Diálogo espacial no MON

15/jul

 

 

O MON, Curitiba, PR, promove a exposição coletiva “Ópera Citoplasmática”, com a participação de vinte três artistas e cerca de setenta obras, ocupando o espaço do Olho. A curadoria é de Diego Mauro e Luana Fortes. A curadoria adjunta e concepção é de João GG.

 

“Ópera Citoplasmática” propõe um diálogo com o próprio espaço expositivo do Olho, fazendo com que a sua especificidade arquitetônica participe do projeto. A luminosidade controlada do local possibilita um desenho expográfico e uma ambientação experimental, incorporando a curvatura do teto e o vidro escuro das janelas imensas como elementos importantes.

 

A seleção dos artistas considerou a multiplicidade de linguagens, que inclui desde as mais tradicionais pintura e escultura, passando por instalações, vídeos, projeções de texto, intervenções sonoras feitas especialmente para a exposição e interferências espaciais.

 

Os participantes são Boto, Darks Miranda, Fernanda Galvão, Gabriel Pessoto, Giulia Puntel, Hugo Mendes, Iagor Peres, Ilê Sartuzi, Janaína Wagner, João GG, Juan Parada, Juliana Cerqueira Leite, Luiz Roque, Mariana Manhães, Marina Weffort, Maya Weishof, Miguel Bakun, Motta & Lima, Paola Ribeiro, Rafael RG, Renato Pera, Rodrigo Evangelista e Wisrah Villefort.

 

Formas e cores de Maurício Nogueira Lima

14/jul

 

A exposição traz um conjunto de serigrafias produzidas pelo artista entre 1971 e 1995. O Museu de Arte Contemporânea da USP, Ibirapuera, São Paulo, SP,  apresenta a exposição “Maurício Nogueira Lima: Forma e Cor”, com vinte serigrafias do acervo do Instituto que leva o nome do artista e uma pintura de coleção particular. Para Stela Politano, curadora do Instituto Maurício Nogueira Lima, “…as serigrafias demonstram o amadurecimento do artista concreto e um momento de maior liberdade no uso e desenvolvimento das suas pesquisas cromáticas”. Documentos e estudos realizados pelo artista complementam a mostra.

 

Sobre o artista

 

Maurício Nogueira Lima (1930-1999) foi o mais jovem integrante do Grupo Ruptura, que reuniu artistas abstratos geométricos no início da década de 1950 em São Paulo. Ao lado de Geraldo de Barros, Luiz Sacilotto e Waldemar Cordeiro, construiu uma carreira importante como artista concreto e suas obras estiveram presentes nas Bienais de São Paulo (III, IV e V). Em 1960, foi convidado pelo suíço Max Bill para tomar parte da mostra de Arte Concreta em Zurique. Nogueira Lima experimentou um retorno à figuração após o golpe de 1964, aproximando-se de imagens dos meios de comunicação de massa. Em 1967, colaborou com a exposição Nova Objetividade Brasileira (MAM Rio) e assinou o manifesto coletivo Declaração de Princípios Básicos da Nova Vanguarda. No início dos anos de 1970, Nogueira Lima volta suas pesquisas para os efeitos ópticos da cor tendo como base a abstração geométrica, retomando a arte concreta como método e princípio artístico. “A reprodutibilidade do objeto artístico e sua democratização, ideais encontrados no manifesto dos concretos paulistas, são experimentados em seus múltiplos serigráficos”, observa a curadora. É também na década de 1970 que o artista direciona o olhar aos problemas visuais do meio urbano na tentativa de repensar o espaço para neutralizar a poluição urbana por meio da cor. Muitos desses estudos e projetos ainda podem ser visitados, como a Empena São Bento (1979) e as paredes/estruturas lineares das estações de metrô Santana e São Bento (1990), onde se pode observar alguns dos mesmos elementos plásticos de suas serigrafias. Maurício Nogueira Lima buscava a seriação e a multiplicação da forma e da cor, visando uma redistribuição social da criação artística que tanto o fascinava, preocupado em expandir seus estudos e multiplicá-los entre os pares, os alunos, os professores, os amigos e o público. Nas palavras do artista, “concretizo, com formas simples e compreensíveis, as contradições que existem, numa linguagem visual direta e não verbal. Uso os recursos que sei manipular: formas e cores.”

 

 

Maurício Nogueira Lima: Forma e Cor
Stela Politano
Curadora – Instituto Maurício Nogueira Lima

 

