Novo espaço de arte

13/abr

 

O Ateliê 31, é o novo espaço de arte contemporânea que anuncia sua inauguração à rua México, 31, (próximo à Cinelândia), Centro, Rio de Janeiro. Sua abertura promete ser pomposa pois traz um elenco categorizado formado por 29 artistas através da exibição coletiva “Quadrantes da Miragem”.

Quando: 22 de abril (sábado), das 11h às 17h, com curadoria de Shannon Botelho e a participação de 29 artistas contemporâneos.

 

Artistas participantes

Alexandre DaCosta, Alexandre Magno, Alexandre Murucci, Alexandre Rangel, Ana Durães, Andy Garcia, Beto Fame (foto), Bhagavan David, Carolina Amorim, Chico Fortunato (foto), Esther Barki (foto), Felipe Bardy, Fernanda Lago, Herbert de Paz, Kika Diniz, Laura Lydia, Lia do Rio, Marcelo Lago, Max Olivete, Myriam Glatt, Patrizia D’Angello, Paulo Campinho, Pedro Paulo Domingues, Pedro Varella, Raimundo Rodriguez, Renata Pedrosa, Suzana Queiroga (foto), Vera Schueler e Vinícius Carvas.

 

O jogo conceitual de Mano Penalva

A exposição individual de pinturas, objetos e esculturas de Mano Peralva encontra-se em exibição até 29 de abril na Simões de Assis, Jardins, São Paulo, SP.

Em Cumeeira, Mano Penalva permanece atento ao que constituiu suas pesquisas e seus interesses. O mercado de pulgas, os mercados populares e, sobretudo, o comportamento sociocultural que dota de sentidos e afetos o que se encontra em desuso. O próprio termo “cumeeira” define interesses de épocas remotas, nas quais festas e rituais de inauguração das casas eram noticiados pela imprensa. O rito, de outros modos, ainda é feito ao se erigir a parte mais alta dos telhados. A festa da cumeeira, cantada internacionalmente por Tom Jobim, não é senão o churrasco da laje, o cozido, o mocotó, que muitas vezes acompanham a ação coletiva (os mutirões) e que caracterizam as autoconstruções (método de edificar casas com a ajuda da família, dos amigos, da vizinhança). De modo ampliado, também entregamos as cumeeiras a santos protetores e orixás.

Na exposição, Penalva observa e compõe tramas, as mais variadas. Achas e varetas de madeira se empilham em construções, couros de tambores são costurados lado a lado, palhinhas são arrematadas por um tecido de crochê de juta. A casa prevalece ao ambiente externo, à própria rua e, nos detalhes, vai nos conduzindo aos sinais de um trabalho inútil. Na arte, a chamada “vontade construtiva” também se dedicou a pensar esses gestos – a junção de planos, o equilíbrio de matérias -, muito mais pautada pelos módulos industriais que regiam a ideia de progresso. O Brasil gerou, com isso, uma perigosa limpeza étnica em obras que, muitas vezes abstratas, abriram mão justamente das culturas populares de tradições negras, indígenas e caboclas que Mano Penalva reinstaura. Por outro lado, não seria propriamente a ideia de popular que estaria em jogo. Antes, pensemos que lugares conceituais vão mantendo os gestos do artista como um pensamento que invoca outras sensações, outros sentimentos.

Em “Afinados” (2018), dois machados de madeira quase coincidem, como no amor, na dualidade nem sempre correspondente a um tempo partilhado. “Quebra sol” (2022) e “Arrimo” (2023) já nos colocam diante da multicultural tradição dos muxarabis árabes, reelaborados pelos brises e cobogós da arquitetura moderna, mantidos por peneiras das tradições da cestaria indígena. Ali, o que pode parecer obstáculo se organiza de modo malemolente, se mexe, dança com o vento ou com a interação humana. Ainda assim, o exercício geométrico se mantém em franco diálogo com a história da escultura brasileira, com os aprendizados concretos e neoconcretos.

