Tarsila, pioneira em Paris

10/mar

 

Pionnieres - Musee - du - Luxembourg

 

O Musée du Luxembourg, Paris, França, apresenta o trabalho de 45 artistas , 45 pintoras, escultoras, diretoras de cinema, cantoras, designers. De Suzanne Valadon a Tamara de Lempicka, a Mela Muter, Anton Prinner e Gerda Wegener, a Paris dos loucos anos 20 volta à vida em toda sua exuberância e riqueza, em formas tão múltiplas quanto fascinantes. E entre elas, a brasileira Tarsila do Amaral.

A exposição oferece uma visão global sobre o empoderamento das mulheres dos loucos anos 20. Das operárias fabris às lutas políticas pelos  direitos das mulheres, ao  empoderamento das artistas femininas e ações identitárias, todas as lutas que movimentaram as  classes feminista e feminina são exibidas, e essas mesmas lutas ainda são atuais, um século depois.

Fauvismo, abstração, cubismo ou surrealismo, dança, arquitetura, design, literatura e até ciências: essas mulheres pioneiras tomaram conta de todos os gêneros, sem colocar limites à sua arte.

Em Paris, na década de 1920, os códigos existenciais estão desmoronando com as festas noturnas . O Quartier Latin, Montparnasse e Montmartre são lugares de exuberância e liberdade: um terreno fértil para essas mulheres que querem conquistar o mundo das artes.

Esses artistas promovidos pelo Musée du Luxembourg lideraram grandes movimentos de arte moderna, embora seus papéis tenham sido esquecidos ou deixados de lado. O museu parisiense acolhe 100 anos depois esta exposição para dar-lhes o seu lugar de direito na história da arte.

Esses trabalhos feitos por mulheres pintoras, escultoras ou fotógrafas mostram a luta dessas mulheres por seu empoderamento. Tinham ateliês, galerias, editoras, retratavam descaradamente corpos nus, reivindicavam o direito de vestir, casar ou amar quem quisessem, sem ter que se prender às algemas que explodiam com um pincel.

O Musée du Luxembourg continua sua programação cultural com foco em artistas femininas, e estamos muito felizes com isso. Com sua nova exposição, chamada “Pionnières. Artistes d’un nouveau gênero dans le Paris des années folles” – Pioneiras. Artistas de um novo tipo na Paris dos loucos anos 20 – o museu nos leva a um mundo ainda desconhecido, mas infinitamente rico. Para descobrir de 2 de março a 10 de julho de 2022.

O Musée du Luxembourg ilumina os artistas dos loucos anos 20 com sua nova exposição. Pinturas, esculturas, fotografias, filmes, obras de arte têxteis e literárias: nenhum gênero artístico foi deixado de lado por essas mulheres multitalentosas que não pensaram duas vezes em abrir mão dos padrões de seu tempo para inovar.

Até o dia 10 de julho, corra e descubra “Pionnières. Artistes d’un nouveau genre dans le Paris des années folles ” – Pioneiras. Artistas de um novo tipo na Paris dos loucos anos 20. Esta exposição mostra mulheres que, pela primeira vez no início do século XX, puderam frequentar uma grande escola de arte e desfrutar de um ensino de arte que até então era apenas para homens.

Raio-que-o-parta: ficções do moderno no Brasil

23/fev

 

 

A exposição reflete sobre a noção de “arte moderna” no Brasil para além da década de 1920 e do protagonismo muitas vezes atribuído pela história da arte a São Paulo. Para tal, são reunidas obras de um arco temporal que vai do final do século XIX a meados do século XX, além da essencial presença de artistas que desenvolveram suas pesquisas em diversos estados brasileiros.

O título da exposição é inspirado em antigas casas de Belém do Pará, com fachadas elaboradas pela justaposição de azulejos quebrados, formando desenhos geométricos angulados e coloridos. Conhecido como “raio que o parta”, este estilo arquitetônico foi influenciado pelo modernismo nas artes plásticas, em uma busca por superação dos modelos neocolonial e eclético, vistos pela elite paraense como ultrapassados. O modismo deste novo estilo não se restringiu às elites locais, sendo logo apropriado por outras camadas da sociedade, que popularizaram a nova arquitetura pelos bairros de Belém do Pará, a partir da década de 1950.

Ao articular a noção de modernidade com o território brasileiro, a exposição “Raio-que-o-parta: ficções do moderno no Brasil” pretende repensar a centralidade desse evento que ficou marcado na escrita da história da arte no país, a partir de uma ampliação não apenas cronológica, mas também geográfica. Trata-se de um projeto que visa dar prosseguimento ao reconhecimento da importância do movimento modernista de São Paulo e, ao mesmo tempo, mostrar ao público que arte moderna já era discutida por muitos artistas, intelectuais e instituições de Norte a Sul do país, desde o final do século XIX, perdurando esse debate até o final da primeira metade do século XX.

