Modernos & Arte Sacra no MAS/SP

18/jan

O Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS-SP, Luz, São Paulo, SP, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, exibe “O Sagrado na Arte Moderna Brasileira”, com obras de Agostinho Batista de Freitas, Alberto Guignard, Aldo Bonadei, Alex Flemming, Alfredo Volpi, Anita Malfatti, Antonio Poteiro, Arcângelo Ianelli, Cândido Portinari, Carlos Araújo, Clóvis Graciano, Cristina Barroso, Emeric Marcier, Fé Córdula, Fúlvio Pennacchi, Galileu Emendabili, Glauco Rodrigues, Ismael Nery, José Antonio da Silva, Karin Lambrecht, Marcos Giannotti, Mestre Expedito (Expedito Antonio dos Santos), Mick Carniceli, Miriam Inês da Silva, Nelson Leirner, Nilda Neves, Oskar Metsavaht, Paulo Pasta, Raimundo de Oliveira, Raphael Galvez, Rosângela Dorazio, Samson Flexor, Sérgio Ferro, Siron Franco, Tarsila do Amaral, Vicente do Rego Monteiro, Victor Brecheret e Willys de Castro, sob curadoria de Fábio Magalhães e Maria Inês Lopes Coutinho. A mostra expõe cerca de 100 obras – entre esculturas, desenhos, gravuras e pinturas – que formam um conjunto expressivo de artistas cujas produções abordam poéticas que aludem à fé e à religião, algumas de modo claro e explícito, outras, por meio de metáforas.

 

Até 1808, a temática religiosa dominou por completo a produção artística no país, entre o período que engloba o século 16 até a primeira década do século 19 – com exceção das obras de Franz Post e Albert Eckhout, que retrataram a paisagem, a flora, a fauna, a dança dos índios Tapuias, os tipos humanos e os empreendimentos açucareiros em Pernambuco. A partir de 1808, com a chegada da família real ao Brasil, os temas profanos passaram a ser adotados pelos artistas brasileiros, e algumas décadas depois já prevaleciam nas artes plásticas em nosso país.  “No século XIX, com a presença da missão francesa de arquitetos e artistas no Brasil, também ocorreu a representação do país e de sua sociedade por artistas como Debret e Taunay, entre outros. No correr do segundo império, os temas das pinturas brasileiras serão sobretudo patrióticos. Com o advento da semana de Arte moderna em 1922, inverteu-se a situação com o predomínio do profano e nossos modernistas e depois nossos contemporâneos se fizeram conhecidos do grande público por obras que não expressavam o sentimento religioso”, comenta o diretor executivo do MAS-SP, José Carlos Marçal de Barros.

 

Este conjunto de obras que compõem a nova mostra temporária do MAS-SP pode ser dividido entre os artistas modernos – Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Victor Brecheret, Vicente do Rego Monteiro, Ismael Nery, Cândido Portinari, entre outros -, os populares – entre eles José Antonio da Silva, Agostinho Batista de Freitas, Antonio Poteiro – e os artistas contemporâneos, como Alex Flemming, Marcos Giannotti, Nelson Leirner, Oskar Metsavaht, entre outros. Nos dizeres de Fábio Magalhães e Maria Inês Lopes Coutinho: “Os modernistas foram, antes de tudo, transgressores e não apenas na expressão artística, também adotaram novos modos de vida, muitos deles, incompatíveis com os hábitos da sociedade brasileira, ainda fortemente rural. Influenciados pela grande metrópole francesa que vivia sua “folle époque”, esses jovens transgressores trouxeram novas ideias que tumultuaram os costumes até então estabelecidos na conservadora sociedade brasileira”.

 

A expressão do artista popular parte na maioria das vezes de experiências vividas, das crenças, dos rituais e das festas da sua comunidade. Procissões, as festas juninas, tão populares no Nordeste, e o folclore regional nutrem, muitas vezes, os temas religiosos. Em relação à arte contemporânea, os curadores destacam a presença não rara do tema religioso, “se o entendemos como manifestação de poéticas do sagrado, do sobrenatural, como forças da natureza que inquietam a cultura, ou mesmo os aspectos intangíveis que pressentimos nas coisas e nas pessoas, ou como apropriação de símbolos consagrados”. “Lograram o magnifico resultado que o Museu de Arte sacra apresenta nesta mostra, pois todos e cada um de nossos grandes artistas continuaram mantendo dentro de si a antiga religiosidade com que conviveram desde a sua infância”, conclui José Carlos Marçal de Barros.

