de criar um espaço que permita ao espectador um contato mais exclusivo e intimista com a arte, Martha Pagy trouxe a galeria para sua casa, em 2013, apresentando as obras num ambiente e cenário propícios à fruição e à reflexão, e incentivando o colecionismo. De 2007 a 2012 dirigiu a galeria Largo das Artes, Centro Histórico do Rio, onde realizou exposições de arte contemporânea com nomes do Brasil e do exterior, e promoveu o lançamento de jovens talentos na cena artística brasileira. Foi uma das responsáveis pela formulação do perfil de atuação do Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro, na função de diretora de programação e patrimônio, desde sua inauguração, em 1989, até 2003.

 

Até 23 de agosto.

 

 

MAC Paraná, Clube de Colecionadores do museu

 

 

O Museu de Arte Contemporânea do Paraná exibe até 31 de julho a exposição “Insólitos”. Com a curadoria de Pollyanna Quintella, a exposição, aborda o incomum, o anormal, o que não é habitual, o infrequente e o raro na visão de cinco artistas convidados: Daniel Acosta, Mano Penalva, Maya Weishof, Tony Camargo e Washington Silvera e outros artistas importantes do acervo do MAC Paraná. Junto aos cinco artistas convidados, encontram-se em exposição importantes obras históricas de António Manuel, Cybele Varela, Henrique Fuhro, Pietrina Checcacci, Vera Chaves Barcellos, Solange Escosteguy e Ubi Bava, produzidas nos anos 1960 e 1970 e que fazem parte do acervo do MAC Paraná. Artes que trazem produções revolucionárias e um grande papel de experimentação no campo artístico em uma época de luta sociopolítica.
O MAC está funcionando atualmente nas salas 8 e 9 no Museu Oscar Niemeyer. “Insólitos” fica em exibição até 31 de julho.

 

Clube de Colecionadores

 

Além de dar continuidade ao projeto de remixar obras do acervo do MAC Paraná com artistas convidados, “Insólitos” traz em si uma potente novidade: os artistas convidados nesta exposição inauguram o Clube de Colecionadores do MAC Paraná, que visa incentivar o colecionismo de arte contemporânea e a arrecadação de fundos para novas aquisições de obras que serão, futuramente, incorporadas ao acervo da instituição. Essa é a primeira ação da Associação de Amigos do MAC (AAMAC), uma organização sem fins lucrativos criada exclusivamente para arrecadar fundos para a preservação do acervo do MAC Paraná.

Historicamente, o Museu de Arte Contemporânea do Paraná é um espaço de fomento e preservação da arte produzida no Brasil desde a década de 1940. Para Ana Rocha, diretora do museu, “o Clube de Colecionadores reforça ainda mais profundamente essa vocação do museu e fortalece a preservação da memória artística contemporânea que é salvaguardada aqui”.

 

Sobre as obras

 

As obras evidenciam uma visão de outro ponto de vista, a tradução do invisível, a interpretação fora do padrão e da obviedade daquilo que a imagem e um objeto representam. O artista baiano Mano Penalva utiliza a dualidade de significados por meio de obras feitas em materiais e utensílios presentes nos mercados populares, nos afazeres domésticos e na vida cotidiana. Entre elas, a intitulada “Namoradeira,Tramas”, exemplifica esse olhar além do óbvio. “As duas cadeiras unidas por uma única faixa de nylon representam o encontro dos corpos frente a frente”, explica ele. A visão do oposto também é traduzida pelo artista Washington Silvera, que exibe nas esculturas a linguagem surrealista e a poética hercúlea. Em sua obra “Luva e Espelho”, ele revela o reflexo, a dualidade entre o leve e o pesado da luva e a direita e a esquerda das mãos. Já a artista curitibana Maya Weishof, com o fascínio por imagens antigas, traz em suas pinturas a adaptação para a atualidade com traçados coloridos, delirantes, deformados e inusitados. Em “Noite Estrelada”, a artista debruça-se sobre a releitura do corpo da mulher, e relata que traz “erotismo e humor para uma imagem a princípio asséptica”. Nas “Fotoplanopinturas” do artista paranaense Tony Camargo, há a captura através de luz e movimento, a marcação de um momento performático por meio da fotografia e sua passagem para o suporte tridimensional. Para ele, busca nesses trabalhos “reencarnar” vistas. “Talvez o sentido desses objetos, como arte, está na vontade de recombinar compactando imagens ou lugares narrativos”, explica. O escultor gaúcho Daniel Acosta também visa dinamismo. Na mistura de arquitetura e design, trabalha com cores vibrantes, inspirado na arte oriental e traçando linhas em objetos. Segundo ele, “…nos trabalhos a sobreposição dos elementos ornamentais sintéticos, que cruzam da direita para a esquerda e vice-versa, criam um dinamismo por contraposição”.