Para além dos interesses pelos gestos populares, pelas manufaturas em desuso e pelos ornamentos da casa, vemos, em Cumeeira, um uso elaborado, quase literário, de metáforas visuais. Os couros redondos dos tambores são chamados de “Pérolas” (2022). A paisagem, por exemplo, se mostra como mote associativo quando um tecido azul com duas argolas pendentes ganha o título de “Chuva” (2023). Um molde de palhinha em formato aproximado a um chapéu, acrescido de pingentes de cortina é nomeado: “Arlequim” (2022). Aqui, o tom da poesia de Mano Penalva nos coloca em sensações de nostalgia e reminiscência, em um jogo conceitual romântico que convoca as memórias deixadas em pedaços nas casas vazias – memórias que ganham vitalidade ao enfrentarmos os vazios das mudanças.

Marcelo Campos

 

Esculturas de Ascânio MMM

11/abr

 

No dia 16 de março, será inaugurada a primeira exposição individual de Ascânio MMM na galeria Silvia Cintra + Box4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, abrindo o calendário expositivo de 2023. Com texto crítico de Diego Matos, a mostra exibirá 7 trabalhos inéditos do artista – seis obras de parede e uma grande escultura – que contemplam a sua mais recente produção artística.

Uma das séries que integram a exposição é “Quacors” – um neologismo criado pelo artista que une as palavras quadrado e cor. Estamos diante de híbridos de esculturas e pinturas. Parte da longa pesquisa de Ascânio sobre as possibilidades do alumínio, os “Quacors” surgem como espécies de blocos nos quais uma sucessão de módulos quadrados – ora vazados, ora preenchidos – são articulados por parafusos dotados de certa folga, de tal forma que as composições sejam a um só tempo tensas e fluidas.

Em cinco décadas dedicadas à escultura, Ascânio construiu uma minuciosa obra – transparente em sua poética e firme em sua lógica construtiva – que lhe garante um lugar histórico na trajetória da abstração geométrica da América Latina. Esta foi sua práxis exclusiva. Ascânio nunca fez uma obra figurativa. A gênese particular do artista está ancorada em sua origem portuguesa e no contexto cultural brasileiro, mais especificamente o do Rio de Janeiro, cidade fecundada pela revolução neoconcretista e seus desdobramentos.

 

Sobre o artista

Nasceu em Fão, Portugal, em 1941, vive e trabalha no Rio de Janeiro desde 1959. Sua formação inclui passagem pela Escola Nacional de Belas Artes entre 1963 e 1964, e pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FAU/UFRJ), entre 1965 e 1969, onde se graduou. Atuou como arquiteto até 1976. Começou a desenvolver seu trabalho artístico a partir de 1966 ainda na FAU e posteriormente em paralelo com a prática de arquiteto. A produção artística de Ascânio foi objeto de estudo e análise crítica por Paulo Herkenhoff no livro Ascânio MMM: Poética da Razão (BE? Editora, 2012). Em 2005 foi publicado o livro Ascânio MMM (Editora Andrea Jakobsson, 2005), com textos de Paulo Sergio Duarte, Lauro Cavalcanti, Fernando Cocchiarale e Marcio Doctors.

 

Abre Alas 18

 

Visita especial + Bate-papo

A Gentil Carioca compartilha com muita alegria a publicação do “Abre Alas 18”, concebida por Liliane Kemper. Para celebrar e dar um abraço final na última semana de exposição no Rio de Janeiro, convida a todes para uma visita especial e bate papo com a presença de artistas, curadoras e galeristas. O evento acontece nesta quarta-feira, 12 de abril, na sede da galeria no Rio de Janeiro.

Abre Alas 18: Aline Brant, Ana Bia Silva, Ana Mohallem, Andy Villela, Anna Menezes, Alexandre Paes, Ariel Ferreira, Augusto Braz, Benedito Ferreira, Camila Proto, Celo, Clara Luz, Cyshimi, Daiane Lucio, Dariane Martiól, Denis Moreira, Érica Storer, Genietta Varsi, Luiz Sisinno, Mapô, Marina Lattuca, Mônica Coster, Newton Santanna, Rafael Vilarouca, Raphael Medeiros, Rebeca Miguel, Rose Afefé, Vulcanica Pokaropa e Yanaki Herrera.

 

Curadoria: Bruna Costa, Lia Letícia e Vivian Caccuri.

 

 

 

Marcando 20 anos

31/mar

No ano em que comemora seus 20 anos, A Gentil Carioca apresenta para a SP-Arte 2023 (Stand E4), uma seleção especial que traduz sua essência poética a partir nova produção dos artistas: Agrade Camíz, Aleta Valente, Ana Linnemann, Arjan Martins, Cabelo, Denilson Baniwa, Jarbas Lopes, João Modé, José Bento, Laura Lima, Marcela Cantuária, Maria Laet, Maria Nepomuceno, Maxwell Alexandre, Novíssimo Edgar, OPAVIVARÁ!, Renata Lucas, Rodrigo Torres, Vinicius Gerheim e Vivian Caccuri.