 

 

Sobre o museu

 

O Museu de Arte Sacra de São Paulo, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, é uma das mais importantes do gênero no país. É fruto de um convênio celebrado entre o Governo do Estado e a Mitra Arquidiocesana de São Paulo, em 28 de outubro de 1969, e sua instalação data de 28 de junho de 1970. Desde então, o Museu de Arte Sacra de São Paulo passou a ocupar ala do Mosteiro de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Luz, na avenida Tiradentes, centro da capital paulista. A edificação é um dos mais importantes monumentos da arquitetura colonial paulista, construído em taipa de pilão, raro exemplar remanescente na cidade, última chácara conventual da cidade. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1943, e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico do Estado de São Paulo, em 1979. Tem grande parte de seu acervo também tombado pelo IPHAN, desde 1969, cujo inestimável patrimônio compreende relíquias das histórias do Brasil e mundial. O Museu de Arte Sacra de São Paulo detém uma vasta coleção de obras criadas entre os séculos 16 e 20, contando com exemplares raros e significativos. São mais de 18 mil itens no acervo. O museu possui obras de nomes reconhecidos, como Frei Agostinho da Piedade, Frei Agostinho de Jesus, Antônio Francisco de Lisboa, o “Aleijadinho” e Benedito Calixto de Jesus. Destacam-se também as coleções de presépios, prataria e ourivesaria, lampadários, mobiliário, retábulos, altares, vestimentas, livros litúrgicos e numismática.

 

 

 

De 26 de janeiro a 31 de março.

LEILÃO BENEFICENTE  MOBILIZA ARTISTAS NO PARQUE LAGE 

07/dez

Renomados artistas doam obras para tratamento de saúde de Michel Groisman, diagnosticado com doença neurodegenerativa.

Evento acontece no dia 18 de dezembro, na Escola de Artes Visuais.

 

Conhecido internacionalmente por suas performances de controle corporal, o premiado artista brasileiro Michel Groisman vem se deparando com a difícil condição de perder o controle sobre o próprio corpo. Groisman foi diagnosticado com uma doença neurodegenerativa que paulatinamente vem limitando seus movimentos. Sensibilizados com sua situação, um grupo de mais de 70 artistas vem doando obras para a realização de um leilão beneficente. O valor arrecadado custeará o tratamento de Groisman num hospital especializado, nos EUA. O leilão reúne trabalhos de Adriana Varejão, Arnaldo Antunes, Barrão, Cabelo, Cildo Meireles, Ernesto Neto, Jose Damasceno, entre outros renomados artistas. O evento acontece no dia 18 de dezembro, às 19h, no Parque Lage.

 

Ao longo dos últimos 20 anos Michel Groisman se apresentou em inúmeros centros culturais ao redor do mundo e consagrou-se por suas inusitadas performances de controle corporal com equipamentos agregados ao corpo. Nos últimos anos, no entanto, ele se vê atrelado à execução de uma performance involuntária dentro do seu próprio cotidiano, a de simplesmente tentar levantar-se, andar, mover-se. Uma no-stop performance, na qual o artista precisa de todo seu esforço e concentração para se deslocar dentro de casa e ir de um cômodo a outro. Um ensaio diário, circunscrito ao âmbito privado, do que pode vir a ser a sua última performance.

 

O leilão que custeará as despesas de seu tratamento médico acontecerá no Salão Nobre da EAV Parque Lage, escola que já abrigou tantas vezes as performances de Groisman ao longo dos anos. As obras à venda podem ser visualizadas a partir do dia 5 de dezembro e os interessados podem  dar lances iniciais diretamente no site http://michelgroisman.com/leilao.No dia do leilão, as obras estarão em exposição na galeria do subsolo, das 9h às 19h.

 

 

Artistas participantes

 

Adriana Tabalipa, Adriana Varejão, Adriano Motta, Afonso Tostes, Alexandre Vogler, Amador Perez, André Alvim, Angelo Venosa, Arnaldo Antunes, Arjan Martins, Barrão, Beatriz Berman, Bob N, Cabelo, Cadu, Carla Zaccagnnini, Carolina Ponte, Carlos Bevilacqua, Celina Portela, Cildo Meireles, Claudia Hersz, Chiara Banfi, Chelpa Ferro, Daniel Murgel, Ducha, Eduardo Berliner, Elvis Almeida Oliveira, Enrica Bernardeli, Ernesto Neto, Felipe Barbosa, Fernanda Gomes, Fernando de la Roque, Franklin Cassaro, Gê Orthof, Gisele Camargo, Guga Ferraz,Guilherme Teixeira,Gustavo Speridião, Jarbas Lopes, Joao Modé, José Bechara, José Damasceno, Laura Eber, Laura Lima, Lucia Koch, Lucia Laguna, Luiza Marcier, Luiza Baldan, Luiz Zerbini, Marcela Tibone, Marcius Galan, Marco Veloso, Marcos Chaves, Maria Nepomuceno, Mariana Manhães, Martha Niklaus, Matheus Rocha Pitta, Mauro Espindola, Michel Groisman, Miguel Rio Branco, Nadam Guerra, Noni Ostrower, Opavivará/Domingos Guimarães, Paulo Vivacqua, Pedro Varela, Pedro Paulo Domingues, Raul Mourão, Ricardo Basbaum, Ricardo Ventura, Romano, Rodrigo Andrade, Stela Barbieri, Suzana Queiroga, Tatiana Grinberg, Thereza Salazar, Valeria Scornaienchi, Vicente de Mello, Vivian Cacuri.