A intenção da exposição é dar atenção aos diversos tipos de linguagens e formas de criar e compartilhar imagens nesse período. Para além das linguagens das belas-artes (desenho, pintura, escultura e arquitetura), o projeto traz exemplos importantes de fotografia, do cinema, das revistas ilustradas e de documentação de ações efêmeras, essenciais para ampliar a compreensão das muitas modernidades presentes no Brasil. O projeto surge a partir do trabalho de sete pesquisadores, dedicados a diferentes regiões do país, que têm larga experiência em discussões a respeito da arte moderna na interseção entre o local e o nacional. A partir dessas pesquisas, suas múltiplas vozes e interesses, a exposição será dividida em núcleos baseados em tópicos constantes a esse período histórico no Brasil, os quais serão apresentados ao público de forma didática. A intenção é levar ao público a certeza de que a noção de Arte Moderna, no Brasil, é tão diversa quanto as múltiplas culturas, sotaques e narrativas que compõem um país de dimensão continental.

A mostra integra o projeto Diversos 22, do Sesc São Paulo, que celebra o centenário da Semana de Arte Moderna e o bicentenário da Independência, refletindo criticamente sobre as diversas narrativas de construção e projeção de um Brasil, e traz cerca de 600 obras de 200 artistas, como Lídia Baís, Mestre Zumba, Genaro de Carvalho, Anita Malfatti, Tomie Ohtake, Raimundo Cela, Pagu, Alberto da Veiga Guignard, Rubem Valentim, Tarsila do Amaral, Mestre Vitalino, dentre outros.

Curadores: Aldrin Figueiredo, Clarissa Diniz, Divino Sobral, Marcelo Campos, Paula Ramos e Raphael Fonseca, curadoria-geral de Raphael Fonseca tendo como curadores-assistentes, Breno de Faria, Ludimilla Fonseca e Renato Menezes. Consultoria de Fernanda Pitta.

Semana de Arte Moderna na Art Lab Gallery

10/fev

 

 

Um marco com importância reconhecida a posteriori pela história e pela sociedade, a Semana de Arte Moderna de 1922 buscou e cumpriu o papel de romper o vínculo existente entre a produção artística brasileira e as matrizes europeias, quebrando as amarras da arte e assim permitindo a construção de umacultura prioritariamente nacional.

Como homenagem aos 100 anos do evento, Juliana Mônaco exibe na Art Lab Gallery, Jardins, São Paulo, SP, a exposição “Semana de Arte – celebração do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922” onde exibe ao público trabalhos originais de Anita Malfatti, Emiliano Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral, autores que participaram da mostra. Antonio Peticov, artista contemporâneo convidado, apresenta uma série inédita com 07 pinturas, além de obras de períodos diversos de sua trajetória em linguagem direta com os modernistas e a Semana de 22. Complementando os 300 trabalhos em exibição, 84 artistas apresentam obras em suportes distintos como pinturas, gravuras, fotografias, esculturas, e jóias.

Em 1922, variadas representações culturais participaram do evento, como dança, música, literatura, pintura, arquitetura, escultura, poesia e palestras. Realizada em uma época de turbulências no âmbito político, social, econômico e cultural, a Semana de Arte Moderna teve como uma das figuras mais importantes, os escritores Mário de Andrade e Oswald de Andrade e o pintor Di Cavalcanti. Os destaques que se perpetuaram destacam os modernistas Oswald de Andrade, na literatura, Víctor Brecheret, na escultura, e Anita Malfatti, na pintura, sendo ela responsável pela primeira exposição modernista brasileira, em 1917 onde suas obras, influenciadas pelo cubismo, expressionismo e futurismo,

escandalizaram a sociedade da época. Não havia um conceito que unisse os artistas, nem um programa estético definido. A intenção era destruir o status quo. E eles conseguiram. Nas palavras da curadora Juliana Monaco, “Escritores, pintores, escultores, e músicos sedentos por renovação, chocaram a elite paulistana, provinciana, em um evento central para a arte na Semana de 13 a 17 de fevereiro de 1922 em uma exposição de trabalhos com predileção nacionalista e o objetivo de fincarnuma posição contra o academicismo, contra o passadismo, como eles mesmos, os modernistas, defendiam”.