Como parte da programação VIP da SP-Arte, a exposição Maria Nepomuceno & Valentina Liernur – Condo São Paulo 2023, n’A Gentil Carioca SP, participa do evento Travessa Aberta, um circuito de visitas aos espaços de arte da Travessa Dona Paula, em Higienópolis, que acontecerá no dia 01 de abril, de 10 às 12h.

 

Marcio Gobbi exibe artistas autodidatas

O marchand Marcio Gobbi inaugura seu Escritório de Arte com a exposição coletiva “Pintura e Festividade Popular”, sob curadoria de Ademar Britto, na qual apresenta 15 pinturas de artistas autodidatas brasileiros que registram comemorações e festas, religiosas e populares, no país. O novo espaço está localizado em um imóvel restaurado do século XVIII, no bairro da Bela Vista, região da cidade com estúdios, ateliês, galerias e cooperativas de artistas e criativos. A abertura da exposição acontece no dia 01 de abril e permancerá em cartaz até 13 de maio.

“Pintura e Festividade Popular” destaca a Arte Popular, uma representação artística formada por manifestações do que cria e consome o povo. Sem educação formal em artes plásticas, os artistas desenvolvem técnicas e habilidades a partir de tradições locais, por vezes transmitidas através das gerações, com características marcantes de ingenuidade e espontaneidade.

Entre os trabalhos selecionados, destacam-se “Macumba”, de Heitor dos Prazeres, que retrata a intensidade e a energia de uma cerimônia religiosa, e “Casamento na Roça”, de Maria Auxiliadora, que celebra as tradições populares brasileiras. A totalidade das obras selecionadas apresenta um amplo panorama de arte, percorrendo um período de oito décadas, de 1901 a 1988. Todos os autores possuem suas próprias características, respeitabilidade e valor na história da arte popular do Brasil. “Pintura e Festividade Popular” é uma oportunidade rara para apreciar a habilidade e a criatividade de seletos artistas, bem como se conectar com as tradições e a cultura popular brasileira e sua diversidade cultural.

 

Artistas participantes

Heitor Dos Prazeres, Agostinho Batista de Freitas, Maria Auxiliadora, Elisa Martins da Silveira, Iaponi Araujo, Sergio Vidal, Rafael Borges de Oliveira (Pintôr Rafael), Licidio Lopes, José Antônio da Silva, Raquel Trindade, Luiz Soares, Emídio de Souza, Bajado e outros.

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Revisão da obra de Aldir Mendes de Souza

24/mar

 

Com abertura em 24 de março, exposição “A Síntese das Coisas” conta com curadoria de Marcus de Lontra Costa e traz à luz 28 telas do artista plástico paulistano em primeira releitura póstuma de seu legado. Primeira exposição de 2023 – com visitação até 15 de abril – na Galeria Contempo, Jardim América, São Paulo, SP, “A Síntese das Coisas” reúne 28 obras de Aldir Mendes de Souza, pintor falecido em 2007. Com curadoria de Marcus de Lontra Costa, a mostra, traz uma seleção de trabalhos das mais de quatro décadas de produção do artista. De acordo com a galerista Monica Felmanas, que é sócia-proprietária da galeria ao lado de suas irmãs, Marcia e Marina, as telas – com dimensões variadas – impactam pela plasticidade cromática e precisão geométrica. “As obras do Aldir dialogam com o nosso acervo. Autodidata como artista e cirurgião plástico por profissão, ele substituía os bisturis por pincéis para se expressar, dando vazão a seus sentimentos e criatividade”, diz. Para Marcia, esta individual ainda se reveste de um outro significado. “Acreditamos nesse revival de seu nome, jogando uma luz merecida em seu trabalho”, afirma.