 

 

Quem é Michel Groisman

 

Michel começou a desenvolver equipamentos corporais quando frequentava a faculdade de música, onde se formou como professor. Nessa época descobriu que podia inventar seus próprios instrumentos, e que estes não precisavam ser musicais, podiam ser instrumentos de todo tipo, desde que servissem para uma auto-investigação e para a interação com o outro. Em seu processo de criação, Michel Groismanintegra diferentes campos: artes visuais, dança, jogos, arte interativa, engenharia, relações interpessoais etc. Foi contemplado com bolsas e prêmios: Rioarte (2004), Vitae (2002) e Uniarte da Faperj (2000), Programa Rumos Artes Visuais (1999), Rumos Dança (2009) e Rumos 2018; Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2014, 8o Salão da Bahia (2001) e Prêmio “O Artista Pesquisador” do MAC de Niterói (2001), entre outros. Seu trabalho vem sendo mostrado em museus e festivais ao redor do mundo: MoMA (Nova York, 2014); Worlds Together Conference, Tate Modern (Londres, 2012); Festival Temps D’Image (Paris, 2012); Lig Art Hall (Coreia do Sul, 2012); PS 122 (Nova York, 2011); 29a Bienal de São Paulo (2010); Centro de Arte Reina Sofia (Madri, 2008); Festival In Transit the Berlim Lab (Alemanha, 2001 e 2006); Don’t Call It Performance, El Museo Del Barrio (New York, 2004); “Tempo”, MOMA (Nova York, 2001); Festival de La Batiê (Geneva, 2002); II Bienal de Lima (Peru, 2000); e Encontros Acarte (Lisboa, 2000), entre outros.

 

 

PERFOMANCES DO ARTISTA

 

Em “Transferência”, que teve sua estreia na EAV, em 1999, o artista utilizava velas acopladas ao seu corpo e executava uma série de movimentos para passar o fogo de uma vela para outra. Já em “Criaturas”, Groisman e sua parceira utilizavam equipamentos conectados a eletricidade, de modo que quando encostavam um no outro faziam as lâmpadas acenderem. Junto com seu trabalho de performance, o artista também passou a criar obras de arte de engajamento coletivo, dizendo que as relações interpessoais era o que havia de mais revelador. Dentre as suas obras-jogo coletivas estão: Polvo, Máquina de Desenhar, Sirva-se, Risco etc. Uma dessas obras foi premiada pelo programa Rumos 2018, do Itaú Cultural, a Risco#32, que o artista intenta ter condições de realizar no ano que vem. Trata-se de uma máquina de grande dimensões a ser manipulada por 32 pessoas simultaneamente, com o propósito de fazerem juntas um simples desenho num papel. Seria apenas uma coincidência que, assim como o lápis da obra Risco precisa de 32 participantes para riscar um desenho sobre o papel, agora a própria salvação de Groisman dependa também de uma união e engajamento coletivo?

 

 

 

LEILÃO MICHEL GROISMAN
Dia: 18 de dezembro de 2018 (terça-feira)
Horário: 19h às 21h
Local: Salão Nobre da Escola de Artes Visuais do Parque Lage
End.: Rua Jardim Botânico, 414, Jardim Botânico, Rio de Janeiro
As obras estarão em exposição na galeria do subsolo no próprio dia do leilão, das 9h às 19h.

 

SITE DO LEILÃO: http://michelgroisman.com/leilao

Thereza Miranda, no MNBA

12/nov

“Instantes Múltiplos”, é o título da exposição de 67 das premiadas gravuras de Thereza Miranda, incorporadas ao acervo do Museu Nacional de Belas Artes, Cinelândia, Rio de Janeiro, RJ, através do Prêmio Marcantonio Vilaça de Artes Plásticas FUNARTE/MinC. A mostra também celebra os 90 anos da artista, possuidora de uma trajetória ímpar e que a situa entre as mais importantes gravadoras brasileiras.

