Exposição fotográfica de Andréa Brächer.

17/jan

 

“Ygapó: Floresta encantada de águas”, de Andréa Brächer na CAIXA Cultural São Paulo, tem abertura no dia 25 de janeiro. Sob curadoria de Letícia Lau, a mostra apresenta 14 imagens que exploram a conexão entre a natureza amazônica e a fabulação, forjadas a partir da cianotipia, um processo fotográfico histórico criado em 1842 por Sir John Herschel.

O título da exposição, “Ygapó”, faz referência às áreas da floresta amazônica permanentemente alagadas, mesmo nos períodos de estiagem dos rios. As imagens foram captadas em Alter do Chão (PA), durante uma imersão fotográfica em janeiro de 2022. Inspirada pela “vitalidade e pelos ciclos da natureza”, a narrativa visual de Andréa Brächer evoca tanto o encantamento quanto as urgências ambientais contemporâneas. A utilização da cianotipia, com suas tonalidades azuladas características, alia técnicas analógicas e digitais, conectando práticas históricas às tendências da fotografia contemporânea. As fotografias, ampliadas em papel Canson mate, surgem da digitalização das imagens originais, feitas em papel para aquarela, revelando um diálogo entre o passado e o presente da arte fotográfica.

Para a curadora Letícia Lau, as imagens da série funcionam como um “alerta poderoso” sobre a importância da preservação dos ecossistemas e sobre o impacto humano na natureza. O conceito de fabulação, central na obra da artista, permeia a série, convidando o observador a imaginar narrativas inspiradas no cenário singular do Baixo Amazonas.

Ao longo de sua trajetória, Andréa Brächer tem explorado temas ligados à floresta, à memória e à transitoriedade, desvendando conexões entre o imaginário coletivo e as paisagens que habitamos. Segundo a artista, “a floresta é ora um território do onírico e de seres sobrenaturais, ora um espetáculo de fauna e flora exuberantes que fascina o mundo inteiro”. Esses temas também estão presentes em suas séries anteriores, como “A Vinda das Fadas” (2019) e “Desaparecidos” (2019). A exposição “Ygapó: Floresta encantada de águas” transcende a dimensão estética e aborda questões ambientais urgentes. Estudos apontam que os igapós ocupam cerca de 8% do bioma amazônico e desempenham um papel essencial na regulação dos ciclos hídricos e climáticos. Os trabalhos de Andréa Brächer não apenas denunciam os impactos ambientais, mas também exaltam a magnitude desses ecossistemas, reforçando a necessidade de uma consciência coletiva para sua preservação. Ao final da visita, o espectador é convidado a refletir sobre sua própria relação com a natureza e com o tempo. Cada imagem é um fragmento poético que transita entre o real e o imaginário, uma pausa no fluxo cotidiano para resgatar a conexão com o que há de mais essencial: a contemplação e o cuidado com a vida em todas as suas formas.

Até 02 de março.

 

Galatea em Salvador.

13/jan

Galatea e Fortes D’Aloia & Gabriel têm a alegria de colaborar na realização da mostra Corpos terrestres, corpos celestes, que inaugura o programa expositivo de 2025 da Galatea em Salvador.

Com curadoria de Tomás Toledo, a coletiva propõe uma interlocução entre Miguel dos Santos (1944, Caruaru), representado pela Galatea, e as artistas Erika Verzutti (1971, São Paulo), Gokula Stoffel (1988, Porto Alegre) e Pélagie Gbaguidi (1965, Dakar), representadas pela Fortes D’Aloia & Gabriel. A abertura ocorre no dia 30 de janeiro e se alinha ao calendário festivo da cidade, que celebra Iemanjá no dia 02 de fevereiro.

Ao colocar Miguel dos Santos em diálogo com Verzutti, Stoffel e Gbaguidi, três artistas mulheres de repertórios distintos, a curadoria joga luz sobre a obra do artista de Caruaru radicado em João Pessoa a partir de uma perspectiva contemporânea, criando justaposições entre os seus trabalhos, sobretudo dos anos 1970 e 1980, e a produção recente das artistas convidadas.

A parceria entre as galerias se dá no aniversário de 1 ano da Galatea em Salvador e reforça o seu intuito de fazer da sede na capital baiana um ponto de convergência para intercâmbios e trocas entre artistas, agentes culturais, colecionadores, galerias e o público em geral.

