Nuno Sousa Vieira no Brasil

24/ago

 

 

A Mul.ti.plo Espaço Arte, Leblon, Rio de Janeiro, RJ, inaugura a primeira individual de Nuno Sousa Vieira na cidade, um dos mais renomados artistas visuais portugueses. A mostra “Tenho a vista cansada” permanecerá em cartaz até 28 de setembro com texto de apresentação da crítica portuguesa Rita Gaspar Vieira. Ao todo estão reunidas nove pinturas inéditas e um vídeo, um projeto expográfico concebido exclusivamente para a galeria. A mostra faz parte da programação internacional da Mul.ti.plo durante a 12ª edição da ArtRio (que acontece de 14 a 18 de setembro, na Marina da Glória).

 

Na primeira sala, estão nove trabalhos de uma série de 15, realizados especialmente para a exposição. São pinturas feitas com tinta acrílica sobre plexiglass (lâminas de acrílico transparente). Os trabalhos refletem uma das principais particularidades do trabalho de Sousa Vieira: a utilização de materiais que já foram utilizados antes, que possuem um passado, que carregam uma história. “Meu interesse é que esses materiais voltem a atrair o olhar das pessoas, mesmo que de outra forma. É a prova de que podemos organizar o mundo de outra maneira”, diz o artista. Não por acaso, nos últimos 20 anos, ele instalou seu ateliê dentro de uma fábrica de plástico desmantelada, a Simala, em Leiria, sua cidade natal. É esse universo, de 6.000 m2 de área coberta e uma imensa quantidade de materiais deixados para trás, que o artista, conhecido por suas esculturas compostas por variados materiais fabris, elementos arquitetônicos e móveis descartados, utiliza como matéria-prima.

 

Na exposição, Sousa Vieira recorre também ao uso da palavra, mas no verso dos trabalhos. “As obras trazem palavras escritas, que não vemos claramente. Só as percebemos através das superfícies marcadas pelo tempo, dos vidros acrílicos que as compõem”, conta Rita, referindo-se a outra faceta do trabalho de Nuno: o jogo sutil entre o visível e o invisível, entre o que é evidente e o que não se vê. “Quero conduzir o olhar para o oculto. É no avesso onde quero chegar. Nós não vemos só com os olhos, vemos com o cérebro, com os sentidos, com o corpo todo. É esse olhar que quero trazer para a exposição”, diz ele. Por isso também, o verso de cada pintura da exposição estará registrado em postais, que serão entregues aos visitantes.

 

Outro destaque da mostra na Mul.ti.plo é a forma de apresentação do conjunto de pinturas. “O projeto expositivo é praticamente uma terceira obra. Tudo foi pensado por Nuno”, explica Stella Ramos, sócia da Mul.ti.plo. “Souza Vieira rompe os limites de parede e teto, interferindo no espaço e realizando um diálogo com a arquitetura do gabinete de arte”, acrescenta Maneco Müller, também sócio na galeria.

 

Na sala dois, o destaque é uma vídeo-obra, de 2011, com aproximadamente oito minutos. “O vídeo relata o emparedamento da entrada do meu ateliê, e sempre que o trabalhador entra em cena o vídeo é cortado e só volta quando o trabalhador sai. A obra procura refletir sobre a invisibilidade física do operário em prol da visibilidade da consequência do seu labor”, diz o artista, que estará no Rio para a abertura da exposição e depois segue para São Paulo onde inaugura uma mostra na galeria Raquel Arnaud.

 

Sobre o artista

 

Nuno Sousa Vieira nasceu em Leiria, Portugal, em 1971. Atualmente, vive e trabalha entre Lisboa e Leiria. Frequentou o Mestrado em Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, escola onde agora é doutorando. Recentemente expôs na SE8 Gallery, em Londres; no Consulado de Portugal, em São Paulo; na Tabacalera, La Principal, Madri; Fundação Portuguesa das Comunicações, Lisboa; no Q22 – Colégio das Artes da Universidade de Coimbra; Galeria Espacio Olvera, Sevilha; Consulado de Portugal em Sevilha; Galeria Graça Brandão, Lisboa; Galerie Emmanuel Hervè, Paris. Entre 2010 e 2011, realizou três importantes exposições individuais: no Pavilhão Branco do Museu da Cidade, em Lisboa; na Newlyn Art Gallery and The Exchange, no Reino Unido; e na Hans Mayer Gallery, Alemanha. Apresentou também um projeto individual na ARCO, Madrid, com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti. Expôs ainda na Kunsthalle São Paulo, 2014; Appleton Square, Lisboa, 2012; Galeria Graça Brandão, Lisboa, 2010; Carpe Diem, Lisboa, 2009; Galeria Graça Brandão, Lisboa, 2009; e na Empty Cube, Lisboa, 2008, entre outras. O seu trabalho está representado em diversas coleções, como PINTA – Latin America, CAV (Centro de Artes Visuais), Coleção Teixeira de Freitas, Coleção PLMJ, Coleção António Cachola, Câmara Municipal de Leiria, Coleção Paulo Pimenta, Coleção José Lima, Coleção António Albertino.