 

Em sua proposta conceitual, a exposição “Instantes Múltiplos”, com curadoria da técnica do MNBA Laura Abreu, é dividida em núcleos temáticos que proporcionam a visão tanto da apresentação de gravuras feitas em metal, do início da carreira da artista, como as das séries “Germinação”, “Nova Germinação” e “Germinação Vida”, obras das décadas de 1960 e início de 1970 e das fotogravuras, técnica que une a fotografia às técnicas da gravura e que foi muito difundida pela artista no Brasil, datadas de meados da década de 1970 àquelas do início dos anos 2000.

 

As fotogravuras têm como temas os diferentes lugares e países que Thereza Miranda conheceu. Viajante, através de uma câmara fotográfica e de seu olhar sensível, a artista registrou a paisagem urbana, a natureza, detalhes arquitetônicos como telhados, janelas, portas, ruas, etc.

 

Como professora, Thereza Miranda, que dá aulas de gravura e ilustração na PUC-RJ desde 1974,  tem generosamente compartilhado seu conhecimento, contribuindo para a difusão da gravura e sua valorização como meio de expressão artística. Seus primeiros passos na gravura aconteceram no MAM-RJ, em 1963, e daí  em diante impulsionou sua carreira participando de diversas bienais de gravura, no Brasil e no exterior, como no Chile, Inglaterra e Polônia. Em 2008, comemorou com uma grande retrospectiva seus 45 anos de carreira, no MAM-RJ.

 

 

Até 16 de dezembro.

Três mestres gravadores

A mostra “Três gravuristas e o exílio no Brasil: Fayga Ostrower, Axl Leskoschek, Lasar Segall” apresenta 32 obras originais dos três mestres da gravura que chegaram ao Brasil no século 20, fugindo do nazismo na Europa e aqui se estabeleceram, influenciando várias gerações de artistas no país. O propósito é lançar o foco sobre como a vivência de partida, migração e exílio marcaram o estilo dos artistas, e como eles, por sua vez, trouxeram novas técnicas, novos olhares e novas formas de pensar a arte e o processo de criação.

 

O judeu ucraniano Lasar Segall (1891-1957) chegou ao Brasil já na década de 1920. Voltou para a Europa, mas regressou em definitivo para São Paulo com o recrudescimento das manifestações antissemitas de extrema direita. Em suas gravuras, o autor do famoso “Navio de Emigrantes” evoca temas judaicos e a sua aldeia nativa, além do cotidiano do país que o acolheu.

 

Polonesa de origem, Fayga Ostrower (1920-2001) viveu com a família na Alemanha até a fuga noturna atravessando florestas para a Bélgica e, de lá, para o Brasil, em 1934. Dedicou-se durante meio século à arte e passou do figurativo ao abstrato em suas gravuras. Além do seu legado artístico, foi uma pensadora que refletiu sobre arte e estética em diversos livros.

 

O austríaco Axl Leskoschek (1889-1975), de orientação política de esquerda, precisou sair da Áustria quando se filiou ao partido comunista. No Brasil, foi professor na Fundação Getúlio Vargas e teve um ateliê famoso na Glória. Formou uma geração de expoentes da gravura, como a própria Fayga Ostrower. O visitante poderá ver o seu delicado livro “Miniaturas brasileiras”, com cenas do cotidiano.

 

A exposição “Três gravuristas e o exílio no Brasil: Fayga Ostrower, Axl Leskoschek, Lasar Segall”, com obras do acervo do MNBA, pretende despertar a reflexão sobre uma temática cada dia mais atual – o sofrimento do exílio, o acolhimento, a riqueza que reside no olhar de uma outra cultura. Esta mostra inaugura uma parceria entre o MNBA e a Casa Stefan Zweig, de Petrópolis, RJ, dedicada ao tema do exílio. A mostra é complementada por painéis, cartas, fotos e filmes.

 

 

Até 03 de fevereiro de 2019.

Gravuras na Baró Galeria

09/nov

A BARÓ Galeria, São Paulo, SP, apresenta a mostra “O Sentido do Original na Gravura”, composta por gravuras em diálogo com trabalhos originais de artistas e poetas visuais contemporâneos. As gravuras apresentadas são editadas e impressas por Gravuras no Brasil, parceira da BARÓ Galeria para esta ocasião. Destacam-se na sala principal obras gráficas do artista Almandrade e nas salas seguintes obras de Cezar Brandão, Jorge Francisco Soto, Clemente Padin e Falves Silva. O conjunto da mostra oferece um pequeno panorama de uma experiência visual latinoamericana (Brasil e Uruguai) e sua dimensão poética, buscando cativar um olhar crítico e sensível, além do desenvolvimento do gosto pela arte.