Até 24 de maio.

Luisa Strina 50 anos livro e exposição.

No final de 2024, Luisa Strina, um dos pilares da arte contemporânea no Brasil e no mundo, celebrou meio século de existência, com centenas de exposições apresentadas. Fundada em 17 de dezembro de 1974, a galeria atravessou décadas de transformações políticas, sociais e culturais, e, ao longo dos anos, desempenhou um papel crucial na promoção de artistas brasileiros e latino-americanos, consolidando-se como inovadora no cenário global da arte.

Para comemorar o cinquentenário da sua galeria, parte da coleção privada de Luisa Strina estará aberta à visitação pública. Amostra, apresenta alguns destaques, incluindo nomes como Cildo Meireles, Fernanda Gomes, Carl Andre, Jimmie Durham, Francis Alÿs, Mira Schendel, Leonilson, dentre outros. A exposição tem curadoria assinada pela própria galerista/colecionadora, pela diretora artística da galeria Kiki Mazzucchelli e pelo curador/galerista Ricardo Sardenberg, será lançado também Luisa Strina 50, livro comemorativo. A publicação, organizada por Kiki Mazzucchelli e Oliver Basciano, com coordenação editorial da Act. Editora, reúne textos inéditos e documentação de cinco décadas da galeria de arte mais longeva do Brasil.

Com mais de 100 exposições realizadas ao longo de cinco décadas, é uma testemunha viva do desenvolvimento da arte brasileira e internacional. Cada mostra trouxe novas reflexões e desafios, ampliando o entendimento sobre a produção artística contemporânea e reafirmando a galeria como um espaço de diálogo e inovação. A história da galeria é também a história da arte brasileira, que encontrou nas paredes da Luisa Strina um palco de projeção global.

Sobre o livro Luisa Strina 50

Com ensaios de curadores e jornalistas sobre o cinquentenário da galeria, Luisa Strina 50, organizada por Kiki Mazzucchelli e Oliver Basciano, com coordenação editorial da Act. Editora, comemora uma trajetória que se confunde com a história da arte contemporânea brasileira. O livro destaca também 100 exposições memoráveis que aconteceram em seu espaço, mostras de artistas como Alfredo Jaar, Anna Maria Maiolino, Antoni Muntadas, Cildo Meireles, Cinthia Marcelle, Fernanda Gomes, Magdalena Jitrik, Olafur Eliasson, Panmela Castro, Tunga, entre outros. A publicação traz ainda duas entrevistas com Luisa Strina, e uma rica iconografia com fotos, depoimentos e documentos.

A Serpente de Ernesto Neto em Paris.

Para sua décima exposição artística em janeiro, o Le Bon Marché Rive Gauche convidou o artista brasileiro Ernesto Neto para assumir o espaço. Trabalhando em torno da cor branca, em referência ao mês do Branco iniciado por Aristide e Marguerite Boucicaut, fundadores do Bon Marché Rive Gauche no século XIX.

A exposição “Le La Serpent” é composta por diversas obras monumentais, feitas em crochê e criadas a partir de seu ateliê no Rio de Janeiro. Sob os telhados centrais de vidro, atravessando a escada rolante, no segundo andar e nas janelas da rue de Sèvres, rue du Bac e rue de Babylone, o artista entrega a sua interpretação alegre e espiritual do mito fundador da humanidade, na cultura ocidental, através das figuras essenciais de Eva, Adão e da Serpente.

Encontre-se até 23 de fevereiro no Bon Marché Rive Gauche para conhecer a exposição única de Ernesto Neto, já que a temporada França-Brasil começa em abril.

Sobre o artista.

Nascido em 1964 no Rio de Janeiro, Ernesto Neto é um grande artista contemporâneo, reconhecido por suas instalações escultóricas em crochê. Suas obras, semelhantes aos organismos vivos, envolvem diversos sentidos e buscam reconectar o homem com a natureza. São feitos para serem atravessados, habitados e sentidos, às vezes até cheirados. O espectador é assim convidado a experimentar livremente o seu corpo, os seus sentidos e a sua mente. Há vários anos que Ernesto Neto utiliza exclusivamente materiais naturais como algodão, especiarias, madeira, argila e folhas de árvores.

