Rio Colors na New Creatrors

04/abr

Pela primeira vez, a Alpha’a, plataforma que tem à frente Manuela Seve e Renata Thomé, e que possibilita conexões diretas entre artistas e o público, apresenta em São Paulo, na New Creator´s, Cerqueira César, São Paulo, SP, uma exposição de artistas de sua comunidade. Esta mostra trás trabalhos de oito artistas brasileiros que colaboram com o projeto e que já tiveram os seus trabalhos selecionados e reproduzidos como múltiplos.

O grupo tem caráter heterogêneo, reúne indivíduos com formações, estilos e perspectivas diversas, como o advogado Felipe Bretz que participa de sua primeira exposição, até artistas mais experientes como Gabriela Noujaim, que participou da Bienal do Porto, Portugal, no ano passado.  No entanto, o que unifica este grupo é o talento incontestável de cada indivíduo, reconhecido não apenas por aqueles profissionais envolvidos na curadoria da exposição mas também através do voto popular.

 

O evento ocorre através de uma parceria firmada com o espaço conceito New Creators.

 

 

Sobre os artistas

 

Clara Diegues é arquiteta formada. Em 2013 começou a desenvolver outra forma de se expressar para além dos desenhos técnicos.  Com referências do ready-made e da Pop Art, seus registros do “efêmero, mutante e trivial” são a matéria prima de seu ainda recente trabalho, experimentações em constante autodescoberta.

 

Cynthia Dias é fotógrafa e ilustradora. Após passar pelo curso de História da Arte na Universidade de Coimbra, entre 2010 e 2012, se utiliza das bases firmada na artes clássicas e na cultura popular para produzir um imaginário que reflita uma visão de mundo em que o lúdico e o terreno se fundem.

 

Duca Bretz é advogado. Desde 2009 adotou a pintura “…como aparelho para desligar a mente do trabalho, após às 20h”. O dom surgiu nas reuniões de trabalho com “rabiscos” em papel. Hoje são mais de 400 obras de todo o tipo, diversificadas entre aquarela, pinturas com carvão vegetal, canetas e lápis.

 

 
Gabriela Noujaim e uma jovem artista que vem desenvolvendo o seu trabalho paulatinamente, desde o desenho, a gravura e objetos de cunho conceituais até a performance. Imagens, indumentária e força física são alguns ítens para os quais ela aponta e sobre os quais se debruça para reelaborar mensagens e resinificar as ações circenses.

Helio Mello Vianna tem uma formação multidisciplinar. Passou pelas áreas de Relações Internacionais, Produção Cultural, Cinema e é claro, Artes Visuais. Aluno bolsista da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, passou pelos programas de Fundamentação, Concepção e Desenvolvimento, dando ênfase em Pintura e Interfaces Contemporâneas.

 

Ju Martins fotografa por causa do seu desejo de congelar e eternizar momentos incríveis que a vida pode oferecer. Leva a vida sempre conectada a natureza, o que transparece na sua arte através do uso constante da luz natural. Ju Martins se diz”… apaixonada pelo abstrato, pelo movimento das coisas e pessoas e, principalmente, pelas cores fortes e contrastantes do mundo”.

 

Milton Antunes começou a se aprofundar mais e mais na fotografia, uma paixão antiga mas nunca levada a prática, após sofrer uma lesão medular quando tinha 17 anos. Hoje, quase duas décadas depois, usa o seu tempo para contemplar e refletir sobre as coisas ao seu redor, usando a sua arte para ajuda-lo a “construir (seu) castelo com as pedras que eu cat(ou) pelo caminho.”

 

Renato Wrobel é fotografo. Trabalha como freelancer para revistas e grandes empresas. Formado em jornalismo pela Universidade e em fotografia pelo Ateliê da Imagem, Escola da Imagem e London Media Academy.