Semana de Arte

A Art Lab Gallery “…também revisita o passado, reflete o presente e discute novas propostas para a arte brasileira através da perspectiva de 84 jovens artistas que participam como agentes históricos da nossa Semana de Arte”, explica Juliana Monaco. O tributo a Villa Lobos é expresso com a presença de um centenário piano no espaço expositivo que estará disponível ao público durante o período de exibição da mostra.

De 11 a 19 de fevereiro.

 

 

 

 

Alegria, uma invenção

07/fev

 

Central - Galeria  - Alegria

 

A Central Galeria, Vila Buarque, São Paulo, SP, tem o prazer de apresentar “alegria, uma invenção”, exposição coletiva com curadoria de Patricia Wagner que promove uma reflexão acerca do legado do modernismo no Brasil considerando o centenário da Semana de 1922 como seu marco simbólico. Partindo da premissa de que o evento Alegria, uma invenção

 

A Central Galeria, Vila Buarque, São Paulo, SP, tem o prazer de apresentar “alegria, uma invenção”, exposição coletiva com curadoria de Patricia Wagner que promove uma reflexão acerca do legado do modernismo no Brasil considerando o centenário da Semana de 1922 como seu marco simbólico. Partindo da premissa de que o evento, assim como suas reverberações, contribuíram para a criação de ficções alinhadas ao projeto modernista de construção da identidade nacional, a curadoria busca problematizar a caracterização do brasileiro enquanto “povo alegre” como um enredo que ganha impulso no contexto cultural do anos 1920 para se perpetuar no senso comum.

 

A exposição ocupa simultaneamente os três pavimentos do espaço – a galeria, no subsolo, além do primeiro andar e do mezanino do IABsp – e reúne obras de Antonio Manuel, AVAF, Camile Sproesser, Carmézia Emiliano, Cícero Dias, #ColeraAlegria, Felipe Cohen, Gustavo Torrezan, Guy Veloso, Lourival Cuquinha & Luciana Magno, Manauara Clandestina, Mano Penalva, Marcos Bonisson, Nilda Neves, OPAVIVARÁ!, Randolpho Lamonier, Santarosa Barreto, Thiago Honório, Vivian Caccuri & Gustavo Von Ha e Yhuri Cruz.

 

“Ao longo do século, mesmo que a tristeza nunca tenha saído do nosso vocabulário artístico, a versão do povo alegre, lúdico e cordial prevaleceu”, reflete a curadora. “Entretanto, a maneira pasteurizada como a publicidade conduziu a disseminação de uma visão uniforme do carnaval, do samba e das festas populares propiciou a consolidação de narrativas produtoras de estereótipos e exotizações. (…) “alegria, uma invenção” apresenta produções artísticas que afirmam a alegria em toda a sua complexidade. Em meio às possibilidades de criação e fabulação de mundos que a arte possibilita, o objetivo da mostra é apostar na alegria como um bem coletivo. Como potência vital nos diversos modos de existência, em sua forma prosaica ou revolucionária e que se faz e se reinventa cotidianamente nos mínimos e máximos lampejos. A mostra reúne, portanto, trabalhos cujas poéticas se abrem para a multiplicidade política-afetiva-inventiva da alegria como expansão da potência do ser.”

 

Até 26 de março.

 

São Paulo, Arqueologia Amorosa

03/fev

 

 

O Museu Afro Brasil, Parque do Ibirapuera, uma instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, inaugura no próximo dia 25 de janeiro a mostra “Arqueologia Amorosa de São Paulo”. Com curadoria do diretor-geral do Museu, Emanoel Araújo, a exposição fala dos muitos aspectos artísticos, sociais, culturais e perspectivas diversas dessa grande metrópole, por meio de fotos, manuscritos, objetos, fotografias e design, de renomados artistas, como Lina Bo Bardi, Paulo Mendes da Rocha, Flavio de Carvalho, Geraldo de Barros, Zanini Caldas, dentre outros.

 

A exposição vasculha a memória da capital paulista, trazendo à luz personagens da vida artística, obras públicas dos grandes arquitetos, desde Ramos de Azevedo, a memória de carnavais antigos da Avenida Paulista e dos blocos de Ranchos da periferia.

 

A grande modista da cidade, Maria Adelaide da Silva, e sua correspondência com a moda feminina dos anos vinte, também está retratada por meio de documentos vindos diretamente de Paris, propostas de croquis e seu retrato pintado pelo grande artista da época, Jacques Leclerc, em 1926.

 

Também integram a mostra objetos da Revolução Constitucionalista de 1932, assim como grandes lembranças do Quarto Centenário e da construção do Parque Ibirapuera, a exemplo da realização da Segunda Bienal Internacional, onde esteve a Guernica, do grande artista Pablo Picasso. Uma instalação mostra fragmentos de uma casa burguesa, numa referência às grandes residências da Avenida Paulista, advindas das riquezas do café. Um dos destaques é uma grande vista da Várzea do Carmo, manipulação tecnológica do artista Floro Freire, que apresenta uma nova visão da paisagem do século XIX de Militão Augusto de Azevedo.

