Três no Santander Cultural

31/maio

Dentro da proposta de valorizar o trabalho curatorial neste ano, o Santander Cultural, Porto Alegre, RS, inaugurou a exposição que leva o nome dos seus artistas integrantes: “Zerbini, Barrão, Albano”. Ao todo, são 43 obras, em diferentes técnicas, como pintura, gravura, escultura e fotografia. A seleção para cada artista ficou a cargo de um curador diferente. As obras de Luiz Zerbini, SP, tiveram a curadoria de Marcelo Campos. As de Barrão, RJ, de Felipe Scovino; e as de Albano, SP, por Douglas Freitas. “Foram seis cabeças dividindo o mesmo espaço”, explicou o diretor-superintendente do Santander Cultural, Carlos Trevi. Com estilos diferentes, o desafio foi promover o diálogo entre as diferentes linguagens de cada artista.

 

As esculturas de Barrão ocupam a parte central da galeria, com trabalhos na cor branca. “Geralmente meus trabalhos têm escala menor, mas como fiz obras especialmente para esta exposição, levei em conta o espaço e fiz em escala maior”, explica Barrão. As obras de Albano e Zerbini estão nas laterais. Zerbini apresenta monotipias, pinturas e, em primeira mão, três mesas, cujos superfícies de vidro lembram praias e ondas. Já Albano traz instalações que abordam a questão da luz e da sombra e um tríptico fotográfico.

 

 
Até 16 de julho.

Teresinha Soares no MASP

25/abr

Inaugurando um eixo temático sobre sexualidade, que reunirá vasta programação de exposições, o MASP, Avenida Paulista, São Paulo, SP, apresenta, a partir de 27 de abril, a exposição “Quem tem medo de Teresinha Soares?”, com mais de 50 obras do intenso período produtivo da artista mineira Teresinha Soares, Araxá, 1927, que se deu entre 1965 e 1976. Esta será a primeira mostra panorâmica de Soares em um museu, tanto no Brasil quanto no exterior, e é também sua primeira grande individual em mais de 40 anos. O título da mostra faz menção à célebre peça “Quem tem medo de Virgina Woolf?”, de Edward Albee, e faz referência aos tabus comportamentais que a obra de Teresinha Soares enfrenta ao se contrapor ao machismo da sociedade e do meio da arte.

 

“Quem tem medo de Teresinha Soares?” ocupa o 2º subsolo do museu com pinturas, desenhos, gravuras, caixas-objetos, relevos e instalações, além de documentação fotográfica sobre as performances e happenings pioneiros da artista. A mostra procura trazer luz à produção pouco conhecida de uma das artistas brasileiras mais polêmicas e contestadoras dos anos 1960-70, que naquele período ocupou com grande destaque os meios de comunicação. Personalidade feminina potente e emancipada, Soares é também escritora e defensora dos direitos das mulheres, somando à sua biografia o cargo de primeira vereadora eleita de sua cidade natal, além de miss, funcionária pública e professora.

 

Artista precursora ao abordar em seu trabalho temas de gênero, como a liberação sexual feminina, a violência contra a mulher, a maternidade e a prostituição, Soares também fez obras lidando com acontecimentos políticos, como na série de pinturas Vietnã (1968), em que apresenta uma original e irreverente abordagem sobre o tema. A representação do corpo é um dos motivos mais recorrentes da obra da artista, abrangendo desde o erotismo e o sexo, até o nascimento, a morte e a relação com a natureza.

 

Na obra “Eurótica”, de 1970, constituída de um álbum de serigrafias feito a partir de desenhos de linha e impresso em papéis de diferentes cores, uma variedade de posições sexuais se configura a partir de combinações de corpos em diferentes interações libidinosas. A partir desses desenhos eróticos, Soares desenvolveu “Corpo a corpo in cor-pus meus”, de 1971, sua primeira grande instalação, que representa um marco em sua carreira. Aberta à participação do espectador, a obra é composta de quatro módulos de alturas variadas, feitos de madeira pintada de branco, como uma espécie de tablado em forma sinuosa, que ocupam 24 m2 do espaço. No dia da abertura, uma performance será realizada para inaugurar a obra, assim como a que Soares realizou no Salão Nobre do Museu de Arte da Pampulha, em 1970, com a participação de bailarinos e a narração de um texto gravado por ela.

 

Embora seja possível relacionar a obra de Soares a algumas tendências dos anos 1960, como a arte pop global, o nouveau réalisme e a nova objetividade brasileira, a artista sempre insistiu em um caráter espontâneo e pessoal para sua linguagem. Ainda hoje, seu trabalho é pouco conhecido do grande público brasileiro, apesar de Soares ter participado ativamente do circuito de arte por dez anos, tendo realizado exposições em galerias, salões e bienais. Atualmente, tem cada vez mais integrado exposições internacionais que a contextualizam no marco da nova figuração dos anos 1960, bem como no da arte política: The EY Exhibition: The World Goes Pop (Tate Modern, Londres, 2015), Arte Vida (Rio de Janeiro, 2014) e Radical Women: Latin American Art, 1960-1985 (Hammer Museum, Los Angeles, 2017).