 

Registros inéditos

10/jun

 

A Fundação  Camargo, Porto Alegre, RS, disponibilizou, no Google Arts & Culture, um conjunto de imagens inéditas do pintor, registradas pela fotógrafa Cristine do Bem e Canto no início da década de 1990. São 35 fotografias do artista em seu processo criativo no ateliê da casa em que morou até o fim da vida, no bairro Nonoai, em Porto Alegre, e que integram o projeto da fotógrafa, contemplado pelo XVI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia.

Virgínia Gil Araujo, professora Adjunta do Departamento de História da Arte da Universidade Federal de São Paulo, foi convidada para escrever um texto especialmente para este recorte. “Iberê Camargo pintando e Cristine de Bem e Canto fotografando. Dois corpos juntos em plena atividade, animados e sensibilizados pela possibilidade da invenção. Cristine guardou durante 30 anos mais de 400 negativos das sessões fotográficas realizadas no ateliê de Iberê e agora disponibiliza fragmentos dessa experiência inédita, no seu projeto contemplado pelo XVI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia. […] O corpo de Iberê Camargo como lugar resiste no ato de pintar mantendo um modo de vida que permite um outro tipo de subjetivação, potencializa o sujeito e o indivíduo enquanto ser no mundo. O ato fotográfico de Cristine de Bem e Canto enfraquece as forças conservadoras através de um caminho sutil e discreto, sem criar ameaças fáceis às formas de imobilidade ainda persistentes na fotografia. Temos nessa vivência comum o ideal de peso dramático junto à leveza lírica”, destaca Virgínia Gil Araujo.

Ainda no texto, ela descreve o primeiro encontro de Iberê Camargo e Cristine de Bem e Canto, que veio “timidamente” por meio de um bilhete escrito à mão: “…a fotógrafa deixou um bilhete nas mãos do artista manifestando a vontade de fotografá-lo pintando. Após alguns dias Iberê telefonou para combinarem esse trabalho em parceria. Durante a primeira sessão podemos perceber as fotografias como imagens-sequência, em que a fotógrafa persegue a ação do artista de modo quase cinematográfico. Essa obsessão pelo movimento é relatada por Cristine: “Passados 30 anos o que mais tenho presente é a vivência de ser afetada pelo movimento daquele corpo que atingiu, diretamente, minha força e minha alma’”. O movimento a que Cristine de Bem e Canto se refere originou, ainda, um documentário fotográfico, realizado com as imagens produzidas por ela. Apresentar as imagens fotográficas em sequência, editadas em vídeo, possibilitou colocar o corpo de Iberê em movimento e tornar visível seu processo de criação.

O Google Arts & Culture disponibiliza mais de dois mil museus ao seu alcance, uma porta para explorar a cultura em toda a sua diversidade e histórias sobre o patrimônio cultural, desde as pinturas dos quartos de Van Gogh, a cela de Mandela aos templos antigos, dinossauros, ferrovias indianas ou comida no Japão. No Brasil, apenas o Projeto Portinari possui um volume tão expressivo de obras publicadas na plataforma. No Rio Grande do Sul, a Fundação Iberê Camargo é a única instituição que integra o projeto de alcance global.

Novas formas geométricas de Michelle Rosset

 

A BELIZARIO Galeria, Pinheiros, São Paulo, SP, exibe até 09 de julho a mostra “A Extensão do Hiato”, da artista plástica Michelle Rosset onde são exibidas séries de trabalhos inéditos criados durante o período da pandemia que abrangem suportes e técnicas diversas como colagens, fotografias e esculturas onde, “através da manipulação e dos movimentos destes materiais, observo as novas formas geométricas e trabalho nas possibilidades e arranjos possíveis entre elas”, explica a artista. O texto crítico é de Shannon Botelho e a curadoria de Orlando Lemos.