Serigrafia é uma forma de impressão/expressão. É uma informação multiplicada. A série de imagens constitui-se de múltiplos serigráficos baseados em processos fotográficos chamados fotolitos. Para Maurício Nogueira Lima, todo o processo gera apenas múltiplos, compostos de formas e cores.
A partir de 1972, Nogueira Lima realiza pesquisas sobre os efeitos ópticos da cor com base na abstração geométrica. Se detém na construção de massas de cor na estrutura bidimensional, criando outros espaços e temporalidades. Como método e princípio artístico, continua fiel à arte concreta aprendida e vivenciada desde 1952, como integrante do grupo Ruptura. A reprodutibilidade do objeto artístico e sua democratização, ideais encontrados no manifesto dos concretos paulistas, são experimentados em seus múltiplos serigráficos, estabelecendo um universo de encontros poéticos entre formas e cores, resultando em uma estrutura informativa e de impacto óptico.
A exposição Maurício Nogueira Lima: Forma e Cor apresenta serigrafias que demonstram o amadurecimento do artista concreto e um momento de maior liberdade no uso e desenvolvimento das suas pesquisas cromáticas, fato que pode ser verificado no conjunto documental e nos estudos que complementam a exposição. O artista-arquiteto modela o espaço por meio da cor, na construção geográfica de superfícies coloridas, criando volumes com o deslocamento da linha ou sobreposição de sombras e leveduras. Compôs com o rigor técnico do arquiteto, do artista concreto, do profissional plástico que se tornou ao longo dos anos.
Disciplinas como a matemática, a física, a geometria, a história e a filosofia se tornam veículos para a criação artística, fomentando a intuição e a sensibilidade por outros caminhos. Os concretos paulistas estiveram envolvidos com a pesquisa plástica concreta, com o aprendizado de técnicas de produção e com o exercício profissional emergente. Uma geração responsável e politicamente comprometida com o trabalho artístico e a democratização do seu acesso.
Também é na década de 1970 que Maurício Nogueira Lima direciona seu olhar aos problemas visuais do meio urbano, tendo como objeto de pesquisa a própria cidade de São Paulo. O intuito era repensar o espaço para neutralizar a poluição urbana por meio da cor. Muitos desses estudos e projetos, como a Empena São Bento (1979) e as paredes/estruturas lineares das estações de metrô Santana e São Bento (1990), ainda podem ser visitados. Neles, pode-se encontrar alguns dos mesmos elementos plásticos das serigrafias. Maurício Nogueira Lima buscava a seriação e a multiplicação da forma e da cor, visando uma redistribuição social da criação artística, rememorando o início da arte construtivista soviética, solidária e democrática, que tanto o fascinava. O ativismo político, antes trabalhado segundo a semântica pop na década de 1960, ganha efeitos cinéticos de cor numa atuação sensível do artista, preocupado em expandir seus estudos e multiplicá-los entre os pares, os alunos, os professores, os amigos e o público. Em suas palavras, “concretizo, com formas simples e compreensíveis, as contradições que existem, numa linguagem visual direta e não verbal. Uso os recursos que sei manipular: formas e cores”.

 

Até 25 de setembro.

Cinco artistas contemporâneos em Maricá

07/jul

 

 

A Prefeitura de Maricá, RJ, por meio da Secretaria de Cultura, apresenta a exposição “Canto porque Resisto”, que comemora o centenário da Semana de Arte Moderna permanecendo em cartaz até 30 de julho, na Casa de Cultura de Maricá, no Centro. A mostra, com curadoria de Luiz Guilherme Vergara, reúne 27 obras contemporâneas e experimentais de cinco artistas consagrados, moradores da cidade, cujas carreiras foram sucesso dentro e fora do Brasil em importantes museus e galerias.

 

“Depois de uma longa paralisação das atividades, a Casa de Cultura e o Museu Histórico de Maricá reabrem suas portas em grande estilo. “Canto porque Resisto” é iluminadora, como uma fábula de imagens explosivas instaladas no coração da Vila de Santa Maria, nossa praça central, onde o imaginário habita o inconsciente coletivo do povo maricaense contra forças destrutivas. A exposição está magnífica”, comentou Sady Bianchin, ressaltando que a mostra é realizada pela Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), com apoio da Secretaria de Promoção e Projetos Especiais.

 

Os trabalhos de Bill Lundberg (dez obras, sendo fotografias de 63cm x 76cm cada e uma projeção de 2mx2m), Edmilson Nunes (cinco, entre pintura, desenho e instalação), Jarbas Lopes (uma escultura e uma instalação cinematográfica), Marcos Cardoso (uma instalação) e Regina Vater (nove, sendo instalação, fotografia e vídeo arte) ocuparão não somente os ambientes da Casa de Cultura (1841) – patrimônio tombado e de extrema importância para a história local -, como também sua fachada e entorno, compondo um projeto inaugural de arte contemporânea para a cidade.

 

“Expor aqui é fundamental para mostrar minhas obras aos moradores e visitantes da cidade que escolhi para viver. Digo isso com muita felicidade de participar desta mostra de arte contemporânea que apresenta um pouco do nosso trabalho”, comentou o artista Jarbas Lopes, morador de São José do Imbassai.

 

A artista visual Lina Ponzi, que veio de Niterói para apreciar a exposição, parabenizou os responsáveis pela bela iniciativa. “Aqui temos artistas conhecidos mundialmente e podemos visitar com entrada franca. A arte é magnífica e ser mostrada à população por dois meses é maravilhoso! Esta mostra está fantástica!”, comentou.

 

Sobre os artistas

 

Bill Lundberg – Albany, EUA, 1942

 

Um pioneiro no campo da performance, filme e vídeo instalação, Lundberg se envolveu em investigações estéticas que antecedem as de seus contemporâneos mais notáveis, incluindo Gary Hill, Bill Viola e Tony Oursler. Por mais de 40 anos, Lundberg integrou as qualidades formais da pintura, performance e filme para falar sobre a condição humana.