Famoso em França desde a sua exposição “Léviathan Thot” no Panthéon em 2006, o artista expõe por todo o mundo, regressa a Paris e deslumbra os nossos sentidos no Bon Marché Rive Gauche. Conheça os bastidores da exposição durante uma conversa artística entre Ernesto Neto e o jornalista cultural Laurent Goumarre sobre a obra e a vida do artista.

A natureza que me habita.

09/jan

Após temporada em Lisboa, Ana Durães apresenta produção atual na Galeria Contempo, Jardim América, São Paulo, SP. Passada quase uma década desde sua última individual na capital paulistana, a artista visual Ana Durães retorna com trabalhos recentes, todos inéditos, com a exposição  “A natureza que me habita”. A partir do dia 18 de janeiro, ela ocupará a Galeria Contempo, em São Paulo, com cerca de 20 obras em técnica mista, tinta acrílica e óleo sobre tela e linho, com médios e grandes formatos. O texto crítico leva assinatura da cientista social, historiadora e curadora de arte Vanda Klabin.

Morando entre Rio e Lisboa, Ana Durães costuma trabalhar imersa na natureza, inspirada nas paletas de cores ao seu redor, no ateliê que mantém na serra de Petrópolis: “A natureza que me habita vem bem antes da pandemia. Penso que a natureza sempre me habitou. E o costume de estar dentro dela se fortificou na necessidade da reclusão. Na necessidade da solidão”, afirma.

“Não sigo tendências artísticas. Sou uma artista pós-moderna no mundo contemporâneo, onde sigo meus impulsos sensoriais. Pinto o que vejo e sinto. Mas, da forma como vejo, não necessariamente uma natureza real. Uma simples folha pode ser floresta. Uma poça de chuva pode virar rio. Nada do que vejo me é alheio, misturo as flores, as cores, o meu jardim, com imagens imaginárias. Quase abstratas. Acaba por tornar-se um jardim das delicadezas, próprio da liberdade com que registro meu mundo. Essas flores que apresento agora, inéditas, trabalhadas nos últimos três anos, na verdade moram em mim há 62 anos. Elas são alegorias da minha natureza, onde transmuto dor em amor até tornar-se alegria”, conclui.

Ana Durães: a natureza que me habita (por Vanda Klabin).

A natureza com suas paisagens reais, alegóricas ou míticas, tem um papel decisivo para a história da pintura. É uma matéria sempre suscetível à interpretação e à reflexão, que estimula o processo criativo e converge para as inúmeras possibilidades plásticas do mundo. A interlocução com a natureza, que orquestra imensas áreas de cor, está presente na pintura de Ana Durães. A artista encontra sua gramática poética no ritmo da vida real, e suas telas consolidam um tratamento cromático que irradia um diálogo visual pela ação de seu imaginário, um éden mágico que anseia por consonâncias. A paisagem, a presença de árvores e as naturezas-mortas fazem parte do campo narrativo que se instala em suas pinturas. Seus reflexos, suas luminosidades, suas colorações, suas inquietudes rítmicas, suas ambiguidades veladas, tudo se transforma em acontecimento plástico. Observamos a liberdade das pinceladas, a supressão de um ponto central, os efeitos de luz que dissolvem a superfície da tela. Espécies de narrativas breves, como poemas instantâneos, que reforçam a sensação de uma eterna redescoberta e de uma atmosfera cromática misteriosa — um verdadeiro paraíso de possibilidades estéticas. Os vasos de flores e a vegetação tecem um diálogo visual, alternando-se em suas múltiplas direções, ora se insinuando, ora ocupando todo espaço, gerando uma disponibilidade plástica como se fosse uma fricção cromática da natureza. Sensível à poesia contida na vida silenciosa dos acessórios agenciados na sua cotidianidade, Ana Durães procura, nas formas encontradas nas suas naturezas-mortas e paisagens, o tratamento do espaço plástico no que diz respeito aos volumes e à incidência da luz sobre as formas e os resultados das variações e da modulação pela cor. Uma fermentação germina entre as suas cores constitutivas e manifesta a vitalidade da artista e a sua exuberância encantatória do mundo.