 

Para o curador da exposição Rodrigo Moura, “…se hoje seu trabalho começa a ser mais reconhecido, inclusive internacionalmente, uma exposição que acompanha sua trajetória de perto e analisa a evolução de sua linguagem contribui não apenas para esse reconhecimento, mas também para entender os mecanismos e as metodologias que informam uma prática feminista no contexto brasileiro daquele período.” Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, comenta a relevância da mostra: “É um privilégio para o MASP apresentar a primeira exposição panorâmica da artista. Assim o museu cumpre um papel crucial, o de apresentar ao grande público uma obra que deve ser considerada e reinscrita na história recente da arte brasileira.”

 

“Quem tem medo de Teresinha Soares?” insere-se no contexto da programação de 2017 do Museu, dedicada à temática da sexualidade. Em torno da mostra “Histórias da sexualidade”, que contará com obras de diferentes períodos e acervos, serão apresentadas exposições monográficas de artistas brasileiros e internacionais, cujas trabalhos suscitam questionamentos sobre corporalidade, desejo, sensualidade, erotismo, feminismo, questões de gênero, entre outros. Após a de Teresinha Soares, seguem-se individuais de Wanda Pimentel, Henri de Toulouse-Lautrec, Miguel Rio Branco, Guerrilla Girls, Pedro Correia de Araújo e Tunga.

 

 
Catálogo

 

Simultaneamente à exposição, o MASP edita o primeiro grande catálogo monográfico da artista, R$150,00 pp. 272, que será lançado na abertura da exposição. O livro tem organização editorial de Adriano Pedrosa e Rodrigo Moura e reúne mais de 200 ilustrações, entre obras de Teresinha Soares, documentos de época e obras de outros artistas, além de textos inéditos dos curadores da exposição, da própria artista e de quatro críticos convidados. Os autores analisam a obra pioneira de Soares e a contextualizam ao lado da produção de outros artistas trabalhando no Brasil e internacionalmente, no mesmo período.

 

Constituem o catálogo os seguintes textos: “Quem tem medo de Teresinha Soares?”, de Rodrigo Moura; “A arte erótica singular de Teresinha Soares”, de Cecilia Fajardo-Hill; “Realista e erótica, minha arte é como a cruz para o capeta”, de Frederico Morais; “O corpo na poética de Teresinha Soares”, de Marília Andrés Ribeiro; “’Acontecências’: devir-mulher nos jornais de Teresinha Soares”, de Camila Bechelany; “Um pop pantagruélico: a ‘arte erótica de contestação’ de Teresinha Soares”, de Sofia Gotti; além de entrevista de Teresinha Soares a Rodrigo Moura e Camila Bechelany e as crônicas de Teresinha Soares “Amo São Paulo” (1968), “Cor-pus meus versus o mar” (1971) e “O impossível acontece” (1973).

 

“Quem tem medo de Teresinha Soares?” tem curadoria de Rodrigo Moura, curador-adjunto de arte brasileira do MASP, e Camila Bechelany, curadora-assistente do MASP. O escritório de arquitetura METRO Arquitetos Associados assina a expografia da mostra.

 

 

 

De 27 de abril a 06 de agosto.

Homenagem proustiana

19/abr

O Santander Cultural, Centro Histórico, Porto Alegre, RS, exibe a exposição-homenagem “Paulo Gasparotto – Certas pequenas loucuras…”, que permite – proustianamente – um mergulho no universo pessoal do jornalista Paulo Raymundo Gasparotto. Os interessados em conhecer mais sobre a vida do profissional poderão visitar a exposição na qual encontrarão uma mescla de textos e imagens, informações e contextualização histórica, obras de arte, antiguidades e objetos do acervo pessoal que retratam a personalidade e a trajetória profissional do homenageado. A curadoria é assinada pela professora, crítica e historiadora de arte Paula Ramos. Em exibição cerca de 150 peças através da quais os 80 anos de vida  – e 50 dedicados ao colunismo social – são revisitados. Em exibição obras (pinturas, desenhos e gravuras) assinadas por Iberê Camargo, Farnese de Andrade, Roberto Magalhães, Magliani, Siron Franco, João Fahrion, Maristany de Trias, Victorio Gheno, Michel Drouillon, Maria Tomaselli, Waldeni Elias, Elizethe Borghetti, Maria di Gesu, André Venzon, Felipe Caldas, Britto Velho, Fernando Baril, João Faria Vianna, Octávio Araújo e fotografias de Roberto Grillo, Tonico Alvares, Liane Neves e Lizette Guerra.

 

Paula Ramos visualiza esta oportunidade como um privilégio:  “Além de ter contato com uma pessoa incrível, apaixonada pela vida e por seu trabalho, bem como por Porto Alegre e seus personagens, Gasparotto é um ícone: de comunicação, de elegância, de humanidade. Sinto-me agraciada por essa oportunidade e tenho certeza de que o público ficará surpreso ao percorrer a exposição”.