 

Edmilson Nunes – Campos dos Goytacazes, 1964

 

Estudou Arquitetura e Urbanismo na UFRJ, onde teve seu primeiro contato com arte, conhecendo Celeida Tostes e Lygia Pape, entre 1985 e 1990. Em 1992, estudou no núcleo de aprofundamento da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Em 1993, fez sua primeira individual na Galeria Anna Maria Niemeyer. Em 2007, abriu outra mostra individual no Paço Imperial RJ. Desde 2002, faz a direção artística da escola de samba mirim “Pimpolhos da Grande Rio”. Foi professor nas oficinas do Museu do Ingá, de 2003 a 2008. Em 2013, foi convidado para ocupar a varanda do MAC Niterói com a exposição “A Felicidade às vezes mora aqui”, que reuniu importantes artistas, parte de sua trajetória como professor de novas gerações.

 

Jarbas Lopes – Nova Iguaçu, 1964

 

Concluiu seus estudos sobre escultura em 1992, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio Janeiro. A sua produção reúne esculturas, desenhos, instalações e performances. Também desenvolve projetos conceituais que operam à margem da lógica capitalista, valorizando o pensamento artesanal e a participação do espectador. Na série “A paisano”, por exemplo, ele recupera a prática popular do trançado para construir com tramas multicoloridas imagens que situam-se entre a pintura e a escultura.

 

Marcos Cardoso – Paraty, 1960

 

Formado pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 1992, frequentou a Oficina de Gravura do Ingá, de 1988 a 1990, e a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, em 1991. Foi aluno e amigo de Lygia Pape, que fez o seguinte relato do artista: “Marcos Cardoso metamorfozeou-se pelo mito do Carnaval e suas máquinas: reciclou pó e pano em palácios e castelos, faz-de-conta sem fim, hoje pura linguagem nobre, mergulhada no sensível, no sonho do alquimista que engendra transtornados objetos arfantes”.

 

Regina Vater – Rio de Janeiro, 1943

 

Em pesquisa que abrange as relações entre sociedade, natureza e tecnologia, Regina Vater desenvolve, ao longo das últimas quatro décadas, um corpo de trabalho complexo e sofisticado que contribui de maneira expressiva para o debate sobre a emergência de uma ecologia midiática nos âmbitos da arte e da vida contemporânea. A natureza poética, ativista e ecológica de sua obra foi sempre tecida em impulsos transmidiáticos, em que a linguagem de cada trabalho se apresenta como mais um desdobramento de seus interesses.

 

 

MON exibe Juarez Machado

04/jul

 

 

A exposição comemorativa “Juarez Machado – Volta ao Mundo em 80 Anos”, na sala 3 do Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, PR, apresenta até 18 de setembro a obra de um dos mais representativos e importantes artistas brasileiros. O multiartista catarinense Juarez Machado tem sua história ligada a Curitiba, para onde se mudou no início dos anos 1960 para estudar na Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Ele completou 80 anos em 2021. A exposição reúne 166 obras em diversos suportes: pintura, desenhos, fotos, escultura e instalação. A coletânea abrange desde o início da carreira do pintor na capital paranaense até sua fase internacional com a mudança para Paris, em 1986 – passando pelos períodos no Rio de Janeiro, onde se destacou também como ilustrador, cenógrafo para televisão e teatro, figurinista, escultor e cartunista, entre outros ofícios criativos. A curadoria é de Edson Busch Machado.

 

“Lúdica e poética como tudo o que Juarez Machado produz, a mostra percorre com interatividade diferentes décadas, estilos, localidades, materiais, técnicas, mídias e vertentes artísticas”, afirma a diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer (MON), Juliana Vosnika. “Artista com obra no acervo, ele escreve agora o seu nome definitivamente na história do MON, num importante momento em que completa 20 anos e se consolida entre os principais museus da América Latina”, comenta.

 

Curitiba

 

A exposição inclui trabalhos que remetem ao início da carreira do artista em Curitiba. “Seu despertar como artista teve início em Joinville. Mas foi em Curitiba que ele fundamentou esse trabalho antes de seguir pelo mundo”, diz Edson Busch Machado, que é também irmão do artista.

 

A mostra conta, por exemplo, com desenhos feitos com graxa para sapato na Rua XV de Novembro, no início dos anos 1960, quando Juarez nem sequer tinha recursos para comprar tintas. “O público de Curitiba irá se identificar com o Juarez que viveu em Curitiba de 1961 a 1964, quando também fez grandes amizades com nomes como Fernando Velloso, João Osorio Brzezinski, Fernando Calderari e Domício Pedroso”, lembra o curador.

 

Ateliês

 

O nome da exposição – uma referência ao clássico de Júlio Verne “A Volta ao Mundo em 80 Dias” – traduz, em parte, o movimento constante de Juarez Machado, que nasceu em Joinville (SC), em 1941, e hoje se divide entre seus ateliês nas capitais fluminense e francesa depois de correr o mundo. A mostra inclui obras produzidas em diferentes locais – sobretudo em ateliês em Paris, mas também em locais temporários para o artista, como Veneza e Saint Paul de Vence, na França. “Cada ateliê é representado com cores, códigos e uma linha pictórica diferente, que a exposição reúne muito didaticamente”, explica Busch Machado.

