Um olhar afetivo para a arte brasileira.

10/dez

A Galeria FLEXA, Leblon, Rio de Janeiro, RJ, recebe a exposição “Um olhar afetivo para a arte brasileira: Luiz Buarque de Hollanda”, com curadoria de Felipe Scovino e expografia de Daniela Thomas. A exposição examina a figura de Luiz Buarque de Hollanda (1939-1999), advogado e colecionador que criou, com o sócio Paulo Bittencourt (1944-1996), a Galeria Luiz Buarque de Hollanda & Paulo Bittencourt, cuja atuação se deu entre 1973 e 1978, no Rio de Janeiro.  Em exibição até 15 de março de 2025.

Sobre Luiz Buarque de Hollanda

Ao longo de mais de tres décadas, Luiz Buarque de Hollanda foi um dos nomes centrais do colecionismo no Brasil, além de pioneiro na colaboração com projetos de artistas que se tornariam seminais para a história da arte brasileira. Entre eles, destacam-se nomes como Carlos Vergara, Carlos Zilio, Cildo Meireles, Debret, Glauco Rodrigues, Iberê Camargo, Iole de Freitas, J. Carlos, Mira Schendel, Rubens Gerchman, Sergio Camargo, Thereza Simões e Waltercio Caldas. A programação reunia diferentes gerações, fazendo coabitar em seu espaço vanguarda e tradição.

Reunindo cerca de 150 obras de artistas presentes na coleção e nas exposições promovidas, a mostra se divide em 4 núcleos de interesse do colecionador-galerista. São eles: Paisagem: do encantamento à hostilidade, Aproximações improváveis: o retrato entre o social e o libidinoso, Corpo partido e Linguagens construtivas e desdobramentos disruptivos. De acordo com Felipe Scovino, “a presente exposição investe, tanto curatorial quanto expograficamente, em como Luiz adquiria, organizava e mostrava a sua coleção. Ele se cercava daquilo que lhe dava prazer e conscientemente construía um modo muito singular de olhar para a arte brasileira. A galeria da qual foi sócio nos anos 1970 foi inovadora ao responder pela interdisciplinaridade de gerações, mas, acima de tudo, na constituição de um ambiente acolhedor e próximo aos artistas. Sua imagem e memória estão ligadas ao campo do afeto e da inteligência.”.

A amizade de Luiz Buarque de Holanda com os artistas e sua paixão pela arte podem ser exemplificadas na generosidade em produzir edição de obras especiais, como um livro de Mira Schendel – que hoje integra a coleção do MoMA em Nova York – e o disco Sal sem carne, de Cildo Meireles, ambos nos anos 1970. Luiz teve participação direta na edição dos exemplares do Livro-obra de Lygia Clark, em 1984, e na pesquisa, junto com Noêmia Buarque de Hollanda, para exposição e catálogo da retrospectiva da mesma artista, que começou em 1997 na Fundación Tàpies (Barcelona) e circulou por 5 países. A exposição na Flexa conta ainda com farta documentação: impressos, cartazes, convites, críticas e notícias sobre as exposições. O material nos recorda como a galeria foi um local de convívio e reflexão, que reuniu artistas, colaboradores e público interessado em debater o cenário das artes.

A diretora de cinema e teatro Daniela Thomas, que assina a expografia da mostra, escreve: “O espaço que antes me pareceu imenso, da galeria de três andares, revelou-se exíguo quando me deparei pela primeira vez com a lista de obras da coleção de Luiz Buarque, selecionada por Felipe Scovino.  Logo me dei conta, por outro lado, que esta é a questão central para o colecionador: nunca há espaço suficiente para expor os itens da sua coleção, e mesmo assim ele tenta, quando decide que tudo é superfície: as paredes da escada que leva aos andares superiores da sua casa, por exemplo. Do chão ao teto, tudo está sempre em jogo”.

Caminhos Selvagens.

A Galeria Itinera Arte inaugura seu espaço no Centro do Rio de Janeiro, no dia 13 de dezembro, com Caminhos Selvagens, uma exposição coletiva que explora o desenho como uma prática que transcende sua função técnica, conectando-a a sua origem ontológica e uma visão renovada do mundo natural. Com curadoria de Yago Toscano, a mostra reúne obras de Aline Marins, Cláudia Costa, Faride Seade, Gilda Nogueira e Raquel Benjamim, propondo um novo olhar sobre o gesto do desenho e sua relação com a terra, os ritos e a ideia de partilha comunal.