 

Carlos Trevi, coordenador geral da unidade de cultura do Santander em Porto Alegre, destaca que “o Santander Cultural aposta numa programação que fomenta a pluralidade, por meio de iniciativas voltadas para manifestações artísticas contemporâneas, e traz, nas mostras biográficas, personalidades gaúchas que contribuíram para o desenvolvimento da sociedade”.

 

 

Autodefinição

 

“Voluntarioso, teimoso, impaciente, altamente emocional e muito apaixonado, sempre, por tudo e sobretudo. A única razão de eu viver, sempre, foi estar apaixonado por alguma coisa, por algum objeto, por alguma pessoa. Sem emoção não há vida. Hoje, procuro não ter tantas raivas, até porque não vale a pena. E procuro ter mais paixões”, define-se o jornalista.

 

 

Sobre o homenageado

 

Paulo Raymundo Gasparotto é jornalista, colunista, avaliador e leiloeiro. Nasceu no dia 20 de abril de 1937, em Porto Alegre, RS. Homem de múltiplos gostos, de plantas e animais a arte, Antiguidades, Música, Moda e Literatura, começou sua carreira no final dos anos 1950, no jornal “Ele e Ela” e, na sequência, na Revista do Globo. Em 1963, ingressou no jornal Zero Hora e, nos anos seguintes, escreveu sobre moda, arte, elegância e vida social. Manteve coluna nos periódicos Folha da Tarde, Correio do Povo, Zero Hora e O Sul.

 

 

A mostra pode ser visitada até 28 de maio.

Gravuras na SP-Arte 2017

07/abr

A Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, oferece ao público durante a SP-Arte de 2017, de 06 a 09 de abril, na Área de Museus e Centros Culturais no Pavilhão Ciccillo Matarazzo (Pavilhão da Bienal), Parque Ibirapuera, Portão 3, a oportunidade única de aquisição de obras gráficas de artistas contemporâneos, pequenas coleções desdobradas a partir de diferentes aproximações, tanto temáticas quanto técnicas.

 

Na curadoria elaborada pelo artista Eduardo Haesbaert (coordenador do Acervo e Ateliê de Gravura da instituição), foram selecionadas 232 cópias de gravuras realizadas por 31 artistas, dentre eles Tomie Ohtake, León Ferrari e Waltercio Caldas. A seleção estabelece uma amostragem abrangente dos 15 anos de atividades do Programa Artista Convidado do Ateliê de Gravura. A ideia foi gerar conjuntos que exibissem a diversidade de linguagens e poéticas, assim como momentos distintos na carreira dos artistas selecionados.
Desde a sua criação, o Programa Artista Convidado do Ateliê de Gravura da Fundação Iberê Camargo recebeu 99 artistas e, na feira SP-Arte de 2017, promoverá, pela primeira vez, a exibição de nove conjuntos de gravuras do total produzido.

 

Dentre os nove conjuntos, três deles são compostos por obras de um único artista: o tríptico de Regina Silveira, uma seleção de três gravuras de Waltercio Caldas, e quatro trabalhos de Marcos Chaves que formam um obra única. Os demais grupos reúnem trabalhos de 5 artistas, entre eles Antonio Dias, Nuno Ramos, Shirley Paes Leme, Nelson Leirner e Paulo Bruscky, explorando diferentes aproximações temáticas, históricas e formais.

 

 

Conjunto 1:

 

Formado por três latino-americanos: León Ferrari, Jorge Macchi e Liliana Porter, o conjunto apresenta gravuras desenvolvidas no ateliê da FIC durante a participação desses artistas em distintas edições da Bienal de Artes Visuais do Mercosul. Reflete, mesmo que de forma sutil, o forte teor político que marca sua produção. León Ferrari, aliás, já havia trabalhado junto ao antigo ateliê de Iberê Camargo e acredita-se que esta seja a última gravura realizada pelo artista em vida.

 

Conjunto 2:

 

Numa seleção de quatro trabalhos que formam um obra única – quase um objeto – este conjunto representa a criação de Marcos Chaves a partir de sua ideia de sinalização. Artista reconhecido por suas obras em foto, vídeo e instalações, foi incitado a traduzir sua poética para a técnica da gravura de forma inédita.

 

Conjunto 3:

 

O tríptico de Regina Silveira aqui reunido funciona como um índice para nos aproximarmos de sua obra, que joga com as questões de luz, projeção e sombra. A artista, aluna de Iberê Camargo na década de 1960, produziu estas gravuras enquanto trabalhava em sua exposição solo “Mil e Um Dias e Outros Enigmas”, realizada especialmente para a Fundação Iberê Camargo, em 2011.

 

Conjunto 4:

 

Artista de reconhecimento internacional, Waltercio Caldas nos oferece, através desta seleção de três gravuras, uma entrada para sua trajetória, marcada pelo rigor estético no uso da palavra e da linha. O conjunto apresenta uma amostragem da produção deste autor, homenageado em exposição monográfica inédita realizada na Fundação Iberê Camargo, em 2012, sob o título “O Ar Mais Próximo e Outras Matérias”.

