Itinerância em Fortaleza.

15/out

Pela terceira vez, a Fundação Bienal de São Paulo leva sua itinerância para Fortaleza, em parceria com o Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura e do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, equipamento gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM). Até o dia 10 de novembro, o Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE), localizado no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, recebe a seleção de catorze participantes da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível, com curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel.

Segundo a superintendente do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Helena Barbosa, receber uma itinerância da Bienal de São Paulo, mais uma vez, reforça a importância e a qualidade do Museu de Arte Contemporânea no circuito das artes visuais.

A itinerância

Entre os artistas que desembarcam na capital cearense estão Denilson Baniwa, um dos curadores da exposição Ka’a Pûera: nós somos pássaros que andam, atual representação brasileira na Bienal de Veneza; Deborah Anzinger, cujo trabalho transita entre a linguagem e a materialidade como sujeito e objeto; e Nontsikelelo Mutiti, responsável pela concepção da identidade visual da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível. O coletivo MAHKU (Movimento dos Artistas Huni Kuin) apresenta uma tradução visual dos cantos sagrados Huni Meka, reverberando o ativismo cultural e a preservação das terras dos povos originários. Já Gabriel Gentil Tukano, falecido em 2006, é homenageado com obras que perpetuam a cosmogonia Tukano e a sacralidade do território ancestral. A mostra também inclui o trabalho de Katherine Dunham, pioneira da dança moderna que integra tradições africanas e caribenhas, e o filme SHAKEDOWN (2018) de Leilah Weinraub, que documenta a vida e a cultura de um clube de strip-tease lésbico em Los Angeles. Maya Deren, um dos grandes nomes do cinema experimental, também marca presença com o filme Meditation on Violence (Meditação sobre a violência) (1948), que explora a dança e a temporalidade. Outros artistas como Nadir Bouhmouch e Soumeya Ait Ahmed e Nikau Hindin trazem para a mostra trabalhos que dialogam com a especificidade de suas culturas e tradições, oferecendo perspectivas críticas sobre colonialismo, diáspora e identidade.

Participantes

Cozinha Ocupação 9 de Julho – MSTC, Deborah Anzinger, Denilson Baniwa, Gabriel Gentil Tukano, Katherine Dunham, Leilah Weinraub, MAHKU, Maya Deren, Melchor María Mercado, Nadir Bouhmouch e Soumeya Ait Ahmed, Nikau Hindin, Nontsikelelo Mutiti, Rosa Gauditano, Simone Leigh e Madeleine Hunt-Ehrlich.

As cores da fé.

08/out

A procissão do Círio de Nazaré é o tema de exposição com intervenções artísticas de Rose Maiorana sobre fotos de Tarso Sarraf, aberta à visitação em Belém do Pará. Fé, devoção e tudo que envolve a romaria do Círio de Nazaré: o encontro do olhar sensível do fotógrafo Tarso Sarraf com as matizes coloridas da artista plástica Rose Maiorana homenageiam um dos eventos mais icônicos de Belém do Pará. A exposição “Cores da Fé” poderá ser visitada até o dia 04 de novembro, no bairro Batista Campos, na Galeria de Arte do CCBEU.

Pessoas que transitam pela procissão do Círio de Nazaré, as fitas coloridas da época ciriana, entre outros registros eternizados no trabalho de ambos relata, através destas imagens, a força exercida pelo Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Cenas marcantes de momentos da quadra nazarena, como a Trasladação, a motorromaria e a chegada de romeiros oriundos de municípios diversos do Pará para acompanhar a programação da festividade, tudo poderá ser conhecido pelo público que for visitar a mostra dos dois artistas amazônicos. Além das obras, serão apresentadas imagens de Nossa Senhora de Nazaré customizadas pela artista Rose Maiorana.

Sobre os artistas

Rose Maiorana é artista plástica contemporânea. Suas obras são um convite à imersão em um universo de cores e formas que transbordam vida. Tarso Sarraf é repórter fotográfico colecionador de prêmios, com mais de trinta anos de cobertura do Círio. Passou pelos maiores jornais de Belém e agências de notícias internacionais.

Nit de l’Art 2024.

