Uma exposição para Lita Cerqueira.

22/nov

Para celebrar os 50 anos do trabalho da Lita Cerqueira, a primeira fotógrafa negra profissional do Brasil, a CAIXA Cultural Salvador, BA, inaugurou, uma exposição que reúne as principais obras da artista que retrata a cultura e a vida do povo negro no país. A visitação é gratuita e ocorre até o dia 20 de dezembro.

A mostra “O Povo Negro é o Meu Povo – Lita Cerqueira, 50 Anos de Fotografia”, organizada em sete núcleos curatoriais, destaca temas como ancestralidade e pertencimento, refletindo a perspectiva única de Lita Cerqueira como uma mulher negra e sua profunda conexão com o cotidiano e as histórias que eterniza através de suas lentes. Com um acervo de mais de 50 mil imagens, com obras em preto e branco de uma das mais ecléticas produções fotográficas do fim do século XX e início do XXI.

“Lita não apenas observa o mundo; ela o vive intensamente. Seu trabalho é um reflexo de sua própria história e das histórias daqueles que ela imortaliza através de suas lentes”, destaca Janaína Damaceno, curadora da mostra. Para Lu Araújo, que assina a coordenação geral, as fotos são manifestações de alma. “Ela consegue capturar a essência de cada pessoa, cada momento, com uma sensibilidade única. Lita é uma guardiã da memória do nosso povo”, afirma.

Em “O Povo Negro é o Meu Povo – Lita Cerqueira, 50 anos de fotografia”, a artista compartilha com o público não apenas imagens, mas uma narrativa visual que resgata a ancestralidade e celebra a cultura negra. A exposição é um convite para reconhecer e valorizar a beleza e a força de um povo que, através das lentes de Lita Cerqueira, ganha visibilidade e respeito, além de pertencimento e resistência.

Eixos da Exposição:

O primeiro eixo da exposição é “Andar com fé”, que retrata o sagrado afro-brasileiro. No segundo, “Para o mundo ficar Odara”, o destaque é a beleza negra. Em “Zum zum zum”, as fotos são das rodas de copeira, enquanto em “Vou fazer minha folia”, o tema é o Carnaval. No quinto eixo, “Filhas de Oxum”, a artista captura a espiritualidade e ancestralidade das festas populares. Já em “Doces Bárbaros” e “Atraca que o Naná vem chegando”, estão os momentos intimistas nos quais a fotógrafa acompanhou grandes nomes da música popular brasileira, como Gilberto Gil, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa. Atualmente, a artista participa da exposição “Quilombo: vida, problemas e aspirações do negro”, em Inhotim, parte integrante da mostra dedicada a Abdias Nascimento. Também está nas mostras “Lélia em Nós”, no Sesc Vila Mariana em São Paulo, “Encruzilhadas da Arte Afro-brasileira” no CCBB de Belo Horizonte e na exposição itinerante “O que vem de dentro”, de Diógenes Moura.

Fonte: Mundo Negro

Fotografias de José Manuel Ballester.

Artista de renome com obras que integram coleções de importantes instituições mundo afora, José Manuel Ballester encerra o calendário de exposições do Instituto Cervantes  de São Paulo, Avenida Paulista, em 2024. “Maravilha”, mostra de fotografias com curadoria de Juan Manuel Bonet. José Manuel Ballester realiza um percurso visual e arquitetônico por algumas das principais metrópoles do Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Brasília. Através de fotos capturadas em diversas viagens pelo país, desde 2007, José Manuel Ballester convida o visitante a contemplar paisagens urbanas e espaços pelo seu olhar refinado e poético, destacando as peculiaridades de cada uma dessas cidades retratadas. Este projeto sucede outras duas exposições: “Fervor do Brasil”, realizada na Casa de América em 2019, e uma anterior, na Pinacoteca do Estado de São Paulo em 2010, quando foram apresentadas apenas fotografias da cidade de São Paulo.