Sobre a artista

Ana Durães nasceu em 1962 em Diamantina, MG, e mora no Rio de Janeiro. Iniciou seus estudos na Escola Guignard de Belo Horizonte, em 1981. Concluiu o curso de formação na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, em 1987. Participou de centenas de exposições coletivas e individuais: no Palácio das Artes de Belo Horizonte (MG); no Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro; no Museu Histórico Nacional; no Museu de Arte Moderna de Salvador (BA); no MASP – Museu de arte de São Paulo; na Escola de Artes Visuais (RJ); no Museu da República do Rio de Janeiro; no Instituto Centro Cultural Brasileiro-Americano em Washington DC e no Kunstlerhaus, na Áustria, além de cidades como Berlim, Madri, Paris, Lisboa e Buenos Aires. Em 2012, comemorou 30 anos de carreira na exposição individual Mundo das Coisas, no Espaço Furnas Cultural no Rio de Janeiro. Em 2013 realizou a exposição individual Novos Pretos Novos, na Galeria Sergio Gonçalves, no Rio de Janeiro. Em 2018, realizou exposição individual na Artfact Gallery em Nova York. Em 2020, apresentou a exposição Altered Nature, em diálogo com o fotógrafo Daniel Mattar, na Brisa Galeria, em Lisboa. Em 2022, expôs em Madri, na Casa de América, com produção da Galeria Contempo; em 2023, participou da exposição “Paisagens Construídas”, na [A] Space, em Lisboa, com o artista Luiz Dolino, e, no mesmo ano, da individual “Diálogos da Paisagem”, com curadoria de Mônica Xexéu, na Casa de Cultura de Petrópolis. Suas obras são encontradas em diversos acervos no Brasil e no exterior.

Mostra inaugural com Maxwell Alexandre.

08/jan

O Centro Cultural Municipal Oduvaldo Vianna Filho, conhecido como Castelinho do Flamengo, foi revitalizado e recuperado por meio do Programa Cultura do Amanhã, da Secretaria Municipal de Cultura (SMC). A primeira etapa das intervenções de restauro e revitalização foram entregues com a inauguração da Galeria Angelo Venosa, no térreo. De estilo eclético, o Castelinho possui três pavimentos e localiza-se na Praia do Flamengo, 158. Foi projetado pelo arquiteto italiano Gino Copede e executado pelo arquiteto brasileiro Francisco dos Santos, entre 1916 e 1918. Após a abertura da galeria, o imóvel, que é tombado pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, seguirá em reforma. A previsão é de que o restauro integral, com a recuperação estrutural do casarão, seja entregue em agosto de 2025.

A mostra inaugural da nova galeria, foi “Clube: pinturas de berço”, do artista plástico Maxwell Alexandre, um dos mais conceituados nomes da arte contemporânea.

O nome do Centro Cultural é uma homenagem ao dramaturgo, ator e diretor de TV, Oduvaldo Vianna Filho, carinhosamente chamado de Vianinha.

Sobre o artista.

Talento carioca, cria da Rocinha, Maxwell Alexandre é o primeiro artista a ocupar a Galeria Angelo Venosa, que se estabelece como o Pavilhão Maxwell Alexandre 4. Ele apresenta 16 pinturas inéditas de um novo período de trabalho, todas em pequenos formatos, feitas em casa, com pastel seco e oleoso sobre linho. A série chama-se “Clube: pinturas de berço” e permanecerá em cartaz até 16 de março. A série “Clube: pinturas de berço” retrata os banhistas do Clube de Regatas do Flamengo, e foi apresentada pela primeira vez no Pavilhão Maxwell Alexandre 3, na Gávea, no Museu Histórico da Cidade.

Homenagem a um dos destaques da Geração 80

A galeria do Castelinho do Flamengo recebe o nome de um dos mais destacados artistas plásticos do país. Angelo Venosa (1954-2022), é natural de São Paulo e, aos 20 anos, transferiu-se para o Rio de Janeiro. Em terras cariocas construiu sua trajetória, cursando a Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI) e frequentando os cursos livres da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Destacou-se na cena artística a partir dos anos 1980 e tornou-se um dos representantes mais proeminentes da chamada Geração 80, que defendia o retorno da pintura mais subjetiva e a liberdade de expressão em todos os segmentos culturais.

Livro destaca a obra de Maria Lira Marques.