Opinião da galerista que também é compartilhada por Aldir Mendes de Souza Filho, um dos herdeiros do pintor. “Essa mostra é um renascimento do trabalho dele. Sua trajetória de 45 anos foi muito prolífica, fez par com os grandes artistas de sua geração, participou de cinco edições da Bienal de SP e colocou sua obra nos maiores museus do país. Após sua morte não houve oportunidade de lançar um olhar sobre seu trabalho e levar ao público uma sinopse de seu legado artístico, somos uma família pequena e nenhum de nós tem traquejo no mercado de arte. Após longos anos em que sua obra saiu do circuito das artes, poder ver sua obra exposta novamente em uma grande galeria e sob os cuidados do Marcus Lontra é um facho de luz”, contextualiza.

 

Regência geométrica

Em relação ao recorte escolhido para esta mostra, o curador afirma que foi feito a partir de um acervo preservado pelos familiares.  “Procuro apresentar um pequeno resumo de toda a trajetória do artista nesta exposição que deve ser vista não apenas como uma recolocação do Aldir no mercado de arte paulista e brasileiro, mas como um convite para que seja organizada uma exposição maior, com mais de 100 obras, numa grande retrospectiva, que ele certamente é merecedor”, avalia Marcus Lontra. Em sua análise, ele prossegue: “O Aldir é um artista muito interessante, porque ele tem uma trajetória que começa com uma pesquisa de vanguarda e num certo sentido vai se sedimentando como artista que busca uma relação entre essa estrutura geométrica oriunda dos movimentos modernistas e essa clareza gráfica pop. Um artista que vai pouco a pouco desprezando essa vertente modernista para se firmar como artista da tradição pictórica, pesquisando aspectos relacionados a espaço e, principalmente, cor. Tudo no Aldir se rege por uma geometria básica da composição, sobre a qual ele estabelece uma pesquisa sensível sobre a cor. Uma ideia de cor particular que dialogue com os aspectos populares e tropicais do Brasil, mas, ao mesmo tempo, que seja sofisticada e bem elaborada. Sem dúvida, é um artista que tem uma presença na construção da identidade diversificada da arte brasileira que merece ser lembrado e relembrado”, pontua.

Ainfda e conforme enfatiza em seu texto curatorial, Marcus Lontra afirma: “Entre a figuração e o abstrato, entre a composição racional e a liberdade cromática, a obra pictórica de Aldir Mendes de Souza recusa modismos e reafirma a sua atemporalidade. Tudo aqui conspira em busca da beleza essencial dos seres e das coisas da terra. A sua clareza gráfica e a definição de espaços a serem povoados pela cor identificam uma ação oriunda de uma racionalidade industrial que encontrou eco na pop internacional que transformou a utopia modernista em ruínas do passado. Ao mesmo tempo, corajosamente abraça a tradição e reafirma a autonomia da linguagem cromática que o aproxima de Tarsila, Volpi e Carvão, construtores de uma poética da cor que nasce da sensibilidade popular para se afirmar como estratégia de sofisticação artística. Assim, toda pintura de Aldir Mendes de Souza é a precisa síntese entre a tradição e o novo, entre a racionalidade e o mistério”.

 

Sobre o artista

Paulistano, nasceu em 17 de maio de 1941 e faleceu em 12 de fevereiro de 2007. Formou-se na Escola Paulista de Medicina (EPM) em 1964, especializando-se em cirurgia plástica. Autodidata em pintura, começou a expor em 1962 e desenvolveu pesquisa em vários setores da arte contemporânea, principalmente em pintura. Construiu uma carreira ao longo de 45 anos, atuando no cenário das artes plásticas do Brasil e do exterior. Nas décadas de 1960 e 1970 teve forte ligação com a arte de vanguarda, realizando performances e trabalhos desenvolvidos em técnica mista (tais como radiografias e termografias). Neste período, participou das Bienais Internacionais de São Paulo de 1967, 1969, 1971 e 1973. Em 1969, em contraposição aos trabalhos vanguardistas, passou também a executar pinturas em tinta óleo sobre tela. Neste mesmo ano obteve o 1º Prêmio Aquisição/Pintura do 26º Salão de Arte Paranaense, realizado pelo Museu de Arte Contemporânea (MAC) do Paraná. Na ocasião conheceu o também artista plástico paulistano Arcangelo Ianelli (1922-2009), então integrante da banca julgadora. De tal contato veio a influência para uma inversão em sua trajetória: as pesquisas ligadas às novas vertentes artísticas foram abandonadas e o artista passou a se dedicar exclusivamente à pintura de cavalete. Como elemento de pesquisa pictórica e cromática elegeu o cafeeiro, e o representou por uma figura circular de contornos sinuosos. A seriação da figura levou-o à perspectiva, e sua síntese formal à geometrização. Comemorou 40 anos de pintura em 2003 com uma exposição no MASP, em São Paulo. Três anos depois, em 2006, Aldir descobriu ser portador de leucemia. Ainda que debilitado, não deixou de produzir, utilizando-se inclusive da enfermidade como motivação e inspiração para suas obras através da série “Campos de Batalha”. Interrompido pelo agravamento de seu quadro clínico Aldir não chegou a expor a nova fase. Morreu aos 65 anos de idade após 15 meses de luta. O trabalho desenvolvido durante mais de quatro décadas de produção confere a ele figurar entre os grandes coloristas brasileiros.

