Antonio Sobral e o desenho expandido

12/abr

O dconcept escritório de arte, Vila Flávio de Carvalho – Jardins, São Paulo, SP, abre a mostra “Força Latente” do artista plástico, desenhista e cineasta Antonio Sobral com 25 obras entre desenhos, colagens, pinturas, backlights e fotografias  que se pretendem anti-ilustrativas buscando a liberdade anterior a um conceito formal: “a experiencia do mundo e a da linguagem no devenir”. Antonio Sobral cloca-se na posição de experimentar e ousar constantemente. Sua abordagem em técnicas previamente utilizadas como a colagem e o desenho, mostra-se distinta em trabalhos recentes onde procura atingir metas de intimismo de forma direta. Ao optar pelos pequenos formatos busca uma escala não sublime e sim humana. “Formas simples e símbolos primeiros balizam a espontaneidade num universo frágil e colorido” define o artista.

 

Seus desenhos se desvincularam de temas permitindo a seu instinto, na repetição dos gestos, criar novos padrões estéticos unindo formas e cores. Nas palavras do artista, “trata-se de mimeticamente desenhar como o cérebro pensa: associativamente, contraditoriamente, auto-referencialmente, e relativamente”. Seu pensamento crítico acerca do mundo que habita faz com que seus recentes trabalhos exibam questionamentos face o inconformismo da padronização do ser humano e busque o instinto e a consciência de sua própria vontade.

 

Nesta exposição individual, “Força Latente” Sobral reúne trabalhos nos quais se mostra “à margem de códigos sociais que condicionam a produção de imagens” mas também remete ao expressionismo abstrato dos anos 1980, sempre mantendo sua abordagem intimista.

 

 

De 23 de abril a 24 de maio.

Fotografias de Renan Cepeda

09/abr

A Galeria Tempo, Copacabana (ao lado do Copacabana Palace Hotel), Rio de Janeiro, RJ, exibirá paisagens do Rio de Janeiro, através de “Wave”, exposição individual de Renan Cepeda. O artista é considerado um dos grandes nomes da fotografia brasileira contemporânea e apresentará nove imagens em grandes formatos.A exposição traz um extrato da nova experiência de Renan Cepeda com a fotografia infravermelha obtida por câmera digital. Algumas fotografias digitais, mais recentes, em que o autor teve que fazer opção de cores no computador. Como este tipo de luz é invisível obviamente não possui cor. É quando a fotografia digital realizada por uma câmera modificada em laboratório deixa a critério do fotógrafo a escolha da matiz de cada imagem, multiplicando suas possibilidades criativas. O livro “Rio Infravermelho”, lançado pelo artista há quatro meses, pela editora Casa da Palavra foi também um fator motivador para esta exposição que exibirá algumas imagens que não foram publicadas na apurada edição.

 

 

A palavra do artista

 

“Considero o Rio de Janeiro uma cidade feia encravada num dos mais belos sítios do Mundo. As paisagens tomadas de longe, a partir das montanhas, do mar ou da outra margem da baía, contrastam radicalmente com a visão de quem está ao pés de um prédio em Copacabana (que deve ter sido a mais linda praia do planeta até um século atrás), ou no fluxo de algum engarrafamento na Paulo de Frontin.  Nos incomoda nesta cidade a total falta de personalidade arquitetônica e a trágica ausência de planejamento urbano. Desde sua fundação foi porto das riquezas arrastadas do interior profundo do Brasil, e desta maneira o caráter de seu povo foi forjado pela violência e leviandade de oportunistas e aventureiros que não tinham compromisso nenhum com a terra. Este espírito ainda está em voga por aqui, como uma herança maldita de exploradores, colonizadores e desterrados.  E é, por outro lado, tão grande a beleza e a generosidade da natureza que jamais nos forçou para uma postura mais moderada e racional com nosso espaço, ao contrário: é como se ainda houvesse muito a ser explorado e arrancado de suas florestas e rios e os primeiros a chegarem serão os beneficiados, enquanto que aqueles que clamam por preservá-los ficam de ingênuos e sonhadores. É preciso dizer que o carioca está para o Rio, neste sentido, como está o brasileiro para seu riquíssimo e vasto país. Em mais um aspecto o povo da Guanabara é caixa de ressonância da mentalidade dos de Pindorama.  Imaginem se as considerações de D. João VI vigorassem: de Botafogo para oeste, todo o litoral seria um parque protegido… porque não restaurar este sonho?

 

“Decidi separar a cidade de seu panorama natural. Sem manipular as imagens, princípio que mantenho em todos os meus trabalhos como fotógrafo, o filme infravermelho camufla o concreto sobre as bordas das montanhas e pedras. Quando isso não é possível, recorro ao filme infravermelho colorido (que também não se fabrica mais), que interpreta como vermelho as matas luxuriantes das florestas, relegando a uma massa branca a cidade que macula a paisagem. Não poderia haver melhor recurso para isso, sem falar na magia em se registrar algo que não se vê  a olho nú e que o fotógrafo, em sua razão de existir, descortina para seu público. Um pequeno orgulho que tenho de minha profissão”.