 

Rodrigo Oliveira conta que é “…nascido e criado na vibrante cidade do Rio de Janeiro, desde pequeno me treinei à estar atento a tudo que acontecia ao meu redor. À partir do momento que adquiri meu primeiro aparelho fotográfico comecei a catalogar tudo que me chamava atenção. Minha missão como fotógrafo é encontrar beleza no despercebido e a compartilhar com o mundo. Aqueles momentos mágicos do dia-à-dia que são ignorados; desde as almas caridosas de pessoas à delicadeza da natureza. Tenho como missão agradecer ao Universo por ser tão generoso comigo eternizando em fotografias a magnificência de sua própria criação”.

 

 

De 02 de abril a 1º de maio.

Subject Matters II

24/mar

A Dream Box, creative lab sediado no Brooklyn, NY, com curadoria de Juliana Leandra e produção de Juliana Moura, realiza a exposição pop up de fotografia “Subject Matters II” no Double 6 Studio, em Greenpoint/ Brooklyn, com 25 registros de diferentes olhares.

 

A segunda edição do projeto, fiel ao formato original com quatro edições previstas para o ano, convida 6 fotógrafos que atuam em cidades diferentes do mundo, a registrar perspectivas, estéticas e temas distintos em seus trabalhos. Felipe Morozini, Mari Juliano, Mariana Maltoni, Shannon Wolf, Tekla Evelina Severin e William Baglione respondem, com criações autorais, a questão apresentada: “Why subject matters?” (“Por que a temática é importante para você?”).

 

Trajetórias e influências únicas fazem com que os artistas, que atuam em diversos segmentos, tais como moda, fotojornalismo, abstrato e outros utilizem estilos e técnicas diferenciadas oferecendo resultado harmônico, mas imprevisível. A abordagem de cada criador à temática de suas obras é documentada em um zine, com design do diretor de arte Paulo Sabatini. Cópias do zine serão distribuídas durante o período da exposição. Após o encerramento, estarão disponíveis no site do Dream Box.

 

Subject Matters II vem consolidar a proposta da Dream Box em solidificar a conexão das cenas artística e cultural entre Brasil e Nova York, “conectando comunidades de artistas e criativos daí e daqui”, como definem as sócias Juliana Leandra e Juliana Moura.

 

A procura pelo próprio elemento, várias interpretações e temáticas individuais são o destaque em mostra “Pop Up” de fotografia

 

Quando:  Local – Double 6 Studio, 66 Green Street – Greenpoint, Brooklyn, NY – 11222 – US/Coquetel – sábado, 26 de março, das 17:00 – 21:00

Individual de Alex Ferro

15/mar

A exposição “O Vale dos Reis”, de Alex Ferro, com curadoria de Marco Antonio Teobaldo, entra em cartaz no Gabinete de Fotografias do Centro Cultural da Justiça Federal, Centro, Rio de Janeiro, RJ. O acervo de vinte obras apresentado na mostra é o resultado de quatro anos de incursões em cerimônias de Candomblé, realizadas pelo artista e o curador.

 

Em agosto de 2012, o fotógrafo teve a oportunidade de realizar o seu primeiro ensaio sobre as celebrações realizadas em um dos terreiros de Candomblé mais tradicionais do Rio de Janeiro, situado em Santa Cruz da Serra. O Ilé Asè Atará Magbá Iyá Omindarewá foi criado em 1973 pela Iyalorixá Gisèle Cossard Binon, nascida no Marrocos e criada na França, com título de doutora em Antropologia pela Universidade Sorbonne.

 

Alex Ferro vem registrando, desde então, diversas celebrações e cultos sagrados e experimentando técnicas e equipamentos capazes de traduzir tamanha riqueza que se colocava diante de seus olhos. Recentemente, suas obras da série “Santo Forte” foram exibidas no Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos, IPN, na Região Portuária do Rio de Janeiro, e posteriormente na Firehouse Plaza Art Gallery, em Nova York.