Sobre o artista

José Manuel Ballester nasceu em 1960 em Madrid, pintor e fotógrafo. Licenciou-se em Belas Artes em 1984 pela Universidade Complutense de Madrid e recebeu diversas pemiações como o Prêmio Nacional de Gravura em 1999. Prêmio Goya de Pintura Villa de Madrid e, posteriormente, em 2008, o Prêmio de Fotografia da Comunidade de Madri. Prêmio Nacional de Fotografia 2010. Prêmio Lifetime Achievement da Enaire Foundation 2023. Sua carreira artística começou na pintura com um interesse especial pela técnica das escolas italiana e flamenga dos séculos XV e XVIII. A partir de 1990, começou a combinar pintura e fotografia. Entre as suas inúmeras exposições destacam-se “Lugares de Passagem” (Valência 2003), “Setting Out” (Nova Iorque 2003) ou “Sala 523” (Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid 2005), “Fervor de Metrópolis” (Pinacoteca del Estado de São Paulo 2010), “Abstração na Realidade”, Sala Alcalá 31 (Comunidade de Madrid 2011), “Espaços Ocultos” na Academia de Espanha em Roma (2012), Edifício “Bosques de luz” Tabacalera, Madrid (2013) e recentemente “Allumar” Museu da Electricidade (Lisboa 2015) e “Museos en Blanco” na Ivorypress Gallery (2015). “Bilbao 2020-05-15” no Museu Guggenheim de Bilbao (2020) e “Hidden Spaces 2007 2020” no Museu da Nova Jerusalém em Moscou. Coletivamente, ele expôs em inúmeras ocasiões na ARCO, ART CHICAGO, ART FORUM BERLIN, PARISPHOTO e ART MIAMI, além de outras cidades como Nova York, Dallas, São Paulo, Dubai, Pequim, Xangai, Toronto, entre muitas outras. Suas obras fazem parte das coleções do Centro de Arte Reina Sofia (MNCARS), Museu Marugame de Arte Contemporânea Espanhola no Japão, IVAM em Valência, Museu de Arte Pérez e Fundação de Arte Cisneros Fontanals em Miami, Academia Central de Belas Artes em Pequim, Patio Herreriano em Valladolid, Museu do Século 21 em Kentucky, Museu Würth em Logroño, Fundação Telefónica, Banco Espírito Santo de Lisboa, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu Guggenheim de Bilbao, Coleção Iberdrola, Coleção Cristina Masaveu Peterson, Fundação Enaire, Fundação Engel, Museu de Arte Pérez, Fundação Coca Cola e Museu do Prado, entre outros.

Até 28 de fevereiro de 2025.

No Centro Histórico de Salvador.

14/nov

Depois de ganhar CEP baiano e abrir uma galeria de arte, o artista paulista Vik Muniz faz mais um investimento no Centro Histórico de Salvador, BA. Ele e Malu Barreto adquiriram um casarão, na Rua do Paço, no Santo Antônio Além do Carmo – mesmo bairro onde está localizada sua casa, – que funcionará como um espaço para agitos culturais já neste próximo verão. Na programação, estão previstas ações como almoço com música, rodas de samba, exposições, e outros eventos, sempre com o viés cultural. O espaço vai ganhar o nome de Casa Arara, o mesmo do camarote que Malu Barreto comandou até o último carnaval, na Avenida Marquês de Sapacuí, no Rio.

Reflexão através da Arte e da Cultura.

12/nov

A trajetória pessoal e trans sensorial pela trans culturalidade, presente nos grandes centros globais, se converte em uma experiência imersiva e inclusiva que integra realidade virtual e aumentada, fotografia, instalações sonoras, projeções, poesia e concertos, oferecendo uma rica paleta de sensações aos seus visitantes. O Projeto Transeuntis Mundi será apresentado na Cúpula do Caminho Niemeyer, em Niterói, de 15 a 17 de novembro, das 12h às 18h, durante o G20 no Rio de Janeiro e a entrada é gratuita.

Um dos principais desafios enfrentados por seus criadores – a brasileira Cândida Borges e o colombiano Gabriel Mario Vélez, ambos artistas e acadêmicos com grande experiência internacional – é convidar o público a explorar diferentes locais e épocas, estimulando uma reflexão profunda sobre o nosso espaço nesse mundo, por meio da Arte e da Cultura.

A Obra

Durante o festival, acontecerá a estreia mundial da exposição “Deriva Oikos”, que propõe uma metodologia artística e estética sobre a jornada humana e a migração, além do legado cultural e diversidade gerados por esses fenômenos. “Deriva Oikos” percorre o planeta, do Sul ao Norte, do Chile a Oslo, com a intenção de refletir sobre a vasta diversidade cultural e humana existente no mundo. A obra busca encantar o ser humano em sua “casa”, o planeta Terra – “Oikos”, termo grego que significa “casa, lar”. Através dessa vivência, almeja-se estimular o surgimento de uma nova consciência pela preservação do nosso espaço.

Salve Carmen!

No dia 15 será inaugurada a exposição urbana SALVE, CARMEN!, um mural que “vestirá” os tapumes de contenção do casarão, trazendo fotos de pessoas que se voluntariaram a serem fotografadas pela fotógrafa Renata Xavier caracterizadas com roupas e balangandãs contemporâneos semelhantes aos que a Pequena Notável imortalizou! Nesse dia haverá um happening, com DJ, pra revelação do mural, a partir das 16h.