 

 

Um recorte do depoimento de Arthur Dapieve

 

“A ideia de viver num paraíso perdido marca o imaginário dos habitantes do Rio mais do que o de qualquer outro brasileiro graças à espetacular paisagem natural de sua cidade. Entre seus habitantes, sobrevive um sentimento que se assemelha a uma imaginária memória coletiva: o de que a cidade era ainda mais bela, e decerto bem mais pura, antes que a ação do homem, ao menos a ação do homem branco, lhe oferecesse a maçã do pecado, que os seres humanos começassem a se reproduzir sem controle, e que construções começassem a ser erguidas sem ordenamento algum. Este, claro, é um sentimento paradoxal: a cidade seria melhor quando ainda não existia cidade. Portanto, os cariocas vivem sobre os escombros desse paraíso, nostálgicos de alguma data antes de 1555, ano da fundação do primeiro forte francês numa ilha da Baía de Guanabara, dez anos antes da fundação oficial da cidade pelo português Estácio de Sá. Assim sendo, além do banho de mar e do jogging no calçadão, há um exercício bastante familiar ao morador do Rio. Consiste em contemplar a paisagem e limpá-la das interferências humanas numa espécie de Photoshop mental. Saem o Cristo Redentor do alto do Corcovado, as antenas de TV do Sumaré, os bondinhos do Pão de Açúcar, o caos arquitetônico do paredão de prédios à beira-mar, as favelas perigosamente encarapitadas nos morros, o trânsito infernal, a massa de gente a vagar pelas ruas. Sobra tão somente a cidade ideal, ou melhor, sobra a natureza exuberante que é o seu traço distintivo entre as metrópoles do mundo. Nenhuma delas – nem sua “gêmea” do outro lado do Atlântico Sul, a Cidade do Cabo – tem aquelas montanhas e toda uma floresta dentro de si. Mesmo a Floresta da Tijuca, porém, faz parte do esforço de recuperar parte daquele paraíso terreal: ela nasceu de um projeto de reflorestamento empreendido à época do imperador D. Pedro II pelo major Manoel Gomes Archer. O desmatamento causado pelas fazendas de café que cobriam quase todas as encostas da região ameaçava o suprimento de água para a então capital do Brasil.”

 

“O fotógrafo Renan Cepeda – carioca nascido em 1966, em um dos bairros mais tradicionais da cidade, Santa Teresa, onde ainda reside – faz mais ou menos o que o heroico major fez na Floresta da Tijuca e o que cada um dos seus conterrâneos faz quase todo dia, andando na rua ou da janela de um carro preso num engarrafamento. Graças a registros feitos em infravermelho, ele “refloresta” áreas para sempre perdidas à cidade, além de fixar imagens que de outro modo se perderiam em devaneios individuais. Nesse sentido, o presente livro é como uma viagem no tempo. Por conta do efeito criado pelo reflexo da luz infravermelha em áreas do Rio hoje ocupadas por prédios ou barracos, as construções surgem como ruínas de uma civilização perdida. Difícil dizer, porém, se Cepeda retrocede ou avança, se ele flagra um Rio arqueológico ou se ele antecipa um Rio apocalíptico, depois que seus despojos forem engolfados pela natureza vigilante. Para o próprio Cepeda, a fotografia infravermelha foi uma tábua de salvação. Tendo feito um registro “normal” e casual de uma manifestação de moradores em Copacabana, no final dos anos 1980, ele foi levado para o Jornal do Brasil – então um dos quatro periódicos mais importantes do país – por Carlos Hungria. Lá, Cepeda se profissionalizou na dureza e na diversidade das pautas diárias e na convivência com colegas experientes, como o próprio Hungria, Orlando Brito, Geraldo Viola, Alberto Ferreira, Evandro Teixeira e Chiquito Chaves. Sua técnica se aprimorou no trabalho como repórter fotográfico, para o qual uma jornada poderia incluir partida de futebol, vítimas de chacina e retrato de artista. No entanto, faltava algo para Cepeda, faltava a possibilidade de se expressar de maneira autoral. Ele não queria ser apenas “mais um” e passou a nutrir uma certa ojeriza pela fotografia que se contenta em reproduzir algo que já está à vista de todos. Não que desejasse manipular imagens, alterando-as após a captação, como hoje também é tão comum. De jeito nenhum. A influência do fotojornalismo persistia. Cepeda queria era revelar aspectos ocultos em seus objetos”.