 

 

Novíssimo Edgar

18/ago

 

 

A Gentil Carioca, Rio e São Paulo, anuncia a representação do multimídia e artista plástico Novíssimo Edgar. Sua obra transborda autenticidade e liberdade, passando por diversos suportes e segmentos de pesquisas de metalinguagens e transmídia. Existem dimensões ritualísticas na sua produção, passando ainda por temas atuais, como a violência e o cenário político brasileiro. Em algumas de suas obras trabalha o sincretismo juntando influências da cultura iorubá e técnicas da numerologia Russa. Futurismo indígena e a diáspora negra fazem de seu repertório de pesquisa e experiências uma imersão em um universo específico e indomável.

 

Sobre o artista

O poeta, artista plástico, compositor, e performer nasceu na periferia de Guarulhos, São Paulo, em 1993. Seu interesse pela arte começou na infância, incentivado pela sua mãe – Dona Maria, a elaborar esculturas, desenhos e pintura sobre azulejos. Edgar é um ser nada mimético, milimétrico ou métrico e sim semiótico, semi-nu e cru. Artista multimídia que trabalha com todo tipo de material ancestral e tecnológico, produz pinturas, cria instalações, performances, desenhos, compõem músicas, inventa jogos de cartas, escreve livros, produz filmes, games e NFTs. Em 2022, integrou as coletivas “Naokada” e “Raio a Raio” no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a segunda em parceria com o Solar dos Abacaxis. Também participou da coletiva “A Trama da Terra que Treme” na galeria A Gentil Carioca de São Paulo e realizou a performance “Armadura” em Lausanne, na Suíça. Além da parceria musical com Elza Soares, tem participações com João Donato, Céu e Baiana System. Ganhou dois prêmios como artista revelação no ano de 2018, pela SIM e pela APCA, e recebeu o prêmio Zumbi dos Palmares da Legislação de São Paulo pela sua influência na luta anti-racista em 2019. Recentemente, assinou a direção de narrativa e trilha sonora de um game e um longa metragem da diretora dinamarquesa Sissel Morell Dargis.

 

A palavra de Paulo Paes

Hoje, a intensa navegação sedentária na rede, expõe o navegante a fluxos violentos de informação classificada que precisam de resolução poética para serem usadas no dia a dia. É neste destrinchar permanente que se assemelha cada vez mais as práticas alquímicas artesanais que transita o artista, entre o material e o virtual, plástico e palavras, convertidos aos sistemas binários para serem consumidos, quase como carne, numa oferenda fetichista. Proteína para um novo ciclo de milagres entre inspirar e expirar, dólares e amores, navegar sem perder o tempo do bit.

 

 

Coleção de bichos contemporâneos e atemporais

17/ago

 

 

A Belizário Galeria, Pinheiros, São Paulo, SP,  exibe – “A Arca de Noé/A Bicharada” – primeira exposição que inaugura o projeto – “Porão da Belizário”. A curadoria das ações do novo espaço é assinada pelo jornalista, fotógrafo, consultor e curador independente Renato De Cara. O conceito do curador para o “Porão” é o de proporcionar uma maior amplitude de artistas e obras ao público que vai à galeria incentivando o contato com novas formas de criação, um dos propósitos básicos da Belizário desde seus primeiros dias. A convivência e a aceitação de novas formas de arte e criatividade necessita de estímulos, desafios e constância.

 

Em sua primeira mostra, Renato De Cara traz uma coletiva com 16 artistas – Ariel Spadari, Arivânio Alves, Charles Cunha, Ciro Cozzolino, Daniel Malva, Delfina Reis, Francisco Maringelli, Gilles Eduar, Lucas Lenci, José Raimundo, Rosa Hollmann, Suellen Estanislau, Ulysses Bôscolo, Vitor Mizael, Vinicius Flores, Wagner Olino – que utilizam suportes variados como pintura, escultura, fotografia e gravura.