 

Em “O Vale dos Reis”, algumas imagens são ampliadas de modo que estes personagens ganham aspectos de verdadeiras divindades ostentadas pelas grandes dimensões que são apresentadas. Ao passo que outros registros, são dispostos em formatos menores (100 X 80 cm e 80 X 60 cm), convidando o visitante a aproximar-se fisicamente das obras. O recorte curatorial escolhido para esta exposição é sobre as celebrações protagonizadas pelo orixá Xangô, em dois momentos diferentes: na Fogueira Xangô e na Saída de Yawô, por isso, estão agrupadas e dispostas em ambientes distintos. Enquanto na Fogueira encontramos a celebração noturna, em que os orixás demonstram o seu domínio sobre o fogo, na Saída de Yawô a luz do dia revela parte dos bastidores da cerimônia, e a iniciação de uma criança de 3 anos de idade.

 

Flavio Lazarino, artista visual e sonoro foi convido a criar uma instalação com gravações recentes de mensagens de bênçãos enviadas por aplicativo de telefone celular, do terreiro para o grupo de seus filhos, remixadas com sons da natureza e canções em Yorubá.

 

De acordo com o curador, Marco Antonio Teobaldo, este trabalho reverencia a cultura brasileira e suas raízes, a partir da visão do artista sobre uma das manifestações populares mais expressivas no Brasil, no contexto da fé e respeito à ancestralidade, que adquire um impacto ainda maior dentro do Centro Cultural da Justiça Federal. Trata-se também da bravura e a força de um povo, que ainda luta contra o preconceito, a intolerância religiosa e reivindica o direito de exercer livremente a sua fé. E ainda, apresenta-se como a primeira grande homenagem a Iyálorixá Gisèle Cossard Binon, falecida recentemente.

 

Kawó Kabiesielé!!! É a saudação feita a Xangô e significa: venha ver o Rei descer sobre a Terra!

 

 

De 16 de março a 24 de abril.

Gabriel Wickbold registra mulheres

09/mar

O fotógrafo Gabriel Wickbold reuniu mais de 50 mulheres em um ensaio contra o machismo. Intitulado “Antes nua do que sua”, o projeto teve a participação de algumas mulheres famosas, como Didi Wagner, Fernanda Paes Leme e Carol Bittencourt. Esta foi sua forma de homenagear o Dia Internacional da Mulher

 

Os cliques, todos em preto e branco, foram feitos na casa de Gabriel, em São Paulo, com luz natural e sem usar Photoshop. Dessa forma, o fotografo pode encontrar um momento tranquilo para desvendar o universo de cada mulher. A série fotográfica foi divulgada pelo Instagram , ao lado de frases sobre o empoderamento feminino, como “Não se nasce mulher: torna-se”, da escritora francesa Simone de Beauvoir.

 

O fotógrafo explica mais sobre o ensaio: “As fotos falam muito sobre a independência da mulher em relação a sua próprio corpo. As situações abordam a ideia de que homem nenhum pode ter direito sobre o corpo da mulher”.

 

 

O Que: Série @antesnuadoquesua

Quem: Gabriel Wickbold

Quando: 8  a 28 de março de 2016

Como:  Instagram – @antesnuadoquesua

 

Na Marcelo Guarnieri

A exposição coletiva apresentada na Galeria Marcelo Guarnieri, Jardins, São Paulo, SP, explora os aspectos encontrados na produção de artistas que tratam do gênero “Natureza-morta”. A mostra não se dedica a traçar um compêndio de artistas que trabalham ou trabalharam com o tema, mas em realizar um recorte específico dentro da produção de Ana Sario, Eleonore Koch, Flávia Ribeiro, Gabriela Machado, Iberê Camargo e Masao Yamamoto. Através da interseção de práticas diversas – pintura, desenho, escultura e fotografia – são exibidos alguns caminhos e interpretações a partir da tradição pictórica.