Os Vizinhos no Arco do Teles, a Queerioca e o Centro Carioca de Fotografia inauguram a exposição urbana “Salve, Carmen!”, que veste o sobrado onde morou Carmen Miranda e sua irmã, Aurora, hoje em risco de desabamento. Os Vizinhos no Arco do Teles uniram forças para homenagear Carmen Miranda – um dos maiores símbolos da cultura brasileira e da cultura queer internacional – e, ao mesmo tempo, chamar a atenção para a valorização do patrimônio histórico do Rio de Janeiro.

“É triste ver o estado da casa onde morou Carmen Miranda, um símbolo do Brasil e um ícone imenso para a nossa comunidade LGBT. Uma casa que precisa urgentemente ser restaurada e, quem sabe, aberta para visitação. Por isso quisemos chamar a atenção para o local onde um dia morou a imensa Brazilian Bombshell”, explica Laura Castro, atriz, produtora, ativista pelos direitos LGBTQIAPN+ e gestora da Queerioca, ao lado da também atriz Cristina Flores.

Os ensaios fotográficos foram realizados pela fotógrafa Renata Xavier, diretora do Centro Carioca de Fotografia. Com apoio do diretor de arte Rui Cortez, os voluntários se vestiram com roupas e balangandãs contemporâneos semelhantes aos da artista que conquistou Hollywood (e o mundo) com seu estilo único e inconfundível, a partir dos anos 1930. Centro de referência de arte e cultura LGBTQIAPN+ no Centro do Rio de Janeiro, a Queerioca conta com uma curadoria residente multidisciplinar, que organiza as atrações fixas e flexíveis, gratuitas e pagas, junto com Laura Castro e Cristina Flores, as atrizes e ativistas fundadoras e gestoras do local. Nas searas das artes visuais, literatura e cinema estão o artista plástico Daniel Toledo, curador do espaço e da Feira Alvoroço, a Livraria Pulsa, focada em destacar a autoria de obras LGBTQIAPN+, os produtores e diretores de cinema Gabriel Bortolini e Breno Lira Gomes, que tocam o Cine Queerioca, promovendo mostras e exibindo semanalmente um vasto e relevante acervo de produções queer nacionais e internacionais.

Retrospectiva de Brígida Baltar.

11/nov

Poder capturar o impalpável, perseguir o intangível, subverter o óbvio, essas eram formas da artista carioca Brígida Baltar (1959-2022) ocupar espaços inesperados, reunindo em sua obra elementos do corpo, da natureza, das paisagens e da própria moradia. A exposição “Brígida Baltar: pontuações”, no MAR, Centro, Rio de Janeiro, RJ, permanecerá em cartaz até 05 de março de 2025, reúne cerca de 200 obras, perto de 50 são inéditas, produzidas por quase três décadas de atuação. Esta é a maior exposição institucional dedicada à artista e é realizada em parceria com o Instituto Brígida Baltar e a Galeria Nara Roesler. A mostra conta com curadoria de Marcelo Campos, Amanda Bonan e equipe MAR além do curador convidado Jocelino Pessoa. Seis obras de Brígida Baltar que fazem parte do acervo do Museu de Arte do Rio estão na mostra que apresenta fotografias, vídeos, instalações, esculturas e memórias textuais da artista.

“É a primeira exposição póstuma a reunir esse conjunto tão significativo de obras. A exposição tem esse nome: pontuações, porque ela parte dos escritos da Brígida. Ela tinha uma consciência muito grande de que era preciso organizar as obras, ela gostava muito de conversar sobre isso, então, num dos momentos ela passou a anotar tudo, ela foi dizendo como ela queria as escalas de impressão, quais obras deveriam ser refeitas e quais não. Muitas frases e reflexões da artista sobre as obras acompanham toda a exposição. Brígida foi uma artista de muito destaque no Brasil, uma artista como personagem de suas próprias fabulações, ela foi muito importante para a fotoperformance, videoperformance, ela influenciou muita gente em muitos lugares do país”, afirma o curador Marcelo Campos.

Dividida em duas salas, a exposição apresenta as séries produzidas por Brígida Baltar: no primeiro espaço são exibidas as suas relações com a casa e a família, já na segunda sala são apresentadas as fabulações da artista. Toda a exposição foi concebida, produzida e montada com profissionais que tiveram vínculos com Brígida Baltar.

Exposição de Gian Gigi Spina.