A exposição parte de uma provocação: o que resta a ser tratado no desenho quando ultrapassamos sua dimensão técnica e prática, já imersa no pensamento cartesiano e na lógica racionalista ocidental? O desenho, desde a sua radicalidade centrada no pensamento, foi o veículo através do qual se estruturaram narrativas dominantes, da arquitetura à topografia nacional. Em Caminhos Selvagens, o desenho é redimensionado, não mais como uma técnica de dominação, mas como uma prática gestual que resgata a relação com a terra, os ritos e as partilhas que retomam as relações do mundo natural e de suas comunidades.

“O desenho permite observar indícios de uma ruína civilizatória quando através dele, enquanto gesto de uma abertura incontornável, a selva retomar dos humanos sua primazia de selvagem: um percurso de todos os começos, mas que se distingue pela multiplicidade de seus desfechos, refletindo as diversas perspectivas e propostas de cada uma das artistas aqui presentes”, reflete o curador Yago Toscano.

Caminhos Selvagens segue até 28 de fevereiro de 2025.

Sobre o curador

Yago Toscano nasceu em 1995, Tinguá, Rio de Janeiro, é graduado em Artes Visuais e mestrando em Arte e Cultura Contemporânea pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Foi curador do Centro Cultural Oduvaldo Viana Filho. Atualmente é co-curador do espaço independente A MESA, compõe a parceria de gestão curatorial com o Centro Cultural Candido Mendes, além de colaborar anualmente com o projeto “Mostra Formação” da UERJ que organiza a produção dos alunos concluintes dos cursos de Artes Visuais, História da Arte e Licenciatura em Artes da UERJ, realizada no Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica e Paço Imperial. Realizou curadorias no Centro Cultural Justiça Federal, Centro Cultural Light, Galeria Gustavo Schnoor (UERJ), Paço Imperial, A MESA, Castelinho do Flamengo, Centro Cultural Candido Mendes, entre outros.

Pela regeneração ambiental.

O artista plástico Otávio Veiga apresenta “Formas da Consciência” na Galeria ZooFoz, a exposição reflete sobre a conexão entre humanidade e natureza por meio de esculturas tridimensionais.

A exposição “Formas da Consciência”, inaugura no dia 12 de dezembro na Galeria ZooFoz, Morumbi, em São Paulo. Otávio Veiga apresenta um conjunto de esculturas que explora a complexa relação entre a humanidade e o meio ambiente, utilizando materiais reciclados e naturais, como madeira reaproveitada, ferro, pedras e fibras. As oito obras em exibição, representando figuras como tamanduás, árvores, peixes e elefantes, convidam o público a refletir sobre os impactos do consumo humano e a importância da regeneração ambiental.

A exposição “Formas da Consciência” integra a programação inaugural da Galeria ZooFoz, que se apresenta como um novo espaço dedicado à arte contemporânea e à reflexão ambiental. Além da exposição de Otávio Veiga, o evento traz a mostra “Justine e Outras Aves”, de Rafael Vogt Maia Rosa, e celebra a abertura do espaço. Parte da renda obtida será revertida para a Associação ZooFoz, que realiza ações voltadas à conscientização ambiental e social.

Sobre o artista

Otávio Veiga nasceu em São Paulo, 1973, iniciou sua trajetória artística utilizando a escultura como um canal para abordar questões contemporâneas como sustentabilidade e renovação. Seus trabalhos transformam resíduos descartados em objetos de grande significado visual e conceitual, evidenciando a beleza em materiais negligenciados. Explorando a relação entre o mecanicismo do mundo moderno e a organicidade da natureza, o artista cria obras que ressoam tanto por sua forma quanto por sua mensagem, estabelecendo um diálogo direto com o público sobre temas como regeneração e ressignificação.

A voz indígena de Vinícius Vaz.

09/dez

O artista plástico indígena Vinícius Vaz apresenta exposição individual intitulada de A História que o Brasil não Conta. A mostra reúne 16 pinturas impactantes sob a curadoria de Antonio Aversa. Vinícius Vaz, do povo Xakriabá, apresentou sua primeira exposição individual na galeria Mercato + Antiguidade + Design, no Conic, Brasília, DF.