 

Sobre o curador

Marcus de Lontra Costa nasceu no Rio de Janeiro e atualmente reside em São Paulo. Na década de 1970 trabalhou com Oscar Niemeyer em Paris e, regressando ao Brasil foi editor da revista Módulo, editada pelo arquiteto. Foi crítico de arte dos jornais O Globo, Tribuna da Imprensa e Revista Isto É. Dirigiu a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, onde realizou a histórica mostra “Como vai você Geração 80”. Foi curador do Museu de Arte Moderna de Brasília e do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Implantou e dirigiu o Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães em Recife. Secretário de Cultura e Turismo do Município de Nova Iguaçu. Curador chefe do Prêmio CNI/SESI Marcantonio Vilaça. Implantou a Estação Cultural de Olímpia/SP. Como curador tem realizado diversas exposições coletivas e individuais em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Natal e Fortaleza

 

Sobre a galeria Contempo

“Filha” da ProArte Galeria, a Contempo foi idealizada pelas irmãs Monica, Marcia e Marina Felmanas e está no mercado desde 2013, com Marcia e Monica à  frente da curadoria dos artistas. Foi criada com o propósito de reunir o melhor da produção artística contemporânea brasileira, representando artistas emergentes, jovens e promissores talentos. Hoje, agrega a seu portfólio obras produzidas por experientes representantes das artes plásticas com carreiras consolidadas, como os pintores Rubens Ianelli e Aldir Mendes de Souza. Ao reunir distintas linguagens e estéticas, a galeria transita por diferentes universos, como a pintura, desenho, gravura, escultura, fotografia e da arte urbana.

 

 

O retrato em exibição

Inaugurada em novembro de 2022 em dois espaços  – Copacabana e um galpão industrial na Penha – a galeria dedicada a questões contemporâneas como política, racismo e gênero em obras de qualidade – discute agora, até 08 de abril, em sua sede em Copacabana, o conceito do retrato, presente ao longo da história da arte.

Os artistas Alan Oju (1985, Santo André, SP), André Barion (1996, São Paulo), Andy Villela (1994, Rio de Janeiro), Bruno Alves (1998, São Paulo), Emerson Freire (1995, São Paulo), Gustavo Magalhães (1998, Goioerê, Paraná), Irineia Rosa Nunes da Silva (1949, povoado quilombola do Muquém, Alagoas), Lucas Almeida (1995, São Paulo), Leoa (Renata Costa, 1997, Rio de Janeiro), Melissa Oliveira (2000, Rio de Janeiro), Marlon Amaro (1987, Niterói), Miguel Afa (1987, Rio de Janeiro), Siwaju (1997, São Paulo) trabalham o retrato em diferentes pesquisas e abordagens. O texto crítico é do fotógrafo Bob Wolfenson.

“Vivemos em uma sociedade fetichizada, onde tudo é elevado, maximizado. Num momento onde o retrato, representado pela compulsão pela autoimagem e selfies, toma lugar daquele outrora idealizado, o fetiche não é mais aquele enquanto prática. O erotismo está em se mostrar, mesmo que por filtros e camadas de mentira. O mundo está refém do espelho, o Narciso deixa o consultório do psicólogo e alcança a grande massa”, comenta Paulo Azeco, um dos sócios da Nonada.

Os trabalhos são em grande parte pinturas, com diversos materiais, e ainda esculturas e fotografias. “A exposição faz um breve recorte sobre como o retrato, que é um dos mais antigos sujeitos da história da arte, encontra ressonância nesses artistas que têm dialéticas tão distintas, mas que trabalham sobre a representação humana e seus desdobramentos contemporâneos”, diz Paulo Azeco.