 

 

Sobre os artistas e a exposição

 
A exposição se inicia com Iberê Camargo (1914 – Restinga Seca, RS, Brasil / 1994 – Porto Alegre, RS, Brasil) e seu interesse por objetos prosaicos – carretéis e dados – que aparecem nas obras do artista como o elemento central, tudo gira em torno dessa busca em esgotar a imagem, de trazer para o plano a memória de infância e dar aos objetos um privilégio de existência.

 

No mesmo sentido, Eleonore Koch (1926 – Berlim, Alemanha) toma como assunto prosaicas estruturas contemplativas – vasos, flores, mesas, cadeiras – com as quais, a artista sacraliza tais narrativas, como bem aponta  Theon Spanudis em correspondência com a artista: “(…) Eleonore sacraliza os objetos de uso diário. Contra a nossa mania profana de usar tudo como objeto de imediato consumo, ela reganha para o simples objeto sua dimensão sacral. Os amplos espaços sensíveis (que não são os espaços vazios e mortos dos matemáticos e cientistas), fazem parte integral de sua intenção de ressacralizar o objeto perdido no fluxo constante do consumo mecânico. Uma secreta poesia emana dos seus coloridos, objetos, configurações estranhas e seus espaços amplos e humanos.”

 

Flávia Ribeiro (1954 – São Paulo, Brasil) apresenta esculturas da série “Campos de acontecimentos e aproximações”, onde objetos de madeira e de bronze banhados a ouro são dispostos em cima de mesas de gesso. Uma composição onde a ordenação se dá pelos conjuntos de materiais com pesos, formas e funções díspares, todo o conjunto se aproxima de um desenho concebido no espaço, quase como um campo lunar.

 

Ana Sario (1984 – São Paulo, Brasil) exibe uma série de pequenas pinturas a óleo produzidas nos últimos meses, a escala diminuta do trabalho aproxima o espectador da imagem. A artista retrata com pincelada espessa um universo prosaico e interiorano – pato, árvore, varal, casa – há um embate entre a sutileza da cena retratada e a matéria densa da tinta. As pinturas se apresentam como frames de uma cena panorâmica.

 

Gabriela Machado (1960 – Joinville, SC, Brasil) tem realizado nos últimos anos esculturas em porcelana que, paralelo a produção pictórica, tem exibido seu interesse pela natureza em outras formas de execução. Os mesmos elementos encontrados nas pinturas aparecem nas esculturas – cor, gesto, camada – e principalmente a curiosidade da artista pelas possibilidades do material.

 

Masao Yamamoto (1957 – Gamagori, Japão) tanto na série “A Box of Ku” quanto “Nakazora” coloca em primeiro plano o ordinário, que se revela em sua produção sempre como algo de extrema importância. A partir de um olhar não ocidental o artista capta o que escapa aos olhos, o que sempre esteve lá e nunca foi percebido – penas, pedras, pratos são retratados com sutileza e poesia.

 

 

Até 30 de março.

Visão Fontana no IBEU

02/mar

No dia 08 de março será inaugurada a exposição individual “Visão Fontana”, de Bruno Belo, artista selecionado através do edital do Programa de Exposições Ibeu. A mostra, que acontece na Galeria de Arte Ibeu, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, tem curadoria de Bruno Miguel.

 

Em “Visão Fontana”, Bruno Belo reúne um recorte da sua produção recente. A mostra apresenta trabalhos em tela e papel, em grandes e pequenas dimensões, executados com tinta a óleo, acrílica, aquarela e pó de grafite, todos inéditos. As obras apresentadas são o resultado de um trabalho desenvolvido a partir das inter-relações e reordenação de fragmentos de imagens, textos, apropriações, referências cinematográficas e da fotomontagem, expondo “camadas” da poética do artista.