23/set

Por ocasião do La Nit de l’Art 2024, a Baró Galeria apresentou duas exposições destacando obras de grandes artistas latino-americanos: “Oublier le corps…”, a primeira exposição individual de Lygia Clark em Maiorca, Espanha; e a mostra coletiva Lucidus Disorder, ambas com curadoria de Rolando J. Carmona.

“Oublier le corps” marca a primeira exposição individual em Maiorca da renomada artista brasileira Lygia Clark (1920-1988). A exposição, com curadoria de Rolando J. Carmona, explora como o trabalho de Lygia Clark se envolveu ao longo de sua carreira com o conceito de dissolução do corpo. Desde os seus primeiros esboços desconstruídos, que prenunciam as formas geométricas dos seus “Bichos”, até aos seus objetos relacionais, a mostra investiga como a sua prática ativou métodos estéticos e psicológicos radicais, reimaginando os papéis tradicionais entre a obra de arte, o artista e o espectador, envolvendo até mesmo o inconsciente. e transcender a experiência sensorial física tipicamente associada à arte.

Lucidus Disorder

Diego Barboza, Artur Barrio, Sérgio Camargo, Yoan Capote, Eugenio Espinoza, Magdalena Fernández, Gego, Jac Leirner, Hélio Oiticica, Federico Ovalles, Mano Penalva, Wilfredo Prieto, Luis Salazar e Antonieta Sosa.

“Esses artistas anunciaram um novo modelo de desobediência de cunho tropical, alicerçado na lógica do caos. Longe de serem reacionários, esses gestos simbólicos e físicos operando por meio da desconstrução formaram uma dinâmica quase estereoscópica entre artistas venezuelanos e brasileiros, que deixaram para trás a arte concreta no Brasil e a arte cinética na Venezuela configuraram uma resposta política à razão cartesiana e eurocêntrica que definia a estética oficial, criando obras que transcendiam a grade em crise e sorriam para a vida cotidiana.”

Rolando J. Carmona.

A obra de Brígida Balta no MAR.

18/set

Poder capturar o impalpável, perseguir o intangível, subverter o óbvio, essas eram formas da artista carioca Brígida Baltar (1959-2022) ocupar espaços inesperados, reunindo em sua obra elementos do corpo, da natureza, das paisagens e da própria moradia. A exposição “Brígida Baltar: pontuações”, elaborada especialmente para o Museu de Arte do Rio, inaugura no dia 20 de setembro e reúne cerca de 200 obras, cerca de 50 inéditas, produzidas por quase três décadas de atuação, incluindo. Esta é a maior exposição institucional dedicada à artista e foi realizada em parceria com o Instituto Brígida Baltar e a Galeria Nara Roesler. A mostra conta com curadoria de Marcelo Campos, Amanda Bonan e equipe MAR além do curador convidado Jocelino Pessoa. Em exibição até o dia 05 de março de 2025.

Seis obras de Brígida Baltar que fazem parte do acervo do Museu de Arte do Rio estarão na mostra que apresenta fotografias, vídeos, instalações, esculturas e memórias textuais da artista. “É a primeira exposição póstuma a reunir esse conjunto tão significativo de obras. A exposição tem esse nome: pontuações, porque ela parte dos escritos da Brígida. Ela tinha uma consciência muito grande de que era preciso organizar as obras, ela gostava muito de conversar sobre isso, então, num dos momentos ela passou a anotar tudo, ela foi dizendo como ela queria as escalas de impressão, quais obras deveriam ser refeitas e quais não. Muitas frases e reflexões da artista sobre as obras acompanham toda a exposição. Brígida foi uma artista de muito destaque no Brasil, uma artista como personagem de suas próprias fabulações, ela foi muito importante para a fotoperformance, videoperformance, ela influenciou muita gente em muitos lugares do país”, afirma o curador Marcelo Campos.

Dividida em duas salas, a exposição apresenta as séries produzidas por Brígida: no primeiro espaço são exibidas as suas relações com a casa e a família, já na segunda sala são apresentadas as fabulações da artista. Toda a exposição foi concebida, produzida e montada com profissionais que tiveram vínculos com Brígida. “Esta é uma das mais importantes exposições de Brígida Baltar: além do inédito número de obras reunidas, celebra o seu legado para a arte e convida o público a adentrar na sua vasta reflexão poética. Ao longo dos seus mais de 30 anos de carreira, ela elaborou imagens afetivas que aproximam a arte contemporânea do público. O pensamento da mostra possui uma forte influência da artista, que ao longo dos últimos anos dedicou-se a organizar a sua memória em cadernos e documentos e realizou encontros para iniciar o seu Instituto. Pontuações expressa toda precisão registrada por Brígida ao passo que oferece ao público as suas memórias familiares e de infância e os personagens das fábulas de suas obras e filmes”, destaca Jocelino Pessoa, curador da mostra.