 

Na mesma data, o museu inicia as homenagens ao “Extraordinário Mário de Andrade”, integrando a celebração dos Cem Anos da Semana de Arte Moderna, com a abertura da exposição “Padre Jesuíno do Monte Carmelo aos Olhos de Mario de Andrade”. A mostra traz ao Museu Afro Brasil grandes pinturas provenientes das igrejas das cidades de Itu e São Paulo, onde o padre artista exerceu, com primazia, seu ofício de pintor, músico e compositor. A pesquisa sobre as pinturas das igrejas e conventos da cidade de Itu foi uma das últimas pesquisas de Mário de Andrade, cujo olhar se voltou para esses artistas dos séculos XVIII e XIX.

 

Esta será a maior retrospectiva feita sobre as obras do padre Jesuíno do Monte Carmelo. A exposição conta com 27 obras de grandes dimensões de Jesuíno, muitas delas mostradas pela primeira vez, e tem curadoria de Dra. Maria Silvia Barsalini e Dr. Emerson Ribeiro, e colaboração da equipe do Museu Afro Brasil.

 

Sobre o Museu Afro Brasil

 

O Museu Afro Brasil, localizado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, dentro do Parque Ibirapuera, conserva, em 12 mil m², mais de 8 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XVIII e os dias de hoje. O acervo abarca diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, entre outros temas ao registrar a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira. Inaugurado em 2004, a partir da coleção particular do seu atual Diretor Curatorial, Emanoel Araujo, o Museu construiu, ao longo de mais de 16 anos de história, uma trajetória de contribuições decisivas para a valorização do universo cultural brasileiro ao revelar a inventividade e ousadia de artistas brasileiros e internacionais, desde o século XVIII até a contemporaneidade. O Museu exibe parte do seu Acervo na exposição de longa duração, realiza Exposições Temporárias e dispõe de um Auditório e de uma Biblioteca especializada que complementam sua Programação cultural ao longo do ano.

 

De 25 de janeiro a 30 de junho.

 

 

 

Lygia Clark 100 anos, Pinakotheke SP

10/jan

 

 

A Pinakotheke Cultural São Paulo apresenta até o dia 15 de janeiro a histórica exposição “Lygia Clark (1920-1988) 100 anos”, com cerca de 100 trabalhos em sua quase totalidade inéditos para o público brasileiro, selecionados pelo curador Max Perlingeiro, entre pinturas, desenhos, gravuras, bichos, trepantes, obra mole, casulo, objetos relacionais, fotografias e documentos. Considerada pela crítica nacional e internacional como uma das mais relevantes artistas do século 20, Lygia Clark já ganhou exposições em museus prestigiosos como o MoMA de Nova York, e o Museu Guggenheim de Bilbao, Espanha, entre muitas outras instituições.

 

Nesta exposição da Pinakotheke Cultural São Paulo, o público pode ver o desenvolvimento do pensamento da artista ao longo de sua trajetória. A exposição foi feita com colaboração da Associação Cultural Lygia Clark. Dentre as obras nunca exibidas ao público, estão a coleção de “Bichos” pertencente ao crítico inglês Guy Brett, grande amigo de Lygia Clark desde a individual da artista na Signals Gallery, em Londres, em 1965; as obras formais de 1943 a 1952, como a série “Escadas” (1947); os “Objetivos Relacionais” (1968-1973), considerado por muitos seu experimento mais radical; além várias obras das séries “Superfície Modulada” e “Espaço Modulado”.

 

Acompanha a exposição o livro bilíngue (port/ingl) homônimo “Lygia Clark (1920-1988) 100 anos”, 316 páginas, com textos críticos inéditos, imagens e informações sobre as obras, uma seleção da correspondência pessoal entre Lygia e amigos artistas e intelectuais, e uma cronologia resumida atualizada.

 

A exposição traz ainda uma animação do ensaio fotográfico feito por Alécio de Andrade da performance “Arquiteturas biológicas II”, que Lygia Clark criou em 1969 no Hôtel d’Aumont, em Paris. A animação foi feita por Fabrício Marques, e o realejo é de Gabriel Pinheiro.