Durante o período de afastamento social a que todos foram submetidos, a artista começou a observar, com mais atenção, os objetos de sua casa e as novas formas que surgiam no espaço quando tocadas pelos raios de sol; as sombras projetadas nos espaços se transmutam em contornos estéticos oferecendo novas formas artísticas que possibilitavam novos significados. Mente inquieta, a artista começa a questionar as distâncias e o próprio espaço ação que vem a servir como base para o título da mostra – “A Extensão do Hiato” – já que, aos olhos de Michelle Rosset, “extensão” pode se referir à distância entre as pessoas enquanto “hiato” sugere separação. Isolada em seu processo de criação, a artista busca compreender fatores como o tempo, o lugar e as distâncias, criando pontes entre o local de confinamento, o lar feminino e o universo fragilizado; integrando o lar feminino ao mundo masculino através da utilização da trena de madeira, objeto característico do mundo masculino da construção civil. “Com um ponto de partida de apenas um objeto, procuro transformar através da dobra e do corte as múltiplas possibilidades de visualização”, diz a artista. O resultado da pesquisa gera obras com uma forte relação entre geometria e cor, onde a forma triangular dos reflexos da luz solar decompõe a luz branca em um espectro de cores.

Nas palavras de Shannon Botelho, “…a cor, como estrutura e instância do tempo, tornou-se a própria coesão da poética formulada por Michelle. Mas como falar da pujança das cores e não situar a sua função estrutural nas formas geométricas? Pois, há algo despontando na pesquisa da artista, que é a noção construtiva da cor que formula engates e áreas de jogo, onde as experiências visuais tecem seu sentido não narrativo, mas puramente abstrato”. Michelle Rosset faz com que o público busque por novas formas de comunicação onde o “falar” não seja necessariamente a principal. Através dos grafismos, a artista desconstrói as cifras de comunicação para redefinir um novo formato de fala! “A Extensão do Hiato” é, portanto, a face palpável de uma duração que se configura como resultado da experiência de Michelle Rosset, seu embate com a percepção do tempo – e do espaço – no ato criador”.  afirma Shannon Botelho.

Primeira individual européia

06/jun

 

 

O artista brasileiro Mundano exibe novas criações na Galeria Kogan Amaro, Zurich, de 11 de junho até  22 de outubro. Mundano é um artista e ativista cultural brasileiro cujas obras têm sido vistas tanto nas ruas como em museus e galerias. As obras em “Made in Brazil”, sua primeira exposição individual na Europa, parecem a princípio ser sedutoras e mordedoras. Uma série de pinturas retrata cenas de floresta nebulosa, enquanto várias esculturas aparecem, em inspeção próxima, para representar bifes de carne. Mas o verdadeiro tema destas obras altamente carregadas é tudo menos divertido: o corte claro e a queima de vastas faixas da floresta tropical amazônica, para criar terras de pastagem para gado cujas carcaças abatidas serão enviadas ao redor do mundo.

 

“Esta exposição é a prova de um crime”, diz o artista. “A população bovina do Brasil é mais do que sua população humana, e nós exportamos 80% da carne”.

 

Com energia incansável, Mundano dedicou-se a uma missão de vida de criar um legado ambiental e social com sua arte – uma missão que o levou, nos últimos quinze anos, a dar palestras, montar exposições e encenar intervenções em mais de quarenta cidades ao redor do mundo, incluindo o Brasil. Considerado pela Much-awarded na área de arte pública, direitos humanos, criatividade e inovação digital, Mundano é um TED Fellow e fundador da ONG Pimp My Carroça, que leva seu nome de um corpo de trabalho de Mundano iniciado em 2007, quando o artista começou a usar suas habilidades de pintura para embelezar os carrinhos de madeira e metal, cenouras, usados por catadores de lixo no Brasil para transportar lixo e recicláveis como os carrinhos usados por pessoas de rua em todo o mundo, mas raramente notados de forma comemorativa.

 

A arte e o ativismo de Mundano são construídos sobre uma grande tradição avançada por uma geração de artistas conceituais dos anos 80 e 90, cuja fúria sobre os males sociais os inspirou e os capacitou a fazer obras de arte revolucionárias. Hoje, o século XXI enfrenta uma crise ainda mais maciça – como abordar a própria saúde do Planeta Terra? – e uma nova geração de artistas está enfurecida e engajada. Essencial para o DNA da arte de Mundano é o engajamento comunitário, que promove a transmissão de conhecimento, insights, práticas e sabedoria para nossos semelhantes mortais. Qual deve ser nosso legado, pergunta Mundano através de seu trabalho, e como todos nós podemos praticar uma melhor administração de nosso amado mundo?