13/dez

 

Esta publicação é dedicada à trajetória e obra da artista mineira Maria Lira Marques (Araçuaí, 1945), que rompeu barreiras e nomenclaturas, estabelecendo-se no circuito de arte contemporânea. Mais que uma monografia, o livro busca destacar a relação visceral da artista com o território que a forjou, o Vale do Jequitinhonha, bem como resgatar elementos da tradição popular em sua estética e prática. Este percurso é apresentado por meio de um corpo de obras – desenhos, pinturas e objetos em cerâmica -, além de ensaios do curador Rodrigo Moura, que assina a organização do livro, e da pesquisadora e curadora Luciara Ribeiro. A publicação incorpora ainda imagens históricas registradas por Frei Chico (importante personagem na vida de Maria Lira), uma cronologia completa, e depoimentos da artista publicados originalmente em 1983.

Realização: Gomide&Co.

Edição: Yasmin Abdalla e Marina Dias Teixeira.

Textos: Rodrigo Moura, Luciara Ribeiro, Luisa Duarte e Yasmin Abdalla.

Design: Felipe Chodin e Camila Regueira.

Palestras com experts.

Café tem abordagem imersiva e multissensorial pela primeira vez na história, em exposição que ocupa o Polo Cultural ItalianoRio, na Casa D’Italia.

Bebida mais consumida no mundo depois da água, o café ganhou mostra inédita, totalmente dedicada a ele. “Café Através dos Sentidos” já foi visitada por mais de 2.000 pessoas, conduzidas em uma experiência sensorial e imersiva. Despertando os cinco sentidos (olfato, audição, visão, tato e paladar), o evento pretende ampliar o alcance de público. No dia 17 de dezembro, Rodolfo Teichner discorrerá sobre o tema “Torrefação de Café”, no dia 27 de janeiro, Jose Sette fala sobre “Café pelo Mundo”. E em fevereiro, no dia 20, João Candido Portinari aborda “Portinari e o Café”, esmiuçando a arte que celebra o trabalho e a cultura brasileira e italiana. Seu pai, Candido Portinari, tem um painel reproduzido em uma das paredes do espaço.

“O que se sente não se esquece”, enfatiza a curadora e idealizadora do projeto, Josefina Durini, que também é responsável pela concepção da mostra. Produzida pela Artepadilla através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, “Café Através dos Sentidos”, contempla temas abrangentes com a finalidade de proporcionar uma experimentação completa em vários níveis.

Diversos escritores brasileiros renomados incorporaram o café em suas obras, entre eles Machado de Assis, Jorge Amado e Graciliano Ramos. Na poesia, Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira também beberam dessa fonte. Jean-Paul Sartre escreveu suas obras literárias nas cafeterias de Paris, sobretudo o Café de Flore, em Saint Germain de Près.

Há muito tempo que o café é fonte de inspiração para músicos e cantores. A “Cantata do café”, de Johann Sebastian Bach (1685-1750), conta, de maneira cômica, a história de um pai que briga com a filha para que ela pare de tomar tanto café. Composta em 1734 para ser apresentada na cafeteria Kaffeehaus Zimmermann, em Leipzig, na Alemanha, a música reflete a polêmica da época em torno do café, que havia sido introduzido há algumas décadas no país e dividia opiniões”.

A trajetória de um mestre do Sul.

12/dez

 

A exposição retrospectiva “Nelson Boeira Faedrich: Trajetória” encontra-se em cartaz na Casa da Memória Unimed Federação/RS, Porto Alegre.

A mostra “Nelson Boeira Faedrich: Trajetória” dá sequência às realizações na promoção da história da arte no Rio Grande do Sul, com retrospectivas de artistas de relevância, iniciadas com Pedro Weingärtner e José Lutzenberger. A curadoria é assinada por José Francisco Alves e Marco Aurélio Biermann Pinto.

Sobre o artista

Nelson Boeira Faedrich foi um artista autodidata que atuou em áreas que se completaram: pintura, desenho, ilustração, projeto gráfico, desenho de publicidade, cenografia e até o mobiliário. Consagrou-se como ilustrador de capas e livros na antiga Livraria do Globo e por encomendas; cartazista no Rio de Janeiro na década de 1940; foi diagramador e ilustrador em três grandes jornais gaúchos, entre eles o Correio do Povo, entre 1954 e 1974. Também trabalhou como desenhista de publicidade para inúmeros clientes, em Porto Alegre e no Rio de Janeiro, entre as décadas de 1930 e 1950. Foi cenógrafo e figurinista em peças teatrais, em especial na décadas de 1950 e 1960.