 

Em dias alternados, o público pode ver os filmes “Memória do corpo” (1984), de Mário Carneiro, 30’, com produção de Solange Padilha e videografia de Waltercio Caldas, que registrou a última proposta desenhada pela artista, a “Estruturação do Self”; e “O mundo de Lygia Clark” (1973), de Eduardo Clark, com direção de fotografia de David Drew Zingg e Antonio Guerreiro, e música de Naná Vasconcelos.

 

Uma sala especial foi montada para exibir a videoinstalação “DSÍ – embodyment” (2021), 8’, três câmeras com três distintos monitores, com registro da performance de Carolyna Aguiar, e direção de Leticia Monte e Ana Vitória. Na videoinstalação, o espectador é convidado a “experienciar estados inaugurais do corpo fragmentário em sua perspectiva pulsante de vida e morte”, explicam Ana Vitória e Leticia Monte. “Aqui o corpo debate-se em constante luta de vir a ser o que se é, desventrando-se e recolhendo-se continuamente em uma incessante dança-luta imemorial, lugar dos vazios-plenos, que Lygia Clark insiste que revisitemos”.
“Lygia Clark (1920-1988) 100 anos” ficará em cartaz na Pinakotheke Cultural São Paulo até o 15 de janeiro de 2022, com entrada gratuita e protocolo anti-Covid.

 

Poéticas de um outro

14/dez

 

 

A BELIZÁRIO Galeria, Pinheiros, São Paulo, SP, abre a mostra coletiva “POÉTICAS de um outro”, com seu time de 17 artistas representados, exibindo 56 trabalhos em diferentes suportes – pinturas, esculturas, objetos, fotografias, desenhos – criando uma unidade visual resultante das vivencias pessoais de cada artista e os processos resultantes das mesmas.

 

A pintura se reposiciona como técnica responsável por trabalhos relevantes, como vem ocorrendo em outros locais, no âmbito da arte contemporânea. Bruno Duque, Celso Orsini, Fernanda Junqueira, Fernando Burjato e Matheus Machado utilizam o suporte com maestria criando telas, ora com paleta de cores diversas ora em p&b, para narrar suas histórias e experiencias. Ao lado delas, as obras resultantes da habilidade manual dos artistas Antônio Pulquério, Deneir Martins, Marc do Nascimento, Marcos Coelho Benjamim, Maxim Malhado e Paulo Nenflidio apresentam trabalhos tridimensionais, expressando seus registros em esculturas e objetos. Os desenhos, com suas delicadezas de linhas e traços, mas não menos assertivos, são de autoria de Elias Muradi, Jean Belmonte, Marco Ribeiro e Rodrigo Rigobello enquanto Juliana Notari e Sara Não Tem Nome optaram pela fotografia como registro de suas performances.

 

“POÉTICAS de um outro” oferece um olhar lateral onde o distinto e o diverso se apresentam em consonância com o todo, narrando histórias pessoais interconectadas através das liberdades de criação, e escolhas narrativas da contemporaneidade permitindo leituras e assimilações pessoais por parte do observador. O universo de cada artista é único. Sua mensagem é sempre pessoal. Orlando Lemos uniu as estrofes dos versos, sensibilizando-se com suas poéticas distintas e redigiu um poema visual uníssono.

 

Até 05 de março de 2022.

 

 

 

Reabertura da Galeria do Lago

06/dez

 

 

 

No dia 4 de dezembro, será reaberta a exposição da artista Patrizia D’Angello, na Galeria do Lago, no Museu da República, depois de quase dois anos fechada devido à pandemia de Covid-19. Rebatizada de “Jardim do Éden 1.2”, a exposição, que tem curadoria de Isabel Portella, será ampliada, com novas obras, que foram produzidas durante o período de isolamento, ganhando um novo significado. “A exposição reabre impactada pelo tempo passado”, afirma a artista, que lançará, no dia da abertura, o catálogo da primeira versão da mostra e estará aberta até 20 de fevereiro de 2022.

 

Das 25 pinturas que integravam a exposição original, 15 permanecem e outras 13 foram acrescidas, totalizando 28 obras. Os novos trabalhos foram produzidos no ateliê que a artista tem em casa e retratam a natureza. “Durante a quarentena, confinada em um apartamento super urbano, totalmente apartada do ar, da água, do mato, do céu e do sol, retomei uma série de pinturas já iniciada de lagos e vegetação de cores fluidas, lisérgicas e tempo suspenso, uma espécie de vertigem necessária onde é possível ver discos voadores flutuando na água e nenúfares no céu, um salvo conduto  para se passar os dias monocórdicos de um eterno presente sem sucumbir a loucura”, conta a artista.