 

“Filmes em infravermelho deixados por seu pai – um fotógrafo amador que tinha um laboratório em casa – serviram para dar vazão a esse desejo de imprimir uma marca distinta ao próprio trabalho. Cepeda utilizou as horas vagas, que em um jornal nunca são muitas, para começar a registrar uma das cidades mais fotografadas do mundo sob uma outra luz. Literalmente. A infravermelha. Nunca mais parou, embora, a princípio, ainda não soubesse direito qual o propósito. A crise vocacional se agravou no decorrer dos anos 1990. O jornalismo já não lhe dizia nada, e por pouco Cepeda não desistiu da fotografia em prol do cinema depois de ser correspondente da agência francesa Sipa-Presse na cidade. Então, em 2002, quando a galerista Anita Schwartz convidou-o a montar a primeira exposição individual, Cepeda lançou mão das fotos infravermelhas. O sucesso da mostra Invisíveis provou-lhe que o seu lado B poderia se transformar no seu lado A. A partir dali, ele percebeu que conseguiria viver da fotografia de arte. Embora paralelamente tenha desenvolvido outras linhas de trabalho, como o light painting, na qual a iluminação manual e/ou o movimento de câmera criam desenhos de luz, Cepeda desde então transformou as fotografias infravermelhas em sua marca registrada. A fotografia infravermelha permite a Cepeda revelar, mesmo ao mais observador dos cariocas, aspectos desconhecidos de sua cidade, além de materializar aquela visão paradisíaca. Não se trata, porém, apenas de uma questão físico-química. O que realmente valoriza o seu trabalho é como escolhe os ângulos que, aliados à luz tornada visível pela fotografia infravermelha, criam estranheza onde antes havia apenas uma familiaridadeblasée. Pegue-se uma fotografia da pista de atletismo na altura de um dos extremos do Parque do Flamengo, próximo de onde fica o pequeno obelisco em memória de Estácio de Sá, fundador da cidade. O monumento não aparece na foto, encoberto que está pelos ipês-rosas (que fazem pensar na temporada de floração das cerejeiras no Japão). A coloração e a ausência de gente transmite uma sensação de paz cada vez menos compatível com o Rio. A “assinatura” da cidade está em segundo plano e é, nada mais, nada menos, que metade do Morro do Pão do Açúcar, com estação de bondinho e tudo, destituído da majestade quase onipresente nos registros turísticos e publicitários. Ali, com Cepeda, o Pão de Açúcar se torna quase incongruente.”

 

 

Sobre o artista

 

Carioca praticante, de família portuguesa, Renan Cepeda é formado em Mecânica Industrial pelo CEFET-RJ. Começou a fotografar em preto e branco com 11 anos de idade, influenciado por seu pai, um fotógrafo amador. Escolado na experiência do fotojornalismo no Jornal do Brasil dos anos 1980, colaborou também para as maiores publicações do país, e foi correspondente da agência francesa SIPA-Presse no Rio. Dedicando-se hoje integralmente à fotografia de arte, Renan Cepeda é reconhecido pelas pesquisas sobre técnicas fotográficas incomuns, como a fotografia infravermelha e o light painting, tendo sido contemplado por vários prêmios no Brasil e exterior. Em 2010 fundou o Ateliê Oriente com os fotógrafos Kitty Paranaguá e Thiago Barros, seu local de trabalho no bairro de Santa Teresa.

 

 

De 16 de abril a 07 de julho.

Nazareno apresenta obras inéditas

07/abr

O Oi Futuro, Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, exibe a exposição “Somos Iguais” do artista Nazareno, sob a curadoria de Tainá Azeredo. No primeiro nível, o artista apresentará instalação composta por 18 instrumentos musicais infantis restaurados, acompanhados de fotografias em grandes formatos registrando o estado em que foram encontrados. Uma trilha sonora criada pelo músico Paulo Beto a partir dos próprios instrumentos de brinquedo, especialmente para a mostra, completa a ambientação. O arranjo parte da tentativa de reprodução de músicas infantis e melodias harmônicas, mas acaba por criar sons inusitados produzidos pelos instrumentos defeituosos. Os pequenos instrumentos exibidos foram pinçados da coleção particular de Nazareno, formada desde o final dos anos 1990. O artista começou a restaurá-los no ano 2000 e enfrenta dificuldades em conseguir peças para completar os reparos. Para exibir sua visão sobre homens e instrumentos, as obras serão expostas com suas particularidades moldadas pelo tempo. Alguns foram completamente restaurados, outros apresentam mazelas e os danos causados pelo uso e o passar dos anos.

 

“Alguns foram fabricados há mais de 60 anos e as peças já não são mais produzidas”, conta Nazareno. “Este trabalho tem relação direta com os sentimentos humanos. A impossibilidade de consertar os danos se mostrou como uma metáfora: assim como os brinquedos, alguns sentimentos, depois de danificados, não podem ser reparados. Nesse ponto, acredito que nós ‘Somos Iguais’ aos instrumentos”, conclui.

 

No nível térreo, serão exibidas fotos autobiográficas inéditas da série de “De Onde (eu) Venho”, que ilustram o processo criativo do artista, registrando seu local de trabalho. Completam a mostra três vídeos do artista feitos especialmente para a ocasião. Munido de uma câmera, Nazareno foi a casas de amigos registrar particularidades de seus ambientes. Os vídeos foram designados pelos nomes dos proprietários das residências. A produção está a cargo de Anderson Eleotério e Izabel Ferreira – ADUPLA Produção Cultural.