 

Até 12 de janeiro de 2019.

MAM 70: MAM e MAC USP

27/ago

O Museu de Arte Moderna de São Paulo, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, exibirá “MAM 70: MAM e MAC USP”, uma exposição comemorativa. A exibição é uma colaboração entre o Museu de Arte Moderna de São Paulo e o Museu de Arte Contemporânea da USP, com destaque para mostras emblemáticas da primeira fase do MAM, nas décadas de 1940 e 1950, antes da doação de sua coleção para o MAC. A mostra visa identificar os elementos em comum entre as instituições. Serão apresentadas exposições importantes na narrativa da história da arte brasileira, como a primeira Bienal de São Paulo, realizada pelo MAM em 1951, e a mostra do Grupo Ruptura, em 1952. Além das mostras periódicas Jovem Arte Contemporânea, criada pelo MAC em 1967, e o Panorama da Arte Brasileira, criado pelo MAM em 1969. Estas mostras, juntamente com a Bienal, ocuparam papel fundamental no calendário artístico brasileiro, consagrando-o no circuito internacional. Serão expostas obras integrantes das mostras originais do MAM e de mostras posteriores do MAM e do MAC, construindo uma genealogia de exposições a partir de uma raiz museológica comum. A curadoria é de Ana Magalhães, Helouise Costa e Felipe Chaimovich.

 

 

De 04 de setembro (abertura) até 16 de dezembro

 

Estratégias Conceituais na Galeria Bergamin & Gomide

24/ago

12

A Galeria Bergamin & Gomide, Jardins, São Paulo, SP, reúne obras produzidas entre 1960 e 1980, período marcado por ditaduras militares na América Latina, e traz artistas como Hélio Oiticica, León Ferrari, Lygia Pape e Cildo Meireles. A produção artística na América Latina entre as décadas de 1960 e 1980 é tema de “Estratégias Conceituais”, em cartaz do dia 25 de agosto até 20 de outubro. A exposição apresenta obras de 42 artistas, com curadoria de Ricardo Sardenberg, e reflete um período histórico marcado por intensa repressão política em todo continente.

 

A mostra lança luz sobre um momento histórico muito semelhante ao atual, marcado pelo acirramento das disputas políticas, recrudescimento de iniciativas que incitam a censura, desmantelamento dos espaços de convívio e quebra da comunicação. Assim como ações coletivas e individuais de resistência por parte dos artistas, atuando por vezes à margem do sistema das artes visuais estabelecidas até então.

 

Entre os artistas selecionados estão nomes como Victor Grippo, León Ferrari, Hélio Oiticica, Lygia Pape, Cildo Meireles, Antonio Manuel, Anna Bella Geiger, Luis Camnitzer, Clemente Padín, Anna Maria Maiolino, Antonio Caro, Beatriz Gonzalez, entre outros.

 

“Estratégias Conceituais” quer dar visibilidade à criação da arte latina durante esses anos de transformação socioeconômica. Nesse contexto, são apresentadas diversas obras que foram utilizadas numa estratégia para contestar o regime vigente, muitas vezes burlando a censura, e estimular a conscientização da realidade, criando no processo novas formas de produção, apresentação e distribuição da arte.

 

“Calcados em seus contextos locais – principalmente com a ideia de meios de produção no espaço do subdesenvolvimento -, buscavam não apenas difundir o conhecimento, mas também propor novas formas de gerar conhecimento, sem se formalizarem em um movimento específico. Foram então reconhecidos como “artistas conceituais”. Porém, amplamente conscientes das estratégias formais de “desmaterialização” e das teorias da informação e da comunicação, os aqui apresentados introduzem conteúdos como ação e estratégia de intervenção política, poética,pedagógica e comunicativa. De diversas matizes ideológicas, as estratégias conceituais daquela época se baseiam em primeira instância no contexto local(geralmente político e de confronto), depois no contexto do subdesenvolvimento na América Latina e, por fim, numa “estratégia de inserção global”, explica Sardenberg.

 

 

Artistas de “Estratégias Conceituais”

 

3NÓS3

Adolfo Bernal

Anna Bella Geiger

Anna Maria Maiolino

Antonio Caro

Antonio Dias

Antonio Manuel

Artur Barrio

Beatriz González

Carlos Zilio

Cildo Meireles

Clemente Padín

Décio Noviello

Edgardo Antonio Vigo

Eugenio Dittborn

Felipe Ehrenberg

Graciela Carnevale

Guillermo Deisler

Grupo CAYC

Hélio Oiticica

Hudinilson Jr.