Conforme informa um dos curadores, José Francisco Alves, entre as reproduções dos trabalhos de ilustração e diagramação na imprensa diária está uma página do Caderno de Sábado do Correio do Povo, de 11 de setembro de 1971, diagramada pelo artista e com a reprodução de sua pintura “Pássaro de Fogo”, em exibição no mesmo dia na Galeria do Touring.

Sobre a sua pintura, será exposto o maior conjunto de obras do artista desde 1981 (quando realizou uma retrospectiva no Museu de Arte do Rio Grande do Sul), sendo esta linguagem o enfoque principal na Casa da Memória. Estarão na mostra exemplares de sua intensa produção pictórica nas décadas de 1970 e 1980, após aposentar-se da imprensa e dedicar-se com afinco à arte, mais especificamente à pintura, com temáticas figurativas variadas. Na ilustração de livros, os trabalhos mais famosos foram “Lendas do Sul” de Simões Lopes Neto, “O Tempo e o Vento” de Erico Verissimo e os “Contos de Andersen, além de inúmeros livros infantis. Com cerca de 100 originais, a exposição apresenta também desenhos artísticos, projetos gráficos, cartazes, peças de publicidade, jornais e outros suportes.

Até 14 de março de 2025.

Fonte: Correio do Povo.

Exposição “bab_ado” ocupa a Queerioca.

A Queerioca, centro cultural dedicado à resistência e à celebração da arte e da cultura LGBTQIAPN+ no Rio de Janeiro, inaugura no dia 14 de dezembro, a exposição coletiva “bab_ado”, reunindo os trabalhos dos participantes da última residência artística da Bienal Anual de Bûzios (bab). Com curadoria do artista visual Armando Mattos, a mostra em cartaz até junho de 2025 apresenta obras inéditas e peças do acervo da bab, conectando os 15 anos de trajetória do projeto ao público carioca.

“Pela primeira vez em 15 anos, a bab bienal apresenta a experiência de seus participantes numa mostra fora de seu espaço de atividades. Esse convite da Queerioca é um desafio, pois abre espaço para uma nova experiência do Projeto, antes circunscrita à prática e discussão de situações artísticas experimentais, para apresentar o resultado dessa pesquisa a um público mais amplo, no Rio de Janeiro”,  explica Armando Mattos, também coordenador do Núcleo Educativo e Pesquisa do Instituto Gilberto Chateaubriand.

Arte, território e hospitalidade

Com 25 obras, a mostra reúne produções inéditas da 16ª edição da bab, bienal  anual búzios, realizada em 2024, além de destaques de edições anteriores. São trabalhos de artistas consagrados que exploram temas como deslocamento, meio ambiente e convivência. “O projeto bab sempre buscou ir além da criação de objetos. É sobre experimentação e convivência sensível entre artistas, público e a natureza, permitindo que esses encontros afetem suas produções”, comenta Armando Mattos.

“Esses elementos orientaram todas as edições do projeto desde sua estreia, em 2008, com a participação de Anna Bella Geiger, Artur Barrio e Ivald Granato (in memoriam)”, ressalta o curador.

Redimensionada por Armando Mattos para o público da Queerioca, esta versão da exposição valoriza registros documentais de experiências efêmeras, performances e ensaios artísticos. Entre os destaques estão: Kika Moraes (fotografia e objetos), Rodolfo Viana (fotografia), Fernando Codeço (instalação/print), Rafaela Rocha (foto/vídeo), Paula Scamparini (fotografia), Camila Rocha (desenho de observação), Karola Braga (instalação olfativa), Bernardo Backer (fotografia), Raphael Medeiros (objeto), Edu Barros (pintura), Armando Mattos (escultura), Felippe Moraes (objeto), Daniel Toledo (fotografia), Andy Villela (desenho). Além disso, o acervo do projeto traz para o espaço LGBTQIAPN+ carioca algumas das obras de nomes como Anna Bella Geiger, Panmela Castro, Laura Lima, Opavivará!, Marcos Bonisson, Luciano Bogado e Brigida Baltar (in memoriam), entre outros.