O trabalho de Vinícius Vaz busca dar voz a personagens e temas frequentemente ignorados pelos livros de história. O trabalho de Vinícius Vaz busca dar voz a personagens e temas frequentemente ignorados pelos livros de história. Uma das obras que se destacam é Guernica Tupiniquim, que retrata o assassinato do indígena Galdino, queimado enquanto dormia em um ponto de ônibus na 703 Sul, em Brasília. O episódio ainda ecoa como um símbolo da violência contra os povos originários.. O episódio ainda ecoa como um símbolo da violência contra os povos originários.

Fonte: Metrópoles.

Raul Mourão em Salvador.

O artista carioca inaugura sua terceira exposição individual na Alban Galeria, Ondina, Salvador, BA, nesta quinta-feira, 12 de dezembro, com um conjunto inédito de esculturas, pinturas e desenhos.

Conhecido por sua produção multimídia, Raul Mourão constrói suas obras a partir da observação da paisagem urbana e das relações entre indivíduo e coletividade. Desta vez, o artista elege elementos arquitetônicos de Salvador – como grades e janelas ornamentadas – como ponto de partida para refletir poeticamente sobre a cidade. A exposição poderá ser visitada até 08 de fevereiro.       

A exposição é acompanhada de uma entrevista do curador e crítico de arte Pablo León de la Barra, que conversou com Mourão sobre sua trajetória e a conexão do artista com a capital baiana, entre outros assuntos.  Volume Vivo começou começou a ser pensada em janeiro de 2023 em parceria com Cristina Alban, diretora da galeria, falecida recentemente, a quem Mourão dedica a mostra. Complementa a exposição um vídeo de 20 minutos em parceria com o jovem filmmaker e fotógrafo carioca Tchaca.

Sobre o artista

Raul Mourão nasceu no Rio de Janeiro, em 1967, onde vive e trabalha. Entre suas principais exposições individuais e projetos solo recentes, destacam-se: Cage Head, Americas Society for Arts (2023), Nova York, Estados Unidos; Empty Head, Galeria Nara Roesler (2021), Nova York, Estados Unidos; Fora/Dentro, Museu da República (2018), Rio de Janeiro, Brasil; Você está aqui, Museu Brasileiro de Ecologia e Escultura (MuBE) (2016), São Paulo, Brasil; Please Touch, Bronx Museum (2015), Nova York, Estados Unidos; Tração animal, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-Rio) (2012), Rio de Janeiro, Brasil; Toque devagar, Praça Tiradentes (2012), Rio de Janeiro, Brasil. Entre as coletivas recentes: Utopias e distopias, Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) (2022), Salvador, Brazil; Coleções no MuBE: Dulce e João Carlos de Figueiredo Ferraz – Construções e geometrias, Museu de Ecologia e Escultura (MuBE) (2019), São Paulo, Brasil; Modos de ver o Brasil: Itaú Cultural 30 anos, Oca (2017), São Paulo, Brasil; Mana Seven, Mana Contemporary (2016), Miami, Estados Unidos; Brasil, Beleza?! Contemporary Brazilian Sculpture, Museum Beelden Aan Zee (2016), Haia, Países Baixos; Bienal de Vancouver 2014-2016, Vancouver, Canadá (2014). Seus trabalhos figuram em coleções de importantes instituições, tais como: ASU Art Museum, Tempe, Estados Unidos; Instituto Itaú Cultural, São Paulo, Brasil; Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC-Niterói), Niterói, Brasil; Museu de Arte do Rio (MAR), Rio de Janeiro, Brasil; e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), Rio de Janeiro, Brasil.

Até 08 de fevereiro de 2025.

Os nomes do fim.

No domingo, 08 de dezembro, o Ateliê397 realiza Os nomes do fim, exposição pop-up que marca o encerramento do segundo semestre do Clínica Geral, programa de acompanhamento de pesquisas artísticas. O evento acontece das 14h às 18h na galeria Vermelho, Higienópolis, São Paulo, SP, que abrigou os encontros ao longo do semestre e a curadoria é de Bruna Fernanda, Lucas Goulart e Thais Rivitti, mediadores da turma.

Além de compartilharem reflexões sobre suas práticas, os artistas se encontram ao enfrentar o esgotamento de sentido diante das condições ético, político e ambientais dominantes e ao repensar nossa relação com a matéria, a imagem, a biologia, a paisagem e o próprio objeto de arte. Nesse rumor, despontam diferentes exercícios para contornar as mortes, pequenas e retumbantes, que fazem o cotidiano.