Ivens Machado

Jac Leirner

Jorge Caraballo

Julio Plaza

Lenora de Barros

León Ferrari

Letícia Parente

Liliana Porter

Luis Camnitzer

Luiz Alphonsus

Lygia Pape

Marcelo Brodsky

Montez Magno

Paulo Bruscky

Regina Silveira

Regina Vater

Roberto Jacoby

Umberto Costa Barros

Victor Gerhard

Victor Grippo

Waltercio Caldas

 

 

Sobre a Bergamin & Gomide

 

Criada em 2000 em São Paulo, por Jones Bergamin, a galeria Bergamin ficava numa casa da década de 1950 do arquiteto Vilanova Artigas nos Jardins. Apresentou importantes projetos, dentre eles, uma retrospectiva de Iberê Camargo,  exposições de Mira Schendel, Lygia Pape, Tunga e Miguel Rio Branco e projetos especiais como, por exemplo, “Através” em que a curadora Lisette Lagnado trouxe a público “Tteia”, obra icônica de Lygia Pape (hoje em exposição permanente em Inhotim). Em 2013, Antonia Bergamin, filha de Jones Bergamin, assumiu a direção da galeria com Thiago Gomide. Com foco em vendas privadas de artistas brasileiros e estrangeiros do período Pós-Guerra, a Bergamin & Gomide inaugurou seu novo espaço na rua Oscar Freire, em agosto do mesmo ano. Sem uma lista fixa e com flexibilidade para trabalhar um amplo número de artistas e exposições de diferentes temas, períodos e movimentos, o  programa da galeria conta com quatro exposições por ano, entre individuais e coletivas. Além disso a Bergamin & Gomide participa de feiras nacionais e internacionais como Art Basel, TEFAF NY Spring, Art Basel Miami Beach, Semana de Arte e SP-Arte e desenvolve parcerias com importantes galerias estrangeiras.

A Caixa Preta na FIC

15/ago

Entre os dias 18 de agosto a 14 de outubro, a Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, apresenta a exposição “Caixa Preta”. Com curadoria de Bernardo José de Souza, Eduardo Sterzi, Fernanda Brenner e Verônica Stigger, a coletiva traz obras de 40 artistas – entre fotógrafos, poetas, arquitetos, cineastas e artistas visuais – como Augusto de Campos, Júlio Plaza, Carlos Fajardo, Eliseu Visconti, Chelpa Ferro, Iberê Camargo, Manabu Mabe, Mauro Restiffe, Nuno Ramos, Oscar Niemayer e Waltercio Caldas. Usando como metáfora a caixa-preta dos aviões – que registram importantes informações que antecedem um momento crítico, ao mesmo tempo em que guardam outras informações banais -, a exposição reflete sobre a relação entre arte e mundo, entre algumas obras de arte e o atual momento político do país e do mundo, mas também entre essas obras e o sistema das artes. Dessa forma, a exposição reúne “caixas-pretas” muito singulares, a serem localizadas, abertas, interpretadas e reinterpretadas. Os curadores pesquisaram e investigaram diversas coleções e acervos, públicos, privados e pessoais, na busca por elementos sem visibilidade, de interesse relativo ou simplesmente esquecidos, no intuito de aprofundar questões presentes nas muitas “caixas-pretas” com as quais convivemos, sejam elas de teor histórico, acadêmico ou artístico.

 

A exposição vai contar com uma série de atividades paralelas, como Seminário Sobre acidentes e caixas pretas do passado, do presente e do futuro, em que em que historiadores, engenheiros, filósofos e outros especialistas analisam as relações entre arte, política, ciência e história.

 

 

Artistas

 

Alfi Vivern | Augusto de Campos e Julio Plaza | Caio Fernando Abreu | Carlos Augusto Lima | Carlos Fajardo | Carlos Zilio | Chelpa Ferro | Daniel Jacoby | Dirnei Prates | Eliseu Visconti | Fabiana Faleiros | Fernando Corona | Eva e Franco Mattes | Frederico Filippi | Gabriela Greeb e Mario Ramiro | Gilberto Perin | Guilherme Peters e Roberto Winter | Iberê Camargo | Jac Leirner | Jeronimus Van Diest | Jordi Burch | José Marchand Assumpção | Kevin Simón Mancera | Letícia Lopes | Manabu Mabe | Marília Garcia | Mauro Restiffe | Nuno Ramos | Oscar Niemeyer | Pedro Motta | Pedro Victor Brandão | Rafael Borges Amaral | Regina Parra | Rodrigo Matheus | Runo Lagomarsino | Telmo Lanes e Rogério Nazari | Waltercio Caldas | Wilfredo Prieto.