 

Influência

 

A obra de Juarez Machado tornou-se patrimônio mundial, colecionando prêmios de arte nacionais e internacionais. Suas criações, ricas em ousadia, complexidade e humor, influenciaram gerações de artistas no Brasil e no exterior. Entre os artistas influenciados por Juarez Machado está o diretor francês de cinema Jean-Pierre Jeunet, que se inspirou no inconfundível universo de cores do pintor para criar o visual do famoso filme “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” (2001). O diretor conheceu o artista no início dos anos 2000, comprou quadros e estudou seu estilo.  “É possível relacionar a temática, as paletas de cores e diversas nuances do filme com todas as pinturas da exposição, pois Jeunet se inspirou diretamente nas obras do artista”, explica o curador. “O público conseguirá identificar cores como o verde veronese e o vermelho terral que são vistos em “Amélie”, explica Busch Machado.

 

Mímica

 

No Brasil, o artista multimídia também deixou sua marca em referências da cultura popular como o semanário impresso “O Pasquim” e a TV Globo, onde criou quadros humorísticos e musicais, além de assinar a criação de cenários e figurinos. Muitos ainda se lembram dos vídeos de mímica que Juarez Machado criou e estrelou para o programa “Fantástico” nos anos 1970. A exposição fará referência a este famoso personagem nacional com a exibição de alguns desses vídeos em dois monitores. “É realmente uma figura significativa para muita gente que começou a conhecer Juarez a partir deste quadro do Fantástico”, lembra o curador.

 

Ilustração

 

Também tiveram a assinatura de Juarez Machado capas de livros e discos e projetos de design e arquitetura ao lado de nomes como Sergio Rodrigues e o próprio Oscar Niemeyer. Algumas das mais de 200 capas de discos e livros criadas pelo artista poderão ser vistas na vitrine de artes gráficas da mostra, que ajudará a compor a retrospectiva da vida e obra de Juarez, juntamente com um painel de fotografias e informações biográficas.

 

Escultura

 

Entre os destaques da exposição estão dezenas de esculturas, suporte com o qual Juarez Machado se destacou logo no início da carreira. Há obras em bronze, metal e gesso, além da conhecida instalação criada com estátuas de Branca de Neve e os Sete Anões. Também estará presente a famosa bicicleta com rodas quadradas que inspirou o logotipo do Instituto Juarez Machado.

 

Instituto

 

Mais recente empreendimento de Juarez Machado em Joinville, o instituto que leva seu nome foi fundado pelo artista em 2014, com a ideia de estimular a arte na cidade catarinense. A instituição, sediada em uma antiga casa da família construída em meados da década de 1930, desenvolve pesquisas, resgate e promoção de obras de Juarez e de outros artistas locais. O instituto vem desenvolvendo mostras paralelas a partir da aprofundada pesquisa sobre a trajetória de Juarez Machado para a exposição aberta agora no Museu Oscar Niemeyer.

 

Bicicleta

 

Segundo o curador da exposição, Edson Busch Machado, a ideia é que o público percorra a mostra como se estivesse fazendo um passeio de bicicleta – um dos ícones do universo pictórico de Juarez. Esse é o tema da projeção de vídeo que encerra a exposição. “Juarez mescla a bicicleta, um elemento da infância em sua cidade natal, com a descoberta da figura humana, seja no estudo da anatomia no Belas Artes ou das belas mulheres que ele tão bem retrata em suas pinturas. E, a partir desses dois elementos, a curadoria parte para suas demais obras”, explica. “É uma viagem de bicicleta que percorre esses 80 anos e relembra todos esses elementos – os ateliês, as paisagens, as mulheres”, explica Busch.

 

Educativo

 

Ao longo do período expositivo, estão previstas seis oficinas para escolas públicas de Curitiba. Também haverá duas visitas guiadas realizadas pelo curador da exposição para o público visitante, com tradução em libras, às 11h e às 15h do dia 24 de agosto. Um tour virtual da mostra com audiodescrição também será disponibilizado online.

 

A exposição “Juarez Machado – Volta ao Mundo em 80 Anos” foi concebida pelo Instituto Juarez Machado e fica em cartaz até 18 de setembro. A mostra é uma realização da Secretaria Especial da Cultura (Ministério do Turismo) e do MON e tem patrocínio da Vonder.

 

Até 18 de setembro.

 

 

Coletiva na Galeria BASE

27/jun

 

 

 

(A) Parte do Todo na Galeria BASE

O todo sem a parte não é todo,

A parte sem o todo não é parte,

Mas se a parte o faz todo, sendo parte,

Não se diga, que é parte, sendo todo.

Gregório de Matos “O todo sem a parte não é todo”

 

A Galeria BASE, Jardim Paulista, São Paulo, SP,  apresenta a coletiva “(A)PARTE DO TODO”, com obras de Andrea Fiamenghi, Anna Bella Geiger, Anna Maria Maiolino, Antonio Dias, Bruno Rios, Christian Cravo, Gilvan Samico, Lucas Länder, Luiz Martins, Lygia Pape, Mario Cravo Neto, Mira Schendel, 32 trabalhos de técnicas e suportes variados: xilogravura, cerâmica, guache, acrílica, nanquim, lápis de cera, aquarela, monotipia, colagem e fotografia. A curadoria é de Daniel Maranhão.