 

A pintura se revela gradativamente em uma imagem pouco referencial. A ideia não é reproduzir o visível, mas entorná-lo neste meio pictórico, de cores lavadas, permitindo que imagens extraídas de fontes dessemelhantes possam se fundir em um processo de sobreposição de camadas e transparências.

 

“A construção do trabalho deriva da ideia de ‘Cut Up’, de W. S. Burroughs, e surge a partir de um processo de constantes projeções de imagens sobre a tela, utilizando um equipamentos antigo de 100mm, e também fotografias extraídas de fontes diversas, gerando assim novas possibilidades e construções ao processo de pintura. Isto revela uma convergência que não é unívoca, não reproduz verdades, mas produz sentidos. As imagens se confundem à essa pintura, na qual ambas não dariam conta da experiência a que se referem”, conta Bruno Belo.

 

Enxergar as coisas por igual “moda ave”, como dizia Manoel de Barros ao falar sobre visão fontana, se aproxima do trabalho do artista através das mudanças de percepção e desconstrução de significados – permitindo que fragmentos e partes se relacionem, mimetismos, contágio… Não é para ilustrar a experiência, mas revelar a nova substância. A “consciência descrita por círculos”, em que a imagem é um desdobramento de camadas – é de outra natureza.

 

“A pesquisa de Bruno é madura, tecnicamente impecável, conceitualmente firme e arriscada ao não tentar se enquadrar nas características mais óbvias de nossa geração”, descreve Bruno Miguel, curador da exposição.

 

 

Sobre o artista

 

Bruno Belo nasceu no Rio de Janeiro, RJ, 1983. Vive e trabalha em Petrópolis/RJ. Artista, graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Santa Úrsula, teve sua formação artística através de cursos livres e pelo acompanhamento e orientação de Luiz Ernesto, João Magalhães, Anna Bella Geiger, Fernando Cocchiarale, Glória Ferreira, Bruno Miguel e Daniela Labra. Foi selecionado para os programas da EAV e do Governo do Estado – Aprofundamento 2011; e Projeto de Pesquisa 2012. Participou de exposições no Brasil e exterior, dentre elas: Bienal do Recôncavo (BA); Declaring Independence (Eric Fischl Gallery, Phoenix, USA); 45º Salão De Arte Contemporânea (Piracicaba,SP); 13º Salão Nacional De Arte (Jataí, GO).

 

De 08 de março a 08 de abril.

Roberto Alban exibe Pedro David

29/fev

O instigante e conceituado trabalho do fotógrafo mineiro Pedro David poderá ser visto em Salvador, bairro Ondina, Bahia, na exposição “Espiral Contínua”, na Roberto Alban Galeria. Integram a exposição 37 fotografias das principais séries desenvolvidas pelo artista em quase 20 anos de carreira. São imagens que tratam da relação do homem com o ambiente, seja natural ou urbano, e o vínculo dessa relação com as vivências pessoais do fotógrafo, um dos mais premiados da nova geração no país.

 

Entre várias conquistas, Pedro David exibe em seu currículo o Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger, o Prêmio Fundação Conrado Wessel de Arte, o XII Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, o Prêmio Itamaraty de Arte Contemporânea do Itamaraty e do Museu da República (duas edições), e o internacional Nexo Photo, da Espanha. Além disso, o fotógrafo realizou inúmeras mostras individuais e coletivas no Brasil e exterior e tem exemplares dos seus trabalhos em importantes coleções, como a do Musée Du Quai Branly (Paris/França), do Museu de Arte Moderna (São Paulo/Brasil)  e do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul.

 

Na exposição em Salvador, constarão fotografias da série “Madeira de Lei – Sufocamento” que, de tão fortes, receberam inúmeros prêmios, entre os quais o Conrado Wessel, o Poy Latam e o Prêmio Itamaraty de Arte.  Além disso, acabaram de ser selecionadas para a 16ª Bienal Internacional de Fotografia e Mixed Media Arts. O evento acontece no próximo mês de março no Texas (Huston/EUA) e girará em torno do tema “Olhando o futuro do planeta”. Foram escolhidos 32 artistas de nove países. Do Brasil, apenas dois: Pedro David e Vik Muniz (consagrado pelo documentário “Lixo Extraordinário”).