 

Simon Watson

 

Sobre o artista

 

Utilizando a arte para marcar seu posicionamento social, ambiental e político, o paulistano MUNDANO há mais de 15 anos exerce efetivamente o artivismo como ferramenta de transformação social. Defensor de causas ambientais e dos direitos humanos universais, fundou em 2012 a ONG Pimp My Carroça, e o aplicativo Cataki, ambos voltados para a conexão entre geradores de resíduos e os catadores de material reciclável. O resultado do seu trabalho abriu portas para replicar essas ações artivistas mundo afora – mais de 20 países visitados realizando murais, exposições, graffiti, palestras, parcerias e integrando programas globais como o TED Fellows. Nos últimos anos, vem desenvolvendo uma intensa pesquisa de materiais, coletando resíduos dos maiores crimes ambientais da história do país, criando assim seus próprios insumos a partir desses dejetos:   lama tóxica, cinzas das queimadas das florestas e óleo derramado nas praias do nordeste. Esses resíduos se transformam em obras de denúncia, seja por meio do graffiti, em esculturas, telas ou nas empenas de prédios. Sua última obra, com mais de 1000m2, homenageia os brigadistas das florestas que apagam os incêndios criminosos – em uma releitura da obra “O Lavrador de Café” de Cândido Portinari, Mundano usa cinzas das queimadas de 4 biomas brasileiros: Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Cerrado e Pantanal para criar essa gigantesca pintura como um símbolo contra o desmatamento ilegal.

 

Sobre o curador

 

Nascido no Canadá e criado entre a Inglaterra e os Estados Unidos, Simon Watson é um curador independente e educador artístico baseado em Nova York e São Paulo. Veterano de trinta e cinco anos no cenário cultural em três continentes, Watson concebeu a curadoria de mais de 300 exposições para galerias e museus e consultou programas de coleção de arte para inúmeros clientes institucionais e privados. Durante as últimas três décadas, Watson trabalhou com artistas emergentes e pouco conhecidos, trazendo-os à atenção de novos públicos. Sua área de especialização curatorial está identificando artistas visuais com potencial excepcional, muitos dos quais são agora reconhecidos internacionalmente na categoria blue-chip e são representados por algumas das galerias mais famosas e respeitadas do mundo.

 

 

Símbolos nacionais

 

 

No ano em que se comemora o bicentenário da Independência do Brasil, a Galeria Movimento, Gávea, Rio de Janeiro, RJ,  apresenta a partir do dia 09 de junho, das 18h às 21h, a exposição “Re-Utopya”, primeira grande individual do artista Hal Wildson, nascido em 1991 no Vale do Araguaia, região de fronteira entre Goiás e Mato Grosso, com obras em diferentes suportes que fazem uma revisão crítica da história de nosso país. Os trabalhos, recentes e inéditos, mostram as várias séries que compõem a pesquisa poética a que o artista se dedica, onde memória, esquecimento, identidade e a palavra são suas ferramentas para pensar em um futuro possível para o país, e para o povo brasileiro, “ainda em formação”. Símbolos nacionais, máquina de escrever, digitais, primeiros registros históricos do povo brasileiro são usados nas obras em exposição, que tem texto crítico do artista e curador Divino Sobral.

 

Atualmente morando em São Paulo, Hal Wildson é conhecido principalmente por seu trabalho com imagens criadas a partir de uma datilografia extrema, e sua obra “República da Desigualdade – Meritocracia seja Louvada” (2018-2020) foi vista em rede nacional na abertura do documentário especial “Mães do Brasil”, produzido pela Favela Filmes e KondZilla Filmes, com direção de  Kelly Castilho e John Oliveira, e exibida pela Globo em dezembro. Naquele trabalho, imagens de arquivos nacionais de trabalhadores brasileiros, fotografias autoriais e registros da infância do artista são plasmadas em notas de “zero real”.

 

Um vídeo poético, feito durante o processo de criação da obra “Singularidades” (2020/2022), viralizou, e alcançou a marca de mais de cinco milhões de visualizações no Instagram, sendo compartilhado também por artistas, como Vik Muniz.