 

 

Conjunto 5:

 

O conjunto apresenta uma seleção de 5 artistas contemporâneas aqui reunidas tanto pela diversidade de suas poéticas quanto pela potência comum de seus trabalhos: Shirley Paes Lemes, Karin Lambrecht, Ana Maria Tavares, Célia Euvaldo e Germana Monte-Mór. As gravuras apresentam desde a linguagem marcada pela matéria pura, como em Célia Euvaldo à quase evanescência de Shirley Paes Leme, passando pela espiritualidade encarnada de Karin Lambrecht.

 

Conjunto 6:

 

Este grupo reúne trabalhos de cinco artistas não habituados à técnica da gravura e aponta justamente para a experimentação presente na trajetória de cada um. Antonio Dias, Nelson Félix, Jorge Menna Barreto, Ricardo Basbaum e Carlos Fajardo estabelecem, assim, um diálogo na matéria e no verbo, com obras que trazem tanto a organicidade e o corpo, como em Nelson Félix, quanto a pura racionalidade de Carlos Fajardo.

 

Conjunto 7:

 

José Resende, Nelson Leirner, Paulo Bruscky, Carlos Zilio e Eduardo Sued, todos artistas de grande renome nacional, são “filhos” de uma mesma geração. Em ação desde os anos 60, cada um a seu modo desenvolveu uma atuação estética com alta carga política. Nesta seleção, se encontram explorando uma técnica pouco utilizada em suas obras: a gravura em metal.

 

Conjunto 8:

 

Este conjunto lança gravuras de cinco artistas, todos integrantes do grupo Casa 7, atuante em São Paulo na década de 80: Rodrigo Andrade, Nuno Ramos, Carlito Carvalhosa, Fábio Miguez e Paulo Monteiro. Responsáveis por uma revolução na pintura brasileira daquela época, hoje com carreiras individuais, nos brindam com suas experimentações na técnica da gravura, embora não deixem de nos remeter ao legado pictórico presente em suas trajetórias tão diversas.

 

Conjunto 9:

 

Formado pelos artistas Tomie Ohtake, Arthur Luiz Piza, Daniel Acosta, Daniel Senise e Marcelo Solá, este conjunto traz a produção em gravura de cinco artistas com abordagens completamente diversas. Revela representantes de diferentes gerações e fases de carreira artística. São obras que se aproximam da gravura a partir da tradição, como em Tomie Ohtake, utilizando os parâmetros canônicos da técnica, ou a partir da experimentação e inovação, presentes na serigrafia de Daniel Acosta ou no chine collé de Marcelo Solá.

MAM 2017 com Anita Malfatti

27/jan


Com curadoria de Regina Teixeira de Barros, mostra celebra centenário da primeira mostra de arte moderna no Brasil. Cerca de 70 obras, entre desenhos e pinturas de retratos, nus e paisagens, ilustram três fases da carreira de Anita Malfatti.
O Museu de Arte Moderna de São Paulo, Grande Sala, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, abre, no dia 07 de fevereiro, a exposição “Anita Malfatti: 100 anos de arte moderna”, apresentando obras representativas da trajetória de um dos mais importantes nomes da arte brasileira do século XX. Para retratar a vasta produção da pintora, desenhista, gravadora e professora Anita Malfatti (São Paulo – SP, 1889 – 1964), a curadora Regina Teixeira de Barros concebeu a mostra como uma homenagem ao centenário da exposição inaugural do modernismo brasileiro, uma individual de Anita aberta em dezembro de 1917, e que recebeu severa crítica do conservador Monteiro Lobato na ocasião. A mostra do MAM exibe desenhos e pinturas que ilustram retratos, paisagens e nus de três fases distintas da trajetória artística, expostas ao lado de fotografias e documentos da época como cartas, convites e catálogos, com patrocínio Master: Bradesco, PWC.

 
Cem anos se passaram desde que a Exposição de arte moderna Anita Malfatti alterou os rumos da história da arte no Brasil, por ser a primeira mostra reconhecidamente moderna realizada no país e considerada o estopim para a realização da Semana de Arte Moderna de 1922. Realizada no centro de São Paulo, entre 12 de dezembro de 1917 e 10 de janeiro de 1918, a individual da artista exibia 53 obras, sendo 28 pinturas de paisagem e retratos, 10 gravuras, cinco aquarelas, além de desenhos e caricaturas. O conjunto representava um consistente resumo de seis anos de produção da artista, compreendidos pelos anos de aprendizado na Alemanha (1910-1913) e nos Estados Unidos (1914-1916), além de trabalhos realizados no regresso a São Paulo. Até então, a cidade de São Paulo só havia sediado mostras de arte de cunho acadêmico. Segundo a curadora, a mostra de Anita foi recebida com assombro e curiosidade, tendo visitação intensa e venda de oito quadros expostos, mas após a publicação da crítica de Monteiro Lobato intitulada “A propósito da exposição Malfatti”, no jornal O Estado de S. Paulo de 20 de dezembro de 1917, boa parte do público concordou com as ideias do renomado autor, fazendo com que cinco obras compradas fossem devolvidas. Regina explica que desde então, o nome de Anita ficou associado ao de Lobato. “Adepto fervoroso da arte naturalista, Lobato desdenhou dos ismos da arte moderna (como expressionismo e cubismo), mas não deixou de reconhecer a competência de Anita elogiando o talento fora do comum e as qualidades latentes da jovem artista”, explica a curadora.