Brígida Baltar foi uma artista que fundou universos de encantamento e fantasia, habitados por seres imaginários e objetos triviais do dia a dia que ganharam outros sentidos, flertando com o surreal. Uma mulher que desde os anos 1990 protagonizou parte da produção contemporânea em exibições nacionais e internacionais.  O público que percorrer a exposição vai literalmente entrar no universo de Brígida Baltar. “É uma exposição como se a gente tivesse caído num livro de fábulas, e ao mesmo tempo vemos uma capacidade imensa, uma competência imensa da artista, em tornar um elemento, uma ideia em uma obra, o que é muito raro. No caso de Brígida, ela escolhia os materiais, que ganhavam uma vida, uma história, uma narrativa, e que se vinculavam a questões muito próximas a ela ou as pesquisas que ela desenvolvia. Brígida entendia os mecanismos para chegar na beleza.. É uma exposição muito rara em torno da produção de uma artista, é a primeira vez que a gente teve mais acesso em um acervo, com peças inéditas, inclusive com um novo filme que será exibido”, revela o curador Marcelo Campos.

Na ocasião da abertura da exposição haverá gratuitamente, às 17 horas, a apresentação Orquestra Sinfônica Brasileira + Agência do Bem (Projetos patrocinados por Machado Meyer Advogados).

Profundidade cultural e religiosa.

11/set

O artista visual Tiago Aguiar explora a devoção e celebração da Festa do Rosário em sua primeira mostra individual na Uncool Gallery. A exposição “Rusá: BraSilian Devotion and Celebration” destaca a complexidade da identidade brasileira através da fotografia relacional e da foto-instalação, sob o olhar do artista e congadeiro mineiro.

A Uncool Gallery, Brooklym, NY, exibe “Rusá: BraSilian Devotion and Celebration”, do artista visual, fotógrafo e congadeiro brasileiro Tiago Aguiar que estará em exibição até 05 de outubro. Esta mostra individual do artista na galeria, onde assume não apenas o papel de criador, mas também de curador, transformando a galeria em um espaço que reflete a profundidade cultural e religiosa da Festa do Rosário, celebrada anualmente em Serro, Minas Gerais.

“Rusá: BraSilian Devotion and Celebration” investiga a complexa tapeçaria cultural da festa, que é reconhecida pelo IPHAN como patrimônio histórico e artístico do Brasil. Através de um enfoque etnográfico reverso, Tiago Aguiar utiliza a fotografia relacional para valorizar as identidades individuais dentro do coletivo, destacando aqueles que, fora do contexto da festa, são frequentemente marginalizados. Sua abordagem transforma o festival em um espaço de criação, onde a construção das imagens não só documenta, mas também honra a tradição e reconhece o sagrado manifestado durante a celebração.

A exposição “Rusá: BraSilian Devotion and Celebration” reúne um conjunto de obras criadas desde 2016, divididas em três temas centrais: Dançantes, Caravana e Quermesse. Em Dançantes, apresenta retratos íntimos dos congadeiros capturados em um estúdio improvisado, revelando detalhes pessoais e peculiaridades que passam despercebidos em contextos coletivos. Já em Quermesse, o artista revisita a tradição dos fotógrafos de festas populares, retratando os frequentadores em um estúdio temporário montado no largo da Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Caravana, por sua vez, examina o papel dos barraqueiros itinerantes, cujas barracas temporárias são parte essencial do cenário festivo, mas cujas histórias muitas vezes permanecem invisíveis. A mostra também inclui elementos instalativos, como grandes impressões em lona e monóculos com slides que remetem às práticas fotográficas tradicionais, criando uma conexão mais orgânica com o contexto da celebração. Ao construir laços comunitários e permitir maior autonomia dos retratados na produção das imagens, Tiago Aguiar questiona as convenções tradicionais da criação fotográfica, criando um espaço de respeito e comunidade.