 

 

Sobre o artista

 

Nazareno nasceu em São Paulo e passou sua infância e adolescência em Fortaleza. Em 1987, mudou-se para o Distrito Federal, onde concluiu bacharelado em Artes Visuais pela Universidade de Brasília em 1998. A partir do ano seguinte, participou de diversas exposições de destaque pelo Brasil e exterior e foi premiado no Salão de Artes Visuais de Brasília de 2001. Em 2004, lançou o livro “São as Coisas que Você Não Vê que nos Separam” e em 2013 o livro “Num lugar não longe de você”. Possui obras em diversas coleções públicas e privadas. Nazareno é reconhecido por explorar aspectos relativos a memórias, perdas e superações. Também trabalha questões como a impossibilidade de transformação do sujeito frente ao mundo contemporâneo. “Entrar no trabalho de Nazareno é como abrir um álbum de família, em que cada página e cada imagem vem acompanhada de uma narrativa pessoal, transformada pelo tempo e pela memória. Buscando nas raízes profundas de sua própria história e escavando um passado familiar, o artista fala sobre a impossibilidade da recuperação de emoções que pertencem a um tempo antigo”, explica a curadora, Tainá Azeredo.

 

 

Sobre o Oi Futuro

 

O Oi Futuro é o instituto de responsabilidade social da Oi, que desenvolve e apoia programas e projetos nas áreas de educação, cultura e sustentabilidade. O Oi Futuro tem um compromisso com a transformação e com a inclusão social, tendo como missão promover o desenvolvimento humano por meio das tecnologias da informação e da comunicação. Desde 2001, suas ações visam democratizar o acesso ao conhecimento e reduzir distâncias geográficas e sociais, com especial atenção à população jovem.

 

Na educação, os programas NAVE e Oi Kabum! usam as tecnologias da informação e da comunicação, capacitando jovens para profissões na área digital e criativa, fornecendo conteúdo pedagógico para a formação de educadores da rede pública e fomentando o desenvolvimento de modelos inovadores. Já na área cultural, o Oi Futuro mantém dois espaços culturais no Rio de Janeiro (RJ) e um em Belo Horizonte (MG), com programação nacional e internacional de qualidade reconhecida e a preços acessíveis, e o Museu das Telecomunicações nas duas cidades, além de apoiar festivais e projetos em todas as regiões Brasil por meio do Programa Oi de Patrocínios Culturais Incentivados.

 

O programa Oi Novos Brasis reafirma o compromisso do Instituto no campo da sustentabilidade, com o apoio e o desenvolvimento de parcerias com organizações sem fins lucrativos para a viabilização de ideias inovadoras que utilizem a tecnologia da informação e comunicação para acelerar o desenvolvimento humano. O esporte completa o seu escopo de atuação apoiando projetos aprovados pelas Leis de Incentivo ao Esporte, tendo sido a Oi a primeira companhia de telecomunicações a apostar nos projetos socioeducativos inseridos na Lei Federal.

 

 

De 14 de abril até 1º de junho.

A NY de Ivan Pinheiro Machado

01/abr

Ivan Pinheiro Machado, pintor, arquiteto e fotógrafo, abre a exposição “O Mundo Como Ele Não É”, no Espaço Cultural Citi, Avenida Paulista, São Paulo, SP, com curadoria de Jacob Klintowitz. A mostra conta com 28 telas que reproduzem cenas da cidade de Nova York com exatidão e realismo.

 

A precisão da fotografia e o fascínio pessoal por grandes centros urbanos representam as maiores inspirações de Ivan, levando-o a recriar, em suas pinturas, todos os “cacos” cotidianos que se manifestam em placas, avenidas, becos, sinais, etc. “É tão forte o realismo das cenas urbanas de Ivan Pinheiro Machado que podemos não sentir que se trata de ficção. A sua obra tem a particularidade de uma delicada luz que a percorre e é quase despercebida.”, comenta o curador da exposição. Com o tema urbano, o artista registra uma existência visível em detalhes da megacidade: “Gosto dos contrastes, como dos “yellow cab” novaiorquinos contra o cinza da cidade. Curto os outdoors, as pontes, os edifícios, os engarrafamentos, os semáforos agrupados…”, nas palavras do artista.

 

Resultado de um desenvolvimento técnico que vive há quase 40 anos, Ivan Pinheiro Machado usa fotografias como ponto de partida para suas pinturas, seguindo uma estética realista, pautada em grafismos, e demonstrando domínio técnico singular. A temática de seu trabalho pode variar, mas sempre possui uma grande cidade como fundo, evidenciando as surpresas que as ruas e esquinas lhe oferecem. O essencial, para ele, são os detalhes da metrópole: a cor, a luz, o estranho, o inusitado, onde o ser humano atua como “presença ausente” na maioria das telas. “Eu gosto de partir de uma foto e transformá-la, propondo um ângulo intrigante, curioso e até dramático. Aí então o pintor é gratificado, pois as pessoas olham com espanto, como se fosse a primeira vez que estivessem vendo aquilo.”, conclui.