 

Na primeira sala da exposição, estarão os novos trabalhos, produzidos durante o isolamento social. “É uma atmosfera onírica, tal qual um banquete de pratos flutuantes ofertando a natureza em consonância com o parque do Museu da República, que adentra pelas janelas e portas mediando, assim, a construção que se dá na segunda sala, onde novos trabalhos corroboram e se somam à narrativa já desenvolvida no primeiro momento da exposição”, ressalta a artista .

 

O conceito da mostra foi pensado a partir dos muitos banquetes realizados no Palácio do Catete, sede do Governo Federal entre 1896 e 1960 e que hoje abriga o Museu da República. Para realizar a primeira fase da exposição, a artista mergulhou no acervo do Museu, em documentos relacionados ao tema, como uma bela coleção de convites e menus das muitas recepções ocorridas ali, bem como fotos, vasos, pratarias, sancas e mobiliário pertencentes ao Palácio do Catete, que aparecem nas obras mesclados a seu repertório poético. “Numa narrativa bem humorada, mas repleta de sutis paralelos, a artista se debruça sobre os grandes temas da pintura figurativa, o retrato, a paisagem e a natureza morta. Em seus trabalhos, Patrizia procura discutir os limites do real, da mímesis e as implicações no mundo contemporâneo”, afirma a curadora Isabel Portella.

 

Movida por um humor dionisíaco e tendo como norte a Pop Art e a Tropicália, os trabalhos de Patrizia D’Angello estão sempre reverberando questões do feminino/feminismo. Em uma operação ambivalente de afirmação e crítica, a artista desloca sentidos e, com humor, joga luz sobre a pretensa “normalidade” do  patriarcado e suas práticas predatórias. “A abordagem desse espaço tão representativo do poder, do patriarcado, da ordem vigente, se dá através do campo relegado desde sempre ao domínio das mulheres, a cozinha, a mesa, a decoração, o enfeite, o bordado, o doce, o belo… Um universo, segundo essa lógica dominante, menor, secundário, fútil e frívolo, por isso mesmo entregue de bom grado às mãos que vieram pra servir”, ressalta a artista.

 

O pensamento crítico aparece sempre de forma sutil, quando a sobreposição do título à imagem produz um ruído desconsertante. “O título dos trabalhos é parte indissociável da obra, pois é através do deslocamento de sentido engendradado nessa operação de nomear que desenvolvo a narrativa que me interessa explorar”, conta Patrizia D’Angello. “Se o feminismo, a sensualidade erótico-sensorial, o patriarcado, a exploração são questões que interessam à artista explorar, ela o faz com humor, numa crítica que expõe engrenagens perversas e desnuda atitudes machistas, sem perder a doçura”, afirma a curadora Isabel Portella. “Retrato mulheres insurgentes e empoderadas a debochar desse mundo constituído sob valores alheios e desfavoráveis, piqueniques, mesas, comidas, doces, vasos e ornamentos onde tudo parece estar onde deveria estar exceto pelo fato de que essa afirmação resvala numa bem humorada crítica”, diz a artista.

 

 

Sobre a artista

 

Patrizia D’Angello nasceu em São Paulo, mas vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formada em Artes Cênicas pela Uni-Rio e em Moda pela Candido Mendes, a partir de 2008, cessou todas as atividades em outras áreas pra se dedicar exclusivamente à arte. Desde então, desenvolve uma poética que, através de artifícios da narrativa do cotidiano, incorpora e comenta a vida em suas grandezas e pequenesas, em seus potenciais de estranhamento e em suas banalidades, espelhando e refletindo aquilo que diz respeito à vida. Transita pela produção de objetos, performance, fotografia, video e, mais assiduamente, pela pintura. Frequentou a Escola de Artes Visuais no Parque Lage, onde cursou diversos cursos. De setembro de 2014 a Março de 2015 esteve no programa de bolsa residência-intercâmbio com a École Nationale Superieure des Beaux Arts de Paris. Foi indicada ao prêmio PIPA em 2012. Dentre suas principais exposições individuais estão: “Lush”, 2018, Centro Cultural Municipal Sergio Porto, Rio de Janeiro; “Assim é se lhe parece – Casa, Comida e Roupa Lavada”, 2016, Centro Cultural da Justiça Federal, Rio de Janeiro; “Kitinete”, 2016, Ateliê da Imagem, Rio de Janeiro; “No Embalo das Minhas Paixões”, Galeria de Arte IBEU; Banquete Babilônia, Galeria Amarelonegro, Rio de Janeiro, entre outras. Dentre suas últimas exposições coletivas estão: Casa Carioca, MAR; Cada Um Grita Como Quiser, Galpão Dama; Baguncinha, Casa de Pedra; Galeria Gema, todas  este ano, ”Signo Traço Atração”, Galeria Evoé, 2020; “Primeiro salão de Arte Degenerada”, Ateliê Sanitário, 2019; “Rios do Rio”, Museu Histórico Nacional, 2019; “Passeata”, Galeria Simone Cadinelli, 2019; “My Way”, Casa França-Brasil, 2019, no Rio de Janeiro; “Futebol Meta Linguagem”, Centro de Artes Calouste Gulbenkian, 2018, Rio de Janeiro; “Poesia do Dia a Dia”, Centro Cultural Sergio Porto, 2017, Rio de Janeiro; “Quero que Você me Aqueça nesse Inverno”, Centro Cultural Elefente, 2016, Brasília; “Attentif Ensemble”, Jour et Nuit Culture, 2015, Paris; “Portage”, ENSBA, 2014, Paris; “Como Se Não Houvesse Espera”, Centro Cultural da Justiça Federal, 2014, Rio de Janeiro, entre outras.