Os Nomes do Fim

Artistas participantes: Andrea Brazil, Bruno Fonseca, Corina Ishikura, David Caicedo, Duda Camargo, Edilaine Brum, Felipe Corcione, Fernanda Pompermayer, Isabela Hirata, Latife Hasbani, Leticia Morgan, Maltichique, Meia, Sergio Magno, Sindy Palloma, Tara Perstephonie, Thiá Sguoti, Uma Moric e Zizi Pedrossa.

Apoio: Estúdio Motriz e galeria Vermelho.

  

O livro da loucura.

04/dez

Lançamento do livro “Do asilo ao museu – Nise da Silveira e as coleções da loucura”, ocorreu na Pinakotheke Cultural, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ.

O livro “Do asilo ao museu – Nise da Silveira e as coleções da loucura” (2024, Hólos Consultoria e Assessoria), de Eurípedes Gomes Cruz Jr., que trabalhou por 25 anos junto com a Dra. Nise da Silveira (1905-1999), analisa a relação entre as obras produzidas por pacientes psiquiátricos e os museus, nos últimos cem anos. Músico e museólogo, Eurípedes Gomes Cruz Jr., aborda coleções da loucura existentes na França, Alemanha e Itália, entre outros países, e o pioneirismo do Museu de Imagens do Inconsciente, no Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, criado em 1952 pela grande psiquiatra Nise da Silveira, e dono do maior acervo desse gênero no mundo, com mais de 400 mil obras. Fartamente ilustrado, o livro editado pela Hólos Consultoria e Assessoria, tem 432 páginas, com 26,5 cm x 19cm, apresentação de Luiz Carlos Mello, diretor do MII, contracapa de Marcos Luchesi – ex-presidente da Academia Brasileira de Letras e presidente da Sociedade de Amigos do Museu de Imagens do Inconsciente – e prefácio de Kaira M. Cabañas, diretora associada para Programas Acadêmicos e Publicações no Center for Advanced Study in the Visual Arts (The Center), na National Gallery of Art, em Washington, DC.

A publicação, com linguagem acessível, contém uma cronologia de fatos relevantes, minibios dos artistas revelados pelos Ateliês da Dra. Nise, e a importância da chancela de grandes pensadores, como o psiquiatra Carl Jung (1875-1961) e o filósofo Jacques Derrida (1930-2004), para a “arte da loucura”. O livro poderá ser encontrado em livrarias físicas e digitais, e foi lançado na Pinakotheke Cultural, no Rio de Janeiro.

“Do asilo ao museu – Nise da Silveira e as coleções da loucura” é o resultado de 19 anos de pesquisas, que incluíram a tese “O Museu de Imagens do Inconsciente: das coleções da loucura aos desafios contemporâneos” – no Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, que recebeu Menção Honrosa no Prêmio Capes de Tese 2016 – e sua formatação para chegar ao público em forma de livro.

Thix representado pela Silvia Cintra+Box4.

29/nov

Ocupando o espaço expositivo até 19 de novembro, na Silvia Cintra+Box4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, de forma densa, remontando um salão de arte dos séculos XVIII ou XIX, a exposição apresenta a primeira individual de Thix na galeria, “Réquiem para um nome”, com 28 retratos inéditos e idealizados especialmente para essa exposição, tensiona a escala temporal e permite que as obras – e as vidas – dialoguem entre si, colocando em relevo experiências compartilhadas acerca dos processos pelos quais pessoas pensam e constituem suas próprias subjetividades. O resultado é uma sobreposição sensível entre obra de arte e biografia, que sublinha as dimensões estética e política das pinturas.