 

 

 

 De 03 de março a 04 de abril.

Natureza franciscana

26/fev

O MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo, Parque do Ibirapuera, Av. Pedro Álvares
Cabral, s/nº – Portão 3, São Paulo, SP, apresenta a exposição “Natureza franciscana”, uma noção contemporânea da relação colaborativa entre o ser humano e a natureza. Com curadoria de Felipe Chaimovich, a mostra é organizada a partir das estrofes do “Cântico das Criaturas”, canção escrita por Francisco de Assis, provavelmente entre 1220 e 1226, reconhecida como texto precursor das questões referentes à ecologia.

 

Para contemplar a linha de arte e ecologia, o curador selecionou artistas que utilizam elementos da natureza em suas produções, reunindo 18 obras da coleção do museu somadas a 19 empréstimos, totalizando 37 trabalhos que são exibidos em diferentes suportes como fotografia, desenho, gravura, vídeo,  livro de artista, instalação, obra sonora, objeto, escultura e bordado. “As obras originam-se de relações com os elementos descritos no Cântico: sol, estrelas, ar, água, fogo, terra, doenças e atribulações e, por fim, a morte”, explica Chaimovich, um estudioso da obra de Francisco de Assis há 15 anos.

 

 

Sobre a exposição

 

Dividida conforme os elementos citados na canção” Cântico das Criaturas”, de Francisco de Assis, a mostra começa com o sol representado pela fotografia em cores “Lâmpada”, de 2002, da artista Lucia Koch, ao lado das fotografias em preto e branco “The celebration of light”, de 1991, de Marcelo Zocchio, e dos 12 livros da série “I got up”, 1968/1979, do japonês On Kawara.

 

O elemento água é tematizado pelas fotografias “A line in the arctic #1” e “A line in the arctic #8”, 2012, do paulistano Marcelo Moscheta, e pelas obras relacionados ao projeto Coletas, da artista multimídia Brígida Baltar, que incluem imagens da série “A coleta da neblina”, entre 1998 e 2005, cinco desenhos em nanquim sobre papel de 2004, a escultura em vidro” A coleta do Orvalho” de 2001 e o vídeo “Coletas” de 1998/2005.

 

Em contraponto, o fogo é simbolizado pelo vídeo “Homenagem a W. Turner”, de 2002, de Thiago Rocha Pitta, e pelos vestígios de fumaça sobre acrílico e sobre papel feitos pela escultora e desenhista Shirley Paes Leme. O elemento ar fica a cargo da escultura “Venus Bleue”, do artista francês Yves Klein. As estrelas são apresentadas por meio de sete fotografias do alemão Wolfgang Tillmans. Representando a terra, são expostas 30 caixas de papelão cheias de folhas e galhos de árvore embalados em plástico, papelão e fotografias em cores, instalação feita em 1975, por Sérgio Porto, além do relevo em papel artesanal, de 1981, de Frans Krajcberg.

 

As doenças e atribulações são tematizadas pela instalação “Dis-placement”, 1996-7, de Paulo Lima Bueno: numa sala com mobiliário, frascos de remédio, rosas, lona, giz e tinta, o artista demonstra os caminhos percorridos por ele para alcançar e tomar todos os remédios para combater os efeitos da Aids, antes do surgimento dos coquetéis anti-HIV. A artista “Nazareth Pacheco” exibe série de fotografias em preto e branco, de 1993, que mostram a malformação congênita do lábio leporino, dentes, raio-x e objeto de gesso.
Por fim, a morte é representada pelo último tecido bordado por José Leonilson antes de falecer, em 1993. Permeando a exposição, a instalação sonora “Tudo aqui”, de 2015, da artista Chiara Banfi, alcança todo o espaço expositivo e abrange todos os elementos representados.