 
No MAM, a mostra Anita Malfatti: 100 anos de arte moderna conta com obras que abrangem diversos aspectos da produção, apresentando uma artista sensível às tendências e discussões em pauta ao longo da primeira metade do século XX. A exposição tem como finalidade apresentar um recorte da trajetória de Anita, dividindo em três momentos: os anos iniciais que a consagraram como o “estopim do modernismo brasileiro”; a época de estudos em Paris e a produção naturalista; e, por fim, as pinturas com temas populares. A exposição inicia com um conjunto de trabalhos realizados na Alemanha, seguido de retratos e paisagens expressionistas exibidos em 1917, que causaram grande impacto no, até então, tradicional meio paulistano, entre as quais os óleos sobre tela “O japonês” (1915/16), “Uma estudante” (1915/16), “O farol” (1915) e “Paisagem (amarela) Monhegan” (1915). Desse período também consta um conjunto de desenhos a carvão, composto de nus masculinos e retratos.

 
Entre a primeira e a segunda parte da mostra, sobressai o interesse pela temática nacional, onde figuram trabalhos famosos como “Tropical” (c.1916), “O homem de sete cores” (1915/16) e “Figura feminina” (1921/22). Além desses, constam obras realizadas a partir do convívio com os modernistas como o pastel “Retrato de Tarsila” (1919/20), a pintura “As margaridas de Mário” (1922) e o célebre desenho “O grupo dos cinco” (1922), que retrata os modernistas Tarsila do Amaral, Mario de Andrade, Menotti del Picchia, Oswald de Andrade e a própria Anita Malfatti.

 
No segundo nicho são apresentados os frutos dos anos de estudo em Paris, que representam uma fase mais naturalista em que são produzidas paisagens europeias como nas pinturas a óleo “Porto de Mônaco” (c. 1925) e “Paisagem de Pirineus, Cauterets” (1926), e nas aquarelas “Veneza, Canal” (c.1924), “Vista do Fort Antoine” em Mônaco (c. 1925), somados a desenhos de nus feitos com linhas finas e suaves na década de 1920. São desse período também pinturas singulares como “Interior de Mônaco” (c. 1925) e “Chanson de Montmartre” (1926).

 
Para finalizar, a terceira parte engloba trabalhos realizados nos anos 1930-40, época em que a artista se dedicou a retratar familiares, amigos e membros da elite, além de temas populares. Destacam-se as obras “Liliana Maria” (1935-1937) e “Retrato de A.M.G.” (c. 1933), em que figuram sua sobrinha e o amigo Antônio Marino Gouveia, ambas com tratamento naturalista. Na primeira, o fundo neutro é substituído por uma paisagem à maneira renascentista; na segunda registra uma de suas pinturas que pertencia à coleção do retratado. Nessa fase, apresentam-se ainda paisagens interioranas e temáticas populares como em “Trenzinho” (déc. 1940), “O Samba” (c. 1945), “Na porta da venda” (déc. 1940-50). A mostra se encerra com pinturas aparentemente naïf e reveladores da habitual ousadia da artista, em que utiliza cores fortes para criar espaços mais achatados como em “Composição” (c.1955) e “Vida na roça” (c.1956).

 

 

Sobre a curadora

 
Regina Teixeira de Barros é curadora independente e historiadora da arte especializada em arte brasileira moderna. Possui Mestrado em Estética e História da Arte pela ECA-USP e é doutoranda do Programa de Pós-graduação Interunidades em Estética e História da Arte da USP. É professora de História da Arte Moderna e Contemporânea na Faculdade Santa Marcelina desde 2002. Ministra a disciplina de Curadoria de Exposições de Arte na pós-graduação em Museologia, Colecionismo e Curadoria do Centro Universitário Belas Artes. Entre 2003 e 2015, trabalhou na Pinacoteca do Estado de São Paulo, onde realizou diversas curadorias como Tarsila viajante, Arte no Brasil: uma história do Modernismo na Pinacoteca de São Paulo e Arte construtiva na Pinacoteca. Como curadora independente, destacam-se Antônio Maluf (Centro Universitário Maria Antônia da USP, 2002), Tarsila e o Brasil dos modernistas (Casa Fiat, BH, 2011) e Arte moderna na Coleção da Fundação Edson Queiroz (Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, e Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, 2016).

 

 
De 07 de fevereiro até 30 de abril.

Na Soleira da Noite

12/dez


A Galeria Sancovsky, São Paulo, SP, apresenta “Na Soleira da Noite”, exposição coletiva composta por 10 artistas, entre eles os quais, Oswaldo Goeldi, Lucas Costa e Regina Johas. Com curadoria de Claudio Cretti, a mostra apresenta mais de 20 trabalhos entre pinturas, desenhos, fotografias, filmes e gravuras, que fazem uma reflexão poética sobre a ausência de luz na produção recente de arte.

 
Tendo em comum uma luz finita pequena, que surge na escuridão, ou simplesmente de uma paleta reduzida a cores escuras e noturnas, as obras exibem de forma simples a sobriedade de questões vindas do expressionismo moderno.