 

No conceito selecionado, a liberdade criativa da arte permite questionamentos improváveis. “Consideremos Deus arrependido no mito da Arca,  o bicho-homem e as bestas. Aquele acúmulo de animais com a missão de perpetuar as raças. No ainda aguardado fim-do-mundo, onde predicados, gêneros e hegemonias são questionadas, a quem deveríamos poupar?”, pergunta o curador.

 

Mesmo que o momento presente nos induza a ter respostas não muito positivas à pergunta proposta, pois como diz Renato De Cara, “…pensamos a todo instante no quanto a humanidade não deu certo. Mas vejamos o quanto tudo isso é relativo. A civilização, não podemos negar, muito se desenvolveu técnica e cientificamente até aqui”. A arte e a ciência são provas latentes de que vivemos melhor e podemos ser pessoas melhores. As obras escolhidas nos brindam com uma profusão de cores e formas que enlevam o espírito lembrando o lado positivo da natureza, fonte de toda a beleza em formas modelares.

 

Citando um pouco os trabalhos presentes, na linha costurada pelo curador para unir artistas criativos tão distintos e relevantes em suas variantes técnicas, unindo linguagens mais populares e contemporâneas, além de peças cedidas por colecionadores, obras ousadas, às vezes consideradas mais “ingênuas” de Arivânio Alves (CE), José Raimundo (MG), Suellen Estanislaw (PR) e Vinícius Flores (SC) travam diálogos com Wagner Olino, Vitor Mizael, Ariel Spadari, Charles Cunha e Daniel Malva com linguagens contemporâneas entre desenhos, taxidermia, uso de aplicativos, fotografia  e escultura, enquanto Delfina Reis, Gilles Eduar e Rosa Hollmann trabalham em um universo quase infantil. Com uma linha mais clássica, as fotografias de Lucas Lenci e as pinturas de Ulysses Bôscolo compõem uma unidade visual com as esculturas em bronze de Francisco Maringelli e as pinturas, representativas da “Geração 80”, de Ciro Cozzolino.

 

“A Arca de Noé/A Bicharada”, através da criatividade, técnica e sensibilidade dos artistas convidados, apresenta uma coleção de bichos contemporâneos e atemporais. Como define Renato De Cara, “…cada narrativa procura estabelecer lembranças e sugestões para nos manter ainda em contato com a fauna tradicional. Licenças poéticas para o casting de uma arca repleta, onde casais, singles, e outras relações possam conviver em harmonia”.

 

Sobre o curador

 

Renato de Cara nasceu em Lins, SP, 1963. Vive e trabalha em São Paulo. Bacharel em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica – PUC/SP (1985). Interessado em cultura, especializa-se em arte e moda contemporânea, produzindo, escrevendo, editando e fotografando para marcas e veículos de comunicação. Entre 2006 e 2017, dirige a Galeria Mezanino, respondendo pela produção e curadoria de inúmeras exposições, tanto individuais como coletivas fazendo com que o espaço se consolide como um celeiro para novos nomes e também de resgate para artistas em meio de carreira, cruzando linguagens e propondo novas abordagens no mercado de arte contemporânea. Assumiu em 2018 a Diretoria do Departamento de Museus municipais de São Paulo, coordenando quinze espaços museológicos e históricos, construídos entre os séculos XVII e XX. Atua como curador independente e consultor de arte, acompanhando artistas em parcerias com diversas instituições culturais.

 

Abertura: 20 de agosto, sábado, das 14h às 18h.

Período: de 22 de agosto a 08 de outubro.

 

Fortes D’Aloia & Gabriel – Galpão

16/ago

 

 

A Fortes D’Aloia & Gabriel – Galpão, Barra Funda, São Paulo, SP, apresenta no dia 20 de agosto, “Tragédia!”, exposição coletiva com curadoria de Raphael Fonseca incluindo obras de Adriana Varejão, Anderson Borba, Carla Chain, Felipe Abdala, Gabriela Mureb, Gilson Plano, Ivens Machado, Lucas Emmanuel, Mateus Moreira, Mayana Redin, Renato Pera, Rivane Neuenschwander e Sonia Andrade.

 

A mostra joga de forma não-linear com os elementos que compõem a tessitura de três fatos históricos – um terremoto na cidade de Mogi Guaçu em 1922, a ansiedade pelo modernismo e a tensão em torno das eleições presidenciais de agora. Aproximando-se dos absurdos pop que a palavra “tragédia” pode evocar, os mais de 30 trabalhos expostos versam sobre um mundo que, quando olhado em detalhe, nos convida a observar suas rachaduras e gozar de seu caráter trágico.