 

Sobre a Galeria do Lago

 

A Galeria do Lago apresenta programas contínuos de exposições de arte contemporânea, que visam a discutir aspectos da produção da arte atual, com obras que de alguma maneira se relacionem com o Museu da República.

 

Raul Mourão expõe em Salvador

01/dez

 

 

 

O MENOR CARNAVAL DO MUNDO

 

A Roberto Alban Galeria, Salvador, BA, tem o prazer de anunciar a exposição “O menor carnaval do mundo”, exposição individual de Raul Mourão. Segunda exposição do artista na galeria, a mostra que será inaugurada dia 09 de dezembro e fica em exibição até 05 de fevereiro de 2022 reúne um conjunto de 44 obras recentes, oriundas de diferentes séries e campos de investigação de sua vasta produção, iniciada na segunda metade da década de 1980.

 

Expoente de uma geração que marcou o cenário carioca na década seguinte, Raul Mourão é notadamente conhecido por uma produção multimídia, que se desdobra em esculturas, pinturas, desenhos, vídeos, fotografias, instalações e performances. Frequentemente, o artista investiga os cruzamentos entre estes campos e linguagens, estimulando relações multidisciplinares em sua prática, lançando mão de um vocabulário visual único e de um peculiar senso de apreensão da realidade que o cerca.

 

A obra de Mourão alimenta-se, assim, de trivialidades e signos da vida cotidiana e de sua vivência da paisagem urbana, então interpretados e reconfigurados pelo artista em um processo de elaboração de seu olhar sobre eles, tão engenhoso quanto perspicaz, capaz de refletir sobre o que nos parece mundano, efêmero; mas também sobre questões mais amplas, como o contexto sócio-político do país.

 

Este fluxo entre as esferas individual e coletiva acontece em uma constante retroalimentação entre estes polos, resultando em uma produção artística de alta voltagem inventiva e linguística, em estado de ebulição e renovação contínuos, ao passo em que determinados temas, elementos e materiais seguem em experimentações constantes e variadas dentro do processo criativo do artista.

 

Em O menor carnaval do mundo, Mourão reforça este interesse por mídias e suportes diversos ao apresentar obras recentes de diferentes séries de sua produção, todas realizadas nestes últimos anos. O conjunto reúne desde novas esculturas cinéticas a pinturas de sua série “Janelas”, de fotografias e pinturas da série “SETADERUA” à vídeos como “Bang-Bang” – obra já exibida em ocasiões anteriores, mas recontextualizada dentro do presente conjunto proposto.

 

O título da mostra alude tanto à uma dimensão narrativa, afetiva – um carnaval vivido junto a um grupo reduzido de amigos, dentro do período pandêmico – quanto aponta para um certo jogo de escalas proposto pelo próprio artista a partir da obra título da exposição. Escultura realizada em dois tamanhos diferentes, a obra homônima evidencia o desejo de Mourão de experimentar estas pequenas variações sobre um mesmo tema ou objeto, explorando uma mesma ideia por vias distintas, mas também complementares, insuspeitas.

 

Suas bandeiras do Brasil, por exemplo – subtraídas de seus círculos centrais e do lema positivista de “ordem e progresso” – aparecem ao longo da mostra tanto em uma pequena versão p&b em tecido (dedicada ao grupo BaianaSystem) quanto em uma fotografia realizada na orla carioca, em parceria com o músico Tomás Cunha Ferreira.