 

Três artistas no Museu da República

02/jun

 

 

Será inaugurada dia 04 de junho, no Palácio do Catete, Museu da República, Rio de Janeiro, RJ, a exposição coletiva “Nem sempre dias iguais”, com cerca de 68 obras das artistas cariocas Bárbara Copque, Cláudia Lyrio e Yoko Nishio. Com curadoria de Isabel Portella, a mostra ocupa as três salas de exposições temporárias do Palácio do Catete com pinturas, desenhos e fotografias, produzidas durante o isolamento social.

 

Os trabalhos tratam de temas cotidianos, para além da pandemia, como o nosso contato com o mundo através das telas, as relações interpessoais e o excesso de informações e imagens fragmentadas do nosso dia a dia. “Os trabalhos resultam dos afetos provocados pelo período pandêmico em nossas pesquisas individuais”, dizem as artistas.

 

 

Panorama da Arte Brasileira

 

Durante o período emblemático do bicentenário de independência do Brasil, o Museu de Arte Moderna de São Paulo, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, recebe a partir do dia 23 de julho (e até 15 de janeiro de 2023) o 37º Panorama da Arte Brasileira – “Sob as cinzas, brasa”, que propõe desconstruir paradigmas naturalizados em relação ao Brasil colônia. Em contraponto, neste ano, também é celebrado o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, marco para o modernismo brasileiro que trouxe um novo e amplo cenário cultural, com artistas de distintas regiões do país.

 

Com grupo curatorial diverso, composto por Claudinei Roberto da Silva, Vanessa Davidson, Cristiana Tejo e Cauê Alves, o “37º Panorama” enfatiza as pesquisas que resultam em questionamentos e possíveis soluções artísticas surgidas do enfrentamento de um cenário onde a barbárie está manifestada de diversas formas. Ideais de civilização se atritam na busca da dimensão plural sobre as questões trazidas à tona a partir de obras que se relacionam tanto pela condição comum deste cenário quanto por uma diversidade de perspectivas, sendo seus autores de diferentes gerações e identidades étnico raciais e de gênero. A mostra valoriza a dimensão pedagógica da arte e prospecta rupturas estruturais. Ainda em um mundo pandêmico, o Panorama propõe investigar como os artistas enraizados no Brasil têm enfrentado os múltiplos problemas causados pelo modelo de desenvolvimento adotado nos últimos séculos. A curadoria se baseou em signos que interligam de maneira sutil à brasa, como símbolo de resistência e também de ambiguidade, trazendo uma diversidade de pontos de vista e pesquisas.

 

Artistas participantes

 

Ana Mazzei, André Ricardo, Bel Falleiros, Camila Sposati, Celeida Tostes, Davi de Jesus do Nascimento, Éder Oliveira, Eneida Sanches e Tracy Collins, Erica Ferrari, Giselle Beiguelman, Glauco Rodrigues, Gustavo Torrezan, Jaime Lauriano, Lais Myrrha, Laryssa Machada, Lidia Lisbôa, Luiz 83, Marcelo D’Salete, Maria Laet, Marina Camargo, No Martins, RODRIGUEZREMOR (Denis Rodriguez/Leonardo Remor,  Sérgio Lucena, Sidney Amaral, Tadáskia, Xadalu Tupã Jekupé.

 

Vicente de Mello em Niterói

01/jun

 

 

Na próxima sexta-feira, dia 03 de junho, será inaugurada a exposição “Monolux”, com obras do importante fotógrafo Vicente de Mello, no Sesc Niterói, com curadoria do poeta Eucanaã Ferraz.  A exposição apresenta 32 fotogramas recentes e inéditos, produzidos sem câmera e sem negativo, através do contato de objetos com a superfície do papel fotográfico, em um processo que remonta a origem da fotografia e vai na contramão da grande reprodutibilidade de imagens digitais dos dias atuais.

 

Objetos simples do cotidiano, como madeiras, álbuns, câmeras, slides, porta-retratos, tampinhas de garrafa e até nós de aço da operação cardíaca de seu pai, são utilizados para criar as formas gráficas das imagens, em obras que fazem não só uma homenagem à fotografia, mas também à história da arte, com fotogramas em alusão a artistas como Lasar Segall, Oscar Niemeyer, Joaquim Torres Garcia e Édouard Manet.

 

No dia da abertura será realizada uma visita guiada com o artista e o curador.