 

 

De 07 de abril a 06 de junho.  

Inéditas de Rogério Reis

31/mar

Fotografar na praia já foi fácil. Nos anos 70, 80, um fotógrafo era recebido de braços abertos pelas tribos que frequentavam as areias cariocas. O tempo passou e o que ficou difícil nos anos 90 virou quase impossível nos dias de hoje. Sacar uma Canon no calçadão é promessa de confusão. O direito de imagem é levado tão a sério atualmente que a solução do fotógrafo Rogério Reis, um apaixonado por personagens que habitam este cenário tão democrático da cidade, foi distribuir tarjas e formas geométricas coloridas sobre o rosto das pessoas. Portanto, da dificuldade surge o trabalho “Ninguém é de Ninguém”, um projeto iniciado há três anos, e que agora chega à Galeria da Gávea, Alto Gávea, Rio de Janeiro, RJ, com 20 fotografias, seis delas em série inédita, intitulada “Paisagens Humanas”.

 

Será a primeira oportunidade de apreciar, de forma panorâmica, este trabalho que encantou a Maison Européenne de la Photographie, a MEP, a ponto da instituição francesa comprar todas as 34 fotos, quando exibidas no “FotoRio 2011″. Ou seja, a fase com o nome de “Paparazzi do Anônimo” faz parte do acervo francês e o carioca pouco viu ao vivo este trabalho. No momento, algumas fotos estão em cartaz no CCBB-Rio, na mostra “Amor, Amor, Amor”.

 

A novidade em “Paisagens Humanas” é que Rogério Reis recorre a imagens mais abertas, com menos closes e mais pessoas, mas sempre com suas tarjas coloridas, criando harmonia entre personagens e a luz obtida nas fotografias. Rogério Reis sempre se interessou por temas urbanos. Investiu tempo e olhar sobre a violência em trabalhos como “Microondas” e “Travesseiros Vermelhos”. Passado este momento, seu assunto agora é a beleza dos beijos, dos corpos em roupa de banho, suor, cadeiras, barracas e tudo o mais que nos remeta ao universo praiano.

 

 

De 16 de abril a 23 de maio.

Rosângela Rennó: encontro

19/mar

A Casa do Saber, com o apoio da ArtRio, apresenta a aula “Revelando os arquivos fotográficos de Rosângela Rennó”. O encontro com a artista – que já participou das bienais de Veneza em 1993 e 2003, Berlim em 2001, São Paulo em 1994 e 2010, Havana em 1997 e Istambul em 2011 – aconteceu na sede da instituição, na Lagoa, Rio de Janeiro, RJ.

 

Rosângela Rennó não costuma tirar muitas fotos. No entanto, ela se transformou em uma das principais referências em artes plásticas quando o assunto é fotografia, suas ressignificações e desdobramentos. Ela prefere manipular imagens e negativos feitos por outras pessoas, muitas vezes anônimas, retrabalhando a memória e, sobretudo, as ausências e faltas na memória. Em uma época em que o apelo da fotografia é onipresente, Rosângela conseguiu construir uma obra original com reconhecimento de crítica no Brasil e no exterior. Seus trabalhos estão em alguns dos principais museus de arte no exterior, como o Reina Sofia, em(Madri, a Tate Modern, em Londres, o Arts Institute of Chicago, o Guggenheim, em Nova York e o Stedelijk em Amsterdan.

 

Ela também acaba de ganhar o prêmio de melhor foto-livro do mundo da Paris Photo-Aperture Foundation, na França, com “A01 [COD. 19.1.1.43] – A27 [S|COD.23]”, livro sobre as fotografias de Augusto Malta furtadas do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro. Nesse encontro especial, Rosângela mostrou e comentou seus últimos trabalhos a partir de investigações em arquivos fotográficos e falou de sua dedicação à produção de foto-livros.

Instalação de Miguel Rio Branco

18/mar

Uma instalação com quatro projeções de imagens que transitam pelas temáticas de violência e poder, trabalhada simultaneamente sobre quatro telas de voil, com áudios diferentes, constitui o núcleo central da mostra “Gritos surdos”, de Miguel Rio Branco, que ocupará a Casa França-Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ. A exposição reúne instalações realizadas pelo artista no início da década de 2000, que nunca foram exibidas no Rio de Janeiro. Além da obra que estará na nave central da Casa França-Brasil, uma das salas laterais exibirá uma projeção com imagem fixa e áudio. A outra vai mostrar um “site specific” em neon‚ no qual vidros de pára-brisas de automóveis, acidentados ou baleados, refletem luzes fluorescentes que piscam de modo intermitente, perfiladas por linhas de neon vermelho, com fotografias em cibachrome. As obras de “Gritos Surdos” foram concebidas originalmente para uma mostra individual do artista no Centro Português de Fotografia, Porto, Portugal, em 2001 e também exibidas na Galeria Millan, São Paulo, SP, em 2004 e em Arles, França, nos “Rencontres d’Arles”, na Église des Frères Prêcheurs, em 2005. Ao lembrar que Miguel Rio Branco não apresenta uma exposição institucional no Rio de Janeiro há muitos anos, Evangelina Seiler, diretora da Casa França-Brasil, diz que “Gritos Surdos” proporciona uma reflexão sobre difíceis aspectos da condição humana. – “A obra de Miguel Rio Branco nos faz pensar sobre o que às vezes não queremos ver”.