08/nov

O Ateliê397, Higienópolis, São Paulo, SP, anuncia para o dia 30 de novembro a exposição Não desperdice o bilhete, individual de Gian Gigi Spina com curadoria de Juliana Caffé. A mostra tem como ponto de partida dois vídeos relativos ao período em que o artista morou entre a Palestina, o Líbano e a Jordânia. Jordão (2019) desenvolve um polivalente retrato do Rio Jordão, mesclando imagens de satélite, de arquivo e outras, captadas pelo próprio artista.

O filme expõe a forma como o rio foi gradualmente formado e usado através dos séculos para a construção de identidades e crenças, e para a manutenção do projeto colonial israelense. Sobre Bandidos (2024), trata da crise econômica ocorrida no Líbano em 2022, que levou a uma onda de assaltos a bancos realizados pelos cidadãos, com o intuito de recuperar o seu próprio dinheiro, que havia sido confiscado. Foram reunidas entrevistas com os depositantes Sally Hafiz, Bassam El-Sheikh, Abdallah El-Saii e a teórica crítica Nadia Bou Ali, junto com imagens de arquivo e material de TV. “Assalto a banco é uma iniciativa de amadores. Profissionais de verdade fundam um banco.” A frase de Bertolt Brecht é a linha condutora para refletir sobre a situação do Líbano no momento.

A exposição Não desperdice o bilhete, cujo título faz referência ao poema “Travel Tickets” do autor palestino Samih al-Qasim, busca produzir uma aproximação do público brasileiro à situação da Palestina e do Líbano, complexificando a conjuntura que é exibida cotidianamente na mídia. Na abertura haverá uma conversa com Juliana Caffé e Gian Gigi Spina, na qual abordarão os vídeos e a experiência do artista.

De 30 de novembro até 14 de desembro.

Arte contemporânea saudita.

A primeira exibição coletiva itinerante de arte contemporânea saudita inicia sua jornada mundial no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, a partir do dia 13 de novembro.

A mostra, que no Brasil terá o nome de “Iluminações Poéticas”, traz à luz a História da Arábia Saudita tecida em termos artísticos e enriquecida pelas questões do presente.

Guanabara, o abraço do mar.

07/nov

A FGV Arte, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, com apoio da Água dos Rios, exibe sua quarta exposição, intitulada “Guanabara, o abraço do mar”, com curadoria de Paulo Herkenhoff, Luiz Alberto Oliveira e Marcus Monteiro. A exposição conta com a presença de importantes nomes do segmento. A nova coletiva expõe os diversos aspectos ecológicos, culturais e sociais de um dos importantes cartões-postais da cidade carioca e do Brasil.

Mostra apoiada pela concessionária reúne peças históricas, como um óleo sobre tela de Tarsila do Amaral e 40 obras da coleção de Sérgio Fadel. Das belas paisagens do entorno da Baía de Guanabara pintadas no início do século XIX a colagens com fotos atuais da vida cotidiana em comunidades que a rodeiam, reúne mais de 200 obras de cerca de 100 artistas.

“Guanabara, o abraço do mar” é sobre um lugar que reconhecemos que tem muitas dimensões, é onde as primeiras sociedades, os povos originários, moraram. A mostra vai expor não somente o aspecto cultural e as paisagens, mas, também, os fatos interessantes que ocorreram nesse processo”, explica o curador Paulo Herkenhoff.

A exibição “Guanabara, o abraço do mar” permanecerá em cartaz até 27 de fevereiro de 2025.

No Inhotim.

28/out

Rivane Neuenschwander, Tangolomango

Na Galeria Mata, a artista belo-horizontina Rivane Neuenschwander apresenta a mostra individual “Tangolomango” (2024). Cartaz atual do Inhotim, Brumadinho, MG. A panorâmica “Tangolomango” tem curadoria de Júlia Rebouças, Beatriz Lemos e Douglas de Freitas.

A mostra reúne obras em diversas linguagens – como pintura, fotografia, instalação e vídeo – e de diferentes décadas, que se atualizam nas pesquisas mais recentes da artista, ao lidar com questões relativas à infância, história, ecologia e política.

Alguns dos trabalhos apresentados são: V.G.T. (Ame-o ou deixe-o), J.B. (Piracema: uma transa pós-amazônica), Trôpego Trópico, Eu sou uma arara, O Alienista, Alegoria do Medo, Caça ao fantasma, WAR, Cabra-cega, Zé Carioca e seus amigos e Andando em Círculos.

No acervo do Inhotim, Rivane Neuenschwander apresenta, desde 2009, Continente/Nuvem, instalada em uma casa que preserva parte da história do Inhotim em seu território. Datada de 1874, ela é uma das construções mais antigas da região, remanescente da fazenda que existia no terreno onde hoje funciona o museu.

“Tangolomango” conta com a Vale como Mantenedora Master e com o Patrocínio Ouro da CBMM, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.