Representação ousada feminina

07/jun

A exposição “Teresinha Soares: um alegre teatro sério” é o atual cartaz – até 29 de julho – da galeria Gomide&Co, Paulista, São Paulo, SP. Com organização de Luisa Duarte, apresenta um conjunto de obras entre desenhos, pinturas e gravuras da intensa trajetória da artista mineira pelos anos 1960 e 1970. A exposição conta ainda com textos inéditos de Lilia Schwarcz e de Julia de Souza. Inserida no contexto repressor da ditadura militar brasileira, a artista ousou a representar temas feministas e de gênero, por um viés do erótico e de grande contestação das relações do corpo com os costumes morais, o consumo e a máquina política.

“Minha arte é realista precisamente porque condeno os falsos valores de uma sociedade a que pertenço. Realista e erótica, minha arte é como a cruz para o capeta” – Teresinha Soares

O aspecto ousado está tanto na temática quando no tratamento formal empregado pela artista, com traços e cores que transitam e se relacionam com os movimentos artísticos da época, como a arte pop, o noveau réalisme e a nova objetividade brasileira.

“Em “Um alegre teatro sério”, trabalho que dá nome à exposição, o corpo feminino aparece duplicado – ora mais curvado e talvez reprimido; ora expansivo e sem amarras. Frases como “de luz apagada”, que aparece logo abaixo de um abajur iluminado, ou “há os outros naturalmente” e “recebe até na cama e o governado” contracenam com rostos que se beijam e o que parece ser uma máscara de teatro. A obra faz pensar no teatro da corporalidade feminina, sujeita a tantas proibições, jogos de simulação e não ditos. Permite introduzir também o imaginário erotizado dessa artista numa súmula bem-feita e que faz performance dentro e fora das telas” – trecho do texto de Lilia Schwarcz para exposição.

Antes de ser artista, Teresinha Soares foi a primeira vereadora eleita em sua cidade natal, Araxá, onde foi também miss e professora. Além de artista, é também escritora e ativista dos direitos da mulher e ambiental.   Nos últimos anos, seu trabalho tem sido revisto e reinscrito na história da arte brasileira, tendo participado de importantes exposições coletivas.

O seu olhar feminista e libertário, a sua capacidade de aliar eloquência formal de energia contestatória, nos endereçam uma obra munida de singular atualidade para pensarmos os caminhos da arte e os desafios políticos da contemporaneidade.

Sobre a artista

Teresinha Soares nasceu em Araxá, Minas Gerais, em 1927. Mudou-se para Belo Horizonte no início da vida adulta, onde iniciou sua carreira artística. Participou de três Bienais de São Paulo (1967, 1971 e 1973) e realizou as exposições individuais “Amo São Paulo” (1968), na Galeria Art-Art, São Paulo, e “Corpo a Corpo in Cor-pus Meus” (1971), na Petite Galerie, Rio de Janeiro. Seu trabalho vem sendo revisitado e inscrito na história da arte brasileira, tendo recentemente feito parte de grandes exposições no Brasil e internacionalmente, como “The World Goes Pop”, na Tate Modern (2015), “Radical Women: Latin American Art”, 1960-1985, no Hammer Museum (2017), Brooklyn Museum (2018), e na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2018). Em 2017, o MASP realizou a sua primeira exposição retrospectiva em 40 anos: “Quem tem medo de Teresinha Soares?”.

Duas exposições no MAR

06/jun

O MAR, Museu de Arte do Rio, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta até 1º de outubro as exposições individuais de Yhuri Cruz e Jaime Laureano. Uma exposição imersiva que aborda a vingança da vida e a política da presença. Essa é “Revenguê: uma exposição-cena”,  mostra individual do artista Yhuri Cruz. A proposta expositiva do artista visual, escritor e dramaturgo Yhuri Cruz é inspirada numa ficção desenvolvida por ele nos últimos anos, onde apresenta um novo planeta e suas reverberações naqueles que o conhecem. A mostra, que é divida em quatro núcleos, apresenta, em alguns momentos, a performance de Yhuri Cruz e outros seis artistas. Durante essas apresentações o público vai presenciar a criação de novas obras da exposição. A mostra tem curadoria de Marcelo Campos, Amanda Bonan, Jean Carlos Azuos, Amanda Rezende e Thayná Trindade