 

(A)PARTE DO TODO, estrofe de um poema de Gregório de Matos, oferece uma reflexão fundamental sobre a importância das “partes” que compõe o todo. Na exposição, com trabalhos criteriosamente selecionados pelo curador, a importância do coletivo está centrada no valor artístico das partes; histórias pessoais se entrelaçam e tecem um “mosaico narrativo” único e harmônico. O conceito criado por Daniel Maranhão propõe “pensar paredes temáticas, de modo a que cada uma estabeleça um diálogo entre artistas, movimentos e momentos da história da arte brasileira, abrindo muitas discussões possíveis e relacionando trabalhos aparentemente apartados”.

 

No primeiro segmento, onde o ponto de convergência é Oswaldo Goeldi, tem-se o diálogo entre as xilogravuras de Gilvan Samico interagindo com obras da mesma técnica de Anna Maria Maiolino, datadas de 1967, época na qual a artista produziu a sua importante série de xilogravuras, obras seminais do Movimento da Nova Figuração que eclodiria no ano de 1970, onde se destaca a antológica obra “Glu, Glu,Glu” uma franca alusão à antropofagia, define Daniel Maranhão. Interessante registrar que por serem ambos aprendizes de Goeldi, de alguma forma faz com que as confluências dos trabalhos excedam o aspecto técnico de produção. Na sequência, tem-se Lygia Pape, artista visual e cineasta, com uma obra da série “Tecelar” e trabalhos de Antonio Dias da série “Nepal”. “Ambos foram artistas contemporâneos brasileiros de peso, e que também tiveram como referência o trabalho do gravurista carioca: Pape produziu um curta metragem intitulado “O Guarda-Chuva Vermelho” a partir de algumas gravuras de Goeldi, e Antônio Dias foi também seu aprendiz”, diz o curador.

 

Um novo recorte, agora com obras únicas feitas por três artistas mulheres durante o século XX, compõe a sala do primeiro andar. Nele temos trabalhos adicionais de Anna Maria Maiolino com obras das séries “Marcas da Gota” e “Cartilhas”, bem como obras de Mira Schendel, em especial da série “toquinhos” e uma ecoline produzida com ouro, assim como trabalhos da multi artista Anna Bella Geiger das séries “Burocracia” e “América Latina”.

 

No segundo pavimento, a fotografia ocupa o lado direito da sala expositiva com simbologias associadas a ritos afro-brasileiros registrados pelas lentes de Mario Cravo Neto e Andrea Fiamenghi, com suas imagens, celebram uma ancestralidade básica, fundamental, que compõe nossa história enquanto povo. Como complemento, uma imagem de Christian Cravo registrada no deserto da Namíbia, sul do continente africano, conclui essa seleção.

 

A parte final que compõe o todo advém de um conjunto de obras que Daniel Maranhão selecionou a partir de alguns trabalhos de artistas, representados pela BASE: Bruno Rios, Lucas Länder e Luiz Martins que desenvolvem suas próprias poéticas através de pesquisas formais em torno dos pigmentos, técnicas e texturas que resultam em belas composições abstratas.

 

De 29 de junho a 12 de agosto.

 

 

Maura Grimaldi expondo em Portugal

 

“Campo de trabalho” é o nome que engloba diferentes ações que Maura Grimaldi elaborou ao longo dos últimos meses a fim de problematizar a esfera do trabalho, sobretudo no campo da cultura, sua precarização e a financeirização da vida. Para o contexto do projeto Kubikulo, Grimaldi cria um diálogo com as ordinárias mostras de lojas de roupas, apresentando uma de suas mais recentes obras: uma t-shirt branca com a inscrição da frase “- Ninguém trabalha amanhã! – Ninguém!”, realizada em parceria com sua mãe Ana Cristina Porto Castanheira (1956). O projeto originalmente prevê a utilização dessa peça gráfica e têxtil por Ana Cristina, funcionária do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS no Brasil, durante os períodos em que a t-shirt é exibida. A frase que consta na peça de roupa e que dá título á obra foi retirada do livro “Parque Industrial”, escrito em 1933 por Pagu (1910-1962). O livro, publicado sob o pseudônimo Mara Lobo, foi considerado o primeiro romance proletário brasileiro. Juntamente a apresentação do vestuário, é possível ter acesso a outras ações, obras desenvolvidas e conteúdos investigados no âmbito do projeto “Campo de trabalho” através de um QR Code disponível na vitrine da galeria Kubik. Abertura no dia 30 de Junho, no Kubikulo, Rua da Restauração 10, Porto, Portugal, inaugura a exposição “CAMPO DE TRABALHO (- Ninguém trabalha amanhã! – Ninguém ) de Maura Grimaldi.

 

Sobre a artista

 

Maura Grimaldi nasceu em 1988, São Paulo, Brasil. Dedica-se á pesquisa e prática artística. Completou seus estudos de Licenciatura e Mestrado em Artes Visuais pela Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. Atualmente desenvolve seu doutoramento em Lisboa. Seus projetos abordam majoritariamente assuntos relacionados á fantasmagoria, ás tecnologias obsoletas, á arqueologia e á geologia das mídias. Mais recentemente, vem utilizando a literatura e o desenho gráfico para refeletir sobre a enconomia da atenção e as formas de subjetivação na contemporaneidade.