 

Na entrada do espaço expositivo, uma espécie de parede-índice reúne um conjunto variado de trabalhos, sublinhando este senso de “desnorteamento organizado” proposto por Mourão, nos convidando a adentrar suas diferentes séries e campos de investigação a partir da sugestão de possibilidades diversas de relações a serem traçadas entre as obras em si. O artista não nos indica, assim, direções fixas ou trajetórias precisamente delineadas. Por vias opostas, nos concede, pistas e indícios que funcionam espontaneamente como disparadores destes inúmeros percursos a serem realizados por entre as salas da mostra. Nas palavras da crítica e curadora de arte pernambucana Clarissa Diniz, no texto crítico que acompanha a mostra:

 

“Se vivemos, agora, um mundo que nos extrapola mais do que a outrora posto que nos apreende em grades e distâncias, ao que parece, quando nos convoca a participar do Menor carnaval do mundo, Raul Mourão está a nos cochichar sobre a força transformadora do que, reduzido, pode enfrentar os gigantes sem que eles se deem conta do que está acontecendo.”

 

Sobre o artista

 

Raul Mourão nasceu no Rio de Janeiro, em 1967, onde vive e trabalha. Entre suas principais exposições individuais e projetos solo recentes, destacam-se: Empty Head, Galeria Nara Roesler Nova York, 2021; A Máquina do Mundo, Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2021; Estado Bruto, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 2020; A Escolha do Artista, Instituto Casa Roberto Marinho, 2020;  Experiência Live Cinema #4: Raul Mourão + Cabelo, Studio OM.Art, 2019; Fora/Dentro, no Museu da República, 2018, Rio de Janeiro, Brasil; Você está aqui, no Museu Brasileiro de Ecologia e Escultura – MuBE – 2016, São Paulo, Brasil; Please Touch, no Bronx Museum, 2015, Nova York, Estados Unidos; Tração animal, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, MAM-Rio, 2012, Rio de Janeiro, Brasil; Toque devagar, Praça Tiradentes, 2012, Rio de Janeiro, Brasil. Entre as coletivas recentes, encontramos: Coleções no MuBE: Dulce e João Carlos de Figueiredo Ferraz – Construções e geometrias, no Museu de Ecologia e Escultura, MuBE, 2019, São Paulo, Brasil; Modos de ver o Brasil: Itaú Cultural 30 anos, Oca, 2017, São Paulo, Brasil; Mana Seven, Mana Contemporary, 2016, Miami, Estados Unidos; Brasil, Beleza?! Contemporary Brazilian Sculpture, Museum Beelden Aan Zee, 2016, Haia, Países Baixos; Bienal de Vancouver 2014-2016, Canadá, 2014. Seus trabalhos figuram em coleções de importantes instituições, tais como: ASU Art Museum, Tempe, EUA; Instituto Itaú Cultural, São Paulo, Brasil; Museu de Arte Contemporânea de Niterói, MAC-Niterói, Niterói, Brasil; Museu de Arte do Rio, MAR, Rio de Janeiro, Brasil; e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, MAM-Rio, Rio de Janeiro, Brasil.

 

 

 

Coletiva na Art Lab Gallery

 

 

Juliana Mônaco encerra sua agenda de 2021 da Art Lab Gallery, Jardins, SP, com “PORTFOLIO” exibição coletiva com 120 artistas exibindo mais de 350 trabalhos nos 1000m² de área expositiva da galeria. Mantido o compromisso de servir como porta de entrada a novos artistas no circuito de arte e cultura, que incluem tanto os representados pela galeria como 100 selecionados através de processo de “open call” via redes sociais.

 

Pinturas, esculturas, fotografias e jóias de artista se apresentam sem um conceito único. Cada artista exerce livre curadoria sobre seu trabalho tanto na escolha das peças como na forma de exibi-las.

 

Anne Weege, Ariane Labre, Carol Moraes, Daniel Cavalcanti, Graça Tirelli, Linda Dayan, Marcia Cavinati, Mariana Naves, Mariella Morrone, Pat, PatyLene, Renata Kandelman, Russ, Samara Oliveira, Tunica Barbosa, Valter Marques, Viri, possuem lugar cativo por fazerem parte do time da Art Lab Gallery e outros artistas se juntam a eles após criteriosa análise do material enviado visto que a meta é seguir “estimulando a intersecção de múltiplas vertentes em um laboratório imersivo de experimentação e intercâmbio artístico”, explica Juliana Mônaco.

 

Uma exposição onde, mais uma vez, se permite que “os temas propostos emerjam de manifestos particulares, advindos de contextos regionais, sensibilidades políticas, econômicas, e culturais”, diz a galerista.

 

“À medida que as variáveis aumentam, as práticas e trabalhos artísticos são completamente subjetivos de avaliação e dependentes de interpretação individual que, ao captar os sentidos do visitante no interagir com a obra, faz com que a arte se cumpra”.

 

Juliana Mônaco

 

De 02 a 12 de dezembro.