 

 

Curadores: Bernardo José de Souza, Eduardo Sterzi, Fernanda Brenner e Veronica Stigger.

 

 

Sobre Iberê Camargo

 

Restinga Seca, 1914 – Porto Alegre, 1994 – Iberê Camargo é um dos grandes nomes da arte brasileira do século 20. Autor de uma extensa obra, que inclui pinturas, desenhos, guaches e gravuras, Iberê nunca se filiou a correntes ou movimentos, mas exerceu forte liderança no meio artístico e intelectual brasileiro. Dentre as diferentes facetas de sua vasta produção, o artista desenvolveu as conhecidas séries “Carretéis”, “Ciclistas” e “As Idiotas”, que marcaram sua trajetória. Grande parte de sua produção, estimada em mais de sete mil obras, compõe hoje o acervo da Fundação Iberê Camargo.

Traços Brasileiros  

27/jul

 

A exposição “Traços Brasileiros – A cultura brasileira pela ótica de artistas plásticos”, que acontece de 09 de agosto a 06 de setembro no Centro Cultural Light, Centro, é uma coletiva de artistas plásticos oriundos do Atelier Oruniyá (Rio de Janeiro) e do Grupo Casa Amarela (Barra Mansa), além de artistas formandos da Escola de Belas Artes da UFRJ e UFRRJ. A curadoria e coordenação da exposição é do designer e pesquisador Guilherme Lopes Moura. A exposição retrata o Brasil em sua ampla diversidade de manifestações culturais, lendas, hábitos, brincadeiras, ícones artísticos, enfim, os traços que compõem o imaginário brasileiro ao longo de sua extensão geográfica. Os suportes serão os mais diversos: desde a pintura a óleo, gravura e aquarela até oficinas de cerâmica, crochê, mosaico, bordado livre, entre outras técnicas e suportes que, assim como a nossa cultura, só enriquecem o modo de ser – e de se expressar – do brasileiro. Bumba meu boi, Saci-Pererê, Iara, Capoeira, Jongo, Folia do Divino Espírito Santo, Cordel e Festas Juninas são apenas alguns dos temas que serão retratados nesta exposição durante o mês do folclore. Além disso, na abertura da exposição, o artista cearense Cabral da Cabaceira fará declamação de poesia matuta.

 

 

O mês de agosto e o folclore

 

O tão conhecido termo folclore vem do inglês folklore, que é a junção de povo (folk) e sabedoria (lore), significando “sabedoria do povo”. Este termo foi criado pelo arqueólogo inglês William John Thoms em 22 de agosto de 1846 e em pouco tempo passou a ser adotado pelos estudiosos da cultura popular ao redor do mundo. No Brasil, 22 de agosto foi oficializado como o dia do folclore (e por conseguinte o mês) em 1965 por meio de decreto federal. A Carta do Folclore Brasileiro, elaborada no I Congresso Brasileiro de Folclore, em 1951, define que “Constituem o fato folclórico as maneiras de pensar, sentir e agir de um povo, preservadas pela tradição popular e pela imitação e que não sejam diretamente influenciadas pelos círculos eruditos e instituições que se dedicam ou à renovação e conservação do patrimônio científico e artístico humanos ou à fixação de uma orientação religiosa e filosófica.”

 

 

Sobre o Atelier Oruniyá

 

O Atelier Oruniyá reúne cinco artistas – Ana Moura, Gilliatt Moraes, Lucas Moura, Nelson Macedo e Renato Alvim – que têm como propósito comum o processo de produção da imagem, investigando a construção do sentido abstrato e poético da forma visual e, a exemplo de tantos artistas que nos precederam, entendem que não há outro caminho senão o comprometimento com o legado da tradição. Acompanham também André Bombonatti, Anna Lívia Mohanan, Ayla de Oliveira, Enji fundão, Juliana Mizrahi, Laura de Castro, Letícia Martins, Maria Artemis, Monike Silva, Paula Siebra e Vitor Hara, formandos das Escolas de Belas Artes da UFRJ  e UFRRJ, onde alguns artistas do Atelier Oruniyá lecionam.