 

Coletiva na Baró Mallorca

22/jun

 

 

A galeria BARÓ Mallorca, Carrer Can Sanç 13, Palma, Mallorca, Islas Baleares, España, anuncia sua nova mostra coletiva, “WE KILLED THE BUNNY!” – uma mostra delirante com curadoria do venezuelano Rolando J. Carmona. A exposição reúne um grupo de importantes artistas de diferentes nacionalidades e contextos que, entre ficção científica, desenhos e instalações, deixam vestígios de um mundo híbrido. Os artistas presentes são Assume Vivid Astro Focus (AVAF), Arturo Herrera, Adrián Villar Rojas, Claes Oldenburg, Daniel Arsham, Erwin Olaf, Amparo Sard, Fernando Renes, Anita Molinero, AES+F, Lyz Parayzo, Soju Tao e Albert Pinya.

 

Mostra de artista colombiano

15/jun

 

 

 
A Casanova, Jardim Paulista, São Paulo, SP, apresenta até 23 de julho a exposição individual “Simpatia Cósmica”, do artista colombiano Santiago Reyes Villaveces.
Agora em seu retorno a São Paulo, o artista apresenta uma série inédita de trabalhos instalativos e desenhos produzidos nos últimos anos, voltados para a cosmologia estóica e as leis naturais que regem encontros e desencontros dominados pelo acaso.
Tendo a simpatia como eixo de sua filosofia, os estóicos identificaram a relação entre a Terra e a Lua no fenômeno das marés como parte da simpatia cósmica. Esta relação é a força de atração gravitacional de todas as coisas no universo, humanas e não humanas e até mesmo aquelas que não se tocam.
A exposição começa com um letreiro de néon vermelho escrito no alfabeto cirílico, com a frase de Yuri Gagarin (Я вижу землю; eu vejo a Terra). Em 12 de abril de 1961, Gagarin foi a primeira pessoa a escapar do campo gravitacional e ver o planeta de fora. No instante em que a imagem da Terra foi fixada na retina de Gagarin, ficou claro que a Terra é uma só; uma única esfera na qual estamos todos juntos. “Eu vejo a Terra” torna presentes as forças simbólicas da frase de Gagarin para convidar os espectadores a banharem-se no espectro da luz vermelha que carrega consigo o fato de que a Terra é o único lugar que nós humanos e não-humanos temos que existir em harmonia.
A mostra continua com dois desenhos lunares, o positivo e o negativo da fotografia tirada em Sobral, Brasil em 1919; registrando o eclipse. Foi com esta foto que se comprovou de maneira empírica a teoria da relatividade.
Em seguida, um meticuloso desenho em grafite da Pedra Lunar da Boa Vontade que Richard Nixon deu ao ex-presidente do Brasil, Emílio Médici, em 1971. Este fragmento lunar, trazido de volta pela missão Apollo 17 em 1973 contém um único tipo de gravidade e chegou ao país devido a forças e vontades políticas que motivaram a propulsão dos foguetes à corrida espacial. Com um olhar atento, a obra incita uma provocação e questionamento sobre todo o contexto das diplomacias internacionais e legados coloniais no contexto da exploração espacial.
A exposição contempla também um espaço mais orgânico, composto por uma instalação em uma sala coberta com tapumes de madeira rosa. Nela está suspenso do teto uma escultura que reproduz o órgão vestibular do ouvido interno; também conhecido como o nosso órgão sensorial de gravidade.
Assim tece uma genealogia de forças gravitacionais de atração como um confronto de conhecimentos e discursos, sem linearidade ou ontologia. Partilhamos experiências com todo o conjunto de corpos, esta atração que supera barreiras espaciais e temporais. Aquilo que vivemos em conjunto, com outra pessoa, com a natureza, e até mesmo com o universo é a simpatia cósmica existente entre todos os seres e as coisas.
Reyes Villaveces abre a pluralidade e as contradições de um fenômeno cósmico, escultórico, espacial, fisiológico e político. Objetos, obras, espaço e espectadores são atraídos uns pelos outros e o artista nos convida a sentir o equilíbrio e a delicadeza desta balança universal; o campo gravitacional é um espaço para ser adentrado.