O trabalho de Tiago Aguiar pode ser compreendido dentro da reversão da tradição da fotografia etnográfica, mas também dialoga com movimentos contemporâneos de arte relacional e crítica cultural. Sua prática se insere em um cenário mais amplo de artistas brasileiros que exploram a interseção entre cultura popular e arte contemporânea, trazendo à tona questões sobre identidade, memória e a evolução das tradições no Brasil. Em Nova York, a exposição oferece ao público uma rara oportunidade de experimentar uma perspectiva interna e intimista da cultura brasileira, em um contexto que frequentemente privilegia visões externas e generalizadas do Brasil.

Sobre o artista

Tiago Aguiar (1989, Serro, Brasil) Vive e trabalha entre Belo Horizonte, BR, e Cape Cod, EUA. Bacharel em Artes Plásticas pela Escola Guignard (MG) e com especialização em fotografia pelo Hallmark Institute of Photography (EUA), começou sua carreira na fotografia comercial, mas rapidamente direcionou seu foco para a pesquisa artística e cultural. Sua investigação sobre a Festa do Rosário começou em 2010. Entre suas realizações estão a exposição individual “Rusá” (Belo Horizonte, 2017) e a participação na residência IA Ouro Preto (2022), além de ser finalista do Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger (2017).

A galeria

Uncool Gallery é um espaço gerido por meios próprios com  um conselho de  membros, seguindo um modelo  único de autogestão. Esse conselho decide  ativamente sobre os projetos, posicionamento, parcerias da galeria. A Uncool Gallery é estruturada como  uma  LLC, garantindo verdadeira independência em sua  governança. O compromisso impar da  galeria  em fomentar conexões significativas e  impulsionar projetos colaborativos está no centro de sua filosofia. Com o posicionamento estratégico em frente ao Brooklyn Navy Yard, a galeria  serve como um centro dinâmico para a expressão e exposição artística.

Performance ritualística.

09/set

Será realizado no dia 31 de agosto o lançamento do filme “rawo Bori: oferenda para a cabeça cósmica”, concebido a partir da apresentação da performance ritualística Bori no Octógono da Pina Luz, dirigido por Ayrson Heráclito em parceria com Lula Buarque de Hollanda. A sala de vídeo vai estar disponível até dia 02 de fevereiro de 2025 na Pina Luz em São Paulo.

O artista baiano Ayrson Heráclito, em “Bori” (2008/2022), adapta o ritual tradicional que saúda e fortalece a cabeça, evocando os Orixás, preservando elementos próprios dos terreiros enquanto aproxima o público não iniciado dessas práticas religiosas. Sua poética, ancorada na interpretação de ritos de religiões de matriz africana, busca criar perspectivas de cura para histórias de violência e narrativas da espiritualidade. A obra integra o acervo da Pinacoteca de São Paulo desde 2020 e foi apresentada no Octógono da Pina Luz em agosto de 2022, como parte da exposição “Ayrson Heráclito: Yorùbáiano”.