 

 

A palavra do artista

 

– “Como artista, trabalhei em cima de imagens fotográficas‚ do cinema digital‚ das luzes de neon e da poética que as artes plásticas me oferecem. Tudo se transforma no resultado da minha obra”, resume Miguel Rio Branco, ao falar sobre o seu processo criativo.

 

“Gritos surdos” é composta por vídeos, fotografias e objetos. No entanto, sobre este tipo de composição, o artista ressalta: – “Cada pedaço na verdade já contém um todo, já pode bastar em si mesmo, fotograficamente falando; porém, poeticamente, ele precisa dos outros pedaços para completar o discurso”.

 

– “Trabalho como um pesquisador, como um colecionador de momentos e objetos, uma pessoa que vai atrás de marcas deixadas por outros, um pouco como um arqueólogo. Hoje em dia eu me vejo muito como um arqueólogo que vai pegando marcas; o meu trabalho não tem mais o ser humano explícito, mas tem a marca dele, os restos que ele deixa, as maneiras com que ele trabalha as coisas. Não registro a arquitetura que o homem faz num edifício, mas os buracos onde ele vive, os restos que ele larga para trás”, conclui.

 

 

Sobre o artista

 

Um dos mais completos artistas visuais brasileiros, Miguel Rio Branco começou a expor suas pinturas em 1964, mas foi como fotógrafo e diretor de fotografia que conquistou reconhecimento nacional e internacional, a partir dos anos de 1970. Estudou fotografia em Nova Iorque, onde trabalhou por dois anos como fotógrafo e diretor de filmes experimentais.  Nos nove anos seguintes, dirigiu e fotografou filmes em longas e curtas metragens. Desenvolveu, em paralelo, uma fotografia autoral de forte carga poética, que logo o legitimou como um dos melhores fotojornalistas de cor.  A ênfase de Miguel Rio Branco ao olhar pessoal lhe rendeu prêmios importantes, como o francês Kodak de la Critique Photographique, em 1982, e o Grande Prêmio da Primeira Trienal de Fotografia do MAM- SP em 1980, além da presença de seus trabalhos nas revistas mais importantes do mundo, como Stern, National Geographic e muitas outras. Como diretor de fotografia, foi premiado pelos filmes “Memória Viva”, de Otávio Bezerra, e “Abolição”, de Zózimo Bulbul. Seu vídeo “Nada levarei quando morrer, aqueles que me cobrarei no inferno”, 1982, venceu a categoria Melhor Fotografia no Festival de Brasília e foi duplamente premiado no XI Festival Internacional de Documentários e Curtas de Lille, França: levou o Prêmio Especial do Júri e o Prêmio da Crítica Internacional. Publicou os livros “Dulce Sudor Amargo”, Fundo de Cultura Económica, México, 1985; “Nakta”, com um poema de Louis Calaferte , Fundação Cultural de Curitiba, 1996;  “Miguel Rio Branco”, com ensaio de David Levi Strauss, Aperture, 1998; e “Silent Book”, Cosac Naify, 1988. Seguiram-se “Entre os olhos, o deserto”, 2000, também pela Cosac Naify e “Notes on the tides”, 2006. O mais recente de seus livro “Você está feliz”, 2012,  editado pela Cosac Naify, foi indicado ao “Photobook Award 2013”. Miguel Rio Branco possui obras no acervo de coleções públicas e particulares nos EUA, na Europa e no Brasil: MAM-Rio,  MAM-SP, MASP-SP, Centre Georges Pompidou, Paris, San Francisco Museum of Modern Art, USA, Stedelijk Museum, Amsterdan, Museum of Photographic Arts, San Diego, California, USA, e Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque, USA. Entre 2000 e 2013, o artista realizou 50 exposições individuais no Brasil, na Europa, Estados Unidos e Japão. Possui espaço especial (individual) no Centro de Arte Contemporânea Inhotim, MG.

 

 

 De 24 de março a 25 de maio.

Monica Piloni na FASS

14/mar

A FASS, Vila Madalena, São Paulo, SP, reconhecida por trabalhar com fotos históricas, amplia suas atividades e cria plataforma voltada a artistas contemporâneos que usam a fotografia como suporte. A galeria inaugura o novo núcleo com “No meu quarto”, a primeira exposição individual de Monica Piloni na cidade. A curadoria é do expert Diógenes Moura.