Sobre o artista
Santiago Reyes Villaveces é um artista colombiano que nasceu e trabalha em Bogotá. Nascido em 1986, o artista esteve entre 2008 e 2009 em  São Paulo dedicando-se à Escola de Comunicações e Artes no departamento de Artes plásticas da USP e realizou no mesmo ano a exposição “Projecto Manometria” na Pinacoteca de São Paulo como o coletivo DELENGUAAMANO. Em sua prática, Santiago explora os legados estruturais do passado colonial, além de abordar também temas como as injustiças ambientais e sócio-políticas e como elas se manifestam através do elementar. Em 2015 ele ganhou o Abraaj Royal College of Art Innovation Fellowship 2015-2017. Santiago possui mestrado em Escultura pelo Royal College of Art em Londres e bacharelado em Artes Visuais e História e Teoria da Arte pela Universidad de los Andes em Bogotá. Em 2019 ele foi o vencedor do Prêmio Matteo Olivero na Itália. Suas obras e projetos foram apresentados em espaços públicos e privados em diversos lugares ao redor  do mundo; contamos com  a Exposição Arabidopsis Thaliana no Museo de Arte Moderno de Bogotá (2021) com curadoria de Eugenio Viola; a sua exposição individual Spirit Level (2020), Ncontemporary Gallery Milan, Itália; exposição individual Lo bravo y lo manso (2019), Galería Instituto de Visión, Bogotá, Colômbia; Bienal Academiae Youth Art (2017) Bolzano, Itália; exposição individual Reside (2016), Galeria Marie Laure Fleisch Bruxelas, Bélgica; o projeto site-specific Traino (2014) Cavallerizza Reale, Turim, Itália; a exposição com o coletivo DELENGUAAMANO (Gilberto Mariotti, Néstor Gutiérrez y Santiago Reyes Villaveces) Monuemtria (2009) na Pinacoteca do Estado de São Paulo com curadoria de Ivo Mesquita.

Carlito Carvalhosa, um tributo

 

 

O Instituto Ling, Porto Alegre, RS, apresenta até o dia 10 de setembro a exposição “Linhas do Espaço Tempo: Carlito Carvalhosa” resultando em um verdadeiro tributo ao artista – e obra – através de um conjunto de expressivos trabalhos do consagrado multiartista contemporâneo. A curadoria traz a assinatura de Daniel Rangel.

 

Caminhos circulares

 

Linhas do Espaço Tempo reúne fragmentos cronológicos da trajetória artística de Carlito Carvalhosa. Pinturas, esculturas e instalações que remontam a mais de trinta e cinco anos de produção marcados por elaboradas conexões plásticas, históricas, mentais e sensitivas. A mostra é a primeira no Brasil desde que o artista nos deixou em maio de 2021, motivo central do enfoque retrospectivo e prospectivo. Estruturada por obras-símbolos de diferentes fases, a exposição abarca um recorte compacto, que demonstra a coerência da pesquisa do artista. Registros do seu processo de criação, de reflexões e de memórias marcantes de sua trajetória, além de uma inédita instalação site-specific com postes de madeira, desenhada em um de seus caderninhos para um espaço imaginado com características arquitetônicas similares às da galeria do Instituto Ling. Passado pensado para o futuro, realizado no presente. Pensar, refletir e observar por meio de traços, rabiscos, desenhos, anotações, escritos e achados – em sua maioria guardados em cadernos de bolso – era uma prática comum no dia a dia de Carlito. Um processo típico de pesquisador, mas que, no caso dele, estava conectado a uma personalidade efusivamente curiosa e naturalmente disciplinada. Era um sedento pelo conhecimento; aprendia e ensinava com a mesma generosidade, recorrendo à sensibilidade e à formação privilegiadas para estabelecer profundos intercâmbios com entornos díspares – uma prática que foi marcada por conscientes (des)conexões com a historicidade da arte, sobretudo relacionada a uma constante pesquisa de materiais e suportes. Carlito não seguia um caminho reto e linear; preferia o trânsito circular entre espaços e tempos, suportes e materiais, o branco e as cores, o erudito e o popular, ciências e religiões. Opostos atraíam o artista, que explorava com frequência relações entre transparência, opacidade e reflexividade, criando uma espécie de “trialética” que viria a caracterizar sua produção. Tudo junto e, ao mesmo tempo, separado; uma amálgama de elementos díspares que se encontravam por meio do gesto do artista, tornando o diálogo quase eterno, assim como sua obra, assim como ele.

 

Daniel Rangel

 

Curador

 

Sobre o artista

 

Carlito Carvalhosa, (1961 – 2021). A obra de Carlito Carvalhosa envolve predominantemente as linguagens da instalação, pintura e escultura. Nos anos 1980, integrou o Grupo Casa 7, em São Paulo, do qual faziam parte também Rodrigo Andrade, Fábio Miguez, Nuno Ramos e Paulo Monteiro. As tendências do neoexpressionismo eram visíveis na produção desses artistas, sobretudo a utilização de superfícies de grandes dimensões e a ênfase no gesto pictórico. No fim dessa década, após a dissolução do grupo e alguns experimentos com encáustica, Carvalhosa concebeu quadros com cera pura ou misturada a pigmentos. Nos anos 1990, dedicou-se à produção de esculturas de aparência orgânica e maleável, utilizando materiais diversos, caso das “ceras perdidas”. Ainda em meados dessa década, fez também esculturas em porcelana. Carvalhosa atribui profunda eloquência à materialidade do suporte, mas a transcende e aborda questões mais amplas, relativas às transformações do espaço e do tempo. Deparamo-nos, em sua prática, com a tensão entre forma e matéria, explicitada na disjunção entre o visível e o tátil. Aquilo que vemos não é o que tocamos, assim como o que se toca não é o que se vê. A partir do início dos anos 2000, o artista começou a realizar pinturas sobre superfícies espelhadas que, nas palavras do curador Paulo Venâncio Filho, “colocam nossa presença dentro delas”. Não raro, Carvalhosa realizou instalações em que, além de técnicas usuais, faz uso de materiais como tecidos e lâmpadas.