 
Dentro dessa seleção exclusiva feita por Claudio Cretti, as obras de Oswaldo Goeldi aparecem nesse conjunto como uma proposição poética para a produção contemporânea, que se volta para o mundo da mesma forma que se coloca no universo da arte, ou seja, as preocupações e inquietações desses artistas atualizam questões de nossos dias à luz da tradição.

 

 

Artistas

 
Fazem parte da exposição os artistas: Ana Bê Elorza, Flora Leite, Germana Monte-Mór, Karen de Picciotto, Lucas Costa, Mariana Galender, Oswaldo Goeldi, Pedro França, Regina Johas e Thomaz Rosa.

 
Até 23 de dezembro.

Lotus Lobo na Manoel Macedo

09/dez

Encontra-se em cartaz na Manoel Macedo Arte, Carlos Prates, Belo Horizonte, MG, a exposição “Constellação”, individual de Lotus Lobo. Compõem a exposição, trabalhos das décadas de 1960/70, além da produção recente da artista, que também responde pela curadoria. O critico de arte Rodrigo Moura, assina o texto de apresentação.

 

 

O conteúdo da mostra “Constellação”

 

Em exposição exemplares de “Maculaturas” – flandres e cartão – da década de 1970, e o fac-simile (versão impressa em fine art) da obra “Transformação / Mutação / Transformação/ Mutação”, de 1968.  Seguem obras da série recente de litografias “da Estamparia Litográfica” (2016) – impressões em caixas de papelão, papel cartão, papéis de embrulho. Nesta série as impressões foram orientadas pelo processo das Maculaturas dos anos 70, mas agora as sobreposições de formas/imagens de embalagens e rótulos da litografia industrial são direcionadas pela artista, mas sempre com intermédio de situações do acaso. São referências da Memória da litografia industrial sedimentadas em camadas sobre suportes diversos por vezes embalagens de produtos atuais. Junto às obras serão exibidos fragmentos de sua vasta coleção da litografia industrial (matrizes de zinco, impressões em papel, etc.).

 

Outro destaque é a criação de uma bobina com aproximadamente 15 metros de impressões. Confeccionada especialmente para mostra a bobina se compõe por impressões de imagens provenientes de matrizes de zinco com imagens do registro de cores de rótulos da Estamparia Juiz de Fora. Instalada sobre uma mesa a bobina poderá ser manuseada pelo espectador.

 

Após ter dedicado mais de 40 anos à linguagem litográfica, Lotus Lobo trabalha, atualmente, para a criação de um Centro de Memória da Litografia Industrial de Minas Gerais para disponibilizar o acesso a sua coleção particular de matrizes da litografia de rótulos industriais adquiridos em sua trajetória de pesquisa

 

 

Até 07 de janeiro de 2017.

ArtRio Carioca

07/dez

Obras de grandes nomes da arte moderna e contemporânea estarão na primeira edição da ArtRio Carioca. O evento é um desdobramento da Feira Internacional de Arte do Rio de Janeiro e vai acontecer entre os dias 08 e 11 de dezembro, no Shopping Village Mall, na Barra da Tijuca.

 
A feira de arte, que tem a participação exclusiva de galerias da cidade, amplia o calendário de ações da plataforma ArtRio e promove mais uma oportunidade para colecionadores e interessados em arte de ter acesso a uma seleção de trabalhos de importantes galerias.

 
Reconhecida como uma cidade com forte vocação cultural, o Rio reúne um público cada vez mais crescente em exposições e eventos de artes. Além da feira, em paralelo ao evento irão acontecer palestras sobre arte, mercado e colecionismo, com início já no mês de novembro.

 
A ArtRio CARIOCA é um projeto da BEX, produtora cultural especializada em artes visuais, cuja atuação tem sido um diferencial no cenário brasileiro, com ações e projetos que integram as instituições, galerias, artistas e curadores, formando novas audiências, estimulando o colecionismo e o crescimento do mercado das artes visuais.

 

 

Galerias participantes:

 
A Gentil Carioca, Anita Schwartz Galeria de Arte, Athena Contemporânea, Athena Galeria, Artur Fidalgo, Almacén Thebaldi, Colecionador Escritório de Arte, Galeria Movimento, Galeria da Gávea, Galeria Nara Roesler, Galeria de Arte Ipanema, Galeria INOX, Gustavo Rebello, Jacarandá, LURIXS: arte contemporânea, Marcia Barrozo do Amaral, Mul.ti.plo Espaço Arte, Silvia Cintra + Box 4, Pinakotheke, Ronie Mesquita, UQ! Editions e Um Galeria.

Na CAIXA Cultural Rio 

01/nov

A CAIXA Cultural, Galeria 4, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta “Mostra Bienal CAIXA de Novos Artistas”, que reúne trabalhos de jovens talentos das artes visuais de todo o Brasil. A exposição apresenta 36 obras em diversos formatos: fotografia, escultura, pintura, gravura, desenho, objeto, instalação, videoinstalação, intervenção e novas tecnologias. A seleção das obras traz a assinatura da curadora Rosemeire Odahara Graça.