 

Galeria Provisória em versão pop-up

12/ago

 

Mantendo sua vocação itinerante, democratizando a arte em espaços diversos por períodos indeterminados, a partir do dia 15 de agosto, a Galeria Provisória, do artista plástico Anderson Thives, ocupará espaço no Botafogo Praia Shopping, Rio de Janeiro, RJ, em uma versão pop-up. Além de promover um passeio por suas exposições, Thives dá um toque “instagramável” ao ambiente, para que os visitantes possam fazer suas postagens em um ambiente conceitual e divertido, seguindo a concepção do projeto. A iniciativa, uma parceria com a administradora do shopping, Ancar Invanhoe, surgiu da ideia de levar cultura aos frequentadores do empreendimento, contemplando novos projetos do artista, além de previews de outras exposições.

 

“É um prazer para o Botafogo Praia Shopping receber uma exposição tão inovadora quanto a de Thives. Ações como essa reforçam nosso compromisso com os moradores do bairro e dos arredores, oferecendo opções culturais gratuitas e de muita qualidade. Dessa forma, incentivamos que nossos frequentadores tenham um contato mais próximo com a arte”, celebra Juliana Haddad, gerente de marketing do empreendimento.

 

Especializado em colagens e inspirado em ícones da Pop Art, o artista utiliza cerca de cinco mil recortes coloridos por metro quadrado em suas criações. A galeria ocupará o segundo piso, em frente à loja L’Occitane au Brésil. A entrada é gratuita e algumas obras estarão apenas expostas, enquanto outras selecionadas estarão disponíveis para venda. Entre os  temas escolhidos, além de uma série autoral, estão releituras de grandes pintores, como Leonardo Da Vinci, Van Gogh, Salvador Dalí e Frida Kahlo.

 

“O objetivo principal, mais do que vender, é levar arte e novos olhares ao público local. O conceito de se configurar como uma grande instalação, assim como na galeria de Ipanema, é o mesmo, agora mais compacta e de certa forma intimista. É uma ótima opção de passeio! Botafogo, como um bairro super cool, merece esse programa na agenda”, afirma Thives.

 

Sobre a Galeria Provisória

 

Idealizada pela arquiteta Aline Araújo em parceria com Thives, a galeria inaugurou no início do ano, no coração de Ipanema, em um imóvel que pertence a empresa da família de Aline. Sua efemeridade estabelece uma analogia com os tempos atuais de pandemia. Nesta primeira ocupação, trouxe uma retrospectiva da carreira de Thives: cerca de 40 peças abordando mostras realizadas desde o início, assim como projetos recentes, que abrangem previews de novas exposições e instalações. Tudo isso exibido ao longo dos meses de permanência, com a proposta de reunir também outros artistas que dialoguem com a proposta do espaço. Recentemente, o artista realizou um grande painel instagramável no Píer Mauá, em frente ao Museu de Arte do Rio, em comemoração ao mês Orgulho LGBTQIA+.

 

Sobre o artista

 

Anderson Thives é um dos únicos artistas brasileiros a trabalhar exclusivamente com colagem, em uma técnica que consiste em juntar milhares de quadrados de papel nas mais variadas cores, tons e tamanhos, retirados de revistas e catálogos para formar as imagens. Com uma grande influência da Pop Art, além de artistas como Pablo Picasso, Andy Warhol, Tom Wesselman e Richard Hamilton, com seu estilo e gosto pela cultura das imagens, específica, direta e fácil de assimilar, o artista retrata através de suas colagens toda sensibilidade, expressão e impacto formado por uma técnica pouco convencional. Sempre coloridas, alegres e vibrantes, suas obras podem ser vistas em diversos museus e galerias do mundo afora, pois Thives também é representado pela Abraham Art, situada na Holanda, uma das maiores distribuidoras de galerias do mundo. Em Paris, depois de trabalhar com duas renomadas galerias da cidade luz e fazer a maior art fair na Bastille, em 2015 o artista fixou uma nova galeria que leva seu nome, em Rueil-Malmaison, situada ao lado do Jóquei Clube de Paris. Nos Estados Unidos, fez exibições em San Francisco e Nova York, com grande sucesso, e desde 2016 faz parte do coletivo GAB Gallery, em Wynwood District. Entre seus clientes, nomes conhecidos como o do empresário Eike Batista, os escritores de novelas Cristianne Fridman e Rui Vilhena, as atrizes Cláudia Raia, Juliana Paes, Lilia Cabral, Regina Duarte, Deborah Secco, Claudia Abreu, Letícia Spiller, Carol Castro, Emanuelle Araújo, Viviane Pasmanter, Leandra Leal, Paloma Bernardi, a socialite Narcisa Tamborindeguy, o músico Tico Santa Cruz, passando pelas cantoras brasileiras, Ivete Sangalo, Anitta, Ludmilla, Vanessa Da Mata, Preta Gil e Ana Carolina, o cantor sírio-Libanês Mika, a pop star Madonna, e, mais recentemente, Mark Zuckerberg, criador do Facebook, só para citar alguns.