Sobre o artista

Ayrson Heráclito (Macaúbas, 1968). É artista, professor e curador. Possui doutorado em Comunicação e Semiótica pela PUC São Paulo, e mestrado em Artes Visuais pela UFBA. Com um olhar particular, a obra de Ayrson Heráclito evidencia as raízes afro-brasileiras e seus elementos sagrados, projetando ações e práticas que compõem a história e a cultura da população negra. Seus trabalhos transitam entre instalações, performances, fotografias e produções audiovisuais que lidam com as conexões entre o continente africano e as diásporas negras nas Américas. O corpo é um elemento central de sua pesquisa, empregando referências rituais, principalmente do candomblé, como dendê, carne, açúcar e sangue, buscando relacioná-los ao patrimônio histórico e arquitetônico ligado ao comércio escravista. Entre 2008 e 2011, produziu a série intitulada Bori, que significa oferenda à cabeça. A performance apresenta uma espécie de rito no qual Ayrson Heráclito oferece a comida sacrificial ligada a cada um dos 12 principais orixás. São utilizados alimentos como milho, pipoca, quiabo, arroz e fava, colocados em torno da cabeça de cada performer, que estão deitados em esteiras de palha e vestidos com roupas brancas. Outro importante marco na carreira do artista foi Transmutação da Carne, iniciado em 1994. A obra surgiu a partir de um documento que descreve as torturas cometidas pelos senhores de engenho contra os escravizados. Em 2015, Ayrson Heráclito reapresentou Transmutação da Carne durante a exposição Terra Comunal, da artista sérvia Marina Abramovic (1946), no Sesc Pompéia, em São Paulo. Uma de suas principais pesquisas é Sacudimentos, sobre o tráfico negreiro entre a Bahia e o Senegal, realizada em 2015 e apresentada na 57ª Bienal de Veneza (2017). Composta por vídeos e fotografias, a obra é construída a partir de rituais de limpeza da Casa dos Escravos na Ilha de Goré e de um grande engenho de açúcar no Brasil, exorcizando os fantasmas da colonização. O artista participou da 57ª Bienal de Veneza (2017), Itália; Bienal de fotografia de Bamako, Mali (2015) e da Trienal de Luanda em Angola (2010). Em 2022, teve uma grande exposição individual, “Ayrson Heráclito: Yorùbáiano”, que contemplou décadas de produção na Estação Pinacoteca, em São Paulo. Foi um dos curadores-chefes da 3ª Bienal da Bahia, curador convidado do núcleo “Rotas e Transes: Áfricas, Jamaica e Bahia” no projeto Histórias Afro-Atlânticas no MASP, que esteve em cartaz no MASP e no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, em 2018. Recebeu o prêmio de Residência Artística em Dakar do Sesc_Videobrasil e a Raw Material Company, Senegal. Possui obras em acervos do Musem der Weltkulturen, Frankfurt; MAR – Museu de Arte do Rio; Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador; MON, Curitiba; Videobrasil e Coleção Itaú.

Identidade artística de dois mundos.

“Re-localizando o Horizonte” inaugurou no Instituto Cervantes de São Paulo, SP. Trata-se de uma exposição coletiva com artistas da Argentina, Cuba, Chile e Brasil que celebra laços históricos, culturais e artísticos que uniram a Espanha à América Latina. Como destacou Gutiérrez Viñuales, catedrático em Arte Latino-americana no Departamento de História da Arte da Universidade de Granada, “a Espanha encontrou na América um espelho cultural onde se olhar e encontrar razões para sua própria identidade, enquanto que a América encontrou na tradição hispânica elementos plausíveis de serem revividos e entrelaçados com sua própria história, sua cultura e, portanto, sua arte, confirmando-se como um sustento da nacionalidade”.

A exposição “Re-localizando o Horizonte” celebra essas conexões, evidenciando como, ao longo do tempo, esses vínculos experimentaram tanto momentos de aproximação quanto de distanciamento. A mostra busca explorar a rica diversidade da arte latino-americana, ao mesmo tempo em que reflete sobre a influência mútua e as complexas relações que forjaram a identidade artística de ambos os mundos.

Curada por Mahara Martínez, a exposição coletiva apresenta uma seleção de obras de artistas latino-americanos que, através de diversos enfoques e meios, exploram a interseção entre a identidade cultural e as experiências pessoais. Os artistas Vero Murphy (Argentina), Mariana Tocornal (Chile), Larry Gonzalez (Cuba), Julia Retz (Brasil), Camila Bardehle (Chile), Nestor Arenas (Cuba), Evelyn Sosa (Cuba) e Renato Almeida (Brasil) oferecem, com suas obras, uma visão única que questiona e reinterpreta o ambiente natural e urbano a partir de uma perspectiva crítica e poética.

A exposição integra o projeto intitulado “Sentidos e sons de uma ilha”, que durante o mês de setembro incluirá eventos de música, exposições, palestras, literatura e cinema cubano.

Em cartaz até 05 de outubro.

A síntese da obra de Bob Wolfenson

05/set

A Galeria Mario Cohen, Jardim Europa, São Paulo, SP, apresenta em exibição a mostra “Instante Construído”, individual de Bob Wolfenson.

Ao longo de uma carreira, Bob Wolfenson, em mais de 50 anos se consolidou como um dos principais fotógrafos brasileiros. Transitando entre diversos gêneros, como fotografias autorais, retratos e editoriais de moda. Esta exposição apresenta uma síntese deste vasto percurso na fotografia.