 

 

A palavra do curador

 

Francisco de Assis pode ser considerado fundador da ecologia. Para ele, o ser humano tem uma relação de colaboração com os elementos naturais: a natureza não é subordinada aos interesses humanos. Embora o ser humano se posicione como uma parte singular da natureza, os demais elementos devem ser tratados por nós como membros de uma só família universal.

 

Francisco de Assis escreveu uma letra de música com suas ideias: o “Cântico das Criaturas”. Desde jovem ele cantava trovas de amor em francês. Nos últimos anos de sua vida, escreveu o “Cântico” na língua de sua terra natal, na Itália; nele, os diversos elementos naturais e as fases da vida são acolhidos como irmãos e irmãs.

 

Depois da morte de Francisco de Assis, em 1226, os Franciscanos incentivaram um novo olhar para o universo, enxergando nele traços de uma mesma geometria que uniria o pensamento humano aos elementos naturais. Os Franciscanos incentivaram a descoberta da perspectiva a partir dos estudos da geometria da luz e, assim, o nascimento da arte fundada no desenho em perspectiva.

 

Reunimos aqui artistas que colaboram com elementos da natureza e da vida em seus trabalhos. As obras estão agrupadas conforme as partes do “Cântico” de Francisco de Assis: sol, estrelas, ar, água, fogo, terra, doenças e atribulações, morte. A relação entre arte e ecologia torna-se evidente ao compreendermos a posição fundadora de Francisco de Assis em nossa cultura.

 

Artistas convidados: Lucia Koch, Marcelo Zocchio, On Kawara, Marcelo Moscheta, Brígida Baltar, Thiago Rocha Pitta, Shirley Paes Leme, Yves Klein, Wolfgang Tillmans, Sérgio Porto, Frans Krajcberg, Paulo Lima Buenoz, Nazareth Pacheco, José Leonilson e Chiara Banfi.

 

 

De 27 de fevereiro a 05 de junho.

Fotos de Marich Devise

24/fev

A Galeria Aliança Francesa, Botafogo, Rio de Janeiro, exibirá a mostra “Paris – Rio Plages”, da fotógrafa francesa Marich Devise, ativista da fotografia social que usa a mídia fotográfica e o humor para criar laços entre membros das comunidades urbanas periféricas e abrí‐las à sociedade de consumo. A exposição apresenta cerca 22 fotografias realizadas em Paris e no Rio de Janeiro.

 

Marich Devise realiza um trabalho de documentação dos bairros e de seus moradores, com lógica de criação artística participativa. Esse pensamento deu luz a uma prática original do retrato de habitantes, inspirada em alguns fotógrafos africanos. Com a associação “Clichés Urbains”, a fotógrafa criou um conceito de estúdio móvel que pode ser instalado em espaço público, como existe na África. Assim, ela convida as pessoas a posar na frente de painéis representando outros cantos do mundo.

 

Esta exposição é o resultado da experiência em Paris e no Rio. “A ideia é oferecer a quem passar a possibilidade de tirar um retrato em frente a um cenário mostrando um outro lugar no planeta e instalado no espaço público, principalmente em Paris e no Rio de Janeiro”, afirma a fotógrafa.

 

A exposição da Galeria Aliança Francesa mostra o projeto de Marich Devise concretizado em 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil. O estúdio da fotógrafa foi primeiramente instalado na praia de Copacabana onde o público podia ser retratado em frente a uma foto do Canal de l ́Ourcq debaixo da neve. Da mesma maneira, o estúdio foi instalado em Paris (19º arrondissement) durante o verão de 2014 e dentro do programa Paris Plages, convidando o público a ser retratado em frente a uma foto da praia de Copacabana. Cada retrato de Devise é uma performance participativa e um convite a se afastar dos clichê̂s usando a ilusão cômica que um participante foi retratado na cidade de um outro.