Aqui é o Fim do Mundo

O passado do Brasil e a sua fonte de questionamentos sobre o atual contexto político, social e cultural são apresentados pelo artista Jaime Lauriano na sua nova exposição individual “Aqui é o Fim do Mundo”, no Museu de Arte do Rio. Cumprindo o papel de artista-historiador Jaime Lauriano apresenta esculturas, vídeos, desenhos e intervenções que revisitam símbolos, signos e mitos formadores do imaginário da sociedade brasileira. Com a curadoria de Marcelo Campos, Amanda Bonan, Amanda Rezende, Jean Carlos Azuos e Thayná Trindade, a mostra “Aqui é o Fim do Mundo”, perpassa diretamente pelos signos do nacionalismo. Essa é uma exposição panorâmica que celebra os 15 anos de carreira de Jaime Lauriano.

  

Paulo Bruscky: Atitude Política

01/jun

A exposição “Paulo Bruscky: Atitude Política”, com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti, celebra a chegada de parte do acervo do artista à coleção do Instituto de Arte Contemporânea, IAC, Pacaembú, São Paulo, SP, e foi concebida a partir de pesquisas no infindável arquivo pessoal do artista, essa espécie de “Biblioteca de Babel” borgeana no Recife onde convivem e conversam cartas, obras, poemas, ideias do próprio Bruscky e de um número incalculável de outros artistas, de maneira análoga ao que acontece, de certa forma, no próprio IAC.

O eixo escolhido, em diálogo com o próprio artista, foi o da colaboração, apoio e afinidade do artista com colegas ao redor do mundo que enfrentavam, como ele, as ameaças e os perigos de regimes opressores.

A a abertura da exposição acontecerá no dia 03 de junho, sábado, das 11h às 15h. “Paulo Bruscky: Atitude Política” ficará em cartaz até o dia 05 de agosto.

A exposição tem o apoio da Galeria Nara Roesler, apoio institucional do Arquivo Paulo Brusky e o educativo é apoiado pelo Instituto Galo da Manhã. As atividades do IAC são amparadas pela Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, Governo Federal.

As Cosmococas de Oiticica&Neville

O Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Centro, Rio de Janeiro, RJ, em colaboração com o Projeto Hélio Oiticica, abrirá no dia 03 de junho, às 15h, a instalação inédita “Cosmococa 5 Hendrix War (versão privê)”, da icônica obra “Cosmococa – Programa in Progress”, criada em 1973 por Hélio Oiticica (1937-1980) e o cineasta Neville D’Almeida (1941), que estará presente na abertura da mostra.

A instalação inédita “Cosmococa 5 Hendrix War (versão privê)” será mostrada no Rio de Janeiro, dentro do tour mundial que celebra os 50 anos da emblemática série interativa. Em 13 de março de 1973, o artista Hélio Oiticica (1937-1980) e o cineasta Neville D’Almeida (1941) iniciaram uma colaboração inusitada, e criaram uma série de instalações pioneiras (Quasi-Cinemas), que chamaram de Cosmococas – Programa in Progress, com projeções, trilhas sonoras e proposições para o espectador, elemento ativo, integrante, do trabalho. A “Cosmococa 5 Hendrix War (versão privê)” permancerá em cartaz no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica até 10 de dezembro.

O “Programa in Progress” abrange vários desdobramentos – livro, fotografias, cartazes, instalações públicas e domésticas, como a “Cosmococa 5 Hendrix War (versão privê)”. A obra é a única, das seis criadas especialmente para residências, que nunca havia sido mostrada em público. Foi criada em homenagem a Jimi Hendrix (1942-1970), e elaborada para ser instalada em um espaço residencial, privado, com projetores nos diversos cômodos da casa.

Para a exposição no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica (CMAHO), foi montado um apartamento, com mobília, e obras de outros artistas, como Alexandre Murucci, Anna Costa e Silva, Elmo Martins, Julianne Chaves, Lígia Teixeira, Paulo Jorge Gonçalves e Rita Chaves.