 

“No meu quarto” reúne dez fotografias e um vídeo, regidos pela experimentação da artista na linguagem fotográfica, dando continuidade à sua reflexão no campo da escultura.  O conjunto de sua obra ressalta a obsessão pelo corpo, seu próprio corpo, reproduzido em escala natural e de forma hiper-realista. A artista esculpe pernas, braços e reproduz a cabeça e o rosto numa expressão de melancolia com olhos que parecem olhar através dos observadores.

 

“Perturbadores personagens surgem em corpos retalhados e reconfigurados insolitamente, que parecem buscar a integridade que lhes faz falta, a integridade que nos faz falta”, pondera Pablo di Giulio, fotógrafo e diretor da galeria. Segundo ele, ainda, essa é uma das inúmeras questões que sua obra traz à tona – sexualidade, representação e aparência vistas através da desconstrução do corpo no espaço.

 

Em “No Meu Quarto”, as fotografias trazem cenas quase performáticas, nas quais Piloni recria braços, pernas e cabeça no ambiente onde mora e com os elementos próprios desse universo. “Seu corpo desestruturado parece querer ocupar os espaços do cotidiano numa prática narcisista e exibicionista – na cama, no sofá, diante do espelho – na intimidade quase doentia de quem esta no seu pequeno mundo, no seu quarto que é também a sua mente, sua cabeça, a nossa”, destaca o diretor.

 

No dia 1o de abril, às 19h, a FASS promove um coquetel e conversa intimista com a artista, em seu espaço na Vila Madalena. Já, também na galeria, dias 8, 9,15 e 16 de abril, sempre às 19h30, um ciclo de quatro encontros abertos  ao público reunirá artistas e curadores para refletir sobre a questão do corpo como ponto de partida para a criação artística. Entre os participantes estão os curadores Diógenes Moura, Cláudia Fazzolari, Paulo Miyada e Thais Rivitti, além dos artistas Monica Piloni, Márcia Beatriz, Flávia Junqueira e Nino Cais. Informações e inscrições pelo site info@galeriafass.com.br (vagas limitadas).

 

As obras de Monica Piloni fazem parte de importantes coleções como de Bernardo Paz, no espaço cultural Inhotim, no Instituto Figueiredo Ferraz de Ribeirão Preto, e de outras particulares, como Blanca Soto em Madrid, Leon Tovar, em Nova York, Cleusa Garfinkel e Waldick Jatobá no Brasil

 

 

De 20 de março a 19 de abril.

Registro: Franco Terranova Arte/Poesia

Antes de falecer, em dezembro de 2013, o marchand Franco Terranova ainda teve tempo de concluir seu último e um dos mais brilhantes projetos. Reuniu poemas inéditos e antigos com suas impressões de toda uma vida. Conseguiu expressar desde as lembranças de sua longínqua Itália até a paixão por Ipanema, bairro que escolheu para viver em 1950. Todas as memórias estão reunidas no livro “Carma Carnadura”, que a Réptil Editora lançou em fevereiro, na Galeria Marcia Barrozo do Amaral, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ. O tempo, elemento perene na obra de Franco, é soberano nas páginas de “Carma Carnadura”. Na sua influência nas relações humanas, na percepção dos afetos e, também, as marcas físicas por ele deixadas.

 

Com fotos feitas pelo filho, o fotógrafo Marco Terranova, o poeta aparece nu, num ensaio que mostra a decomposição do corpo de um homem em plena vida. “Ele ainda estava um pouco reticente e consegui convencê-lo a posar citando o final do filme 2001 – Uma Odisseia no Espaço, em que o personagem vai envelhecendo até que renasce para uma nova vida”, lembrou Marco. Dor, amor, ódio e outros sentimentos são apresentados nos poemas concretos, sem vírgulas ou pontos finais, o que torna a leitura uma experiência emocionante e profunda. “Poeta audacioso e original, Franco Terranova não se ajustava aos padrões usuais de linguagem”, disse dele o também poeta e amigo Ferreira Gullar. Fundador da memorável Petite Galerie, a primeira galeria de arte moderna no Brasil, que funcionou no Rio de Janeiro de 1954 a 1988, Franco apresentou ao país muitos dos artistas hoje renomados.

 

Conhecido pela sensibilidade e gentileza, deixou muitos amigos. “Era uma pessoa bondosa, muito mais idealista do que marchand. Ele acolhia os artistas”, diz Nelson Leiner. “Ele foi um marchand menos mercador e mais movido pelo afeto”, resume Daniel Senise. “Carma Carnadura” é o segundo livro de Franco Terranova lançado pela Réptil Editora – ele escreveu 14. Em outubro de 2012, a parceria com a editora Luiza Figueira de Mello resultou em “Sombras”, livro-objeto que contou com obras de arte de 73 artistas, entre eles, Tunga, Carlos Vergara, Antonio Dias, Millôr Fernandes, Emanoel Araújo, Avatar Morais, Anna Bella Geiger e Frans Krajcberg, criadas especialmente para ilustrar suas poesias. “O Franco é a pessoa mais íntegra e cheia de amor que conheci. Tenho muito orgulho destes trabalhos, sinto saudades dele todos os dias”, diz Luiza, que de tão amiga virou herdeira de seus direitos autorais.