 

Conversa aberta na Galeria Movimento

 

Neste sábado, dia 13 de agosto, às 12h, a galeria Movimento, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, fará uma conversa aberta com os artistas Edu Monteiro, Viviane Teixeira e Xico Chaves e a curadora da exposição Érika Nascimento em torno da exposição coletiva “Riscos, brechas e horizontes”. A partir das produções dos artistas, a conversa tem como proposta ativar brechas de articulações para se pensar novos horizontes onde as relações de poder, precariedade e subalternidade são denunciadas.

 

Sobre a exposição

 

A galeria Movimento apresenta até o dia 20 de agosto a   exposição coletiva “Riscos, brechas e horizontes” com os artistas  Arthur Arnold, Edu Monteiro, Hal Wildson, Jan Kaláb, Marcos Roberto, Pedro Carneiro, Viviane Teixeira e Xico Chaves, a exposição tem como proposição refletir sobre as fissuras de um tempo complexo e desigual para se pensar o “outro”, a disputa por narrativas, construções de símbolos e criação de novos horizontes possíveis.

 

Introdução à Arte Contemporânea com Julia Lima

10/ago

 

 

A história da arte é uma disciplina que vem sendo constantemente revisada e reescrita. No entanto, a produção contemporânea – por seu volume, pela velocidade de mudança, pela proximidade do tempo – é o recorte talvez de mais difícil acesso pelo público.

 

Em discussão nesse curso introdutório de três aulas a produção artística atual a partir de perguntas que buscam ajudar a entender o que é arte contemporânea, o que a diferencia da arte moderna, e como chegamos até ela, passando pelos principais nomes que marcam a virada contemporânea, como Marcel Duchamp, Jackson Pollock, Yayoi Kusama e Louise Bourgeois.

 

A partir desta introdução, o participante terá um breve panorama dos momentos e movimentos que desenharam a história da arte no século 20, pavimentando um caminho pera melhor ler, interpretar e compartilhar a arte contemporânea.

 

Julia Lima é curadora independente, pesquisadora e tradutora especializada em ensaios na área de artes visuais. Também atua como crítica de arte, professora de história da arte e no acompanhamento de artistas.

 

As aulas acontecem presencialmente na Simões de Assis, Rua Sarandi, 113 A, Jardins, São Paulo, SP, nos dias 15, 22 e 29 de agosto.

 

 

A arte cinética de Dario Perez-Flores

09/ago

 

 

A Galeria Espaço Arte MM, Jardim Paulista, São Paulo, SP, apresenta até 20 de agosto a exposição “Chromatique en série”, do artista cinético Dario Perez-Flores, exibindo pinturas e uma nova série de obras que nos inserem em um universo de cores e movimentos.
O artista venezuelano Dario Perez-Flores, mestre da arte cinética, apresenta pinturas produzidas a partir do final da década 1980 e uma nova série de trabalhos, em metacrilato, que salientam um elemento tão presente nas produções do artista: a cromática. A curadoria é da Galeria Espaço Arte MM e o texto de apresentação é assinado pelo crítico de arte Jacob Klintowitz.


Novidade na Gomide&Co

 

 

A galeria Gomide&Co, São Paulo, SP, participa a representação de Luiza Crosman.