A exposição da “CC5” faz parte do tour mundial que durará um ano, em celebração aos 50 anos da criação da emblemática série “Cosmococas”. O tour foi iniciado no dia em 13 de março de 2023, na EAV Parque Lage, no Rio de Janeiro, quando foi mostrada a “Cosmococa 4 Nocagions”. Em seguida, em 18 de março, durante a SP-Arte, a CC4, em versão privê, integrou a mostra “Hélio Oiticica: Mundo-Labirinto”, na Vila Modernista, nos Jardins, em São Paulo, com projeto arquitetônico de Flávio de Carvalho.

Depois, haverá a exibição da “Cosmococa 5 Hendrix War” e da “CC2 Onobject”, na Lisson Galery, em Nova York; “CC2 Onobject” e “CC3 Maileryn” (versões domésticas), na Hunter College, em Nova York; e ainda no The Mistake Room, em Los Angeles, EUA; e Carcará Photo Arte, em São Paulo.

Programa sobre a produção de Hélio Oiticica

A exposição “Cosmococa 5 Hendrix War (versão privê)” integra o programa Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, que seleciona diferentes ações, que vão de performances a aulas de diferentes artistas, pensadores, professores, entre outros profissionais, relacionadas à obra de Hélio Oiticica. Em “Cosmococa/CC5 Hendrix-War(versão privê)”, de 1973, ao som do álbum “WarHeroes” (1972), de Jimmy Hendrix, a sala oferece ao público uma rede, para relaxar. Em sua última entrevista, Hendrix disse: “Quando as coisas ficarem muito pesadas, e chame de hélio, o gás mais leve que existe”.

Breve histórico das Cosmococas – Versões públicas

No dia 13 de março de 1973, o artista Hélio Oiticica (1937-1980) e o cineasta Neville D’Almeida (1941) iniciaram em Nova York uma colaboração inusitada, e criaram uma série de instalações pioneiras (Quasi-Cinemas), que chamaram de Cosmococas-Programa in Progress, com projeções, trilhas sonoras e proposições para o espectador, elemento ativo, integrante do trabalho. Hélio e Neville haviam planejado fazer um filme, e em 1973, em um encontro em Nova York, desenvolveram uma série de slides, onde a câmera fotográfica foi usada como filmadora, o Quasi-Cinema. Na montagem, eles usaram as imagens com duração de alguns segundos, ao contrário das habituais 24 imagens por segundo do cinema. O tempo da obra fica então dilatado, exigindo uma atenção maior do público, que assim se torna ferramenta fundamental no trabalho. “Dessa forma, a Cosmococa é precursora dessa participação em meio cinematográfico das mídias no século 20”, destaca César Oiticica Filho, que coordena o Projeto Hélio Oiticica.

Cosmococas – Formas diversas de participação do público

As 11 instalações multimídias sensoriais-cinco grandes, públicas, e seis versões mais simples, domésticas (ou privês como os artistas chamavam) – que compõem o Cosmococas – Programa in Progress criam diversas formas de participação do público, com o objetivo de deixar as pessoas“em um estado de invenção, que pode ser identificado como um exercício experimental de liberdade, conceito criado por Mário Pedrosa, um dos maiores críticos de arte do século 20″, afirma César Oiticica Filho.

Em Cosmococa/CC1 Trashiscapes(1973), o público recebe uma lixa de unhas e é convidado a despreocupadamente se deitar em colchões, e relaxar. A trilha sonora inclui sons urbanos (Second Avenue, em Nova York), músicas de Jimi Hendrix, e tradicionais pernambucanas – Luiz Gonzaga, Dominguinhos e  Pífanos de Caruaru.

Em Cosmococa/CC2 Onobject(1973), sons de telefone e músicas retiradas do álbum “Fly” (1971), de Yoko Ono, provocam o público a pular e dançar sobre um piso revestido de espuma espessa.

Em Cosmococa/CC3 Maileryn(1973), junção dos nomes de Marilyn Monroe (1926-1962), e seu biógrafo Norman Mailer (1923-2007), o público interage com as bolas laranjas e amarelas espalhadas pelo espaço de piso irregular, ao som da cantora peruana Yma Sumac.