 

 

SOBRE FRANCO TERRANOVA

 

Vindo da Itália em 1947, depois de lutar na Segunda Guerra Mundial, Franco Terranova criou – no Rio de Janeiro – a Petite Galerie, um diminuto espaço na Avenida Atlântica, em Copacabana. Seu último endereço de atividades, na Barão da Torre, em Ipanema, fechou ao longo de três dias de 1988, com um evento que Terranova batizou de “O eterno é efêmero”, com todos os artistas convidados que haviam trabalhado e exposto na galeria, artistas criando obras nas paredes, em seguida pintadas de branco. A galeria foi berço para muitos dos principais artistas plásticos do Brasil contemporâneo. O marchand também é reconhecido por introduzir no mercado brasileiro técnicas atualizadas de marketing cultural, realizar os primeiros leilões de arte moderna e fomentar a produção cultural no país. Com 14 livros publicados, Franco também dedicou-se a escrever poesias até seu falecimento, em dezembro de 2013.

Sebastião Salgado – Genesis

O renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado apresenta, na Usina do Gasômetro, Porto Alegre, RS, a exposição “Genesis”, que reúne 250 imagens realizadas ao longo de oito anos em viagens por lugares isolados do mundo. Com curadoria de Lélia Wanick Salgado, a mostra faz parte do 7º FestFoto – Festival Internacional de Fotografia de Porto Alegre.

 

 

Aula Magna

 

O projeto chega à capital gaúcha e conta com a presença do fotógrafo, que ministra na sexta, 14, uma Aula Magna, com entrada franca, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS.

 

 

 

Sobre o fotógrafo e a curadoria

 

 

Radicado na França, Sebastião Salgado trabalha com fotografias em preto e branco baseadas em temáticas sociais. O conhecido fotógrafo já conquistou inúmeros prêmios internacionais. “Genesis” retrata animais, tribos e paisagens clicadas em diferentes lugares do mundo, ao longo de 8 anos de viagens. A curadoria da exposição é da mulher do fotógrafo, Lélia Wanick Salgado. No evento, também será lançado o livro Genesis, editado pela editora alemã Taschen e a biografia “Da Minha Terra à Terra”, edição da Companhia das Letras. Sebastião Salgado tornou-se fotojornalista em 1973, profissão que seguiu desde então. Também estudou Economia na Universidade de São Paulo, USP, e escreveu sua tese sobre o assunto em 1969, na França. Formada em Arquitetura pela École Nationale Supérieure des Beaux-Arts de Paris e Urbanismo na Universidade de Paris VIII, Lélia também dedicou sua vida à fotografia. O casal vive na França. O fotógrafo receberá título de Cidadão de Porto Alegre e Lélia Wanick o Diploma de Honra ao Mérito.

 

 

A exposição divide-se em cinco núcleos geográficos:

 

Planeta Sul – Da Antártica e da Patagônia, há paisagens de geleiras e animais como pinguins, leões-marinhos e baleias. Outras fotos mostram a fauna e a flora das Ilhas Malvinas, Argentina, das Ilhas Diego Ramírez, Chile e das Ilhas Sandwich, território britânico, pertencente às ilhas da Geórgia do Sul.

 

 

Santuários – Paisagens vulcânicas e a fauna do arquipélago Galápagos, Equador, além de povos isolados e da vida selvagem na Nova Guiné, na Guiné Oeste, em Sumatra, ilha da Indonésia e na ilha de Madagascar.

 

 

África – Nos desertos da Namíbia e do Saara, lugares pouco visitados. Da vida selvagem, há os gorilas encontrados nas fronteiras de Ruanda, Congo e Uganda. Entre as tribos, estão os Himba da Namíbia, os Dinkas do Sudão e os Omo Sul da Etiópia, além de povos do Deserto Kalahari, em Botswana, e de ancestrais comunidades do norte da Etiópia.

 

 

Terras do Norte – Paisagens raras do Alasca, do Colorado, EUA, e do Parque e Reserva Nacional Kluane, Canadá. Há também cenas do extremo norte da Rússia, incluindo o local de reprodução do urso polar, na Ilha Wrangel, e a península de Kamchatka, na ponta mais oriental do país. O núcleo ainda mostra a população indígena Nenet do norte da Sibéria.

 

 

Amazônia e Pantanal – Na Floresta Amazônica, flagra povos indígenas como os Zo’e do Pará, que até os anos 1980 estavam isolados. Na Venezuela, apresenta o Tepui, as formações geológicas consideradas as mais antigas da Terra. E do Pantanal apresenta a vida selvagem.

 

 

Até 12 de maio.