Para J.R.Duran, que assina o texto crítico, “Bob Wolfenson sabe muito bem que a fotografia não é sobre a coisa fotografada; é sobre como aquela coisa aparece fotografada”. Nesta exposição, dentre o grande acervo de Bob Wolfenson, o foco está nas fotografias de moda. J. R. Duran também comenta que “As fotos de moda de Bob Wolfenson não saem de moda. É uma caraterística ímpar.” Para Bob Wolfenson, a fotografia de moda precisa de uma imersão, as sessões duram horas até chegar ao resultado esperado, a cena que se concretiza no que o artista chama de o “instante construído”.

German Lorca mestre da fotografia

26/ago

A exposição “German Lorca, Mestre da Fotografia” resgata a trajetória artística do fotógrafo, reconhecida nacional e internacionalmente. Exibindo desde os seus primeiros trabalhos como fotógrafo amador, em 1947, a mostra conta com cerca de 160 fotografias, além de câmeras e outros itens pessoais. Até 27 de outubro no MON, Museu Oscar Niemayer, Curitiba, PR.

Com curadoria de Adriana Rede e José Henrique Lorca, filho do fotógrafo, a exposição é organizada em oito núcleos que evidenciam o olhar afetivo do fotógrafo para o mundo. Ao longo de sua carreira, German Lorca experimentou diversas modalidades de fotografia, desde o analógico ao digital, sempre mantendo sua linguagem única nas cenas que registrou.

“German Lorca é simplesmente um dos maiores nomes da fotografia brasileira”, afirma a secretária de estado da Cultura do Paraná, Luciana Casagrande Pereira. “Nossa expectativa para esta exposição de Lorca no MON é de que ela será um marco para o Museu por conta da grandeza de sua trajetória, que merece ser vista, revista e conhecida pelo grande público aqui no Paraná”. Segundo a diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer, Juliana Vosnika, a mostra nos faz viajar no tempo e no espaço. “São imagens geniais que têm poesia, que tocam e inspiram, que permitem um diálogo silencioso com cada visitante”. Ela comenta que, “com essa exposição, o MON confirma sua vocação de, entre outras vertentes artísticas, colecionar e expor fotografias, levando-as até o imenso e interessado público espectador”.

Dividida em núcleos, a exposição compreende a retrospectiva de sua obra, incluindo desde seus primeiros trabalhos como fotógrafo amador, em 1947. São cerca de 160 fotografias, além de câmeras e outros itens pessoais. A mostra percorre a trajetória de Lorca como artista e profissional na fotografia, por mais de 70 anos, com excepcional dedicação, conquistando diversas premiações e reconhecimento, no Brasil e no exterior.  “Sua obra compõe um grande recorte da história da fotografia brasileira, acompanhando um novo movimento, uma nova forma de expressão fotográfica e o alvorecer de uma estética moderna na nossa fotografia brasileira”, informam os curadores.

Os oito núcleos que compõem a exposição são: “Lorca na coleção do MoMA”, “Primeiros tempos: Foto Cine Clube Bandeirante”, “Um olhar livre”, “E fez-se a cor”, “New York e seus personagens”, “A geometria das sombras”, “Sobreposição do tempo” e “O Mago dos Anúncios”.

Sobre o artista

German Lorca nasceu em São Paulo, SP (1922-2021) foi um dos poucos a vivenciar de modo pleno a fotografia, em suas mais diversas modalidades: de amador a profissional, do analógico ao digital, das câmeras aos smartphones. Com uma visão peculiar sobre os mais variados temas, estabeleceu sua linguagem de maneira única. Sua obra faz parte dos mais importantes acervos do mundo, como o do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), entre muitos outros. Sete de suas fotografias fazem parte da coleção permanente do Museu Oscar Niemeyer. No final dos anos 1940, Lorca afiliou-se ao Foto Cine Clube Bandeirante, em São Paulo, hoje objeto de estudo internacional por seu vanguardismo. “Quando a fotografia moderna toma impulso e vem revolucionar a cena brasileira, ele se destaca com seus cortes e enquadramentos, tanto na captura da foto quanto no ato da revelação”, esclarecem os curadores.  German Lorca passou por uma fase chamada “concreta”, em que explorou planos inusitados e ângulos diferenciados. Na fotografia publicitária, foi pioneiro. Incessantemente atrás de novidades, com audácia nas buscas cromáticas, nos ângulos ousados e nos temas irreverentes e provocativos, conquistou o mercado publicitário, que se iniciava no Brasil. Com trajetória reconhecida, nacional e mundialmente, nunca parou. Seguiu com seu olhar atento, formando gerações de fotógrafos que se inspiraram, não só em sua técnica, mas em seu jeito afetivo de olhar o mundo. “Sempre atemporal, seguiu fotografando até os últimos dias de sua vida extraordinária”, explica a curadoria.