 

 

Formatos inovadores de participação

23/mar

NONADA, galeria de arte contemporânea carioca, visita São Paulo em espaço próprio, mas temporário, para estar presente no circuito cultural paulistano durante o período da principal feira de arte do hemisfério sul – SP-Arte – e, apresentar de uma forma coerente com seu conceito raiz, artistas comprometidos com seu compromisso de atuar ativamente do mercado criativo brasileiro mas também buscando formatos inovadores de participar.

A NONADA estará no térreo do Edifício Madalena, na Praça da Bandeira, região central de São Paulo, em um prédio Art Déco recentemente restaurado, embaixo do Viaduto do Chá. Usar ícones urbanos como referência é uma das formas que a galeria carioca entrar com respeito e coerência em São Paulo, marcando presença no maior centro cultural da América Latina, mas entendendo a necessidade de levar essas iniciativas para lugares importantes e, às vezes, externos ao circuito convencional de galerias e museus.

NONADA não é aqui – Superfície Matéria | Densidade Identitária, é uma mostra coletiva com 25 obras de 18 artistas, nomes com alcance já internacional como Miguel Afa e Melissa de Oliveira, representados pela galeria, e outros que participarão pela primeira vez de um projeto da NONADA como Tadaskia e Loren Minzu. A curadoria é de Paulo Azeco.

Pelo período de nove dias – de 25 de março a 02 de abril -, a jovem galeria, com um DNA que inclui sua presença no não lugar para sua existência e pertinência, exibe um projeto expositivo que reúne dois elementos imperativos em sua linha curatorial atual: “a ressonância da matéria nas pesquisas de jovens artistas percebida como ponto comum em muitas delas; além do moto primeiro da galeria que é a pesquisa de talentos periféricos à medida que muitos ainda estão fora de um circuito de arte convencional, com o foco maior em artistas LGBTQUIA+, questões identitárias, raciais e sociológicas. Deslocando o lugar da arte periférica para um sentido amplificado e que de fato faz sentido no pensamento contemporâneo”, como define Paulo Azeco.

 

Sobre a galeria

NONADA, um neologismo que remete ao não lugar e a não existência, também abre “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa e a união desses conceitos representa o pensamento basilar desse projeto. Como o próprio significado de NONADA diz, ela surge com o intuito de suprir lacunas momentâneas ou permanentes acerca de um novo conceito. A galeria, inclusiva e não sectária, como agente promotor de encontros e descobertas com anseio pela experimentação, ilustra possibilidades de distanciar-se de rótulos enquanto amplia diálogos. “NONADA é um híbrido que pesquisa, acolhe, expõe e dialoga. Deixa de ser nada e passa a ser essência por acreditar que o mundo precisa de arte… e arte por si só já é lugar”, definem João Paulo, Ludwig, Luiz e Paulo.

A NONADA mostrou-se necessária após a constatação, por seus criadores, da imensa quantidade de trabalhos de boa qualidade de artistas estranhos aos circuitos formais e que trabalham com os temas do hoje, sem receio nem temor em abordar temas políticos, identitários, de gênero ou qualquer outro assunto que esteja na agenda do dia; que seja importante no hoje. “Queremos apresentar de forma plural novos talentos, visões e força criativa”. O processo de maturação do projeto da NONADA foi orgânico e plural pois “abrangeu desde nossa experiência como também indicações de artistas, curadores, e de buscas onde fosse possível achar o que aguardava para ser descoberto”, diz Paulo Azeco. Ludwig Danielian acrescenta: “…não queremos levantar bandeiras, rótulos, e sim valorizar a arte boa, que independe de estereótipos. Queremos ter esta proposta de galeria em Copacabana, bairro popular, e no subúrbio, na periferia do circuito de arte, para que se leve excelentes trabalhos a todos. Pretendemos promover discussões livres, contemporâneas, abertas, sem julgamentos prévios.”

Artistas: Miguel Afa, Melissa de Oliveira, Tadaskia, Loren Minzu, Alan Oju, André Barion, Emerson Freitas, Siwaju e outros.