Thix nasceu em 1982 em Porto Alegre, RS. É artista representado pela Silvia Cintra +Box 4. Thix é uma voz recente entre uma nova geração de pintores figurativos, que vem recebendo atenção por obras que espelham elementos da história da pintura – um forte senso de luz e sombra em desdobramentos de cor, forma e materialidade – e se debruçam sobre um olhar para a intimidade através de uma lente queer. Estudou desenho e pintura na Barcelona Academy of Art (Espanha) e na Florence Academy of Art (Itália). Atualmente, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Seu trabalho fala do legado da pintura figurativa e do retrato, combinando habilmente referências históricas com a vida contemporânea e a conexão humana. Retratando a si próprio e indivíduos de sua comunidade, as pinturas de Thix celebram a presença, as singularidades – no tema e no processo – e uma proximidade que envolve novos diálogos em torno de identidade, gênero, agenciamento, corporalidade, arquivo e memória. Tão complexas quanto provocativas, as obras de Thix convidam a um encontro entre sujeito e espectador, o pessoal e o político, e significam uma recalibragem a respeito de quem vê e quem é visto, comunicando outras formas de se relacionar, amar, de produzir memória, e novas interlocuções. Em 2021, foi selecionade nas competições internacionais Figurativas (MEAM) e Royal Society of Portrait Painters (UK). Em 2022, integrou o programa de residência artística da Casa da Escada Colorida (RJ). Em 2023 participou da Residência Uncool Artist, no Brooklyn (NY), coletivas no Solar dos Abacaxis e Centro Cultural dos Correios (RJ), e foi selecionado nos projetos 15° Salão dos Artistas sem Galeria promovido pelo Mapa das Artes, III Bienal Black Rio, GAS Verão 2024 e é atual finalista no Prêmio Garimpo das Artes da Revista DasArtes.

Estreia de dois artistas baianos.

27/nov

A Galatea anuncia a primeira itinerância de uma exposição do seu programa: Bahia afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho apresentada primeiramente em Salvador e agora chega a São Paulo, no espaço da rua Padre João Manuel, 808.

A mostra, com curadoria de Alana Silveira e Tomás Toledo, marca a estreia dos artistas baianos em uma individual na capital paulista e conta com dois núcleos expositivos: no primeiro, fotografias de Bauer Sá (1950, Salvador, BA), produzidas entre os anos 1990 e 2000, exploram a potência da ancestralidade afro-brasileira através de figurações do corpo negro representado como protagonista da cena; no segundo, esculturas em madeira produzidas desde 1992 até o momento atual retratam as cidades utópicas e modernas imaginadas por Gilberto Filho (1953, Cachoeira, BA).

O diálogo estabelecido entre os trabalhos dos artistas cria uma rica narrativa visual, conectando ancestralidade e fabulação em torno de futuros possíveis. A exposição ainda conta com texto crítico assinado por Ayrson Heráclito, artista e curador, e Beto Heráclito, escritor e historiador.

Bahia afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho

Até 25 de janeiro de 2025.

As paisagens insólitas de Petrillo.

Exposição individual inédita do artista Petrillo apresenta sua produção recente, entre pinturas, desenhos e instalação com 1.200 obras que levou seis anos para ser concluída.

A investigação do artista visual Petrillo sobre as possibilidades de paisagens/lugares foi o que deu origem à sua nova mostra individual, “Territórios Possíveis – paisagens insólitas”, que ocupará o Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ, até 11 de janeiro de 2025. Esta pesquisa integra seu repertório visual e imagético, que parte da referência de imagens e fotografias reais. Fazendo uma proposição da recriação da espacialidade, Petrillo observa a sua topografia e recria imagens e paisagens inexistentes, lugares por ele idealizados. Complementa a expsoição a grande instalação “Territórios Reconstituídos”, composta por cerca de 1.200 desenhos de pequenos formatos em caixas acrílicas de CD, onde demorou seis anos para ser finalizada.

A palavra do artista

“Esses trabalhos são fruto de uma pesquisa que venho realizando há algum tempo e são bastante pautados na questão da espacialidade e nos estudos de espaço e lugares  propriamente ditos. Comecei a observar a questão das curvas de nível nfluenciado pela faculdade de Arquitetura, onde dou aulas de desenho. Todo esse processo foi desembocar agora: ressignificando as “voçorocas” (afundamento de solo), acenando também para uma preocupação ecológica e como uma pequena denúncia sobre o que o homem está fazendo na degradação do meio ambiente. Ressignifico não apenas as paisagens que pura e simplesmente vemos, mas também expresso algo mais visceral e impulsivo, a paisagem que está dentro do imaginário de cada um. As manchas nas pinturas são intencionais, vou colocando camadas sobre camadas, nada é aleatório”.

Marcus de Lontra Costa assina o texto crítico “Várias Paisagens”, discorrendo sobre o processo de realização das obras.