Diálogo entre artes

23/ago

Art Lab Foto & Circuito Contemporâneo explora a fotografia e a arte do handmade em exposição coletiva. Curadoria de Juliana Mônaco une fotografia, joias e objetos de arte em diálogo com a história da arte e as transformações culturais.

A Art Lab Gallery, Vila Madalena, São Paulo, SP,  apresenta a exposição coletiva “Foto & Circuito Contemporâneo”, com a participação de 55 artistas, em uma homenagem ao Dia Mundial da Fotografia. A mostra reúne uma diversidade de expressões artísticas, destacando a fotografia como protagonista. A exposição celebra o poder da fotografia em capturar e refletir as transformações culturais, tecnológicas e sociais da contemporaneidade. Juliana Mônaco, em sua curadoria, selecionou uma variedade de obras que transita entre o tradicional e o inovador, desde registros documentais até experimentações abstratas, evidenciando a evolução da prática fotográfica ao longo do tempo, estabelecendo um paralelo com a história da arte e suas respostas às mudanças da sociedade.

O espaço dedicado à fotografia na mostra se torna um ambiente de diálogo intergeracional, onde novos talentos encontram-se com mestres consagrados, criando um circuito de troca e aprendizado contínuo. Essa pluralidade de olhares e técnicas oferece uma perspectiva abrangente do cenário fotográfico atual, refletindo as diversas maneiras como a fotografia continua a moldar e ser moldada pelo contexto cultural. Além da fotografia, a exposição também abre espaço para outras linguagens artísticas. Joias e obras de arte de suportes diversos como pintura, aquarela, criteriosamente selecionados, complementam a mostra. Esta integração reforça a proposta de Juliana Mônaco de expandir a compreensão da arte contemporânea, conectando diferentes práticas artísticas e oferecendo ao público uma experiência multifacetada.

“Foto & Circuito Contemporâneo” convida o espectador a explorar as interseções entre fotografia, design e arte, revelando as múltiplas possibilidades que emergem da interação entre essas disciplinas. A exposição reafirma o compromisso da Art Lab Gallery com a promoção de um circuito criativo dinâmico e inclusivo, que valoriza tanto o novo quanto o estabelecido, em um contínuo diálogo com a história da arte.

Foto & Circuito Contemporâneo

Curadoria: Juliana Mônaco

Artistas: Adriana Kling, Adriana Piraíno Sansiviero, Amanda Rigobeli, Arsenio Gallinaro Filho, Barrieu, Bernarda Ergueta, Bruno Góes, Carlos Sulian, Carol Lavoisier, Crys Rios, Dani Braido, DMs Tring Art, Emanuel Nunes, Evandro Oliveira, Felipe Manhães, Flavio Ardito, Gabi Castejon, GERMANO, Graça Tirelli, Gray Portela, GUS, Heitor Ponchio, Jorge Herrera, Juliana Rimenkis, Junior Aydar, Leo Fonteviva, Lena Emediato, Lidiane Macedo, Luciano Alarkon, Luh Abrão, Luiza Whitaker, Margareth Stewart, Maria Bertolini, Maria Eduarda Comas, Marina Nasser, Mari Kirk, Maurizio Catalucci, Pakatatu, Paola Lazzareschi, Patricia Falàbella, Rapha Mais, Rebeca Bedani, Ricardo Massolini, Ricárddo P. Pínto, Roger Mujica, Suzy Fukushima, Tomaz Favilla

Designers: Boreale, Liló, Marcelo Lopes, Sadhana Joias, Stella Abreu, Vivian Victor.

Abertura: 24 de agosto, sábado, das 16h às 18h

De 27 de agosto a 7 de setembro.