Cosmococa/CC4 Nocagions (1973/2023) é constituída por dois projetores digitais, trilha sonora de John Cage (1912-1992) e slides. Duas telas, colocadas em bordas opostas de uma piscina, exibem imagens do livro “Notations” (Notações, em inglês), de John Cage, com uma coleção de seus manuscritos musicais. Sobre a capa do livro, Hélio Oiticica e Neville de Almeida fizeram intervenções, as “mancoquilagens”. O trabalho convida o público a entrar na piscina, que recebe uma luz verde formando um padrão geométrico. A obra foi dedicada aos poetas concretos Augusto e Haroldo de Campos. Em 2013, a CC4 Nocagions foi a sensação da Berlinale, o Festival Internacional de Cinema, em Berlim.

Em Cosmococa/CC5 Hendrix-War (1973), ao som do álbum “WarHeroes” (1972), de Jimmy Hendrix (1942-1970), a sala oferece ao público um conjunto de redes, e relaxar. Em sua última entrevista, Hendrix disse: “Quando as coisas ficarem muito pesadas, me chame de hélio, o gás mais leve que existe”.

Mônica Ventura no Inhotim

26/maio

A Galeria Praça, uma das mais visitadas do Inhotim, MG, recebe a partir do dia 27 de maio, como parte do Programa Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra, “A noite suspensa ou o que posso aprender com o silêncio” (2023), da artista Mônica Ventura (1985).

A obra foi comissionada pelo Instituto Inhotim para ocupar o vão central da galeria e propõe um olhar para o entorno e a potência local por meio de uma instalação de grande escala.

A parede, o leito e escultura que compõem “A noite suspensa ou o que posso aprender com o silêncio”, foram construídos com terra da região de Brumadinho e convidam o público a desvendar as diversas camadas presentes no trabalho da artista, a partir de materialidades e de simbologias relacionadas a práticas religiosas ancestrais.

Cores e formas da obra tencionam também as noções de feminino e masculino para trazer percepções da síntese das energias do universo. As inaugurações na Galeria Praça de 2023 são patrocinadas pela Shell, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Sobre a artista

Sobre Mônica Ventura

Mônica Ventura nasceu em 1985 em São Paulo, onde vive e trabalha. Artista visual e designer com bacharelado em Desenho Industrial pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) – São Paulo. Mestranda em Poéticas Visuais (PPGAV) pela ECA-USP – São Paulo. Atualmente, pesquisa filosofias e processos construtivos de arquitetura e artesanato pré-coloniais (Continente Africano – Povos Ameríndios – Filosofia Védica). Utiliza essa investigação para a elaboração de práticas artísticas geradas a partir de experiências pessoais. Suas obras falam sobre o feminino e racialidade em narrativas que buscam compreender a complexidade psicossocial da mulher afrodescendente inserida em diferentes contextos. Mulher negra, entoa sua memória corporal friccionando-a em sua ancestralidade a partir de histórias de sua vida e pesquisas. Com sua produção artística leva também o seu corpo a ocupar espaços socialmente interditados. Em suas obras há um interesse especial pela cosmologia e cosmogonia afro-ameríndia para além do uso dos seus objetos, símbolos e rituais.

Projeções nos 15 anos da FIC

23/maio

Os quinze anos da Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, ganhará projeção de obras em sua fachada. As comemorações seguem até o dia 30 de maio com lançamento de edital de residência artística no Ateliê de Gravura, oficina de Monotipia com o artista Eduardo Haesbaert e sorteio de obras.

No dia 27 de maio (sábado), das 19h às 21h45, a Fundação Iberê ocupará a fachada de seu prédio com recorte de aproximadamente 70 obras de artistas que expuseram na instituição nos últimos dois anos. Além de Iberê Camargo, serão projetados trabalhos de André Ricardo, Arnaldo de Melo, Daniel Melim, Eduardo Haesbaert, Lucas Arruda, Magliani, Santídio Pereira e Xadalu, além da Spider de Louise Bourgeois e das tramas de Berenice Gorini, Luiz Gonzaga, Jussara Cirne de Souza, Nelson Ellwanger, Salomé Steinmetz e Yeddo Titze, que participaram em 2022 da coletiva “Trama: Arte Têxtil no Rio Grande do Sul”.