 

Resultado de projeto de apoio à cultura promovido pela CAIXA, a exposição recebeu 1.977 obras inscritas por 860 artistas iniciantes de todo o Brasil e selecionou trabalhos de 24 participantes. Os critérios de escolha foram originalidade, experimentação, inovação, conceito, qualidade artística e contemporaneidade. “Escolhemos as obras que tivessem um valor em si mesmas e que conversassem com as propostas contemporâneas de arte”, explica Rosemeire. Seguindo o regulamento da Seleção, foram escolhidos artistas que ainda não haviam exibido trabalhos em exposição individual.

 

A curadora avalia que a “Mostra Bienal CAIXA de Novos Artistas” foi bem sucedida em sua proposta de divulgar artistas ainda iniciantes ou recém-saídos da universidade, numa época de esvaziamento de espaços físicos de exibição nas artes visuais, com o fim dos grandes salões de arte e a chegada da internet. “Nesse novo momento de reformulação das artes visuais no Brasil, a Mostra Bienal CAIXA trouxe uma solução interessante para dar visibilidade a esses artistas”.

 

A Mostra Bienal CAIXA de Novos Artistas encerra esta edição no Rio de Janeiro depois de passar por todas as unidades da CAIXA Cultural: Curitiba, São Paulo, Brasília, Fortaleza, Recife e Salvador.

 

 

De 01 de novembro a 31 de dezembro.

 

Evento

11/out

 

O evento “Diálogos com a obra de Maria Lucia Cattani” apresenta seminário, lançamento de publicações e recital no dia 11 de outubro, terça, no Instituto de Artes da UFRGS, Centro, Porto Alegre, RS, com entrada franca para todas as atividades.

 

 

Programação

 

Evento: “Diálogos com a obra de Maria Lucia Cattani”:15h30: Seminário “Múltiplos e Únicos”, com Carlos Martins, Jailton Moreira e Paulo Silveira; 18h: lançamento das publicações “Vaga-Lume: mostra de vídeo experimental (2002-2011)” e “A última parede”; 18h30: “Lecture-recital: “Scattered Loves”’, de Celso Loureiro Chaves, e ‘Um ponto ao Sul’, de Maria Lucia Cattani: intersecções composicionais”, com Celso Loureiro Chaves e vídeo de Marta Biavaschi.

 

Locais de realização dos eventos: Seminário e lançamento das publicações: Pinacoteca do IA/UFRGS (Rua Senhor dos Passos, 248, primeiro andar); recital: Auditorium Tasso Corrêa do IA/UFRGS.

 

Nesta terça-feira, 11 de outubro de 2016, acontecem no Instituto de Artes da UFRGS as atividades do evento “Diálogos com a obra de Maria Lucia Cattani”. Das 15h30 às 18h, será realizado na Pinacoteca Barão de Santo Ângelo o Seminário “Múltiplos e Únicos” com Carlos Martins, Jailton Moreira e Paulo Silveira. O Seminário busca estabelecer um diálogo com a obra de Maria Lucia Cattani, em exposição na Pinacoteca do IA/UFRGS até o dia 27 de outubro.

 

Logo a seguir, às 18h, serão lançadas as publicações Vaga-Lume: mostra de vídeo experimental (2002-2011), com organização de Elaine Tedesco e Lu Rabello, e A última parede, com organização de Nick Rands, ainda na Pinacoteca Barão de Santo Ângelo do IA/UFRGS.

 

Finalmente, às 18h30, no Auditorium Tasso Corrêa do IA/UFRGS, haverá a “Lecture-recital: ‘Scattered Loves’, de Celso Loureiro Chaves, e ‘Um ponto ao Sul’, de Maria Lucia Cattani: intersecções composicionais”, com Celso Loureiro Chaves e vídeo de Marta Biavaschi.

 

A exposição “Maria Lucia Cattani: Gestos e Repetições” tem curadoria de Maristela Salvatori e Paulo Silveira e traz a público um panorama da obra Maria Lucia Cattani (1958 – 2015), importante artista que integrou uma geração que ganhou projeção a partir dos anos oitenta e atuou como pesquisadora e docente no IA/UFRGS, tendo integrado o corpo docente de seu Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV) de 1991 até sua aposentadoria, em 2013.

 

As atividades buscam preservar a memória e render homenagem à Maria Lucia Cattani. Tem entrada franca sem necessidade de inscrição prévia e fazem parte da programação comemorativa aos 25 anos do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do IA/UFRGS. Promovidas pelo Grupo de Pesquisa Expressões do Múltiplo/CNPq, tem apoio da Pró-Reitoria de Extensão e da Pró-Reitoriade Pesquisa da UFRGS, da ADUFRGS Sindical e do Atelier de Massas.

 

 

Sobre os participantes do evento “Diálogos com a obra de Maria Lucia Cattani”.