 

Sobre o curador

 

Daniel Rangel é curador, produtor e gestor cultural. Mestre e Doutorando em Poéticas Visuais da Escola de Comunicações e Artes da USP, graduado em comunicação social em Salvador, Bahia. Atualmente é curador geral do Museu de Arte Moderna da Bahia. Foi diretor-artístico e curador do Instituto de Cultura Contemporânea (ICCo) em São Paulo (2011-16), diretor de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, da Secretaria de Cultura do Governo do Estado (2008 a 2011) e atuou como assessor de direção do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) na gestão de Solange Farkas (2007-08). Em curadoria, dentre os principais projetos realizados, destacam-se a mostra REVER_Augusto de Campos, (2016); Ready Made in Brasil (2017); Quiet in the Land (2000), uma parceria entre o Museum of Modern Art (MoMA) de Nova York, o MAM-BA e o Projeto Axé, em Salvador. Desenvolveu projetos curatoriais para a 8ª Bienal de Curitiba, Brasil (2015), a 16ª Bienal de Cerveira, Portugal (2013) e a II Trienal de Luanda, Angola (2010). Realizou ainda curadorias de mostras individuais de importantes artistas brasileiros, como Tunga, Waltercio Caldas, José Resende, Ana Maria Tavares, Carlito Carvalhosa, Eder Santos, Marcos Chaves, Marcelo Silveira, Rodrigo Braga, e Arnaldo Antunes, e com este último recebeu pela mostra “Palavra em Movimento” o prêmio APCA 2015, de Melhor Exposição de Artes Gráficas. É pesquisador associado do Fórum Permanente do IEA-USP.

 

Esta programação é uma realização do Instituto Ling e Ministério do Turismo/Governo Federal, com patrocínio da Crown Embalagens e Fitesa.

 

 

Centenário de Don’Ana

07/jun

 

 

O centenário de nascimento de Don’Ana (1922-1983) – lendária rezadeira que transformou sua casa em ponto de encontro e pólo irradiador de cultura e arte – será celebrado no Centro Cultural Donana dia 11 de junho, a partir das 15h30, com uma série de atividades gratuitas, como roda de capoeira, Oficina de pipas Re-Utopya, com o artista Hal Wildson; hasteamento da bandeira “Tajá”, de Matheus Ribs, cineclube, sarau e muitas outras atrações. O evento é coordenado e tem a curadoria da Sotaque Carregado Artes, plataforma de música e artes visuais dirigido pela gestora cultural Érika Nascimento, neta de Don’Ana, e pelo DJ MAM.

 

O dia 11 de junho de 2022 marcará não apenas o início das comemorações do centenário de Don’Ana, que culminarão com uma exposição em agosto, como também a parceria do Centro Cultural Donana, que tem à frente o multiartista Dida Nascimento – filho de Don’Ana – e o Festival Demarcação Já Remix, do DJ MAM.

 

A programação do centenário busca celebrar, a partir da trajetória de Don’Ana, a tradição oral, a importância das questões socioambientais, indígenas e saberes ancestrais, e “da ressignificação das ruas de Belford Roxo através das produções artísticas que dialogam com o ato de re-existir”, destaca Érika Nascimento.

 

Dida Nascimento – filho de Don’Ana e fundador do Centro Cultural Donana – vai apresentar a música inédita “Rezadeira”, composta em parceria com Ivone Landin, e o mastro feito em material reciclado para a Festa do Divino, a convite do Sesc São João de Meriti, que ele está recriando para receber a bandeira “Tajá”, criada pelo artista Matheus Ribs. A partir deste mastro, e das bandeiras “Tajá” e “Área Indígena”, de Xadalu – que estiveram hasteadas respectivamente no Museu de Arte do Rio e no Instituto Inclusartiz –  Dida Nascimento fez uma pintura para a capa da música inédita “Waka Arewê”, que será lançada pelo DJ MAM no evento. Na pintura de Dida Nascimento, o mastro se transforma em um caule da planta Tajá, importante na cultura amazônica, e suas folhas são as bandeiras dos dois artistas. Tanto esta pintura como a bandeira “Arte Indígena” serão coladas como lambes na fachada do Centro Cultural Donana. A direção de arte da capa é do DJ MAM, com a colaboração do artista visual Doria, responsável há 10 anos pela identidade visual do Festival Demarcação Já Remix e de seu selo Sotaque Carregado.

 

A intervenção urbana com o hasteamento da bandeira “Tajá”, o empinamento de 10 pipas Re-Utopya, e a colagem do lambe da pintura de Dida Nascimento para “Waka Arewê” na fachada do Centro Cultural Donana, iniciam o ciclo de atividades do Centenário de Don’Ana. As apresentações de DJ MAM e Erika Nascimento fazem parte do edital Cultura Presente nas Redes 2, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.

 

Estão previstas várias atividades até o final de agosto, pelo projeto “Centenário de Don’Ana: Ruas e Ruelas”, como uma ambientação urbana nas ruas e na fachada do Donana, através do edital Rua Cultural RJ.