A projeção, que tem o apoio do Grupo WOC/Visual, celebra os 15 anos do prédio da Fundação Iberê Camargo, inaugurado no dia 30 de maio de 2008. Assinada pelo arquiteto português Álvaro Siza, a instituição é considerada por profissionais da área um marco internacional em arquitetura e soluções em engenharia. Em 2002, recebeu o Leão de Ouro da 8ª Bienal de Arquitetura de Veneza, e, em 2014, o Mies Crown Hall Americas Prize, em 2014.

 

Oficina gratuita de monotipia

No dia 30 (terça-feira), a Fundação berê Camargo abrirá gratuitamente das 14h às 18h. Os visitantes concorrerão a gravuras de três artistas que passaram pela experimentação no Ateliê de Gravura: Carlos Contente (RJ), Juliana Braga (SP) e Shirley Paes Leme (GO). Também haverá visita mediada e duas oficinas de Monotipia, às 14h30 e às 15h30, com Eduardo Haesbaert, assistente de Iberê Camargo e responsável pelo Ateliê de Gravura. Nessas oficinas, serão utilizados elementos naturais do entorno do prédio para experimentação na produção artística. A monotipia é um processo híbrido entre a pintura, o desenho e a gravura. Ao mesmo tempo possui características próprias da gravura, como a inversão da imagem. E, diferente da gravura, se consegue a reprodução de um desenho numa prova única, daí o nome “monotipia”.

 

Residência artística

No dia 30 de maio (terça-feira), abrem as inscrições para o Edital Iberê/ CMPC. Serão oferecidas duas bolsas no valor de R$10 mil, além de verba de produção, custeio de transporte intermunicipal, hospedagem e diária de alimentação, para artistas que vivem no Rio Grande do Sul. Ao longo dos meses de setembro e outubro, os vencedores trabalharão com o artista Eduardo Haesbaert. Ao final da residência será realizada uma mostra dos trabalhos.

 

Cronograma

– Inscrições: de 30 de maio a 18 de junho de 2023, somente via on-line; – Fase de habilitação: até 23 de junho de 2023; – Divulgação dos artistas habilitados: 30 de junho; – Fase de análise dos projetos: de 02 a 28 de julho; – Divulgação do resultado: 31 de julho de 2023.

 

Programação

27 de maio | Sábado | 19h – Projeção de obras na fachada do prédio da Fundação Iberê Camargo; 30 de maio | Terça-feira, Visitação: 14h às 18h30 – Entrada gratuita.

 

A Fundação Iberê Camargo tem o patrocínio do Grupo Gerdau, Grupo GPS, Itaú, Grupo Savar, Renner Coatings, Grupo IESA, CMPC, Perto, Ventos do Sul, DLL Group e da Renner, Dell Technologies, Hilton Hotéis, Laghetto Hotéis, Coasa Auditoria, Syscom e Isend, com realização da Petrobras e Ministério da Cultura/ Governo Federal.

 

 

León Ferrari em Buenos Aires

17/maio

Durante 2020, o Museu Nacional de Belas Artes, Buenos Aires, Argentina, apresentou uma série de ações, atividades, propostas virtuais e exposições para comemorar o centenário do nascimento de León Ferrari, o grande artista argentino.

Desde setembro de 2020, o site do museu veicula material audiovisual com depoimentos, documentário e publicações digitais, entre outras iniciativas dedicadas a evocar a vida e a obra do artista.

Em 17 de maio de 2023, a tão esperada exposição antológica “León Ferrari. Recorrências”, com curadoria de Cecilia Rabossi e Andrés Duprat. Inicialmente agendada para abril de 2020, a exposição teve de ser adiada devido à emergência mundial provocada pela pandemia de Covid-19.