 

 

Grupo Casa Amarela

 

Grupo de Artistas e Artesãos oriundos do Espaço Atelier Escola, que buscam uma identidade Nacional, regional e local para sua produção artística e que tem na Arte Nacional e na Cultura do Médio Paraíba sua fonte de inspiração e pesquisa. Tem como objetivo criar um núcleo de Arte no interior do Estado do Rio de janeiro, criar uma pedagogia para criação de grupos artísticos para alavancar a fruição e o comércio das Artes e artesanato, constituir espaços de propagação da arte e do artista local/regional, tornar sustentável espaços culturais que não tem apelo massivos. Formado pelos artistas Alexandre Brante, Andreia Lima, Cristiane Albernaz, Francis Marques, Izabel Meloto, Lélis Maria, Marcelo Campos, Messias Jr, Niki Campos, Paulo Valério, Thaisa Moura, Vera Lúcia Pereira e Viviane da Silva.

 

 

Sobre o curador e coordenador geral

 

Formado em Comunicação Visual – Design na UFRJ, fundador da Folha Verde Design, realizadora da exposição. É fotógrafo e pesquisador da cultura popular brasileira, autor do livro Folia de Reis na Serra Fluminense e idealizador da exposição “Folia de Reis: Mensageiros dos Reis Magos”, que aconteceu em janeiro de 2018 no Centro Cultural Light. Desde 2009 já desenvolveu identidade visual de mais de 100 projetos, entre mostras de cinema, peças de teatro e identidade corporativa.

Arte Pop no RS

16/jul

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, Porto Alegre, RS, apresenta a exposição “Influências da Arte Pop em acervos de Porto Alegre”. A mostra, com curadoria de Carolina Grippa e Caroline Hädrich, encontra-se em cartaz nas galerias João Fahrion, Pedro Weingärtner e Angelo Guido.do MARGS.

 

“Influências da arte Pop em acervos de Porto Alegre” surge como uma indagação sobre o impacto da Pop no Brasil, movimento conhecido, cujo destaque sempre é dado à artistas americanos e ingleses. Em 2015, a Tate Modern de Londres realizou uma grande exposição intitulada THE EY: The World goes Pop, na qual a curadoria selecionou obras do mundo todo, demonstrando o quanto o espírito Popse espalhou influenciando uma diversidade de artistas. Seguindo essa ideia, a exposição montada no MARGS traz exemplos de artistas brasileiros e estrangeiros que possuem obras influenciadas pela arte Pop, no que diz respeito aos temas, suportes, cores e planaridade em sua construção, e que fazem parte das coleções de três acervos públicos de Porto Alegre: MARGS, Pinacoteca Barão de Santo Ângelo do Instituto de Artes da UFRGS e Pinacoteca Aldo Locatelli da Prefeitura Municipal.

 

Há duas gerações de artistas na mostra: a primeira, formada por Glauco Rodrigues, Henrique Fuhro, Romanita Disconzi e Jesus Escobar, destacam-se por ter produzido entre os anos 1960/70, época na qual a arte Popestava em pleno desenvolvimento nos seus países de origem. A segunda, com obras concebidas na década de 1980, apresentam características da Pop, porém amalgamadas com outras questões da época. Deste recorte, temos obras de Vera Chaves Barcellos, Liana Timm, Alfredo Nicolaiewsky, Milton Kurtz, Mário Röhnelt, Luiz Barth, Patrício Farias entre outros.

 

Com a exposição, a curadoria demonstra a propagação do movimento Pop e de como ele foi absorvido e desenvolvido por alguns artistas locais. Conseguimos perceber como eles trazem para as obras aspectos tanto pessoais, como a influência de ícones de mídia mundiais, quanto sociais e políticos especificamente agitados da América Latina na época. A questão do suporte e técnicas são também de grande importância para a temática da exposição; construída principalmente com gravuras e serigrafias, métodos que permitem a reprodução das obras com facilidade, o que representa também uma das mais marcantes características da arte Pop, que é justamente a repetição e a reflexão sobre a exclusividade das obras de arte em uma época de expansão da chamada mass media.

 

 

Artistas participantes:

 

Alfredo Nicolaiewsky, Glauco Rodrigues, Henrique Fuhro, Jesus Escobar, Liana Timm, Luiz Barth, Mário Röhnelt, Milton Kurtz, Romanita Disconzi, Vera Chaves Barcellos.

 

 

Sobre as curadoras

 

Carolina Grippa é formada em Moda pela Universidade Feevale, e bacharela em História da Arte, UFRGS. Realizou estágios em diversos museus da cidade, incluindo: Fundação Iberê Camargo, Pinacoteca Rubem Berta, MARGS e em 2018, trabalhou como assistente de produção na 11° Bienal do Mercosul.

 

Caroline Hädrich é arquiteta e urbanista formada pela UFRGS, e bacharela em História da Arte, UFRGS. Vive e trabalha em Porto Alegre como arquiteta, pesquisadora e curadora independente.

 

 

Até 26 de agosto.