 

 

Marcelo Cipis e Yuli Yamagata na Carpintaria

22/mar

 

As galerias Fortes D’Aloia & Gabriel e Gomide&Co têm orgulho de apresentar “Dois pra cá, dois pra lá”, exposição de Marcelo Cipis e Yuli Yamagata na Carpintaria, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ. Nesse diálogo, os artistas fundem seus vocabulários formais e repertórios temáticos. Põem para conversar as figuras, texturas e cores que aparecem em suas obras, dando forma a uma espécie de casa mobiliada e habitada pelos seus personagens. As pinturas, desenhos e esculturas de Cipis que partem de um amálgama de idiomas gráficos decorativos e soluções plásticas pós-industriais compartilham o espaço com as composições hiperbólicas, volumosas e texturalmente híbridas de Yamagata.

Os trabalhos de Marcelo Cipis delineiam um recorte temporal impreciso, aproveitando dos anos 1920 os ângulos art deco de seu traço, dos 1950s a paleta cromática de cartazes publicitários e a sofisticação do mobiliário. O design de embalagens e produtos em tons pastel dos anos 1960 convive com desenhos de edifícios que remetem aos módulos plug-in da arquitetura pop. Em Perna Pêndulo (2017), Cipis produz um relógio cujo ponteiro pendular é uma perna humana, elegantemente vestida com sapato de salto e saia rosa. Em Lavabo (2020), pinta figuras de cabelo azul entre pia, espelho, tapete e luminária. Não é claro se as figuras são uma estampa na parede ou se flutuam entre os objetos. É esse encontro entre corpo humano e elementos decorativos e funcionais que dá à arquitetura cenográfica de Marcelo Cipis o seu caráter astuto e atemporal.

Nas esculturas, pinturas, e pinturas-escultura de Yuli Yamagata convivem peças de roupa, alimentos, objetos domésticos, silhuetas humanas e contornos de animais. Elastano, fibra siliconada, linha de costura, algodão e tecidos tingidos com shibori dão corpo a essas figuras. A artista emprega a costura como desenho, o estofado e os elementos têxteis como técnica de pintura, e a dimensão volumétrica da escultura organiza a espacialidade de seus trabalhos. Constrói Revisteiro (2023) com espigas de milho, ferro, pés protéticos e tênis; e monta Planeta Ordenadora (2023), uma mesa de computador, com estofados serpenteantes, uma almofada no lugar do monitor e um pé amputado escondido em seu interior. O mobiliário doméstico de Yamagata parece obedecer a uma ergonomia alienígena, e os dois trabalhos são cobertos por uma resina verde extraterrestre.

Com essa reunião de obras dos dois artistas, instaura-se um contexto em que a ambiência doméstica e a presença ubíqua dos produtos que a habitam estão transformados por procedimentos tão hábeis quanto irônicos, estabelecendo uma estranheza incontornável no seio do habitual. O trabalho de ambos dota o corriqueiro de ares fantásticos, lúdicos e inquietantes.

 

Sobre os artistas

Marcelo Cipis (São Paulo, 1959). Vive e trabalha em São Paulo, representado pela Gomide&Co. Entre suas exposições recentes, destacam-se as individuais Enjoy, na Bergamin & Gomide (São Paulo, 2021); A Maravilhosa Cipis Transworld, na Spike Art Quarterly (Berlim, 2017) e Marcelo Cipis & Thomaz Rosa, na BFA Boatos Fine Arts (Milão, 2016), além de sua participação na 14ª Bienal de Curitiba, em 2019, com pinturas da série Drops. Em 1991, integrou a 21ª Bienal de São Paulo com a instalação “Cipis Transworld, Art, Industry & Commerce”.

 

Yuli Yamagata (São Paulo, 1989). Vive e trabalha em São Paulo, representada pela Fortes D’Aloia & Gabriel. Entre suas exposições recentes, destacam-se Afasta Nefasta, Ordet, Milan, Italy (2022); Insônia, Fortes D’Aloia & Gabriel, São Paulo, Brasil (2021); Nervo, MAC Niterói – Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Niterói, Brasil (2021); Sweet Dreams, Nosferatu, Anton Kern Gallery, New York, USA (2021); Art Basel Parcours, Basel, Switzerland (2021); Bruxa, Galeria Madragoa, Lisboa, Portugal. Dentre as exposições coletivas destacam-se: The Post Modern Child, MOCA – Museum of Contemporary Art Busan, Busan, Korea (2023); Who Tells a Tale Adds a Tail, Denver Art Museum, Denver, USA (2022); FARSA. Língua, fratura, ficção: Brasil-Portugal, Sesc Pompéia, São Paulo, Brasil (2020).