Palavras de Andrés Duprat sobre León Ferrari

“Tive a alegria de ser seu amigo e conhecê-lo intimamente. Além de grande artista, era um homem de qualidades excepcionais, de imensa generosidade e de uma inteligência aguçada marcada por uma nobreza extraordinária. Era alguém absolutamente comprometido não só com o seu trabalho, mas com todos os que necessitavam da sua ajuda, promovendo jovens artistas, até ajudando financeiramente quem precisava. Estudioso, prolífico, solidário, dono de uma notável lucidez e senso de humor, às vezes feroz, sem amarras, típico do livre-pensador que era. A sua formação em engenharia deu-lhe método e rigor; nada é casual ou superficial nas suas obras, fruto de meditações amadurecidas, por vezes durante décadas, e trabalhos técnicos, artesanais cultivados obsessivamente até à perfeição.

Em sua carreira, ele colocou em jogo sua aptidão em vários ofícios. Artista multidisciplinar, foi pintor, gravador, desenhista, escultor, também um grande teórico e polemista. Ele se aventurou em outras disciplinas, como música, dramaturgia, produção cinematográfica e redação. Suas experimentações formais incluíam esculturas e cerâmicas; estruturas de arame concebidas como construções geométricas e desenhos abstratos; scripts transbordantes, transcrições e caligrafia; colagens, Brailles e assemblages que, ao colocarem em diálogo elementos díspares, geram novos significados, não sem humor e denúncia; plantas de arquiteturas paranoicas, desenhos de cidades impossíveis e planetas de poliuretano expandido, entre outras pesquisas. Foi definitivamente um humanista, uma personalidade contemporânea de estilo renascentista, interessado em tudo o que diz respeito ao homem e às suas circunstâncias”.

Fotografia: Adrian Rocha Novoa.

Maria Leontina – Gesto em suspensão

 

A exposição “Maria Leontina – Gesto em suspensão”, na Casa Roberto Marinho, Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ, comemora o quinto aniversário do espaço. A exibição, destacando a obra da artista, inclui cerca de cem pinturas, desenhos e gravuras de sua autoria, que vão desde a década de 1940 até a de 1980. A exposição reúne obras raramente exibidas, de diversas fases da carreira da artista, pertencentes à sua família, coleções particulares e instituições. A exposição também apresenta comentários de renomados críticos de arte brasileiros. A mostra tem como objetivo preencher a lacuna na história da arte brasileira, trazendo a obra de Maria Leontina de volta à atenção do público.

Um dos destaques da mostra é a tela “Páginas” que faz parte de uma série de 1972. Em 1974, quando seu filho Alexandre Franco Dacosta fez 15 anos, ela o presenteou com essa obra. Segundo ele, a pintura de um branco suave e azuis celestiais, com gesto delicado e linhas muito sutis, ficava exposta na parede de seu quarto quando morava com os pais e sempre o inspirou a ter uma leveza de espírito e uma paz de existência extemporânea.

Sobre a obra da pintora, diz: “minha mãe traçou leves contornos únicos, rarefeitos, e é como as mães criam seus filhos e filhas, com a força imanente de vê-los voar”.

Até 16 de julho.

Presença brasileira na Biennale di Venezia

11/maio

A Galeria Simões de Assis anuncia a participação de Ayrson Heráclito na seleção de artistas para o Pavilhão brasileiro na 18ª Mostra Internacional de Arquitetura, La Biennale di Venezia.

Ayrson Heráclito é artista, professor e curador, suas obras transitam entre instalações, performances, fotografias, desenhos, aquarelas, esculturas e produções audiovisuais. Aborda em sua pesquisa as conexões entre o continente africano e as diásporas negras nas Américas.

O projeto Terra, curado por Gabriela de Matos e Paulo Tavares, irá ocupar o Pavilhão do Brasil em Veneza com uma mostra que busca realizar uma reflexão sobre o passado, presente e o futuro do Brasil, sob o enfoque da terra – solo, adubo, chão e território, mas também como elemento poético. O grupo de artistas conta também com a participação dos povos indígenas Tukano, Arawak e Maku, entre outros. A mostra abre no dia 20 de maio e permanecerá em cartaz até 26 de novembro.