 

Sobre a artista

 

Luiza Crosman nasceu em 1987. Vive e trabalha em São Paulo. Em 2008, formou-se em Design Gráfico pela PUC-Rio, no Rio de Janeiro. Entre 2012 e 2014, realizou mestrado em Artes e Cultura pela UERJ – Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Em 2017, concluiu pós-graduação em Estudos da Performatividade no a.pass, em Bruxelas, instituto focado na investigação e na proposição de novas performatividades artísticas dentro de um contexto internacional. Entre 2017 e 2019, foi pesquisadora no programa Realty Sommerakademie Paul Klee, da Bern Academy of the Arts HKB (Berna, Suíça). Em paralelo às suas atividades como artista, desenvolveu, ao lado de diferentes instituições, projetos infraestruturais que encontram na escrita e em iniciativas educacionais ferramentas de expansão e experimentação dos conceitos incorporados à sua obra. Entre 2014 e 2017, foi responsável pelo espaço expositivo Casamata, no Rio de Janeiro, experiência que instituiu práticas de autogestão em seu trabalho. Em 2019, comissionada pelo Wiels (Bruxelas, Bélgica), apresentou a instalação multimídia “To all contributory factors”, que integrou a mostra coletiva “Open Skies”. Em 2018, compôs o quadro de artistas da 33ª Bienal de São Paulo: “Afinidades afetivas” e apresentou “Trama”, uma especulação institucional que assumiu diversas frentes – além da modificação do prédio da Fundação Bienal com a inserção de placas solares conectadas à uma mineradora de criptomoedas, o trabalho também envolveu a tradução de textos para a língua portuguesa, uma instalação e a apresentação de uma peça sonora. Em 2019, foi uma das artistas nomeadas ao Prêmio PIPA. Desenvolveu, pelo Strelka Institute (Moscou, Rússia) em 2020, pesquisas que deram origem ao ensaio “Face as Infrastructure”, publicado na Strelka Mag – The Revenge of the Real e ao projeto de legislação especulativa “Kosmos Law”. Desde 2021, Luiza Crosman faz parte da diretoria do Weird Economies (W.E), projeto de arte online que investe sobre a superação dos arranjos econômicos contemporâneos. Entre seus projetos e exposições recentes, destaca-se “Celeste”, sua primeira individual na Gomide & Co (São Paulo, 2022); o vídeo “Átropos Sky” comissionado pelo Media Lab/Matadero (Madrid, 2022); Casa-Escola Ool, programa imersivo educacional elaborado a convite da Casa do Povo (São Paulo, 2021); e “A garota do tempo”, vídeo-performance que integrou o Open-ended Encounters, iniciativa da Fundação Pro Helvetia com curadoria do coletivo aarea (Brasil, 2020).

 

Série de obras de Alexandre Nitzche Cysne

08/ago

 

 

A galeria carioca Cavalo apresenta no espaço CAMA São Paulo, SP, a exposição “Golfo Místico”, primeira individual em São Paulo de Alexandre Nitzsche Cysne. O jovem artista, baseado em Niterói, exibe uma série inédita de obras escultóricas e instalativas oriundas de objetos coletados em antiquários, depósitos carnavalescos e feiras de rua de áreas periféricas do Rio de Janeiro como Acari e Madureira, e áreas centrais como São Cristovão e Santo Cristo.

 

Golfo Místico, na tradição teatral italiana, é como se denomina o espaço reservado aos músicos entre a plateia e o palco – também conhecido em português como fosso de orquestra. Essa cavidade para a trilha sonora das peças, situada em meio à apreensão do público e a ação dramática, serve como fonte de inspiração para as construções de Nitzsche Cysne. Em seu trabalho, elementos do realismo fantástico e da mitologia clássica se misturam à artefatos banais, como no caso de “Valsa tropeço lambe as penas”, uma escultura em que uma bailarina em miniatura rodopia sobre um guarda-chuva/mostruário de bijuterias que perfura o busto de uma armadura masculina. Como numa versão apoteótica de uma caixinha de música de família, a obra é uma das que demonstram o interesse do artista na interseção entre ficção e memória afetiva.

 

Alexandre faz de suas expedições em depósitos e em “xepas” de feiras e mercados sua principal rotina de trabalho. Essa fascinação pelo colecionismo e acumulação se reflete também em sua relação com o vestuário, como acontece na obra de artistas “profetas” tal como Arthur Bispo do Rosário. Inspirado também no escultor francês Etienne-Martin, o artista exibe no espaço CAMA uma peça intitulada “Manto do fim dos tempos”, além de outras obras indumentárias.

 

Através de uma perspectiva arqueológica e um profundo interesse em universos esquecidos, “Golfo Místico” é uma apresentação que valoriza e exalta narrativas ocultas, que primordialmente foram atiradas pela platéia para acessar o palco, mas que acabaram por restar no fosso, descartadas e despercebidas. A exposição fica em cartaz até o dia 10 de setembro.