 

O objetivo desta exposição é a criação de um vínculo entre Paris e Rio, assim como a documentação detalhada de momentos de vida de pessoas que vivem ou simplesmente passeiam nessas duas cidades maravilhosas.  “Além de serem divertidas, as imagens retratam e comparam duas sociedades (a francesa e a brasileira) que têm muito mais em comum do que podemos imaginar, começando com uma profunda mistura do povo. É uma maneira de lembrar que a verdadeira humanidade abraça suas diferenças”, conclui a fotógrafa francesa.

 

 

Sobre a artista

 

Marie-Charlotte Devise se formou em Fotografia – diferentes formatos, estúdio e pós-produção – em Paris na década de 2000, paralelamente a uma carreira profissional jurídica e a um percurso pessoal de vivência no Brasil.

 

Realizou as exposições: FotoRio 2015 – Ser Carioca; Um Novo Olhar (Zona Portuária, Rio de Janeiro) – 150 retratos em cores, grande formato, expostos ao ar livre no bairro de Santo Cristo; Vila Curial (Paris, bairro 19) – 50 retratos em preto e branco, grande formato, expostos ao ar livre na Residência Edmond Michele e Inside Out (Paris, bairro 19) – 15 retratos em preto e branco, grande formato, expostos ao ar livre rue Archereau. Ganhou o Prêmio das mulheres pelo desenvolvimento sustentável, Mondadori, em 2013.

 

 

De 10 de março a 28 de maio.

Processos criativos

23/fev

O Wesley Duke Lee Art Institute, São Paulo, SP, abre na Ricardo Camargo Galeria, Jardim Paulistano, a exposição coletiva Proces/sos Cri/ativos –  Ex/periência  com 15 jovens artistas convidados a vivenciar uma experiência única: produzir a partir de uma imersão no universo de Wesley Duke Lee. Com obras em suportes diversos como pintura, colagem, fotografia, gravura, serigrafia e projeção em slide, e curadoria de Patricia Lee, concretiza-se mais um dos sonhos do artista de poder transmitir às novas gerações seu conhecimento e influências.

 

Por um período de dois meses, com encontros semanais, os artistas frequentaram a instituição – uma casa/museu – e tiveram acesso aos livros, textos diversos, fotografias, filmes, desenhos, livros, objetos e obras, podendo assim captar o artista em sua  essência. Como comentava Wesley Duke Lee, sua casa era ele mesmo virado de dentro para fora. Muitos artistas utilizaram referências do Grupo Rex, do qual Wesley Duke Lee foi um dos fundadores, que oferecia um contraponto combativo e bem-humorado ao mercado de artes, na década de 1960. Essas referências estão agora disponíveis na biblioteca do WDLAI.

 

A possibilidade de imersão no universo de Wesley Duke Lee é um dos objetivos do Instituto e um dos sonhos do artista, coordenado por sua sobrinha, Patrícia Lee: fazer circular seu conteúdo cultural e informativo na sociedade. Grande parte dos materiais já está à disposição de estudantes, pesquisadores e público. “Queremos, com iniciativas como esta, provocar o pensamento artístico e criativo, reinventar a didática à maneira de Wesley Duke Lee e estimular o autoconhecimento”, diz Patrícia Lee, diretora cultural do Instituto.

 

“PROCES/SOS CRI/ATIVOS” é o resultado do resgate da memória de Wesley Duke Lee através das mentes jovens do nosso tempo.  Artistas participantes: Adriana Moreno, Bruna Meyer, Claudia Di, Coletivo Quatro Patas, Felipe Ferraro, Gustavo Prata, Ile Sartuzi, Julia Kavazzini, Julia Milaré, Karina Ferro, Leandro Muniz, Margarita Jaime, Pedro Ermel, Wal Braz, Yuli Yamagata.

 

 

 

De 29 de fevereiro a 05 de março.