 

Carlos Martins

 

Gravador, desenhista, museólogo, curador, professor. Na década de 1960, muda-se para São Paulo. Forma-se em arquitetura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em 1969. Três anos depois, estuda desenho e pintura na Escola Brasil. Entre 1973 e 1977, viaja para a Europa e frequenta cursos de gravura em metal na Chelsea School of Art, na Sir John Cass School of Arts e na Slade School of Arts, na Inglaterra. Na Itália, em Urbino, frequenta a Academia Raffaelo. De volta ao Brasil, em 1978, participa do 1º Salão Nacional de Artes Plásticas, no Museu Nacional de Belas Artes – MNBA. Expõe na 2ª Bienal Iberoamericana, realizada pelo Instituto Cultural Domecq, no México, em 1980. Recebe, em 1982, o prêmio de melhor gravador pela Associação Paulista de Críticos de Arte – APCA. Em 1986, viaja para Nova York para estudar monotipia. Ao retornar ao Brasil, leciona gravura na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC/RJ e no Museu Histórico do Ingá, em Niterói, Rio de Janeiro. Em 1984, funda o Gabinete de Gravura do Museu Nacional de Belas Artes e, entre 1991 e 1995, dirige os Museus Castro Maya, no Rio de Janeiro. Ao lado de Valéria Piccoli, torna-se curador da Coleção Brasiliana de Jacques Kugel, em 1996. Adquirida pela fundação inglesa Rank-Packard, essa coleção vem para o Brasil, em regime de comodato, sob responsabilidade da Fundação Estudar, e, em 2002, é doada em caráter definitivo. Em 2006, com Valéria Piccoli e EddyStols, publica o livro O Diplomata e Desenhista Benjamin Mary e as Relações da Bélgica com o Império do Brasil.

 

Jailton Moreira

Vive e trabalha em Porto Alegre. Bacharel em Artes Plásticas pelo Instituto de Artes da UFRGS. Como artista participou de várias exposições individuais e coletivas com destaque para “Trabalhos Insistentes” – Galeria Obra Aberta, Porto Alegre, RS (2002), III e V Bienal de Artes Visuais do Mercosul , Porto Alegre, RS (2001/2005),  Panorama de Arte Brasileira do MAM de São Paulo, São Paulo SP (2001/2003/2005), “Tropicália – A Revolution in Brazilian Culture” – MAC de Chicago e Barbican Gallery de Londres (2005), V e X Salão Nacional de Artes Plásticas, FUNARTE/INAP, Rio de Janeiro, RJ (1982/1988). Como curador destacam-se a participação no projeto Rumos Visuais Itaú Cultural (1999/2003), e a exposição Convivências – 10 Anos da Bolsa Iberê Camargo, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre (2010/2011). Criador do Torreão (1993/2009), junto com Elida Tessler, espaço de reflexão e criação de arte contemporânea em Porto Alegre. Ministrou cursos de história da arte por várias cidades brasileiras.

 

Paulo Silveira

Professor no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, atuando na graduação e na pós-graduação. Bacharel em Artes Plásticas (com habilitações em Desenho, 1986, e em Pintura, 1988) e em Comunicação Social (1980) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestre e Doutor em Artes Visuais pela UFRGS (1999 e 2008, ênfase em História, Teoria e Crítica da Arte), incluindo estágio de pesquisa junto a Université Paris 1, Panthéon-Sorbonne (2006). Pesquisador em história e teoria da arte, com ênfase no estudo da linguagem e contexto de obras e dispositivos instauradores da arte contemporânea, intermídia histórica, percepção da obra de arte, estética e retórica das publicações de artistas e metodologia da pesquisa. Membro do Comitê Brasileiro de História da Arte, CBHA, e da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas, ANPAP (comitê de História, Teoria e Crítica de Arte). Colaborador de instituições acadêmicas, grupos de pesquisa e publicações do Brasil e do exterior. Criador e coordenador do Fundar: grupo de pesquisa sobre instauradores da arte contemporânea (UFRGS/CNPq). Juntamente com Maria Lucia Cattani, colaborou com o projeto What will be the canon for the artist’s book in the 21st Century?, University of West of England, Bristol (2010).

 

Celso Loureiro Chaves

Compositor, pianista e arquiteto, ele é Doutor em Artes Musicais pela University of Illinois at Urbana-Champaign, nos Estados Unidos, e professor de História da Música e Composição Musical do Instituto de Artes da UFRGS, além de professor-orientador do Programa de Pós-Graduação em Música da Ufrgs. Atualmente é Pró-Reitor de Pós-Graduação na UFRGS. Como intérprete de piano é uma presença respeitada no circuito musical erudito da capital. Em 1994 gravou o CD Uma ideia de café, com a obra para piano de Armando Albuquerque, o qual foi lançado posteriormente em 2001. Seu livro Memórias do Pierrô Lunar foi lançado pela L&PM em 2006. Seu segundo CD, o primeiro com composições de sua autoria, “Balada para o avião que deixa um rastro de fumaça no céu”, foi lançado em 2013 no Salão de Atos da UFRGS, em Porto Alegre, com participação da pianista Luciane Cardassi e da Orquestra de Câmara do Theatro São Pedro, sob a regência de Antônio Carlos Borges Cunha. Por esse CD, Celso recebeu em 2014 o Prêmio Açorianos de Melhor Compositor Erudito.